Por Priscila Carvalho, da Agência Einstein – Cerca de 340 mil bebês nascem prematuros todos os anos no Brasil, de acordo com dados do Ministério da Saúde. Isso significa que 12% do total de nascimentos ocorrem antes de a mulher completar a 37ª semana de gestação, elevando o risco de mortalidade infantil e outras sequelas.
Embora uma gestação completa dure entre 37 e 42 semanas, os prematuros podem chegar em três momentos:
- Prematuros “extremos”: antes de 28 semanas;
- Prematuros “intermediários”: entre 28 e 34 semanas;
- Prematuros “tardios”: entre 34 e 37 semanas.
Causas do problema
A prematuridade pode estar ligada tanto às condições maternas, quanto fetais e placentárias.
Materna: Pode ser provocada por infecções que a mulher adquira durante a gestação, como a COVID-19. Outras doenças, como hipertensão e diabetes gestacional, também estão associadas, bem como hemorragias e o uso de drogas ou álcool.
Fetal: Geralmente ocorre quando o desenvolvimento do bebê dentro do útero paralisa. Muitas vezes, por indicação médica, é necessário realizar o parto antes da hora. “Outra causa importante é a gestação gemelar [gêmeos], que aumenta o risco [do parto prematuro]. Condições como uma anemia fetal também pioram o problema”, explica Maria Albertina Rego, presidente do departamento científico de neonatologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).
Placentária: Ocorre quando a gestante tem a chamada “bolsa rota” ou amniorrexe, o rompimento espontâneo da membrana amniótica (camada mais interna da placenta), antes mesmo de a gestante iniciar o trabalho de parto.
Sinais de risco para o parto prematuro:
- Contrações uterinas frequentes e regulares;
- Aumento de secreção vaginal acompanhado de dor pélvica;
- Sangramento vaginal;
- Dilatação precoce do colo uterino;
- Alteração da vitalidade fetal (bem-estar fetal);
- Alteração materna (aumento da pressão arterial).
Prevenção
Para evitar a prematuridade, o ideal é que a gestante faça um pré-natal adequado, com acompanhamento da evolução do bebê e os parâmetros de saúde.
“Podem ser necessárias internações, exames extras e medicações para diminuir esse risco. Mas nem sempre pode ser evitado, então deve ser acompanhado e conduzido da melhor forma possível para o melhor desfecho materno-fetal’, explica Cynthia van Tol Duarte, ginecologista com especialização em endoscopia ginecológica pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.
É necessário ainda investir em ações preventivas como o controle de hábitos sedentários, evitar o uso do cigarro e drogas, e controle de outras doenças.
Cuidados após o nascimento
Ao nascer prematuro, o bebê precisará de suporte nutricional, parenteral e de aparelhos para respirar, além de outros procedimentos. Nesta fase, é muito importante garantir uma melhora no desenvolvimento, já que é possível surgir infecções, como a sepse.
Nascer prematuro pode ainda provocar sequelas após o nascimento. Entre as principais estão: dificuldade para manter a temperatura, para se alimentar e respirar, hemorragias e retinopatia da prematuridade (condição que afeta os vasos sanguíneos que chegam à retina dos olhos).
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