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Conviver com um cachorro ajuda a desenvolver habilidades sociais das crianças, diz estudo
Na primeira infância, fase que vai do nascimento até a criança completar seis anos de idade, as interações sociais são muito importantes. Elas contribuem para o desenvolvimento infantil como um todo, sendo fundamental para o exercício da empatia e para a formação das habilidades sociais e emocionais. E ter um cachorro pode ajudar as crianças nessa etapa de desenvolvimento. É o que diz uma pesquisa realizada na Austrália.
O estudo foi conduzido por pesquisadoras da Universidade da Austrália Ocidental (University of Western Australia) e publicado no início do mês no periódico Pediatric Research. Foram analisados 1646 questionários preenchidos por pais de crianças entre três e cinco anos de idade. Os questionários traziam perguntas sobre a rotina das crianças (como hábitos de sono, por exemplo) além, é claro, se havia ou não um cãozinho na casa e como ele interagia com os pequenos. Os resultados apontaram que ter um cachorro, conviver, brincar e passear com ele incentiva o desenvolvimento das crianças.
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Na pesquisa, crianças pequenas que viviam tendo contato direto com os cães apresentaram 30% menos chances de ter problemas de conduta ou de relacionamento com seus colegas do que as que não conviviam com um cachorro. Outros benefícios de se conviver com um cãozinho na primeira infância também apareceram no estudo: passear com o cachorro pelo menos uma vez por semana e brincar com ele três vezes ou mais por semana também são ações que aumentam ainda mais a capacidade de socialização dos pequenos.
A ideia para a pesquisa veio da percepção das autoras de que há estudos sobre os benefícios da convivência com cachorros, principalmente em relação às atividades físicas – mas, geralmente, esses estudos são focados em crianças mais velhas ou adolescentes. Considerando pesquisas anteriores e também a importância da atividade física para o desenvolvimento infantil, as pesquisadoras resolveram investigar se os benefícios em relação a ter um cachorro também se aplicavam à primeira infância.
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“Nossos resultados destacam os possíveis benefícios de se ter um cachorro para a realização de atividade física e para o desenvolvimento socioemocional das crianças em idade pré-escolar”, diz a pesquisa.
No entanto, como todo estudo, esse também tem suas limitações. As pesquisadoras não tinham acesso a detalhes sobre a estrutura das famílias que responderam os questionários da pesquisa – os resultados poderiam apenas representar famílias com mais condições de fornecer ambientes acolhedores para os filhos. Também há outros estudos que ligam animais de estimação a donos mais solitários, deprimidos e tendo outros problemas de saúde.
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Em entrevista à CNN, a professora e pesquisadora da Universidade da Austrália Ocidental Hayley Christian, principal autora do estudo, afirmou que um cachorro requer vários cuidados e pode viver de sete a quatorze anos – e crianças na primeira infância não terão capacidade de cuidar deles, portanto os pais serão os cuidadores caso estejam pensando em arrumar um cãozinho para seus filhos pequenos. Ela ressaltou que é importante ter tudo isso em mente, além de refletir bem se um cachorro realmente se encaixa na rotina e no estilo de vida da família.
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Heloisa Scognamiglio
Jornalista formada pela Unesp. Foi trainee do jornal O Estado de S. Paulo e colaboradora em jornalismo da TV Unesp. Na faculdade, atuou como repórter e editora de internacional no site Webjornal Unesp e como repórter do Jornal Comunitário Voz do Nicéia. Também fez parte da Jornal Jr., empresa júnior de comunicação, e teve experiências como redatora e como assessora de comunicação e imprensa.
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