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Crianças devem usar as máscaras caseiras recomendadas pelo Ministério da Saúde?
Para ajudar a prevenir a propagação do novo coronavírus, a recomendação no Brasil passou a ser que todos usem máscaras caseiras ao sair de casa. O Ministério da Saúde “orienta a produção de modelos simples, de pano, que também funcionam como barreiras na propagação da doença”, segundo o site do órgão. No entanto, isso levanta uma questão importante. As crianças também devem usar essas máscaras?
O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês), órgão de saúde dos Estados Unidos, alerta: crianças menores de dois anos não devem usar as máscaras caseiras de pano. Pessoas com problemas respiratórios, inconscientes, incapacitadas ou que não consigam remover as máscaras sozinhas também não devem usá-las.
Segundo a pediatra Flávia Oliveira, membro da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), a recomendação do CDC ocorre devido ao risco de sufocamento. Além disso, crianças nessa faixa etária não entendem que não podem manipular a máscara. “Caso precise sair com elas, no caso de ida ao médico ou farmácia, por exemplo, cubra o carrinho com um tecido para minimizar contato e mantenha distância de pelo menos dois metros de outras pessoas”, aconselha.
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Crianças que não se enquadram nos grupos que não podem usar as máscaras precisam seguir a orientação do Ministério da Saúde. “Crianças maiores de dois anos, caso necessitem sair, devem usar máscara se houver risco de tocar superfícies ou de não manter o distanciamento de pelo menos dois metros”, explica a médica.
É preciso ter cuidado com o tamanho das máscaras, pois elas só funcionam se estiverem corretamente ajustadas ao rosto. Os pais também têm que se atentar ao comportamento dos pequenos que estão usando a proteção, pois eles podem se incomodar e encostar na máscara ou no rosto, o que não deveria acontecer porque aumenta o risco de contaminação.
A principal função das máscaras caseiras é impedir que a pessoa contamine outras, já que elas retém as gotículas respiratórias de quem as usa – por isso, seu uso é recomendado fora de casa. Mas o Ministério da Saúde continua orientando que as pessoas só saiam de casa quando é extremamente necessário, como para ir ao mercado ou à farmácia, compromissos aos quais a criança não precisa nem deve comparecer neste momento. Caso a saída da criança seja imprescindível, é aí que entram as máscaras. “O ideal é ficar em casa”, diz a pediatra. “Caso a criança esteja sintomática, com febre e tosse, por exemplo, deve receber orientação de seu médico e decidir a necessidade de avaliação presencial”.
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E se a criança não quiser usar a máscara?
Caso a criança se recuse a usar a máscara, a Dra. Oliveira afirma ser preciso que os pais tenham absoluta certeza de que elas entendem que não poderão tocar nos objetos e no rosto e que deverão manter distância de outras pessoas.
Mark Sawyer e Meg Fisher, médicos especialistas em doenças infecciosas pediátricas consultados pelo jornal americano The New York Times, apontam que pais de crianças com seis anos ou menos podem encontrar mais resistência. Para Sawyer, é melhor tentar que as crianças usem do que não tentar. Fisher, porém, alerta que os pais não devem insistir demais:
“Forçar uma criança na faixa de dois a três anos a fazer algo que ela não quer é pedir para ter problemas”.
Segundo ela, é a fase das birras e o nível da maturidade da criança vai determinar o quanto ela irá colaborar. Já com crianças de quatro anos ou mais, é possível perguntar se elas usariam a máscara, explicando as razões para isso.
As máscaras de tecido precisam seguir algumas especificações para funcionar. Clique aqui para conferir as instruções do Ministério da Saúde sobre como fazer sua máscara caseira.
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Heloisa Scognamiglio
Jornalista formada pela Unesp. Foi trainee do jornal O Estado de S. Paulo e colaboradora em jornalismo da TV Unesp. Na faculdade, atuou como repórter e editora de internacional no site Webjornal Unesp e como repórter do Jornal Comunitário Voz do Nicéia. Também fez parte da Jornal Jr., empresa júnior de comunicação, e teve experiências como redatora e como assessora de comunicação e imprensa.
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