Criança com dente no céu da boca: saiba qual a causa e como tratar

Especialistas em odontologia explicam como diagnosticar e lidar com essa condição, de forma a não prejudicar a formação dentária da criança

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Criança com dente no céu da boca: saiba mais sobre causas e tratamento; céu da boca de criança mostra o mesiodente
O dente do céu da boca pode surgir durante a erupção dos dentes de leite ou na formação da dentição permanente | Foto: Arquivo pessoal
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Dente do céu da boca, já ouviu falar sobre isso? Esse é o nome popular para mesiodens ou mesiodente, um dente a mais, chamado supranumerário, que nasce no palato ou céu da boca.

Esse dente costuma surgir na fase inicial da formação dentária, tanto durante a erupção dos dentes de leite quanto na dentição permanente, e tem taxa de incidência nas crianças que varia entre 0,15% e 1,9%. “Podem ocorrer distúrbios de desenvolvimento no processo da lâmina dental do dente, formando esta anomalia”, afirma a ortodontista Fernanda Nunes, de São Paulo. A lâmina dental é a fase inicial de formação do dente que aparece quando o bebê ainda está no útero da mãe.

Segundo Fernanda, estudos relatam ligação dos mesiodens com algumas síndromes. “Eles podem ser únicos ou múltiplos. O mais comum é ser um único mesiodente”, aponta. Também é possível que esses dentes nasçam na mandíbula, porém este caso é mais raro.

Quais as causas do dente do céu da boca

A odontopediatra Isabela Godoy Martins, de São Paulo, diz que a origem dessa condição não é bem definida – a principal hipótese é que tenha causa genética. “Outra teoria sugere que o germe dentário se divide em duas partes, resultando na formação de dois dentes”, explica.

Em algumas crianças, o “dente do céu da boca” pode não nascer, mas independentemente disso, ele precisa ser extraído, pois traz diversos prejuízos à saúde. De acordo com a ortodontista Fernanda, o que torna mais danoso é a sua posição: “Esses supranumerários provocam espaços entre os dentes anteriores. Além disso, podem também erupcionar na cavidade nasal”. Nesse caso, o processo de extração pode ser mais complexo. A Dra. Isabela completa que, entre as complicações derivadas do mesiodente, estão: impacto dental, nascimento atrasado ou desalinhamento dos dentes permanentes, desenvolvimento anormal da raiz ou formação de cisto folicular.


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Geralmente o mesiodente é assintomático e é facilmente identificado em radiografias de rotina. “Devido às complicações serem associadas, em sua maioria, com o nascimento dos dentes centrais permanentes, a idade mais comum de diagnóstico é justamente na época de irrupção deles: por volta dos 6 anos e meio aos 8 anos de idade”, esclarece Dra. Isabela.

Quanto mais cedo o mesiodens for diagnosticado, menor será o dano na dentição da criança. Segundo a odontopediatra, assim que for detectado, é necessário que seja realizada a extração do supranumerário com um bom planejamento para que o procedimento cirúrgico não prejudique a formação das raízes dos outros dentes.

O baiano Felipe, 6 anos, acaba de passar por uma cirurgia para extrair o mesiodente. A mãe, Renata da Purificação Pinto conta que foi tudo bem com a cirurgia e que o dentista cirurgião decidiu não dar ponto no local para não atrapalhar a saída do dente permanente.

“Eu comecei a suspeitar da existência do mesiodente quando o dente de leite da frente da boca caiu (dente incisivo, da arcada superior), o permanente demorou muito mais que os outros para nascer. Eu percebia a gengiva do meu filho inchada, até que um dia vi uma pontinha de dente saindo no céu da boca e estranhei porque não parecia estar descendo na posição correta”, lembra a mãe. Ao consultar uma odontopediatra, soube que poderia ser um dente nascendo no local errado, mas que a chance maior era de que fosse um mesiodente, pela localização no céu da boca.

A partir daí, Renata diz que foram feitos exames de raio-x e tomografia para confirmar o diagnóstico. “Com a confirmação, procuramos um cirurgião buco-facial e marcamos a cirurgia, que ocorreu na semana passada e foi muito tranquila, não durou sete minutos o procedimento inteiro, entre anestesia e extração. A único coisa é que sangrou um pouco porque ele não levou ponto, mas depois que parou de sangrar, ficou tudo bem”, recorda a mãe.


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