Criando filhos responsáveis

A noção de responsabilidade não se transmite geneticamente. Se aprende com a experiência – e o exemplo e a ação dos pais são essenciais nesse sentido

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Filhos responsáveis devem aprender com os pais a ajudar nas tarefas da casa, como nessa imagem que os dois irmãos ajudam o pai a limpar a sala
As crianças se sentem úteis ao participar das tarefas da casa
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Nossos filhos não nascem responsáveis, obedientes e estudiosos. Ah, como queríamos que isso acontecesse…. Ou, ainda, que viessem com um manual de instruções, garantindo, assim, o sucesso da educação. Mas, também, isso não é real!

O sentido da responsabilidade não se transmite geneticamente, mas se aprende com a experiência. É vivenciado na prática. A ação dos pais é básica e a vida em família constitui a principal escola. A RESPONSABILIDADE SE APRENDE NA VIDA FAMILIAR. Um erro frequente de muitos pais é, por exemplo, fazerem tudo pelas crianças, impedindo-as de crescer dentro daquilo que elas podem oferecer, impedindo-lhes, na prática, que assumam as pequenas responsabilidades. Depois dessas, virão as maiores, com certeza. 

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Veja, a seguir, algumas dicas para criar filhos responsáveis: 

  1. Dar responsabilidades para as crianças desde cedo é essencial. As crianças começam imitando os pais nas suas próprias atitudes e formas de cuidar, arrumar, organizar, limpar e até de falar! Por isso, é tão essencial o fazer dos pais, antes de dar essas responsabilidades, pois a criança, naturalmente, irá imitá-los. Isso vale para tudo. Nós somos os primeiros modelos que as crianças possuem. Então, peça para que todos participem das tarefas do lar. Os cuidados com a casa devem ser de responsabilidade de todos da família, mesmo quando ela conta com a ajuda de uma empregada doméstica. Se a criança cresce vendo que algum familiar não precisa fazer nada no lar, vai questionar por que ela precisa participar. 
  2. Ensine seu filho a cuidar do que é dele. Desde bem pequenas, as crianças devem aprender a cuidar de si mesmas e de suas coisas. Depois de brincar, os pais devem orientar os filhos a guardar e organizar seus brinquedos. No começo, devem fazer isso junto com eles e, depois, deixar que façam sozinhos. Mas é importante usar A FALA certa ao fazer a tarefa junto com o filho: “Não diga: ‘ajude-me a arrumar os seus brinquedos’, porque isso vai mostrar à criança que essa é uma responsabilidade da mãe ou do pai, quando, na verdade, é dela. O certo é dizer “vou ajudar você a guardar seus brinquedos para mostrar como se faz”. Não faça pelo seu filho o que é tarefa dele. Assim, como os pais não devem fazer a tarefa escolar dos filhos, mas ajudá-los em suas dúvidas, não devem também fazer as tarefas domésticas das crianças quando eles se esquecem ou se recusam a fazê-las. Fazer a lição de casa ou as tarefas pelo filho só prejudica o processo de desenvolvimento e aprendizagem. Pode ser um caminho mais ‘rápido’ e, aparentemente, fácil para os pais, mas no futuro trará consequências prejudiciais para a autonomia e responsabilidade da criança. 
  3. Converse com seu filho e estabeleça as regras. Cobre o que foi combinado e cumpra o que você estipulou. Seja sempre muito coerente. 
  4. Quando as crianças são bem pequenas, os pais podem dar reforços positivos a cada tarefa executada: “Você pode combinar com a criança de pintar 5 carinhas felizes em uma folha de papel ou caderno quando ela guarda os brinquedos, por exemplo”. Para as crianças mais velhas, ou para os adolescentes, vale estabelecer as consequências caso as tarefas não sejam cumpridas, como retirar um valor da mesada ou não as deixar fazer algo de que gostam; ou, ainda, cortar o videogame/celular no final de semana. Dessa forma, eles perceberão que todo ato tem uma consequência, ou seja, o princípio do semear e colher. Aprenderão que responsabilidade é uma virtude e uma necessidade para vivermos bem, conosco mesmos e em sociedade. Aprenderão, ainda, que a responsabilidade e a obediência, na verdade, nos protegem.

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Filhos responsáveis, com certeza, serão filhos melhores e alunos mais aplicados. Juntos, estejamos ensinando a eles como ser mais responsáveis, com nossos atos e com nossos exemplos diários. 

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