‎Verônica Fraidenraich

LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n

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Amamentar deitada é seguro? O que toda mãe precisa saber antes de tentar

A infância em looping: o que a denúncia contra o TikTok revela para nós, mães

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\"Pesquisas como a TIC Kids Online Brasil s\u00e3o de extrema relev\u00e2ncia para entendermos o cen\u00e1rio atual e fortalecermos o letramento e inclus\u00e3o digital dos mais jovens, com mais seguran\u00e7a e qualidade, quest\u00f5es intr\u00ednsecas ao trabalho realizado pelo Comit\u00ea Gestor da Internet no Brasil\", pondera Jos\u00e9 Gontijo, coordenador do CGI.br.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
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\"A pesquisa busca levantar evid\u00eancias que contribuam para a promo\u00e7\u00e3o de direitos e do bem-estar de crian\u00e7as e adolescentes. Desse modo, para al\u00e9m das atividades presentes na s\u00e9rie hist\u00f3rica da pesquisa, o uso da rede na busca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e apoio emocional passou a ser um tema relevante de investiga\u00e7\u00e3o\", sinaliza Barbosa.<\/p>\n\n\n\n
\"Pesquisas como a TIC Kids Online Brasil s\u00e3o de extrema relev\u00e2ncia para entendermos o cen\u00e1rio atual e fortalecermos o letramento e inclus\u00e3o digital dos mais jovens, com mais seguran\u00e7a e qualidade, quest\u00f5es intr\u00ednsecas ao trabalho realizado pelo Comit\u00ea Gestor da Internet no Brasil\", pondera Jos\u00e9 Gontijo, coordenador do CGI.br.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
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Informa\u00e7\u00f5es sobre alimenta\u00e7\u00e3o (55%);
Preven\u00e7\u00e3o e tratamento de doen\u00e7as (38%);
Exerc\u00edcios e meios para ficar em forma (36%);
Informa\u00e7\u00f5es sobre medicamentos (22%);<\/li>
Discuss\u00f5es sobre sa\u00fade sexual e educa\u00e7\u00e3o sexual (21%).<\/li><\/ul>\n\n\n\n
\"A pesquisa busca levantar evid\u00eancias que contribuam para a promo\u00e7\u00e3o de direitos e do bem-estar de crian\u00e7as e adolescentes. Desse modo, para al\u00e9m das atividades presentes na s\u00e9rie hist\u00f3rica da pesquisa, o uso da rede na busca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e apoio emocional passou a ser um tema relevante de investiga\u00e7\u00e3o\", sinaliza Barbosa.<\/p>\n\n\n\n
\"Pesquisas como a TIC Kids Online Brasil s\u00e3o de extrema relev\u00e2ncia para entendermos o cen\u00e1rio atual e fortalecermos o letramento e inclus\u00e3o digital dos mais jovens, com mais seguran\u00e7a e qualidade, quest\u00f5es intr\u00ednsecas ao trabalho realizado pelo Comit\u00ea Gestor da Internet no Brasil\", pondera Jos\u00e9 Gontijo, coordenador do CGI.br.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"] <\/p>\n","post_title":"93% dos jovens entre 9 e 17 anos usam a internet no pa\u00eds, revela pesquisa","post_excerpt":"Pesquisa TIC Kids Online Brasil 2021 tamb\u00e9m mostrou que a TikTok \u00e9 a principal rede social utilizada por crian\u00e7as e adolescentes","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"93-dos-jovens-entre-9-e-17-anos-usam-a-internet-revela-pesquisa-tic-kids-online-2021","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-23 11:24:47","post_modified_gmt":"2022-08-23 14:24:47","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64334","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"}],"next":false,"prev":true,"total_page":12},"paged":1,"column_class":"jeg_col_2o3","class":"epic_block_3"};

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Entre os temas mais procurados relacionados \u00e0 sa\u00fade est\u00e3o:<\/p>\n\n\n\n
Informa\u00e7\u00f5es sobre alimenta\u00e7\u00e3o (55%);
Preven\u00e7\u00e3o e tratamento de doen\u00e7as (38%);
Exerc\u00edcios e meios para ficar em forma (36%);
Informa\u00e7\u00f5es sobre medicamentos (22%);<\/li>
Discuss\u00f5es sobre sa\u00fade sexual e educa\u00e7\u00e3o sexual (21%).<\/li><\/ul>\n\n\n\n
\"A pesquisa busca levantar evid\u00eancias que contribuam para a promo\u00e7\u00e3o de direitos e do bem-estar de crian\u00e7as e adolescentes. Desse modo, para al\u00e9m das atividades presentes na s\u00e9rie hist\u00f3rica da pesquisa, o uso da rede na busca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e apoio emocional passou a ser um tema relevante de investiga\u00e7\u00e3o\", sinaliza Barbosa.<\/p>\n\n\n\n
\"Pesquisas como a TIC Kids Online Brasil s\u00e3o de extrema relev\u00e2ncia para entendermos o cen\u00e1rio atual e fortalecermos o letramento e inclus\u00e3o digital dos mais jovens, com mais seguran\u00e7a e qualidade, quest\u00f5es intr\u00ednsecas ao trabalho realizado pelo Comit\u00ea Gestor da Internet no Brasil\", pondera Jos\u00e9 Gontijo, coordenador do CGI.br.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
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A pesquisa tamb\u00e9m constatou que 32% dos jovens entre 11 e 17 anos procuram ajuda para lidar com algo ruim que vivenciaram<\/strong>, ou para falar sobre suas emo\u00e7\u00f5es<\/strong> quando se sentiram tristes. <\/p>\n\n\n\n
Entre os temas mais procurados relacionados \u00e0 sa\u00fade est\u00e3o:<\/p>\n\n\n\n
Informa\u00e7\u00f5es sobre alimenta\u00e7\u00e3o (55%);
Preven\u00e7\u00e3o e tratamento de doen\u00e7as (38%);
Exerc\u00edcios e meios para ficar em forma (36%);
Informa\u00e7\u00f5es sobre medicamentos (22%);<\/li>
Discuss\u00f5es sobre sa\u00fade sexual e educa\u00e7\u00e3o sexual (21%).<\/li><\/ul>\n\n\n\n
\"A pesquisa busca levantar evid\u00eancias que contribuam para a promo\u00e7\u00e3o de direitos e do bem-estar de crian\u00e7as e adolescentes. Desse modo, para al\u00e9m das atividades presentes na s\u00e9rie hist\u00f3rica da pesquisa, o uso da rede na busca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e apoio emocional passou a ser um tema relevante de investiga\u00e7\u00e3o\", sinaliza Barbosa.<\/p>\n\n\n\n
\"Pesquisas como a TIC Kids Online Brasil s\u00e3o de extrema relev\u00e2ncia para entendermos o cen\u00e1rio atual e fortalecermos o letramento e inclus\u00e3o digital dos mais jovens, com mais seguran\u00e7a e qualidade, quest\u00f5es intr\u00ednsecas ao trabalho realizado pelo Comit\u00ea Gestor da Internet no Brasil\", pondera Jos\u00e9 Gontijo, coordenador do CGI.br.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
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Amamentar deitada é seguro? O que toda mãe precisa saber antes de tentar

A infância em looping: o que a denúncia contra o TikTok revela para nós, mães

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Busca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e bem-estar<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa tamb\u00e9m constatou que 32% dos jovens entre 11 e 17 anos procuram ajuda para lidar com algo ruim que vivenciaram<\/strong>, ou para falar sobre suas emo\u00e7\u00f5es<\/strong> quando se sentiram tristes. <\/p>\n\n\n\n
Entre os temas mais procurados relacionados \u00e0 sa\u00fade est\u00e3o:<\/p>\n\n\n\n
Informa\u00e7\u00f5es sobre alimenta\u00e7\u00e3o (55%);
Preven\u00e7\u00e3o e tratamento de doen\u00e7as (38%);
Exerc\u00edcios e meios para ficar em forma (36%);
Informa\u00e7\u00f5es sobre medicamentos (22%);<\/li>
Discuss\u00f5es sobre sa\u00fade sexual e educa\u00e7\u00e3o sexual (21%).<\/li><\/ul>\n\n\n\n
\"A pesquisa busca levantar evid\u00eancias que contribuam para a promo\u00e7\u00e3o de direitos e do bem-estar de crian\u00e7as e adolescentes. Desse modo, para al\u00e9m das atividades presentes na s\u00e9rie hist\u00f3rica da pesquisa, o uso da rede na busca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e apoio emocional passou a ser um tema relevante de investiga\u00e7\u00e3o\", sinaliza Barbosa.<\/p>\n\n\n\n
\"Pesquisas como a TIC Kids Online Brasil s\u00e3o de extrema relev\u00e2ncia para entendermos o cen\u00e1rio atual e fortalecermos o letramento e inclus\u00e3o digital dos mais jovens, com mais seguran\u00e7a e qualidade, quest\u00f5es intr\u00ednsecas ao trabalho realizado pelo Comit\u00ea Gestor da Internet no Brasil\", pondera Jos\u00e9 Gontijo, coordenador do CGI.br.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
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Equipamentos eletr\u00f4nicos (60%); <\/li>
Roupas e sapatos (60%); <\/li>
Comidas, bebidas ou doces (57%); <\/li>
Videogames ou jogos (46%); <\/li>
Maquiagem e outros produtos de beleza (46%).\u00a0<\/li><\/ul>\n\n\n\n
Busca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e bem-estar<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa tamb\u00e9m constatou que 32% dos jovens entre 11 e 17 anos procuram ajuda para lidar com algo ruim que vivenciaram<\/strong>, ou para falar sobre suas emo\u00e7\u00f5es<\/strong> quando se sentiram tristes. <\/p>\n\n\n\n
Entre os temas mais procurados relacionados \u00e0 sa\u00fade est\u00e3o:<\/p>\n\n\n\n
Informa\u00e7\u00f5es sobre alimenta\u00e7\u00e3o (55%);
Preven\u00e7\u00e3o e tratamento de doen\u00e7as (38%);
Exerc\u00edcios e meios para ficar em forma (36%);
Informa\u00e7\u00f5es sobre medicamentos (22%);<\/li>
Discuss\u00f5es sobre sa\u00fade sexual e educa\u00e7\u00e3o sexual (21%).<\/li><\/ul>\n\n\n\n
\"A pesquisa busca levantar evid\u00eancias que contribuam para a promo\u00e7\u00e3o de direitos e do bem-estar de crian\u00e7as e adolescentes. Desse modo, para al\u00e9m das atividades presentes na s\u00e9rie hist\u00f3rica da pesquisa, o uso da rede na busca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e apoio emocional passou a ser um tema relevante de investiga\u00e7\u00e3o\", sinaliza Barbosa.<\/p>\n\n\n\n
\"Pesquisas como a TIC Kids Online Brasil s\u00e3o de extrema relev\u00e2ncia para entendermos o cen\u00e1rio atual e fortalecermos o letramento e inclus\u00e3o digital dos mais jovens, com mais seguran\u00e7a e qualidade, quest\u00f5es intr\u00ednsecas ao trabalho realizado pelo Comit\u00ea Gestor da Internet no Brasil\", pondera Jos\u00e9 Gontijo, coordenador do CGI.br.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
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Por que o refluxo atinge quase todas as gestantes (e o que realmente vale a pena fazer)?

Amamentar deitada é seguro? O que toda mãe precisa saber antes de tentar

A infância em looping: o que a denúncia contra o TikTok revela para nós, mães

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Entre as atividades multim\u00eddia, as mais acessadas pelas crian\u00e7as s\u00e3o ouvir m\u00fasica (80%), assistir a v\u00eddeos, programas, filmes ou s\u00e9ries (84%), S\u00edtios de v\u00eddeos (67%) e redes sociais (61%) est\u00e3o entre as principais plataformas em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios de internet declaram ter visto propaganda de produtos ou marcas. Pessoas ensinando como usar algum produto (62%) e abrindo embalagens -- o chamado unboxing<\/em><\/strong> - (61%) foram os principais conte\u00fados de imagem ou v\u00eddeo em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios da rede tiveram contato com divulga\u00e7\u00e3o de produtos ou marcas. Entre as principais categorias de produtos ou marcas vistas no ambiente online<\/em> est\u00e3o: <\/p>\n\n\n\n
Equipamentos eletr\u00f4nicos (60%); <\/li>
Roupas e sapatos (60%); <\/li>
Comidas, bebidas ou doces (57%); <\/li>
Videogames ou jogos (46%); <\/li>
Maquiagem e outros produtos de beleza (46%).\u00a0<\/li><\/ul>\n\n\n\n
Busca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e bem-estar<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa tamb\u00e9m constatou que 32% dos jovens entre 11 e 17 anos procuram ajuda para lidar com algo ruim que vivenciaram<\/strong>, ou para falar sobre suas emo\u00e7\u00f5es<\/strong> quando se sentiram tristes. <\/p>\n\n\n\n
Entre os temas mais procurados relacionados \u00e0 sa\u00fade est\u00e3o:<\/p>\n\n\n\n
Informa\u00e7\u00f5es sobre alimenta\u00e7\u00e3o (55%);
Preven\u00e7\u00e3o e tratamento de doen\u00e7as (38%);
Exerc\u00edcios e meios para ficar em forma (36%);
Informa\u00e7\u00f5es sobre medicamentos (22%);<\/li>
Discuss\u00f5es sobre sa\u00fade sexual e educa\u00e7\u00e3o sexual (21%).<\/li><\/ul>\n\n\n\n
\"A pesquisa busca levantar evid\u00eancias que contribuam para a promo\u00e7\u00e3o de direitos e do bem-estar de crian\u00e7as e adolescentes. Desse modo, para al\u00e9m das atividades presentes na s\u00e9rie hist\u00f3rica da pesquisa, o uso da rede na busca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e apoio emocional passou a ser um tema relevante de investiga\u00e7\u00e3o\", sinaliza Barbosa.<\/p>\n\n\n\n
\"Pesquisas como a TIC Kids Online Brasil s\u00e3o de extrema relev\u00e2ncia para entendermos o cen\u00e1rio atual e fortalecermos o letramento e inclus\u00e3o digital dos mais jovens, com mais seguran\u00e7a e qualidade, quest\u00f5es intr\u00ednsecas ao trabalho realizado pelo Comit\u00ea Gestor da Internet no Brasil\", pondera Jos\u00e9 Gontijo, coordenador do CGI.br.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"] <\/p>\n","post_title":"93% dos jovens entre 9 e 17 anos usam a internet no pa\u00eds, revela pesquisa","post_excerpt":"Pesquisa TIC Kids Online Brasil 2021 tamb\u00e9m mostrou que a TikTok \u00e9 a principal rede social utilizada por crian\u00e7as e adolescentes","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"93-dos-jovens-entre-9-e-17-anos-usam-a-internet-revela-pesquisa-tic-kids-online-2021","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-23 11:24:47","post_modified_gmt":"2022-08-23 14:24:47","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64334","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"}],"next":false,"prev":true,"total_page":12},"paged":1,"column_class":"jeg_col_2o3","class":"epic_block_3"};

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Amamentar deitada é seguro? O que toda mãe precisa saber antes de tentar

A infância em looping: o que a denúncia contra o TikTok revela para nós, mães

\n
Acesso a propagandas<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
Entre as atividades multim\u00eddia, as mais acessadas pelas crian\u00e7as s\u00e3o ouvir m\u00fasica (80%), assistir a v\u00eddeos, programas, filmes ou s\u00e9ries (84%), S\u00edtios de v\u00eddeos (67%) e redes sociais (61%) est\u00e3o entre as principais plataformas em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios de internet declaram ter visto propaganda de produtos ou marcas. Pessoas ensinando como usar algum produto (62%) e abrindo embalagens -- o chamado unboxing<\/em><\/strong> - (61%) foram os principais conte\u00fados de imagem ou v\u00eddeo em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios da rede tiveram contato com divulga\u00e7\u00e3o de produtos ou marcas. Entre as principais categorias de produtos ou marcas vistas no ambiente online<\/em> est\u00e3o: <\/p>\n\n\n\n
Equipamentos eletr\u00f4nicos (60%); <\/li>
Roupas e sapatos (60%); <\/li>
Comidas, bebidas ou doces (57%); <\/li>
Videogames ou jogos (46%); <\/li>
Maquiagem e outros produtos de beleza (46%).\u00a0<\/li><\/ul>\n\n\n\n
Busca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e bem-estar<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa tamb\u00e9m constatou que 32% dos jovens entre 11 e 17 anos procuram ajuda para lidar com algo ruim que vivenciaram<\/strong>, ou para falar sobre suas emo\u00e7\u00f5es<\/strong> quando se sentiram tristes. <\/p>\n\n\n\n
Entre os temas mais procurados relacionados \u00e0 sa\u00fade est\u00e3o:<\/p>\n\n\n\n
Informa\u00e7\u00f5es sobre alimenta\u00e7\u00e3o (55%);
Preven\u00e7\u00e3o e tratamento de doen\u00e7as (38%);
Exerc\u00edcios e meios para ficar em forma (36%);
Informa\u00e7\u00f5es sobre medicamentos (22%);<\/li>
Discuss\u00f5es sobre sa\u00fade sexual e educa\u00e7\u00e3o sexual (21%).<\/li><\/ul>\n\n\n\n
\"A pesquisa busca levantar evid\u00eancias que contribuam para a promo\u00e7\u00e3o de direitos e do bem-estar de crian\u00e7as e adolescentes. Desse modo, para al\u00e9m das atividades presentes na s\u00e9rie hist\u00f3rica da pesquisa, o uso da rede na busca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e apoio emocional passou a ser um tema relevante de investiga\u00e7\u00e3o\", sinaliza Barbosa.<\/p>\n\n\n\n
\"Pesquisas como a TIC Kids Online Brasil s\u00e3o de extrema relev\u00e2ncia para entendermos o cen\u00e1rio atual e fortalecermos o letramento e inclus\u00e3o digital dos mais jovens, com mais seguran\u00e7a e qualidade, quest\u00f5es intr\u00ednsecas ao trabalho realizado pelo Comit\u00ea Gestor da Internet no Brasil\", pondera Jos\u00e9 Gontijo, coordenador do CGI.br.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
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LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Acesso a propagandas<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
Entre as atividades multim\u00eddia, as mais acessadas pelas crian\u00e7as s\u00e3o ouvir m\u00fasica (80%), assistir a v\u00eddeos, programas, filmes ou s\u00e9ries (84%), S\u00edtios de v\u00eddeos (67%) e redes sociais (61%) est\u00e3o entre as principais plataformas em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios de internet declaram ter visto propaganda de produtos ou marcas. Pessoas ensinando como usar algum produto (62%) e abrindo embalagens -- o chamado unboxing<\/em><\/strong> - (61%) foram os principais conte\u00fados de imagem ou v\u00eddeo em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios da rede tiveram contato com divulga\u00e7\u00e3o de produtos ou marcas. Entre as principais categorias de produtos ou marcas vistas no ambiente online<\/em> est\u00e3o: <\/p>\n\n\n\n
Equipamentos eletr\u00f4nicos (60%); <\/li>
Roupas e sapatos (60%); <\/li>
Comidas, bebidas ou doces (57%); <\/li>
Videogames ou jogos (46%); <\/li>
Maquiagem e outros produtos de beleza (46%).\u00a0<\/li><\/ul>\n\n\n\n
Busca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e bem-estar<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa tamb\u00e9m constatou que 32% dos jovens entre 11 e 17 anos procuram ajuda para lidar com algo ruim que vivenciaram<\/strong>, ou para falar sobre suas emo\u00e7\u00f5es<\/strong> quando se sentiram tristes. <\/p>\n\n\n\n
Entre os temas mais procurados relacionados \u00e0 sa\u00fade est\u00e3o:<\/p>\n\n\n\n
Informa\u00e7\u00f5es sobre alimenta\u00e7\u00e3o (55%);
Preven\u00e7\u00e3o e tratamento de doen\u00e7as (38%);
Exerc\u00edcios e meios para ficar em forma (36%);
Informa\u00e7\u00f5es sobre medicamentos (22%);<\/li>
Discuss\u00f5es sobre sa\u00fade sexual e educa\u00e7\u00e3o sexual (21%).<\/li><\/ul>\n\n\n\n
\"A pesquisa busca levantar evid\u00eancias que contribuam para a promo\u00e7\u00e3o de direitos e do bem-estar de crian\u00e7as e adolescentes. Desse modo, para al\u00e9m das atividades presentes na s\u00e9rie hist\u00f3rica da pesquisa, o uso da rede na busca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e apoio emocional passou a ser um tema relevante de investiga\u00e7\u00e3o\", sinaliza Barbosa.<\/p>\n\n\n\n
\"Pesquisas como a TIC Kids Online Brasil s\u00e3o de extrema relev\u00e2ncia para entendermos o cen\u00e1rio atual e fortalecermos o letramento e inclus\u00e3o digital dos mais jovens, com mais seguran\u00e7a e qualidade, quest\u00f5es intr\u00ednsecas ao trabalho realizado pelo Comit\u00ea Gestor da Internet no Brasil\", pondera Jos\u00e9 Gontijo, coordenador do CGI.br.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
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Amamentar deitada é seguro? O que toda mãe precisa saber antes de tentar

A infância em looping: o que a denúncia contra o TikTok revela para nós, mães

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A pesquisa TIC Kids Online <\/a>detectou, ainda, que o telefone celular segue como o principal meio de conex\u00e3o \u00e0 rede nos diferentes extratos sociais. Para 53%, o celular foi o \u00fanico dispositivo usado, realidade que se verificou mais presente nas classes DE (78%) e C (52%) do que nas classes AB (18%). <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Acesso a propagandas<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
Entre as atividades multim\u00eddia, as mais acessadas pelas crian\u00e7as s\u00e3o ouvir m\u00fasica (80%), assistir a v\u00eddeos, programas, filmes ou s\u00e9ries (84%), S\u00edtios de v\u00eddeos (67%) e redes sociais (61%) est\u00e3o entre as principais plataformas em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios de internet declaram ter visto propaganda de produtos ou marcas. Pessoas ensinando como usar algum produto (62%) e abrindo embalagens -- o chamado unboxing<\/em><\/strong> - (61%) foram os principais conte\u00fados de imagem ou v\u00eddeo em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios da rede tiveram contato com divulga\u00e7\u00e3o de produtos ou marcas. Entre as principais categorias de produtos ou marcas vistas no ambiente online<\/em> est\u00e3o: <\/p>\n\n\n\n
Equipamentos eletr\u00f4nicos (60%); <\/li>
Roupas e sapatos (60%); <\/li>
Comidas, bebidas ou doces (57%); <\/li>
Videogames ou jogos (46%); <\/li>
Maquiagem e outros produtos de beleza (46%).\u00a0<\/li><\/ul>\n\n\n\nBusca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e bem-estar<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa tamb\u00e9m constatou que 32% dos jovens entre 11 e 17 anos procuram ajuda para lidar com algo ruim que vivenciaram<\/strong>, ou para falar sobre suas emo\u00e7\u00f5es<\/strong> quando se sentiram tristes. <\/p>\n\n\n\n
Entre os temas mais procurados relacionados \u00e0 sa\u00fade est\u00e3o:<\/p>\n\n\n\n
Informa\u00e7\u00f5es sobre alimenta\u00e7\u00e3o (55%);
Preven\u00e7\u00e3o e tratamento de doen\u00e7as (38%);
Exerc\u00edcios e meios para ficar em forma (36%);
Informa\u00e7\u00f5es sobre medicamentos (22%);<\/li>
Discuss\u00f5es sobre sa\u00fade sexual e educa\u00e7\u00e3o sexual (21%).<\/li><\/ul>\n\n\n\n
\"A pesquisa busca levantar evid\u00eancias que contribuam para a promo\u00e7\u00e3o de direitos e do bem-estar de crian\u00e7as e adolescentes. Desse modo, para al\u00e9m das atividades presentes na s\u00e9rie hist\u00f3rica da pesquisa, o uso da rede na busca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e apoio emocional passou a ser um tema relevante de investiga\u00e7\u00e3o\", sinaliza Barbosa.<\/p>\n\n\n\n
\"Pesquisas como a TIC Kids Online Brasil s\u00e3o de extrema relev\u00e2ncia para entendermos o cen\u00e1rio atual e fortalecermos o letramento e inclus\u00e3o digital dos mais jovens, com mais seguran\u00e7a e qualidade, quest\u00f5es intr\u00ednsecas ao trabalho realizado pelo Comit\u00ea Gestor da Internet no Brasil\", pondera Jos\u00e9 Gontijo, coordenador do CGI.br.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
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Por que o refluxo atinge quase todas as gestantes (e o que realmente vale a pena fazer)?

Amamentar deitada é seguro? O que toda mãe precisa saber antes de tentar

A infância em looping: o que a denúncia contra o TikTok revela para nós, mães

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\"Plataformas de cria\u00e7\u00e3o e compartilhamento de conte\u00fado audiovisual est\u00e3o entre as mais utilizadas por crian\u00e7as e adolescentes. Nesse contexto, a qualidade da conex\u00e3o \u00e0 Internet e dos dispositivos digitais utilizados para o acesso \u00e0 rede passam a ser determinantes para o melhor aproveitamento de oportunidades online. \u00c9 central, portanto, garantir condi\u00e7\u00f5es equitativas de conectividade para crian\u00e7as e adolescentes em diferentes contextos socioecon\u00f4micos\", aponta Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br. <\/p>\n\n\n\n
A pesquisa TIC Kids Online <\/a>detectou, ainda, que o telefone celular segue como o principal meio de conex\u00e3o \u00e0 rede nos diferentes extratos sociais. Para 53%, o celular foi o \u00fanico dispositivo usado, realidade que se verificou mais presente nas classes DE (78%) e C (52%) do que nas classes AB (18%). <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Acesso a propagandas<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
Entre as atividades multim\u00eddia, as mais acessadas pelas crian\u00e7as s\u00e3o ouvir m\u00fasica (80%), assistir a v\u00eddeos, programas, filmes ou s\u00e9ries (84%), S\u00edtios de v\u00eddeos (67%) e redes sociais (61%) est\u00e3o entre as principais plataformas em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios de internet declaram ter visto propaganda de produtos ou marcas. Pessoas ensinando como usar algum produto (62%) e abrindo embalagens -- o chamado unboxing<\/em><\/strong> - (61%) foram os principais conte\u00fados de imagem ou v\u00eddeo em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios da rede tiveram contato com divulga\u00e7\u00e3o de produtos ou marcas. Entre as principais categorias de produtos ou marcas vistas no ambiente online<\/em> est\u00e3o: <\/p>\n\n\n\n
Equipamentos eletr\u00f4nicos (60%); <\/li>
Roupas e sapatos (60%); <\/li>
Comidas, bebidas ou doces (57%); <\/li>
Videogames ou jogos (46%); <\/li>
Maquiagem e outros produtos de beleza (46%).\u00a0<\/li><\/ul>\n\n\n\nBusca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e bem-estar<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa tamb\u00e9m constatou que 32% dos jovens entre 11 e 17 anos procuram ajuda para lidar com algo ruim que vivenciaram<\/strong>, ou para falar sobre suas emo\u00e7\u00f5es<\/strong> quando se sentiram tristes. <\/p>\n\n\n\n
Entre os temas mais procurados relacionados \u00e0 sa\u00fade est\u00e3o:<\/p>\n\n\n\n
Informa\u00e7\u00f5es sobre alimenta\u00e7\u00e3o (55%);
Preven\u00e7\u00e3o e tratamento de doen\u00e7as (38%);
Exerc\u00edcios e meios para ficar em forma (36%);
Informa\u00e7\u00f5es sobre medicamentos (22%);<\/li>
Discuss\u00f5es sobre sa\u00fade sexual e educa\u00e7\u00e3o sexual (21%).<\/li><\/ul>\n\n\n\n
\"A pesquisa busca levantar evid\u00eancias que contribuam para a promo\u00e7\u00e3o de direitos e do bem-estar de crian\u00e7as e adolescentes. Desse modo, para al\u00e9m das atividades presentes na s\u00e9rie hist\u00f3rica da pesquisa, o uso da rede na busca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e apoio emocional passou a ser um tema relevante de investiga\u00e7\u00e3o\", sinaliza Barbosa.<\/p>\n\n\n\n
\"Pesquisas como a TIC Kids Online Brasil s\u00e3o de extrema relev\u00e2ncia para entendermos o cen\u00e1rio atual e fortalecermos o letramento e inclus\u00e3o digital dos mais jovens, com mais seguran\u00e7a e qualidade, quest\u00f5es intr\u00ednsecas ao trabalho realizado pelo Comit\u00ea Gestor da Internet no Brasil\", pondera Jos\u00e9 Gontijo, coordenador do CGI.br.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"] <\/p>\n","post_title":"93% dos jovens entre 9 e 17 anos usam a internet no pa\u00eds, revela pesquisa","post_excerpt":"Pesquisa TIC Kids Online Brasil 2021 tamb\u00e9m mostrou que a TikTok \u00e9 a principal rede social utilizada por crian\u00e7as e adolescentes","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"93-dos-jovens-entre-9-e-17-anos-usam-a-internet-revela-pesquisa-tic-kids-online-2021","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-23 11:24:47","post_modified_gmt":"2022-08-23 14:24:47","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64334","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"}],"next":false,"prev":true,"total_page":12},"paged":1,"column_class":"jeg_col_2o3","class":"epic_block_3"};

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Por que o refluxo atinge quase todas as gestantes (e o que realmente vale a pena fazer)?

Amamentar deitada é seguro? O que toda mãe precisa saber antes de tentar

A infância em looping: o que a denúncia contra o TikTok revela para nós, mães

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Segundo o levantamento, as crian\u00e7as tamb\u00e9m est\u00e3o passando mais tempo em jogos online - seja conectadas com outros jogadores (de 57% para 66%, entre 2021 e 2019) ou n\u00e3o conectadas a eles (de 55% para 64%) -, e fazendo mais compras no ambiente digital - cresceu de 9% para 19% no mesmo per\u00edodo. <\/p>\n\n\n\n
\"Plataformas de cria\u00e7\u00e3o e compartilhamento de conte\u00fado audiovisual est\u00e3o entre as mais utilizadas por crian\u00e7as e adolescentes. Nesse contexto, a qualidade da conex\u00e3o \u00e0 Internet e dos dispositivos digitais utilizados para o acesso \u00e0 rede passam a ser determinantes para o melhor aproveitamento de oportunidades online. \u00c9 central, portanto, garantir condi\u00e7\u00f5es equitativas de conectividade para crian\u00e7as e adolescentes em diferentes contextos socioecon\u00f4micos\", aponta Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br. <\/p>\n\n\n\n
A pesquisa TIC Kids Online <\/a>detectou, ainda, que o telefone celular segue como o principal meio de conex\u00e3o \u00e0 rede nos diferentes extratos sociais. Para 53%, o celular foi o \u00fanico dispositivo usado, realidade que se verificou mais presente nas classes DE (78%) e C (52%) do que nas classes AB (18%). <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Acesso a propagandas<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
Entre as atividades multim\u00eddia, as mais acessadas pelas crian\u00e7as s\u00e3o ouvir m\u00fasica (80%), assistir a v\u00eddeos, programas, filmes ou s\u00e9ries (84%), S\u00edtios de v\u00eddeos (67%) e redes sociais (61%) est\u00e3o entre as principais plataformas em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios de internet declaram ter visto propaganda de produtos ou marcas. Pessoas ensinando como usar algum produto (62%) e abrindo embalagens -- o chamado unboxing<\/em><\/strong> - (61%) foram os principais conte\u00fados de imagem ou v\u00eddeo em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios da rede tiveram contato com divulga\u00e7\u00e3o de produtos ou marcas. Entre as principais categorias de produtos ou marcas vistas no ambiente online<\/em> est\u00e3o: <\/p>\n\n\n\n
Equipamentos eletr\u00f4nicos (60%); <\/li>
Roupas e sapatos (60%); <\/li>
Comidas, bebidas ou doces (57%); <\/li>
Videogames ou jogos (46%); <\/li>
Maquiagem e outros produtos de beleza (46%).\u00a0<\/li><\/ul>\n\n\n\nBusca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e bem-estar<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa tamb\u00e9m constatou que 32% dos jovens entre 11 e 17 anos procuram ajuda para lidar com algo ruim que vivenciaram<\/strong>, ou para falar sobre suas emo\u00e7\u00f5es<\/strong> quando se sentiram tristes. <\/p>\n\n\n\n
Entre os temas mais procurados relacionados \u00e0 sa\u00fade est\u00e3o:<\/p>\n\n\n\n
Informa\u00e7\u00f5es sobre alimenta\u00e7\u00e3o (55%);
Preven\u00e7\u00e3o e tratamento de doen\u00e7as (38%);
Exerc\u00edcios e meios para ficar em forma (36%);
Informa\u00e7\u00f5es sobre medicamentos (22%);<\/li>
Discuss\u00f5es sobre sa\u00fade sexual e educa\u00e7\u00e3o sexual (21%).<\/li><\/ul>\n\n\n\n
\"A pesquisa busca levantar evid\u00eancias que contribuam para a promo\u00e7\u00e3o de direitos e do bem-estar de crian\u00e7as e adolescentes. Desse modo, para al\u00e9m das atividades presentes na s\u00e9rie hist\u00f3rica da pesquisa, o uso da rede na busca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e apoio emocional passou a ser um tema relevante de investiga\u00e7\u00e3o\", sinaliza Barbosa.<\/p>\n\n\n\n
\"Pesquisas como a TIC Kids Online Brasil s\u00e3o de extrema relev\u00e2ncia para entendermos o cen\u00e1rio atual e fortalecermos o letramento e inclus\u00e3o digital dos mais jovens, com mais seguran\u00e7a e qualidade, quest\u00f5es intr\u00ednsecas ao trabalho realizado pelo Comit\u00ea Gestor da Internet no Brasil\", pondera Jos\u00e9 Gontijo, coordenador do CGI.br.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"] <\/p>\n","post_title":"93% dos jovens entre 9 e 17 anos usam a internet no pa\u00eds, revela pesquisa","post_excerpt":"Pesquisa TIC Kids Online Brasil 2021 tamb\u00e9m mostrou que a TikTok \u00e9 a principal rede social utilizada por crian\u00e7as e adolescentes","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"93-dos-jovens-entre-9-e-17-anos-usam-a-internet-revela-pesquisa-tic-kids-online-2021","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-23 11:24:47","post_modified_gmt":"2022-08-23 14:24:47","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64334","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"}],"next":false,"prev":true,"total_page":12},"paged":1,"column_class":"jeg_col_2o3","class":"epic_block_3"};

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Mais Lidas

Por que o refluxo atinge quase todas as gestantes (e o que realmente vale a pena fazer)?

Amamentar deitada é seguro? O que toda mãe precisa saber antes de tentar

A infância em looping: o que a denúncia contra o TikTok revela para nós, mães

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A pesquisa, conduzida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informa\u00e7\u00e3o (Cetic.br) do N\u00facleo de Informa\u00e7\u00e3o e Coordena\u00e7\u00e3o do Ponto BR (NIC.br), entrevistou 2.651 crian\u00e7as e adolescentes com idades entre 9 e 17 anos, bem como seus pais ou respons\u00e1veis, em todo o territ\u00f3rio nacional. As entrevistas aconteceram entre outubro de 2021 e mar\u00e7o de 2022, com a finalidade de investigar oportunidades e riscos relacionados \u00e0 participa\u00e7\u00e3o online desse p\u00fablico. <\/p>\n\n\n\n
Segundo o levantamento, as crian\u00e7as tamb\u00e9m est\u00e3o passando mais tempo em jogos online - seja conectadas com outros jogadores (de 57% para 66%, entre 2021 e 2019) ou n\u00e3o conectadas a eles (de 55% para 64%) -, e fazendo mais compras no ambiente digital - cresceu de 9% para 19% no mesmo per\u00edodo. <\/p>\n\n\n\n
\"Plataformas de cria\u00e7\u00e3o e compartilhamento de conte\u00fado audiovisual est\u00e3o entre as mais utilizadas por crian\u00e7as e adolescentes. Nesse contexto, a qualidade da conex\u00e3o \u00e0 Internet e dos dispositivos digitais utilizados para o acesso \u00e0 rede passam a ser determinantes para o melhor aproveitamento de oportunidades online. \u00c9 central, portanto, garantir condi\u00e7\u00f5es equitativas de conectividade para crian\u00e7as e adolescentes em diferentes contextos socioecon\u00f4micos\", aponta Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br. <\/p>\n\n\n\n
A pesquisa TIC Kids Online <\/a>detectou, ainda, que o telefone celular segue como o principal meio de conex\u00e3o \u00e0 rede nos diferentes extratos sociais. Para 53%, o celular foi o \u00fanico dispositivo usado, realidade que se verificou mais presente nas classes DE (78%) e C (52%) do que nas classes AB (18%). <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Acesso a propagandas<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
Entre as atividades multim\u00eddia, as mais acessadas pelas crian\u00e7as s\u00e3o ouvir m\u00fasica (80%), assistir a v\u00eddeos, programas, filmes ou s\u00e9ries (84%), S\u00edtios de v\u00eddeos (67%) e redes sociais (61%) est\u00e3o entre as principais plataformas em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios de internet declaram ter visto propaganda de produtos ou marcas. Pessoas ensinando como usar algum produto (62%) e abrindo embalagens -- o chamado unboxing<\/em><\/strong> - (61%) foram os principais conte\u00fados de imagem ou v\u00eddeo em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios da rede tiveram contato com divulga\u00e7\u00e3o de produtos ou marcas. Entre as principais categorias de produtos ou marcas vistas no ambiente online<\/em> est\u00e3o: <\/p>\n\n\n\n
Equipamentos eletr\u00f4nicos (60%); <\/li>
Roupas e sapatos (60%); <\/li>
Comidas, bebidas ou doces (57%); <\/li>
Videogames ou jogos (46%); <\/li>
Maquiagem e outros produtos de beleza (46%).\u00a0<\/li><\/ul>\n\n\n\nBusca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e bem-estar<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa tamb\u00e9m constatou que 32% dos jovens entre 11 e 17 anos procuram ajuda para lidar com algo ruim que vivenciaram<\/strong>, ou para falar sobre suas emo\u00e7\u00f5es<\/strong> quando se sentiram tristes. <\/p>\n\n\n\n
Entre os temas mais procurados relacionados \u00e0 sa\u00fade est\u00e3o:<\/p>\n\n\n\n
Informa\u00e7\u00f5es sobre alimenta\u00e7\u00e3o (55%);
Preven\u00e7\u00e3o e tratamento de doen\u00e7as (38%);
Exerc\u00edcios e meios para ficar em forma (36%);
Informa\u00e7\u00f5es sobre medicamentos (22%);<\/li>
Discuss\u00f5es sobre sa\u00fade sexual e educa\u00e7\u00e3o sexual (21%).<\/li><\/ul>\n\n\n\n
\"A pesquisa busca levantar evid\u00eancias que contribuam para a promo\u00e7\u00e3o de direitos e do bem-estar de crian\u00e7as e adolescentes. Desse modo, para al\u00e9m das atividades presentes na s\u00e9rie hist\u00f3rica da pesquisa, o uso da rede na busca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e apoio emocional passou a ser um tema relevante de investiga\u00e7\u00e3o\", sinaliza Barbosa.<\/p>\n\n\n\n
\"Pesquisas como a TIC Kids Online Brasil s\u00e3o de extrema relev\u00e2ncia para entendermos o cen\u00e1rio atual e fortalecermos o letramento e inclus\u00e3o digital dos mais jovens, com mais seguran\u00e7a e qualidade, quest\u00f5es intr\u00ednsecas ao trabalho realizado pelo Comit\u00ea Gestor da Internet no Brasil\", pondera Jos\u00e9 Gontijo, coordenador do CGI.br.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"] <\/p>\n","post_title":"93% dos jovens entre 9 e 17 anos usam a internet no pa\u00eds, revela pesquisa","post_excerpt":"Pesquisa TIC Kids Online Brasil 2021 tamb\u00e9m mostrou que a TikTok \u00e9 a principal rede social utilizada por crian\u00e7as e adolescentes","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"93-dos-jovens-entre-9-e-17-anos-usam-a-internet-revela-pesquisa-tic-kids-online-2021","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-23 11:24:47","post_modified_gmt":"2022-08-23 14:24:47","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64334","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"}],"next":false,"prev":true,"total_page":12},"paged":1,"column_class":"jeg_col_2o3","class":"epic_block_3"};

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Por que o refluxo atinge quase todas as gestantes (e o que realmente vale a pena fazer)?

Amamentar deitada é seguro? O que toda mãe precisa saber antes de tentar

A infância em looping: o que a denúncia contra o TikTok revela para nós, mães

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O uso de redes sociais <\/a>pelas crian\u00e7as tamb\u00e9m tem se elevado, sendo a plataforma Tik Tok<\/a> a mais utilizada (34%), seguida pelo Instagram (33%). No Facebook, houve queda no uso de 66% para 51% no per\u00edodo citado. J\u00e1 o WhatsApp segue como a plataforma em que crian\u00e7as e adolescentes mais possuem perfil (foi de 70% em 2018 para 80% em 2021), e \u00e9 a mais difundida entre todos os estratos sociais.<\/p>\n\n\n\n
A pesquisa, conduzida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informa\u00e7\u00e3o (Cetic.br) do N\u00facleo de Informa\u00e7\u00e3o e Coordena\u00e7\u00e3o do Ponto BR (NIC.br), entrevistou 2.651 crian\u00e7as e adolescentes com idades entre 9 e 17 anos, bem como seus pais ou respons\u00e1veis, em todo o territ\u00f3rio nacional. As entrevistas aconteceram entre outubro de 2021 e mar\u00e7o de 2022, com a finalidade de investigar oportunidades e riscos relacionados \u00e0 participa\u00e7\u00e3o online desse p\u00fablico. <\/p>\n\n\n\n
Segundo o levantamento, as crian\u00e7as tamb\u00e9m est\u00e3o passando mais tempo em jogos online - seja conectadas com outros jogadores (de 57% para 66%, entre 2021 e 2019) ou n\u00e3o conectadas a eles (de 55% para 64%) -, e fazendo mais compras no ambiente digital - cresceu de 9% para 19% no mesmo per\u00edodo. <\/p>\n\n\n\n
\"Plataformas de cria\u00e7\u00e3o e compartilhamento de conte\u00fado audiovisual est\u00e3o entre as mais utilizadas por crian\u00e7as e adolescentes. Nesse contexto, a qualidade da conex\u00e3o \u00e0 Internet e dos dispositivos digitais utilizados para o acesso \u00e0 rede passam a ser determinantes para o melhor aproveitamento de oportunidades online. \u00c9 central, portanto, garantir condi\u00e7\u00f5es equitativas de conectividade para crian\u00e7as e adolescentes em diferentes contextos socioecon\u00f4micos\", aponta Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br. <\/p>\n\n\n\n
A pesquisa TIC Kids Online <\/a>detectou, ainda, que o telefone celular segue como o principal meio de conex\u00e3o \u00e0 rede nos diferentes extratos sociais. Para 53%, o celular foi o \u00fanico dispositivo usado, realidade que se verificou mais presente nas classes DE (78%) e C (52%) do que nas classes AB (18%). <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Acesso a propagandas<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
Entre as atividades multim\u00eddia, as mais acessadas pelas crian\u00e7as s\u00e3o ouvir m\u00fasica (80%), assistir a v\u00eddeos, programas, filmes ou s\u00e9ries (84%), S\u00edtios de v\u00eddeos (67%) e redes sociais (61%) est\u00e3o entre as principais plataformas em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios de internet declaram ter visto propaganda de produtos ou marcas. Pessoas ensinando como usar algum produto (62%) e abrindo embalagens -- o chamado unboxing<\/em><\/strong> - (61%) foram os principais conte\u00fados de imagem ou v\u00eddeo em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios da rede tiveram contato com divulga\u00e7\u00e3o de produtos ou marcas. Entre as principais categorias de produtos ou marcas vistas no ambiente online<\/em> est\u00e3o: <\/p>\n\n\n\n
Equipamentos eletr\u00f4nicos (60%); <\/li>
Roupas e sapatos (60%); <\/li>
Comidas, bebidas ou doces (57%); <\/li>
Videogames ou jogos (46%); <\/li>
Maquiagem e outros produtos de beleza (46%).\u00a0<\/li><\/ul>\n\n\n\nBusca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e bem-estar<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa tamb\u00e9m constatou que 32% dos jovens entre 11 e 17 anos procuram ajuda para lidar com algo ruim que vivenciaram<\/strong>, ou para falar sobre suas emo\u00e7\u00f5es<\/strong> quando se sentiram tristes. <\/p>\n\n\n\n
Entre os temas mais procurados relacionados \u00e0 sa\u00fade est\u00e3o:<\/p>\n\n\n\n
Informa\u00e7\u00f5es sobre alimenta\u00e7\u00e3o (55%);
Preven\u00e7\u00e3o e tratamento de doen\u00e7as (38%);
Exerc\u00edcios e meios para ficar em forma (36%);
Informa\u00e7\u00f5es sobre medicamentos (22%);<\/li>
Discuss\u00f5es sobre sa\u00fade sexual e educa\u00e7\u00e3o sexual (21%).<\/li><\/ul>\n\n\n\n
\"A pesquisa busca levantar evid\u00eancias que contribuam para a promo\u00e7\u00e3o de direitos e do bem-estar de crian\u00e7as e adolescentes. Desse modo, para al\u00e9m das atividades presentes na s\u00e9rie hist\u00f3rica da pesquisa, o uso da rede na busca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e apoio emocional passou a ser um tema relevante de investiga\u00e7\u00e3o\", sinaliza Barbosa.<\/p>\n\n\n\n
\"Pesquisas como a TIC Kids Online Brasil s\u00e3o de extrema relev\u00e2ncia para entendermos o cen\u00e1rio atual e fortalecermos o letramento e inclus\u00e3o digital dos mais jovens, com mais seguran\u00e7a e qualidade, quest\u00f5es intr\u00ednsecas ao trabalho realizado pelo Comit\u00ea Gestor da Internet no Brasil\", pondera Jos\u00e9 Gontijo, coordenador do CGI.br.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"] <\/p>\n","post_title":"93% dos jovens entre 9 e 17 anos usam a internet no pa\u00eds, revela pesquisa","post_excerpt":"Pesquisa TIC Kids Online Brasil 2021 tamb\u00e9m mostrou que a TikTok \u00e9 a principal rede social utilizada por crian\u00e7as e adolescentes","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"93-dos-jovens-entre-9-e-17-anos-usam-a-internet-revela-pesquisa-tic-kids-online-2021","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-23 11:24:47","post_modified_gmt":"2022-08-23 14:24:47","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64334","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"}],"next":false,"prev":true,"total_page":12},"paged":1,"column_class":"jeg_col_2o3","class":"epic_block_3"};

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Por que o refluxo atinge quase todas as gestantes (e o que realmente vale a pena fazer)?

Amamentar deitada é seguro? O que toda mãe precisa saber antes de tentar

A infância em looping: o que a denúncia contra o TikTok revela para nós, mães

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O n\u00famero de crian\u00e7as e adolescente<\/a>s conectados \u00e0 internet cresceu nos \u00faltimos anos. Segundo o estudo TIC Kids Online Brasil 2021<\/a>, rec\u00e9m-divulgado, 93% ou 22,3 milh\u00f5es das crian\u00e7as e dos adolescentes<\/a> no pa\u00eds acessaram a web<\/a> em 2021, sendo que em 2019 esse percentual era de 89%. O crescimento foi impulsionado principalmente pela maior propor\u00e7\u00e3o de usu\u00e1rios na regi\u00e3o Nordeste e nas \u00e1reas rurais. <\/p>\n\n\n\n
O uso de redes sociais <\/a>pelas crian\u00e7as tamb\u00e9m tem se elevado, sendo a plataforma Tik Tok<\/a> a mais utilizada (34%), seguida pelo Instagram (33%). No Facebook, houve queda no uso de 66% para 51% no per\u00edodo citado. J\u00e1 o WhatsApp segue como a plataforma em que crian\u00e7as e adolescentes mais possuem perfil (foi de 70% em 2018 para 80% em 2021), e \u00e9 a mais difundida entre todos os estratos sociais.<\/p>\n\n\n\n
A pesquisa, conduzida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informa\u00e7\u00e3o (Cetic.br) do N\u00facleo de Informa\u00e7\u00e3o e Coordena\u00e7\u00e3o do Ponto BR (NIC.br), entrevistou 2.651 crian\u00e7as e adolescentes com idades entre 9 e 17 anos, bem como seus pais ou respons\u00e1veis, em todo o territ\u00f3rio nacional. As entrevistas aconteceram entre outubro de 2021 e mar\u00e7o de 2022, com a finalidade de investigar oportunidades e riscos relacionados \u00e0 participa\u00e7\u00e3o online desse p\u00fablico. <\/p>\n\n\n\n
Segundo o levantamento, as crian\u00e7as tamb\u00e9m est\u00e3o passando mais tempo em jogos online - seja conectadas com outros jogadores (de 57% para 66%, entre 2021 e 2019) ou n\u00e3o conectadas a eles (de 55% para 64%) -, e fazendo mais compras no ambiente digital - cresceu de 9% para 19% no mesmo per\u00edodo. <\/p>\n\n\n\n
\"Plataformas de cria\u00e7\u00e3o e compartilhamento de conte\u00fado audiovisual est\u00e3o entre as mais utilizadas por crian\u00e7as e adolescentes. Nesse contexto, a qualidade da conex\u00e3o \u00e0 Internet e dos dispositivos digitais utilizados para o acesso \u00e0 rede passam a ser determinantes para o melhor aproveitamento de oportunidades online. \u00c9 central, portanto, garantir condi\u00e7\u00f5es equitativas de conectividade para crian\u00e7as e adolescentes em diferentes contextos socioecon\u00f4micos\", aponta Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br. <\/p>\n\n\n\n
A pesquisa TIC Kids Online <\/a>detectou, ainda, que o telefone celular segue como o principal meio de conex\u00e3o \u00e0 rede nos diferentes extratos sociais. Para 53%, o celular foi o \u00fanico dispositivo usado, realidade que se verificou mais presente nas classes DE (78%) e C (52%) do que nas classes AB (18%). <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Acesso a propagandas<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
Entre as atividades multim\u00eddia, as mais acessadas pelas crian\u00e7as s\u00e3o ouvir m\u00fasica (80%), assistir a v\u00eddeos, programas, filmes ou s\u00e9ries (84%), S\u00edtios de v\u00eddeos (67%) e redes sociais (61%) est\u00e3o entre as principais plataformas em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios de internet declaram ter visto propaganda de produtos ou marcas. Pessoas ensinando como usar algum produto (62%) e abrindo embalagens -- o chamado unboxing<\/em><\/strong> - (61%) foram os principais conte\u00fados de imagem ou v\u00eddeo em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios da rede tiveram contato com divulga\u00e7\u00e3o de produtos ou marcas. Entre as principais categorias de produtos ou marcas vistas no ambiente online<\/em> est\u00e3o: <\/p>\n\n\n\n
Equipamentos eletr\u00f4nicos (60%); <\/li>
Roupas e sapatos (60%); <\/li>
Comidas, bebidas ou doces (57%); <\/li>
Videogames ou jogos (46%); <\/li>
Maquiagem e outros produtos de beleza (46%).\u00a0<\/li><\/ul>\n\n\n\nBusca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e bem-estar<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa tamb\u00e9m constatou que 32% dos jovens entre 11 e 17 anos procuram ajuda para lidar com algo ruim que vivenciaram<\/strong>, ou para falar sobre suas emo\u00e7\u00f5es<\/strong> quando se sentiram tristes. <\/p>\n\n\n\n
Entre os temas mais procurados relacionados \u00e0 sa\u00fade est\u00e3o:<\/p>\n\n\n\n
Informa\u00e7\u00f5es sobre alimenta\u00e7\u00e3o (55%);
Preven\u00e7\u00e3o e tratamento de doen\u00e7as (38%);
Exerc\u00edcios e meios para ficar em forma (36%);
Informa\u00e7\u00f5es sobre medicamentos (22%);<\/li>
Discuss\u00f5es sobre sa\u00fade sexual e educa\u00e7\u00e3o sexual (21%).<\/li><\/ul>\n\n\n\n
\"A pesquisa busca levantar evid\u00eancias que contribuam para a promo\u00e7\u00e3o de direitos e do bem-estar de crian\u00e7as e adolescentes. Desse modo, para al\u00e9m das atividades presentes na s\u00e9rie hist\u00f3rica da pesquisa, o uso da rede na busca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e apoio emocional passou a ser um tema relevante de investiga\u00e7\u00e3o\", sinaliza Barbosa.<\/p>\n\n\n\n
\"Pesquisas como a TIC Kids Online Brasil s\u00e3o de extrema relev\u00e2ncia para entendermos o cen\u00e1rio atual e fortalecermos o letramento e inclus\u00e3o digital dos mais jovens, com mais seguran\u00e7a e qualidade, quest\u00f5es intr\u00ednsecas ao trabalho realizado pelo Comit\u00ea Gestor da Internet no Brasil\", pondera Jos\u00e9 Gontijo, coordenador do CGI.br.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"] <\/p>\n","post_title":"93% dos jovens entre 9 e 17 anos usam a internet no pa\u00eds, revela pesquisa","post_excerpt":"Pesquisa TIC Kids Online Brasil 2021 tamb\u00e9m mostrou que a TikTok \u00e9 a principal rede social utilizada por crian\u00e7as e adolescentes","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"93-dos-jovens-entre-9-e-17-anos-usam-a-internet-revela-pesquisa-tic-kids-online-2021","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-23 11:24:47","post_modified_gmt":"2022-08-23 14:24:47","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64334","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"}],"next":false,"prev":true,"total_page":12},"paged":1,"column_class":"jeg_col_2o3","class":"epic_block_3"};

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Por que o refluxo atinge quase todas as gestantes (e o que realmente vale a pena fazer)?

Amamentar deitada é seguro? O que toda mãe precisa saber antes de tentar

A infância em looping: o que a denúncia contra o TikTok revela para nós, mães

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[mc4wp_form id=\"26137\"]  <\/p>\n","post_title":"5 motivos para priorizar as crian\u00e7as nas elei\u00e7\u00f5es de 2022","post_excerpt":"Crian\u00e7as e adolescentes menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar, mas s\u00e3o parcela importante da popula\u00e7\u00e3o e t\u00eam de estar contemplados nos projetos dos diferentes atores governamentais","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"5-motivos-para-priorizar-as-criancas-nas-eleicoes-de-2022","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-25 18:52:13","post_modified_gmt":"2022-08-25 21:52:13","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64369","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64334,"post_author":"4","post_date":"2022-08-22 15:14:51","post_date_gmt":"2022-08-22 18:14:51","post_content":"\n
O n\u00famero de crian\u00e7as e adolescente<\/a>s conectados \u00e0 internet cresceu nos \u00faltimos anos. Segundo o estudo TIC Kids Online Brasil 2021<\/a>, rec\u00e9m-divulgado, 93% ou 22,3 milh\u00f5es das crian\u00e7as e dos adolescentes<\/a> no pa\u00eds acessaram a web<\/a> em 2021, sendo que em 2019 esse percentual era de 89%. O crescimento foi impulsionado principalmente pela maior propor\u00e7\u00e3o de usu\u00e1rios na regi\u00e3o Nordeste e nas \u00e1reas rurais. <\/p>\n\n\n\n
O uso de redes sociais <\/a>pelas crian\u00e7as tamb\u00e9m tem se elevado, sendo a plataforma Tik Tok<\/a> a mais utilizada (34%), seguida pelo Instagram (33%). No Facebook, houve queda no uso de 66% para 51% no per\u00edodo citado. J\u00e1 o WhatsApp segue como a plataforma em que crian\u00e7as e adolescentes mais possuem perfil (foi de 70% em 2018 para 80% em 2021), e \u00e9 a mais difundida entre todos os estratos sociais.<\/p>\n\n\n\n
A pesquisa, conduzida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informa\u00e7\u00e3o (Cetic.br) do N\u00facleo de Informa\u00e7\u00e3o e Coordena\u00e7\u00e3o do Ponto BR (NIC.br), entrevistou 2.651 crian\u00e7as e adolescentes com idades entre 9 e 17 anos, bem como seus pais ou respons\u00e1veis, em todo o territ\u00f3rio nacional. As entrevistas aconteceram entre outubro de 2021 e mar\u00e7o de 2022, com a finalidade de investigar oportunidades e riscos relacionados \u00e0 participa\u00e7\u00e3o online desse p\u00fablico. <\/p>\n\n\n\n
Segundo o levantamento, as crian\u00e7as tamb\u00e9m est\u00e3o passando mais tempo em jogos online - seja conectadas com outros jogadores (de 57% para 66%, entre 2021 e 2019) ou n\u00e3o conectadas a eles (de 55% para 64%) -, e fazendo mais compras no ambiente digital - cresceu de 9% para 19% no mesmo per\u00edodo. <\/p>\n\n\n\n
\"Plataformas de cria\u00e7\u00e3o e compartilhamento de conte\u00fado audiovisual est\u00e3o entre as mais utilizadas por crian\u00e7as e adolescentes. Nesse contexto, a qualidade da conex\u00e3o \u00e0 Internet e dos dispositivos digitais utilizados para o acesso \u00e0 rede passam a ser determinantes para o melhor aproveitamento de oportunidades online. \u00c9 central, portanto, garantir condi\u00e7\u00f5es equitativas de conectividade para crian\u00e7as e adolescentes em diferentes contextos socioecon\u00f4micos\", aponta Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br. <\/p>\n\n\n\n
A pesquisa TIC Kids Online <\/a>detectou, ainda, que o telefone celular segue como o principal meio de conex\u00e3o \u00e0 rede nos diferentes extratos sociais. Para 53%, o celular foi o \u00fanico dispositivo usado, realidade que se verificou mais presente nas classes DE (78%) e C (52%) do que nas classes AB (18%). <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Acesso a propagandas<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
Entre as atividades multim\u00eddia, as mais acessadas pelas crian\u00e7as s\u00e3o ouvir m\u00fasica (80%), assistir a v\u00eddeos, programas, filmes ou s\u00e9ries (84%), S\u00edtios de v\u00eddeos (67%) e redes sociais (61%) est\u00e3o entre as principais plataformas em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios de internet declaram ter visto propaganda de produtos ou marcas. Pessoas ensinando como usar algum produto (62%) e abrindo embalagens -- o chamado unboxing<\/em><\/strong> - (61%) foram os principais conte\u00fados de imagem ou v\u00eddeo em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios da rede tiveram contato com divulga\u00e7\u00e3o de produtos ou marcas. Entre as principais categorias de produtos ou marcas vistas no ambiente online<\/em> est\u00e3o: <\/p>\n\n\n\n
Equipamentos eletr\u00f4nicos (60%); <\/li>
Roupas e sapatos (60%); <\/li>
Comidas, bebidas ou doces (57%); <\/li>
Videogames ou jogos (46%); <\/li>
Maquiagem e outros produtos de beleza (46%).\u00a0<\/li><\/ul>\n\n\n\nBusca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e bem-estar<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa tamb\u00e9m constatou que 32% dos jovens entre 11 e 17 anos procuram ajuda para lidar com algo ruim que vivenciaram<\/strong>, ou para falar sobre suas emo\u00e7\u00f5es<\/strong> quando se sentiram tristes. <\/p>\n\n\n\n
Entre os temas mais procurados relacionados \u00e0 sa\u00fade est\u00e3o:<\/p>\n\n\n\n
Informa\u00e7\u00f5es sobre alimenta\u00e7\u00e3o (55%);
Preven\u00e7\u00e3o e tratamento de doen\u00e7as (38%);
Exerc\u00edcios e meios para ficar em forma (36%);
Informa\u00e7\u00f5es sobre medicamentos (22%);<\/li>
Discuss\u00f5es sobre sa\u00fade sexual e educa\u00e7\u00e3o sexual (21%).<\/li><\/ul>\n\n\n\n
\"A pesquisa busca levantar evid\u00eancias que contribuam para a promo\u00e7\u00e3o de direitos e do bem-estar de crian\u00e7as e adolescentes. Desse modo, para al\u00e9m das atividades presentes na s\u00e9rie hist\u00f3rica da pesquisa, o uso da rede na busca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e apoio emocional passou a ser um tema relevante de investiga\u00e7\u00e3o\", sinaliza Barbosa.<\/p>\n\n\n\n
\"Pesquisas como a TIC Kids Online Brasil s\u00e3o de extrema relev\u00e2ncia para entendermos o cen\u00e1rio atual e fortalecermos o letramento e inclus\u00e3o digital dos mais jovens, com mais seguran\u00e7a e qualidade, quest\u00f5es intr\u00ednsecas ao trabalho realizado pelo Comit\u00ea Gestor da Internet no Brasil\", pondera Jos\u00e9 Gontijo, coordenador do CGI.br.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"] <\/p>\n","post_title":"93% dos jovens entre 9 e 17 anos usam a internet no pa\u00eds, revela pesquisa","post_excerpt":"Pesquisa TIC Kids Online Brasil 2021 tamb\u00e9m mostrou que a TikTok \u00e9 a principal rede social utilizada por crian\u00e7as e adolescentes","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"93-dos-jovens-entre-9-e-17-anos-usam-a-internet-revela-pesquisa-tic-kids-online-2021","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-23 11:24:47","post_modified_gmt":"2022-08-23 14:24:47","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64334","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"}],"next":false,"prev":true,"total_page":12},"paged":1,"column_class":"jeg_col_2o3","class":"epic_block_3"};

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LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]  <\/p>\n","post_title":"5 motivos para priorizar as crian\u00e7as nas elei\u00e7\u00f5es de 2022","post_excerpt":"Crian\u00e7as e adolescentes menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar, mas s\u00e3o parcela importante da popula\u00e7\u00e3o e t\u00eam de estar contemplados nos projetos dos diferentes atores governamentais","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"5-motivos-para-priorizar-as-criancas-nas-eleicoes-de-2022","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-25 18:52:13","post_modified_gmt":"2022-08-25 21:52:13","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64369","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64334,"post_author":"4","post_date":"2022-08-22 15:14:51","post_date_gmt":"2022-08-22 18:14:51","post_content":"\n
O n\u00famero de crian\u00e7as e adolescente<\/a>s conectados \u00e0 internet cresceu nos \u00faltimos anos. Segundo o estudo TIC Kids Online Brasil 2021<\/a>, rec\u00e9m-divulgado, 93% ou 22,3 milh\u00f5es das crian\u00e7as e dos adolescentes<\/a> no pa\u00eds acessaram a web<\/a> em 2021, sendo que em 2019 esse percentual era de 89%. O crescimento foi impulsionado principalmente pela maior propor\u00e7\u00e3o de usu\u00e1rios na regi\u00e3o Nordeste e nas \u00e1reas rurais. <\/p>\n\n\n\n
O uso de redes sociais <\/a>pelas crian\u00e7as tamb\u00e9m tem se elevado, sendo a plataforma Tik Tok<\/a> a mais utilizada (34%), seguida pelo Instagram (33%). No Facebook, houve queda no uso de 66% para 51% no per\u00edodo citado. J\u00e1 o WhatsApp segue como a plataforma em que crian\u00e7as e adolescentes mais possuem perfil (foi de 70% em 2018 para 80% em 2021), e \u00e9 a mais difundida entre todos os estratos sociais.<\/p>\n\n\n\n
A pesquisa, conduzida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informa\u00e7\u00e3o (Cetic.br) do N\u00facleo de Informa\u00e7\u00e3o e Coordena\u00e7\u00e3o do Ponto BR (NIC.br), entrevistou 2.651 crian\u00e7as e adolescentes com idades entre 9 e 17 anos, bem como seus pais ou respons\u00e1veis, em todo o territ\u00f3rio nacional. As entrevistas aconteceram entre outubro de 2021 e mar\u00e7o de 2022, com a finalidade de investigar oportunidades e riscos relacionados \u00e0 participa\u00e7\u00e3o online desse p\u00fablico. <\/p>\n\n\n\n
Segundo o levantamento, as crian\u00e7as tamb\u00e9m est\u00e3o passando mais tempo em jogos online - seja conectadas com outros jogadores (de 57% para 66%, entre 2021 e 2019) ou n\u00e3o conectadas a eles (de 55% para 64%) -, e fazendo mais compras no ambiente digital - cresceu de 9% para 19% no mesmo per\u00edodo. <\/p>\n\n\n\n
\"Plataformas de cria\u00e7\u00e3o e compartilhamento de conte\u00fado audiovisual est\u00e3o entre as mais utilizadas por crian\u00e7as e adolescentes. Nesse contexto, a qualidade da conex\u00e3o \u00e0 Internet e dos dispositivos digitais utilizados para o acesso \u00e0 rede passam a ser determinantes para o melhor aproveitamento de oportunidades online. \u00c9 central, portanto, garantir condi\u00e7\u00f5es equitativas de conectividade para crian\u00e7as e adolescentes em diferentes contextos socioecon\u00f4micos\", aponta Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br. <\/p>\n\n\n\n
A pesquisa TIC Kids Online <\/a>detectou, ainda, que o telefone celular segue como o principal meio de conex\u00e3o \u00e0 rede nos diferentes extratos sociais. Para 53%, o celular foi o \u00fanico dispositivo usado, realidade que se verificou mais presente nas classes DE (78%) e C (52%) do que nas classes AB (18%). <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Acesso a propagandas<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
Entre as atividades multim\u00eddia, as mais acessadas pelas crian\u00e7as s\u00e3o ouvir m\u00fasica (80%), assistir a v\u00eddeos, programas, filmes ou s\u00e9ries (84%), S\u00edtios de v\u00eddeos (67%) e redes sociais (61%) est\u00e3o entre as principais plataformas em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios de internet declaram ter visto propaganda de produtos ou marcas. Pessoas ensinando como usar algum produto (62%) e abrindo embalagens -- o chamado unboxing<\/em><\/strong> - (61%) foram os principais conte\u00fados de imagem ou v\u00eddeo em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios da rede tiveram contato com divulga\u00e7\u00e3o de produtos ou marcas. Entre as principais categorias de produtos ou marcas vistas no ambiente online<\/em> est\u00e3o: <\/p>\n\n\n\n
Equipamentos eletr\u00f4nicos (60%); <\/li>
Roupas e sapatos (60%); <\/li>
Comidas, bebidas ou doces (57%); <\/li>
Videogames ou jogos (46%); <\/li>
Maquiagem e outros produtos de beleza (46%).\u00a0<\/li><\/ul>\n\n\n\nBusca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e bem-estar<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa tamb\u00e9m constatou que 32% dos jovens entre 11 e 17 anos procuram ajuda para lidar com algo ruim que vivenciaram<\/strong>, ou para falar sobre suas emo\u00e7\u00f5es<\/strong> quando se sentiram tristes. <\/p>\n\n\n\n
Entre os temas mais procurados relacionados \u00e0 sa\u00fade est\u00e3o:<\/p>\n\n\n\n
Informa\u00e7\u00f5es sobre alimenta\u00e7\u00e3o (55%);
Preven\u00e7\u00e3o e tratamento de doen\u00e7as (38%);
Exerc\u00edcios e meios para ficar em forma (36%);
Informa\u00e7\u00f5es sobre medicamentos (22%);<\/li>
Discuss\u00f5es sobre sa\u00fade sexual e educa\u00e7\u00e3o sexual (21%).<\/li><\/ul>\n\n\n\n
\"A pesquisa busca levantar evid\u00eancias que contribuam para a promo\u00e7\u00e3o de direitos e do bem-estar de crian\u00e7as e adolescentes. Desse modo, para al\u00e9m das atividades presentes na s\u00e9rie hist\u00f3rica da pesquisa, o uso da rede na busca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e apoio emocional passou a ser um tema relevante de investiga\u00e7\u00e3o\", sinaliza Barbosa.<\/p>\n\n\n\n
\"Pesquisas como a TIC Kids Online Brasil s\u00e3o de extrema relev\u00e2ncia para entendermos o cen\u00e1rio atual e fortalecermos o letramento e inclus\u00e3o digital dos mais jovens, com mais seguran\u00e7a e qualidade, quest\u00f5es intr\u00ednsecas ao trabalho realizado pelo Comit\u00ea Gestor da Internet no Brasil\", pondera Jos\u00e9 Gontijo, coordenador do CGI.br.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
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Por que o refluxo atinge quase todas as gestantes (e o que realmente vale a pena fazer)?

Amamentar deitada é seguro? O que toda mãe precisa saber antes de tentar

A infância em looping: o que a denúncia contra o TikTok revela para nós, mães

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Mais de 5 milh\u00f5es de pessoas ainda residem em domic\u00edlios sem banheiros ou sanit\u00e1rios de uso exclusivo e 9,7 milh\u00f5es vivem em condi\u00e7\u00f5es de adensamento excessivo, com mais de tr\u00eas moradores para cada dormit\u00f3rio. Este \u00e9 um assunto que n\u00e3o deve ser ignorado, j\u00e1 que todas as crian\u00e7as precisam de acesso \u00e0 moradia para viver com dignidade e poder se desenvolver em outras \u00e1reas, como lazer, educa\u00e7\u00e3o e sa\u00fade.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]  <\/p>\n","post_title":"5 motivos para priorizar as crian\u00e7as nas elei\u00e7\u00f5es de 2022","post_excerpt":"Crian\u00e7as e adolescentes menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar, mas s\u00e3o parcela importante da popula\u00e7\u00e3o e t\u00eam de estar contemplados nos projetos dos diferentes atores governamentais","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"5-motivos-para-priorizar-as-criancas-nas-eleicoes-de-2022","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-25 18:52:13","post_modified_gmt":"2022-08-25 21:52:13","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64369","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64334,"post_author":"4","post_date":"2022-08-22 15:14:51","post_date_gmt":"2022-08-22 18:14:51","post_content":"\n
O n\u00famero de crian\u00e7as e adolescente<\/a>s conectados \u00e0 internet cresceu nos \u00faltimos anos. Segundo o estudo TIC Kids Online Brasil 2021<\/a>, rec\u00e9m-divulgado, 93% ou 22,3 milh\u00f5es das crian\u00e7as e dos adolescentes<\/a> no pa\u00eds acessaram a web<\/a> em 2021, sendo que em 2019 esse percentual era de 89%. O crescimento foi impulsionado principalmente pela maior propor\u00e7\u00e3o de usu\u00e1rios na regi\u00e3o Nordeste e nas \u00e1reas rurais. <\/p>\n\n\n\n
O uso de redes sociais <\/a>pelas crian\u00e7as tamb\u00e9m tem se elevado, sendo a plataforma Tik Tok<\/a> a mais utilizada (34%), seguida pelo Instagram (33%). No Facebook, houve queda no uso de 66% para 51% no per\u00edodo citado. J\u00e1 o WhatsApp segue como a plataforma em que crian\u00e7as e adolescentes mais possuem perfil (foi de 70% em 2018 para 80% em 2021), e \u00e9 a mais difundida entre todos os estratos sociais.<\/p>\n\n\n\n
A pesquisa, conduzida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informa\u00e7\u00e3o (Cetic.br) do N\u00facleo de Informa\u00e7\u00e3o e Coordena\u00e7\u00e3o do Ponto BR (NIC.br), entrevistou 2.651 crian\u00e7as e adolescentes com idades entre 9 e 17 anos, bem como seus pais ou respons\u00e1veis, em todo o territ\u00f3rio nacional. As entrevistas aconteceram entre outubro de 2021 e mar\u00e7o de 2022, com a finalidade de investigar oportunidades e riscos relacionados \u00e0 participa\u00e7\u00e3o online desse p\u00fablico. <\/p>\n\n\n\n
Segundo o levantamento, as crian\u00e7as tamb\u00e9m est\u00e3o passando mais tempo em jogos online - seja conectadas com outros jogadores (de 57% para 66%, entre 2021 e 2019) ou n\u00e3o conectadas a eles (de 55% para 64%) -, e fazendo mais compras no ambiente digital - cresceu de 9% para 19% no mesmo per\u00edodo. <\/p>\n\n\n\n
\"Plataformas de cria\u00e7\u00e3o e compartilhamento de conte\u00fado audiovisual est\u00e3o entre as mais utilizadas por crian\u00e7as e adolescentes. Nesse contexto, a qualidade da conex\u00e3o \u00e0 Internet e dos dispositivos digitais utilizados para o acesso \u00e0 rede passam a ser determinantes para o melhor aproveitamento de oportunidades online. \u00c9 central, portanto, garantir condi\u00e7\u00f5es equitativas de conectividade para crian\u00e7as e adolescentes em diferentes contextos socioecon\u00f4micos\", aponta Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br. <\/p>\n\n\n\n
A pesquisa TIC Kids Online <\/a>detectou, ainda, que o telefone celular segue como o principal meio de conex\u00e3o \u00e0 rede nos diferentes extratos sociais. Para 53%, o celular foi o \u00fanico dispositivo usado, realidade que se verificou mais presente nas classes DE (78%) e C (52%) do que nas classes AB (18%). <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Acesso a propagandas<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
Entre as atividades multim\u00eddia, as mais acessadas pelas crian\u00e7as s\u00e3o ouvir m\u00fasica (80%), assistir a v\u00eddeos, programas, filmes ou s\u00e9ries (84%), S\u00edtios de v\u00eddeos (67%) e redes sociais (61%) est\u00e3o entre as principais plataformas em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios de internet declaram ter visto propaganda de produtos ou marcas. Pessoas ensinando como usar algum produto (62%) e abrindo embalagens -- o chamado unboxing<\/em><\/strong> - (61%) foram os principais conte\u00fados de imagem ou v\u00eddeo em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios da rede tiveram contato com divulga\u00e7\u00e3o de produtos ou marcas. Entre as principais categorias de produtos ou marcas vistas no ambiente online<\/em> est\u00e3o: <\/p>\n\n\n\n
Equipamentos eletr\u00f4nicos (60%); <\/li>
Roupas e sapatos (60%); <\/li>
Comidas, bebidas ou doces (57%); <\/li>
Videogames ou jogos (46%); <\/li>
Maquiagem e outros produtos de beleza (46%).\u00a0<\/li><\/ul>\n\n\n\nBusca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e bem-estar<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa tamb\u00e9m constatou que 32% dos jovens entre 11 e 17 anos procuram ajuda para lidar com algo ruim que vivenciaram<\/strong>, ou para falar sobre suas emo\u00e7\u00f5es<\/strong> quando se sentiram tristes. <\/p>\n\n\n\n
Entre os temas mais procurados relacionados \u00e0 sa\u00fade est\u00e3o:<\/p>\n\n\n\n
Informa\u00e7\u00f5es sobre alimenta\u00e7\u00e3o (55%);
Preven\u00e7\u00e3o e tratamento de doen\u00e7as (38%);
Exerc\u00edcios e meios para ficar em forma (36%);
Informa\u00e7\u00f5es sobre medicamentos (22%);<\/li>
Discuss\u00f5es sobre sa\u00fade sexual e educa\u00e7\u00e3o sexual (21%).<\/li><\/ul>\n\n\n\n
\"A pesquisa busca levantar evid\u00eancias que contribuam para a promo\u00e7\u00e3o de direitos e do bem-estar de crian\u00e7as e adolescentes. Desse modo, para al\u00e9m das atividades presentes na s\u00e9rie hist\u00f3rica da pesquisa, o uso da rede na busca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e apoio emocional passou a ser um tema relevante de investiga\u00e7\u00e3o\", sinaliza Barbosa.<\/p>\n\n\n\n
\"Pesquisas como a TIC Kids Online Brasil s\u00e3o de extrema relev\u00e2ncia para entendermos o cen\u00e1rio atual e fortalecermos o letramento e inclus\u00e3o digital dos mais jovens, com mais seguran\u00e7a e qualidade, quest\u00f5es intr\u00ednsecas ao trabalho realizado pelo Comit\u00ea Gestor da Internet no Brasil\", pondera Jos\u00e9 Gontijo, coordenador do CGI.br.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"] <\/p>\n","post_title":"93% dos jovens entre 9 e 17 anos usam a internet no pa\u00eds, revela pesquisa","post_excerpt":"Pesquisa TIC Kids Online Brasil 2021 tamb\u00e9m mostrou que a TikTok \u00e9 a principal rede social utilizada por crian\u00e7as e adolescentes","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"93-dos-jovens-entre-9-e-17-anos-usam-a-internet-revela-pesquisa-tic-kids-online-2021","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-23 11:24:47","post_modified_gmt":"2022-08-23 14:24:47","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64334","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"}],"next":false,"prev":true,"total_page":12},"paged":1,"column_class":"jeg_col_2o3","class":"epic_block_3"};

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Amamentar deitada é seguro? O que toda mãe precisa saber antes de tentar

A infância em looping: o que a denúncia contra o TikTok revela para nós, mães

\n
Moradia<\/h3>\n\n\n\n
Mais de 5 milh\u00f5es de pessoas ainda residem em domic\u00edlios sem banheiros ou sanit\u00e1rios de uso exclusivo e 9,7 milh\u00f5es vivem em condi\u00e7\u00f5es de adensamento excessivo, com mais de tr\u00eas moradores para cada dormit\u00f3rio. Este \u00e9 um assunto que n\u00e3o deve ser ignorado, j\u00e1 que todas as crian\u00e7as precisam de acesso \u00e0 moradia para viver com dignidade e poder se desenvolver em outras \u00e1reas, como lazer, educa\u00e7\u00e3o e sa\u00fade.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]  <\/p>\n","post_title":"5 motivos para priorizar as crian\u00e7as nas elei\u00e7\u00f5es de 2022","post_excerpt":"Crian\u00e7as e adolescentes menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar, mas s\u00e3o parcela importante da popula\u00e7\u00e3o e t\u00eam de estar contemplados nos projetos dos diferentes atores governamentais","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"5-motivos-para-priorizar-as-criancas-nas-eleicoes-de-2022","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-25 18:52:13","post_modified_gmt":"2022-08-25 21:52:13","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64369","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64334,"post_author":"4","post_date":"2022-08-22 15:14:51","post_date_gmt":"2022-08-22 18:14:51","post_content":"\n
O n\u00famero de crian\u00e7as e adolescente<\/a>s conectados \u00e0 internet cresceu nos \u00faltimos anos. Segundo o estudo TIC Kids Online Brasil 2021<\/a>, rec\u00e9m-divulgado, 93% ou 22,3 milh\u00f5es das crian\u00e7as e dos adolescentes<\/a> no pa\u00eds acessaram a web<\/a> em 2021, sendo que em 2019 esse percentual era de 89%. O crescimento foi impulsionado principalmente pela maior propor\u00e7\u00e3o de usu\u00e1rios na regi\u00e3o Nordeste e nas \u00e1reas rurais. <\/p>\n\n\n\n
O uso de redes sociais <\/a>pelas crian\u00e7as tamb\u00e9m tem se elevado, sendo a plataforma Tik Tok<\/a> a mais utilizada (34%), seguida pelo Instagram (33%). No Facebook, houve queda no uso de 66% para 51% no per\u00edodo citado. J\u00e1 o WhatsApp segue como a plataforma em que crian\u00e7as e adolescentes mais possuem perfil (foi de 70% em 2018 para 80% em 2021), e \u00e9 a mais difundida entre todos os estratos sociais.<\/p>\n\n\n\n
A pesquisa, conduzida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informa\u00e7\u00e3o (Cetic.br) do N\u00facleo de Informa\u00e7\u00e3o e Coordena\u00e7\u00e3o do Ponto BR (NIC.br), entrevistou 2.651 crian\u00e7as e adolescentes com idades entre 9 e 17 anos, bem como seus pais ou respons\u00e1veis, em todo o territ\u00f3rio nacional. As entrevistas aconteceram entre outubro de 2021 e mar\u00e7o de 2022, com a finalidade de investigar oportunidades e riscos relacionados \u00e0 participa\u00e7\u00e3o online desse p\u00fablico. <\/p>\n\n\n\n
Segundo o levantamento, as crian\u00e7as tamb\u00e9m est\u00e3o passando mais tempo em jogos online - seja conectadas com outros jogadores (de 57% para 66%, entre 2021 e 2019) ou n\u00e3o conectadas a eles (de 55% para 64%) -, e fazendo mais compras no ambiente digital - cresceu de 9% para 19% no mesmo per\u00edodo. <\/p>\n\n\n\n
\"Plataformas de cria\u00e7\u00e3o e compartilhamento de conte\u00fado audiovisual est\u00e3o entre as mais utilizadas por crian\u00e7as e adolescentes. Nesse contexto, a qualidade da conex\u00e3o \u00e0 Internet e dos dispositivos digitais utilizados para o acesso \u00e0 rede passam a ser determinantes para o melhor aproveitamento de oportunidades online. \u00c9 central, portanto, garantir condi\u00e7\u00f5es equitativas de conectividade para crian\u00e7as e adolescentes em diferentes contextos socioecon\u00f4micos\", aponta Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br. <\/p>\n\n\n\n
A pesquisa TIC Kids Online <\/a>detectou, ainda, que o telefone celular segue como o principal meio de conex\u00e3o \u00e0 rede nos diferentes extratos sociais. Para 53%, o celular foi o \u00fanico dispositivo usado, realidade que se verificou mais presente nas classes DE (78%) e C (52%) do que nas classes AB (18%). <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Acesso a propagandas<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
Entre as atividades multim\u00eddia, as mais acessadas pelas crian\u00e7as s\u00e3o ouvir m\u00fasica (80%), assistir a v\u00eddeos, programas, filmes ou s\u00e9ries (84%), S\u00edtios de v\u00eddeos (67%) e redes sociais (61%) est\u00e3o entre as principais plataformas em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios de internet declaram ter visto propaganda de produtos ou marcas. Pessoas ensinando como usar algum produto (62%) e abrindo embalagens -- o chamado unboxing<\/em><\/strong> - (61%) foram os principais conte\u00fados de imagem ou v\u00eddeo em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios da rede tiveram contato com divulga\u00e7\u00e3o de produtos ou marcas. Entre as principais categorias de produtos ou marcas vistas no ambiente online<\/em> est\u00e3o: <\/p>\n\n\n\n
Equipamentos eletr\u00f4nicos (60%); <\/li>
Roupas e sapatos (60%); <\/li>
Comidas, bebidas ou doces (57%); <\/li>
Videogames ou jogos (46%); <\/li>
Maquiagem e outros produtos de beleza (46%).\u00a0<\/li><\/ul>\n\n\n\nBusca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e bem-estar<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa tamb\u00e9m constatou que 32% dos jovens entre 11 e 17 anos procuram ajuda para lidar com algo ruim que vivenciaram<\/strong>, ou para falar sobre suas emo\u00e7\u00f5es<\/strong> quando se sentiram tristes. <\/p>\n\n\n\n
Entre os temas mais procurados relacionados \u00e0 sa\u00fade est\u00e3o:<\/p>\n\n\n\n
Informa\u00e7\u00f5es sobre alimenta\u00e7\u00e3o (55%);
Preven\u00e7\u00e3o e tratamento de doen\u00e7as (38%);
Exerc\u00edcios e meios para ficar em forma (36%);
Informa\u00e7\u00f5es sobre medicamentos (22%);<\/li>
Discuss\u00f5es sobre sa\u00fade sexual e educa\u00e7\u00e3o sexual (21%).<\/li><\/ul>\n\n\n\n
\"A pesquisa busca levantar evid\u00eancias que contribuam para a promo\u00e7\u00e3o de direitos e do bem-estar de crian\u00e7as e adolescentes. Desse modo, para al\u00e9m das atividades presentes na s\u00e9rie hist\u00f3rica da pesquisa, o uso da rede na busca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e apoio emocional passou a ser um tema relevante de investiga\u00e7\u00e3o\", sinaliza Barbosa.<\/p>\n\n\n\n
\"Pesquisas como a TIC Kids Online Brasil s\u00e3o de extrema relev\u00e2ncia para entendermos o cen\u00e1rio atual e fortalecermos o letramento e inclus\u00e3o digital dos mais jovens, com mais seguran\u00e7a e qualidade, quest\u00f5es intr\u00ednsecas ao trabalho realizado pelo Comit\u00ea Gestor da Internet no Brasil\", pondera Jos\u00e9 Gontijo, coordenador do CGI.br.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
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Amamentar deitada é seguro? O que toda mãe precisa saber antes de tentar

A infância em looping: o que a denúncia contra o TikTok revela para nós, mães

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Entre 2016 e 2020, 35 mil crian\u00e7as e adolescentes, de 0 a 19 anos, foram mortos de forma violenta no Brasil e 180 mil sofreram viol\u00eancia sexual, segundo o Panorama da Viol\u00eancia Sexual contra crian\u00e7as e Adolescentes no Brasil, lan\u00e7ado pela Unicef e pelo F\u00f3rum Brasileiro de Seguran\u00e7a P\u00fablica (FBSP). Por isso, \u00e9 necess\u00e1rio eleger pessoas que tenham coragem para combater esse cen\u00e1rio e falar de assuntos como igualdade de g\u00eanero, empoderamento de meninas, viol\u00eancia sexual e femin\u00edcio.<\/p>\n\n\n\n
Moradia<\/h3>\n\n\n\n
Mais de 5 milh\u00f5es de pessoas ainda residem em domic\u00edlios sem banheiros ou sanit\u00e1rios de uso exclusivo e 9,7 milh\u00f5es vivem em condi\u00e7\u00f5es de adensamento excessivo, com mais de tr\u00eas moradores para cada dormit\u00f3rio. Este \u00e9 um assunto que n\u00e3o deve ser ignorado, j\u00e1 que todas as crian\u00e7as precisam de acesso \u00e0 moradia para viver com dignidade e poder se desenvolver em outras \u00e1reas, como lazer, educa\u00e7\u00e3o e sa\u00fade.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]  <\/p>\n","post_title":"5 motivos para priorizar as crian\u00e7as nas elei\u00e7\u00f5es de 2022","post_excerpt":"Crian\u00e7as e adolescentes menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar, mas s\u00e3o parcela importante da popula\u00e7\u00e3o e t\u00eam de estar contemplados nos projetos dos diferentes atores governamentais","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"5-motivos-para-priorizar-as-criancas-nas-eleicoes-de-2022","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-25 18:52:13","post_modified_gmt":"2022-08-25 21:52:13","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64369","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64334,"post_author":"4","post_date":"2022-08-22 15:14:51","post_date_gmt":"2022-08-22 18:14:51","post_content":"\n
O n\u00famero de crian\u00e7as e adolescente<\/a>s conectados \u00e0 internet cresceu nos \u00faltimos anos. Segundo o estudo TIC Kids Online Brasil 2021<\/a>, rec\u00e9m-divulgado, 93% ou 22,3 milh\u00f5es das crian\u00e7as e dos adolescentes<\/a> no pa\u00eds acessaram a web<\/a> em 2021, sendo que em 2019 esse percentual era de 89%. O crescimento foi impulsionado principalmente pela maior propor\u00e7\u00e3o de usu\u00e1rios na regi\u00e3o Nordeste e nas \u00e1reas rurais. <\/p>\n\n\n\n
O uso de redes sociais <\/a>pelas crian\u00e7as tamb\u00e9m tem se elevado, sendo a plataforma Tik Tok<\/a> a mais utilizada (34%), seguida pelo Instagram (33%). No Facebook, houve queda no uso de 66% para 51% no per\u00edodo citado. J\u00e1 o WhatsApp segue como a plataforma em que crian\u00e7as e adolescentes mais possuem perfil (foi de 70% em 2018 para 80% em 2021), e \u00e9 a mais difundida entre todos os estratos sociais.<\/p>\n\n\n\n
A pesquisa, conduzida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informa\u00e7\u00e3o (Cetic.br) do N\u00facleo de Informa\u00e7\u00e3o e Coordena\u00e7\u00e3o do Ponto BR (NIC.br), entrevistou 2.651 crian\u00e7as e adolescentes com idades entre 9 e 17 anos, bem como seus pais ou respons\u00e1veis, em todo o territ\u00f3rio nacional. As entrevistas aconteceram entre outubro de 2021 e mar\u00e7o de 2022, com a finalidade de investigar oportunidades e riscos relacionados \u00e0 participa\u00e7\u00e3o online desse p\u00fablico. <\/p>\n\n\n\n
Segundo o levantamento, as crian\u00e7as tamb\u00e9m est\u00e3o passando mais tempo em jogos online - seja conectadas com outros jogadores (de 57% para 66%, entre 2021 e 2019) ou n\u00e3o conectadas a eles (de 55% para 64%) -, e fazendo mais compras no ambiente digital - cresceu de 9% para 19% no mesmo per\u00edodo. <\/p>\n\n\n\n
\"Plataformas de cria\u00e7\u00e3o e compartilhamento de conte\u00fado audiovisual est\u00e3o entre as mais utilizadas por crian\u00e7as e adolescentes. Nesse contexto, a qualidade da conex\u00e3o \u00e0 Internet e dos dispositivos digitais utilizados para o acesso \u00e0 rede passam a ser determinantes para o melhor aproveitamento de oportunidades online. \u00c9 central, portanto, garantir condi\u00e7\u00f5es equitativas de conectividade para crian\u00e7as e adolescentes em diferentes contextos socioecon\u00f4micos\", aponta Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br. <\/p>\n\n\n\n
A pesquisa TIC Kids Online <\/a>detectou, ainda, que o telefone celular segue como o principal meio de conex\u00e3o \u00e0 rede nos diferentes extratos sociais. Para 53%, o celular foi o \u00fanico dispositivo usado, realidade que se verificou mais presente nas classes DE (78%) e C (52%) do que nas classes AB (18%). <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Acesso a propagandas<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
Entre as atividades multim\u00eddia, as mais acessadas pelas crian\u00e7as s\u00e3o ouvir m\u00fasica (80%), assistir a v\u00eddeos, programas, filmes ou s\u00e9ries (84%), S\u00edtios de v\u00eddeos (67%) e redes sociais (61%) est\u00e3o entre as principais plataformas em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios de internet declaram ter visto propaganda de produtos ou marcas. Pessoas ensinando como usar algum produto (62%) e abrindo embalagens -- o chamado unboxing<\/em><\/strong> - (61%) foram os principais conte\u00fados de imagem ou v\u00eddeo em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios da rede tiveram contato com divulga\u00e7\u00e3o de produtos ou marcas. Entre as principais categorias de produtos ou marcas vistas no ambiente online<\/em> est\u00e3o: <\/p>\n\n\n\n
Equipamentos eletr\u00f4nicos (60%); <\/li>
Roupas e sapatos (60%); <\/li>
Comidas, bebidas ou doces (57%); <\/li>
Videogames ou jogos (46%); <\/li>
Maquiagem e outros produtos de beleza (46%).\u00a0<\/li><\/ul>\n\n\n\nBusca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e bem-estar<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa tamb\u00e9m constatou que 32% dos jovens entre 11 e 17 anos procuram ajuda para lidar com algo ruim que vivenciaram<\/strong>, ou para falar sobre suas emo\u00e7\u00f5es<\/strong> quando se sentiram tristes. <\/p>\n\n\n\n
Entre os temas mais procurados relacionados \u00e0 sa\u00fade est\u00e3o:<\/p>\n\n\n\n
Informa\u00e7\u00f5es sobre alimenta\u00e7\u00e3o (55%);
Preven\u00e7\u00e3o e tratamento de doen\u00e7as (38%);
Exerc\u00edcios e meios para ficar em forma (36%);
Informa\u00e7\u00f5es sobre medicamentos (22%);<\/li>
Discuss\u00f5es sobre sa\u00fade sexual e educa\u00e7\u00e3o sexual (21%).<\/li><\/ul>\n\n\n\n
\"A pesquisa busca levantar evid\u00eancias que contribuam para a promo\u00e7\u00e3o de direitos e do bem-estar de crian\u00e7as e adolescentes. Desse modo, para al\u00e9m das atividades presentes na s\u00e9rie hist\u00f3rica da pesquisa, o uso da rede na busca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e apoio emocional passou a ser um tema relevante de investiga\u00e7\u00e3o\", sinaliza Barbosa.<\/p>\n\n\n\n
\"Pesquisas como a TIC Kids Online Brasil s\u00e3o de extrema relev\u00e2ncia para entendermos o cen\u00e1rio atual e fortalecermos o letramento e inclus\u00e3o digital dos mais jovens, com mais seguran\u00e7a e qualidade, quest\u00f5es intr\u00ednsecas ao trabalho realizado pelo Comit\u00ea Gestor da Internet no Brasil\", pondera Jos\u00e9 Gontijo, coordenador do CGI.br.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
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Mais Lidas

Por que o refluxo atinge quase todas as gestantes (e o que realmente vale a pena fazer)?

Amamentar deitada é seguro? O que toda mãe precisa saber antes de tentar

A infância em looping: o que a denúncia contra o TikTok revela para nós, mães

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Viol\u00eancia e explora\u00e7\u00e3o sexual<\/h3>\n\n\n\n
Entre 2016 e 2020, 35 mil crian\u00e7as e adolescentes, de 0 a 19 anos, foram mortos de forma violenta no Brasil e 180 mil sofreram viol\u00eancia sexual, segundo o Panorama da Viol\u00eancia Sexual contra crian\u00e7as e Adolescentes no Brasil, lan\u00e7ado pela Unicef e pelo F\u00f3rum Brasileiro de Seguran\u00e7a P\u00fablica (FBSP). Por isso, \u00e9 necess\u00e1rio eleger pessoas que tenham coragem para combater esse cen\u00e1rio e falar de assuntos como igualdade de g\u00eanero, empoderamento de meninas, viol\u00eancia sexual e femin\u00edcio.<\/p>\n\n\n\n
Moradia<\/h3>\n\n\n\n
Mais de 5 milh\u00f5es de pessoas ainda residem em domic\u00edlios sem banheiros ou sanit\u00e1rios de uso exclusivo e 9,7 milh\u00f5es vivem em condi\u00e7\u00f5es de adensamento excessivo, com mais de tr\u00eas moradores para cada dormit\u00f3rio. Este \u00e9 um assunto que n\u00e3o deve ser ignorado, j\u00e1 que todas as crian\u00e7as precisam de acesso \u00e0 moradia para viver com dignidade e poder se desenvolver em outras \u00e1reas, como lazer, educa\u00e7\u00e3o e sa\u00fade.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]  <\/p>\n","post_title":"5 motivos para priorizar as crian\u00e7as nas elei\u00e7\u00f5es de 2022","post_excerpt":"Crian\u00e7as e adolescentes menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar, mas s\u00e3o parcela importante da popula\u00e7\u00e3o e t\u00eam de estar contemplados nos projetos dos diferentes atores governamentais","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"5-motivos-para-priorizar-as-criancas-nas-eleicoes-de-2022","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-25 18:52:13","post_modified_gmt":"2022-08-25 21:52:13","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64369","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64334,"post_author":"4","post_date":"2022-08-22 15:14:51","post_date_gmt":"2022-08-22 18:14:51","post_content":"\n
O n\u00famero de crian\u00e7as e adolescente<\/a>s conectados \u00e0 internet cresceu nos \u00faltimos anos. Segundo o estudo TIC Kids Online Brasil 2021<\/a>, rec\u00e9m-divulgado, 93% ou 22,3 milh\u00f5es das crian\u00e7as e dos adolescentes<\/a> no pa\u00eds acessaram a web<\/a> em 2021, sendo que em 2019 esse percentual era de 89%. O crescimento foi impulsionado principalmente pela maior propor\u00e7\u00e3o de usu\u00e1rios na regi\u00e3o Nordeste e nas \u00e1reas rurais. <\/p>\n\n\n\n
O uso de redes sociais <\/a>pelas crian\u00e7as tamb\u00e9m tem se elevado, sendo a plataforma Tik Tok<\/a> a mais utilizada (34%), seguida pelo Instagram (33%). No Facebook, houve queda no uso de 66% para 51% no per\u00edodo citado. J\u00e1 o WhatsApp segue como a plataforma em que crian\u00e7as e adolescentes mais possuem perfil (foi de 70% em 2018 para 80% em 2021), e \u00e9 a mais difundida entre todos os estratos sociais.<\/p>\n\n\n\n
A pesquisa, conduzida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informa\u00e7\u00e3o (Cetic.br) do N\u00facleo de Informa\u00e7\u00e3o e Coordena\u00e7\u00e3o do Ponto BR (NIC.br), entrevistou 2.651 crian\u00e7as e adolescentes com idades entre 9 e 17 anos, bem como seus pais ou respons\u00e1veis, em todo o territ\u00f3rio nacional. As entrevistas aconteceram entre outubro de 2021 e mar\u00e7o de 2022, com a finalidade de investigar oportunidades e riscos relacionados \u00e0 participa\u00e7\u00e3o online desse p\u00fablico. <\/p>\n\n\n\n
Segundo o levantamento, as crian\u00e7as tamb\u00e9m est\u00e3o passando mais tempo em jogos online - seja conectadas com outros jogadores (de 57% para 66%, entre 2021 e 2019) ou n\u00e3o conectadas a eles (de 55% para 64%) -, e fazendo mais compras no ambiente digital - cresceu de 9% para 19% no mesmo per\u00edodo. <\/p>\n\n\n\n
\"Plataformas de cria\u00e7\u00e3o e compartilhamento de conte\u00fado audiovisual est\u00e3o entre as mais utilizadas por crian\u00e7as e adolescentes. Nesse contexto, a qualidade da conex\u00e3o \u00e0 Internet e dos dispositivos digitais utilizados para o acesso \u00e0 rede passam a ser determinantes para o melhor aproveitamento de oportunidades online. \u00c9 central, portanto, garantir condi\u00e7\u00f5es equitativas de conectividade para crian\u00e7as e adolescentes em diferentes contextos socioecon\u00f4micos\", aponta Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br. <\/p>\n\n\n\n
A pesquisa TIC Kids Online <\/a>detectou, ainda, que o telefone celular segue como o principal meio de conex\u00e3o \u00e0 rede nos diferentes extratos sociais. Para 53%, o celular foi o \u00fanico dispositivo usado, realidade que se verificou mais presente nas classes DE (78%) e C (52%) do que nas classes AB (18%). <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Acesso a propagandas<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
Entre as atividades multim\u00eddia, as mais acessadas pelas crian\u00e7as s\u00e3o ouvir m\u00fasica (80%), assistir a v\u00eddeos, programas, filmes ou s\u00e9ries (84%), S\u00edtios de v\u00eddeos (67%) e redes sociais (61%) est\u00e3o entre as principais plataformas em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios de internet declaram ter visto propaganda de produtos ou marcas. Pessoas ensinando como usar algum produto (62%) e abrindo embalagens -- o chamado unboxing<\/em><\/strong> - (61%) foram os principais conte\u00fados de imagem ou v\u00eddeo em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios da rede tiveram contato com divulga\u00e7\u00e3o de produtos ou marcas. Entre as principais categorias de produtos ou marcas vistas no ambiente online<\/em> est\u00e3o: <\/p>\n\n\n\n
Equipamentos eletr\u00f4nicos (60%); <\/li>
Roupas e sapatos (60%); <\/li>
Comidas, bebidas ou doces (57%); <\/li>
Videogames ou jogos (46%); <\/li>
Maquiagem e outros produtos de beleza (46%).\u00a0<\/li><\/ul>\n\n\n\nBusca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e bem-estar<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa tamb\u00e9m constatou que 32% dos jovens entre 11 e 17 anos procuram ajuda para lidar com algo ruim que vivenciaram<\/strong>, ou para falar sobre suas emo\u00e7\u00f5es<\/strong> quando se sentiram tristes. <\/p>\n\n\n\n
Entre os temas mais procurados relacionados \u00e0 sa\u00fade est\u00e3o:<\/p>\n\n\n\n
Informa\u00e7\u00f5es sobre alimenta\u00e7\u00e3o (55%);
Preven\u00e7\u00e3o e tratamento de doen\u00e7as (38%);
Exerc\u00edcios e meios para ficar em forma (36%);
Informa\u00e7\u00f5es sobre medicamentos (22%);<\/li>
Discuss\u00f5es sobre sa\u00fade sexual e educa\u00e7\u00e3o sexual (21%).<\/li><\/ul>\n\n\n\n
\"A pesquisa busca levantar evid\u00eancias que contribuam para a promo\u00e7\u00e3o de direitos e do bem-estar de crian\u00e7as e adolescentes. Desse modo, para al\u00e9m das atividades presentes na s\u00e9rie hist\u00f3rica da pesquisa, o uso da rede na busca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e apoio emocional passou a ser um tema relevante de investiga\u00e7\u00e3o\", sinaliza Barbosa.<\/p>\n\n\n\n
\"Pesquisas como a TIC Kids Online Brasil s\u00e3o de extrema relev\u00e2ncia para entendermos o cen\u00e1rio atual e fortalecermos o letramento e inclus\u00e3o digital dos mais jovens, com mais seguran\u00e7a e qualidade, quest\u00f5es intr\u00ednsecas ao trabalho realizado pelo Comit\u00ea Gestor da Internet no Brasil\", pondera Jos\u00e9 Gontijo, coordenador do CGI.br.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"] <\/p>\n","post_title":"93% dos jovens entre 9 e 17 anos usam a internet no pa\u00eds, revela pesquisa","post_excerpt":"Pesquisa TIC Kids Online Brasil 2021 tamb\u00e9m mostrou que a TikTok \u00e9 a principal rede social utilizada por crian\u00e7as e adolescentes","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"93-dos-jovens-entre-9-e-17-anos-usam-a-internet-revela-pesquisa-tic-kids-online-2021","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-23 11:24:47","post_modified_gmt":"2022-08-23 14:24:47","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64334","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"}],"next":false,"prev":true,"total_page":12},"paged":1,"column_class":"jeg_col_2o3","class":"epic_block_3"};

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Atualmente, cerca de 2 milh\u00f5es de crian\u00e7as e adolescentes est\u00e3o em situa\u00e7\u00e3o de trabalho infantil no Brasil. Desse total, 66% s\u00e3o crian\u00e7as pretas ou pardas e 71% est\u00e3o na \u00e1rea urbana, de acordo com um levantamento divulgado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domic\u00edlios (PNAD Cont\u00ednua).<\/p>\n\n\n\n
Viol\u00eancia e explora\u00e7\u00e3o sexual<\/h3>\n\n\n\n
Entre 2016 e 2020, 35 mil crian\u00e7as e adolescentes, de 0 a 19 anos, foram mortos de forma violenta no Brasil e 180 mil sofreram viol\u00eancia sexual, segundo o Panorama da Viol\u00eancia Sexual contra crian\u00e7as e Adolescentes no Brasil, lan\u00e7ado pela Unicef e pelo F\u00f3rum Brasileiro de Seguran\u00e7a P\u00fablica (FBSP). Por isso, \u00e9 necess\u00e1rio eleger pessoas que tenham coragem para combater esse cen\u00e1rio e falar de assuntos como igualdade de g\u00eanero, empoderamento de meninas, viol\u00eancia sexual e femin\u00edcio.<\/p>\n\n\n\n
Moradia<\/h3>\n\n\n\n
Mais de 5 milh\u00f5es de pessoas ainda residem em domic\u00edlios sem banheiros ou sanit\u00e1rios de uso exclusivo e 9,7 milh\u00f5es vivem em condi\u00e7\u00f5es de adensamento excessivo, com mais de tr\u00eas moradores para cada dormit\u00f3rio. Este \u00e9 um assunto que n\u00e3o deve ser ignorado, j\u00e1 que todas as crian\u00e7as precisam de acesso \u00e0 moradia para viver com dignidade e poder se desenvolver em outras \u00e1reas, como lazer, educa\u00e7\u00e3o e sa\u00fade.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]  <\/p>\n","post_title":"5 motivos para priorizar as crian\u00e7as nas elei\u00e7\u00f5es de 2022","post_excerpt":"Crian\u00e7as e adolescentes menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar, mas s\u00e3o parcela importante da popula\u00e7\u00e3o e t\u00eam de estar contemplados nos projetos dos diferentes atores governamentais","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"5-motivos-para-priorizar-as-criancas-nas-eleicoes-de-2022","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-25 18:52:13","post_modified_gmt":"2022-08-25 21:52:13","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64369","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64334,"post_author":"4","post_date":"2022-08-22 15:14:51","post_date_gmt":"2022-08-22 18:14:51","post_content":"\n
O n\u00famero de crian\u00e7as e adolescente<\/a>s conectados \u00e0 internet cresceu nos \u00faltimos anos. Segundo o estudo TIC Kids Online Brasil 2021<\/a>, rec\u00e9m-divulgado, 93% ou 22,3 milh\u00f5es das crian\u00e7as e dos adolescentes<\/a> no pa\u00eds acessaram a web<\/a> em 2021, sendo que em 2019 esse percentual era de 89%. O crescimento foi impulsionado principalmente pela maior propor\u00e7\u00e3o de usu\u00e1rios na regi\u00e3o Nordeste e nas \u00e1reas rurais. <\/p>\n\n\n\n
O uso de redes sociais <\/a>pelas crian\u00e7as tamb\u00e9m tem se elevado, sendo a plataforma Tik Tok<\/a> a mais utilizada (34%), seguida pelo Instagram (33%). No Facebook, houve queda no uso de 66% para 51% no per\u00edodo citado. J\u00e1 o WhatsApp segue como a plataforma em que crian\u00e7as e adolescentes mais possuem perfil (foi de 70% em 2018 para 80% em 2021), e \u00e9 a mais difundida entre todos os estratos sociais.<\/p>\n\n\n\n
A pesquisa, conduzida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informa\u00e7\u00e3o (Cetic.br) do N\u00facleo de Informa\u00e7\u00e3o e Coordena\u00e7\u00e3o do Ponto BR (NIC.br), entrevistou 2.651 crian\u00e7as e adolescentes com idades entre 9 e 17 anos, bem como seus pais ou respons\u00e1veis, em todo o territ\u00f3rio nacional. As entrevistas aconteceram entre outubro de 2021 e mar\u00e7o de 2022, com a finalidade de investigar oportunidades e riscos relacionados \u00e0 participa\u00e7\u00e3o online desse p\u00fablico. <\/p>\n\n\n\n
Segundo o levantamento, as crian\u00e7as tamb\u00e9m est\u00e3o passando mais tempo em jogos online - seja conectadas com outros jogadores (de 57% para 66%, entre 2021 e 2019) ou n\u00e3o conectadas a eles (de 55% para 64%) -, e fazendo mais compras no ambiente digital - cresceu de 9% para 19% no mesmo per\u00edodo. <\/p>\n\n\n\n
\"Plataformas de cria\u00e7\u00e3o e compartilhamento de conte\u00fado audiovisual est\u00e3o entre as mais utilizadas por crian\u00e7as e adolescentes. Nesse contexto, a qualidade da conex\u00e3o \u00e0 Internet e dos dispositivos digitais utilizados para o acesso \u00e0 rede passam a ser determinantes para o melhor aproveitamento de oportunidades online. \u00c9 central, portanto, garantir condi\u00e7\u00f5es equitativas de conectividade para crian\u00e7as e adolescentes em diferentes contextos socioecon\u00f4micos\", aponta Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br. <\/p>\n\n\n\n
A pesquisa TIC Kids Online <\/a>detectou, ainda, que o telefone celular segue como o principal meio de conex\u00e3o \u00e0 rede nos diferentes extratos sociais. Para 53%, o celular foi o \u00fanico dispositivo usado, realidade que se verificou mais presente nas classes DE (78%) e C (52%) do que nas classes AB (18%). <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Acesso a propagandas<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
Entre as atividades multim\u00eddia, as mais acessadas pelas crian\u00e7as s\u00e3o ouvir m\u00fasica (80%), assistir a v\u00eddeos, programas, filmes ou s\u00e9ries (84%), S\u00edtios de v\u00eddeos (67%) e redes sociais (61%) est\u00e3o entre as principais plataformas em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios de internet declaram ter visto propaganda de produtos ou marcas. Pessoas ensinando como usar algum produto (62%) e abrindo embalagens -- o chamado unboxing<\/em><\/strong> - (61%) foram os principais conte\u00fados de imagem ou v\u00eddeo em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios da rede tiveram contato com divulga\u00e7\u00e3o de produtos ou marcas. Entre as principais categorias de produtos ou marcas vistas no ambiente online<\/em> est\u00e3o: <\/p>\n\n\n\n
Equipamentos eletr\u00f4nicos (60%); <\/li>
Roupas e sapatos (60%); <\/li>
Comidas, bebidas ou doces (57%); <\/li>
Videogames ou jogos (46%); <\/li>
Maquiagem e outros produtos de beleza (46%).\u00a0<\/li><\/ul>\n\n\n\nBusca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e bem-estar<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa tamb\u00e9m constatou que 32% dos jovens entre 11 e 17 anos procuram ajuda para lidar com algo ruim que vivenciaram<\/strong>, ou para falar sobre suas emo\u00e7\u00f5es<\/strong> quando se sentiram tristes. <\/p>\n\n\n\n
Entre os temas mais procurados relacionados \u00e0 sa\u00fade est\u00e3o:<\/p>\n\n\n\n
Informa\u00e7\u00f5es sobre alimenta\u00e7\u00e3o (55%);
Preven\u00e7\u00e3o e tratamento de doen\u00e7as (38%);
Exerc\u00edcios e meios para ficar em forma (36%);
Informa\u00e7\u00f5es sobre medicamentos (22%);<\/li>
Discuss\u00f5es sobre sa\u00fade sexual e educa\u00e7\u00e3o sexual (21%).<\/li><\/ul>\n\n\n\n
\"A pesquisa busca levantar evid\u00eancias que contribuam para a promo\u00e7\u00e3o de direitos e do bem-estar de crian\u00e7as e adolescentes. Desse modo, para al\u00e9m das atividades presentes na s\u00e9rie hist\u00f3rica da pesquisa, o uso da rede na busca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e apoio emocional passou a ser um tema relevante de investiga\u00e7\u00e3o\", sinaliza Barbosa.<\/p>\n\n\n\n
\"Pesquisas como a TIC Kids Online Brasil s\u00e3o de extrema relev\u00e2ncia para entendermos o cen\u00e1rio atual e fortalecermos o letramento e inclus\u00e3o digital dos mais jovens, com mais seguran\u00e7a e qualidade, quest\u00f5es intr\u00ednsecas ao trabalho realizado pelo Comit\u00ea Gestor da Internet no Brasil\", pondera Jos\u00e9 Gontijo, coordenador do CGI.br.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
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Amamentar deitada é seguro? O que toda mãe precisa saber antes de tentar

A infância em looping: o que a denúncia contra o TikTok revela para nós, mães

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Trabalho Infantil<\/h3>\n\n\n\n
Atualmente, cerca de 2 milh\u00f5es de crian\u00e7as e adolescentes est\u00e3o em situa\u00e7\u00e3o de trabalho infantil no Brasil. Desse total, 66% s\u00e3o crian\u00e7as pretas ou pardas e 71% est\u00e3o na \u00e1rea urbana, de acordo com um levantamento divulgado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domic\u00edlios (PNAD Cont\u00ednua).<\/p>\n\n\n\n
Viol\u00eancia e explora\u00e7\u00e3o sexual<\/h3>\n\n\n\n
Entre 2016 e 2020, 35 mil crian\u00e7as e adolescentes, de 0 a 19 anos, foram mortos de forma violenta no Brasil e 180 mil sofreram viol\u00eancia sexual, segundo o Panorama da Viol\u00eancia Sexual contra crian\u00e7as e Adolescentes no Brasil, lan\u00e7ado pela Unicef e pelo F\u00f3rum Brasileiro de Seguran\u00e7a P\u00fablica (FBSP). Por isso, \u00e9 necess\u00e1rio eleger pessoas que tenham coragem para combater esse cen\u00e1rio e falar de assuntos como igualdade de g\u00eanero, empoderamento de meninas, viol\u00eancia sexual e femin\u00edcio.<\/p>\n\n\n\n
Moradia<\/h3>\n\n\n\n
Mais de 5 milh\u00f5es de pessoas ainda residem em domic\u00edlios sem banheiros ou sanit\u00e1rios de uso exclusivo e 9,7 milh\u00f5es vivem em condi\u00e7\u00f5es de adensamento excessivo, com mais de tr\u00eas moradores para cada dormit\u00f3rio. Este \u00e9 um assunto que n\u00e3o deve ser ignorado, j\u00e1 que todas as crian\u00e7as precisam de acesso \u00e0 moradia para viver com dignidade e poder se desenvolver em outras \u00e1reas, como lazer, educa\u00e7\u00e3o e sa\u00fade.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]  <\/p>\n","post_title":"5 motivos para priorizar as crian\u00e7as nas elei\u00e7\u00f5es de 2022","post_excerpt":"Crian\u00e7as e adolescentes menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar, mas s\u00e3o parcela importante da popula\u00e7\u00e3o e t\u00eam de estar contemplados nos projetos dos diferentes atores governamentais","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"5-motivos-para-priorizar-as-criancas-nas-eleicoes-de-2022","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-25 18:52:13","post_modified_gmt":"2022-08-25 21:52:13","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64369","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64334,"post_author":"4","post_date":"2022-08-22 15:14:51","post_date_gmt":"2022-08-22 18:14:51","post_content":"\n
O n\u00famero de crian\u00e7as e adolescente<\/a>s conectados \u00e0 internet cresceu nos \u00faltimos anos. Segundo o estudo TIC Kids Online Brasil 2021<\/a>, rec\u00e9m-divulgado, 93% ou 22,3 milh\u00f5es das crian\u00e7as e dos adolescentes<\/a> no pa\u00eds acessaram a web<\/a> em 2021, sendo que em 2019 esse percentual era de 89%. O crescimento foi impulsionado principalmente pela maior propor\u00e7\u00e3o de usu\u00e1rios na regi\u00e3o Nordeste e nas \u00e1reas rurais. <\/p>\n\n\n\n
O uso de redes sociais <\/a>pelas crian\u00e7as tamb\u00e9m tem se elevado, sendo a plataforma Tik Tok<\/a> a mais utilizada (34%), seguida pelo Instagram (33%). No Facebook, houve queda no uso de 66% para 51% no per\u00edodo citado. J\u00e1 o WhatsApp segue como a plataforma em que crian\u00e7as e adolescentes mais possuem perfil (foi de 70% em 2018 para 80% em 2021), e \u00e9 a mais difundida entre todos os estratos sociais.<\/p>\n\n\n\n
A pesquisa, conduzida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informa\u00e7\u00e3o (Cetic.br) do N\u00facleo de Informa\u00e7\u00e3o e Coordena\u00e7\u00e3o do Ponto BR (NIC.br), entrevistou 2.651 crian\u00e7as e adolescentes com idades entre 9 e 17 anos, bem como seus pais ou respons\u00e1veis, em todo o territ\u00f3rio nacional. As entrevistas aconteceram entre outubro de 2021 e mar\u00e7o de 2022, com a finalidade de investigar oportunidades e riscos relacionados \u00e0 participa\u00e7\u00e3o online desse p\u00fablico. <\/p>\n\n\n\n
Segundo o levantamento, as crian\u00e7as tamb\u00e9m est\u00e3o passando mais tempo em jogos online - seja conectadas com outros jogadores (de 57% para 66%, entre 2021 e 2019) ou n\u00e3o conectadas a eles (de 55% para 64%) -, e fazendo mais compras no ambiente digital - cresceu de 9% para 19% no mesmo per\u00edodo. <\/p>\n\n\n\n
\"Plataformas de cria\u00e7\u00e3o e compartilhamento de conte\u00fado audiovisual est\u00e3o entre as mais utilizadas por crian\u00e7as e adolescentes. Nesse contexto, a qualidade da conex\u00e3o \u00e0 Internet e dos dispositivos digitais utilizados para o acesso \u00e0 rede passam a ser determinantes para o melhor aproveitamento de oportunidades online. \u00c9 central, portanto, garantir condi\u00e7\u00f5es equitativas de conectividade para crian\u00e7as e adolescentes em diferentes contextos socioecon\u00f4micos\", aponta Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br. <\/p>\n\n\n\n
A pesquisa TIC Kids Online <\/a>detectou, ainda, que o telefone celular segue como o principal meio de conex\u00e3o \u00e0 rede nos diferentes extratos sociais. Para 53%, o celular foi o \u00fanico dispositivo usado, realidade que se verificou mais presente nas classes DE (78%) e C (52%) do que nas classes AB (18%). <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Acesso a propagandas<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
Entre as atividades multim\u00eddia, as mais acessadas pelas crian\u00e7as s\u00e3o ouvir m\u00fasica (80%), assistir a v\u00eddeos, programas, filmes ou s\u00e9ries (84%), S\u00edtios de v\u00eddeos (67%) e redes sociais (61%) est\u00e3o entre as principais plataformas em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios de internet declaram ter visto propaganda de produtos ou marcas. Pessoas ensinando como usar algum produto (62%) e abrindo embalagens -- o chamado unboxing<\/em><\/strong> - (61%) foram os principais conte\u00fados de imagem ou v\u00eddeo em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios da rede tiveram contato com divulga\u00e7\u00e3o de produtos ou marcas. Entre as principais categorias de produtos ou marcas vistas no ambiente online<\/em> est\u00e3o: <\/p>\n\n\n\n
Equipamentos eletr\u00f4nicos (60%); <\/li>
Roupas e sapatos (60%); <\/li>
Comidas, bebidas ou doces (57%); <\/li>
Videogames ou jogos (46%); <\/li>
Maquiagem e outros produtos de beleza (46%).\u00a0<\/li><\/ul>\n\n\n\nBusca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e bem-estar<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa tamb\u00e9m constatou que 32% dos jovens entre 11 e 17 anos procuram ajuda para lidar com algo ruim que vivenciaram<\/strong>, ou para falar sobre suas emo\u00e7\u00f5es<\/strong> quando se sentiram tristes. <\/p>\n\n\n\n
Entre os temas mais procurados relacionados \u00e0 sa\u00fade est\u00e3o:<\/p>\n\n\n\n
Informa\u00e7\u00f5es sobre alimenta\u00e7\u00e3o (55%);
Preven\u00e7\u00e3o e tratamento de doen\u00e7as (38%);
Exerc\u00edcios e meios para ficar em forma (36%);
Informa\u00e7\u00f5es sobre medicamentos (22%);<\/li>
Discuss\u00f5es sobre sa\u00fade sexual e educa\u00e7\u00e3o sexual (21%).<\/li><\/ul>\n\n\n\n
\"A pesquisa busca levantar evid\u00eancias que contribuam para a promo\u00e7\u00e3o de direitos e do bem-estar de crian\u00e7as e adolescentes. Desse modo, para al\u00e9m das atividades presentes na s\u00e9rie hist\u00f3rica da pesquisa, o uso da rede na busca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e apoio emocional passou a ser um tema relevante de investiga\u00e7\u00e3o\", sinaliza Barbosa.<\/p>\n\n\n\n
\"Pesquisas como a TIC Kids Online Brasil s\u00e3o de extrema relev\u00e2ncia para entendermos o cen\u00e1rio atual e fortalecermos o letramento e inclus\u00e3o digital dos mais jovens, com mais seguran\u00e7a e qualidade, quest\u00f5es intr\u00ednsecas ao trabalho realizado pelo Comit\u00ea Gestor da Internet no Brasil\", pondera Jos\u00e9 Gontijo, coordenador do CGI.br.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"] <\/p>\n","post_title":"93% dos jovens entre 9 e 17 anos usam a internet no pa\u00eds, revela pesquisa","post_excerpt":"Pesquisa TIC Kids Online Brasil 2021 tamb\u00e9m mostrou que a TikTok \u00e9 a principal rede social utilizada por crian\u00e7as e adolescentes","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"93-dos-jovens-entre-9-e-17-anos-usam-a-internet-revela-pesquisa-tic-kids-online-2021","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-23 11:24:47","post_modified_gmt":"2022-08-23 14:24:47","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64334","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"}],"next":false,"prev":true,"total_page":12},"paged":1,"column_class":"jeg_col_2o3","class":"epic_block_3"};

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\n
H\u00e1 50 anos, a educa\u00e7\u00e3o infantil n\u00e3o era uma realidade no Brasil, no entanto, pol\u00edticas p\u00fablicas mudaram essa realidade. Ainda assim, nos \u00faltimos dois anos, o n\u00famero de crian\u00e7as de 6 e 7 anos que n\u00e3o sabem ler e escrever cresceu em 1 milh\u00e3o. Pensando no futuro e nos pr\u00f3ximos passos do Brasil relacionados \u00e0 educa\u00e7\u00e3o p\u00fablica, \u00e9 necess\u00e1rio eleger candidatos que queiram enfrentar as desigualdades sociais e lutar para que todas as crian\u00e7as e adolescentes tenham acesso \u00e0 educa\u00e7\u00e3o de qualidade.<\/p>\n\n\n\n
Trabalho Infantil<\/h3>\n\n\n\n
Atualmente, cerca de 2 milh\u00f5es de crian\u00e7as e adolescentes est\u00e3o em situa\u00e7\u00e3o de trabalho infantil no Brasil. Desse total, 66% s\u00e3o crian\u00e7as pretas ou pardas e 71% est\u00e3o na \u00e1rea urbana, de acordo com um levantamento divulgado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domic\u00edlios (PNAD Cont\u00ednua).<\/p>\n\n\n\n
Viol\u00eancia e explora\u00e7\u00e3o sexual<\/h3>\n\n\n\n
Entre 2016 e 2020, 35 mil crian\u00e7as e adolescentes, de 0 a 19 anos, foram mortos de forma violenta no Brasil e 180 mil sofreram viol\u00eancia sexual, segundo o Panorama da Viol\u00eancia Sexual contra crian\u00e7as e Adolescentes no Brasil, lan\u00e7ado pela Unicef e pelo F\u00f3rum Brasileiro de Seguran\u00e7a P\u00fablica (FBSP). Por isso, \u00e9 necess\u00e1rio eleger pessoas que tenham coragem para combater esse cen\u00e1rio e falar de assuntos como igualdade de g\u00eanero, empoderamento de meninas, viol\u00eancia sexual e femin\u00edcio.<\/p>\n\n\n\n
Moradia<\/h3>\n\n\n\n
Mais de 5 milh\u00f5es de pessoas ainda residem em domic\u00edlios sem banheiros ou sanit\u00e1rios de uso exclusivo e 9,7 milh\u00f5es vivem em condi\u00e7\u00f5es de adensamento excessivo, com mais de tr\u00eas moradores para cada dormit\u00f3rio. Este \u00e9 um assunto que n\u00e3o deve ser ignorado, j\u00e1 que todas as crian\u00e7as precisam de acesso \u00e0 moradia para viver com dignidade e poder se desenvolver em outras \u00e1reas, como lazer, educa\u00e7\u00e3o e sa\u00fade.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]  <\/p>\n","post_title":"5 motivos para priorizar as crian\u00e7as nas elei\u00e7\u00f5es de 2022","post_excerpt":"Crian\u00e7as e adolescentes menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar, mas s\u00e3o parcela importante da popula\u00e7\u00e3o e t\u00eam de estar contemplados nos projetos dos diferentes atores governamentais","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"5-motivos-para-priorizar-as-criancas-nas-eleicoes-de-2022","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-25 18:52:13","post_modified_gmt":"2022-08-25 21:52:13","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64369","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64334,"post_author":"4","post_date":"2022-08-22 15:14:51","post_date_gmt":"2022-08-22 18:14:51","post_content":"\n
O n\u00famero de crian\u00e7as e adolescente<\/a>s conectados \u00e0 internet cresceu nos \u00faltimos anos. Segundo o estudo TIC Kids Online Brasil 2021<\/a>, rec\u00e9m-divulgado, 93% ou 22,3 milh\u00f5es das crian\u00e7as e dos adolescentes<\/a> no pa\u00eds acessaram a web<\/a> em 2021, sendo que em 2019 esse percentual era de 89%. O crescimento foi impulsionado principalmente pela maior propor\u00e7\u00e3o de usu\u00e1rios na regi\u00e3o Nordeste e nas \u00e1reas rurais. <\/p>\n\n\n\n
O uso de redes sociais <\/a>pelas crian\u00e7as tamb\u00e9m tem se elevado, sendo a plataforma Tik Tok<\/a> a mais utilizada (34%), seguida pelo Instagram (33%). No Facebook, houve queda no uso de 66% para 51% no per\u00edodo citado. J\u00e1 o WhatsApp segue como a plataforma em que crian\u00e7as e adolescentes mais possuem perfil (foi de 70% em 2018 para 80% em 2021), e \u00e9 a mais difundida entre todos os estratos sociais.<\/p>\n\n\n\n
A pesquisa, conduzida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informa\u00e7\u00e3o (Cetic.br) do N\u00facleo de Informa\u00e7\u00e3o e Coordena\u00e7\u00e3o do Ponto BR (NIC.br), entrevistou 2.651 crian\u00e7as e adolescentes com idades entre 9 e 17 anos, bem como seus pais ou respons\u00e1veis, em todo o territ\u00f3rio nacional. As entrevistas aconteceram entre outubro de 2021 e mar\u00e7o de 2022, com a finalidade de investigar oportunidades e riscos relacionados \u00e0 participa\u00e7\u00e3o online desse p\u00fablico. <\/p>\n\n\n\n
Segundo o levantamento, as crian\u00e7as tamb\u00e9m est\u00e3o passando mais tempo em jogos online - seja conectadas com outros jogadores (de 57% para 66%, entre 2021 e 2019) ou n\u00e3o conectadas a eles (de 55% para 64%) -, e fazendo mais compras no ambiente digital - cresceu de 9% para 19% no mesmo per\u00edodo. <\/p>\n\n\n\n
\"Plataformas de cria\u00e7\u00e3o e compartilhamento de conte\u00fado audiovisual est\u00e3o entre as mais utilizadas por crian\u00e7as e adolescentes. Nesse contexto, a qualidade da conex\u00e3o \u00e0 Internet e dos dispositivos digitais utilizados para o acesso \u00e0 rede passam a ser determinantes para o melhor aproveitamento de oportunidades online. \u00c9 central, portanto, garantir condi\u00e7\u00f5es equitativas de conectividade para crian\u00e7as e adolescentes em diferentes contextos socioecon\u00f4micos\", aponta Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br. <\/p>\n\n\n\n
A pesquisa TIC Kids Online <\/a>detectou, ainda, que o telefone celular segue como o principal meio de conex\u00e3o \u00e0 rede nos diferentes extratos sociais. Para 53%, o celular foi o \u00fanico dispositivo usado, realidade que se verificou mais presente nas classes DE (78%) e C (52%) do que nas classes AB (18%). <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Acesso a propagandas<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
Entre as atividades multim\u00eddia, as mais acessadas pelas crian\u00e7as s\u00e3o ouvir m\u00fasica (80%), assistir a v\u00eddeos, programas, filmes ou s\u00e9ries (84%), S\u00edtios de v\u00eddeos (67%) e redes sociais (61%) est\u00e3o entre as principais plataformas em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios de internet declaram ter visto propaganda de produtos ou marcas. Pessoas ensinando como usar algum produto (62%) e abrindo embalagens -- o chamado unboxing<\/em><\/strong> - (61%) foram os principais conte\u00fados de imagem ou v\u00eddeo em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios da rede tiveram contato com divulga\u00e7\u00e3o de produtos ou marcas. Entre as principais categorias de produtos ou marcas vistas no ambiente online<\/em> est\u00e3o: <\/p>\n\n\n\n
Equipamentos eletr\u00f4nicos (60%); <\/li>
Roupas e sapatos (60%); <\/li>
Comidas, bebidas ou doces (57%); <\/li>
Videogames ou jogos (46%); <\/li>
Maquiagem e outros produtos de beleza (46%).\u00a0<\/li><\/ul>\n\n\n\nBusca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e bem-estar<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa tamb\u00e9m constatou que 32% dos jovens entre 11 e 17 anos procuram ajuda para lidar com algo ruim que vivenciaram<\/strong>, ou para falar sobre suas emo\u00e7\u00f5es<\/strong> quando se sentiram tristes. <\/p>\n\n\n\n
Entre os temas mais procurados relacionados \u00e0 sa\u00fade est\u00e3o:<\/p>\n\n\n\n
Informa\u00e7\u00f5es sobre alimenta\u00e7\u00e3o (55%);
Preven\u00e7\u00e3o e tratamento de doen\u00e7as (38%);
Exerc\u00edcios e meios para ficar em forma (36%);
Informa\u00e7\u00f5es sobre medicamentos (22%);<\/li>
Discuss\u00f5es sobre sa\u00fade sexual e educa\u00e7\u00e3o sexual (21%).<\/li><\/ul>\n\n\n\n
\"A pesquisa busca levantar evid\u00eancias que contribuam para a promo\u00e7\u00e3o de direitos e do bem-estar de crian\u00e7as e adolescentes. Desse modo, para al\u00e9m das atividades presentes na s\u00e9rie hist\u00f3rica da pesquisa, o uso da rede na busca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e apoio emocional passou a ser um tema relevante de investiga\u00e7\u00e3o\", sinaliza Barbosa.<\/p>\n\n\n\n
\"Pesquisas como a TIC Kids Online Brasil s\u00e3o de extrema relev\u00e2ncia para entendermos o cen\u00e1rio atual e fortalecermos o letramento e inclus\u00e3o digital dos mais jovens, com mais seguran\u00e7a e qualidade, quest\u00f5es intr\u00ednsecas ao trabalho realizado pelo Comit\u00ea Gestor da Internet no Brasil\", pondera Jos\u00e9 Gontijo, coordenador do CGI.br.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
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Mais Lidas

Por que o refluxo atinge quase todas as gestantes (e o que realmente vale a pena fazer)?

Amamentar deitada é seguro? O que toda mãe precisa saber antes de tentar

A infância em looping: o que a denúncia contra o TikTok revela para nós, mães

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Analfabetismo<\/h3>\n\n\n\n
H\u00e1 50 anos, a educa\u00e7\u00e3o infantil n\u00e3o era uma realidade no Brasil, no entanto, pol\u00edticas p\u00fablicas mudaram essa realidade. Ainda assim, nos \u00faltimos dois anos, o n\u00famero de crian\u00e7as de 6 e 7 anos que n\u00e3o sabem ler e escrever cresceu em 1 milh\u00e3o. Pensando no futuro e nos pr\u00f3ximos passos do Brasil relacionados \u00e0 educa\u00e7\u00e3o p\u00fablica, \u00e9 necess\u00e1rio eleger candidatos que queiram enfrentar as desigualdades sociais e lutar para que todas as crian\u00e7as e adolescentes tenham acesso \u00e0 educa\u00e7\u00e3o de qualidade.<\/p>\n\n\n\n
Trabalho Infantil<\/h3>\n\n\n\n
Atualmente, cerca de 2 milh\u00f5es de crian\u00e7as e adolescentes est\u00e3o em situa\u00e7\u00e3o de trabalho infantil no Brasil. Desse total, 66% s\u00e3o crian\u00e7as pretas ou pardas e 71% est\u00e3o na \u00e1rea urbana, de acordo com um levantamento divulgado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domic\u00edlios (PNAD Cont\u00ednua).<\/p>\n\n\n\n
Viol\u00eancia e explora\u00e7\u00e3o sexual<\/h3>\n\n\n\n
Entre 2016 e 2020, 35 mil crian\u00e7as e adolescentes, de 0 a 19 anos, foram mortos de forma violenta no Brasil e 180 mil sofreram viol\u00eancia sexual, segundo o Panorama da Viol\u00eancia Sexual contra crian\u00e7as e Adolescentes no Brasil, lan\u00e7ado pela Unicef e pelo F\u00f3rum Brasileiro de Seguran\u00e7a P\u00fablica (FBSP). Por isso, \u00e9 necess\u00e1rio eleger pessoas que tenham coragem para combater esse cen\u00e1rio e falar de assuntos como igualdade de g\u00eanero, empoderamento de meninas, viol\u00eancia sexual e femin\u00edcio.<\/p>\n\n\n\n
Moradia<\/h3>\n\n\n\n
Mais de 5 milh\u00f5es de pessoas ainda residem em domic\u00edlios sem banheiros ou sanit\u00e1rios de uso exclusivo e 9,7 milh\u00f5es vivem em condi\u00e7\u00f5es de adensamento excessivo, com mais de tr\u00eas moradores para cada dormit\u00f3rio. Este \u00e9 um assunto que n\u00e3o deve ser ignorado, j\u00e1 que todas as crian\u00e7as precisam de acesso \u00e0 moradia para viver com dignidade e poder se desenvolver em outras \u00e1reas, como lazer, educa\u00e7\u00e3o e sa\u00fade.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]  <\/p>\n","post_title":"5 motivos para priorizar as crian\u00e7as nas elei\u00e7\u00f5es de 2022","post_excerpt":"Crian\u00e7as e adolescentes menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar, mas s\u00e3o parcela importante da popula\u00e7\u00e3o e t\u00eam de estar contemplados nos projetos dos diferentes atores governamentais","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"5-motivos-para-priorizar-as-criancas-nas-eleicoes-de-2022","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-25 18:52:13","post_modified_gmt":"2022-08-25 21:52:13","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64369","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64334,"post_author":"4","post_date":"2022-08-22 15:14:51","post_date_gmt":"2022-08-22 18:14:51","post_content":"\n
O n\u00famero de crian\u00e7as e adolescente<\/a>s conectados \u00e0 internet cresceu nos \u00faltimos anos. Segundo o estudo TIC Kids Online Brasil 2021<\/a>, rec\u00e9m-divulgado, 93% ou 22,3 milh\u00f5es das crian\u00e7as e dos adolescentes<\/a> no pa\u00eds acessaram a web<\/a> em 2021, sendo que em 2019 esse percentual era de 89%. O crescimento foi impulsionado principalmente pela maior propor\u00e7\u00e3o de usu\u00e1rios na regi\u00e3o Nordeste e nas \u00e1reas rurais. <\/p>\n\n\n\n
O uso de redes sociais <\/a>pelas crian\u00e7as tamb\u00e9m tem se elevado, sendo a plataforma Tik Tok<\/a> a mais utilizada (34%), seguida pelo Instagram (33%). No Facebook, houve queda no uso de 66% para 51% no per\u00edodo citado. J\u00e1 o WhatsApp segue como a plataforma em que crian\u00e7as e adolescentes mais possuem perfil (foi de 70% em 2018 para 80% em 2021), e \u00e9 a mais difundida entre todos os estratos sociais.<\/p>\n\n\n\n
A pesquisa, conduzida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informa\u00e7\u00e3o (Cetic.br) do N\u00facleo de Informa\u00e7\u00e3o e Coordena\u00e7\u00e3o do Ponto BR (NIC.br), entrevistou 2.651 crian\u00e7as e adolescentes com idades entre 9 e 17 anos, bem como seus pais ou respons\u00e1veis, em todo o territ\u00f3rio nacional. As entrevistas aconteceram entre outubro de 2021 e mar\u00e7o de 2022, com a finalidade de investigar oportunidades e riscos relacionados \u00e0 participa\u00e7\u00e3o online desse p\u00fablico. <\/p>\n\n\n\n
Segundo o levantamento, as crian\u00e7as tamb\u00e9m est\u00e3o passando mais tempo em jogos online - seja conectadas com outros jogadores (de 57% para 66%, entre 2021 e 2019) ou n\u00e3o conectadas a eles (de 55% para 64%) -, e fazendo mais compras no ambiente digital - cresceu de 9% para 19% no mesmo per\u00edodo. <\/p>\n\n\n\n
\"Plataformas de cria\u00e7\u00e3o e compartilhamento de conte\u00fado audiovisual est\u00e3o entre as mais utilizadas por crian\u00e7as e adolescentes. Nesse contexto, a qualidade da conex\u00e3o \u00e0 Internet e dos dispositivos digitais utilizados para o acesso \u00e0 rede passam a ser determinantes para o melhor aproveitamento de oportunidades online. \u00c9 central, portanto, garantir condi\u00e7\u00f5es equitativas de conectividade para crian\u00e7as e adolescentes em diferentes contextos socioecon\u00f4micos\", aponta Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br. <\/p>\n\n\n\n
A pesquisa TIC Kids Online <\/a>detectou, ainda, que o telefone celular segue como o principal meio de conex\u00e3o \u00e0 rede nos diferentes extratos sociais. Para 53%, o celular foi o \u00fanico dispositivo usado, realidade que se verificou mais presente nas classes DE (78%) e C (52%) do que nas classes AB (18%). <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Acesso a propagandas<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
Entre as atividades multim\u00eddia, as mais acessadas pelas crian\u00e7as s\u00e3o ouvir m\u00fasica (80%), assistir a v\u00eddeos, programas, filmes ou s\u00e9ries (84%), S\u00edtios de v\u00eddeos (67%) e redes sociais (61%) est\u00e3o entre as principais plataformas em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios de internet declaram ter visto propaganda de produtos ou marcas. Pessoas ensinando como usar algum produto (62%) e abrindo embalagens -- o chamado unboxing<\/em><\/strong> - (61%) foram os principais conte\u00fados de imagem ou v\u00eddeo em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios da rede tiveram contato com divulga\u00e7\u00e3o de produtos ou marcas. Entre as principais categorias de produtos ou marcas vistas no ambiente online<\/em> est\u00e3o: <\/p>\n\n\n\n
Equipamentos eletr\u00f4nicos (60%); <\/li>
Roupas e sapatos (60%); <\/li>
Comidas, bebidas ou doces (57%); <\/li>
Videogames ou jogos (46%); <\/li>
Maquiagem e outros produtos de beleza (46%).\u00a0<\/li><\/ul>\n\n\n\nBusca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e bem-estar<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa tamb\u00e9m constatou que 32% dos jovens entre 11 e 17 anos procuram ajuda para lidar com algo ruim que vivenciaram<\/strong>, ou para falar sobre suas emo\u00e7\u00f5es<\/strong> quando se sentiram tristes. <\/p>\n\n\n\n
Entre os temas mais procurados relacionados \u00e0 sa\u00fade est\u00e3o:<\/p>\n\n\n\n
Informa\u00e7\u00f5es sobre alimenta\u00e7\u00e3o (55%);
Preven\u00e7\u00e3o e tratamento de doen\u00e7as (38%);
Exerc\u00edcios e meios para ficar em forma (36%);
Informa\u00e7\u00f5es sobre medicamentos (22%);<\/li>
Discuss\u00f5es sobre sa\u00fade sexual e educa\u00e7\u00e3o sexual (21%).<\/li><\/ul>\n\n\n\n
\"A pesquisa busca levantar evid\u00eancias que contribuam para a promo\u00e7\u00e3o de direitos e do bem-estar de crian\u00e7as e adolescentes. Desse modo, para al\u00e9m das atividades presentes na s\u00e9rie hist\u00f3rica da pesquisa, o uso da rede na busca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e apoio emocional passou a ser um tema relevante de investiga\u00e7\u00e3o\", sinaliza Barbosa.<\/p>\n\n\n\n
\"Pesquisas como a TIC Kids Online Brasil s\u00e3o de extrema relev\u00e2ncia para entendermos o cen\u00e1rio atual e fortalecermos o letramento e inclus\u00e3o digital dos mais jovens, com mais seguran\u00e7a e qualidade, quest\u00f5es intr\u00ednsecas ao trabalho realizado pelo Comit\u00ea Gestor da Internet no Brasil\", pondera Jos\u00e9 Gontijo, coordenador do CGI.br.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"] <\/p>\n","post_title":"93% dos jovens entre 9 e 17 anos usam a internet no pa\u00eds, revela pesquisa","post_excerpt":"Pesquisa TIC Kids Online Brasil 2021 tamb\u00e9m mostrou que a TikTok \u00e9 a principal rede social utilizada por crian\u00e7as e adolescentes","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"93-dos-jovens-entre-9-e-17-anos-usam-a-internet-revela-pesquisa-tic-kids-online-2021","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-23 11:24:47","post_modified_gmt":"2022-08-23 14:24:47","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64334","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"}],"next":false,"prev":true,"total_page":12},"paged":1,"column_class":"jeg_col_2o3","class":"epic_block_3"};

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De acordo com um levantamento realizado pela Funda\u00e7\u00e3o Abrinq, cerca de 18,8 milh\u00f5es de meninos e meninas de at\u00e9 14 anos passam fome no Brasil. Essa inseguran\u00e7a alimentar traz preju\u00edzos grav\u00edssimos \u00e0s crian\u00e7as, afetando seu crescimento e o desenvolvimento f\u00edsico e cognitivo necess\u00e1rios para que consigam crescer de maneira saud\u00e1vel.<\/p>\n\n\n\n
Analfabetismo<\/h3>\n\n\n\n
H\u00e1 50 anos, a educa\u00e7\u00e3o infantil n\u00e3o era uma realidade no Brasil, no entanto, pol\u00edticas p\u00fablicas mudaram essa realidade. Ainda assim, nos \u00faltimos dois anos, o n\u00famero de crian\u00e7as de 6 e 7 anos que n\u00e3o sabem ler e escrever cresceu em 1 milh\u00e3o. Pensando no futuro e nos pr\u00f3ximos passos do Brasil relacionados \u00e0 educa\u00e7\u00e3o p\u00fablica, \u00e9 necess\u00e1rio eleger candidatos que queiram enfrentar as desigualdades sociais e lutar para que todas as crian\u00e7as e adolescentes tenham acesso \u00e0 educa\u00e7\u00e3o de qualidade.<\/p>\n\n\n\n
Trabalho Infantil<\/h3>\n\n\n\n
Atualmente, cerca de 2 milh\u00f5es de crian\u00e7as e adolescentes est\u00e3o em situa\u00e7\u00e3o de trabalho infantil no Brasil. Desse total, 66% s\u00e3o crian\u00e7as pretas ou pardas e 71% est\u00e3o na \u00e1rea urbana, de acordo com um levantamento divulgado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domic\u00edlios (PNAD Cont\u00ednua).<\/p>\n\n\n\n
Viol\u00eancia e explora\u00e7\u00e3o sexual<\/h3>\n\n\n\n
Entre 2016 e 2020, 35 mil crian\u00e7as e adolescentes, de 0 a 19 anos, foram mortos de forma violenta no Brasil e 180 mil sofreram viol\u00eancia sexual, segundo o Panorama da Viol\u00eancia Sexual contra crian\u00e7as e Adolescentes no Brasil, lan\u00e7ado pela Unicef e pelo F\u00f3rum Brasileiro de Seguran\u00e7a P\u00fablica (FBSP). Por isso, \u00e9 necess\u00e1rio eleger pessoas que tenham coragem para combater esse cen\u00e1rio e falar de assuntos como igualdade de g\u00eanero, empoderamento de meninas, viol\u00eancia sexual e femin\u00edcio.<\/p>\n\n\n\n
Moradia<\/h3>\n\n\n\n
Mais de 5 milh\u00f5es de pessoas ainda residem em domic\u00edlios sem banheiros ou sanit\u00e1rios de uso exclusivo e 9,7 milh\u00f5es vivem em condi\u00e7\u00f5es de adensamento excessivo, com mais de tr\u00eas moradores para cada dormit\u00f3rio. Este \u00e9 um assunto que n\u00e3o deve ser ignorado, j\u00e1 que todas as crian\u00e7as precisam de acesso \u00e0 moradia para viver com dignidade e poder se desenvolver em outras \u00e1reas, como lazer, educa\u00e7\u00e3o e sa\u00fade.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]  <\/p>\n","post_title":"5 motivos para priorizar as crian\u00e7as nas elei\u00e7\u00f5es de 2022","post_excerpt":"Crian\u00e7as e adolescentes menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar, mas s\u00e3o parcela importante da popula\u00e7\u00e3o e t\u00eam de estar contemplados nos projetos dos diferentes atores governamentais","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"5-motivos-para-priorizar-as-criancas-nas-eleicoes-de-2022","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-25 18:52:13","post_modified_gmt":"2022-08-25 21:52:13","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64369","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64334,"post_author":"4","post_date":"2022-08-22 15:14:51","post_date_gmt":"2022-08-22 18:14:51","post_content":"\n
O n\u00famero de crian\u00e7as e adolescente<\/a>s conectados \u00e0 internet cresceu nos \u00faltimos anos. Segundo o estudo TIC Kids Online Brasil 2021<\/a>, rec\u00e9m-divulgado, 93% ou 22,3 milh\u00f5es das crian\u00e7as e dos adolescentes<\/a> no pa\u00eds acessaram a web<\/a> em 2021, sendo que em 2019 esse percentual era de 89%. O crescimento foi impulsionado principalmente pela maior propor\u00e7\u00e3o de usu\u00e1rios na regi\u00e3o Nordeste e nas \u00e1reas rurais. <\/p>\n\n\n\n
O uso de redes sociais <\/a>pelas crian\u00e7as tamb\u00e9m tem se elevado, sendo a plataforma Tik Tok<\/a> a mais utilizada (34%), seguida pelo Instagram (33%). No Facebook, houve queda no uso de 66% para 51% no per\u00edodo citado. J\u00e1 o WhatsApp segue como a plataforma em que crian\u00e7as e adolescentes mais possuem perfil (foi de 70% em 2018 para 80% em 2021), e \u00e9 a mais difundida entre todos os estratos sociais.<\/p>\n\n\n\n
A pesquisa, conduzida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informa\u00e7\u00e3o (Cetic.br) do N\u00facleo de Informa\u00e7\u00e3o e Coordena\u00e7\u00e3o do Ponto BR (NIC.br), entrevistou 2.651 crian\u00e7as e adolescentes com idades entre 9 e 17 anos, bem como seus pais ou respons\u00e1veis, em todo o territ\u00f3rio nacional. As entrevistas aconteceram entre outubro de 2021 e mar\u00e7o de 2022, com a finalidade de investigar oportunidades e riscos relacionados \u00e0 participa\u00e7\u00e3o online desse p\u00fablico. <\/p>\n\n\n\n
Segundo o levantamento, as crian\u00e7as tamb\u00e9m est\u00e3o passando mais tempo em jogos online - seja conectadas com outros jogadores (de 57% para 66%, entre 2021 e 2019) ou n\u00e3o conectadas a eles (de 55% para 64%) -, e fazendo mais compras no ambiente digital - cresceu de 9% para 19% no mesmo per\u00edodo. <\/p>\n\n\n\n
\"Plataformas de cria\u00e7\u00e3o e compartilhamento de conte\u00fado audiovisual est\u00e3o entre as mais utilizadas por crian\u00e7as e adolescentes. Nesse contexto, a qualidade da conex\u00e3o \u00e0 Internet e dos dispositivos digitais utilizados para o acesso \u00e0 rede passam a ser determinantes para o melhor aproveitamento de oportunidades online. \u00c9 central, portanto, garantir condi\u00e7\u00f5es equitativas de conectividade para crian\u00e7as e adolescentes em diferentes contextos socioecon\u00f4micos\", aponta Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br. <\/p>\n\n\n\n
A pesquisa TIC Kids Online <\/a>detectou, ainda, que o telefone celular segue como o principal meio de conex\u00e3o \u00e0 rede nos diferentes extratos sociais. Para 53%, o celular foi o \u00fanico dispositivo usado, realidade que se verificou mais presente nas classes DE (78%) e C (52%) do que nas classes AB (18%). <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Acesso a propagandas<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
Entre as atividades multim\u00eddia, as mais acessadas pelas crian\u00e7as s\u00e3o ouvir m\u00fasica (80%), assistir a v\u00eddeos, programas, filmes ou s\u00e9ries (84%), S\u00edtios de v\u00eddeos (67%) e redes sociais (61%) est\u00e3o entre as principais plataformas em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios de internet declaram ter visto propaganda de produtos ou marcas. Pessoas ensinando como usar algum produto (62%) e abrindo embalagens -- o chamado unboxing<\/em><\/strong> - (61%) foram os principais conte\u00fados de imagem ou v\u00eddeo em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios da rede tiveram contato com divulga\u00e7\u00e3o de produtos ou marcas. Entre as principais categorias de produtos ou marcas vistas no ambiente online<\/em> est\u00e3o: <\/p>\n\n\n\n
Equipamentos eletr\u00f4nicos (60%); <\/li>
Roupas e sapatos (60%); <\/li>
Comidas, bebidas ou doces (57%); <\/li>
Videogames ou jogos (46%); <\/li>
Maquiagem e outros produtos de beleza (46%).\u00a0<\/li><\/ul>\n\n\n\nBusca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e bem-estar<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa tamb\u00e9m constatou que 32% dos jovens entre 11 e 17 anos procuram ajuda para lidar com algo ruim que vivenciaram<\/strong>, ou para falar sobre suas emo\u00e7\u00f5es<\/strong> quando se sentiram tristes. <\/p>\n\n\n\n
Entre os temas mais procurados relacionados \u00e0 sa\u00fade est\u00e3o:<\/p>\n\n\n\n
Informa\u00e7\u00f5es sobre alimenta\u00e7\u00e3o (55%);
Preven\u00e7\u00e3o e tratamento de doen\u00e7as (38%);
Exerc\u00edcios e meios para ficar em forma (36%);
Informa\u00e7\u00f5es sobre medicamentos (22%);<\/li>
Discuss\u00f5es sobre sa\u00fade sexual e educa\u00e7\u00e3o sexual (21%).<\/li><\/ul>\n\n\n\n
\"A pesquisa busca levantar evid\u00eancias que contribuam para a promo\u00e7\u00e3o de direitos e do bem-estar de crian\u00e7as e adolescentes. Desse modo, para al\u00e9m das atividades presentes na s\u00e9rie hist\u00f3rica da pesquisa, o uso da rede na busca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e apoio emocional passou a ser um tema relevante de investiga\u00e7\u00e3o\", sinaliza Barbosa.<\/p>\n\n\n\n
\"Pesquisas como a TIC Kids Online Brasil s\u00e3o de extrema relev\u00e2ncia para entendermos o cen\u00e1rio atual e fortalecermos o letramento e inclus\u00e3o digital dos mais jovens, com mais seguran\u00e7a e qualidade, quest\u00f5es intr\u00ednsecas ao trabalho realizado pelo Comit\u00ea Gestor da Internet no Brasil\", pondera Jos\u00e9 Gontijo, coordenador do CGI.br.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"] <\/p>\n","post_title":"93% dos jovens entre 9 e 17 anos usam a internet no pa\u00eds, revela pesquisa","post_excerpt":"Pesquisa TIC Kids Online Brasil 2021 tamb\u00e9m mostrou que a TikTok \u00e9 a principal rede social utilizada por crian\u00e7as e adolescentes","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"93-dos-jovens-entre-9-e-17-anos-usam-a-internet-revela-pesquisa-tic-kids-online-2021","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-23 11:24:47","post_modified_gmt":"2022-08-23 14:24:47","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64334","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"}],"next":false,"prev":true,"total_page":12},"paged":1,"column_class":"jeg_col_2o3","class":"epic_block_3"};

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Mais Lidas

Por que o refluxo atinge quase todas as gestantes (e o que realmente vale a pena fazer)?

Amamentar deitada é seguro? O que toda mãe precisa saber antes de tentar

A infância em looping: o que a denúncia contra o TikTok revela para nós, mães

\n
Fome<\/h3>\n\n\n\n
De acordo com um levantamento realizado pela Funda\u00e7\u00e3o Abrinq, cerca de 18,8 milh\u00f5es de meninos e meninas de at\u00e9 14 anos passam fome no Brasil. Essa inseguran\u00e7a alimentar traz preju\u00edzos grav\u00edssimos \u00e0s crian\u00e7as, afetando seu crescimento e o desenvolvimento f\u00edsico e cognitivo necess\u00e1rios para que consigam crescer de maneira saud\u00e1vel.<\/p>\n\n\n\n
Analfabetismo<\/h3>\n\n\n\n
H\u00e1 50 anos, a educa\u00e7\u00e3o infantil n\u00e3o era uma realidade no Brasil, no entanto, pol\u00edticas p\u00fablicas mudaram essa realidade. Ainda assim, nos \u00faltimos dois anos, o n\u00famero de crian\u00e7as de 6 e 7 anos que n\u00e3o sabem ler e escrever cresceu em 1 milh\u00e3o. Pensando no futuro e nos pr\u00f3ximos passos do Brasil relacionados \u00e0 educa\u00e7\u00e3o p\u00fablica, \u00e9 necess\u00e1rio eleger candidatos que queiram enfrentar as desigualdades sociais e lutar para que todas as crian\u00e7as e adolescentes tenham acesso \u00e0 educa\u00e7\u00e3o de qualidade.<\/p>\n\n\n\n
Trabalho Infantil<\/h3>\n\n\n\n
Atualmente, cerca de 2 milh\u00f5es de crian\u00e7as e adolescentes est\u00e3o em situa\u00e7\u00e3o de trabalho infantil no Brasil. Desse total, 66% s\u00e3o crian\u00e7as pretas ou pardas e 71% est\u00e3o na \u00e1rea urbana, de acordo com um levantamento divulgado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domic\u00edlios (PNAD Cont\u00ednua).<\/p>\n\n\n\n
Viol\u00eancia e explora\u00e7\u00e3o sexual<\/h3>\n\n\n\n
Entre 2016 e 2020, 35 mil crian\u00e7as e adolescentes, de 0 a 19 anos, foram mortos de forma violenta no Brasil e 180 mil sofreram viol\u00eancia sexual, segundo o Panorama da Viol\u00eancia Sexual contra crian\u00e7as e Adolescentes no Brasil, lan\u00e7ado pela Unicef e pelo F\u00f3rum Brasileiro de Seguran\u00e7a P\u00fablica (FBSP). Por isso, \u00e9 necess\u00e1rio eleger pessoas que tenham coragem para combater esse cen\u00e1rio e falar de assuntos como igualdade de g\u00eanero, empoderamento de meninas, viol\u00eancia sexual e femin\u00edcio.<\/p>\n\n\n\n
Moradia<\/h3>\n\n\n\n
Mais de 5 milh\u00f5es de pessoas ainda residem em domic\u00edlios sem banheiros ou sanit\u00e1rios de uso exclusivo e 9,7 milh\u00f5es vivem em condi\u00e7\u00f5es de adensamento excessivo, com mais de tr\u00eas moradores para cada dormit\u00f3rio. Este \u00e9 um assunto que n\u00e3o deve ser ignorado, j\u00e1 que todas as crian\u00e7as precisam de acesso \u00e0 moradia para viver com dignidade e poder se desenvolver em outras \u00e1reas, como lazer, educa\u00e7\u00e3o e sa\u00fade.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]  <\/p>\n","post_title":"5 motivos para priorizar as crian\u00e7as nas elei\u00e7\u00f5es de 2022","post_excerpt":"Crian\u00e7as e adolescentes menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar, mas s\u00e3o parcela importante da popula\u00e7\u00e3o e t\u00eam de estar contemplados nos projetos dos diferentes atores governamentais","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"5-motivos-para-priorizar-as-criancas-nas-eleicoes-de-2022","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-25 18:52:13","post_modified_gmt":"2022-08-25 21:52:13","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64369","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64334,"post_author":"4","post_date":"2022-08-22 15:14:51","post_date_gmt":"2022-08-22 18:14:51","post_content":"\n
O n\u00famero de crian\u00e7as e adolescente<\/a>s conectados \u00e0 internet cresceu nos \u00faltimos anos. Segundo o estudo TIC Kids Online Brasil 2021<\/a>, rec\u00e9m-divulgado, 93% ou 22,3 milh\u00f5es das crian\u00e7as e dos adolescentes<\/a> no pa\u00eds acessaram a web<\/a> em 2021, sendo que em 2019 esse percentual era de 89%. O crescimento foi impulsionado principalmente pela maior propor\u00e7\u00e3o de usu\u00e1rios na regi\u00e3o Nordeste e nas \u00e1reas rurais. <\/p>\n\n\n\n
O uso de redes sociais <\/a>pelas crian\u00e7as tamb\u00e9m tem se elevado, sendo a plataforma Tik Tok<\/a> a mais utilizada (34%), seguida pelo Instagram (33%). No Facebook, houve queda no uso de 66% para 51% no per\u00edodo citado. J\u00e1 o WhatsApp segue como a plataforma em que crian\u00e7as e adolescentes mais possuem perfil (foi de 70% em 2018 para 80% em 2021), e \u00e9 a mais difundida entre todos os estratos sociais.<\/p>\n\n\n\n
A pesquisa, conduzida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informa\u00e7\u00e3o (Cetic.br) do N\u00facleo de Informa\u00e7\u00e3o e Coordena\u00e7\u00e3o do Ponto BR (NIC.br), entrevistou 2.651 crian\u00e7as e adolescentes com idades entre 9 e 17 anos, bem como seus pais ou respons\u00e1veis, em todo o territ\u00f3rio nacional. As entrevistas aconteceram entre outubro de 2021 e mar\u00e7o de 2022, com a finalidade de investigar oportunidades e riscos relacionados \u00e0 participa\u00e7\u00e3o online desse p\u00fablico. <\/p>\n\n\n\n
Segundo o levantamento, as crian\u00e7as tamb\u00e9m est\u00e3o passando mais tempo em jogos online - seja conectadas com outros jogadores (de 57% para 66%, entre 2021 e 2019) ou n\u00e3o conectadas a eles (de 55% para 64%) -, e fazendo mais compras no ambiente digital - cresceu de 9% para 19% no mesmo per\u00edodo. <\/p>\n\n\n\n
\"Plataformas de cria\u00e7\u00e3o e compartilhamento de conte\u00fado audiovisual est\u00e3o entre as mais utilizadas por crian\u00e7as e adolescentes. Nesse contexto, a qualidade da conex\u00e3o \u00e0 Internet e dos dispositivos digitais utilizados para o acesso \u00e0 rede passam a ser determinantes para o melhor aproveitamento de oportunidades online. \u00c9 central, portanto, garantir condi\u00e7\u00f5es equitativas de conectividade para crian\u00e7as e adolescentes em diferentes contextos socioecon\u00f4micos\", aponta Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br. <\/p>\n\n\n\n
A pesquisa TIC Kids Online <\/a>detectou, ainda, que o telefone celular segue como o principal meio de conex\u00e3o \u00e0 rede nos diferentes extratos sociais. Para 53%, o celular foi o \u00fanico dispositivo usado, realidade que se verificou mais presente nas classes DE (78%) e C (52%) do que nas classes AB (18%). <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Acesso a propagandas<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
Entre as atividades multim\u00eddia, as mais acessadas pelas crian\u00e7as s\u00e3o ouvir m\u00fasica (80%), assistir a v\u00eddeos, programas, filmes ou s\u00e9ries (84%), S\u00edtios de v\u00eddeos (67%) e redes sociais (61%) est\u00e3o entre as principais plataformas em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios de internet declaram ter visto propaganda de produtos ou marcas. Pessoas ensinando como usar algum produto (62%) e abrindo embalagens -- o chamado unboxing<\/em><\/strong> - (61%) foram os principais conte\u00fados de imagem ou v\u00eddeo em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios da rede tiveram contato com divulga\u00e7\u00e3o de produtos ou marcas. Entre as principais categorias de produtos ou marcas vistas no ambiente online<\/em> est\u00e3o: <\/p>\n\n\n\n
Equipamentos eletr\u00f4nicos (60%); <\/li>
Roupas e sapatos (60%); <\/li>
Comidas, bebidas ou doces (57%); <\/li>
Videogames ou jogos (46%); <\/li>
Maquiagem e outros produtos de beleza (46%).\u00a0<\/li><\/ul>\n\n\n\nBusca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e bem-estar<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa tamb\u00e9m constatou que 32% dos jovens entre 11 e 17 anos procuram ajuda para lidar com algo ruim que vivenciaram<\/strong>, ou para falar sobre suas emo\u00e7\u00f5es<\/strong> quando se sentiram tristes. <\/p>\n\n\n\n
Entre os temas mais procurados relacionados \u00e0 sa\u00fade est\u00e3o:<\/p>\n\n\n\n
Informa\u00e7\u00f5es sobre alimenta\u00e7\u00e3o (55%);
Preven\u00e7\u00e3o e tratamento de doen\u00e7as (38%);
Exerc\u00edcios e meios para ficar em forma (36%);
Informa\u00e7\u00f5es sobre medicamentos (22%);<\/li>
Discuss\u00f5es sobre sa\u00fade sexual e educa\u00e7\u00e3o sexual (21%).<\/li><\/ul>\n\n\n\n
\"A pesquisa busca levantar evid\u00eancias que contribuam para a promo\u00e7\u00e3o de direitos e do bem-estar de crian\u00e7as e adolescentes. Desse modo, para al\u00e9m das atividades presentes na s\u00e9rie hist\u00f3rica da pesquisa, o uso da rede na busca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e apoio emocional passou a ser um tema relevante de investiga\u00e7\u00e3o\", sinaliza Barbosa.<\/p>\n\n\n\n
\"Pesquisas como a TIC Kids Online Brasil s\u00e3o de extrema relev\u00e2ncia para entendermos o cen\u00e1rio atual e fortalecermos o letramento e inclus\u00e3o digital dos mais jovens, com mais seguran\u00e7a e qualidade, quest\u00f5es intr\u00ednsecas ao trabalho realizado pelo Comit\u00ea Gestor da Internet no Brasil\", pondera Jos\u00e9 Gontijo, coordenador do CGI.br.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
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LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n
Talvez o que favorece para um pesquisador como eu \u00e9 me dispor a escutar sem condenar, sem julgamento. Eu escuto para acolher e esse talvez seja um potencial que a gente possa ensinar aos pais e \u00e0s m\u00e3es, para que o filho diga o que pensa, o que acha, o que gosta e n\u00e3o gosta, se sinta confort\u00e1vel em ser diferente dos pais. Acho que as fam\u00edlias escutam julgando, comparando e sentenciando demais. As crian\u00e7as, ao contr\u00e1rio do que as pessoas pensam, s\u00e3o muito sens\u00edveis, muito cr\u00edticas, elas conseguem responder perguntas, falar sobre sentimentos com quem elas se sentem confort\u00e1veis. Al\u00e9m disso, uma das t\u00e9cnicas que utilizei, o question\u00e1rio online, me trouxe muitas respostas, porque tinha perguntas abertas. Alguns dos depoimentos que apresento no livro eu n\u00e3o ouvi, eu li. Quando n\u00e3o tenho que dizer meu nome, quem eu sou, de onde sou, qual minha idade, me sinto mais livre para falar, pedir ajuda. Foram esses depoimentos que me causaram impacto e me fizeram depois entrevistar o grupo menor por meio de rodas de conversa. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Qual o papel da escola nesse contexto?<\/h2>\n\n\n\n
Eu sou um profissional e defensor da escola, a escola para mim \u00e9 uma grande inven\u00e7\u00e3o social, cumpre papel de forma\u00e7\u00e3o, de complementaridade, sobretudo no campo do que chamamos de conhecimento cient\u00edfico. Ela tamb\u00e9m tem um papel social, porque trabalha com pessoas, organiza\u00e7\u00f5es, institui\u00e7\u00f5es, mas ela precisa ser revisitada e reformulada nos seus objetivos matriciais. A escola n\u00e3o pode querer exclusivamente formar do ponto vista cognitivo. Isso \u00e9 um equ\u00edvoco que se manifesta sobretudo nessas escolas, que insistem num modelo de concorr\u00eancia, competi\u00e7\u00e3o, ranqueamento, na nota como resposta \u00e0 aprendizagem. S\u00e3o escolas desconectadas com grandes problemas contempor\u00e2neos, como a sobreviv\u00eancia do Planeta Terra. Temos um planeta amea\u00e7ado de desertifica\u00e7\u00e3o, de aus\u00eancia de comida, amea\u00e7ado no campo dos povos origin\u00e1rios, ent\u00e3o essas s\u00e3o preocupa\u00e7\u00f5es que a escola deve ter. <\/p>\n\n\n\n
Outra preocupa\u00e7\u00e3o \u00e9 a diversidade, temos uma sociedade que se mostra violenta com as minorias, racista e mis\u00f3gina. As mulheres sofrem muito nessa sociedade. A escola n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 para discutir f\u00f3rmulas qu\u00edmicas, biol\u00f3gicas, equa\u00e7\u00f5es matem\u00e1ticas, sintaxe da l\u00edngua. <\/p>\n\n\n\n
A escola \u00e9 para ajudar a usar o conhecimento cient\u00edfico na melhoria da qualidade de vida das pessoas, da minha e dos outros. <\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Ent\u00e3o se ela n\u00e3o faz isso, se insiste na concorr\u00eancia, em colocar aqueles que s\u00e3o bons e n\u00e3o s\u00e3o bons, os que s\u00e3o inteligentes e os que n\u00e3o s\u00e3o inteligentes, e ela tem insistido, ela ajuda a adoecer. \u00c9 o que digo no livro. <\/p>\n\n\n\n
O que dizer aos pais e m\u00e3es da gera\u00e7\u00e3o do quarto?<\/h2>\n\n\n\n
Os filhos e as filhas v\u00e3o precisar muito mesmo dos pais. Tem dois cen\u00e1rios, um \u00e9 ajudar meu filho a n\u00e3o entrar no quarto e o outro \u00e9 ajudar o filho que j\u00e1 est\u00e1 no quarto. No livro eu falo de cinco pilares: cuidado, autoconhecimento, conviv\u00eancia, dialogicidade e amorosidade. Trabalhar a fam\u00edlia e a escola a partir dessas sustenta\u00e7\u00f5es \u00e9 preventivo, mas pode servir tamb\u00e9m para situa\u00e7\u00f5es de pessoas que j\u00e1 est\u00e3o adoecidas, neste caso, associado ao acompanhamento de um profissional da sa\u00fade mental - psic\u00f3logo, psiquiatra, psicanalista, a depender do caso.<\/p>\n\n\n\n
O pilar do cuidado<\/strong> trata sobre a import\u00e2ncia do cuidado consigo e do cuidado com o outro, o que implica tratar das quest\u00f5es relacionadas a respeito, compreens\u00e3o, conviv\u00eancia, uso abusivo de \u00e1lcool, relacionamentos abusivos, bullying, ciberbullying, uso excessivo de redes sociais digitais, entre outros aspectos.

O pilar do autoconhecimento<\/strong> trata sobre a biografia, a hist\u00f3ria de cada pessoa, a fam\u00edlia. Proponho um trabalho sobre ancestralidade, que a pessoa conhe\u00e7a sua hist\u00f3ria de vida, conhe\u00e7a seu pai, sua m\u00e3e, sua opini\u00e3o, seus gostos. Isso tem a ver com quem eu sou, do ponto de vista \u00e9tico, e vai me dar uma seguran\u00e7a para enfrentar aquilo que querem que eu seja. Eu sou isso, mas querem que eu seja aquilo. N\u00e3o escondo minhas fragilidades, sou amado, o que d\u00e1 seguran\u00e7a. N\u00e3o vou dizer para minha crian\u00e7a que a vida \u00e9 f\u00e1cil, um mar de rosas, que ela nunca vai encontrar desafios, mas vou ajud\u00e1-la e fortalec\u00ea-la para que ela possa enfrent\u00e1-los.<\/p>\n\n\n\n
No pilar da conviv\u00eancia<\/strong>, h\u00e1 uma rela\u00e7\u00e3o entre aprender a ser e aprender a conviver. Trato de situa\u00e7\u00f5es cotidianas que evocam reflex\u00f5es \u00e9ticas, morais e espirituais, para as quais a compaix\u00e3o, a empatia e a resili\u00eancia s\u00e3o habilidades necess\u00e1rias e essenciais. O exerc\u00edcio da dialogicidade<\/strong> \u00e9 realizado quando as pessoas aprendem a falar o que pensam e sentem, mas entendem que o que pensam e sentem n\u00e3o \u00e9 a \u00faltima palavra sobre a verdade. O pilar da amorosidade<\/strong> \u00e9 tratado com reflex\u00f5es e a\u00e7\u00f5es. As reflex\u00f5es geram as a\u00e7\u00f5es, e as a\u00e7\u00f5es n\u00e3o s\u00e3o realizadas de modo mec\u00e2nico. <\/p>\n\n\n\n
Os pais podem aprender com os filhos?<\/h2>\n\n\n\n
O livro n\u00e3o tem que ser uma pedra para atirar nos pais e na escola, tem que ser um acalanto. Eu acho que a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 t\u00e3o potente que nos possibilita reaprender a viver, tenho grande esperan\u00e7a na gera\u00e7\u00e3o do quarto, a mesma gera\u00e7\u00e3o que \u00e9 violenta me ensina novos modos de amor, n\u00e3o vejo a gera\u00e7\u00e3o como fracassada, que n\u00e3o deu certo, acho um absurdo dizer que \u00e9 uma gera\u00e7\u00e3o parasita, \"nem-nem\". Obviamente ela traz todas as mazelas, n\u00e3o foi a gera\u00e7\u00e3o do quarto que inventou o abuso do \u00e1lcool, a viol\u00eancia, esses foram c\u00f3digos sempre usados, mas a gera\u00e7\u00e3o do quarto est\u00e1 nos dando outras alternativas, como maior preocupa\u00e7\u00e3o sobre consumo, meio ambiente, empoderamento das meninas, orienta\u00e7\u00e3o \u00e0 quest\u00e3o de g\u00eanero. Essa gera\u00e7\u00e3o tem muita coisa a nos mostrar, n\u00e3o precisamos ter medo, podemos aprender com elas. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"A gera\u00e7\u00e3o do quarto: um retrato chocante da juventude brasileira","post_excerpt":"Ap\u00f3s ouvir mais de 3 mil crian\u00e7as e adolescentes que vivem experi\u00eancias traum\u00e1ticas em seus quartos, o pesquisador Hugo Monteiro Ferreira faz um alerta aos pais e \u00e0s escolas sobre a necessidade de mudar a forma de se relacionar com os jovens","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"a-geracao-do-quarto-o-retrato-chocante-da-juventude-brasileira","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-30 11:00:28","post_modified_gmt":"2022-08-30 14:00:28","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64515","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64369,"post_author":"4","post_date":"2022-08-23 10:54:43","post_date_gmt":"2022-08-23 13:54:43","post_content":"\n
De acordo com o Artigo 227<\/a> da Constitui\u00e7\u00e3o de 1988, as crian\u00e7as<\/a> devem ser prioridade absoluta em todas as decis\u00f5es, programas e pol\u00edticas p\u00fablicas<\/a>. Isso se torna mais relevante em ano de elei\u00e7\u00f5es, em que poderemos escolher, de forma democr\u00e1tica<\/a>, representantes<\/a> aos cargos de presidente da Rep\u00fablica, senadores, governadores, deputados federais e estaduais. <\/p>\n\n\n\n
O voto no Brasil \u00e9 obrigat\u00f3rio para todos aqueles acima de 18 anos, sendo facultativo para jovens com 16 e 17 anos, pessoas com mais de 70 anos e analfabetos. Crian\u00e7as e adolescentes<\/a> menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar<\/a>, mas isso n\u00e3o quer dizer que n\u00e3o devam estar inclu\u00eddos nos planos dos diferentes representantes pol\u00edticos. Muito pelo contr\u00e1rio.<\/p>\n\n\n\n
Diversos estudos j\u00e1 comprovaram que investir na primeira inf\u00e2ncia<\/a> \u00e9 a melhor maneira de reduzir desigualdades e construir uma sociedade com condi\u00e7\u00f5es sociais e ambientais sustent\u00e1veis.<\/p>\n\n\n\n
Cabe a n\u00f3s, adultos, escolher nas elei\u00e7\u00f5es candidatos que contemplem as crian\u00e7as em projetos e iniciativas diversas. Abaixo, veja 5 motivos que tornam urgente a valoriza\u00e7\u00e3o de projetos para a inf\u00e2ncia e juventude nas campanhas \u00e0s elei\u00e7\u00f5es de 2022. A lista \u00e9 do portal Lunetas, espa\u00e7o dedicado \u00e0 reflex\u00e3o sobre a inf\u00e2ncia, que recentemente lan\u00e7ou o especial \"Inf\u00e2ncias em foco: Quem vota pelas crian\u00e7as?\"<\/a>, um hub de informa\u00e7\u00e3o sobre pol\u00edtica e as inf\u00e2ncias. <\/p>\n\n\n\n
5 temas que envolvem as crian\u00e7as e que t\u00eam de estar previstos nas propostas dos candidatos \u00e0s elei\u00e7\u00f5es:<\/h2>\n\n\n\n
Fome<\/h3>\n\n\n\n
De acordo com um levantamento realizado pela Funda\u00e7\u00e3o Abrinq, cerca de 18,8 milh\u00f5es de meninos e meninas de at\u00e9 14 anos passam fome no Brasil. Essa inseguran\u00e7a alimentar traz preju\u00edzos grav\u00edssimos \u00e0s crian\u00e7as, afetando seu crescimento e o desenvolvimento f\u00edsico e cognitivo necess\u00e1rios para que consigam crescer de maneira saud\u00e1vel.<\/p>\n\n\n\n
Analfabetismo<\/h3>\n\n\n\n
H\u00e1 50 anos, a educa\u00e7\u00e3o infantil n\u00e3o era uma realidade no Brasil, no entanto, pol\u00edticas p\u00fablicas mudaram essa realidade. Ainda assim, nos \u00faltimos dois anos, o n\u00famero de crian\u00e7as de 6 e 7 anos que n\u00e3o sabem ler e escrever cresceu em 1 milh\u00e3o. Pensando no futuro e nos pr\u00f3ximos passos do Brasil relacionados \u00e0 educa\u00e7\u00e3o p\u00fablica, \u00e9 necess\u00e1rio eleger candidatos que queiram enfrentar as desigualdades sociais e lutar para que todas as crian\u00e7as e adolescentes tenham acesso \u00e0 educa\u00e7\u00e3o de qualidade.<\/p>\n\n\n\n
Trabalho Infantil<\/h3>\n\n\n\n
Atualmente, cerca de 2 milh\u00f5es de crian\u00e7as e adolescentes est\u00e3o em situa\u00e7\u00e3o de trabalho infantil no Brasil. Desse total, 66% s\u00e3o crian\u00e7as pretas ou pardas e 71% est\u00e3o na \u00e1rea urbana, de acordo com um levantamento divulgado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domic\u00edlios (PNAD Cont\u00ednua).<\/p>\n\n\n\n
Viol\u00eancia e explora\u00e7\u00e3o sexual<\/h3>\n\n\n\n
Entre 2016 e 2020, 35 mil crian\u00e7as e adolescentes, de 0 a 19 anos, foram mortos de forma violenta no Brasil e 180 mil sofreram viol\u00eancia sexual, segundo o Panorama da Viol\u00eancia Sexual contra crian\u00e7as e Adolescentes no Brasil, lan\u00e7ado pela Unicef e pelo F\u00f3rum Brasileiro de Seguran\u00e7a P\u00fablica (FBSP). Por isso, \u00e9 necess\u00e1rio eleger pessoas que tenham coragem para combater esse cen\u00e1rio e falar de assuntos como igualdade de g\u00eanero, empoderamento de meninas, viol\u00eancia sexual e femin\u00edcio.<\/p>\n\n\n\n
Moradia<\/h3>\n\n\n\n
Mais de 5 milh\u00f5es de pessoas ainda residem em domic\u00edlios sem banheiros ou sanit\u00e1rios de uso exclusivo e 9,7 milh\u00f5es vivem em condi\u00e7\u00f5es de adensamento excessivo, com mais de tr\u00eas moradores para cada dormit\u00f3rio. Este \u00e9 um assunto que n\u00e3o deve ser ignorado, j\u00e1 que todas as crian\u00e7as precisam de acesso \u00e0 moradia para viver com dignidade e poder se desenvolver em outras \u00e1reas, como lazer, educa\u00e7\u00e3o e sa\u00fade.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]  <\/p>\n","post_title":"5 motivos para priorizar as crian\u00e7as nas elei\u00e7\u00f5es de 2022","post_excerpt":"Crian\u00e7as e adolescentes menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar, mas s\u00e3o parcela importante da popula\u00e7\u00e3o e t\u00eam de estar contemplados nos projetos dos diferentes atores governamentais","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"5-motivos-para-priorizar-as-criancas-nas-eleicoes-de-2022","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-25 18:52:13","post_modified_gmt":"2022-08-25 21:52:13","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64369","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64334,"post_author":"4","post_date":"2022-08-22 15:14:51","post_date_gmt":"2022-08-22 18:14:51","post_content":"\n
O n\u00famero de crian\u00e7as e adolescente<\/a>s conectados \u00e0 internet cresceu nos \u00faltimos anos. Segundo o estudo TIC Kids Online Brasil 2021<\/a>, rec\u00e9m-divulgado, 93% ou 22,3 milh\u00f5es das crian\u00e7as e dos adolescentes<\/a> no pa\u00eds acessaram a web<\/a> em 2021, sendo que em 2019 esse percentual era de 89%. O crescimento foi impulsionado principalmente pela maior propor\u00e7\u00e3o de usu\u00e1rios na regi\u00e3o Nordeste e nas \u00e1reas rurais. <\/p>\n\n\n\n
O uso de redes sociais <\/a>pelas crian\u00e7as tamb\u00e9m tem se elevado, sendo a plataforma Tik Tok<\/a> a mais utilizada (34%), seguida pelo Instagram (33%). No Facebook, houve queda no uso de 66% para 51% no per\u00edodo citado. J\u00e1 o WhatsApp segue como a plataforma em que crian\u00e7as e adolescentes mais possuem perfil (foi de 70% em 2018 para 80% em 2021), e \u00e9 a mais difundida entre todos os estratos sociais.<\/p>\n\n\n\n
A pesquisa, conduzida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informa\u00e7\u00e3o (Cetic.br) do N\u00facleo de Informa\u00e7\u00e3o e Coordena\u00e7\u00e3o do Ponto BR (NIC.br), entrevistou 2.651 crian\u00e7as e adolescentes com idades entre 9 e 17 anos, bem como seus pais ou respons\u00e1veis, em todo o territ\u00f3rio nacional. As entrevistas aconteceram entre outubro de 2021 e mar\u00e7o de 2022, com a finalidade de investigar oportunidades e riscos relacionados \u00e0 participa\u00e7\u00e3o online desse p\u00fablico. <\/p>\n\n\n\n
Segundo o levantamento, as crian\u00e7as tamb\u00e9m est\u00e3o passando mais tempo em jogos online - seja conectadas com outros jogadores (de 57% para 66%, entre 2021 e 2019) ou n\u00e3o conectadas a eles (de 55% para 64%) -, e fazendo mais compras no ambiente digital - cresceu de 9% para 19% no mesmo per\u00edodo. <\/p>\n\n\n\n
\"Plataformas de cria\u00e7\u00e3o e compartilhamento de conte\u00fado audiovisual est\u00e3o entre as mais utilizadas por crian\u00e7as e adolescentes. Nesse contexto, a qualidade da conex\u00e3o \u00e0 Internet e dos dispositivos digitais utilizados para o acesso \u00e0 rede passam a ser determinantes para o melhor aproveitamento de oportunidades online. \u00c9 central, portanto, garantir condi\u00e7\u00f5es equitativas de conectividade para crian\u00e7as e adolescentes em diferentes contextos socioecon\u00f4micos\", aponta Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br. <\/p>\n\n\n\n
A pesquisa TIC Kids Online <\/a>detectou, ainda, que o telefone celular segue como o principal meio de conex\u00e3o \u00e0 rede nos diferentes extratos sociais. Para 53%, o celular foi o \u00fanico dispositivo usado, realidade que se verificou mais presente nas classes DE (78%) e C (52%) do que nas classes AB (18%). <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Acesso a propagandas<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
Entre as atividades multim\u00eddia, as mais acessadas pelas crian\u00e7as s\u00e3o ouvir m\u00fasica (80%), assistir a v\u00eddeos, programas, filmes ou s\u00e9ries (84%), S\u00edtios de v\u00eddeos (67%) e redes sociais (61%) est\u00e3o entre as principais plataformas em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios de internet declaram ter visto propaganda de produtos ou marcas. Pessoas ensinando como usar algum produto (62%) e abrindo embalagens -- o chamado unboxing<\/em><\/strong> - (61%) foram os principais conte\u00fados de imagem ou v\u00eddeo em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios da rede tiveram contato com divulga\u00e7\u00e3o de produtos ou marcas. Entre as principais categorias de produtos ou marcas vistas no ambiente online<\/em> est\u00e3o: <\/p>\n\n\n\n
Equipamentos eletr\u00f4nicos (60%); <\/li>
Roupas e sapatos (60%); <\/li>
Comidas, bebidas ou doces (57%); <\/li>
Videogames ou jogos (46%); <\/li>
Maquiagem e outros produtos de beleza (46%).\u00a0<\/li><\/ul>\n\n\n\nBusca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e bem-estar<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa tamb\u00e9m constatou que 32% dos jovens entre 11 e 17 anos procuram ajuda para lidar com algo ruim que vivenciaram<\/strong>, ou para falar sobre suas emo\u00e7\u00f5es<\/strong> quando se sentiram tristes. <\/p>\n\n\n\n
Entre os temas mais procurados relacionados \u00e0 sa\u00fade est\u00e3o:<\/p>\n\n\n\n
Informa\u00e7\u00f5es sobre alimenta\u00e7\u00e3o (55%);
Preven\u00e7\u00e3o e tratamento de doen\u00e7as (38%);
Exerc\u00edcios e meios para ficar em forma (36%);
Informa\u00e7\u00f5es sobre medicamentos (22%);<\/li>
Discuss\u00f5es sobre sa\u00fade sexual e educa\u00e7\u00e3o sexual (21%).<\/li><\/ul>\n\n\n\n
\"A pesquisa busca levantar evid\u00eancias que contribuam para a promo\u00e7\u00e3o de direitos e do bem-estar de crian\u00e7as e adolescentes. Desse modo, para al\u00e9m das atividades presentes na s\u00e9rie hist\u00f3rica da pesquisa, o uso da rede na busca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e apoio emocional passou a ser um tema relevante de investiga\u00e7\u00e3o\", sinaliza Barbosa.<\/p>\n\n\n\n
\"Pesquisas como a TIC Kids Online Brasil s\u00e3o de extrema relev\u00e2ncia para entendermos o cen\u00e1rio atual e fortalecermos o letramento e inclus\u00e3o digital dos mais jovens, com mais seguran\u00e7a e qualidade, quest\u00f5es intr\u00ednsecas ao trabalho realizado pelo Comit\u00ea Gestor da Internet no Brasil\", pondera Jos\u00e9 Gontijo, coordenador do CGI.br.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
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Os jovens n\u00e3o se abrem com os pais, mas n\u00e3o se opuseram a falar com voc\u00ea?<\/h2>\n\n\n\n
Talvez o que favorece para um pesquisador como eu \u00e9 me dispor a escutar sem condenar, sem julgamento. Eu escuto para acolher e esse talvez seja um potencial que a gente possa ensinar aos pais e \u00e0s m\u00e3es, para que o filho diga o que pensa, o que acha, o que gosta e n\u00e3o gosta, se sinta confort\u00e1vel em ser diferente dos pais. Acho que as fam\u00edlias escutam julgando, comparando e sentenciando demais. As crian\u00e7as, ao contr\u00e1rio do que as pessoas pensam, s\u00e3o muito sens\u00edveis, muito cr\u00edticas, elas conseguem responder perguntas, falar sobre sentimentos com quem elas se sentem confort\u00e1veis. Al\u00e9m disso, uma das t\u00e9cnicas que utilizei, o question\u00e1rio online, me trouxe muitas respostas, porque tinha perguntas abertas. Alguns dos depoimentos que apresento no livro eu n\u00e3o ouvi, eu li. Quando n\u00e3o tenho que dizer meu nome, quem eu sou, de onde sou, qual minha idade, me sinto mais livre para falar, pedir ajuda. Foram esses depoimentos que me causaram impacto e me fizeram depois entrevistar o grupo menor por meio de rodas de conversa. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Qual o papel da escola nesse contexto?<\/h2>\n\n\n\n
Eu sou um profissional e defensor da escola, a escola para mim \u00e9 uma grande inven\u00e7\u00e3o social, cumpre papel de forma\u00e7\u00e3o, de complementaridade, sobretudo no campo do que chamamos de conhecimento cient\u00edfico. Ela tamb\u00e9m tem um papel social, porque trabalha com pessoas, organiza\u00e7\u00f5es, institui\u00e7\u00f5es, mas ela precisa ser revisitada e reformulada nos seus objetivos matriciais. A escola n\u00e3o pode querer exclusivamente formar do ponto vista cognitivo. Isso \u00e9 um equ\u00edvoco que se manifesta sobretudo nessas escolas, que insistem num modelo de concorr\u00eancia, competi\u00e7\u00e3o, ranqueamento, na nota como resposta \u00e0 aprendizagem. S\u00e3o escolas desconectadas com grandes problemas contempor\u00e2neos, como a sobreviv\u00eancia do Planeta Terra. Temos um planeta amea\u00e7ado de desertifica\u00e7\u00e3o, de aus\u00eancia de comida, amea\u00e7ado no campo dos povos origin\u00e1rios, ent\u00e3o essas s\u00e3o preocupa\u00e7\u00f5es que a escola deve ter. <\/p>\n\n\n\n
Outra preocupa\u00e7\u00e3o \u00e9 a diversidade, temos uma sociedade que se mostra violenta com as minorias, racista e mis\u00f3gina. As mulheres sofrem muito nessa sociedade. A escola n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 para discutir f\u00f3rmulas qu\u00edmicas, biol\u00f3gicas, equa\u00e7\u00f5es matem\u00e1ticas, sintaxe da l\u00edngua. <\/p>\n\n\n\n
A escola \u00e9 para ajudar a usar o conhecimento cient\u00edfico na melhoria da qualidade de vida das pessoas, da minha e dos outros. <\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Ent\u00e3o se ela n\u00e3o faz isso, se insiste na concorr\u00eancia, em colocar aqueles que s\u00e3o bons e n\u00e3o s\u00e3o bons, os que s\u00e3o inteligentes e os que n\u00e3o s\u00e3o inteligentes, e ela tem insistido, ela ajuda a adoecer. \u00c9 o que digo no livro. <\/p>\n\n\n\n
O que dizer aos pais e m\u00e3es da gera\u00e7\u00e3o do quarto?<\/h2>\n\n\n\n
Os filhos e as filhas v\u00e3o precisar muito mesmo dos pais. Tem dois cen\u00e1rios, um \u00e9 ajudar meu filho a n\u00e3o entrar no quarto e o outro \u00e9 ajudar o filho que j\u00e1 est\u00e1 no quarto. No livro eu falo de cinco pilares: cuidado, autoconhecimento, conviv\u00eancia, dialogicidade e amorosidade. Trabalhar a fam\u00edlia e a escola a partir dessas sustenta\u00e7\u00f5es \u00e9 preventivo, mas pode servir tamb\u00e9m para situa\u00e7\u00f5es de pessoas que j\u00e1 est\u00e3o adoecidas, neste caso, associado ao acompanhamento de um profissional da sa\u00fade mental - psic\u00f3logo, psiquiatra, psicanalista, a depender do caso.<\/p>\n\n\n\n
O pilar do cuidado<\/strong> trata sobre a import\u00e2ncia do cuidado consigo e do cuidado com o outro, o que implica tratar das quest\u00f5es relacionadas a respeito, compreens\u00e3o, conviv\u00eancia, uso abusivo de \u00e1lcool, relacionamentos abusivos, bullying, ciberbullying, uso excessivo de redes sociais digitais, entre outros aspectos.

O pilar do autoconhecimento<\/strong> trata sobre a biografia, a hist\u00f3ria de cada pessoa, a fam\u00edlia. Proponho um trabalho sobre ancestralidade, que a pessoa conhe\u00e7a sua hist\u00f3ria de vida, conhe\u00e7a seu pai, sua m\u00e3e, sua opini\u00e3o, seus gostos. Isso tem a ver com quem eu sou, do ponto de vista \u00e9tico, e vai me dar uma seguran\u00e7a para enfrentar aquilo que querem que eu seja. Eu sou isso, mas querem que eu seja aquilo. N\u00e3o escondo minhas fragilidades, sou amado, o que d\u00e1 seguran\u00e7a. N\u00e3o vou dizer para minha crian\u00e7a que a vida \u00e9 f\u00e1cil, um mar de rosas, que ela nunca vai encontrar desafios, mas vou ajud\u00e1-la e fortalec\u00ea-la para que ela possa enfrent\u00e1-los.<\/p>\n\n\n\n
No pilar da conviv\u00eancia<\/strong>, h\u00e1 uma rela\u00e7\u00e3o entre aprender a ser e aprender a conviver. Trato de situa\u00e7\u00f5es cotidianas que evocam reflex\u00f5es \u00e9ticas, morais e espirituais, para as quais a compaix\u00e3o, a empatia e a resili\u00eancia s\u00e3o habilidades necess\u00e1rias e essenciais. O exerc\u00edcio da dialogicidade<\/strong> \u00e9 realizado quando as pessoas aprendem a falar o que pensam e sentem, mas entendem que o que pensam e sentem n\u00e3o \u00e9 a \u00faltima palavra sobre a verdade. O pilar da amorosidade<\/strong> \u00e9 tratado com reflex\u00f5es e a\u00e7\u00f5es. As reflex\u00f5es geram as a\u00e7\u00f5es, e as a\u00e7\u00f5es n\u00e3o s\u00e3o realizadas de modo mec\u00e2nico. <\/p>\n\n\n\n
Os pais podem aprender com os filhos?<\/h2>\n\n\n\n
O livro n\u00e3o tem que ser uma pedra para atirar nos pais e na escola, tem que ser um acalanto. Eu acho que a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 t\u00e3o potente que nos possibilita reaprender a viver, tenho grande esperan\u00e7a na gera\u00e7\u00e3o do quarto, a mesma gera\u00e7\u00e3o que \u00e9 violenta me ensina novos modos de amor, n\u00e3o vejo a gera\u00e7\u00e3o como fracassada, que n\u00e3o deu certo, acho um absurdo dizer que \u00e9 uma gera\u00e7\u00e3o parasita, \"nem-nem\". Obviamente ela traz todas as mazelas, n\u00e3o foi a gera\u00e7\u00e3o do quarto que inventou o abuso do \u00e1lcool, a viol\u00eancia, esses foram c\u00f3digos sempre usados, mas a gera\u00e7\u00e3o do quarto est\u00e1 nos dando outras alternativas, como maior preocupa\u00e7\u00e3o sobre consumo, meio ambiente, empoderamento das meninas, orienta\u00e7\u00e3o \u00e0 quest\u00e3o de g\u00eanero. Essa gera\u00e7\u00e3o tem muita coisa a nos mostrar, n\u00e3o precisamos ter medo, podemos aprender com elas. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"A gera\u00e7\u00e3o do quarto: um retrato chocante da juventude brasileira","post_excerpt":"Ap\u00f3s ouvir mais de 3 mil crian\u00e7as e adolescentes que vivem experi\u00eancias traum\u00e1ticas em seus quartos, o pesquisador Hugo Monteiro Ferreira faz um alerta aos pais e \u00e0s escolas sobre a necessidade de mudar a forma de se relacionar com os jovens","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"a-geracao-do-quarto-o-retrato-chocante-da-juventude-brasileira","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-30 11:00:28","post_modified_gmt":"2022-08-30 14:00:28","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64515","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64369,"post_author":"4","post_date":"2022-08-23 10:54:43","post_date_gmt":"2022-08-23 13:54:43","post_content":"\n
De acordo com o Artigo 227<\/a> da Constitui\u00e7\u00e3o de 1988, as crian\u00e7as<\/a> devem ser prioridade absoluta em todas as decis\u00f5es, programas e pol\u00edticas p\u00fablicas<\/a>. Isso se torna mais relevante em ano de elei\u00e7\u00f5es, em que poderemos escolher, de forma democr\u00e1tica<\/a>, representantes<\/a> aos cargos de presidente da Rep\u00fablica, senadores, governadores, deputados federais e estaduais. <\/p>\n\n\n\n
O voto no Brasil \u00e9 obrigat\u00f3rio para todos aqueles acima de 18 anos, sendo facultativo para jovens com 16 e 17 anos, pessoas com mais de 70 anos e analfabetos. Crian\u00e7as e adolescentes<\/a> menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar<\/a>, mas isso n\u00e3o quer dizer que n\u00e3o devam estar inclu\u00eddos nos planos dos diferentes representantes pol\u00edticos. Muito pelo contr\u00e1rio.<\/p>\n\n\n\n
Diversos estudos j\u00e1 comprovaram que investir na primeira inf\u00e2ncia<\/a> \u00e9 a melhor maneira de reduzir desigualdades e construir uma sociedade com condi\u00e7\u00f5es sociais e ambientais sustent\u00e1veis.<\/p>\n\n\n\n
Cabe a n\u00f3s, adultos, escolher nas elei\u00e7\u00f5es candidatos que contemplem as crian\u00e7as em projetos e iniciativas diversas. Abaixo, veja 5 motivos que tornam urgente a valoriza\u00e7\u00e3o de projetos para a inf\u00e2ncia e juventude nas campanhas \u00e0s elei\u00e7\u00f5es de 2022. A lista \u00e9 do portal Lunetas, espa\u00e7o dedicado \u00e0 reflex\u00e3o sobre a inf\u00e2ncia, que recentemente lan\u00e7ou o especial \"Inf\u00e2ncias em foco: Quem vota pelas crian\u00e7as?\"<\/a>, um hub de informa\u00e7\u00e3o sobre pol\u00edtica e as inf\u00e2ncias. <\/p>\n\n\n\n
5 temas que envolvem as crian\u00e7as e que t\u00eam de estar previstos nas propostas dos candidatos \u00e0s elei\u00e7\u00f5es:<\/h2>\n\n\n\n
Fome<\/h3>\n\n\n\n
De acordo com um levantamento realizado pela Funda\u00e7\u00e3o Abrinq, cerca de 18,8 milh\u00f5es de meninos e meninas de at\u00e9 14 anos passam fome no Brasil. Essa inseguran\u00e7a alimentar traz preju\u00edzos grav\u00edssimos \u00e0s crian\u00e7as, afetando seu crescimento e o desenvolvimento f\u00edsico e cognitivo necess\u00e1rios para que consigam crescer de maneira saud\u00e1vel.<\/p>\n\n\n\n
Analfabetismo<\/h3>\n\n\n\n
H\u00e1 50 anos, a educa\u00e7\u00e3o infantil n\u00e3o era uma realidade no Brasil, no entanto, pol\u00edticas p\u00fablicas mudaram essa realidade. Ainda assim, nos \u00faltimos dois anos, o n\u00famero de crian\u00e7as de 6 e 7 anos que n\u00e3o sabem ler e escrever cresceu em 1 milh\u00e3o. Pensando no futuro e nos pr\u00f3ximos passos do Brasil relacionados \u00e0 educa\u00e7\u00e3o p\u00fablica, \u00e9 necess\u00e1rio eleger candidatos que queiram enfrentar as desigualdades sociais e lutar para que todas as crian\u00e7as e adolescentes tenham acesso \u00e0 educa\u00e7\u00e3o de qualidade.<\/p>\n\n\n\n
Trabalho Infantil<\/h3>\n\n\n\n
Atualmente, cerca de 2 milh\u00f5es de crian\u00e7as e adolescentes est\u00e3o em situa\u00e7\u00e3o de trabalho infantil no Brasil. Desse total, 66% s\u00e3o crian\u00e7as pretas ou pardas e 71% est\u00e3o na \u00e1rea urbana, de acordo com um levantamento divulgado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domic\u00edlios (PNAD Cont\u00ednua).<\/p>\n\n\n\n
Viol\u00eancia e explora\u00e7\u00e3o sexual<\/h3>\n\n\n\n
Entre 2016 e 2020, 35 mil crian\u00e7as e adolescentes, de 0 a 19 anos, foram mortos de forma violenta no Brasil e 180 mil sofreram viol\u00eancia sexual, segundo o Panorama da Viol\u00eancia Sexual contra crian\u00e7as e Adolescentes no Brasil, lan\u00e7ado pela Unicef e pelo F\u00f3rum Brasileiro de Seguran\u00e7a P\u00fablica (FBSP). Por isso, \u00e9 necess\u00e1rio eleger pessoas que tenham coragem para combater esse cen\u00e1rio e falar de assuntos como igualdade de g\u00eanero, empoderamento de meninas, viol\u00eancia sexual e femin\u00edcio.<\/p>\n\n\n\n
Moradia<\/h3>\n\n\n\n
Mais de 5 milh\u00f5es de pessoas ainda residem em domic\u00edlios sem banheiros ou sanit\u00e1rios de uso exclusivo e 9,7 milh\u00f5es vivem em condi\u00e7\u00f5es de adensamento excessivo, com mais de tr\u00eas moradores para cada dormit\u00f3rio. Este \u00e9 um assunto que n\u00e3o deve ser ignorado, j\u00e1 que todas as crian\u00e7as precisam de acesso \u00e0 moradia para viver com dignidade e poder se desenvolver em outras \u00e1reas, como lazer, educa\u00e7\u00e3o e sa\u00fade.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]  <\/p>\n","post_title":"5 motivos para priorizar as crian\u00e7as nas elei\u00e7\u00f5es de 2022","post_excerpt":"Crian\u00e7as e adolescentes menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar, mas s\u00e3o parcela importante da popula\u00e7\u00e3o e t\u00eam de estar contemplados nos projetos dos diferentes atores governamentais","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"5-motivos-para-priorizar-as-criancas-nas-eleicoes-de-2022","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-25 18:52:13","post_modified_gmt":"2022-08-25 21:52:13","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64369","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64334,"post_author":"4","post_date":"2022-08-22 15:14:51","post_date_gmt":"2022-08-22 18:14:51","post_content":"\n
O n\u00famero de crian\u00e7as e adolescente<\/a>s conectados \u00e0 internet cresceu nos \u00faltimos anos. Segundo o estudo TIC Kids Online Brasil 2021<\/a>, rec\u00e9m-divulgado, 93% ou 22,3 milh\u00f5es das crian\u00e7as e dos adolescentes<\/a> no pa\u00eds acessaram a web<\/a> em 2021, sendo que em 2019 esse percentual era de 89%. O crescimento foi impulsionado principalmente pela maior propor\u00e7\u00e3o de usu\u00e1rios na regi\u00e3o Nordeste e nas \u00e1reas rurais. <\/p>\n\n\n\n
O uso de redes sociais <\/a>pelas crian\u00e7as tamb\u00e9m tem se elevado, sendo a plataforma Tik Tok<\/a> a mais utilizada (34%), seguida pelo Instagram (33%). No Facebook, houve queda no uso de 66% para 51% no per\u00edodo citado. J\u00e1 o WhatsApp segue como a plataforma em que crian\u00e7as e adolescentes mais possuem perfil (foi de 70% em 2018 para 80% em 2021), e \u00e9 a mais difundida entre todos os estratos sociais.<\/p>\n\n\n\n
A pesquisa, conduzida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informa\u00e7\u00e3o (Cetic.br) do N\u00facleo de Informa\u00e7\u00e3o e Coordena\u00e7\u00e3o do Ponto BR (NIC.br), entrevistou 2.651 crian\u00e7as e adolescentes com idades entre 9 e 17 anos, bem como seus pais ou respons\u00e1veis, em todo o territ\u00f3rio nacional. As entrevistas aconteceram entre outubro de 2021 e mar\u00e7o de 2022, com a finalidade de investigar oportunidades e riscos relacionados \u00e0 participa\u00e7\u00e3o online desse p\u00fablico. <\/p>\n\n\n\n
Segundo o levantamento, as crian\u00e7as tamb\u00e9m est\u00e3o passando mais tempo em jogos online - seja conectadas com outros jogadores (de 57% para 66%, entre 2021 e 2019) ou n\u00e3o conectadas a eles (de 55% para 64%) -, e fazendo mais compras no ambiente digital - cresceu de 9% para 19% no mesmo per\u00edodo. <\/p>\n\n\n\n
\"Plataformas de cria\u00e7\u00e3o e compartilhamento de conte\u00fado audiovisual est\u00e3o entre as mais utilizadas por crian\u00e7as e adolescentes. Nesse contexto, a qualidade da conex\u00e3o \u00e0 Internet e dos dispositivos digitais utilizados para o acesso \u00e0 rede passam a ser determinantes para o melhor aproveitamento de oportunidades online. \u00c9 central, portanto, garantir condi\u00e7\u00f5es equitativas de conectividade para crian\u00e7as e adolescentes em diferentes contextos socioecon\u00f4micos\", aponta Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br. <\/p>\n\n\n\n
A pesquisa TIC Kids Online <\/a>detectou, ainda, que o telefone celular segue como o principal meio de conex\u00e3o \u00e0 rede nos diferentes extratos sociais. Para 53%, o celular foi o \u00fanico dispositivo usado, realidade que se verificou mais presente nas classes DE (78%) e C (52%) do que nas classes AB (18%). <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Acesso a propagandas<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
Entre as atividades multim\u00eddia, as mais acessadas pelas crian\u00e7as s\u00e3o ouvir m\u00fasica (80%), assistir a v\u00eddeos, programas, filmes ou s\u00e9ries (84%), S\u00edtios de v\u00eddeos (67%) e redes sociais (61%) est\u00e3o entre as principais plataformas em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios de internet declaram ter visto propaganda de produtos ou marcas. Pessoas ensinando como usar algum produto (62%) e abrindo embalagens -- o chamado unboxing<\/em><\/strong> - (61%) foram os principais conte\u00fados de imagem ou v\u00eddeo em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios da rede tiveram contato com divulga\u00e7\u00e3o de produtos ou marcas. Entre as principais categorias de produtos ou marcas vistas no ambiente online<\/em> est\u00e3o: <\/p>\n\n\n\n
Equipamentos eletr\u00f4nicos (60%); <\/li>
Roupas e sapatos (60%); <\/li>
Comidas, bebidas ou doces (57%); <\/li>
Videogames ou jogos (46%); <\/li>
Maquiagem e outros produtos de beleza (46%).\u00a0<\/li><\/ul>\n\n\n\nBusca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e bem-estar<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa tamb\u00e9m constatou que 32% dos jovens entre 11 e 17 anos procuram ajuda para lidar com algo ruim que vivenciaram<\/strong>, ou para falar sobre suas emo\u00e7\u00f5es<\/strong> quando se sentiram tristes. <\/p>\n\n\n\n
Entre os temas mais procurados relacionados \u00e0 sa\u00fade est\u00e3o:<\/p>\n\n\n\n
Informa\u00e7\u00f5es sobre alimenta\u00e7\u00e3o (55%);
Preven\u00e7\u00e3o e tratamento de doen\u00e7as (38%);
Exerc\u00edcios e meios para ficar em forma (36%);
Informa\u00e7\u00f5es sobre medicamentos (22%);<\/li>
Discuss\u00f5es sobre sa\u00fade sexual e educa\u00e7\u00e3o sexual (21%).<\/li><\/ul>\n\n\n\n
\"A pesquisa busca levantar evid\u00eancias que contribuam para a promo\u00e7\u00e3o de direitos e do bem-estar de crian\u00e7as e adolescentes. Desse modo, para al\u00e9m das atividades presentes na s\u00e9rie hist\u00f3rica da pesquisa, o uso da rede na busca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e apoio emocional passou a ser um tema relevante de investiga\u00e7\u00e3o\", sinaliza Barbosa.<\/p>\n\n\n\n
\"Pesquisas como a TIC Kids Online Brasil s\u00e3o de extrema relev\u00e2ncia para entendermos o cen\u00e1rio atual e fortalecermos o letramento e inclus\u00e3o digital dos mais jovens, com mais seguran\u00e7a e qualidade, quest\u00f5es intr\u00ednsecas ao trabalho realizado pelo Comit\u00ea Gestor da Internet no Brasil\", pondera Jos\u00e9 Gontijo, coordenador do CGI.br.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
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\u00c9 a alternativa que se deu para a fam\u00edlia. Num pa\u00eds de mais de 210 milh\u00f5es de pessoas, n\u00e3o \u00e9 todo mundo que para e reflete sobre o que \u00e9 ser uma fam\u00edlia. Para os que est\u00e3o abaixo da linha da mis\u00e9ria tem que pensar muito como se recupera. H\u00e1 uma quest\u00e3o importante: o fen\u00f4meno da gera\u00e7\u00e3o do quarto se d\u00e1 em todas as classes sociais, mas as estrat\u00e9gias trabalhadas mudam. Tem muitas pessoas que usam a gravidez, por exemplo, como forma de sair de uma situa\u00e7\u00e3o socioecon\u00f4mica. Engravidar pode ser uma esp\u00e9cie de promo\u00e7\u00e3o social, ou seja, o problema \u00e9 o mesmo, a dor ps\u00edquica \u00e9 a mesma, mas a maneira de lidar com ela \u00e9 diferente. <\/p>\n\n\n\n
Os jovens n\u00e3o se abrem com os pais, mas n\u00e3o se opuseram a falar com voc\u00ea?<\/h2>\n\n\n\n
Talvez o que favorece para um pesquisador como eu \u00e9 me dispor a escutar sem condenar, sem julgamento. Eu escuto para acolher e esse talvez seja um potencial que a gente possa ensinar aos pais e \u00e0s m\u00e3es, para que o filho diga o que pensa, o que acha, o que gosta e n\u00e3o gosta, se sinta confort\u00e1vel em ser diferente dos pais. Acho que as fam\u00edlias escutam julgando, comparando e sentenciando demais. As crian\u00e7as, ao contr\u00e1rio do que as pessoas pensam, s\u00e3o muito sens\u00edveis, muito cr\u00edticas, elas conseguem responder perguntas, falar sobre sentimentos com quem elas se sentem confort\u00e1veis. Al\u00e9m disso, uma das t\u00e9cnicas que utilizei, o question\u00e1rio online, me trouxe muitas respostas, porque tinha perguntas abertas. Alguns dos depoimentos que apresento no livro eu n\u00e3o ouvi, eu li. Quando n\u00e3o tenho que dizer meu nome, quem eu sou, de onde sou, qual minha idade, me sinto mais livre para falar, pedir ajuda. Foram esses depoimentos que me causaram impacto e me fizeram depois entrevistar o grupo menor por meio de rodas de conversa. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Qual o papel da escola nesse contexto?<\/h2>\n\n\n\n
Eu sou um profissional e defensor da escola, a escola para mim \u00e9 uma grande inven\u00e7\u00e3o social, cumpre papel de forma\u00e7\u00e3o, de complementaridade, sobretudo no campo do que chamamos de conhecimento cient\u00edfico. Ela tamb\u00e9m tem um papel social, porque trabalha com pessoas, organiza\u00e7\u00f5es, institui\u00e7\u00f5es, mas ela precisa ser revisitada e reformulada nos seus objetivos matriciais. A escola n\u00e3o pode querer exclusivamente formar do ponto vista cognitivo. Isso \u00e9 um equ\u00edvoco que se manifesta sobretudo nessas escolas, que insistem num modelo de concorr\u00eancia, competi\u00e7\u00e3o, ranqueamento, na nota como resposta \u00e0 aprendizagem. S\u00e3o escolas desconectadas com grandes problemas contempor\u00e2neos, como a sobreviv\u00eancia do Planeta Terra. Temos um planeta amea\u00e7ado de desertifica\u00e7\u00e3o, de aus\u00eancia de comida, amea\u00e7ado no campo dos povos origin\u00e1rios, ent\u00e3o essas s\u00e3o preocupa\u00e7\u00f5es que a escola deve ter. <\/p>\n\n\n\n
Outra preocupa\u00e7\u00e3o \u00e9 a diversidade, temos uma sociedade que se mostra violenta com as minorias, racista e mis\u00f3gina. As mulheres sofrem muito nessa sociedade. A escola n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 para discutir f\u00f3rmulas qu\u00edmicas, biol\u00f3gicas, equa\u00e7\u00f5es matem\u00e1ticas, sintaxe da l\u00edngua. <\/p>\n\n\n\n
A escola \u00e9 para ajudar a usar o conhecimento cient\u00edfico na melhoria da qualidade de vida das pessoas, da minha e dos outros. <\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Ent\u00e3o se ela n\u00e3o faz isso, se insiste na concorr\u00eancia, em colocar aqueles que s\u00e3o bons e n\u00e3o s\u00e3o bons, os que s\u00e3o inteligentes e os que n\u00e3o s\u00e3o inteligentes, e ela tem insistido, ela ajuda a adoecer. \u00c9 o que digo no livro. <\/p>\n\n\n\n
O que dizer aos pais e m\u00e3es da gera\u00e7\u00e3o do quarto?<\/h2>\n\n\n\n
Os filhos e as filhas v\u00e3o precisar muito mesmo dos pais. Tem dois cen\u00e1rios, um \u00e9 ajudar meu filho a n\u00e3o entrar no quarto e o outro \u00e9 ajudar o filho que j\u00e1 est\u00e1 no quarto. No livro eu falo de cinco pilares: cuidado, autoconhecimento, conviv\u00eancia, dialogicidade e amorosidade. Trabalhar a fam\u00edlia e a escola a partir dessas sustenta\u00e7\u00f5es \u00e9 preventivo, mas pode servir tamb\u00e9m para situa\u00e7\u00f5es de pessoas que j\u00e1 est\u00e3o adoecidas, neste caso, associado ao acompanhamento de um profissional da sa\u00fade mental - psic\u00f3logo, psiquiatra, psicanalista, a depender do caso.<\/p>\n\n\n\n
O pilar do cuidado<\/strong> trata sobre a import\u00e2ncia do cuidado consigo e do cuidado com o outro, o que implica tratar das quest\u00f5es relacionadas a respeito, compreens\u00e3o, conviv\u00eancia, uso abusivo de \u00e1lcool, relacionamentos abusivos, bullying, ciberbullying, uso excessivo de redes sociais digitais, entre outros aspectos.

O pilar do autoconhecimento<\/strong> trata sobre a biografia, a hist\u00f3ria de cada pessoa, a fam\u00edlia. Proponho um trabalho sobre ancestralidade, que a pessoa conhe\u00e7a sua hist\u00f3ria de vida, conhe\u00e7a seu pai, sua m\u00e3e, sua opini\u00e3o, seus gostos. Isso tem a ver com quem eu sou, do ponto de vista \u00e9tico, e vai me dar uma seguran\u00e7a para enfrentar aquilo que querem que eu seja. Eu sou isso, mas querem que eu seja aquilo. N\u00e3o escondo minhas fragilidades, sou amado, o que d\u00e1 seguran\u00e7a. N\u00e3o vou dizer para minha crian\u00e7a que a vida \u00e9 f\u00e1cil, um mar de rosas, que ela nunca vai encontrar desafios, mas vou ajud\u00e1-la e fortalec\u00ea-la para que ela possa enfrent\u00e1-los.<\/p>\n\n\n\n
No pilar da conviv\u00eancia<\/strong>, h\u00e1 uma rela\u00e7\u00e3o entre aprender a ser e aprender a conviver. Trato de situa\u00e7\u00f5es cotidianas que evocam reflex\u00f5es \u00e9ticas, morais e espirituais, para as quais a compaix\u00e3o, a empatia e a resili\u00eancia s\u00e3o habilidades necess\u00e1rias e essenciais. O exerc\u00edcio da dialogicidade<\/strong> \u00e9 realizado quando as pessoas aprendem a falar o que pensam e sentem, mas entendem que o que pensam e sentem n\u00e3o \u00e9 a \u00faltima palavra sobre a verdade. O pilar da amorosidade<\/strong> \u00e9 tratado com reflex\u00f5es e a\u00e7\u00f5es. As reflex\u00f5es geram as a\u00e7\u00f5es, e as a\u00e7\u00f5es n\u00e3o s\u00e3o realizadas de modo mec\u00e2nico. <\/p>\n\n\n\n
Os pais podem aprender com os filhos?<\/h2>\n\n\n\n
O livro n\u00e3o tem que ser uma pedra para atirar nos pais e na escola, tem que ser um acalanto. Eu acho que a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 t\u00e3o potente que nos possibilita reaprender a viver, tenho grande esperan\u00e7a na gera\u00e7\u00e3o do quarto, a mesma gera\u00e7\u00e3o que \u00e9 violenta me ensina novos modos de amor, n\u00e3o vejo a gera\u00e7\u00e3o como fracassada, que n\u00e3o deu certo, acho um absurdo dizer que \u00e9 uma gera\u00e7\u00e3o parasita, \"nem-nem\". Obviamente ela traz todas as mazelas, n\u00e3o foi a gera\u00e7\u00e3o do quarto que inventou o abuso do \u00e1lcool, a viol\u00eancia, esses foram c\u00f3digos sempre usados, mas a gera\u00e7\u00e3o do quarto est\u00e1 nos dando outras alternativas, como maior preocupa\u00e7\u00e3o sobre consumo, meio ambiente, empoderamento das meninas, orienta\u00e7\u00e3o \u00e0 quest\u00e3o de g\u00eanero. Essa gera\u00e7\u00e3o tem muita coisa a nos mostrar, n\u00e3o precisamos ter medo, podemos aprender com elas. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"A gera\u00e7\u00e3o do quarto: um retrato chocante da juventude brasileira","post_excerpt":"Ap\u00f3s ouvir mais de 3 mil crian\u00e7as e adolescentes que vivem experi\u00eancias traum\u00e1ticas em seus quartos, o pesquisador Hugo Monteiro Ferreira faz um alerta aos pais e \u00e0s escolas sobre a necessidade de mudar a forma de se relacionar com os jovens","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"a-geracao-do-quarto-o-retrato-chocante-da-juventude-brasileira","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-30 11:00:28","post_modified_gmt":"2022-08-30 14:00:28","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64515","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64369,"post_author":"4","post_date":"2022-08-23 10:54:43","post_date_gmt":"2022-08-23 13:54:43","post_content":"\n
De acordo com o Artigo 227<\/a> da Constitui\u00e7\u00e3o de 1988, as crian\u00e7as<\/a> devem ser prioridade absoluta em todas as decis\u00f5es, programas e pol\u00edticas p\u00fablicas<\/a>. Isso se torna mais relevante em ano de elei\u00e7\u00f5es, em que poderemos escolher, de forma democr\u00e1tica<\/a>, representantes<\/a> aos cargos de presidente da Rep\u00fablica, senadores, governadores, deputados federais e estaduais. <\/p>\n\n\n\n
O voto no Brasil \u00e9 obrigat\u00f3rio para todos aqueles acima de 18 anos, sendo facultativo para jovens com 16 e 17 anos, pessoas com mais de 70 anos e analfabetos. Crian\u00e7as e adolescentes<\/a> menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar<\/a>, mas isso n\u00e3o quer dizer que n\u00e3o devam estar inclu\u00eddos nos planos dos diferentes representantes pol\u00edticos. Muito pelo contr\u00e1rio.<\/p>\n\n\n\n
Diversos estudos j\u00e1 comprovaram que investir na primeira inf\u00e2ncia<\/a> \u00e9 a melhor maneira de reduzir desigualdades e construir uma sociedade com condi\u00e7\u00f5es sociais e ambientais sustent\u00e1veis.<\/p>\n\n\n\n
Cabe a n\u00f3s, adultos, escolher nas elei\u00e7\u00f5es candidatos que contemplem as crian\u00e7as em projetos e iniciativas diversas. Abaixo, veja 5 motivos que tornam urgente a valoriza\u00e7\u00e3o de projetos para a inf\u00e2ncia e juventude nas campanhas \u00e0s elei\u00e7\u00f5es de 2022. A lista \u00e9 do portal Lunetas, espa\u00e7o dedicado \u00e0 reflex\u00e3o sobre a inf\u00e2ncia, que recentemente lan\u00e7ou o especial \"Inf\u00e2ncias em foco: Quem vota pelas crian\u00e7as?\"<\/a>, um hub de informa\u00e7\u00e3o sobre pol\u00edtica e as inf\u00e2ncias. <\/p>\n\n\n\n
5 temas que envolvem as crian\u00e7as e que t\u00eam de estar previstos nas propostas dos candidatos \u00e0s elei\u00e7\u00f5es:<\/h2>\n\n\n\n
Fome<\/h3>\n\n\n\n
De acordo com um levantamento realizado pela Funda\u00e7\u00e3o Abrinq, cerca de 18,8 milh\u00f5es de meninos e meninas de at\u00e9 14 anos passam fome no Brasil. Essa inseguran\u00e7a alimentar traz preju\u00edzos grav\u00edssimos \u00e0s crian\u00e7as, afetando seu crescimento e o desenvolvimento f\u00edsico e cognitivo necess\u00e1rios para que consigam crescer de maneira saud\u00e1vel.<\/p>\n\n\n\n
Analfabetismo<\/h3>\n\n\n\n
H\u00e1 50 anos, a educa\u00e7\u00e3o infantil n\u00e3o era uma realidade no Brasil, no entanto, pol\u00edticas p\u00fablicas mudaram essa realidade. Ainda assim, nos \u00faltimos dois anos, o n\u00famero de crian\u00e7as de 6 e 7 anos que n\u00e3o sabem ler e escrever cresceu em 1 milh\u00e3o. Pensando no futuro e nos pr\u00f3ximos passos do Brasil relacionados \u00e0 educa\u00e7\u00e3o p\u00fablica, \u00e9 necess\u00e1rio eleger candidatos que queiram enfrentar as desigualdades sociais e lutar para que todas as crian\u00e7as e adolescentes tenham acesso \u00e0 educa\u00e7\u00e3o de qualidade.<\/p>\n\n\n\n
Trabalho Infantil<\/h3>\n\n\n\n
Atualmente, cerca de 2 milh\u00f5es de crian\u00e7as e adolescentes est\u00e3o em situa\u00e7\u00e3o de trabalho infantil no Brasil. Desse total, 66% s\u00e3o crian\u00e7as pretas ou pardas e 71% est\u00e3o na \u00e1rea urbana, de acordo com um levantamento divulgado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domic\u00edlios (PNAD Cont\u00ednua).<\/p>\n\n\n\n
Viol\u00eancia e explora\u00e7\u00e3o sexual<\/h3>\n\n\n\n
Entre 2016 e 2020, 35 mil crian\u00e7as e adolescentes, de 0 a 19 anos, foram mortos de forma violenta no Brasil e 180 mil sofreram viol\u00eancia sexual, segundo o Panorama da Viol\u00eancia Sexual contra crian\u00e7as e Adolescentes no Brasil, lan\u00e7ado pela Unicef e pelo F\u00f3rum Brasileiro de Seguran\u00e7a P\u00fablica (FBSP). Por isso, \u00e9 necess\u00e1rio eleger pessoas que tenham coragem para combater esse cen\u00e1rio e falar de assuntos como igualdade de g\u00eanero, empoderamento de meninas, viol\u00eancia sexual e femin\u00edcio.<\/p>\n\n\n\n
Moradia<\/h3>\n\n\n\n
Mais de 5 milh\u00f5es de pessoas ainda residem em domic\u00edlios sem banheiros ou sanit\u00e1rios de uso exclusivo e 9,7 milh\u00f5es vivem em condi\u00e7\u00f5es de adensamento excessivo, com mais de tr\u00eas moradores para cada dormit\u00f3rio. Este \u00e9 um assunto que n\u00e3o deve ser ignorado, j\u00e1 que todas as crian\u00e7as precisam de acesso \u00e0 moradia para viver com dignidade e poder se desenvolver em outras \u00e1reas, como lazer, educa\u00e7\u00e3o e sa\u00fade.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]  <\/p>\n","post_title":"5 motivos para priorizar as crian\u00e7as nas elei\u00e7\u00f5es de 2022","post_excerpt":"Crian\u00e7as e adolescentes menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar, mas s\u00e3o parcela importante da popula\u00e7\u00e3o e t\u00eam de estar contemplados nos projetos dos diferentes atores governamentais","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"5-motivos-para-priorizar-as-criancas-nas-eleicoes-de-2022","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-25 18:52:13","post_modified_gmt":"2022-08-25 21:52:13","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64369","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64334,"post_author":"4","post_date":"2022-08-22 15:14:51","post_date_gmt":"2022-08-22 18:14:51","post_content":"\n
O n\u00famero de crian\u00e7as e adolescente<\/a>s conectados \u00e0 internet cresceu nos \u00faltimos anos. Segundo o estudo TIC Kids Online Brasil 2021<\/a>, rec\u00e9m-divulgado, 93% ou 22,3 milh\u00f5es das crian\u00e7as e dos adolescentes<\/a> no pa\u00eds acessaram a web<\/a> em 2021, sendo que em 2019 esse percentual era de 89%. O crescimento foi impulsionado principalmente pela maior propor\u00e7\u00e3o de usu\u00e1rios na regi\u00e3o Nordeste e nas \u00e1reas rurais. <\/p>\n\n\n\n
O uso de redes sociais <\/a>pelas crian\u00e7as tamb\u00e9m tem se elevado, sendo a plataforma Tik Tok<\/a> a mais utilizada (34%), seguida pelo Instagram (33%). No Facebook, houve queda no uso de 66% para 51% no per\u00edodo citado. J\u00e1 o WhatsApp segue como a plataforma em que crian\u00e7as e adolescentes mais possuem perfil (foi de 70% em 2018 para 80% em 2021), e \u00e9 a mais difundida entre todos os estratos sociais.<\/p>\n\n\n\n
A pesquisa, conduzida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informa\u00e7\u00e3o (Cetic.br) do N\u00facleo de Informa\u00e7\u00e3o e Coordena\u00e7\u00e3o do Ponto BR (NIC.br), entrevistou 2.651 crian\u00e7as e adolescentes com idades entre 9 e 17 anos, bem como seus pais ou respons\u00e1veis, em todo o territ\u00f3rio nacional. As entrevistas aconteceram entre outubro de 2021 e mar\u00e7o de 2022, com a finalidade de investigar oportunidades e riscos relacionados \u00e0 participa\u00e7\u00e3o online desse p\u00fablico. <\/p>\n\n\n\n
Segundo o levantamento, as crian\u00e7as tamb\u00e9m est\u00e3o passando mais tempo em jogos online - seja conectadas com outros jogadores (de 57% para 66%, entre 2021 e 2019) ou n\u00e3o conectadas a eles (de 55% para 64%) -, e fazendo mais compras no ambiente digital - cresceu de 9% para 19% no mesmo per\u00edodo. <\/p>\n\n\n\n
\"Plataformas de cria\u00e7\u00e3o e compartilhamento de conte\u00fado audiovisual est\u00e3o entre as mais utilizadas por crian\u00e7as e adolescentes. Nesse contexto, a qualidade da conex\u00e3o \u00e0 Internet e dos dispositivos digitais utilizados para o acesso \u00e0 rede passam a ser determinantes para o melhor aproveitamento de oportunidades online. \u00c9 central, portanto, garantir condi\u00e7\u00f5es equitativas de conectividade para crian\u00e7as e adolescentes em diferentes contextos socioecon\u00f4micos\", aponta Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br. <\/p>\n\n\n\n
A pesquisa TIC Kids Online <\/a>detectou, ainda, que o telefone celular segue como o principal meio de conex\u00e3o \u00e0 rede nos diferentes extratos sociais. Para 53%, o celular foi o \u00fanico dispositivo usado, realidade que se verificou mais presente nas classes DE (78%) e C (52%) do que nas classes AB (18%). <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Acesso a propagandas<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
Entre as atividades multim\u00eddia, as mais acessadas pelas crian\u00e7as s\u00e3o ouvir m\u00fasica (80%), assistir a v\u00eddeos, programas, filmes ou s\u00e9ries (84%), S\u00edtios de v\u00eddeos (67%) e redes sociais (61%) est\u00e3o entre as principais plataformas em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios de internet declaram ter visto propaganda de produtos ou marcas. Pessoas ensinando como usar algum produto (62%) e abrindo embalagens -- o chamado unboxing<\/em><\/strong> - (61%) foram os principais conte\u00fados de imagem ou v\u00eddeo em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios da rede tiveram contato com divulga\u00e7\u00e3o de produtos ou marcas. Entre as principais categorias de produtos ou marcas vistas no ambiente online<\/em> est\u00e3o: <\/p>\n\n\n\n
Equipamentos eletr\u00f4nicos (60%); <\/li>
Roupas e sapatos (60%); <\/li>
Comidas, bebidas ou doces (57%); <\/li>
Videogames ou jogos (46%); <\/li>
Maquiagem e outros produtos de beleza (46%).\u00a0<\/li><\/ul>\n\n\n\nBusca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e bem-estar<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa tamb\u00e9m constatou que 32% dos jovens entre 11 e 17 anos procuram ajuda para lidar com algo ruim que vivenciaram<\/strong>, ou para falar sobre suas emo\u00e7\u00f5es<\/strong> quando se sentiram tristes. <\/p>\n\n\n\n
Entre os temas mais procurados relacionados \u00e0 sa\u00fade est\u00e3o:<\/p>\n\n\n\n
Informa\u00e7\u00f5es sobre alimenta\u00e7\u00e3o (55%);
Preven\u00e7\u00e3o e tratamento de doen\u00e7as (38%);
Exerc\u00edcios e meios para ficar em forma (36%);
Informa\u00e7\u00f5es sobre medicamentos (22%);<\/li>
Discuss\u00f5es sobre sa\u00fade sexual e educa\u00e7\u00e3o sexual (21%).<\/li><\/ul>\n\n\n\n
\"A pesquisa busca levantar evid\u00eancias que contribuam para a promo\u00e7\u00e3o de direitos e do bem-estar de crian\u00e7as e adolescentes. Desse modo, para al\u00e9m das atividades presentes na s\u00e9rie hist\u00f3rica da pesquisa, o uso da rede na busca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e apoio emocional passou a ser um tema relevante de investiga\u00e7\u00e3o\", sinaliza Barbosa.<\/p>\n\n\n\n
\"Pesquisas como a TIC Kids Online Brasil s\u00e3o de extrema relev\u00e2ncia para entendermos o cen\u00e1rio atual e fortalecermos o letramento e inclus\u00e3o digital dos mais jovens, com mais seguran\u00e7a e qualidade, quest\u00f5es intr\u00ednsecas ao trabalho realizado pelo Comit\u00ea Gestor da Internet no Brasil\", pondera Jos\u00e9 Gontijo, coordenador do CGI.br.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
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Ou seja, o esfor\u00e7o dos pais para garantir uma boa estrutura familiar acaba por distanci\u00e1-los dos filhos?<\/h2>\n\n\n\n
\u00c9 a alternativa que se deu para a fam\u00edlia. Num pa\u00eds de mais de 210 milh\u00f5es de pessoas, n\u00e3o \u00e9 todo mundo que para e reflete sobre o que \u00e9 ser uma fam\u00edlia. Para os que est\u00e3o abaixo da linha da mis\u00e9ria tem que pensar muito como se recupera. H\u00e1 uma quest\u00e3o importante: o fen\u00f4meno da gera\u00e7\u00e3o do quarto se d\u00e1 em todas as classes sociais, mas as estrat\u00e9gias trabalhadas mudam. Tem muitas pessoas que usam a gravidez, por exemplo, como forma de sair de uma situa\u00e7\u00e3o socioecon\u00f4mica. Engravidar pode ser uma esp\u00e9cie de promo\u00e7\u00e3o social, ou seja, o problema \u00e9 o mesmo, a dor ps\u00edquica \u00e9 a mesma, mas a maneira de lidar com ela \u00e9 diferente. <\/p>\n\n\n\n
Os jovens n\u00e3o se abrem com os pais, mas n\u00e3o se opuseram a falar com voc\u00ea?<\/h2>\n\n\n\n
Talvez o que favorece para um pesquisador como eu \u00e9 me dispor a escutar sem condenar, sem julgamento. Eu escuto para acolher e esse talvez seja um potencial que a gente possa ensinar aos pais e \u00e0s m\u00e3es, para que o filho diga o que pensa, o que acha, o que gosta e n\u00e3o gosta, se sinta confort\u00e1vel em ser diferente dos pais. Acho que as fam\u00edlias escutam julgando, comparando e sentenciando demais. As crian\u00e7as, ao contr\u00e1rio do que as pessoas pensam, s\u00e3o muito sens\u00edveis, muito cr\u00edticas, elas conseguem responder perguntas, falar sobre sentimentos com quem elas se sentem confort\u00e1veis. Al\u00e9m disso, uma das t\u00e9cnicas que utilizei, o question\u00e1rio online, me trouxe muitas respostas, porque tinha perguntas abertas. Alguns dos depoimentos que apresento no livro eu n\u00e3o ouvi, eu li. Quando n\u00e3o tenho que dizer meu nome, quem eu sou, de onde sou, qual minha idade, me sinto mais livre para falar, pedir ajuda. Foram esses depoimentos que me causaram impacto e me fizeram depois entrevistar o grupo menor por meio de rodas de conversa. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Qual o papel da escola nesse contexto?<\/h2>\n\n\n\n
Eu sou um profissional e defensor da escola, a escola para mim \u00e9 uma grande inven\u00e7\u00e3o social, cumpre papel de forma\u00e7\u00e3o, de complementaridade, sobretudo no campo do que chamamos de conhecimento cient\u00edfico. Ela tamb\u00e9m tem um papel social, porque trabalha com pessoas, organiza\u00e7\u00f5es, institui\u00e7\u00f5es, mas ela precisa ser revisitada e reformulada nos seus objetivos matriciais. A escola n\u00e3o pode querer exclusivamente formar do ponto vista cognitivo. Isso \u00e9 um equ\u00edvoco que se manifesta sobretudo nessas escolas, que insistem num modelo de concorr\u00eancia, competi\u00e7\u00e3o, ranqueamento, na nota como resposta \u00e0 aprendizagem. S\u00e3o escolas desconectadas com grandes problemas contempor\u00e2neos, como a sobreviv\u00eancia do Planeta Terra. Temos um planeta amea\u00e7ado de desertifica\u00e7\u00e3o, de aus\u00eancia de comida, amea\u00e7ado no campo dos povos origin\u00e1rios, ent\u00e3o essas s\u00e3o preocupa\u00e7\u00f5es que a escola deve ter. <\/p>\n\n\n\n
Outra preocupa\u00e7\u00e3o \u00e9 a diversidade, temos uma sociedade que se mostra violenta com as minorias, racista e mis\u00f3gina. As mulheres sofrem muito nessa sociedade. A escola n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 para discutir f\u00f3rmulas qu\u00edmicas, biol\u00f3gicas, equa\u00e7\u00f5es matem\u00e1ticas, sintaxe da l\u00edngua. <\/p>\n\n\n\n
A escola \u00e9 para ajudar a usar o conhecimento cient\u00edfico na melhoria da qualidade de vida das pessoas, da minha e dos outros. <\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Ent\u00e3o se ela n\u00e3o faz isso, se insiste na concorr\u00eancia, em colocar aqueles que s\u00e3o bons e n\u00e3o s\u00e3o bons, os que s\u00e3o inteligentes e os que n\u00e3o s\u00e3o inteligentes, e ela tem insistido, ela ajuda a adoecer. \u00c9 o que digo no livro. <\/p>\n\n\n\n
O que dizer aos pais e m\u00e3es da gera\u00e7\u00e3o do quarto?<\/h2>\n\n\n\n
Os filhos e as filhas v\u00e3o precisar muito mesmo dos pais. Tem dois cen\u00e1rios, um \u00e9 ajudar meu filho a n\u00e3o entrar no quarto e o outro \u00e9 ajudar o filho que j\u00e1 est\u00e1 no quarto. No livro eu falo de cinco pilares: cuidado, autoconhecimento, conviv\u00eancia, dialogicidade e amorosidade. Trabalhar a fam\u00edlia e a escola a partir dessas sustenta\u00e7\u00f5es \u00e9 preventivo, mas pode servir tamb\u00e9m para situa\u00e7\u00f5es de pessoas que j\u00e1 est\u00e3o adoecidas, neste caso, associado ao acompanhamento de um profissional da sa\u00fade mental - psic\u00f3logo, psiquiatra, psicanalista, a depender do caso.<\/p>\n\n\n\n
O pilar do cuidado<\/strong> trata sobre a import\u00e2ncia do cuidado consigo e do cuidado com o outro, o que implica tratar das quest\u00f5es relacionadas a respeito, compreens\u00e3o, conviv\u00eancia, uso abusivo de \u00e1lcool, relacionamentos abusivos, bullying, ciberbullying, uso excessivo de redes sociais digitais, entre outros aspectos.

O pilar do autoconhecimento<\/strong> trata sobre a biografia, a hist\u00f3ria de cada pessoa, a fam\u00edlia. Proponho um trabalho sobre ancestralidade, que a pessoa conhe\u00e7a sua hist\u00f3ria de vida, conhe\u00e7a seu pai, sua m\u00e3e, sua opini\u00e3o, seus gostos. Isso tem a ver com quem eu sou, do ponto de vista \u00e9tico, e vai me dar uma seguran\u00e7a para enfrentar aquilo que querem que eu seja. Eu sou isso, mas querem que eu seja aquilo. N\u00e3o escondo minhas fragilidades, sou amado, o que d\u00e1 seguran\u00e7a. N\u00e3o vou dizer para minha crian\u00e7a que a vida \u00e9 f\u00e1cil, um mar de rosas, que ela nunca vai encontrar desafios, mas vou ajud\u00e1-la e fortalec\u00ea-la para que ela possa enfrent\u00e1-los.<\/p>\n\n\n\n
No pilar da conviv\u00eancia<\/strong>, h\u00e1 uma rela\u00e7\u00e3o entre aprender a ser e aprender a conviver. Trato de situa\u00e7\u00f5es cotidianas que evocam reflex\u00f5es \u00e9ticas, morais e espirituais, para as quais a compaix\u00e3o, a empatia e a resili\u00eancia s\u00e3o habilidades necess\u00e1rias e essenciais. O exerc\u00edcio da dialogicidade<\/strong> \u00e9 realizado quando as pessoas aprendem a falar o que pensam e sentem, mas entendem que o que pensam e sentem n\u00e3o \u00e9 a \u00faltima palavra sobre a verdade. O pilar da amorosidade<\/strong> \u00e9 tratado com reflex\u00f5es e a\u00e7\u00f5es. As reflex\u00f5es geram as a\u00e7\u00f5es, e as a\u00e7\u00f5es n\u00e3o s\u00e3o realizadas de modo mec\u00e2nico. <\/p>\n\n\n\n
Os pais podem aprender com os filhos?<\/h2>\n\n\n\n
O livro n\u00e3o tem que ser uma pedra para atirar nos pais e na escola, tem que ser um acalanto. Eu acho que a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 t\u00e3o potente que nos possibilita reaprender a viver, tenho grande esperan\u00e7a na gera\u00e7\u00e3o do quarto, a mesma gera\u00e7\u00e3o que \u00e9 violenta me ensina novos modos de amor, n\u00e3o vejo a gera\u00e7\u00e3o como fracassada, que n\u00e3o deu certo, acho um absurdo dizer que \u00e9 uma gera\u00e7\u00e3o parasita, \"nem-nem\". Obviamente ela traz todas as mazelas, n\u00e3o foi a gera\u00e7\u00e3o do quarto que inventou o abuso do \u00e1lcool, a viol\u00eancia, esses foram c\u00f3digos sempre usados, mas a gera\u00e7\u00e3o do quarto est\u00e1 nos dando outras alternativas, como maior preocupa\u00e7\u00e3o sobre consumo, meio ambiente, empoderamento das meninas, orienta\u00e7\u00e3o \u00e0 quest\u00e3o de g\u00eanero. Essa gera\u00e7\u00e3o tem muita coisa a nos mostrar, n\u00e3o precisamos ter medo, podemos aprender com elas. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"A gera\u00e7\u00e3o do quarto: um retrato chocante da juventude brasileira","post_excerpt":"Ap\u00f3s ouvir mais de 3 mil crian\u00e7as e adolescentes que vivem experi\u00eancias traum\u00e1ticas em seus quartos, o pesquisador Hugo Monteiro Ferreira faz um alerta aos pais e \u00e0s escolas sobre a necessidade de mudar a forma de se relacionar com os jovens","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"a-geracao-do-quarto-o-retrato-chocante-da-juventude-brasileira","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-30 11:00:28","post_modified_gmt":"2022-08-30 14:00:28","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64515","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64369,"post_author":"4","post_date":"2022-08-23 10:54:43","post_date_gmt":"2022-08-23 13:54:43","post_content":"\n
De acordo com o Artigo 227<\/a> da Constitui\u00e7\u00e3o de 1988, as crian\u00e7as<\/a> devem ser prioridade absoluta em todas as decis\u00f5es, programas e pol\u00edticas p\u00fablicas<\/a>. Isso se torna mais relevante em ano de elei\u00e7\u00f5es, em que poderemos escolher, de forma democr\u00e1tica<\/a>, representantes<\/a> aos cargos de presidente da Rep\u00fablica, senadores, governadores, deputados federais e estaduais. <\/p>\n\n\n\n
O voto no Brasil \u00e9 obrigat\u00f3rio para todos aqueles acima de 18 anos, sendo facultativo para jovens com 16 e 17 anos, pessoas com mais de 70 anos e analfabetos. Crian\u00e7as e adolescentes<\/a> menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar<\/a>, mas isso n\u00e3o quer dizer que n\u00e3o devam estar inclu\u00eddos nos planos dos diferentes representantes pol\u00edticos. Muito pelo contr\u00e1rio.<\/p>\n\n\n\n
Diversos estudos j\u00e1 comprovaram que investir na primeira inf\u00e2ncia<\/a> \u00e9 a melhor maneira de reduzir desigualdades e construir uma sociedade com condi\u00e7\u00f5es sociais e ambientais sustent\u00e1veis.<\/p>\n\n\n\n
Cabe a n\u00f3s, adultos, escolher nas elei\u00e7\u00f5es candidatos que contemplem as crian\u00e7as em projetos e iniciativas diversas. Abaixo, veja 5 motivos que tornam urgente a valoriza\u00e7\u00e3o de projetos para a inf\u00e2ncia e juventude nas campanhas \u00e0s elei\u00e7\u00f5es de 2022. A lista \u00e9 do portal Lunetas, espa\u00e7o dedicado \u00e0 reflex\u00e3o sobre a inf\u00e2ncia, que recentemente lan\u00e7ou o especial \"Inf\u00e2ncias em foco: Quem vota pelas crian\u00e7as?\"<\/a>, um hub de informa\u00e7\u00e3o sobre pol\u00edtica e as inf\u00e2ncias. <\/p>\n\n\n\n
5 temas que envolvem as crian\u00e7as e que t\u00eam de estar previstos nas propostas dos candidatos \u00e0s elei\u00e7\u00f5es:<\/h2>\n\n\n\n
Fome<\/h3>\n\n\n\n
De acordo com um levantamento realizado pela Funda\u00e7\u00e3o Abrinq, cerca de 18,8 milh\u00f5es de meninos e meninas de at\u00e9 14 anos passam fome no Brasil. Essa inseguran\u00e7a alimentar traz preju\u00edzos grav\u00edssimos \u00e0s crian\u00e7as, afetando seu crescimento e o desenvolvimento f\u00edsico e cognitivo necess\u00e1rios para que consigam crescer de maneira saud\u00e1vel.<\/p>\n\n\n\n
Analfabetismo<\/h3>\n\n\n\n
H\u00e1 50 anos, a educa\u00e7\u00e3o infantil n\u00e3o era uma realidade no Brasil, no entanto, pol\u00edticas p\u00fablicas mudaram essa realidade. Ainda assim, nos \u00faltimos dois anos, o n\u00famero de crian\u00e7as de 6 e 7 anos que n\u00e3o sabem ler e escrever cresceu em 1 milh\u00e3o. Pensando no futuro e nos pr\u00f3ximos passos do Brasil relacionados \u00e0 educa\u00e7\u00e3o p\u00fablica, \u00e9 necess\u00e1rio eleger candidatos que queiram enfrentar as desigualdades sociais e lutar para que todas as crian\u00e7as e adolescentes tenham acesso \u00e0 educa\u00e7\u00e3o de qualidade.<\/p>\n\n\n\n
Trabalho Infantil<\/h3>\n\n\n\n
Atualmente, cerca de 2 milh\u00f5es de crian\u00e7as e adolescentes est\u00e3o em situa\u00e7\u00e3o de trabalho infantil no Brasil. Desse total, 66% s\u00e3o crian\u00e7as pretas ou pardas e 71% est\u00e3o na \u00e1rea urbana, de acordo com um levantamento divulgado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domic\u00edlios (PNAD Cont\u00ednua).<\/p>\n\n\n\n
Viol\u00eancia e explora\u00e7\u00e3o sexual<\/h3>\n\n\n\n
Entre 2016 e 2020, 35 mil crian\u00e7as e adolescentes, de 0 a 19 anos, foram mortos de forma violenta no Brasil e 180 mil sofreram viol\u00eancia sexual, segundo o Panorama da Viol\u00eancia Sexual contra crian\u00e7as e Adolescentes no Brasil, lan\u00e7ado pela Unicef e pelo F\u00f3rum Brasileiro de Seguran\u00e7a P\u00fablica (FBSP). Por isso, \u00e9 necess\u00e1rio eleger pessoas que tenham coragem para combater esse cen\u00e1rio e falar de assuntos como igualdade de g\u00eanero, empoderamento de meninas, viol\u00eancia sexual e femin\u00edcio.<\/p>\n\n\n\n
Moradia<\/h3>\n\n\n\n
Mais de 5 milh\u00f5es de pessoas ainda residem em domic\u00edlios sem banheiros ou sanit\u00e1rios de uso exclusivo e 9,7 milh\u00f5es vivem em condi\u00e7\u00f5es de adensamento excessivo, com mais de tr\u00eas moradores para cada dormit\u00f3rio. Este \u00e9 um assunto que n\u00e3o deve ser ignorado, j\u00e1 que todas as crian\u00e7as precisam de acesso \u00e0 moradia para viver com dignidade e poder se desenvolver em outras \u00e1reas, como lazer, educa\u00e7\u00e3o e sa\u00fade.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]  <\/p>\n","post_title":"5 motivos para priorizar as crian\u00e7as nas elei\u00e7\u00f5es de 2022","post_excerpt":"Crian\u00e7as e adolescentes menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar, mas s\u00e3o parcela importante da popula\u00e7\u00e3o e t\u00eam de estar contemplados nos projetos dos diferentes atores governamentais","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"5-motivos-para-priorizar-as-criancas-nas-eleicoes-de-2022","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-25 18:52:13","post_modified_gmt":"2022-08-25 21:52:13","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64369","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64334,"post_author":"4","post_date":"2022-08-22 15:14:51","post_date_gmt":"2022-08-22 18:14:51","post_content":"\n
O n\u00famero de crian\u00e7as e adolescente<\/a>s conectados \u00e0 internet cresceu nos \u00faltimos anos. Segundo o estudo TIC Kids Online Brasil 2021<\/a>, rec\u00e9m-divulgado, 93% ou 22,3 milh\u00f5es das crian\u00e7as e dos adolescentes<\/a> no pa\u00eds acessaram a web<\/a> em 2021, sendo que em 2019 esse percentual era de 89%. O crescimento foi impulsionado principalmente pela maior propor\u00e7\u00e3o de usu\u00e1rios na regi\u00e3o Nordeste e nas \u00e1reas rurais. <\/p>\n\n\n\n
O uso de redes sociais <\/a>pelas crian\u00e7as tamb\u00e9m tem se elevado, sendo a plataforma Tik Tok<\/a> a mais utilizada (34%), seguida pelo Instagram (33%). No Facebook, houve queda no uso de 66% para 51% no per\u00edodo citado. J\u00e1 o WhatsApp segue como a plataforma em que crian\u00e7as e adolescentes mais possuem perfil (foi de 70% em 2018 para 80% em 2021), e \u00e9 a mais difundida entre todos os estratos sociais.<\/p>\n\n\n\n
A pesquisa, conduzida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informa\u00e7\u00e3o (Cetic.br) do N\u00facleo de Informa\u00e7\u00e3o e Coordena\u00e7\u00e3o do Ponto BR (NIC.br), entrevistou 2.651 crian\u00e7as e adolescentes com idades entre 9 e 17 anos, bem como seus pais ou respons\u00e1veis, em todo o territ\u00f3rio nacional. As entrevistas aconteceram entre outubro de 2021 e mar\u00e7o de 2022, com a finalidade de investigar oportunidades e riscos relacionados \u00e0 participa\u00e7\u00e3o online desse p\u00fablico. <\/p>\n\n\n\n
Segundo o levantamento, as crian\u00e7as tamb\u00e9m est\u00e3o passando mais tempo em jogos online - seja conectadas com outros jogadores (de 57% para 66%, entre 2021 e 2019) ou n\u00e3o conectadas a eles (de 55% para 64%) -, e fazendo mais compras no ambiente digital - cresceu de 9% para 19% no mesmo per\u00edodo. <\/p>\n\n\n\n
\"Plataformas de cria\u00e7\u00e3o e compartilhamento de conte\u00fado audiovisual est\u00e3o entre as mais utilizadas por crian\u00e7as e adolescentes. Nesse contexto, a qualidade da conex\u00e3o \u00e0 Internet e dos dispositivos digitais utilizados para o acesso \u00e0 rede passam a ser determinantes para o melhor aproveitamento de oportunidades online. \u00c9 central, portanto, garantir condi\u00e7\u00f5es equitativas de conectividade para crian\u00e7as e adolescentes em diferentes contextos socioecon\u00f4micos\", aponta Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br. <\/p>\n\n\n\n
A pesquisa TIC Kids Online <\/a>detectou, ainda, que o telefone celular segue como o principal meio de conex\u00e3o \u00e0 rede nos diferentes extratos sociais. Para 53%, o celular foi o \u00fanico dispositivo usado, realidade que se verificou mais presente nas classes DE (78%) e C (52%) do que nas classes AB (18%). <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Acesso a propagandas<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
Entre as atividades multim\u00eddia, as mais acessadas pelas crian\u00e7as s\u00e3o ouvir m\u00fasica (80%), assistir a v\u00eddeos, programas, filmes ou s\u00e9ries (84%), S\u00edtios de v\u00eddeos (67%) e redes sociais (61%) est\u00e3o entre as principais plataformas em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios de internet declaram ter visto propaganda de produtos ou marcas. Pessoas ensinando como usar algum produto (62%) e abrindo embalagens -- o chamado unboxing<\/em><\/strong> - (61%) foram os principais conte\u00fados de imagem ou v\u00eddeo em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios da rede tiveram contato com divulga\u00e7\u00e3o de produtos ou marcas. Entre as principais categorias de produtos ou marcas vistas no ambiente online<\/em> est\u00e3o: <\/p>\n\n\n\n
Equipamentos eletr\u00f4nicos (60%); <\/li>
Roupas e sapatos (60%); <\/li>
Comidas, bebidas ou doces (57%); <\/li>
Videogames ou jogos (46%); <\/li>
Maquiagem e outros produtos de beleza (46%).\u00a0<\/li><\/ul>\n\n\n\nBusca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e bem-estar<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa tamb\u00e9m constatou que 32% dos jovens entre 11 e 17 anos procuram ajuda para lidar com algo ruim que vivenciaram<\/strong>, ou para falar sobre suas emo\u00e7\u00f5es<\/strong> quando se sentiram tristes. <\/p>\n\n\n\n
Entre os temas mais procurados relacionados \u00e0 sa\u00fade est\u00e3o:<\/p>\n\n\n\n
Informa\u00e7\u00f5es sobre alimenta\u00e7\u00e3o (55%);
Preven\u00e7\u00e3o e tratamento de doen\u00e7as (38%);
Exerc\u00edcios e meios para ficar em forma (36%);
Informa\u00e7\u00f5es sobre medicamentos (22%);<\/li>
Discuss\u00f5es sobre sa\u00fade sexual e educa\u00e7\u00e3o sexual (21%).<\/li><\/ul>\n\n\n\n
\"A pesquisa busca levantar evid\u00eancias que contribuam para a promo\u00e7\u00e3o de direitos e do bem-estar de crian\u00e7as e adolescentes. Desse modo, para al\u00e9m das atividades presentes na s\u00e9rie hist\u00f3rica da pesquisa, o uso da rede na busca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e apoio emocional passou a ser um tema relevante de investiga\u00e7\u00e3o\", sinaliza Barbosa.<\/p>\n\n\n\n
\"Pesquisas como a TIC Kids Online Brasil s\u00e3o de extrema relev\u00e2ncia para entendermos o cen\u00e1rio atual e fortalecermos o letramento e inclus\u00e3o digital dos mais jovens, com mais seguran\u00e7a e qualidade, quest\u00f5es intr\u00ednsecas ao trabalho realizado pelo Comit\u00ea Gestor da Internet no Brasil\", pondera Jos\u00e9 Gontijo, coordenador do CGI.br.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
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Eles n\u00e3o t\u00eam conhecimento, porque a gera\u00e7\u00e3o do quarto cognitivamente n\u00e3o tem problema com boletim escolar. Essa gera\u00e7\u00e3o chega na universidade. Essa causa-consequ\u00eancia que a gente confabulou e afirmou tantas vezes que, por exemplo, vai ter problemas na escola, no rendimento escolar, n\u00e3o \u00e9 um sinal, a gera\u00e7\u00e3o do quarto tem um boletim escolar azul,<\/strong> e os pais n\u00e3o percebem. Eles acham que faz parte da vida estar no quarto.<\/strong> Muitos me dizem isso, \u201cah mas meu filho est\u00e1 no quarto j\u00e1 h\u00e1 tanto tempo que nem me dava conta\u201d. Eles come\u00e7am a se dar conta quando a crian\u00e7a ou o adolescente come\u00e7a a se cortar, quando come\u00e7am a gritar em sil\u00eancio, a\u00ed os pais alertam, mas at\u00e9 ent\u00e3o, n\u00e3o. Chamam para jantar, quando conseguem, lembrando que pais contempor\u00e2neos vivem muito fora de casa, trabalham muito, com finalidade de dar um futuro para os filhos.  <\/p>\n\n\n\n
Ou seja, o esfor\u00e7o dos pais para garantir uma boa estrutura familiar acaba por distanci\u00e1-los dos filhos?<\/h2>\n\n\n\n
\u00c9 a alternativa que se deu para a fam\u00edlia. Num pa\u00eds de mais de 210 milh\u00f5es de pessoas, n\u00e3o \u00e9 todo mundo que para e reflete sobre o que \u00e9 ser uma fam\u00edlia. Para os que est\u00e3o abaixo da linha da mis\u00e9ria tem que pensar muito como se recupera. H\u00e1 uma quest\u00e3o importante: o fen\u00f4meno da gera\u00e7\u00e3o do quarto se d\u00e1 em todas as classes sociais, mas as estrat\u00e9gias trabalhadas mudam. Tem muitas pessoas que usam a gravidez, por exemplo, como forma de sair de uma situa\u00e7\u00e3o socioecon\u00f4mica. Engravidar pode ser uma esp\u00e9cie de promo\u00e7\u00e3o social, ou seja, o problema \u00e9 o mesmo, a dor ps\u00edquica \u00e9 a mesma, mas a maneira de lidar com ela \u00e9 diferente. <\/p>\n\n\n\n
Os jovens n\u00e3o se abrem com os pais, mas n\u00e3o se opuseram a falar com voc\u00ea?<\/h2>\n\n\n\n
Talvez o que favorece para um pesquisador como eu \u00e9 me dispor a escutar sem condenar, sem julgamento. Eu escuto para acolher e esse talvez seja um potencial que a gente possa ensinar aos pais e \u00e0s m\u00e3es, para que o filho diga o que pensa, o que acha, o que gosta e n\u00e3o gosta, se sinta confort\u00e1vel em ser diferente dos pais. Acho que as fam\u00edlias escutam julgando, comparando e sentenciando demais. As crian\u00e7as, ao contr\u00e1rio do que as pessoas pensam, s\u00e3o muito sens\u00edveis, muito cr\u00edticas, elas conseguem responder perguntas, falar sobre sentimentos com quem elas se sentem confort\u00e1veis. Al\u00e9m disso, uma das t\u00e9cnicas que utilizei, o question\u00e1rio online, me trouxe muitas respostas, porque tinha perguntas abertas. Alguns dos depoimentos que apresento no livro eu n\u00e3o ouvi, eu li. Quando n\u00e3o tenho que dizer meu nome, quem eu sou, de onde sou, qual minha idade, me sinto mais livre para falar, pedir ajuda. Foram esses depoimentos que me causaram impacto e me fizeram depois entrevistar o grupo menor por meio de rodas de conversa. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Qual o papel da escola nesse contexto?<\/h2>\n\n\n\n
Eu sou um profissional e defensor da escola, a escola para mim \u00e9 uma grande inven\u00e7\u00e3o social, cumpre papel de forma\u00e7\u00e3o, de complementaridade, sobretudo no campo do que chamamos de conhecimento cient\u00edfico. Ela tamb\u00e9m tem um papel social, porque trabalha com pessoas, organiza\u00e7\u00f5es, institui\u00e7\u00f5es, mas ela precisa ser revisitada e reformulada nos seus objetivos matriciais. A escola n\u00e3o pode querer exclusivamente formar do ponto vista cognitivo. Isso \u00e9 um equ\u00edvoco que se manifesta sobretudo nessas escolas, que insistem num modelo de concorr\u00eancia, competi\u00e7\u00e3o, ranqueamento, na nota como resposta \u00e0 aprendizagem. S\u00e3o escolas desconectadas com grandes problemas contempor\u00e2neos, como a sobreviv\u00eancia do Planeta Terra. Temos um planeta amea\u00e7ado de desertifica\u00e7\u00e3o, de aus\u00eancia de comida, amea\u00e7ado no campo dos povos origin\u00e1rios, ent\u00e3o essas s\u00e3o preocupa\u00e7\u00f5es que a escola deve ter. <\/p>\n\n\n\n
Outra preocupa\u00e7\u00e3o \u00e9 a diversidade, temos uma sociedade que se mostra violenta com as minorias, racista e mis\u00f3gina. As mulheres sofrem muito nessa sociedade. A escola n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 para discutir f\u00f3rmulas qu\u00edmicas, biol\u00f3gicas, equa\u00e7\u00f5es matem\u00e1ticas, sintaxe da l\u00edngua. <\/p>\n\n\n\n
A escola \u00e9 para ajudar a usar o conhecimento cient\u00edfico na melhoria da qualidade de vida das pessoas, da minha e dos outros. <\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Ent\u00e3o se ela n\u00e3o faz isso, se insiste na concorr\u00eancia, em colocar aqueles que s\u00e3o bons e n\u00e3o s\u00e3o bons, os que s\u00e3o inteligentes e os que n\u00e3o s\u00e3o inteligentes, e ela tem insistido, ela ajuda a adoecer. \u00c9 o que digo no livro. <\/p>\n\n\n\n
O que dizer aos pais e m\u00e3es da gera\u00e7\u00e3o do quarto?<\/h2>\n\n\n\n
Os filhos e as filhas v\u00e3o precisar muito mesmo dos pais. Tem dois cen\u00e1rios, um \u00e9 ajudar meu filho a n\u00e3o entrar no quarto e o outro \u00e9 ajudar o filho que j\u00e1 est\u00e1 no quarto. No livro eu falo de cinco pilares: cuidado, autoconhecimento, conviv\u00eancia, dialogicidade e amorosidade. Trabalhar a fam\u00edlia e a escola a partir dessas sustenta\u00e7\u00f5es \u00e9 preventivo, mas pode servir tamb\u00e9m para situa\u00e7\u00f5es de pessoas que j\u00e1 est\u00e3o adoecidas, neste caso, associado ao acompanhamento de um profissional da sa\u00fade mental - psic\u00f3logo, psiquiatra, psicanalista, a depender do caso.<\/p>\n\n\n\n
O pilar do cuidado<\/strong> trata sobre a import\u00e2ncia do cuidado consigo e do cuidado com o outro, o que implica tratar das quest\u00f5es relacionadas a respeito, compreens\u00e3o, conviv\u00eancia, uso abusivo de \u00e1lcool, relacionamentos abusivos, bullying, ciberbullying, uso excessivo de redes sociais digitais, entre outros aspectos.

O pilar do autoconhecimento<\/strong> trata sobre a biografia, a hist\u00f3ria de cada pessoa, a fam\u00edlia. Proponho um trabalho sobre ancestralidade, que a pessoa conhe\u00e7a sua hist\u00f3ria de vida, conhe\u00e7a seu pai, sua m\u00e3e, sua opini\u00e3o, seus gostos. Isso tem a ver com quem eu sou, do ponto de vista \u00e9tico, e vai me dar uma seguran\u00e7a para enfrentar aquilo que querem que eu seja. Eu sou isso, mas querem que eu seja aquilo. N\u00e3o escondo minhas fragilidades, sou amado, o que d\u00e1 seguran\u00e7a. N\u00e3o vou dizer para minha crian\u00e7a que a vida \u00e9 f\u00e1cil, um mar de rosas, que ela nunca vai encontrar desafios, mas vou ajud\u00e1-la e fortalec\u00ea-la para que ela possa enfrent\u00e1-los.<\/p>\n\n\n\n
No pilar da conviv\u00eancia<\/strong>, h\u00e1 uma rela\u00e7\u00e3o entre aprender a ser e aprender a conviver. Trato de situa\u00e7\u00f5es cotidianas que evocam reflex\u00f5es \u00e9ticas, morais e espirituais, para as quais a compaix\u00e3o, a empatia e a resili\u00eancia s\u00e3o habilidades necess\u00e1rias e essenciais. O exerc\u00edcio da dialogicidade<\/strong> \u00e9 realizado quando as pessoas aprendem a falar o que pensam e sentem, mas entendem que o que pensam e sentem n\u00e3o \u00e9 a \u00faltima palavra sobre a verdade. O pilar da amorosidade<\/strong> \u00e9 tratado com reflex\u00f5es e a\u00e7\u00f5es. As reflex\u00f5es geram as a\u00e7\u00f5es, e as a\u00e7\u00f5es n\u00e3o s\u00e3o realizadas de modo mec\u00e2nico. <\/p>\n\n\n\n
Os pais podem aprender com os filhos?<\/h2>\n\n\n\n
O livro n\u00e3o tem que ser uma pedra para atirar nos pais e na escola, tem que ser um acalanto. Eu acho que a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 t\u00e3o potente que nos possibilita reaprender a viver, tenho grande esperan\u00e7a na gera\u00e7\u00e3o do quarto, a mesma gera\u00e7\u00e3o que \u00e9 violenta me ensina novos modos de amor, n\u00e3o vejo a gera\u00e7\u00e3o como fracassada, que n\u00e3o deu certo, acho um absurdo dizer que \u00e9 uma gera\u00e7\u00e3o parasita, \"nem-nem\". Obviamente ela traz todas as mazelas, n\u00e3o foi a gera\u00e7\u00e3o do quarto que inventou o abuso do \u00e1lcool, a viol\u00eancia, esses foram c\u00f3digos sempre usados, mas a gera\u00e7\u00e3o do quarto est\u00e1 nos dando outras alternativas, como maior preocupa\u00e7\u00e3o sobre consumo, meio ambiente, empoderamento das meninas, orienta\u00e7\u00e3o \u00e0 quest\u00e3o de g\u00eanero. Essa gera\u00e7\u00e3o tem muita coisa a nos mostrar, n\u00e3o precisamos ter medo, podemos aprender com elas. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"A gera\u00e7\u00e3o do quarto: um retrato chocante da juventude brasileira","post_excerpt":"Ap\u00f3s ouvir mais de 3 mil crian\u00e7as e adolescentes que vivem experi\u00eancias traum\u00e1ticas em seus quartos, o pesquisador Hugo Monteiro Ferreira faz um alerta aos pais e \u00e0s escolas sobre a necessidade de mudar a forma de se relacionar com os jovens","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"a-geracao-do-quarto-o-retrato-chocante-da-juventude-brasileira","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-30 11:00:28","post_modified_gmt":"2022-08-30 14:00:28","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64515","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64369,"post_author":"4","post_date":"2022-08-23 10:54:43","post_date_gmt":"2022-08-23 13:54:43","post_content":"\n
De acordo com o Artigo 227<\/a> da Constitui\u00e7\u00e3o de 1988, as crian\u00e7as<\/a> devem ser prioridade absoluta em todas as decis\u00f5es, programas e pol\u00edticas p\u00fablicas<\/a>. Isso se torna mais relevante em ano de elei\u00e7\u00f5es, em que poderemos escolher, de forma democr\u00e1tica<\/a>, representantes<\/a> aos cargos de presidente da Rep\u00fablica, senadores, governadores, deputados federais e estaduais. <\/p>\n\n\n\n
O voto no Brasil \u00e9 obrigat\u00f3rio para todos aqueles acima de 18 anos, sendo facultativo para jovens com 16 e 17 anos, pessoas com mais de 70 anos e analfabetos. Crian\u00e7as e adolescentes<\/a> menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar<\/a>, mas isso n\u00e3o quer dizer que n\u00e3o devam estar inclu\u00eddos nos planos dos diferentes representantes pol\u00edticos. Muito pelo contr\u00e1rio.<\/p>\n\n\n\n
Diversos estudos j\u00e1 comprovaram que investir na primeira inf\u00e2ncia<\/a> \u00e9 a melhor maneira de reduzir desigualdades e construir uma sociedade com condi\u00e7\u00f5es sociais e ambientais sustent\u00e1veis.<\/p>\n\n\n\n
Cabe a n\u00f3s, adultos, escolher nas elei\u00e7\u00f5es candidatos que contemplem as crian\u00e7as em projetos e iniciativas diversas. Abaixo, veja 5 motivos que tornam urgente a valoriza\u00e7\u00e3o de projetos para a inf\u00e2ncia e juventude nas campanhas \u00e0s elei\u00e7\u00f5es de 2022. A lista \u00e9 do portal Lunetas, espa\u00e7o dedicado \u00e0 reflex\u00e3o sobre a inf\u00e2ncia, que recentemente lan\u00e7ou o especial \"Inf\u00e2ncias em foco: Quem vota pelas crian\u00e7as?\"<\/a>, um hub de informa\u00e7\u00e3o sobre pol\u00edtica e as inf\u00e2ncias. <\/p>\n\n\n\n
5 temas que envolvem as crian\u00e7as e que t\u00eam de estar previstos nas propostas dos candidatos \u00e0s elei\u00e7\u00f5es:<\/h2>\n\n\n\n
Fome<\/h3>\n\n\n\n
De acordo com um levantamento realizado pela Funda\u00e7\u00e3o Abrinq, cerca de 18,8 milh\u00f5es de meninos e meninas de at\u00e9 14 anos passam fome no Brasil. Essa inseguran\u00e7a alimentar traz preju\u00edzos grav\u00edssimos \u00e0s crian\u00e7as, afetando seu crescimento e o desenvolvimento f\u00edsico e cognitivo necess\u00e1rios para que consigam crescer de maneira saud\u00e1vel.<\/p>\n\n\n\n
Analfabetismo<\/h3>\n\n\n\n
H\u00e1 50 anos, a educa\u00e7\u00e3o infantil n\u00e3o era uma realidade no Brasil, no entanto, pol\u00edticas p\u00fablicas mudaram essa realidade. Ainda assim, nos \u00faltimos dois anos, o n\u00famero de crian\u00e7as de 6 e 7 anos que n\u00e3o sabem ler e escrever cresceu em 1 milh\u00e3o. Pensando no futuro e nos pr\u00f3ximos passos do Brasil relacionados \u00e0 educa\u00e7\u00e3o p\u00fablica, \u00e9 necess\u00e1rio eleger candidatos que queiram enfrentar as desigualdades sociais e lutar para que todas as crian\u00e7as e adolescentes tenham acesso \u00e0 educa\u00e7\u00e3o de qualidade.<\/p>\n\n\n\n
Trabalho Infantil<\/h3>\n\n\n\n
Atualmente, cerca de 2 milh\u00f5es de crian\u00e7as e adolescentes est\u00e3o em situa\u00e7\u00e3o de trabalho infantil no Brasil. Desse total, 66% s\u00e3o crian\u00e7as pretas ou pardas e 71% est\u00e3o na \u00e1rea urbana, de acordo com um levantamento divulgado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domic\u00edlios (PNAD Cont\u00ednua).<\/p>\n\n\n\n
Viol\u00eancia e explora\u00e7\u00e3o sexual<\/h3>\n\n\n\n
Entre 2016 e 2020, 35 mil crian\u00e7as e adolescentes, de 0 a 19 anos, foram mortos de forma violenta no Brasil e 180 mil sofreram viol\u00eancia sexual, segundo o Panorama da Viol\u00eancia Sexual contra crian\u00e7as e Adolescentes no Brasil, lan\u00e7ado pela Unicef e pelo F\u00f3rum Brasileiro de Seguran\u00e7a P\u00fablica (FBSP). Por isso, \u00e9 necess\u00e1rio eleger pessoas que tenham coragem para combater esse cen\u00e1rio e falar de assuntos como igualdade de g\u00eanero, empoderamento de meninas, viol\u00eancia sexual e femin\u00edcio.<\/p>\n\n\n\n
Moradia<\/h3>\n\n\n\n
Mais de 5 milh\u00f5es de pessoas ainda residem em domic\u00edlios sem banheiros ou sanit\u00e1rios de uso exclusivo e 9,7 milh\u00f5es vivem em condi\u00e7\u00f5es de adensamento excessivo, com mais de tr\u00eas moradores para cada dormit\u00f3rio. Este \u00e9 um assunto que n\u00e3o deve ser ignorado, j\u00e1 que todas as crian\u00e7as precisam de acesso \u00e0 moradia para viver com dignidade e poder se desenvolver em outras \u00e1reas, como lazer, educa\u00e7\u00e3o e sa\u00fade.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]  <\/p>\n","post_title":"5 motivos para priorizar as crian\u00e7as nas elei\u00e7\u00f5es de 2022","post_excerpt":"Crian\u00e7as e adolescentes menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar, mas s\u00e3o parcela importante da popula\u00e7\u00e3o e t\u00eam de estar contemplados nos projetos dos diferentes atores governamentais","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"5-motivos-para-priorizar-as-criancas-nas-eleicoes-de-2022","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-25 18:52:13","post_modified_gmt":"2022-08-25 21:52:13","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64369","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64334,"post_author":"4","post_date":"2022-08-22 15:14:51","post_date_gmt":"2022-08-22 18:14:51","post_content":"\n
O n\u00famero de crian\u00e7as e adolescente<\/a>s conectados \u00e0 internet cresceu nos \u00faltimos anos. Segundo o estudo TIC Kids Online Brasil 2021<\/a>, rec\u00e9m-divulgado, 93% ou 22,3 milh\u00f5es das crian\u00e7as e dos adolescentes<\/a> no pa\u00eds acessaram a web<\/a> em 2021, sendo que em 2019 esse percentual era de 89%. O crescimento foi impulsionado principalmente pela maior propor\u00e7\u00e3o de usu\u00e1rios na regi\u00e3o Nordeste e nas \u00e1reas rurais. <\/p>\n\n\n\n
O uso de redes sociais <\/a>pelas crian\u00e7as tamb\u00e9m tem se elevado, sendo a plataforma Tik Tok<\/a> a mais utilizada (34%), seguida pelo Instagram (33%). No Facebook, houve queda no uso de 66% para 51% no per\u00edodo citado. J\u00e1 o WhatsApp segue como a plataforma em que crian\u00e7as e adolescentes mais possuem perfil (foi de 70% em 2018 para 80% em 2021), e \u00e9 a mais difundida entre todos os estratos sociais.<\/p>\n\n\n\n
A pesquisa, conduzida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informa\u00e7\u00e3o (Cetic.br) do N\u00facleo de Informa\u00e7\u00e3o e Coordena\u00e7\u00e3o do Ponto BR (NIC.br), entrevistou 2.651 crian\u00e7as e adolescentes com idades entre 9 e 17 anos, bem como seus pais ou respons\u00e1veis, em todo o territ\u00f3rio nacional. As entrevistas aconteceram entre outubro de 2021 e mar\u00e7o de 2022, com a finalidade de investigar oportunidades e riscos relacionados \u00e0 participa\u00e7\u00e3o online desse p\u00fablico. <\/p>\n\n\n\n
Segundo o levantamento, as crian\u00e7as tamb\u00e9m est\u00e3o passando mais tempo em jogos online - seja conectadas com outros jogadores (de 57% para 66%, entre 2021 e 2019) ou n\u00e3o conectadas a eles (de 55% para 64%) -, e fazendo mais compras no ambiente digital - cresceu de 9% para 19% no mesmo per\u00edodo. <\/p>\n\n\n\n
\"Plataformas de cria\u00e7\u00e3o e compartilhamento de conte\u00fado audiovisual est\u00e3o entre as mais utilizadas por crian\u00e7as e adolescentes. Nesse contexto, a qualidade da conex\u00e3o \u00e0 Internet e dos dispositivos digitais utilizados para o acesso \u00e0 rede passam a ser determinantes para o melhor aproveitamento de oportunidades online. \u00c9 central, portanto, garantir condi\u00e7\u00f5es equitativas de conectividade para crian\u00e7as e adolescentes em diferentes contextos socioecon\u00f4micos\", aponta Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br. <\/p>\n\n\n\n
A pesquisa TIC Kids Online <\/a>detectou, ainda, que o telefone celular segue como o principal meio de conex\u00e3o \u00e0 rede nos diferentes extratos sociais. Para 53%, o celular foi o \u00fanico dispositivo usado, realidade que se verificou mais presente nas classes DE (78%) e C (52%) do que nas classes AB (18%). <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Acesso a propagandas<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
Entre as atividades multim\u00eddia, as mais acessadas pelas crian\u00e7as s\u00e3o ouvir m\u00fasica (80%), assistir a v\u00eddeos, programas, filmes ou s\u00e9ries (84%), S\u00edtios de v\u00eddeos (67%) e redes sociais (61%) est\u00e3o entre as principais plataformas em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios de internet declaram ter visto propaganda de produtos ou marcas. Pessoas ensinando como usar algum produto (62%) e abrindo embalagens -- o chamado unboxing<\/em><\/strong> - (61%) foram os principais conte\u00fados de imagem ou v\u00eddeo em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios da rede tiveram contato com divulga\u00e7\u00e3o de produtos ou marcas. Entre as principais categorias de produtos ou marcas vistas no ambiente online<\/em> est\u00e3o: <\/p>\n\n\n\n
Equipamentos eletr\u00f4nicos (60%); <\/li>
Roupas e sapatos (60%); <\/li>
Comidas, bebidas ou doces (57%); <\/li>
Videogames ou jogos (46%); <\/li>
Maquiagem e outros produtos de beleza (46%).\u00a0<\/li><\/ul>\n\n\n\nBusca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e bem-estar<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa tamb\u00e9m constatou que 32% dos jovens entre 11 e 17 anos procuram ajuda para lidar com algo ruim que vivenciaram<\/strong>, ou para falar sobre suas emo\u00e7\u00f5es<\/strong> quando se sentiram tristes. <\/p>\n\n\n\n
Entre os temas mais procurados relacionados \u00e0 sa\u00fade est\u00e3o:<\/p>\n\n\n\n
Informa\u00e7\u00f5es sobre alimenta\u00e7\u00e3o (55%);
Preven\u00e7\u00e3o e tratamento de doen\u00e7as (38%);
Exerc\u00edcios e meios para ficar em forma (36%);
Informa\u00e7\u00f5es sobre medicamentos (22%);<\/li>
Discuss\u00f5es sobre sa\u00fade sexual e educa\u00e7\u00e3o sexual (21%).<\/li><\/ul>\n\n\n\n
\"A pesquisa busca levantar evid\u00eancias que contribuam para a promo\u00e7\u00e3o de direitos e do bem-estar de crian\u00e7as e adolescentes. Desse modo, para al\u00e9m das atividades presentes na s\u00e9rie hist\u00f3rica da pesquisa, o uso da rede na busca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e apoio emocional passou a ser um tema relevante de investiga\u00e7\u00e3o\", sinaliza Barbosa.<\/p>\n\n\n\n
\"Pesquisas como a TIC Kids Online Brasil s\u00e3o de extrema relev\u00e2ncia para entendermos o cen\u00e1rio atual e fortalecermos o letramento e inclus\u00e3o digital dos mais jovens, com mais seguran\u00e7a e qualidade, quest\u00f5es intr\u00ednsecas ao trabalho realizado pelo Comit\u00ea Gestor da Internet no Brasil\", pondera Jos\u00e9 Gontijo, coordenador do CGI.br.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"] <\/p>\n","post_title":"93% dos jovens entre 9 e 17 anos usam a internet no pa\u00eds, revela pesquisa","post_excerpt":"Pesquisa TIC Kids Online Brasil 2021 tamb\u00e9m mostrou que a TikTok \u00e9 a principal rede social utilizada por crian\u00e7as e adolescentes","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"93-dos-jovens-entre-9-e-17-anos-usam-a-internet-revela-pesquisa-tic-kids-online-2021","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-23 11:24:47","post_modified_gmt":"2022-08-23 14:24:47","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64334","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"}],"next":false,"prev":true,"total_page":12},"paged":1,"column_class":"jeg_col_2o3","class":"epic_block_3"};

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\n
Os pais sabem que t\u00eam um problema em casa?<\/h2>\n\n\n\n
Eles n\u00e3o t\u00eam conhecimento, porque a gera\u00e7\u00e3o do quarto cognitivamente n\u00e3o tem problema com boletim escolar. Essa gera\u00e7\u00e3o chega na universidade. Essa causa-consequ\u00eancia que a gente confabulou e afirmou tantas vezes que, por exemplo, vai ter problemas na escola, no rendimento escolar, n\u00e3o \u00e9 um sinal, a gera\u00e7\u00e3o do quarto tem um boletim escolar azul,<\/strong> e os pais n\u00e3o percebem. Eles acham que faz parte da vida estar no quarto.<\/strong> Muitos me dizem isso, \u201cah mas meu filho est\u00e1 no quarto j\u00e1 h\u00e1 tanto tempo que nem me dava conta\u201d. Eles come\u00e7am a se dar conta quando a crian\u00e7a ou o adolescente come\u00e7a a se cortar, quando come\u00e7am a gritar em sil\u00eancio, a\u00ed os pais alertam, mas at\u00e9 ent\u00e3o, n\u00e3o. Chamam para jantar, quando conseguem, lembrando que pais contempor\u00e2neos vivem muito fora de casa, trabalham muito, com finalidade de dar um futuro para os filhos.  <\/p>\n\n\n\n
Ou seja, o esfor\u00e7o dos pais para garantir uma boa estrutura familiar acaba por distanci\u00e1-los dos filhos?<\/h2>\n\n\n\n
\u00c9 a alternativa que se deu para a fam\u00edlia. Num pa\u00eds de mais de 210 milh\u00f5es de pessoas, n\u00e3o \u00e9 todo mundo que para e reflete sobre o que \u00e9 ser uma fam\u00edlia. Para os que est\u00e3o abaixo da linha da mis\u00e9ria tem que pensar muito como se recupera. H\u00e1 uma quest\u00e3o importante: o fen\u00f4meno da gera\u00e7\u00e3o do quarto se d\u00e1 em todas as classes sociais, mas as estrat\u00e9gias trabalhadas mudam. Tem muitas pessoas que usam a gravidez, por exemplo, como forma de sair de uma situa\u00e7\u00e3o socioecon\u00f4mica. Engravidar pode ser uma esp\u00e9cie de promo\u00e7\u00e3o social, ou seja, o problema \u00e9 o mesmo, a dor ps\u00edquica \u00e9 a mesma, mas a maneira de lidar com ela \u00e9 diferente. <\/p>\n\n\n\n
Os jovens n\u00e3o se abrem com os pais, mas n\u00e3o se opuseram a falar com voc\u00ea?<\/h2>\n\n\n\n
Talvez o que favorece para um pesquisador como eu \u00e9 me dispor a escutar sem condenar, sem julgamento. Eu escuto para acolher e esse talvez seja um potencial que a gente possa ensinar aos pais e \u00e0s m\u00e3es, para que o filho diga o que pensa, o que acha, o que gosta e n\u00e3o gosta, se sinta confort\u00e1vel em ser diferente dos pais. Acho que as fam\u00edlias escutam julgando, comparando e sentenciando demais. As crian\u00e7as, ao contr\u00e1rio do que as pessoas pensam, s\u00e3o muito sens\u00edveis, muito cr\u00edticas, elas conseguem responder perguntas, falar sobre sentimentos com quem elas se sentem confort\u00e1veis. Al\u00e9m disso, uma das t\u00e9cnicas que utilizei, o question\u00e1rio online, me trouxe muitas respostas, porque tinha perguntas abertas. Alguns dos depoimentos que apresento no livro eu n\u00e3o ouvi, eu li. Quando n\u00e3o tenho que dizer meu nome, quem eu sou, de onde sou, qual minha idade, me sinto mais livre para falar, pedir ajuda. Foram esses depoimentos que me causaram impacto e me fizeram depois entrevistar o grupo menor por meio de rodas de conversa. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Qual o papel da escola nesse contexto?<\/h2>\n\n\n\n
Eu sou um profissional e defensor da escola, a escola para mim \u00e9 uma grande inven\u00e7\u00e3o social, cumpre papel de forma\u00e7\u00e3o, de complementaridade, sobretudo no campo do que chamamos de conhecimento cient\u00edfico. Ela tamb\u00e9m tem um papel social, porque trabalha com pessoas, organiza\u00e7\u00f5es, institui\u00e7\u00f5es, mas ela precisa ser revisitada e reformulada nos seus objetivos matriciais. A escola n\u00e3o pode querer exclusivamente formar do ponto vista cognitivo. Isso \u00e9 um equ\u00edvoco que se manifesta sobretudo nessas escolas, que insistem num modelo de concorr\u00eancia, competi\u00e7\u00e3o, ranqueamento, na nota como resposta \u00e0 aprendizagem. S\u00e3o escolas desconectadas com grandes problemas contempor\u00e2neos, como a sobreviv\u00eancia do Planeta Terra. Temos um planeta amea\u00e7ado de desertifica\u00e7\u00e3o, de aus\u00eancia de comida, amea\u00e7ado no campo dos povos origin\u00e1rios, ent\u00e3o essas s\u00e3o preocupa\u00e7\u00f5es que a escola deve ter. <\/p>\n\n\n\n
Outra preocupa\u00e7\u00e3o \u00e9 a diversidade, temos uma sociedade que se mostra violenta com as minorias, racista e mis\u00f3gina. As mulheres sofrem muito nessa sociedade. A escola n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 para discutir f\u00f3rmulas qu\u00edmicas, biol\u00f3gicas, equa\u00e7\u00f5es matem\u00e1ticas, sintaxe da l\u00edngua. <\/p>\n\n\n\n
A escola \u00e9 para ajudar a usar o conhecimento cient\u00edfico na melhoria da qualidade de vida das pessoas, da minha e dos outros. <\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Ent\u00e3o se ela n\u00e3o faz isso, se insiste na concorr\u00eancia, em colocar aqueles que s\u00e3o bons e n\u00e3o s\u00e3o bons, os que s\u00e3o inteligentes e os que n\u00e3o s\u00e3o inteligentes, e ela tem insistido, ela ajuda a adoecer. \u00c9 o que digo no livro. <\/p>\n\n\n\n
O que dizer aos pais e m\u00e3es da gera\u00e7\u00e3o do quarto?<\/h2>\n\n\n\n
Os filhos e as filhas v\u00e3o precisar muito mesmo dos pais. Tem dois cen\u00e1rios, um \u00e9 ajudar meu filho a n\u00e3o entrar no quarto e o outro \u00e9 ajudar o filho que j\u00e1 est\u00e1 no quarto. No livro eu falo de cinco pilares: cuidado, autoconhecimento, conviv\u00eancia, dialogicidade e amorosidade. Trabalhar a fam\u00edlia e a escola a partir dessas sustenta\u00e7\u00f5es \u00e9 preventivo, mas pode servir tamb\u00e9m para situa\u00e7\u00f5es de pessoas que j\u00e1 est\u00e3o adoecidas, neste caso, associado ao acompanhamento de um profissional da sa\u00fade mental - psic\u00f3logo, psiquiatra, psicanalista, a depender do caso.<\/p>\n\n\n\n
O pilar do cuidado<\/strong> trata sobre a import\u00e2ncia do cuidado consigo e do cuidado com o outro, o que implica tratar das quest\u00f5es relacionadas a respeito, compreens\u00e3o, conviv\u00eancia, uso abusivo de \u00e1lcool, relacionamentos abusivos, bullying, ciberbullying, uso excessivo de redes sociais digitais, entre outros aspectos.

O pilar do autoconhecimento<\/strong> trata sobre a biografia, a hist\u00f3ria de cada pessoa, a fam\u00edlia. Proponho um trabalho sobre ancestralidade, que a pessoa conhe\u00e7a sua hist\u00f3ria de vida, conhe\u00e7a seu pai, sua m\u00e3e, sua opini\u00e3o, seus gostos. Isso tem a ver com quem eu sou, do ponto de vista \u00e9tico, e vai me dar uma seguran\u00e7a para enfrentar aquilo que querem que eu seja. Eu sou isso, mas querem que eu seja aquilo. N\u00e3o escondo minhas fragilidades, sou amado, o que d\u00e1 seguran\u00e7a. N\u00e3o vou dizer para minha crian\u00e7a que a vida \u00e9 f\u00e1cil, um mar de rosas, que ela nunca vai encontrar desafios, mas vou ajud\u00e1-la e fortalec\u00ea-la para que ela possa enfrent\u00e1-los.<\/p>\n\n\n\n
No pilar da conviv\u00eancia<\/strong>, h\u00e1 uma rela\u00e7\u00e3o entre aprender a ser e aprender a conviver. Trato de situa\u00e7\u00f5es cotidianas que evocam reflex\u00f5es \u00e9ticas, morais e espirituais, para as quais a compaix\u00e3o, a empatia e a resili\u00eancia s\u00e3o habilidades necess\u00e1rias e essenciais. O exerc\u00edcio da dialogicidade<\/strong> \u00e9 realizado quando as pessoas aprendem a falar o que pensam e sentem, mas entendem que o que pensam e sentem n\u00e3o \u00e9 a \u00faltima palavra sobre a verdade. O pilar da amorosidade<\/strong> \u00e9 tratado com reflex\u00f5es e a\u00e7\u00f5es. As reflex\u00f5es geram as a\u00e7\u00f5es, e as a\u00e7\u00f5es n\u00e3o s\u00e3o realizadas de modo mec\u00e2nico. <\/p>\n\n\n\n
Os pais podem aprender com os filhos?<\/h2>\n\n\n\n
O livro n\u00e3o tem que ser uma pedra para atirar nos pais e na escola, tem que ser um acalanto. Eu acho que a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 t\u00e3o potente que nos possibilita reaprender a viver, tenho grande esperan\u00e7a na gera\u00e7\u00e3o do quarto, a mesma gera\u00e7\u00e3o que \u00e9 violenta me ensina novos modos de amor, n\u00e3o vejo a gera\u00e7\u00e3o como fracassada, que n\u00e3o deu certo, acho um absurdo dizer que \u00e9 uma gera\u00e7\u00e3o parasita, \"nem-nem\". Obviamente ela traz todas as mazelas, n\u00e3o foi a gera\u00e7\u00e3o do quarto que inventou o abuso do \u00e1lcool, a viol\u00eancia, esses foram c\u00f3digos sempre usados, mas a gera\u00e7\u00e3o do quarto est\u00e1 nos dando outras alternativas, como maior preocupa\u00e7\u00e3o sobre consumo, meio ambiente, empoderamento das meninas, orienta\u00e7\u00e3o \u00e0 quest\u00e3o de g\u00eanero. Essa gera\u00e7\u00e3o tem muita coisa a nos mostrar, n\u00e3o precisamos ter medo, podemos aprender com elas. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"A gera\u00e7\u00e3o do quarto: um retrato chocante da juventude brasileira","post_excerpt":"Ap\u00f3s ouvir mais de 3 mil crian\u00e7as e adolescentes que vivem experi\u00eancias traum\u00e1ticas em seus quartos, o pesquisador Hugo Monteiro Ferreira faz um alerta aos pais e \u00e0s escolas sobre a necessidade de mudar a forma de se relacionar com os jovens","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"a-geracao-do-quarto-o-retrato-chocante-da-juventude-brasileira","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-30 11:00:28","post_modified_gmt":"2022-08-30 14:00:28","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64515","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64369,"post_author":"4","post_date":"2022-08-23 10:54:43","post_date_gmt":"2022-08-23 13:54:43","post_content":"\n
De acordo com o Artigo 227<\/a> da Constitui\u00e7\u00e3o de 1988, as crian\u00e7as<\/a> devem ser prioridade absoluta em todas as decis\u00f5es, programas e pol\u00edticas p\u00fablicas<\/a>. Isso se torna mais relevante em ano de elei\u00e7\u00f5es, em que poderemos escolher, de forma democr\u00e1tica<\/a>, representantes<\/a> aos cargos de presidente da Rep\u00fablica, senadores, governadores, deputados federais e estaduais. <\/p>\n\n\n\n
O voto no Brasil \u00e9 obrigat\u00f3rio para todos aqueles acima de 18 anos, sendo facultativo para jovens com 16 e 17 anos, pessoas com mais de 70 anos e analfabetos. Crian\u00e7as e adolescentes<\/a> menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar<\/a>, mas isso n\u00e3o quer dizer que n\u00e3o devam estar inclu\u00eddos nos planos dos diferentes representantes pol\u00edticos. Muito pelo contr\u00e1rio.<\/p>\n\n\n\n
Diversos estudos j\u00e1 comprovaram que investir na primeira inf\u00e2ncia<\/a> \u00e9 a melhor maneira de reduzir desigualdades e construir uma sociedade com condi\u00e7\u00f5es sociais e ambientais sustent\u00e1veis.<\/p>\n\n\n\n
Cabe a n\u00f3s, adultos, escolher nas elei\u00e7\u00f5es candidatos que contemplem as crian\u00e7as em projetos e iniciativas diversas. Abaixo, veja 5 motivos que tornam urgente a valoriza\u00e7\u00e3o de projetos para a inf\u00e2ncia e juventude nas campanhas \u00e0s elei\u00e7\u00f5es de 2022. A lista \u00e9 do portal Lunetas, espa\u00e7o dedicado \u00e0 reflex\u00e3o sobre a inf\u00e2ncia, que recentemente lan\u00e7ou o especial \"Inf\u00e2ncias em foco: Quem vota pelas crian\u00e7as?\"<\/a>, um hub de informa\u00e7\u00e3o sobre pol\u00edtica e as inf\u00e2ncias. <\/p>\n\n\n\n
5 temas que envolvem as crian\u00e7as e que t\u00eam de estar previstos nas propostas dos candidatos \u00e0s elei\u00e7\u00f5es:<\/h2>\n\n\n\n
Fome<\/h3>\n\n\n\n
De acordo com um levantamento realizado pela Funda\u00e7\u00e3o Abrinq, cerca de 18,8 milh\u00f5es de meninos e meninas de at\u00e9 14 anos passam fome no Brasil. Essa inseguran\u00e7a alimentar traz preju\u00edzos grav\u00edssimos \u00e0s crian\u00e7as, afetando seu crescimento e o desenvolvimento f\u00edsico e cognitivo necess\u00e1rios para que consigam crescer de maneira saud\u00e1vel.<\/p>\n\n\n\n
Analfabetismo<\/h3>\n\n\n\n
H\u00e1 50 anos, a educa\u00e7\u00e3o infantil n\u00e3o era uma realidade no Brasil, no entanto, pol\u00edticas p\u00fablicas mudaram essa realidade. Ainda assim, nos \u00faltimos dois anos, o n\u00famero de crian\u00e7as de 6 e 7 anos que n\u00e3o sabem ler e escrever cresceu em 1 milh\u00e3o. Pensando no futuro e nos pr\u00f3ximos passos do Brasil relacionados \u00e0 educa\u00e7\u00e3o p\u00fablica, \u00e9 necess\u00e1rio eleger candidatos que queiram enfrentar as desigualdades sociais e lutar para que todas as crian\u00e7as e adolescentes tenham acesso \u00e0 educa\u00e7\u00e3o de qualidade.<\/p>\n\n\n\n
Trabalho Infantil<\/h3>\n\n\n\n
Atualmente, cerca de 2 milh\u00f5es de crian\u00e7as e adolescentes est\u00e3o em situa\u00e7\u00e3o de trabalho infantil no Brasil. Desse total, 66% s\u00e3o crian\u00e7as pretas ou pardas e 71% est\u00e3o na \u00e1rea urbana, de acordo com um levantamento divulgado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domic\u00edlios (PNAD Cont\u00ednua).<\/p>\n\n\n\n
Viol\u00eancia e explora\u00e7\u00e3o sexual<\/h3>\n\n\n\n
Entre 2016 e 2020, 35 mil crian\u00e7as e adolescentes, de 0 a 19 anos, foram mortos de forma violenta no Brasil e 180 mil sofreram viol\u00eancia sexual, segundo o Panorama da Viol\u00eancia Sexual contra crian\u00e7as e Adolescentes no Brasil, lan\u00e7ado pela Unicef e pelo F\u00f3rum Brasileiro de Seguran\u00e7a P\u00fablica (FBSP). Por isso, \u00e9 necess\u00e1rio eleger pessoas que tenham coragem para combater esse cen\u00e1rio e falar de assuntos como igualdade de g\u00eanero, empoderamento de meninas, viol\u00eancia sexual e femin\u00edcio.<\/p>\n\n\n\n
Moradia<\/h3>\n\n\n\n
Mais de 5 milh\u00f5es de pessoas ainda residem em domic\u00edlios sem banheiros ou sanit\u00e1rios de uso exclusivo e 9,7 milh\u00f5es vivem em condi\u00e7\u00f5es de adensamento excessivo, com mais de tr\u00eas moradores para cada dormit\u00f3rio. Este \u00e9 um assunto que n\u00e3o deve ser ignorado, j\u00e1 que todas as crian\u00e7as precisam de acesso \u00e0 moradia para viver com dignidade e poder se desenvolver em outras \u00e1reas, como lazer, educa\u00e7\u00e3o e sa\u00fade.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]  <\/p>\n","post_title":"5 motivos para priorizar as crian\u00e7as nas elei\u00e7\u00f5es de 2022","post_excerpt":"Crian\u00e7as e adolescentes menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar, mas s\u00e3o parcela importante da popula\u00e7\u00e3o e t\u00eam de estar contemplados nos projetos dos diferentes atores governamentais","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"5-motivos-para-priorizar-as-criancas-nas-eleicoes-de-2022","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-25 18:52:13","post_modified_gmt":"2022-08-25 21:52:13","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64369","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64334,"post_author":"4","post_date":"2022-08-22 15:14:51","post_date_gmt":"2022-08-22 18:14:51","post_content":"\n
O n\u00famero de crian\u00e7as e adolescente<\/a>s conectados \u00e0 internet cresceu nos \u00faltimos anos. Segundo o estudo TIC Kids Online Brasil 2021<\/a>, rec\u00e9m-divulgado, 93% ou 22,3 milh\u00f5es das crian\u00e7as e dos adolescentes<\/a> no pa\u00eds acessaram a web<\/a> em 2021, sendo que em 2019 esse percentual era de 89%. O crescimento foi impulsionado principalmente pela maior propor\u00e7\u00e3o de usu\u00e1rios na regi\u00e3o Nordeste e nas \u00e1reas rurais. <\/p>\n\n\n\n
O uso de redes sociais <\/a>pelas crian\u00e7as tamb\u00e9m tem se elevado, sendo a plataforma Tik Tok<\/a> a mais utilizada (34%), seguida pelo Instagram (33%). No Facebook, houve queda no uso de 66% para 51% no per\u00edodo citado. J\u00e1 o WhatsApp segue como a plataforma em que crian\u00e7as e adolescentes mais possuem perfil (foi de 70% em 2018 para 80% em 2021), e \u00e9 a mais difundida entre todos os estratos sociais.<\/p>\n\n\n\n
A pesquisa, conduzida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informa\u00e7\u00e3o (Cetic.br) do N\u00facleo de Informa\u00e7\u00e3o e Coordena\u00e7\u00e3o do Ponto BR (NIC.br), entrevistou 2.651 crian\u00e7as e adolescentes com idades entre 9 e 17 anos, bem como seus pais ou respons\u00e1veis, em todo o territ\u00f3rio nacional. As entrevistas aconteceram entre outubro de 2021 e mar\u00e7o de 2022, com a finalidade de investigar oportunidades e riscos relacionados \u00e0 participa\u00e7\u00e3o online desse p\u00fablico. <\/p>\n\n\n\n
Segundo o levantamento, as crian\u00e7as tamb\u00e9m est\u00e3o passando mais tempo em jogos online - seja conectadas com outros jogadores (de 57% para 66%, entre 2021 e 2019) ou n\u00e3o conectadas a eles (de 55% para 64%) -, e fazendo mais compras no ambiente digital - cresceu de 9% para 19% no mesmo per\u00edodo. <\/p>\n\n\n\n
\"Plataformas de cria\u00e7\u00e3o e compartilhamento de conte\u00fado audiovisual est\u00e3o entre as mais utilizadas por crian\u00e7as e adolescentes. Nesse contexto, a qualidade da conex\u00e3o \u00e0 Internet e dos dispositivos digitais utilizados para o acesso \u00e0 rede passam a ser determinantes para o melhor aproveitamento de oportunidades online. \u00c9 central, portanto, garantir condi\u00e7\u00f5es equitativas de conectividade para crian\u00e7as e adolescentes em diferentes contextos socioecon\u00f4micos\", aponta Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br. <\/p>\n\n\n\n
A pesquisa TIC Kids Online <\/a>detectou, ainda, que o telefone celular segue como o principal meio de conex\u00e3o \u00e0 rede nos diferentes extratos sociais. Para 53%, o celular foi o \u00fanico dispositivo usado, realidade que se verificou mais presente nas classes DE (78%) e C (52%) do que nas classes AB (18%). <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Acesso a propagandas<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
Entre as atividades multim\u00eddia, as mais acessadas pelas crian\u00e7as s\u00e3o ouvir m\u00fasica (80%), assistir a v\u00eddeos, programas, filmes ou s\u00e9ries (84%), S\u00edtios de v\u00eddeos (67%) e redes sociais (61%) est\u00e3o entre as principais plataformas em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios de internet declaram ter visto propaganda de produtos ou marcas. Pessoas ensinando como usar algum produto (62%) e abrindo embalagens -- o chamado unboxing<\/em><\/strong> - (61%) foram os principais conte\u00fados de imagem ou v\u00eddeo em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios da rede tiveram contato com divulga\u00e7\u00e3o de produtos ou marcas. Entre as principais categorias de produtos ou marcas vistas no ambiente online<\/em> est\u00e3o: <\/p>\n\n\n\n
Equipamentos eletr\u00f4nicos (60%); <\/li>
Roupas e sapatos (60%); <\/li>
Comidas, bebidas ou doces (57%); <\/li>
Videogames ou jogos (46%); <\/li>
Maquiagem e outros produtos de beleza (46%).\u00a0<\/li><\/ul>\n\n\n\nBusca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e bem-estar<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa tamb\u00e9m constatou que 32% dos jovens entre 11 e 17 anos procuram ajuda para lidar com algo ruim que vivenciaram<\/strong>, ou para falar sobre suas emo\u00e7\u00f5es<\/strong> quando se sentiram tristes. <\/p>\n\n\n\n
Entre os temas mais procurados relacionados \u00e0 sa\u00fade est\u00e3o:<\/p>\n\n\n\n
Informa\u00e7\u00f5es sobre alimenta\u00e7\u00e3o (55%);
Preven\u00e7\u00e3o e tratamento de doen\u00e7as (38%);
Exerc\u00edcios e meios para ficar em forma (36%);
Informa\u00e7\u00f5es sobre medicamentos (22%);<\/li>
Discuss\u00f5es sobre sa\u00fade sexual e educa\u00e7\u00e3o sexual (21%).<\/li><\/ul>\n\n\n\n
\"A pesquisa busca levantar evid\u00eancias que contribuam para a promo\u00e7\u00e3o de direitos e do bem-estar de crian\u00e7as e adolescentes. Desse modo, para al\u00e9m das atividades presentes na s\u00e9rie hist\u00f3rica da pesquisa, o uso da rede na busca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e apoio emocional passou a ser um tema relevante de investiga\u00e7\u00e3o\", sinaliza Barbosa.<\/p>\n\n\n\n
\"Pesquisas como a TIC Kids Online Brasil s\u00e3o de extrema relev\u00e2ncia para entendermos o cen\u00e1rio atual e fortalecermos o letramento e inclus\u00e3o digital dos mais jovens, com mais seguran\u00e7a e qualidade, quest\u00f5es intr\u00ednsecas ao trabalho realizado pelo Comit\u00ea Gestor da Internet no Brasil\", pondera Jos\u00e9 Gontijo, coordenador do CGI.br.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"] <\/p>\n","post_title":"93% dos jovens entre 9 e 17 anos usam a internet no pa\u00eds, revela pesquisa","post_excerpt":"Pesquisa TIC Kids Online Brasil 2021 tamb\u00e9m mostrou que a TikTok \u00e9 a principal rede social utilizada por crian\u00e7as e adolescentes","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"93-dos-jovens-entre-9-e-17-anos-usam-a-internet-revela-pesquisa-tic-kids-online-2021","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-23 11:24:47","post_modified_gmt":"2022-08-23 14:24:47","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64334","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"}],"next":false,"prev":true,"total_page":12},"paged":1,"column_class":"jeg_col_2o3","class":"epic_block_3"};

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Claro que \u00e9 menos impactante quando o filho diz que n\u00e3o quer ser m\u00e9dico, mas sim ator, pode haver resist\u00eancia mas n\u00e3o t\u00e3o intensa como quando voc\u00ea diz que \u00e9 gay, isso causa um embara\u00e7o. Mas n\u00e3o gosto de condenar os pais e as m\u00e3es, porque acho que eles est\u00e3o envolvidos nesse processo, eles querem acertar, ao menos, os que t\u00eam paternagem e maternagem, que chamo de esp\u00edrito de pai e m\u00e3e. Os que n\u00e3o t\u00eam, esses simplesmente geram os filhos, est\u00e3o ali numa esp\u00e9cie de playground de criar filhos. Mas os que t\u00eam paternagem, eles v\u00e3o tentando encontrar e conseguem, ent\u00e3o nesse caso, essa fissura, esse vazio que se abriu \u00e9 reduzido e a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 compreendida. <\/p>\n\n\n\n
Os pais sabem que t\u00eam um problema em casa?<\/h2>\n\n\n\n
Eles n\u00e3o t\u00eam conhecimento, porque a gera\u00e7\u00e3o do quarto cognitivamente n\u00e3o tem problema com boletim escolar. Essa gera\u00e7\u00e3o chega na universidade. Essa causa-consequ\u00eancia que a gente confabulou e afirmou tantas vezes que, por exemplo, vai ter problemas na escola, no rendimento escolar, n\u00e3o \u00e9 um sinal, a gera\u00e7\u00e3o do quarto tem um boletim escolar azul,<\/strong> e os pais n\u00e3o percebem. Eles acham que faz parte da vida estar no quarto.<\/strong> Muitos me dizem isso, \u201cah mas meu filho est\u00e1 no quarto j\u00e1 h\u00e1 tanto tempo que nem me dava conta\u201d. Eles come\u00e7am a se dar conta quando a crian\u00e7a ou o adolescente come\u00e7a a se cortar, quando come\u00e7am a gritar em sil\u00eancio, a\u00ed os pais alertam, mas at\u00e9 ent\u00e3o, n\u00e3o. Chamam para jantar, quando conseguem, lembrando que pais contempor\u00e2neos vivem muito fora de casa, trabalham muito, com finalidade de dar um futuro para os filhos.  <\/p>\n\n\n\n
Ou seja, o esfor\u00e7o dos pais para garantir uma boa estrutura familiar acaba por distanci\u00e1-los dos filhos?<\/h2>\n\n\n\n
\u00c9 a alternativa que se deu para a fam\u00edlia. Num pa\u00eds de mais de 210 milh\u00f5es de pessoas, n\u00e3o \u00e9 todo mundo que para e reflete sobre o que \u00e9 ser uma fam\u00edlia. Para os que est\u00e3o abaixo da linha da mis\u00e9ria tem que pensar muito como se recupera. H\u00e1 uma quest\u00e3o importante: o fen\u00f4meno da gera\u00e7\u00e3o do quarto se d\u00e1 em todas as classes sociais, mas as estrat\u00e9gias trabalhadas mudam. Tem muitas pessoas que usam a gravidez, por exemplo, como forma de sair de uma situa\u00e7\u00e3o socioecon\u00f4mica. Engravidar pode ser uma esp\u00e9cie de promo\u00e7\u00e3o social, ou seja, o problema \u00e9 o mesmo, a dor ps\u00edquica \u00e9 a mesma, mas a maneira de lidar com ela \u00e9 diferente. <\/p>\n\n\n\n
Os jovens n\u00e3o se abrem com os pais, mas n\u00e3o se opuseram a falar com voc\u00ea?<\/h2>\n\n\n\n
Talvez o que favorece para um pesquisador como eu \u00e9 me dispor a escutar sem condenar, sem julgamento. Eu escuto para acolher e esse talvez seja um potencial que a gente possa ensinar aos pais e \u00e0s m\u00e3es, para que o filho diga o que pensa, o que acha, o que gosta e n\u00e3o gosta, se sinta confort\u00e1vel em ser diferente dos pais. Acho que as fam\u00edlias escutam julgando, comparando e sentenciando demais. As crian\u00e7as, ao contr\u00e1rio do que as pessoas pensam, s\u00e3o muito sens\u00edveis, muito cr\u00edticas, elas conseguem responder perguntas, falar sobre sentimentos com quem elas se sentem confort\u00e1veis. Al\u00e9m disso, uma das t\u00e9cnicas que utilizei, o question\u00e1rio online, me trouxe muitas respostas, porque tinha perguntas abertas. Alguns dos depoimentos que apresento no livro eu n\u00e3o ouvi, eu li. Quando n\u00e3o tenho que dizer meu nome, quem eu sou, de onde sou, qual minha idade, me sinto mais livre para falar, pedir ajuda. Foram esses depoimentos que me causaram impacto e me fizeram depois entrevistar o grupo menor por meio de rodas de conversa. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Qual o papel da escola nesse contexto?<\/h2>\n\n\n\n
Eu sou um profissional e defensor da escola, a escola para mim \u00e9 uma grande inven\u00e7\u00e3o social, cumpre papel de forma\u00e7\u00e3o, de complementaridade, sobretudo no campo do que chamamos de conhecimento cient\u00edfico. Ela tamb\u00e9m tem um papel social, porque trabalha com pessoas, organiza\u00e7\u00f5es, institui\u00e7\u00f5es, mas ela precisa ser revisitada e reformulada nos seus objetivos matriciais. A escola n\u00e3o pode querer exclusivamente formar do ponto vista cognitivo. Isso \u00e9 um equ\u00edvoco que se manifesta sobretudo nessas escolas, que insistem num modelo de concorr\u00eancia, competi\u00e7\u00e3o, ranqueamento, na nota como resposta \u00e0 aprendizagem. S\u00e3o escolas desconectadas com grandes problemas contempor\u00e2neos, como a sobreviv\u00eancia do Planeta Terra. Temos um planeta amea\u00e7ado de desertifica\u00e7\u00e3o, de aus\u00eancia de comida, amea\u00e7ado no campo dos povos origin\u00e1rios, ent\u00e3o essas s\u00e3o preocupa\u00e7\u00f5es que a escola deve ter. <\/p>\n\n\n\n
Outra preocupa\u00e7\u00e3o \u00e9 a diversidade, temos uma sociedade que se mostra violenta com as minorias, racista e mis\u00f3gina. As mulheres sofrem muito nessa sociedade. A escola n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 para discutir f\u00f3rmulas qu\u00edmicas, biol\u00f3gicas, equa\u00e7\u00f5es matem\u00e1ticas, sintaxe da l\u00edngua. <\/p>\n\n\n\n
A escola \u00e9 para ajudar a usar o conhecimento cient\u00edfico na melhoria da qualidade de vida das pessoas, da minha e dos outros. <\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Ent\u00e3o se ela n\u00e3o faz isso, se insiste na concorr\u00eancia, em colocar aqueles que s\u00e3o bons e n\u00e3o s\u00e3o bons, os que s\u00e3o inteligentes e os que n\u00e3o s\u00e3o inteligentes, e ela tem insistido, ela ajuda a adoecer. \u00c9 o que digo no livro. <\/p>\n\n\n\n
O que dizer aos pais e m\u00e3es da gera\u00e7\u00e3o do quarto?<\/h2>\n\n\n\n
Os filhos e as filhas v\u00e3o precisar muito mesmo dos pais. Tem dois cen\u00e1rios, um \u00e9 ajudar meu filho a n\u00e3o entrar no quarto e o outro \u00e9 ajudar o filho que j\u00e1 est\u00e1 no quarto. No livro eu falo de cinco pilares: cuidado, autoconhecimento, conviv\u00eancia, dialogicidade e amorosidade. Trabalhar a fam\u00edlia e a escola a partir dessas sustenta\u00e7\u00f5es \u00e9 preventivo, mas pode servir tamb\u00e9m para situa\u00e7\u00f5es de pessoas que j\u00e1 est\u00e3o adoecidas, neste caso, associado ao acompanhamento de um profissional da sa\u00fade mental - psic\u00f3logo, psiquiatra, psicanalista, a depender do caso.<\/p>\n\n\n\n
O pilar do cuidado<\/strong> trata sobre a import\u00e2ncia do cuidado consigo e do cuidado com o outro, o que implica tratar das quest\u00f5es relacionadas a respeito, compreens\u00e3o, conviv\u00eancia, uso abusivo de \u00e1lcool, relacionamentos abusivos, bullying, ciberbullying, uso excessivo de redes sociais digitais, entre outros aspectos.

O pilar do autoconhecimento<\/strong> trata sobre a biografia, a hist\u00f3ria de cada pessoa, a fam\u00edlia. Proponho um trabalho sobre ancestralidade, que a pessoa conhe\u00e7a sua hist\u00f3ria de vida, conhe\u00e7a seu pai, sua m\u00e3e, sua opini\u00e3o, seus gostos. Isso tem a ver com quem eu sou, do ponto de vista \u00e9tico, e vai me dar uma seguran\u00e7a para enfrentar aquilo que querem que eu seja. Eu sou isso, mas querem que eu seja aquilo. N\u00e3o escondo minhas fragilidades, sou amado, o que d\u00e1 seguran\u00e7a. N\u00e3o vou dizer para minha crian\u00e7a que a vida \u00e9 f\u00e1cil, um mar de rosas, que ela nunca vai encontrar desafios, mas vou ajud\u00e1-la e fortalec\u00ea-la para que ela possa enfrent\u00e1-los.<\/p>\n\n\n\n
No pilar da conviv\u00eancia<\/strong>, h\u00e1 uma rela\u00e7\u00e3o entre aprender a ser e aprender a conviver. Trato de situa\u00e7\u00f5es cotidianas que evocam reflex\u00f5es \u00e9ticas, morais e espirituais, para as quais a compaix\u00e3o, a empatia e a resili\u00eancia s\u00e3o habilidades necess\u00e1rias e essenciais. O exerc\u00edcio da dialogicidade<\/strong> \u00e9 realizado quando as pessoas aprendem a falar o que pensam e sentem, mas entendem que o que pensam e sentem n\u00e3o \u00e9 a \u00faltima palavra sobre a verdade. O pilar da amorosidade<\/strong> \u00e9 tratado com reflex\u00f5es e a\u00e7\u00f5es. As reflex\u00f5es geram as a\u00e7\u00f5es, e as a\u00e7\u00f5es n\u00e3o s\u00e3o realizadas de modo mec\u00e2nico. <\/p>\n\n\n\n
Os pais podem aprender com os filhos?<\/h2>\n\n\n\n
O livro n\u00e3o tem que ser uma pedra para atirar nos pais e na escola, tem que ser um acalanto. Eu acho que a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 t\u00e3o potente que nos possibilita reaprender a viver, tenho grande esperan\u00e7a na gera\u00e7\u00e3o do quarto, a mesma gera\u00e7\u00e3o que \u00e9 violenta me ensina novos modos de amor, n\u00e3o vejo a gera\u00e7\u00e3o como fracassada, que n\u00e3o deu certo, acho um absurdo dizer que \u00e9 uma gera\u00e7\u00e3o parasita, \"nem-nem\". Obviamente ela traz todas as mazelas, n\u00e3o foi a gera\u00e7\u00e3o do quarto que inventou o abuso do \u00e1lcool, a viol\u00eancia, esses foram c\u00f3digos sempre usados, mas a gera\u00e7\u00e3o do quarto est\u00e1 nos dando outras alternativas, como maior preocupa\u00e7\u00e3o sobre consumo, meio ambiente, empoderamento das meninas, orienta\u00e7\u00e3o \u00e0 quest\u00e3o de g\u00eanero. Essa gera\u00e7\u00e3o tem muita coisa a nos mostrar, n\u00e3o precisamos ter medo, podemos aprender com elas. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"A gera\u00e7\u00e3o do quarto: um retrato chocante da juventude brasileira","post_excerpt":"Ap\u00f3s ouvir mais de 3 mil crian\u00e7as e adolescentes que vivem experi\u00eancias traum\u00e1ticas em seus quartos, o pesquisador Hugo Monteiro Ferreira faz um alerta aos pais e \u00e0s escolas sobre a necessidade de mudar a forma de se relacionar com os jovens","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"a-geracao-do-quarto-o-retrato-chocante-da-juventude-brasileira","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-30 11:00:28","post_modified_gmt":"2022-08-30 14:00:28","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64515","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64369,"post_author":"4","post_date":"2022-08-23 10:54:43","post_date_gmt":"2022-08-23 13:54:43","post_content":"\n
De acordo com o Artigo 227<\/a> da Constitui\u00e7\u00e3o de 1988, as crian\u00e7as<\/a> devem ser prioridade absoluta em todas as decis\u00f5es, programas e pol\u00edticas p\u00fablicas<\/a>. Isso se torna mais relevante em ano de elei\u00e7\u00f5es, em que poderemos escolher, de forma democr\u00e1tica<\/a>, representantes<\/a> aos cargos de presidente da Rep\u00fablica, senadores, governadores, deputados federais e estaduais. <\/p>\n\n\n\n
O voto no Brasil \u00e9 obrigat\u00f3rio para todos aqueles acima de 18 anos, sendo facultativo para jovens com 16 e 17 anos, pessoas com mais de 70 anos e analfabetos. Crian\u00e7as e adolescentes<\/a> menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar<\/a>, mas isso n\u00e3o quer dizer que n\u00e3o devam estar inclu\u00eddos nos planos dos diferentes representantes pol\u00edticos. Muito pelo contr\u00e1rio.<\/p>\n\n\n\n
Diversos estudos j\u00e1 comprovaram que investir na primeira inf\u00e2ncia<\/a> \u00e9 a melhor maneira de reduzir desigualdades e construir uma sociedade com condi\u00e7\u00f5es sociais e ambientais sustent\u00e1veis.<\/p>\n\n\n\n
Cabe a n\u00f3s, adultos, escolher nas elei\u00e7\u00f5es candidatos que contemplem as crian\u00e7as em projetos e iniciativas diversas. Abaixo, veja 5 motivos que tornam urgente a valoriza\u00e7\u00e3o de projetos para a inf\u00e2ncia e juventude nas campanhas \u00e0s elei\u00e7\u00f5es de 2022. A lista \u00e9 do portal Lunetas, espa\u00e7o dedicado \u00e0 reflex\u00e3o sobre a inf\u00e2ncia, que recentemente lan\u00e7ou o especial \"Inf\u00e2ncias em foco: Quem vota pelas crian\u00e7as?\"<\/a>, um hub de informa\u00e7\u00e3o sobre pol\u00edtica e as inf\u00e2ncias. <\/p>\n\n\n\n
5 temas que envolvem as crian\u00e7as e que t\u00eam de estar previstos nas propostas dos candidatos \u00e0s elei\u00e7\u00f5es:<\/h2>\n\n\n\n
Fome<\/h3>\n\n\n\n
De acordo com um levantamento realizado pela Funda\u00e7\u00e3o Abrinq, cerca de 18,8 milh\u00f5es de meninos e meninas de at\u00e9 14 anos passam fome no Brasil. Essa inseguran\u00e7a alimentar traz preju\u00edzos grav\u00edssimos \u00e0s crian\u00e7as, afetando seu crescimento e o desenvolvimento f\u00edsico e cognitivo necess\u00e1rios para que consigam crescer de maneira saud\u00e1vel.<\/p>\n\n\n\n
Analfabetismo<\/h3>\n\n\n\n
H\u00e1 50 anos, a educa\u00e7\u00e3o infantil n\u00e3o era uma realidade no Brasil, no entanto, pol\u00edticas p\u00fablicas mudaram essa realidade. Ainda assim, nos \u00faltimos dois anos, o n\u00famero de crian\u00e7as de 6 e 7 anos que n\u00e3o sabem ler e escrever cresceu em 1 milh\u00e3o. Pensando no futuro e nos pr\u00f3ximos passos do Brasil relacionados \u00e0 educa\u00e7\u00e3o p\u00fablica, \u00e9 necess\u00e1rio eleger candidatos que queiram enfrentar as desigualdades sociais e lutar para que todas as crian\u00e7as e adolescentes tenham acesso \u00e0 educa\u00e7\u00e3o de qualidade.<\/p>\n\n\n\n
Trabalho Infantil<\/h3>\n\n\n\n
Atualmente, cerca de 2 milh\u00f5es de crian\u00e7as e adolescentes est\u00e3o em situa\u00e7\u00e3o de trabalho infantil no Brasil. Desse total, 66% s\u00e3o crian\u00e7as pretas ou pardas e 71% est\u00e3o na \u00e1rea urbana, de acordo com um levantamento divulgado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domic\u00edlios (PNAD Cont\u00ednua).<\/p>\n\n\n\n
Viol\u00eancia e explora\u00e7\u00e3o sexual<\/h3>\n\n\n\n
Entre 2016 e 2020, 35 mil crian\u00e7as e adolescentes, de 0 a 19 anos, foram mortos de forma violenta no Brasil e 180 mil sofreram viol\u00eancia sexual, segundo o Panorama da Viol\u00eancia Sexual contra crian\u00e7as e Adolescentes no Brasil, lan\u00e7ado pela Unicef e pelo F\u00f3rum Brasileiro de Seguran\u00e7a P\u00fablica (FBSP). Por isso, \u00e9 necess\u00e1rio eleger pessoas que tenham coragem para combater esse cen\u00e1rio e falar de assuntos como igualdade de g\u00eanero, empoderamento de meninas, viol\u00eancia sexual e femin\u00edcio.<\/p>\n\n\n\n
Moradia<\/h3>\n\n\n\n
Mais de 5 milh\u00f5es de pessoas ainda residem em domic\u00edlios sem banheiros ou sanit\u00e1rios de uso exclusivo e 9,7 milh\u00f5es vivem em condi\u00e7\u00f5es de adensamento excessivo, com mais de tr\u00eas moradores para cada dormit\u00f3rio. Este \u00e9 um assunto que n\u00e3o deve ser ignorado, j\u00e1 que todas as crian\u00e7as precisam de acesso \u00e0 moradia para viver com dignidade e poder se desenvolver em outras \u00e1reas, como lazer, educa\u00e7\u00e3o e sa\u00fade.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]  <\/p>\n","post_title":"5 motivos para priorizar as crian\u00e7as nas elei\u00e7\u00f5es de 2022","post_excerpt":"Crian\u00e7as e adolescentes menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar, mas s\u00e3o parcela importante da popula\u00e7\u00e3o e t\u00eam de estar contemplados nos projetos dos diferentes atores governamentais","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"5-motivos-para-priorizar-as-criancas-nas-eleicoes-de-2022","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-25 18:52:13","post_modified_gmt":"2022-08-25 21:52:13","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64369","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64334,"post_author":"4","post_date":"2022-08-22 15:14:51","post_date_gmt":"2022-08-22 18:14:51","post_content":"\n
O n\u00famero de crian\u00e7as e adolescente<\/a>s conectados \u00e0 internet cresceu nos \u00faltimos anos. Segundo o estudo TIC Kids Online Brasil 2021<\/a>, rec\u00e9m-divulgado, 93% ou 22,3 milh\u00f5es das crian\u00e7as e dos adolescentes<\/a> no pa\u00eds acessaram a web<\/a> em 2021, sendo que em 2019 esse percentual era de 89%. O crescimento foi impulsionado principalmente pela maior propor\u00e7\u00e3o de usu\u00e1rios na regi\u00e3o Nordeste e nas \u00e1reas rurais. <\/p>\n\n\n\n
O uso de redes sociais <\/a>pelas crian\u00e7as tamb\u00e9m tem se elevado, sendo a plataforma Tik Tok<\/a> a mais utilizada (34%), seguida pelo Instagram (33%). No Facebook, houve queda no uso de 66% para 51% no per\u00edodo citado. J\u00e1 o WhatsApp segue como a plataforma em que crian\u00e7as e adolescentes mais possuem perfil (foi de 70% em 2018 para 80% em 2021), e \u00e9 a mais difundida entre todos os estratos sociais.<\/p>\n\n\n\n
A pesquisa, conduzida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informa\u00e7\u00e3o (Cetic.br) do N\u00facleo de Informa\u00e7\u00e3o e Coordena\u00e7\u00e3o do Ponto BR (NIC.br), entrevistou 2.651 crian\u00e7as e adolescentes com idades entre 9 e 17 anos, bem como seus pais ou respons\u00e1veis, em todo o territ\u00f3rio nacional. As entrevistas aconteceram entre outubro de 2021 e mar\u00e7o de 2022, com a finalidade de investigar oportunidades e riscos relacionados \u00e0 participa\u00e7\u00e3o online desse p\u00fablico. <\/p>\n\n\n\n
Segundo o levantamento, as crian\u00e7as tamb\u00e9m est\u00e3o passando mais tempo em jogos online - seja conectadas com outros jogadores (de 57% para 66%, entre 2021 e 2019) ou n\u00e3o conectadas a eles (de 55% para 64%) -, e fazendo mais compras no ambiente digital - cresceu de 9% para 19% no mesmo per\u00edodo. <\/p>\n\n\n\n
\"Plataformas de cria\u00e7\u00e3o e compartilhamento de conte\u00fado audiovisual est\u00e3o entre as mais utilizadas por crian\u00e7as e adolescentes. Nesse contexto, a qualidade da conex\u00e3o \u00e0 Internet e dos dispositivos digitais utilizados para o acesso \u00e0 rede passam a ser determinantes para o melhor aproveitamento de oportunidades online. \u00c9 central, portanto, garantir condi\u00e7\u00f5es equitativas de conectividade para crian\u00e7as e adolescentes em diferentes contextos socioecon\u00f4micos\", aponta Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br. <\/p>\n\n\n\n
A pesquisa TIC Kids Online <\/a>detectou, ainda, que o telefone celular segue como o principal meio de conex\u00e3o \u00e0 rede nos diferentes extratos sociais. Para 53%, o celular foi o \u00fanico dispositivo usado, realidade que se verificou mais presente nas classes DE (78%) e C (52%) do que nas classes AB (18%). <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Acesso a propagandas<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
Entre as atividades multim\u00eddia, as mais acessadas pelas crian\u00e7as s\u00e3o ouvir m\u00fasica (80%), assistir a v\u00eddeos, programas, filmes ou s\u00e9ries (84%), S\u00edtios de v\u00eddeos (67%) e redes sociais (61%) est\u00e3o entre as principais plataformas em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios de internet declaram ter visto propaganda de produtos ou marcas. Pessoas ensinando como usar algum produto (62%) e abrindo embalagens -- o chamado unboxing<\/em><\/strong> - (61%) foram os principais conte\u00fados de imagem ou v\u00eddeo em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios da rede tiveram contato com divulga\u00e7\u00e3o de produtos ou marcas. Entre as principais categorias de produtos ou marcas vistas no ambiente online<\/em> est\u00e3o: <\/p>\n\n\n\n
Equipamentos eletr\u00f4nicos (60%); <\/li>
Roupas e sapatos (60%); <\/li>
Comidas, bebidas ou doces (57%); <\/li>
Videogames ou jogos (46%); <\/li>
Maquiagem e outros produtos de beleza (46%).\u00a0<\/li><\/ul>\n\n\n\nBusca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e bem-estar<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa tamb\u00e9m constatou que 32% dos jovens entre 11 e 17 anos procuram ajuda para lidar com algo ruim que vivenciaram<\/strong>, ou para falar sobre suas emo\u00e7\u00f5es<\/strong> quando se sentiram tristes. <\/p>\n\n\n\n
Entre os temas mais procurados relacionados \u00e0 sa\u00fade est\u00e3o:<\/p>\n\n\n\n
Informa\u00e7\u00f5es sobre alimenta\u00e7\u00e3o (55%);
Preven\u00e7\u00e3o e tratamento de doen\u00e7as (38%);
Exerc\u00edcios e meios para ficar em forma (36%);
Informa\u00e7\u00f5es sobre medicamentos (22%);<\/li>
Discuss\u00f5es sobre sa\u00fade sexual e educa\u00e7\u00e3o sexual (21%).<\/li><\/ul>\n\n\n\n
\"A pesquisa busca levantar evid\u00eancias que contribuam para a promo\u00e7\u00e3o de direitos e do bem-estar de crian\u00e7as e adolescentes. Desse modo, para al\u00e9m das atividades presentes na s\u00e9rie hist\u00f3rica da pesquisa, o uso da rede na busca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e apoio emocional passou a ser um tema relevante de investiga\u00e7\u00e3o\", sinaliza Barbosa.<\/p>\n\n\n\n
\"Pesquisas como a TIC Kids Online Brasil s\u00e3o de extrema relev\u00e2ncia para entendermos o cen\u00e1rio atual e fortalecermos o letramento e inclus\u00e3o digital dos mais jovens, com mais seguran\u00e7a e qualidade, quest\u00f5es intr\u00ednsecas ao trabalho realizado pelo Comit\u00ea Gestor da Internet no Brasil\", pondera Jos\u00e9 Gontijo, coordenador do CGI.br.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"] <\/p>\n","post_title":"93% dos jovens entre 9 e 17 anos usam a internet no pa\u00eds, revela pesquisa","post_excerpt":"Pesquisa TIC Kids Online Brasil 2021 tamb\u00e9m mostrou que a TikTok \u00e9 a principal rede social utilizada por crian\u00e7as e adolescentes","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"93-dos-jovens-entre-9-e-17-anos-usam-a-internet-revela-pesquisa-tic-kids-online-2021","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-23 11:24:47","post_modified_gmt":"2022-08-23 14:24:47","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64334","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"}],"next":false,"prev":true,"total_page":12},"paged":1,"column_class":"jeg_col_2o3","class":"epic_block_3"};

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Essa gera\u00e7\u00e3o mostra que os pais, se n\u00e3o h\u00e1 um modelo estabelecido, eles n\u00e3o se disp\u00f5em a aprender com o que eles veem na realidade, \u00e9 quase que um filho abstrato. Quando o filho real come\u00e7a a emergir e mostrar suas caracter\u00edsticas, os pais come\u00e7am a estranhar aquilo e n\u00e3o entram em processo de di\u00e1logo, se afastam. \u00c9 esse afastamento, esse vazio, que cria a gera\u00e7\u00e3o do quarto. Por isso afirmo que \u00e9 na matriz familiar que a gera\u00e7\u00e3o \u00e9 gerada, quer dizer, os pais n\u00e3o conseguem observar, de modo geral, a emerg\u00eancia dos humanos que eles mesmos criaram. Eles t\u00eam o humano projetado, \u00e9 quase um molde de um humano. Quando vem uma orienta\u00e7\u00e3o sexual ou um g\u00eanero que n\u00e3o \u00e9 norma, causa um impacto. <\/p>\n\n\n\n
Claro que \u00e9 menos impactante quando o filho diz que n\u00e3o quer ser m\u00e9dico, mas sim ator, pode haver resist\u00eancia mas n\u00e3o t\u00e3o intensa como quando voc\u00ea diz que \u00e9 gay, isso causa um embara\u00e7o. Mas n\u00e3o gosto de condenar os pais e as m\u00e3es, porque acho que eles est\u00e3o envolvidos nesse processo, eles querem acertar, ao menos, os que t\u00eam paternagem e maternagem, que chamo de esp\u00edrito de pai e m\u00e3e. Os que n\u00e3o t\u00eam, esses simplesmente geram os filhos, est\u00e3o ali numa esp\u00e9cie de playground de criar filhos. Mas os que t\u00eam paternagem, eles v\u00e3o tentando encontrar e conseguem, ent\u00e3o nesse caso, essa fissura, esse vazio que se abriu \u00e9 reduzido e a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 compreendida. <\/p>\n\n\n\n
Os pais sabem que t\u00eam um problema em casa?<\/h2>\n\n\n\n
Eles n\u00e3o t\u00eam conhecimento, porque a gera\u00e7\u00e3o do quarto cognitivamente n\u00e3o tem problema com boletim escolar. Essa gera\u00e7\u00e3o chega na universidade. Essa causa-consequ\u00eancia que a gente confabulou e afirmou tantas vezes que, por exemplo, vai ter problemas na escola, no rendimento escolar, n\u00e3o \u00e9 um sinal, a gera\u00e7\u00e3o do quarto tem um boletim escolar azul,<\/strong> e os pais n\u00e3o percebem. Eles acham que faz parte da vida estar no quarto.<\/strong> Muitos me dizem isso, \u201cah mas meu filho est\u00e1 no quarto j\u00e1 h\u00e1 tanto tempo que nem me dava conta\u201d. Eles come\u00e7am a se dar conta quando a crian\u00e7a ou o adolescente come\u00e7a a se cortar, quando come\u00e7am a gritar em sil\u00eancio, a\u00ed os pais alertam, mas at\u00e9 ent\u00e3o, n\u00e3o. Chamam para jantar, quando conseguem, lembrando que pais contempor\u00e2neos vivem muito fora de casa, trabalham muito, com finalidade de dar um futuro para os filhos.  <\/p>\n\n\n\n
Ou seja, o esfor\u00e7o dos pais para garantir uma boa estrutura familiar acaba por distanci\u00e1-los dos filhos?<\/h2>\n\n\n\n
\u00c9 a alternativa que se deu para a fam\u00edlia. Num pa\u00eds de mais de 210 milh\u00f5es de pessoas, n\u00e3o \u00e9 todo mundo que para e reflete sobre o que \u00e9 ser uma fam\u00edlia. Para os que est\u00e3o abaixo da linha da mis\u00e9ria tem que pensar muito como se recupera. H\u00e1 uma quest\u00e3o importante: o fen\u00f4meno da gera\u00e7\u00e3o do quarto se d\u00e1 em todas as classes sociais, mas as estrat\u00e9gias trabalhadas mudam. Tem muitas pessoas que usam a gravidez, por exemplo, como forma de sair de uma situa\u00e7\u00e3o socioecon\u00f4mica. Engravidar pode ser uma esp\u00e9cie de promo\u00e7\u00e3o social, ou seja, o problema \u00e9 o mesmo, a dor ps\u00edquica \u00e9 a mesma, mas a maneira de lidar com ela \u00e9 diferente. <\/p>\n\n\n\n
Os jovens n\u00e3o se abrem com os pais, mas n\u00e3o se opuseram a falar com voc\u00ea?<\/h2>\n\n\n\n
Talvez o que favorece para um pesquisador como eu \u00e9 me dispor a escutar sem condenar, sem julgamento. Eu escuto para acolher e esse talvez seja um potencial que a gente possa ensinar aos pais e \u00e0s m\u00e3es, para que o filho diga o que pensa, o que acha, o que gosta e n\u00e3o gosta, se sinta confort\u00e1vel em ser diferente dos pais. Acho que as fam\u00edlias escutam julgando, comparando e sentenciando demais. As crian\u00e7as, ao contr\u00e1rio do que as pessoas pensam, s\u00e3o muito sens\u00edveis, muito cr\u00edticas, elas conseguem responder perguntas, falar sobre sentimentos com quem elas se sentem confort\u00e1veis. Al\u00e9m disso, uma das t\u00e9cnicas que utilizei, o question\u00e1rio online, me trouxe muitas respostas, porque tinha perguntas abertas. Alguns dos depoimentos que apresento no livro eu n\u00e3o ouvi, eu li. Quando n\u00e3o tenho que dizer meu nome, quem eu sou, de onde sou, qual minha idade, me sinto mais livre para falar, pedir ajuda. Foram esses depoimentos que me causaram impacto e me fizeram depois entrevistar o grupo menor por meio de rodas de conversa. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Qual o papel da escola nesse contexto?<\/h2>\n\n\n\n
Eu sou um profissional e defensor da escola, a escola para mim \u00e9 uma grande inven\u00e7\u00e3o social, cumpre papel de forma\u00e7\u00e3o, de complementaridade, sobretudo no campo do que chamamos de conhecimento cient\u00edfico. Ela tamb\u00e9m tem um papel social, porque trabalha com pessoas, organiza\u00e7\u00f5es, institui\u00e7\u00f5es, mas ela precisa ser revisitada e reformulada nos seus objetivos matriciais. A escola n\u00e3o pode querer exclusivamente formar do ponto vista cognitivo. Isso \u00e9 um equ\u00edvoco que se manifesta sobretudo nessas escolas, que insistem num modelo de concorr\u00eancia, competi\u00e7\u00e3o, ranqueamento, na nota como resposta \u00e0 aprendizagem. S\u00e3o escolas desconectadas com grandes problemas contempor\u00e2neos, como a sobreviv\u00eancia do Planeta Terra. Temos um planeta amea\u00e7ado de desertifica\u00e7\u00e3o, de aus\u00eancia de comida, amea\u00e7ado no campo dos povos origin\u00e1rios, ent\u00e3o essas s\u00e3o preocupa\u00e7\u00f5es que a escola deve ter. <\/p>\n\n\n\n
Outra preocupa\u00e7\u00e3o \u00e9 a diversidade, temos uma sociedade que se mostra violenta com as minorias, racista e mis\u00f3gina. As mulheres sofrem muito nessa sociedade. A escola n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 para discutir f\u00f3rmulas qu\u00edmicas, biol\u00f3gicas, equa\u00e7\u00f5es matem\u00e1ticas, sintaxe da l\u00edngua. <\/p>\n\n\n\n
A escola \u00e9 para ajudar a usar o conhecimento cient\u00edfico na melhoria da qualidade de vida das pessoas, da minha e dos outros. <\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Ent\u00e3o se ela n\u00e3o faz isso, se insiste na concorr\u00eancia, em colocar aqueles que s\u00e3o bons e n\u00e3o s\u00e3o bons, os que s\u00e3o inteligentes e os que n\u00e3o s\u00e3o inteligentes, e ela tem insistido, ela ajuda a adoecer. \u00c9 o que digo no livro. <\/p>\n\n\n\n
O que dizer aos pais e m\u00e3es da gera\u00e7\u00e3o do quarto?<\/h2>\n\n\n\n
Os filhos e as filhas v\u00e3o precisar muito mesmo dos pais. Tem dois cen\u00e1rios, um \u00e9 ajudar meu filho a n\u00e3o entrar no quarto e o outro \u00e9 ajudar o filho que j\u00e1 est\u00e1 no quarto. No livro eu falo de cinco pilares: cuidado, autoconhecimento, conviv\u00eancia, dialogicidade e amorosidade. Trabalhar a fam\u00edlia e a escola a partir dessas sustenta\u00e7\u00f5es \u00e9 preventivo, mas pode servir tamb\u00e9m para situa\u00e7\u00f5es de pessoas que j\u00e1 est\u00e3o adoecidas, neste caso, associado ao acompanhamento de um profissional da sa\u00fade mental - psic\u00f3logo, psiquiatra, psicanalista, a depender do caso.<\/p>\n\n\n\n
O pilar do cuidado<\/strong> trata sobre a import\u00e2ncia do cuidado consigo e do cuidado com o outro, o que implica tratar das quest\u00f5es relacionadas a respeito, compreens\u00e3o, conviv\u00eancia, uso abusivo de \u00e1lcool, relacionamentos abusivos, bullying, ciberbullying, uso excessivo de redes sociais digitais, entre outros aspectos.

O pilar do autoconhecimento<\/strong> trata sobre a biografia, a hist\u00f3ria de cada pessoa, a fam\u00edlia. Proponho um trabalho sobre ancestralidade, que a pessoa conhe\u00e7a sua hist\u00f3ria de vida, conhe\u00e7a seu pai, sua m\u00e3e, sua opini\u00e3o, seus gostos. Isso tem a ver com quem eu sou, do ponto de vista \u00e9tico, e vai me dar uma seguran\u00e7a para enfrentar aquilo que querem que eu seja. Eu sou isso, mas querem que eu seja aquilo. N\u00e3o escondo minhas fragilidades, sou amado, o que d\u00e1 seguran\u00e7a. N\u00e3o vou dizer para minha crian\u00e7a que a vida \u00e9 f\u00e1cil, um mar de rosas, que ela nunca vai encontrar desafios, mas vou ajud\u00e1-la e fortalec\u00ea-la para que ela possa enfrent\u00e1-los.<\/p>\n\n\n\n
No pilar da conviv\u00eancia<\/strong>, h\u00e1 uma rela\u00e7\u00e3o entre aprender a ser e aprender a conviver. Trato de situa\u00e7\u00f5es cotidianas que evocam reflex\u00f5es \u00e9ticas, morais e espirituais, para as quais a compaix\u00e3o, a empatia e a resili\u00eancia s\u00e3o habilidades necess\u00e1rias e essenciais. O exerc\u00edcio da dialogicidade<\/strong> \u00e9 realizado quando as pessoas aprendem a falar o que pensam e sentem, mas entendem que o que pensam e sentem n\u00e3o \u00e9 a \u00faltima palavra sobre a verdade. O pilar da amorosidade<\/strong> \u00e9 tratado com reflex\u00f5es e a\u00e7\u00f5es. As reflex\u00f5es geram as a\u00e7\u00f5es, e as a\u00e7\u00f5es n\u00e3o s\u00e3o realizadas de modo mec\u00e2nico. <\/p>\n\n\n\n
Os pais podem aprender com os filhos?<\/h2>\n\n\n\n
O livro n\u00e3o tem que ser uma pedra para atirar nos pais e na escola, tem que ser um acalanto. Eu acho que a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 t\u00e3o potente que nos possibilita reaprender a viver, tenho grande esperan\u00e7a na gera\u00e7\u00e3o do quarto, a mesma gera\u00e7\u00e3o que \u00e9 violenta me ensina novos modos de amor, n\u00e3o vejo a gera\u00e7\u00e3o como fracassada, que n\u00e3o deu certo, acho um absurdo dizer que \u00e9 uma gera\u00e7\u00e3o parasita, \"nem-nem\". Obviamente ela traz todas as mazelas, n\u00e3o foi a gera\u00e7\u00e3o do quarto que inventou o abuso do \u00e1lcool, a viol\u00eancia, esses foram c\u00f3digos sempre usados, mas a gera\u00e7\u00e3o do quarto est\u00e1 nos dando outras alternativas, como maior preocupa\u00e7\u00e3o sobre consumo, meio ambiente, empoderamento das meninas, orienta\u00e7\u00e3o \u00e0 quest\u00e3o de g\u00eanero. Essa gera\u00e7\u00e3o tem muita coisa a nos mostrar, n\u00e3o precisamos ter medo, podemos aprender com elas. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"A gera\u00e7\u00e3o do quarto: um retrato chocante da juventude brasileira","post_excerpt":"Ap\u00f3s ouvir mais de 3 mil crian\u00e7as e adolescentes que vivem experi\u00eancias traum\u00e1ticas em seus quartos, o pesquisador Hugo Monteiro Ferreira faz um alerta aos pais e \u00e0s escolas sobre a necessidade de mudar a forma de se relacionar com os jovens","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"a-geracao-do-quarto-o-retrato-chocante-da-juventude-brasileira","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-30 11:00:28","post_modified_gmt":"2022-08-30 14:00:28","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64515","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64369,"post_author":"4","post_date":"2022-08-23 10:54:43","post_date_gmt":"2022-08-23 13:54:43","post_content":"\n
De acordo com o Artigo 227<\/a> da Constitui\u00e7\u00e3o de 1988, as crian\u00e7as<\/a> devem ser prioridade absoluta em todas as decis\u00f5es, programas e pol\u00edticas p\u00fablicas<\/a>. Isso se torna mais relevante em ano de elei\u00e7\u00f5es, em que poderemos escolher, de forma democr\u00e1tica<\/a>, representantes<\/a> aos cargos de presidente da Rep\u00fablica, senadores, governadores, deputados federais e estaduais. <\/p>\n\n\n\n
O voto no Brasil \u00e9 obrigat\u00f3rio para todos aqueles acima de 18 anos, sendo facultativo para jovens com 16 e 17 anos, pessoas com mais de 70 anos e analfabetos. Crian\u00e7as e adolescentes<\/a> menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar<\/a>, mas isso n\u00e3o quer dizer que n\u00e3o devam estar inclu\u00eddos nos planos dos diferentes representantes pol\u00edticos. Muito pelo contr\u00e1rio.<\/p>\n\n\n\n
Diversos estudos j\u00e1 comprovaram que investir na primeira inf\u00e2ncia<\/a> \u00e9 a melhor maneira de reduzir desigualdades e construir uma sociedade com condi\u00e7\u00f5es sociais e ambientais sustent\u00e1veis.<\/p>\n\n\n\n
Cabe a n\u00f3s, adultos, escolher nas elei\u00e7\u00f5es candidatos que contemplem as crian\u00e7as em projetos e iniciativas diversas. Abaixo, veja 5 motivos que tornam urgente a valoriza\u00e7\u00e3o de projetos para a inf\u00e2ncia e juventude nas campanhas \u00e0s elei\u00e7\u00f5es de 2022. A lista \u00e9 do portal Lunetas, espa\u00e7o dedicado \u00e0 reflex\u00e3o sobre a inf\u00e2ncia, que recentemente lan\u00e7ou o especial \"Inf\u00e2ncias em foco: Quem vota pelas crian\u00e7as?\"<\/a>, um hub de informa\u00e7\u00e3o sobre pol\u00edtica e as inf\u00e2ncias. <\/p>\n\n\n\n
5 temas que envolvem as crian\u00e7as e que t\u00eam de estar previstos nas propostas dos candidatos \u00e0s elei\u00e7\u00f5es:<\/h2>\n\n\n\n
Fome<\/h3>\n\n\n\n
De acordo com um levantamento realizado pela Funda\u00e7\u00e3o Abrinq, cerca de 18,8 milh\u00f5es de meninos e meninas de at\u00e9 14 anos passam fome no Brasil. Essa inseguran\u00e7a alimentar traz preju\u00edzos grav\u00edssimos \u00e0s crian\u00e7as, afetando seu crescimento e o desenvolvimento f\u00edsico e cognitivo necess\u00e1rios para que consigam crescer de maneira saud\u00e1vel.<\/p>\n\n\n\n
Analfabetismo<\/h3>\n\n\n\n
H\u00e1 50 anos, a educa\u00e7\u00e3o infantil n\u00e3o era uma realidade no Brasil, no entanto, pol\u00edticas p\u00fablicas mudaram essa realidade. Ainda assim, nos \u00faltimos dois anos, o n\u00famero de crian\u00e7as de 6 e 7 anos que n\u00e3o sabem ler e escrever cresceu em 1 milh\u00e3o. Pensando no futuro e nos pr\u00f3ximos passos do Brasil relacionados \u00e0 educa\u00e7\u00e3o p\u00fablica, \u00e9 necess\u00e1rio eleger candidatos que queiram enfrentar as desigualdades sociais e lutar para que todas as crian\u00e7as e adolescentes tenham acesso \u00e0 educa\u00e7\u00e3o de qualidade.<\/p>\n\n\n\n
Trabalho Infantil<\/h3>\n\n\n\n
Atualmente, cerca de 2 milh\u00f5es de crian\u00e7as e adolescentes est\u00e3o em situa\u00e7\u00e3o de trabalho infantil no Brasil. Desse total, 66% s\u00e3o crian\u00e7as pretas ou pardas e 71% est\u00e3o na \u00e1rea urbana, de acordo com um levantamento divulgado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domic\u00edlios (PNAD Cont\u00ednua).<\/p>\n\n\n\n
Viol\u00eancia e explora\u00e7\u00e3o sexual<\/h3>\n\n\n\n
Entre 2016 e 2020, 35 mil crian\u00e7as e adolescentes, de 0 a 19 anos, foram mortos de forma violenta no Brasil e 180 mil sofreram viol\u00eancia sexual, segundo o Panorama da Viol\u00eancia Sexual contra crian\u00e7as e Adolescentes no Brasil, lan\u00e7ado pela Unicef e pelo F\u00f3rum Brasileiro de Seguran\u00e7a P\u00fablica (FBSP). Por isso, \u00e9 necess\u00e1rio eleger pessoas que tenham coragem para combater esse cen\u00e1rio e falar de assuntos como igualdade de g\u00eanero, empoderamento de meninas, viol\u00eancia sexual e femin\u00edcio.<\/p>\n\n\n\n
Moradia<\/h3>\n\n\n\n
Mais de 5 milh\u00f5es de pessoas ainda residem em domic\u00edlios sem banheiros ou sanit\u00e1rios de uso exclusivo e 9,7 milh\u00f5es vivem em condi\u00e7\u00f5es de adensamento excessivo, com mais de tr\u00eas moradores para cada dormit\u00f3rio. Este \u00e9 um assunto que n\u00e3o deve ser ignorado, j\u00e1 que todas as crian\u00e7as precisam de acesso \u00e0 moradia para viver com dignidade e poder se desenvolver em outras \u00e1reas, como lazer, educa\u00e7\u00e3o e sa\u00fade.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]  <\/p>\n","post_title":"5 motivos para priorizar as crian\u00e7as nas elei\u00e7\u00f5es de 2022","post_excerpt":"Crian\u00e7as e adolescentes menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar, mas s\u00e3o parcela importante da popula\u00e7\u00e3o e t\u00eam de estar contemplados nos projetos dos diferentes atores governamentais","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"5-motivos-para-priorizar-as-criancas-nas-eleicoes-de-2022","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-25 18:52:13","post_modified_gmt":"2022-08-25 21:52:13","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64369","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64334,"post_author":"4","post_date":"2022-08-22 15:14:51","post_date_gmt":"2022-08-22 18:14:51","post_content":"\n
O n\u00famero de crian\u00e7as e adolescente<\/a>s conectados \u00e0 internet cresceu nos \u00faltimos anos. Segundo o estudo TIC Kids Online Brasil 2021<\/a>, rec\u00e9m-divulgado, 93% ou 22,3 milh\u00f5es das crian\u00e7as e dos adolescentes<\/a> no pa\u00eds acessaram a web<\/a> em 2021, sendo que em 2019 esse percentual era de 89%. O crescimento foi impulsionado principalmente pela maior propor\u00e7\u00e3o de usu\u00e1rios na regi\u00e3o Nordeste e nas \u00e1reas rurais. <\/p>\n\n\n\n
O uso de redes sociais <\/a>pelas crian\u00e7as tamb\u00e9m tem se elevado, sendo a plataforma Tik Tok<\/a> a mais utilizada (34%), seguida pelo Instagram (33%). No Facebook, houve queda no uso de 66% para 51% no per\u00edodo citado. J\u00e1 o WhatsApp segue como a plataforma em que crian\u00e7as e adolescentes mais possuem perfil (foi de 70% em 2018 para 80% em 2021), e \u00e9 a mais difundida entre todos os estratos sociais.<\/p>\n\n\n\n
A pesquisa, conduzida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informa\u00e7\u00e3o (Cetic.br) do N\u00facleo de Informa\u00e7\u00e3o e Coordena\u00e7\u00e3o do Ponto BR (NIC.br), entrevistou 2.651 crian\u00e7as e adolescentes com idades entre 9 e 17 anos, bem como seus pais ou respons\u00e1veis, em todo o territ\u00f3rio nacional. As entrevistas aconteceram entre outubro de 2021 e mar\u00e7o de 2022, com a finalidade de investigar oportunidades e riscos relacionados \u00e0 participa\u00e7\u00e3o online desse p\u00fablico. <\/p>\n\n\n\n
Segundo o levantamento, as crian\u00e7as tamb\u00e9m est\u00e3o passando mais tempo em jogos online - seja conectadas com outros jogadores (de 57% para 66%, entre 2021 e 2019) ou n\u00e3o conectadas a eles (de 55% para 64%) -, e fazendo mais compras no ambiente digital - cresceu de 9% para 19% no mesmo per\u00edodo. <\/p>\n\n\n\n
\"Plataformas de cria\u00e7\u00e3o e compartilhamento de conte\u00fado audiovisual est\u00e3o entre as mais utilizadas por crian\u00e7as e adolescentes. Nesse contexto, a qualidade da conex\u00e3o \u00e0 Internet e dos dispositivos digitais utilizados para o acesso \u00e0 rede passam a ser determinantes para o melhor aproveitamento de oportunidades online. \u00c9 central, portanto, garantir condi\u00e7\u00f5es equitativas de conectividade para crian\u00e7as e adolescentes em diferentes contextos socioecon\u00f4micos\", aponta Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br. <\/p>\n\n\n\n
A pesquisa TIC Kids Online <\/a>detectou, ainda, que o telefone celular segue como o principal meio de conex\u00e3o \u00e0 rede nos diferentes extratos sociais. Para 53%, o celular foi o \u00fanico dispositivo usado, realidade que se verificou mais presente nas classes DE (78%) e C (52%) do que nas classes AB (18%). <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Acesso a propagandas<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
Entre as atividades multim\u00eddia, as mais acessadas pelas crian\u00e7as s\u00e3o ouvir m\u00fasica (80%), assistir a v\u00eddeos, programas, filmes ou s\u00e9ries (84%), S\u00edtios de v\u00eddeos (67%) e redes sociais (61%) est\u00e3o entre as principais plataformas em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios de internet declaram ter visto propaganda de produtos ou marcas. Pessoas ensinando como usar algum produto (62%) e abrindo embalagens -- o chamado unboxing<\/em><\/strong> - (61%) foram os principais conte\u00fados de imagem ou v\u00eddeo em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios da rede tiveram contato com divulga\u00e7\u00e3o de produtos ou marcas. Entre as principais categorias de produtos ou marcas vistas no ambiente online<\/em> est\u00e3o: <\/p>\n\n\n\n
Equipamentos eletr\u00f4nicos (60%); <\/li>
Roupas e sapatos (60%); <\/li>
Comidas, bebidas ou doces (57%); <\/li>
Videogames ou jogos (46%); <\/li>
Maquiagem e outros produtos de beleza (46%).\u00a0<\/li><\/ul>\n\n\n\nBusca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e bem-estar<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa tamb\u00e9m constatou que 32% dos jovens entre 11 e 17 anos procuram ajuda para lidar com algo ruim que vivenciaram<\/strong>, ou para falar sobre suas emo\u00e7\u00f5es<\/strong> quando se sentiram tristes. <\/p>\n\n\n\n
Entre os temas mais procurados relacionados \u00e0 sa\u00fade est\u00e3o:<\/p>\n\n\n\n
Informa\u00e7\u00f5es sobre alimenta\u00e7\u00e3o (55%);
Preven\u00e7\u00e3o e tratamento de doen\u00e7as (38%);
Exerc\u00edcios e meios para ficar em forma (36%);
Informa\u00e7\u00f5es sobre medicamentos (22%);<\/li>
Discuss\u00f5es sobre sa\u00fade sexual e educa\u00e7\u00e3o sexual (21%).<\/li><\/ul>\n\n\n\n
\"A pesquisa busca levantar evid\u00eancias que contribuam para a promo\u00e7\u00e3o de direitos e do bem-estar de crian\u00e7as e adolescentes. Desse modo, para al\u00e9m das atividades presentes na s\u00e9rie hist\u00f3rica da pesquisa, o uso da rede na busca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e apoio emocional passou a ser um tema relevante de investiga\u00e7\u00e3o\", sinaliza Barbosa.<\/p>\n\n\n\n
\"Pesquisas como a TIC Kids Online Brasil s\u00e3o de extrema relev\u00e2ncia para entendermos o cen\u00e1rio atual e fortalecermos o letramento e inclus\u00e3o digital dos mais jovens, com mais seguran\u00e7a e qualidade, quest\u00f5es intr\u00ednsecas ao trabalho realizado pelo Comit\u00ea Gestor da Internet no Brasil\", pondera Jos\u00e9 Gontijo, coordenador do CGI.br.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
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S\u00e3o pais que rejeitam os filhos? <\/h2>\n\n\n\n
Essa gera\u00e7\u00e3o mostra que os pais, se n\u00e3o h\u00e1 um modelo estabelecido, eles n\u00e3o se disp\u00f5em a aprender com o que eles veem na realidade, \u00e9 quase que um filho abstrato. Quando o filho real come\u00e7a a emergir e mostrar suas caracter\u00edsticas, os pais come\u00e7am a estranhar aquilo e n\u00e3o entram em processo de di\u00e1logo, se afastam. \u00c9 esse afastamento, esse vazio, que cria a gera\u00e7\u00e3o do quarto. Por isso afirmo que \u00e9 na matriz familiar que a gera\u00e7\u00e3o \u00e9 gerada, quer dizer, os pais n\u00e3o conseguem observar, de modo geral, a emerg\u00eancia dos humanos que eles mesmos criaram. Eles t\u00eam o humano projetado, \u00e9 quase um molde de um humano. Quando vem uma orienta\u00e7\u00e3o sexual ou um g\u00eanero que n\u00e3o \u00e9 norma, causa um impacto. <\/p>\n\n\n\n
Claro que \u00e9 menos impactante quando o filho diz que n\u00e3o quer ser m\u00e9dico, mas sim ator, pode haver resist\u00eancia mas n\u00e3o t\u00e3o intensa como quando voc\u00ea diz que \u00e9 gay, isso causa um embara\u00e7o. Mas n\u00e3o gosto de condenar os pais e as m\u00e3es, porque acho que eles est\u00e3o envolvidos nesse processo, eles querem acertar, ao menos, os que t\u00eam paternagem e maternagem, que chamo de esp\u00edrito de pai e m\u00e3e. Os que n\u00e3o t\u00eam, esses simplesmente geram os filhos, est\u00e3o ali numa esp\u00e9cie de playground de criar filhos. Mas os que t\u00eam paternagem, eles v\u00e3o tentando encontrar e conseguem, ent\u00e3o nesse caso, essa fissura, esse vazio que se abriu \u00e9 reduzido e a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 compreendida. <\/p>\n\n\n\n
Os pais sabem que t\u00eam um problema em casa?<\/h2>\n\n\n\n
Eles n\u00e3o t\u00eam conhecimento, porque a gera\u00e7\u00e3o do quarto cognitivamente n\u00e3o tem problema com boletim escolar. Essa gera\u00e7\u00e3o chega na universidade. Essa causa-consequ\u00eancia que a gente confabulou e afirmou tantas vezes que, por exemplo, vai ter problemas na escola, no rendimento escolar, n\u00e3o \u00e9 um sinal, a gera\u00e7\u00e3o do quarto tem um boletim escolar azul,<\/strong> e os pais n\u00e3o percebem. Eles acham que faz parte da vida estar no quarto.<\/strong> Muitos me dizem isso, \u201cah mas meu filho est\u00e1 no quarto j\u00e1 h\u00e1 tanto tempo que nem me dava conta\u201d. Eles come\u00e7am a se dar conta quando a crian\u00e7a ou o adolescente come\u00e7a a se cortar, quando come\u00e7am a gritar em sil\u00eancio, a\u00ed os pais alertam, mas at\u00e9 ent\u00e3o, n\u00e3o. Chamam para jantar, quando conseguem, lembrando que pais contempor\u00e2neos vivem muito fora de casa, trabalham muito, com finalidade de dar um futuro para os filhos.  <\/p>\n\n\n\n
Ou seja, o esfor\u00e7o dos pais para garantir uma boa estrutura familiar acaba por distanci\u00e1-los dos filhos?<\/h2>\n\n\n\n
\u00c9 a alternativa que se deu para a fam\u00edlia. Num pa\u00eds de mais de 210 milh\u00f5es de pessoas, n\u00e3o \u00e9 todo mundo que para e reflete sobre o que \u00e9 ser uma fam\u00edlia. Para os que est\u00e3o abaixo da linha da mis\u00e9ria tem que pensar muito como se recupera. H\u00e1 uma quest\u00e3o importante: o fen\u00f4meno da gera\u00e7\u00e3o do quarto se d\u00e1 em todas as classes sociais, mas as estrat\u00e9gias trabalhadas mudam. Tem muitas pessoas que usam a gravidez, por exemplo, como forma de sair de uma situa\u00e7\u00e3o socioecon\u00f4mica. Engravidar pode ser uma esp\u00e9cie de promo\u00e7\u00e3o social, ou seja, o problema \u00e9 o mesmo, a dor ps\u00edquica \u00e9 a mesma, mas a maneira de lidar com ela \u00e9 diferente. <\/p>\n\n\n\n
Os jovens n\u00e3o se abrem com os pais, mas n\u00e3o se opuseram a falar com voc\u00ea?<\/h2>\n\n\n\n
Talvez o que favorece para um pesquisador como eu \u00e9 me dispor a escutar sem condenar, sem julgamento. Eu escuto para acolher e esse talvez seja um potencial que a gente possa ensinar aos pais e \u00e0s m\u00e3es, para que o filho diga o que pensa, o que acha, o que gosta e n\u00e3o gosta, se sinta confort\u00e1vel em ser diferente dos pais. Acho que as fam\u00edlias escutam julgando, comparando e sentenciando demais. As crian\u00e7as, ao contr\u00e1rio do que as pessoas pensam, s\u00e3o muito sens\u00edveis, muito cr\u00edticas, elas conseguem responder perguntas, falar sobre sentimentos com quem elas se sentem confort\u00e1veis. Al\u00e9m disso, uma das t\u00e9cnicas que utilizei, o question\u00e1rio online, me trouxe muitas respostas, porque tinha perguntas abertas. Alguns dos depoimentos que apresento no livro eu n\u00e3o ouvi, eu li. Quando n\u00e3o tenho que dizer meu nome, quem eu sou, de onde sou, qual minha idade, me sinto mais livre para falar, pedir ajuda. Foram esses depoimentos que me causaram impacto e me fizeram depois entrevistar o grupo menor por meio de rodas de conversa. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Qual o papel da escola nesse contexto?<\/h2>\n\n\n\n
Eu sou um profissional e defensor da escola, a escola para mim \u00e9 uma grande inven\u00e7\u00e3o social, cumpre papel de forma\u00e7\u00e3o, de complementaridade, sobretudo no campo do que chamamos de conhecimento cient\u00edfico. Ela tamb\u00e9m tem um papel social, porque trabalha com pessoas, organiza\u00e7\u00f5es, institui\u00e7\u00f5es, mas ela precisa ser revisitada e reformulada nos seus objetivos matriciais. A escola n\u00e3o pode querer exclusivamente formar do ponto vista cognitivo. Isso \u00e9 um equ\u00edvoco que se manifesta sobretudo nessas escolas, que insistem num modelo de concorr\u00eancia, competi\u00e7\u00e3o, ranqueamento, na nota como resposta \u00e0 aprendizagem. S\u00e3o escolas desconectadas com grandes problemas contempor\u00e2neos, como a sobreviv\u00eancia do Planeta Terra. Temos um planeta amea\u00e7ado de desertifica\u00e7\u00e3o, de aus\u00eancia de comida, amea\u00e7ado no campo dos povos origin\u00e1rios, ent\u00e3o essas s\u00e3o preocupa\u00e7\u00f5es que a escola deve ter. <\/p>\n\n\n\n
Outra preocupa\u00e7\u00e3o \u00e9 a diversidade, temos uma sociedade que se mostra violenta com as minorias, racista e mis\u00f3gina. As mulheres sofrem muito nessa sociedade. A escola n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 para discutir f\u00f3rmulas qu\u00edmicas, biol\u00f3gicas, equa\u00e7\u00f5es matem\u00e1ticas, sintaxe da l\u00edngua. <\/p>\n\n\n\n
A escola \u00e9 para ajudar a usar o conhecimento cient\u00edfico na melhoria da qualidade de vida das pessoas, da minha e dos outros. <\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Ent\u00e3o se ela n\u00e3o faz isso, se insiste na concorr\u00eancia, em colocar aqueles que s\u00e3o bons e n\u00e3o s\u00e3o bons, os que s\u00e3o inteligentes e os que n\u00e3o s\u00e3o inteligentes, e ela tem insistido, ela ajuda a adoecer. \u00c9 o que digo no livro. <\/p>\n\n\n\n
O que dizer aos pais e m\u00e3es da gera\u00e7\u00e3o do quarto?<\/h2>\n\n\n\n
Os filhos e as filhas v\u00e3o precisar muito mesmo dos pais. Tem dois cen\u00e1rios, um \u00e9 ajudar meu filho a n\u00e3o entrar no quarto e o outro \u00e9 ajudar o filho que j\u00e1 est\u00e1 no quarto. No livro eu falo de cinco pilares: cuidado, autoconhecimento, conviv\u00eancia, dialogicidade e amorosidade. Trabalhar a fam\u00edlia e a escola a partir dessas sustenta\u00e7\u00f5es \u00e9 preventivo, mas pode servir tamb\u00e9m para situa\u00e7\u00f5es de pessoas que j\u00e1 est\u00e3o adoecidas, neste caso, associado ao acompanhamento de um profissional da sa\u00fade mental - psic\u00f3logo, psiquiatra, psicanalista, a depender do caso.<\/p>\n\n\n\n
O pilar do cuidado<\/strong> trata sobre a import\u00e2ncia do cuidado consigo e do cuidado com o outro, o que implica tratar das quest\u00f5es relacionadas a respeito, compreens\u00e3o, conviv\u00eancia, uso abusivo de \u00e1lcool, relacionamentos abusivos, bullying, ciberbullying, uso excessivo de redes sociais digitais, entre outros aspectos.

O pilar do autoconhecimento<\/strong> trata sobre a biografia, a hist\u00f3ria de cada pessoa, a fam\u00edlia. Proponho um trabalho sobre ancestralidade, que a pessoa conhe\u00e7a sua hist\u00f3ria de vida, conhe\u00e7a seu pai, sua m\u00e3e, sua opini\u00e3o, seus gostos. Isso tem a ver com quem eu sou, do ponto de vista \u00e9tico, e vai me dar uma seguran\u00e7a para enfrentar aquilo que querem que eu seja. Eu sou isso, mas querem que eu seja aquilo. N\u00e3o escondo minhas fragilidades, sou amado, o que d\u00e1 seguran\u00e7a. N\u00e3o vou dizer para minha crian\u00e7a que a vida \u00e9 f\u00e1cil, um mar de rosas, que ela nunca vai encontrar desafios, mas vou ajud\u00e1-la e fortalec\u00ea-la para que ela possa enfrent\u00e1-los.<\/p>\n\n\n\n
No pilar da conviv\u00eancia<\/strong>, h\u00e1 uma rela\u00e7\u00e3o entre aprender a ser e aprender a conviver. Trato de situa\u00e7\u00f5es cotidianas que evocam reflex\u00f5es \u00e9ticas, morais e espirituais, para as quais a compaix\u00e3o, a empatia e a resili\u00eancia s\u00e3o habilidades necess\u00e1rias e essenciais. O exerc\u00edcio da dialogicidade<\/strong> \u00e9 realizado quando as pessoas aprendem a falar o que pensam e sentem, mas entendem que o que pensam e sentem n\u00e3o \u00e9 a \u00faltima palavra sobre a verdade. O pilar da amorosidade<\/strong> \u00e9 tratado com reflex\u00f5es e a\u00e7\u00f5es. As reflex\u00f5es geram as a\u00e7\u00f5es, e as a\u00e7\u00f5es n\u00e3o s\u00e3o realizadas de modo mec\u00e2nico. <\/p>\n\n\n\n
Os pais podem aprender com os filhos?<\/h2>\n\n\n\n
O livro n\u00e3o tem que ser uma pedra para atirar nos pais e na escola, tem que ser um acalanto. Eu acho que a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 t\u00e3o potente que nos possibilita reaprender a viver, tenho grande esperan\u00e7a na gera\u00e7\u00e3o do quarto, a mesma gera\u00e7\u00e3o que \u00e9 violenta me ensina novos modos de amor, n\u00e3o vejo a gera\u00e7\u00e3o como fracassada, que n\u00e3o deu certo, acho um absurdo dizer que \u00e9 uma gera\u00e7\u00e3o parasita, \"nem-nem\". Obviamente ela traz todas as mazelas, n\u00e3o foi a gera\u00e7\u00e3o do quarto que inventou o abuso do \u00e1lcool, a viol\u00eancia, esses foram c\u00f3digos sempre usados, mas a gera\u00e7\u00e3o do quarto est\u00e1 nos dando outras alternativas, como maior preocupa\u00e7\u00e3o sobre consumo, meio ambiente, empoderamento das meninas, orienta\u00e7\u00e3o \u00e0 quest\u00e3o de g\u00eanero. Essa gera\u00e7\u00e3o tem muita coisa a nos mostrar, n\u00e3o precisamos ter medo, podemos aprender com elas. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"A gera\u00e7\u00e3o do quarto: um retrato chocante da juventude brasileira","post_excerpt":"Ap\u00f3s ouvir mais de 3 mil crian\u00e7as e adolescentes que vivem experi\u00eancias traum\u00e1ticas em seus quartos, o pesquisador Hugo Monteiro Ferreira faz um alerta aos pais e \u00e0s escolas sobre a necessidade de mudar a forma de se relacionar com os jovens","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"a-geracao-do-quarto-o-retrato-chocante-da-juventude-brasileira","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-30 11:00:28","post_modified_gmt":"2022-08-30 14:00:28","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64515","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64369,"post_author":"4","post_date":"2022-08-23 10:54:43","post_date_gmt":"2022-08-23 13:54:43","post_content":"\n
De acordo com o Artigo 227<\/a> da Constitui\u00e7\u00e3o de 1988, as crian\u00e7as<\/a> devem ser prioridade absoluta em todas as decis\u00f5es, programas e pol\u00edticas p\u00fablicas<\/a>. Isso se torna mais relevante em ano de elei\u00e7\u00f5es, em que poderemos escolher, de forma democr\u00e1tica<\/a>, representantes<\/a> aos cargos de presidente da Rep\u00fablica, senadores, governadores, deputados federais e estaduais. <\/p>\n\n\n\n
O voto no Brasil \u00e9 obrigat\u00f3rio para todos aqueles acima de 18 anos, sendo facultativo para jovens com 16 e 17 anos, pessoas com mais de 70 anos e analfabetos. Crian\u00e7as e adolescentes<\/a> menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar<\/a>, mas isso n\u00e3o quer dizer que n\u00e3o devam estar inclu\u00eddos nos planos dos diferentes representantes pol\u00edticos. Muito pelo contr\u00e1rio.<\/p>\n\n\n\n
Diversos estudos j\u00e1 comprovaram que investir na primeira inf\u00e2ncia<\/a> \u00e9 a melhor maneira de reduzir desigualdades e construir uma sociedade com condi\u00e7\u00f5es sociais e ambientais sustent\u00e1veis.<\/p>\n\n\n\n
Cabe a n\u00f3s, adultos, escolher nas elei\u00e7\u00f5es candidatos que contemplem as crian\u00e7as em projetos e iniciativas diversas. Abaixo, veja 5 motivos que tornam urgente a valoriza\u00e7\u00e3o de projetos para a inf\u00e2ncia e juventude nas campanhas \u00e0s elei\u00e7\u00f5es de 2022. A lista \u00e9 do portal Lunetas, espa\u00e7o dedicado \u00e0 reflex\u00e3o sobre a inf\u00e2ncia, que recentemente lan\u00e7ou o especial \"Inf\u00e2ncias em foco: Quem vota pelas crian\u00e7as?\"<\/a>, um hub de informa\u00e7\u00e3o sobre pol\u00edtica e as inf\u00e2ncias. <\/p>\n\n\n\n
5 temas que envolvem as crian\u00e7as e que t\u00eam de estar previstos nas propostas dos candidatos \u00e0s elei\u00e7\u00f5es:<\/h2>\n\n\n\n
Fome<\/h3>\n\n\n\n
De acordo com um levantamento realizado pela Funda\u00e7\u00e3o Abrinq, cerca de 18,8 milh\u00f5es de meninos e meninas de at\u00e9 14 anos passam fome no Brasil. Essa inseguran\u00e7a alimentar traz preju\u00edzos grav\u00edssimos \u00e0s crian\u00e7as, afetando seu crescimento e o desenvolvimento f\u00edsico e cognitivo necess\u00e1rios para que consigam crescer de maneira saud\u00e1vel.<\/p>\n\n\n\n
Analfabetismo<\/h3>\n\n\n\n
H\u00e1 50 anos, a educa\u00e7\u00e3o infantil n\u00e3o era uma realidade no Brasil, no entanto, pol\u00edticas p\u00fablicas mudaram essa realidade. Ainda assim, nos \u00faltimos dois anos, o n\u00famero de crian\u00e7as de 6 e 7 anos que n\u00e3o sabem ler e escrever cresceu em 1 milh\u00e3o. Pensando no futuro e nos pr\u00f3ximos passos do Brasil relacionados \u00e0 educa\u00e7\u00e3o p\u00fablica, \u00e9 necess\u00e1rio eleger candidatos que queiram enfrentar as desigualdades sociais e lutar para que todas as crian\u00e7as e adolescentes tenham acesso \u00e0 educa\u00e7\u00e3o de qualidade.<\/p>\n\n\n\n
Trabalho Infantil<\/h3>\n\n\n\n
Atualmente, cerca de 2 milh\u00f5es de crian\u00e7as e adolescentes est\u00e3o em situa\u00e7\u00e3o de trabalho infantil no Brasil. Desse total, 66% s\u00e3o crian\u00e7as pretas ou pardas e 71% est\u00e3o na \u00e1rea urbana, de acordo com um levantamento divulgado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domic\u00edlios (PNAD Cont\u00ednua).<\/p>\n\n\n\n
Viol\u00eancia e explora\u00e7\u00e3o sexual<\/h3>\n\n\n\n
Entre 2016 e 2020, 35 mil crian\u00e7as e adolescentes, de 0 a 19 anos, foram mortos de forma violenta no Brasil e 180 mil sofreram viol\u00eancia sexual, segundo o Panorama da Viol\u00eancia Sexual contra crian\u00e7as e Adolescentes no Brasil, lan\u00e7ado pela Unicef e pelo F\u00f3rum Brasileiro de Seguran\u00e7a P\u00fablica (FBSP). Por isso, \u00e9 necess\u00e1rio eleger pessoas que tenham coragem para combater esse cen\u00e1rio e falar de assuntos como igualdade de g\u00eanero, empoderamento de meninas, viol\u00eancia sexual e femin\u00edcio.<\/p>\n\n\n\n
Moradia<\/h3>\n\n\n\n
Mais de 5 milh\u00f5es de pessoas ainda residem em domic\u00edlios sem banheiros ou sanit\u00e1rios de uso exclusivo e 9,7 milh\u00f5es vivem em condi\u00e7\u00f5es de adensamento excessivo, com mais de tr\u00eas moradores para cada dormit\u00f3rio. Este \u00e9 um assunto que n\u00e3o deve ser ignorado, j\u00e1 que todas as crian\u00e7as precisam de acesso \u00e0 moradia para viver com dignidade e poder se desenvolver em outras \u00e1reas, como lazer, educa\u00e7\u00e3o e sa\u00fade.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]  <\/p>\n","post_title":"5 motivos para priorizar as crian\u00e7as nas elei\u00e7\u00f5es de 2022","post_excerpt":"Crian\u00e7as e adolescentes menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar, mas s\u00e3o parcela importante da popula\u00e7\u00e3o e t\u00eam de estar contemplados nos projetos dos diferentes atores governamentais","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"5-motivos-para-priorizar-as-criancas-nas-eleicoes-de-2022","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-25 18:52:13","post_modified_gmt":"2022-08-25 21:52:13","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64369","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64334,"post_author":"4","post_date":"2022-08-22 15:14:51","post_date_gmt":"2022-08-22 18:14:51","post_content":"\n
O n\u00famero de crian\u00e7as e adolescente<\/a>s conectados \u00e0 internet cresceu nos \u00faltimos anos. Segundo o estudo TIC Kids Online Brasil 2021<\/a>, rec\u00e9m-divulgado, 93% ou 22,3 milh\u00f5es das crian\u00e7as e dos adolescentes<\/a> no pa\u00eds acessaram a web<\/a> em 2021, sendo que em 2019 esse percentual era de 89%. O crescimento foi impulsionado principalmente pela maior propor\u00e7\u00e3o de usu\u00e1rios na regi\u00e3o Nordeste e nas \u00e1reas rurais. <\/p>\n\n\n\n
O uso de redes sociais <\/a>pelas crian\u00e7as tamb\u00e9m tem se elevado, sendo a plataforma Tik Tok<\/a> a mais utilizada (34%), seguida pelo Instagram (33%). No Facebook, houve queda no uso de 66% para 51% no per\u00edodo citado. J\u00e1 o WhatsApp segue como a plataforma em que crian\u00e7as e adolescentes mais possuem perfil (foi de 70% em 2018 para 80% em 2021), e \u00e9 a mais difundida entre todos os estratos sociais.<\/p>\n\n\n\n
A pesquisa, conduzida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informa\u00e7\u00e3o (Cetic.br) do N\u00facleo de Informa\u00e7\u00e3o e Coordena\u00e7\u00e3o do Ponto BR (NIC.br), entrevistou 2.651 crian\u00e7as e adolescentes com idades entre 9 e 17 anos, bem como seus pais ou respons\u00e1veis, em todo o territ\u00f3rio nacional. As entrevistas aconteceram entre outubro de 2021 e mar\u00e7o de 2022, com a finalidade de investigar oportunidades e riscos relacionados \u00e0 participa\u00e7\u00e3o online desse p\u00fablico. <\/p>\n\n\n\n
Segundo o levantamento, as crian\u00e7as tamb\u00e9m est\u00e3o passando mais tempo em jogos online - seja conectadas com outros jogadores (de 57% para 66%, entre 2021 e 2019) ou n\u00e3o conectadas a eles (de 55% para 64%) -, e fazendo mais compras no ambiente digital - cresceu de 9% para 19% no mesmo per\u00edodo. <\/p>\n\n\n\n
\"Plataformas de cria\u00e7\u00e3o e compartilhamento de conte\u00fado audiovisual est\u00e3o entre as mais utilizadas por crian\u00e7as e adolescentes. Nesse contexto, a qualidade da conex\u00e3o \u00e0 Internet e dos dispositivos digitais utilizados para o acesso \u00e0 rede passam a ser determinantes para o melhor aproveitamento de oportunidades online. \u00c9 central, portanto, garantir condi\u00e7\u00f5es equitativas de conectividade para crian\u00e7as e adolescentes em diferentes contextos socioecon\u00f4micos\", aponta Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br. <\/p>\n\n\n\n
A pesquisa TIC Kids Online <\/a>detectou, ainda, que o telefone celular segue como o principal meio de conex\u00e3o \u00e0 rede nos diferentes extratos sociais. Para 53%, o celular foi o \u00fanico dispositivo usado, realidade que se verificou mais presente nas classes DE (78%) e C (52%) do que nas classes AB (18%). <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Acesso a propagandas<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
Entre as atividades multim\u00eddia, as mais acessadas pelas crian\u00e7as s\u00e3o ouvir m\u00fasica (80%), assistir a v\u00eddeos, programas, filmes ou s\u00e9ries (84%), S\u00edtios de v\u00eddeos (67%) e redes sociais (61%) est\u00e3o entre as principais plataformas em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios de internet declaram ter visto propaganda de produtos ou marcas. Pessoas ensinando como usar algum produto (62%) e abrindo embalagens -- o chamado unboxing<\/em><\/strong> - (61%) foram os principais conte\u00fados de imagem ou v\u00eddeo em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios da rede tiveram contato com divulga\u00e7\u00e3o de produtos ou marcas. Entre as principais categorias de produtos ou marcas vistas no ambiente online<\/em> est\u00e3o: <\/p>\n\n\n\n
Equipamentos eletr\u00f4nicos (60%); <\/li>
Roupas e sapatos (60%); <\/li>
Comidas, bebidas ou doces (57%); <\/li>
Videogames ou jogos (46%); <\/li>
Maquiagem e outros produtos de beleza (46%).\u00a0<\/li><\/ul>\n\n\n\nBusca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e bem-estar<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa tamb\u00e9m constatou que 32% dos jovens entre 11 e 17 anos procuram ajuda para lidar com algo ruim que vivenciaram<\/strong>, ou para falar sobre suas emo\u00e7\u00f5es<\/strong> quando se sentiram tristes. <\/p>\n\n\n\n
Entre os temas mais procurados relacionados \u00e0 sa\u00fade est\u00e3o:<\/p>\n\n\n\n
Informa\u00e7\u00f5es sobre alimenta\u00e7\u00e3o (55%);
Preven\u00e7\u00e3o e tratamento de doen\u00e7as (38%);
Exerc\u00edcios e meios para ficar em forma (36%);
Informa\u00e7\u00f5es sobre medicamentos (22%);<\/li>
Discuss\u00f5es sobre sa\u00fade sexual e educa\u00e7\u00e3o sexual (21%).<\/li><\/ul>\n\n\n\n
\"A pesquisa busca levantar evid\u00eancias que contribuam para a promo\u00e7\u00e3o de direitos e do bem-estar de crian\u00e7as e adolescentes. Desse modo, para al\u00e9m das atividades presentes na s\u00e9rie hist\u00f3rica da pesquisa, o uso da rede na busca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e apoio emocional passou a ser um tema relevante de investiga\u00e7\u00e3o\", sinaliza Barbosa.<\/p>\n\n\n\n
\"Pesquisas como a TIC Kids Online Brasil s\u00e3o de extrema relev\u00e2ncia para entendermos o cen\u00e1rio atual e fortalecermos o letramento e inclus\u00e3o digital dos mais jovens, com mais seguran\u00e7a e qualidade, quest\u00f5es intr\u00ednsecas ao trabalho realizado pelo Comit\u00ea Gestor da Internet no Brasil\", pondera Jos\u00e9 Gontijo, coordenador do CGI.br.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
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S\u00e3o pessoas que aprenderam com os modelos anteriores como devem proceder, como educar e como deve ser a rela\u00e7\u00e3o entre pais e filhos, e eles terminam agindo em nome desse bem-estar. Eles querem o bem dos filhos, n\u00e3o desejam o mal, mas \u00e9 um bem meio que projetado, n\u00e3o \u00e9 um bem presente, \u00e9 o bem do amanh\u00e3. Eu quero que meu filho esteja bem, mas para isso ele precisa seguir uma regra, uma norma, uma conduta, um padr\u00e3o, uma organiza\u00e7\u00e3o. Se ele n\u00e3o segue, eu n\u00e3o consigo ser m\u00e3e, pai dele, n\u00e3o consigo estabelecer uma rela\u00e7\u00e3o afetiva, de di\u00e1logo, e come\u00e7o a entrar em conflito.<\/p>\n\n\n\n
S\u00e3o pais que rejeitam os filhos? <\/h2>\n\n\n\n
Essa gera\u00e7\u00e3o mostra que os pais, se n\u00e3o h\u00e1 um modelo estabelecido, eles n\u00e3o se disp\u00f5em a aprender com o que eles veem na realidade, \u00e9 quase que um filho abstrato. Quando o filho real come\u00e7a a emergir e mostrar suas caracter\u00edsticas, os pais come\u00e7am a estranhar aquilo e n\u00e3o entram em processo de di\u00e1logo, se afastam. \u00c9 esse afastamento, esse vazio, que cria a gera\u00e7\u00e3o do quarto. Por isso afirmo que \u00e9 na matriz familiar que a gera\u00e7\u00e3o \u00e9 gerada, quer dizer, os pais n\u00e3o conseguem observar, de modo geral, a emerg\u00eancia dos humanos que eles mesmos criaram. Eles t\u00eam o humano projetado, \u00e9 quase um molde de um humano. Quando vem uma orienta\u00e7\u00e3o sexual ou um g\u00eanero que n\u00e3o \u00e9 norma, causa um impacto. <\/p>\n\n\n\n
Claro que \u00e9 menos impactante quando o filho diz que n\u00e3o quer ser m\u00e9dico, mas sim ator, pode haver resist\u00eancia mas n\u00e3o t\u00e3o intensa como quando voc\u00ea diz que \u00e9 gay, isso causa um embara\u00e7o. Mas n\u00e3o gosto de condenar os pais e as m\u00e3es, porque acho que eles est\u00e3o envolvidos nesse processo, eles querem acertar, ao menos, os que t\u00eam paternagem e maternagem, que chamo de esp\u00edrito de pai e m\u00e3e. Os que n\u00e3o t\u00eam, esses simplesmente geram os filhos, est\u00e3o ali numa esp\u00e9cie de playground de criar filhos. Mas os que t\u00eam paternagem, eles v\u00e3o tentando encontrar e conseguem, ent\u00e3o nesse caso, essa fissura, esse vazio que se abriu \u00e9 reduzido e a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 compreendida. <\/p>\n\n\n\n
Os pais sabem que t\u00eam um problema em casa?<\/h2>\n\n\n\n
Eles n\u00e3o t\u00eam conhecimento, porque a gera\u00e7\u00e3o do quarto cognitivamente n\u00e3o tem problema com boletim escolar. Essa gera\u00e7\u00e3o chega na universidade. Essa causa-consequ\u00eancia que a gente confabulou e afirmou tantas vezes que, por exemplo, vai ter problemas na escola, no rendimento escolar, n\u00e3o \u00e9 um sinal, a gera\u00e7\u00e3o do quarto tem um boletim escolar azul,<\/strong> e os pais n\u00e3o percebem. Eles acham que faz parte da vida estar no quarto.<\/strong> Muitos me dizem isso, \u201cah mas meu filho est\u00e1 no quarto j\u00e1 h\u00e1 tanto tempo que nem me dava conta\u201d. Eles come\u00e7am a se dar conta quando a crian\u00e7a ou o adolescente come\u00e7a a se cortar, quando come\u00e7am a gritar em sil\u00eancio, a\u00ed os pais alertam, mas at\u00e9 ent\u00e3o, n\u00e3o. Chamam para jantar, quando conseguem, lembrando que pais contempor\u00e2neos vivem muito fora de casa, trabalham muito, com finalidade de dar um futuro para os filhos.  <\/p>\n\n\n\n
Ou seja, o esfor\u00e7o dos pais para garantir uma boa estrutura familiar acaba por distanci\u00e1-los dos filhos?<\/h2>\n\n\n\n
\u00c9 a alternativa que se deu para a fam\u00edlia. Num pa\u00eds de mais de 210 milh\u00f5es de pessoas, n\u00e3o \u00e9 todo mundo que para e reflete sobre o que \u00e9 ser uma fam\u00edlia. Para os que est\u00e3o abaixo da linha da mis\u00e9ria tem que pensar muito como se recupera. H\u00e1 uma quest\u00e3o importante: o fen\u00f4meno da gera\u00e7\u00e3o do quarto se d\u00e1 em todas as classes sociais, mas as estrat\u00e9gias trabalhadas mudam. Tem muitas pessoas que usam a gravidez, por exemplo, como forma de sair de uma situa\u00e7\u00e3o socioecon\u00f4mica. Engravidar pode ser uma esp\u00e9cie de promo\u00e7\u00e3o social, ou seja, o problema \u00e9 o mesmo, a dor ps\u00edquica \u00e9 a mesma, mas a maneira de lidar com ela \u00e9 diferente. <\/p>\n\n\n\n
Os jovens n\u00e3o se abrem com os pais, mas n\u00e3o se opuseram a falar com voc\u00ea?<\/h2>\n\n\n\n
Talvez o que favorece para um pesquisador como eu \u00e9 me dispor a escutar sem condenar, sem julgamento. Eu escuto para acolher e esse talvez seja um potencial que a gente possa ensinar aos pais e \u00e0s m\u00e3es, para que o filho diga o que pensa, o que acha, o que gosta e n\u00e3o gosta, se sinta confort\u00e1vel em ser diferente dos pais. Acho que as fam\u00edlias escutam julgando, comparando e sentenciando demais. As crian\u00e7as, ao contr\u00e1rio do que as pessoas pensam, s\u00e3o muito sens\u00edveis, muito cr\u00edticas, elas conseguem responder perguntas, falar sobre sentimentos com quem elas se sentem confort\u00e1veis. Al\u00e9m disso, uma das t\u00e9cnicas que utilizei, o question\u00e1rio online, me trouxe muitas respostas, porque tinha perguntas abertas. Alguns dos depoimentos que apresento no livro eu n\u00e3o ouvi, eu li. Quando n\u00e3o tenho que dizer meu nome, quem eu sou, de onde sou, qual minha idade, me sinto mais livre para falar, pedir ajuda. Foram esses depoimentos que me causaram impacto e me fizeram depois entrevistar o grupo menor por meio de rodas de conversa. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Qual o papel da escola nesse contexto?<\/h2>\n\n\n\n
Eu sou um profissional e defensor da escola, a escola para mim \u00e9 uma grande inven\u00e7\u00e3o social, cumpre papel de forma\u00e7\u00e3o, de complementaridade, sobretudo no campo do que chamamos de conhecimento cient\u00edfico. Ela tamb\u00e9m tem um papel social, porque trabalha com pessoas, organiza\u00e7\u00f5es, institui\u00e7\u00f5es, mas ela precisa ser revisitada e reformulada nos seus objetivos matriciais. A escola n\u00e3o pode querer exclusivamente formar do ponto vista cognitivo. Isso \u00e9 um equ\u00edvoco que se manifesta sobretudo nessas escolas, que insistem num modelo de concorr\u00eancia, competi\u00e7\u00e3o, ranqueamento, na nota como resposta \u00e0 aprendizagem. S\u00e3o escolas desconectadas com grandes problemas contempor\u00e2neos, como a sobreviv\u00eancia do Planeta Terra. Temos um planeta amea\u00e7ado de desertifica\u00e7\u00e3o, de aus\u00eancia de comida, amea\u00e7ado no campo dos povos origin\u00e1rios, ent\u00e3o essas s\u00e3o preocupa\u00e7\u00f5es que a escola deve ter. <\/p>\n\n\n\n
Outra preocupa\u00e7\u00e3o \u00e9 a diversidade, temos uma sociedade que se mostra violenta com as minorias, racista e mis\u00f3gina. As mulheres sofrem muito nessa sociedade. A escola n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 para discutir f\u00f3rmulas qu\u00edmicas, biol\u00f3gicas, equa\u00e7\u00f5es matem\u00e1ticas, sintaxe da l\u00edngua. <\/p>\n\n\n\n
A escola \u00e9 para ajudar a usar o conhecimento cient\u00edfico na melhoria da qualidade de vida das pessoas, da minha e dos outros. <\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Ent\u00e3o se ela n\u00e3o faz isso, se insiste na concorr\u00eancia, em colocar aqueles que s\u00e3o bons e n\u00e3o s\u00e3o bons, os que s\u00e3o inteligentes e os que n\u00e3o s\u00e3o inteligentes, e ela tem insistido, ela ajuda a adoecer. \u00c9 o que digo no livro. <\/p>\n\n\n\n
O que dizer aos pais e m\u00e3es da gera\u00e7\u00e3o do quarto?<\/h2>\n\n\n\n
Os filhos e as filhas v\u00e3o precisar muito mesmo dos pais. Tem dois cen\u00e1rios, um \u00e9 ajudar meu filho a n\u00e3o entrar no quarto e o outro \u00e9 ajudar o filho que j\u00e1 est\u00e1 no quarto. No livro eu falo de cinco pilares: cuidado, autoconhecimento, conviv\u00eancia, dialogicidade e amorosidade. Trabalhar a fam\u00edlia e a escola a partir dessas sustenta\u00e7\u00f5es \u00e9 preventivo, mas pode servir tamb\u00e9m para situa\u00e7\u00f5es de pessoas que j\u00e1 est\u00e3o adoecidas, neste caso, associado ao acompanhamento de um profissional da sa\u00fade mental - psic\u00f3logo, psiquiatra, psicanalista, a depender do caso.<\/p>\n\n\n\n
O pilar do cuidado<\/strong> trata sobre a import\u00e2ncia do cuidado consigo e do cuidado com o outro, o que implica tratar das quest\u00f5es relacionadas a respeito, compreens\u00e3o, conviv\u00eancia, uso abusivo de \u00e1lcool, relacionamentos abusivos, bullying, ciberbullying, uso excessivo de redes sociais digitais, entre outros aspectos.

O pilar do autoconhecimento<\/strong> trata sobre a biografia, a hist\u00f3ria de cada pessoa, a fam\u00edlia. Proponho um trabalho sobre ancestralidade, que a pessoa conhe\u00e7a sua hist\u00f3ria de vida, conhe\u00e7a seu pai, sua m\u00e3e, sua opini\u00e3o, seus gostos. Isso tem a ver com quem eu sou, do ponto de vista \u00e9tico, e vai me dar uma seguran\u00e7a para enfrentar aquilo que querem que eu seja. Eu sou isso, mas querem que eu seja aquilo. N\u00e3o escondo minhas fragilidades, sou amado, o que d\u00e1 seguran\u00e7a. N\u00e3o vou dizer para minha crian\u00e7a que a vida \u00e9 f\u00e1cil, um mar de rosas, que ela nunca vai encontrar desafios, mas vou ajud\u00e1-la e fortalec\u00ea-la para que ela possa enfrent\u00e1-los.<\/p>\n\n\n\n
No pilar da conviv\u00eancia<\/strong>, h\u00e1 uma rela\u00e7\u00e3o entre aprender a ser e aprender a conviver. Trato de situa\u00e7\u00f5es cotidianas que evocam reflex\u00f5es \u00e9ticas, morais e espirituais, para as quais a compaix\u00e3o, a empatia e a resili\u00eancia s\u00e3o habilidades necess\u00e1rias e essenciais. O exerc\u00edcio da dialogicidade<\/strong> \u00e9 realizado quando as pessoas aprendem a falar o que pensam e sentem, mas entendem que o que pensam e sentem n\u00e3o \u00e9 a \u00faltima palavra sobre a verdade. O pilar da amorosidade<\/strong> \u00e9 tratado com reflex\u00f5es e a\u00e7\u00f5es. As reflex\u00f5es geram as a\u00e7\u00f5es, e as a\u00e7\u00f5es n\u00e3o s\u00e3o realizadas de modo mec\u00e2nico. <\/p>\n\n\n\n
Os pais podem aprender com os filhos?<\/h2>\n\n\n\n
O livro n\u00e3o tem que ser uma pedra para atirar nos pais e na escola, tem que ser um acalanto. Eu acho que a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 t\u00e3o potente que nos possibilita reaprender a viver, tenho grande esperan\u00e7a na gera\u00e7\u00e3o do quarto, a mesma gera\u00e7\u00e3o que \u00e9 violenta me ensina novos modos de amor, n\u00e3o vejo a gera\u00e7\u00e3o como fracassada, que n\u00e3o deu certo, acho um absurdo dizer que \u00e9 uma gera\u00e7\u00e3o parasita, \"nem-nem\". Obviamente ela traz todas as mazelas, n\u00e3o foi a gera\u00e7\u00e3o do quarto que inventou o abuso do \u00e1lcool, a viol\u00eancia, esses foram c\u00f3digos sempre usados, mas a gera\u00e7\u00e3o do quarto est\u00e1 nos dando outras alternativas, como maior preocupa\u00e7\u00e3o sobre consumo, meio ambiente, empoderamento das meninas, orienta\u00e7\u00e3o \u00e0 quest\u00e3o de g\u00eanero. Essa gera\u00e7\u00e3o tem muita coisa a nos mostrar, n\u00e3o precisamos ter medo, podemos aprender com elas. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"A gera\u00e7\u00e3o do quarto: um retrato chocante da juventude brasileira","post_excerpt":"Ap\u00f3s ouvir mais de 3 mil crian\u00e7as e adolescentes que vivem experi\u00eancias traum\u00e1ticas em seus quartos, o pesquisador Hugo Monteiro Ferreira faz um alerta aos pais e \u00e0s escolas sobre a necessidade de mudar a forma de se relacionar com os jovens","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"a-geracao-do-quarto-o-retrato-chocante-da-juventude-brasileira","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-30 11:00:28","post_modified_gmt":"2022-08-30 14:00:28","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64515","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64369,"post_author":"4","post_date":"2022-08-23 10:54:43","post_date_gmt":"2022-08-23 13:54:43","post_content":"\n
De acordo com o Artigo 227<\/a> da Constitui\u00e7\u00e3o de 1988, as crian\u00e7as<\/a> devem ser prioridade absoluta em todas as decis\u00f5es, programas e pol\u00edticas p\u00fablicas<\/a>. Isso se torna mais relevante em ano de elei\u00e7\u00f5es, em que poderemos escolher, de forma democr\u00e1tica<\/a>, representantes<\/a> aos cargos de presidente da Rep\u00fablica, senadores, governadores, deputados federais e estaduais. <\/p>\n\n\n\n
O voto no Brasil \u00e9 obrigat\u00f3rio para todos aqueles acima de 18 anos, sendo facultativo para jovens com 16 e 17 anos, pessoas com mais de 70 anos e analfabetos. Crian\u00e7as e adolescentes<\/a> menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar<\/a>, mas isso n\u00e3o quer dizer que n\u00e3o devam estar inclu\u00eddos nos planos dos diferentes representantes pol\u00edticos. Muito pelo contr\u00e1rio.<\/p>\n\n\n\n
Diversos estudos j\u00e1 comprovaram que investir na primeira inf\u00e2ncia<\/a> \u00e9 a melhor maneira de reduzir desigualdades e construir uma sociedade com condi\u00e7\u00f5es sociais e ambientais sustent\u00e1veis.<\/p>\n\n\n\n
Cabe a n\u00f3s, adultos, escolher nas elei\u00e7\u00f5es candidatos que contemplem as crian\u00e7as em projetos e iniciativas diversas. Abaixo, veja 5 motivos que tornam urgente a valoriza\u00e7\u00e3o de projetos para a inf\u00e2ncia e juventude nas campanhas \u00e0s elei\u00e7\u00f5es de 2022. A lista \u00e9 do portal Lunetas, espa\u00e7o dedicado \u00e0 reflex\u00e3o sobre a inf\u00e2ncia, que recentemente lan\u00e7ou o especial \"Inf\u00e2ncias em foco: Quem vota pelas crian\u00e7as?\"<\/a>, um hub de informa\u00e7\u00e3o sobre pol\u00edtica e as inf\u00e2ncias. <\/p>\n\n\n\n
5 temas que envolvem as crian\u00e7as e que t\u00eam de estar previstos nas propostas dos candidatos \u00e0s elei\u00e7\u00f5es:<\/h2>\n\n\n\n
Fome<\/h3>\n\n\n\n
De acordo com um levantamento realizado pela Funda\u00e7\u00e3o Abrinq, cerca de 18,8 milh\u00f5es de meninos e meninas de at\u00e9 14 anos passam fome no Brasil. Essa inseguran\u00e7a alimentar traz preju\u00edzos grav\u00edssimos \u00e0s crian\u00e7as, afetando seu crescimento e o desenvolvimento f\u00edsico e cognitivo necess\u00e1rios para que consigam crescer de maneira saud\u00e1vel.<\/p>\n\n\n\n
Analfabetismo<\/h3>\n\n\n\n
H\u00e1 50 anos, a educa\u00e7\u00e3o infantil n\u00e3o era uma realidade no Brasil, no entanto, pol\u00edticas p\u00fablicas mudaram essa realidade. Ainda assim, nos \u00faltimos dois anos, o n\u00famero de crian\u00e7as de 6 e 7 anos que n\u00e3o sabem ler e escrever cresceu em 1 milh\u00e3o. Pensando no futuro e nos pr\u00f3ximos passos do Brasil relacionados \u00e0 educa\u00e7\u00e3o p\u00fablica, \u00e9 necess\u00e1rio eleger candidatos que queiram enfrentar as desigualdades sociais e lutar para que todas as crian\u00e7as e adolescentes tenham acesso \u00e0 educa\u00e7\u00e3o de qualidade.<\/p>\n\n\n\n
Trabalho Infantil<\/h3>\n\n\n\n
Atualmente, cerca de 2 milh\u00f5es de crian\u00e7as e adolescentes est\u00e3o em situa\u00e7\u00e3o de trabalho infantil no Brasil. Desse total, 66% s\u00e3o crian\u00e7as pretas ou pardas e 71% est\u00e3o na \u00e1rea urbana, de acordo com um levantamento divulgado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domic\u00edlios (PNAD Cont\u00ednua).<\/p>\n\n\n\n
Viol\u00eancia e explora\u00e7\u00e3o sexual<\/h3>\n\n\n\n
Entre 2016 e 2020, 35 mil crian\u00e7as e adolescentes, de 0 a 19 anos, foram mortos de forma violenta no Brasil e 180 mil sofreram viol\u00eancia sexual, segundo o Panorama da Viol\u00eancia Sexual contra crian\u00e7as e Adolescentes no Brasil, lan\u00e7ado pela Unicef e pelo F\u00f3rum Brasileiro de Seguran\u00e7a P\u00fablica (FBSP). Por isso, \u00e9 necess\u00e1rio eleger pessoas que tenham coragem para combater esse cen\u00e1rio e falar de assuntos como igualdade de g\u00eanero, empoderamento de meninas, viol\u00eancia sexual e femin\u00edcio.<\/p>\n\n\n\n
Moradia<\/h3>\n\n\n\n
Mais de 5 milh\u00f5es de pessoas ainda residem em domic\u00edlios sem banheiros ou sanit\u00e1rios de uso exclusivo e 9,7 milh\u00f5es vivem em condi\u00e7\u00f5es de adensamento excessivo, com mais de tr\u00eas moradores para cada dormit\u00f3rio. Este \u00e9 um assunto que n\u00e3o deve ser ignorado, j\u00e1 que todas as crian\u00e7as precisam de acesso \u00e0 moradia para viver com dignidade e poder se desenvolver em outras \u00e1reas, como lazer, educa\u00e7\u00e3o e sa\u00fade.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]  <\/p>\n","post_title":"5 motivos para priorizar as crian\u00e7as nas elei\u00e7\u00f5es de 2022","post_excerpt":"Crian\u00e7as e adolescentes menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar, mas s\u00e3o parcela importante da popula\u00e7\u00e3o e t\u00eam de estar contemplados nos projetos dos diferentes atores governamentais","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"5-motivos-para-priorizar-as-criancas-nas-eleicoes-de-2022","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-25 18:52:13","post_modified_gmt":"2022-08-25 21:52:13","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64369","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64334,"post_author":"4","post_date":"2022-08-22 15:14:51","post_date_gmt":"2022-08-22 18:14:51","post_content":"\n
O n\u00famero de crian\u00e7as e adolescente<\/a>s conectados \u00e0 internet cresceu nos \u00faltimos anos. Segundo o estudo TIC Kids Online Brasil 2021<\/a>, rec\u00e9m-divulgado, 93% ou 22,3 milh\u00f5es das crian\u00e7as e dos adolescentes<\/a> no pa\u00eds acessaram a web<\/a> em 2021, sendo que em 2019 esse percentual era de 89%. O crescimento foi impulsionado principalmente pela maior propor\u00e7\u00e3o de usu\u00e1rios na regi\u00e3o Nordeste e nas \u00e1reas rurais. <\/p>\n\n\n\n
O uso de redes sociais <\/a>pelas crian\u00e7as tamb\u00e9m tem se elevado, sendo a plataforma Tik Tok<\/a> a mais utilizada (34%), seguida pelo Instagram (33%). No Facebook, houve queda no uso de 66% para 51% no per\u00edodo citado. J\u00e1 o WhatsApp segue como a plataforma em que crian\u00e7as e adolescentes mais possuem perfil (foi de 70% em 2018 para 80% em 2021), e \u00e9 a mais difundida entre todos os estratos sociais.<\/p>\n\n\n\n
A pesquisa, conduzida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informa\u00e7\u00e3o (Cetic.br) do N\u00facleo de Informa\u00e7\u00e3o e Coordena\u00e7\u00e3o do Ponto BR (NIC.br), entrevistou 2.651 crian\u00e7as e adolescentes com idades entre 9 e 17 anos, bem como seus pais ou respons\u00e1veis, em todo o territ\u00f3rio nacional. As entrevistas aconteceram entre outubro de 2021 e mar\u00e7o de 2022, com a finalidade de investigar oportunidades e riscos relacionados \u00e0 participa\u00e7\u00e3o online desse p\u00fablico. <\/p>\n\n\n\n
Segundo o levantamento, as crian\u00e7as tamb\u00e9m est\u00e3o passando mais tempo em jogos online - seja conectadas com outros jogadores (de 57% para 66%, entre 2021 e 2019) ou n\u00e3o conectadas a eles (de 55% para 64%) -, e fazendo mais compras no ambiente digital - cresceu de 9% para 19% no mesmo per\u00edodo. <\/p>\n\n\n\n
\"Plataformas de cria\u00e7\u00e3o e compartilhamento de conte\u00fado audiovisual est\u00e3o entre as mais utilizadas por crian\u00e7as e adolescentes. Nesse contexto, a qualidade da conex\u00e3o \u00e0 Internet e dos dispositivos digitais utilizados para o acesso \u00e0 rede passam a ser determinantes para o melhor aproveitamento de oportunidades online. \u00c9 central, portanto, garantir condi\u00e7\u00f5es equitativas de conectividade para crian\u00e7as e adolescentes em diferentes contextos socioecon\u00f4micos\", aponta Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br. <\/p>\n\n\n\n
A pesquisa TIC Kids Online <\/a>detectou, ainda, que o telefone celular segue como o principal meio de conex\u00e3o \u00e0 rede nos diferentes extratos sociais. Para 53%, o celular foi o \u00fanico dispositivo usado, realidade que se verificou mais presente nas classes DE (78%) e C (52%) do que nas classes AB (18%). <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Acesso a propagandas<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
Entre as atividades multim\u00eddia, as mais acessadas pelas crian\u00e7as s\u00e3o ouvir m\u00fasica (80%), assistir a v\u00eddeos, programas, filmes ou s\u00e9ries (84%), S\u00edtios de v\u00eddeos (67%) e redes sociais (61%) est\u00e3o entre as principais plataformas em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios de internet declaram ter visto propaganda de produtos ou marcas. Pessoas ensinando como usar algum produto (62%) e abrindo embalagens -- o chamado unboxing<\/em><\/strong> - (61%) foram os principais conte\u00fados de imagem ou v\u00eddeo em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios da rede tiveram contato com divulga\u00e7\u00e3o de produtos ou marcas. Entre as principais categorias de produtos ou marcas vistas no ambiente online<\/em> est\u00e3o: <\/p>\n\n\n\n
Equipamentos eletr\u00f4nicos (60%); <\/li>
Roupas e sapatos (60%); <\/li>
Comidas, bebidas ou doces (57%); <\/li>
Videogames ou jogos (46%); <\/li>
Maquiagem e outros produtos de beleza (46%).\u00a0<\/li><\/ul>\n\n\n\nBusca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e bem-estar<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa tamb\u00e9m constatou que 32% dos jovens entre 11 e 17 anos procuram ajuda para lidar com algo ruim que vivenciaram<\/strong>, ou para falar sobre suas emo\u00e7\u00f5es<\/strong> quando se sentiram tristes. <\/p>\n\n\n\n
Entre os temas mais procurados relacionados \u00e0 sa\u00fade est\u00e3o:<\/p>\n\n\n\n
Informa\u00e7\u00f5es sobre alimenta\u00e7\u00e3o (55%);
Preven\u00e7\u00e3o e tratamento de doen\u00e7as (38%);
Exerc\u00edcios e meios para ficar em forma (36%);
Informa\u00e7\u00f5es sobre medicamentos (22%);<\/li>
Discuss\u00f5es sobre sa\u00fade sexual e educa\u00e7\u00e3o sexual (21%).<\/li><\/ul>\n\n\n\n
\"A pesquisa busca levantar evid\u00eancias que contribuam para a promo\u00e7\u00e3o de direitos e do bem-estar de crian\u00e7as e adolescentes. Desse modo, para al\u00e9m das atividades presentes na s\u00e9rie hist\u00f3rica da pesquisa, o uso da rede na busca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e apoio emocional passou a ser um tema relevante de investiga\u00e7\u00e3o\", sinaliza Barbosa.<\/p>\n\n\n\n
\"Pesquisas como a TIC Kids Online Brasil s\u00e3o de extrema relev\u00e2ncia para entendermos o cen\u00e1rio atual e fortalecermos o letramento e inclus\u00e3o digital dos mais jovens, com mais seguran\u00e7a e qualidade, quest\u00f5es intr\u00ednsecas ao trabalho realizado pelo Comit\u00ea Gestor da Internet no Brasil\", pondera Jos\u00e9 Gontijo, coordenador do CGI.br.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"] <\/p>\n","post_title":"93% dos jovens entre 9 e 17 anos usam a internet no pa\u00eds, revela pesquisa","post_excerpt":"Pesquisa TIC Kids Online Brasil 2021 tamb\u00e9m mostrou que a TikTok \u00e9 a principal rede social utilizada por crian\u00e7as e adolescentes","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"93-dos-jovens-entre-9-e-17-anos-usam-a-internet-revela-pesquisa-tic-kids-online-2021","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-23 11:24:47","post_modified_gmt":"2022-08-23 14:24:47","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64334","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"}],"next":false,"prev":true,"total_page":12},"paged":1,"column_class":"jeg_col_2o3","class":"epic_block_3"};

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H\u00e1 caracter\u00edsticas em comum entre os pais dessa gera\u00e7\u00e3o?<\/h2>\n\n\n\n
S\u00e3o pessoas que aprenderam com os modelos anteriores como devem proceder, como educar e como deve ser a rela\u00e7\u00e3o entre pais e filhos, e eles terminam agindo em nome desse bem-estar. Eles querem o bem dos filhos, n\u00e3o desejam o mal, mas \u00e9 um bem meio que projetado, n\u00e3o \u00e9 um bem presente, \u00e9 o bem do amanh\u00e3. Eu quero que meu filho esteja bem, mas para isso ele precisa seguir uma regra, uma norma, uma conduta, um padr\u00e3o, uma organiza\u00e7\u00e3o. Se ele n\u00e3o segue, eu n\u00e3o consigo ser m\u00e3e, pai dele, n\u00e3o consigo estabelecer uma rela\u00e7\u00e3o afetiva, de di\u00e1logo, e come\u00e7o a entrar em conflito.<\/p>\n\n\n\n
S\u00e3o pais que rejeitam os filhos? <\/h2>\n\n\n\n
Essa gera\u00e7\u00e3o mostra que os pais, se n\u00e3o h\u00e1 um modelo estabelecido, eles n\u00e3o se disp\u00f5em a aprender com o que eles veem na realidade, \u00e9 quase que um filho abstrato. Quando o filho real come\u00e7a a emergir e mostrar suas caracter\u00edsticas, os pais come\u00e7am a estranhar aquilo e n\u00e3o entram em processo de di\u00e1logo, se afastam. \u00c9 esse afastamento, esse vazio, que cria a gera\u00e7\u00e3o do quarto. Por isso afirmo que \u00e9 na matriz familiar que a gera\u00e7\u00e3o \u00e9 gerada, quer dizer, os pais n\u00e3o conseguem observar, de modo geral, a emerg\u00eancia dos humanos que eles mesmos criaram. Eles t\u00eam o humano projetado, \u00e9 quase um molde de um humano. Quando vem uma orienta\u00e7\u00e3o sexual ou um g\u00eanero que n\u00e3o \u00e9 norma, causa um impacto. <\/p>\n\n\n\n
Claro que \u00e9 menos impactante quando o filho diz que n\u00e3o quer ser m\u00e9dico, mas sim ator, pode haver resist\u00eancia mas n\u00e3o t\u00e3o intensa como quando voc\u00ea diz que \u00e9 gay, isso causa um embara\u00e7o. Mas n\u00e3o gosto de condenar os pais e as m\u00e3es, porque acho que eles est\u00e3o envolvidos nesse processo, eles querem acertar, ao menos, os que t\u00eam paternagem e maternagem, que chamo de esp\u00edrito de pai e m\u00e3e. Os que n\u00e3o t\u00eam, esses simplesmente geram os filhos, est\u00e3o ali numa esp\u00e9cie de playground de criar filhos. Mas os que t\u00eam paternagem, eles v\u00e3o tentando encontrar e conseguem, ent\u00e3o nesse caso, essa fissura, esse vazio que se abriu \u00e9 reduzido e a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 compreendida. <\/p>\n\n\n\n
Os pais sabem que t\u00eam um problema em casa?<\/h2>\n\n\n\n
Eles n\u00e3o t\u00eam conhecimento, porque a gera\u00e7\u00e3o do quarto cognitivamente n\u00e3o tem problema com boletim escolar. Essa gera\u00e7\u00e3o chega na universidade. Essa causa-consequ\u00eancia que a gente confabulou e afirmou tantas vezes que, por exemplo, vai ter problemas na escola, no rendimento escolar, n\u00e3o \u00e9 um sinal, a gera\u00e7\u00e3o do quarto tem um boletim escolar azul,<\/strong> e os pais n\u00e3o percebem. Eles acham que faz parte da vida estar no quarto.<\/strong> Muitos me dizem isso, \u201cah mas meu filho est\u00e1 no quarto j\u00e1 h\u00e1 tanto tempo que nem me dava conta\u201d. Eles come\u00e7am a se dar conta quando a crian\u00e7a ou o adolescente come\u00e7a a se cortar, quando come\u00e7am a gritar em sil\u00eancio, a\u00ed os pais alertam, mas at\u00e9 ent\u00e3o, n\u00e3o. Chamam para jantar, quando conseguem, lembrando que pais contempor\u00e2neos vivem muito fora de casa, trabalham muito, com finalidade de dar um futuro para os filhos.  <\/p>\n\n\n\n
Ou seja, o esfor\u00e7o dos pais para garantir uma boa estrutura familiar acaba por distanci\u00e1-los dos filhos?<\/h2>\n\n\n\n
\u00c9 a alternativa que se deu para a fam\u00edlia. Num pa\u00eds de mais de 210 milh\u00f5es de pessoas, n\u00e3o \u00e9 todo mundo que para e reflete sobre o que \u00e9 ser uma fam\u00edlia. Para os que est\u00e3o abaixo da linha da mis\u00e9ria tem que pensar muito como se recupera. H\u00e1 uma quest\u00e3o importante: o fen\u00f4meno da gera\u00e7\u00e3o do quarto se d\u00e1 em todas as classes sociais, mas as estrat\u00e9gias trabalhadas mudam. Tem muitas pessoas que usam a gravidez, por exemplo, como forma de sair de uma situa\u00e7\u00e3o socioecon\u00f4mica. Engravidar pode ser uma esp\u00e9cie de promo\u00e7\u00e3o social, ou seja, o problema \u00e9 o mesmo, a dor ps\u00edquica \u00e9 a mesma, mas a maneira de lidar com ela \u00e9 diferente. <\/p>\n\n\n\n
Os jovens n\u00e3o se abrem com os pais, mas n\u00e3o se opuseram a falar com voc\u00ea?<\/h2>\n\n\n\n
Talvez o que favorece para um pesquisador como eu \u00e9 me dispor a escutar sem condenar, sem julgamento. Eu escuto para acolher e esse talvez seja um potencial que a gente possa ensinar aos pais e \u00e0s m\u00e3es, para que o filho diga o que pensa, o que acha, o que gosta e n\u00e3o gosta, se sinta confort\u00e1vel em ser diferente dos pais. Acho que as fam\u00edlias escutam julgando, comparando e sentenciando demais. As crian\u00e7as, ao contr\u00e1rio do que as pessoas pensam, s\u00e3o muito sens\u00edveis, muito cr\u00edticas, elas conseguem responder perguntas, falar sobre sentimentos com quem elas se sentem confort\u00e1veis. Al\u00e9m disso, uma das t\u00e9cnicas que utilizei, o question\u00e1rio online, me trouxe muitas respostas, porque tinha perguntas abertas. Alguns dos depoimentos que apresento no livro eu n\u00e3o ouvi, eu li. Quando n\u00e3o tenho que dizer meu nome, quem eu sou, de onde sou, qual minha idade, me sinto mais livre para falar, pedir ajuda. Foram esses depoimentos que me causaram impacto e me fizeram depois entrevistar o grupo menor por meio de rodas de conversa. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Qual o papel da escola nesse contexto?<\/h2>\n\n\n\n
Eu sou um profissional e defensor da escola, a escola para mim \u00e9 uma grande inven\u00e7\u00e3o social, cumpre papel de forma\u00e7\u00e3o, de complementaridade, sobretudo no campo do que chamamos de conhecimento cient\u00edfico. Ela tamb\u00e9m tem um papel social, porque trabalha com pessoas, organiza\u00e7\u00f5es, institui\u00e7\u00f5es, mas ela precisa ser revisitada e reformulada nos seus objetivos matriciais. A escola n\u00e3o pode querer exclusivamente formar do ponto vista cognitivo. Isso \u00e9 um equ\u00edvoco que se manifesta sobretudo nessas escolas, que insistem num modelo de concorr\u00eancia, competi\u00e7\u00e3o, ranqueamento, na nota como resposta \u00e0 aprendizagem. S\u00e3o escolas desconectadas com grandes problemas contempor\u00e2neos, como a sobreviv\u00eancia do Planeta Terra. Temos um planeta amea\u00e7ado de desertifica\u00e7\u00e3o, de aus\u00eancia de comida, amea\u00e7ado no campo dos povos origin\u00e1rios, ent\u00e3o essas s\u00e3o preocupa\u00e7\u00f5es que a escola deve ter. <\/p>\n\n\n\n
Outra preocupa\u00e7\u00e3o \u00e9 a diversidade, temos uma sociedade que se mostra violenta com as minorias, racista e mis\u00f3gina. As mulheres sofrem muito nessa sociedade. A escola n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 para discutir f\u00f3rmulas qu\u00edmicas, biol\u00f3gicas, equa\u00e7\u00f5es matem\u00e1ticas, sintaxe da l\u00edngua. <\/p>\n\n\n\n
A escola \u00e9 para ajudar a usar o conhecimento cient\u00edfico na melhoria da qualidade de vida das pessoas, da minha e dos outros. <\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Ent\u00e3o se ela n\u00e3o faz isso, se insiste na concorr\u00eancia, em colocar aqueles que s\u00e3o bons e n\u00e3o s\u00e3o bons, os que s\u00e3o inteligentes e os que n\u00e3o s\u00e3o inteligentes, e ela tem insistido, ela ajuda a adoecer. \u00c9 o que digo no livro. <\/p>\n\n\n\n
O que dizer aos pais e m\u00e3es da gera\u00e7\u00e3o do quarto?<\/h2>\n\n\n\n
Os filhos e as filhas v\u00e3o precisar muito mesmo dos pais. Tem dois cen\u00e1rios, um \u00e9 ajudar meu filho a n\u00e3o entrar no quarto e o outro \u00e9 ajudar o filho que j\u00e1 est\u00e1 no quarto. No livro eu falo de cinco pilares: cuidado, autoconhecimento, conviv\u00eancia, dialogicidade e amorosidade. Trabalhar a fam\u00edlia e a escola a partir dessas sustenta\u00e7\u00f5es \u00e9 preventivo, mas pode servir tamb\u00e9m para situa\u00e7\u00f5es de pessoas que j\u00e1 est\u00e3o adoecidas, neste caso, associado ao acompanhamento de um profissional da sa\u00fade mental - psic\u00f3logo, psiquiatra, psicanalista, a depender do caso.<\/p>\n\n\n\n
O pilar do cuidado<\/strong> trata sobre a import\u00e2ncia do cuidado consigo e do cuidado com o outro, o que implica tratar das quest\u00f5es relacionadas a respeito, compreens\u00e3o, conviv\u00eancia, uso abusivo de \u00e1lcool, relacionamentos abusivos, bullying, ciberbullying, uso excessivo de redes sociais digitais, entre outros aspectos.

O pilar do autoconhecimento<\/strong> trata sobre a biografia, a hist\u00f3ria de cada pessoa, a fam\u00edlia. Proponho um trabalho sobre ancestralidade, que a pessoa conhe\u00e7a sua hist\u00f3ria de vida, conhe\u00e7a seu pai, sua m\u00e3e, sua opini\u00e3o, seus gostos. Isso tem a ver com quem eu sou, do ponto de vista \u00e9tico, e vai me dar uma seguran\u00e7a para enfrentar aquilo que querem que eu seja. Eu sou isso, mas querem que eu seja aquilo. N\u00e3o escondo minhas fragilidades, sou amado, o que d\u00e1 seguran\u00e7a. N\u00e3o vou dizer para minha crian\u00e7a que a vida \u00e9 f\u00e1cil, um mar de rosas, que ela nunca vai encontrar desafios, mas vou ajud\u00e1-la e fortalec\u00ea-la para que ela possa enfrent\u00e1-los.<\/p>\n\n\n\n
No pilar da conviv\u00eancia<\/strong>, h\u00e1 uma rela\u00e7\u00e3o entre aprender a ser e aprender a conviver. Trato de situa\u00e7\u00f5es cotidianas que evocam reflex\u00f5es \u00e9ticas, morais e espirituais, para as quais a compaix\u00e3o, a empatia e a resili\u00eancia s\u00e3o habilidades necess\u00e1rias e essenciais. O exerc\u00edcio da dialogicidade<\/strong> \u00e9 realizado quando as pessoas aprendem a falar o que pensam e sentem, mas entendem que o que pensam e sentem n\u00e3o \u00e9 a \u00faltima palavra sobre a verdade. O pilar da amorosidade<\/strong> \u00e9 tratado com reflex\u00f5es e a\u00e7\u00f5es. As reflex\u00f5es geram as a\u00e7\u00f5es, e as a\u00e7\u00f5es n\u00e3o s\u00e3o realizadas de modo mec\u00e2nico. <\/p>\n\n\n\n
Os pais podem aprender com os filhos?<\/h2>\n\n\n\n
O livro n\u00e3o tem que ser uma pedra para atirar nos pais e na escola, tem que ser um acalanto. Eu acho que a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 t\u00e3o potente que nos possibilita reaprender a viver, tenho grande esperan\u00e7a na gera\u00e7\u00e3o do quarto, a mesma gera\u00e7\u00e3o que \u00e9 violenta me ensina novos modos de amor, n\u00e3o vejo a gera\u00e7\u00e3o como fracassada, que n\u00e3o deu certo, acho um absurdo dizer que \u00e9 uma gera\u00e7\u00e3o parasita, \"nem-nem\". Obviamente ela traz todas as mazelas, n\u00e3o foi a gera\u00e7\u00e3o do quarto que inventou o abuso do \u00e1lcool, a viol\u00eancia, esses foram c\u00f3digos sempre usados, mas a gera\u00e7\u00e3o do quarto est\u00e1 nos dando outras alternativas, como maior preocupa\u00e7\u00e3o sobre consumo, meio ambiente, empoderamento das meninas, orienta\u00e7\u00e3o \u00e0 quest\u00e3o de g\u00eanero. Essa gera\u00e7\u00e3o tem muita coisa a nos mostrar, n\u00e3o precisamos ter medo, podemos aprender com elas. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"A gera\u00e7\u00e3o do quarto: um retrato chocante da juventude brasileira","post_excerpt":"Ap\u00f3s ouvir mais de 3 mil crian\u00e7as e adolescentes que vivem experi\u00eancias traum\u00e1ticas em seus quartos, o pesquisador Hugo Monteiro Ferreira faz um alerta aos pais e \u00e0s escolas sobre a necessidade de mudar a forma de se relacionar com os jovens","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"a-geracao-do-quarto-o-retrato-chocante-da-juventude-brasileira","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-30 11:00:28","post_modified_gmt":"2022-08-30 14:00:28","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64515","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64369,"post_author":"4","post_date":"2022-08-23 10:54:43","post_date_gmt":"2022-08-23 13:54:43","post_content":"\n
De acordo com o Artigo 227<\/a> da Constitui\u00e7\u00e3o de 1988, as crian\u00e7as<\/a> devem ser prioridade absoluta em todas as decis\u00f5es, programas e pol\u00edticas p\u00fablicas<\/a>. Isso se torna mais relevante em ano de elei\u00e7\u00f5es, em que poderemos escolher, de forma democr\u00e1tica<\/a>, representantes<\/a> aos cargos de presidente da Rep\u00fablica, senadores, governadores, deputados federais e estaduais. <\/p>\n\n\n\n
O voto no Brasil \u00e9 obrigat\u00f3rio para todos aqueles acima de 18 anos, sendo facultativo para jovens com 16 e 17 anos, pessoas com mais de 70 anos e analfabetos. Crian\u00e7as e adolescentes<\/a> menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar<\/a>, mas isso n\u00e3o quer dizer que n\u00e3o devam estar inclu\u00eddos nos planos dos diferentes representantes pol\u00edticos. Muito pelo contr\u00e1rio.<\/p>\n\n\n\n
Diversos estudos j\u00e1 comprovaram que investir na primeira inf\u00e2ncia<\/a> \u00e9 a melhor maneira de reduzir desigualdades e construir uma sociedade com condi\u00e7\u00f5es sociais e ambientais sustent\u00e1veis.<\/p>\n\n\n\n
Cabe a n\u00f3s, adultos, escolher nas elei\u00e7\u00f5es candidatos que contemplem as crian\u00e7as em projetos e iniciativas diversas. Abaixo, veja 5 motivos que tornam urgente a valoriza\u00e7\u00e3o de projetos para a inf\u00e2ncia e juventude nas campanhas \u00e0s elei\u00e7\u00f5es de 2022. A lista \u00e9 do portal Lunetas, espa\u00e7o dedicado \u00e0 reflex\u00e3o sobre a inf\u00e2ncia, que recentemente lan\u00e7ou o especial \"Inf\u00e2ncias em foco: Quem vota pelas crian\u00e7as?\"<\/a>, um hub de informa\u00e7\u00e3o sobre pol\u00edtica e as inf\u00e2ncias. <\/p>\n\n\n\n
5 temas que envolvem as crian\u00e7as e que t\u00eam de estar previstos nas propostas dos candidatos \u00e0s elei\u00e7\u00f5es:<\/h2>\n\n\n\n
Fome<\/h3>\n\n\n\n
De acordo com um levantamento realizado pela Funda\u00e7\u00e3o Abrinq, cerca de 18,8 milh\u00f5es de meninos e meninas de at\u00e9 14 anos passam fome no Brasil. Essa inseguran\u00e7a alimentar traz preju\u00edzos grav\u00edssimos \u00e0s crian\u00e7as, afetando seu crescimento e o desenvolvimento f\u00edsico e cognitivo necess\u00e1rios para que consigam crescer de maneira saud\u00e1vel.<\/p>\n\n\n\n
Analfabetismo<\/h3>\n\n\n\n
H\u00e1 50 anos, a educa\u00e7\u00e3o infantil n\u00e3o era uma realidade no Brasil, no entanto, pol\u00edticas p\u00fablicas mudaram essa realidade. Ainda assim, nos \u00faltimos dois anos, o n\u00famero de crian\u00e7as de 6 e 7 anos que n\u00e3o sabem ler e escrever cresceu em 1 milh\u00e3o. Pensando no futuro e nos pr\u00f3ximos passos do Brasil relacionados \u00e0 educa\u00e7\u00e3o p\u00fablica, \u00e9 necess\u00e1rio eleger candidatos que queiram enfrentar as desigualdades sociais e lutar para que todas as crian\u00e7as e adolescentes tenham acesso \u00e0 educa\u00e7\u00e3o de qualidade.<\/p>\n\n\n\n
Trabalho Infantil<\/h3>\n\n\n\n
Atualmente, cerca de 2 milh\u00f5es de crian\u00e7as e adolescentes est\u00e3o em situa\u00e7\u00e3o de trabalho infantil no Brasil. Desse total, 66% s\u00e3o crian\u00e7as pretas ou pardas e 71% est\u00e3o na \u00e1rea urbana, de acordo com um levantamento divulgado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domic\u00edlios (PNAD Cont\u00ednua).<\/p>\n\n\n\n
Viol\u00eancia e explora\u00e7\u00e3o sexual<\/h3>\n\n\n\n
Entre 2016 e 2020, 35 mil crian\u00e7as e adolescentes, de 0 a 19 anos, foram mortos de forma violenta no Brasil e 180 mil sofreram viol\u00eancia sexual, segundo o Panorama da Viol\u00eancia Sexual contra crian\u00e7as e Adolescentes no Brasil, lan\u00e7ado pela Unicef e pelo F\u00f3rum Brasileiro de Seguran\u00e7a P\u00fablica (FBSP). Por isso, \u00e9 necess\u00e1rio eleger pessoas que tenham coragem para combater esse cen\u00e1rio e falar de assuntos como igualdade de g\u00eanero, empoderamento de meninas, viol\u00eancia sexual e femin\u00edcio.<\/p>\n\n\n\n
Moradia<\/h3>\n\n\n\n
Mais de 5 milh\u00f5es de pessoas ainda residem em domic\u00edlios sem banheiros ou sanit\u00e1rios de uso exclusivo e 9,7 milh\u00f5es vivem em condi\u00e7\u00f5es de adensamento excessivo, com mais de tr\u00eas moradores para cada dormit\u00f3rio. Este \u00e9 um assunto que n\u00e3o deve ser ignorado, j\u00e1 que todas as crian\u00e7as precisam de acesso \u00e0 moradia para viver com dignidade e poder se desenvolver em outras \u00e1reas, como lazer, educa\u00e7\u00e3o e sa\u00fade.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]  <\/p>\n","post_title":"5 motivos para priorizar as crian\u00e7as nas elei\u00e7\u00f5es de 2022","post_excerpt":"Crian\u00e7as e adolescentes menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar, mas s\u00e3o parcela importante da popula\u00e7\u00e3o e t\u00eam de estar contemplados nos projetos dos diferentes atores governamentais","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"5-motivos-para-priorizar-as-criancas-nas-eleicoes-de-2022","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-25 18:52:13","post_modified_gmt":"2022-08-25 21:52:13","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64369","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64334,"post_author":"4","post_date":"2022-08-22 15:14:51","post_date_gmt":"2022-08-22 18:14:51","post_content":"\n
O n\u00famero de crian\u00e7as e adolescente<\/a>s conectados \u00e0 internet cresceu nos \u00faltimos anos. Segundo o estudo TIC Kids Online Brasil 2021<\/a>, rec\u00e9m-divulgado, 93% ou 22,3 milh\u00f5es das crian\u00e7as e dos adolescentes<\/a> no pa\u00eds acessaram a web<\/a> em 2021, sendo que em 2019 esse percentual era de 89%. O crescimento foi impulsionado principalmente pela maior propor\u00e7\u00e3o de usu\u00e1rios na regi\u00e3o Nordeste e nas \u00e1reas rurais. <\/p>\n\n\n\n
O uso de redes sociais <\/a>pelas crian\u00e7as tamb\u00e9m tem se elevado, sendo a plataforma Tik Tok<\/a> a mais utilizada (34%), seguida pelo Instagram (33%). No Facebook, houve queda no uso de 66% para 51% no per\u00edodo citado. J\u00e1 o WhatsApp segue como a plataforma em que crian\u00e7as e adolescentes mais possuem perfil (foi de 70% em 2018 para 80% em 2021), e \u00e9 a mais difundida entre todos os estratos sociais.<\/p>\n\n\n\n
A pesquisa, conduzida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informa\u00e7\u00e3o (Cetic.br) do N\u00facleo de Informa\u00e7\u00e3o e Coordena\u00e7\u00e3o do Ponto BR (NIC.br), entrevistou 2.651 crian\u00e7as e adolescentes com idades entre 9 e 17 anos, bem como seus pais ou respons\u00e1veis, em todo o territ\u00f3rio nacional. As entrevistas aconteceram entre outubro de 2021 e mar\u00e7o de 2022, com a finalidade de investigar oportunidades e riscos relacionados \u00e0 participa\u00e7\u00e3o online desse p\u00fablico. <\/p>\n\n\n\n
Segundo o levantamento, as crian\u00e7as tamb\u00e9m est\u00e3o passando mais tempo em jogos online - seja conectadas com outros jogadores (de 57% para 66%, entre 2021 e 2019) ou n\u00e3o conectadas a eles (de 55% para 64%) -, e fazendo mais compras no ambiente digital - cresceu de 9% para 19% no mesmo per\u00edodo. <\/p>\n\n\n\n
\"Plataformas de cria\u00e7\u00e3o e compartilhamento de conte\u00fado audiovisual est\u00e3o entre as mais utilizadas por crian\u00e7as e adolescentes. Nesse contexto, a qualidade da conex\u00e3o \u00e0 Internet e dos dispositivos digitais utilizados para o acesso \u00e0 rede passam a ser determinantes para o melhor aproveitamento de oportunidades online. \u00c9 central, portanto, garantir condi\u00e7\u00f5es equitativas de conectividade para crian\u00e7as e adolescentes em diferentes contextos socioecon\u00f4micos\", aponta Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br. <\/p>\n\n\n\n
A pesquisa TIC Kids Online <\/a>detectou, ainda, que o telefone celular segue como o principal meio de conex\u00e3o \u00e0 rede nos diferentes extratos sociais. Para 53%, o celular foi o \u00fanico dispositivo usado, realidade que se verificou mais presente nas classes DE (78%) e C (52%) do que nas classes AB (18%). <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Acesso a propagandas<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
Entre as atividades multim\u00eddia, as mais acessadas pelas crian\u00e7as s\u00e3o ouvir m\u00fasica (80%), assistir a v\u00eddeos, programas, filmes ou s\u00e9ries (84%), S\u00edtios de v\u00eddeos (67%) e redes sociais (61%) est\u00e3o entre as principais plataformas em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios de internet declaram ter visto propaganda de produtos ou marcas. Pessoas ensinando como usar algum produto (62%) e abrindo embalagens -- o chamado unboxing<\/em><\/strong> - (61%) foram os principais conte\u00fados de imagem ou v\u00eddeo em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios da rede tiveram contato com divulga\u00e7\u00e3o de produtos ou marcas. Entre as principais categorias de produtos ou marcas vistas no ambiente online<\/em> est\u00e3o: <\/p>\n\n\n\n
Equipamentos eletr\u00f4nicos (60%); <\/li>
Roupas e sapatos (60%); <\/li>
Comidas, bebidas ou doces (57%); <\/li>
Videogames ou jogos (46%); <\/li>
Maquiagem e outros produtos de beleza (46%).\u00a0<\/li><\/ul>\n\n\n\nBusca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e bem-estar<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa tamb\u00e9m constatou que 32% dos jovens entre 11 e 17 anos procuram ajuda para lidar com algo ruim que vivenciaram<\/strong>, ou para falar sobre suas emo\u00e7\u00f5es<\/strong> quando se sentiram tristes. <\/p>\n\n\n\n
Entre os temas mais procurados relacionados \u00e0 sa\u00fade est\u00e3o:<\/p>\n\n\n\n
Informa\u00e7\u00f5es sobre alimenta\u00e7\u00e3o (55%);
Preven\u00e7\u00e3o e tratamento de doen\u00e7as (38%);
Exerc\u00edcios e meios para ficar em forma (36%);
Informa\u00e7\u00f5es sobre medicamentos (22%);<\/li>
Discuss\u00f5es sobre sa\u00fade sexual e educa\u00e7\u00e3o sexual (21%).<\/li><\/ul>\n\n\n\n
\"A pesquisa busca levantar evid\u00eancias que contribuam para a promo\u00e7\u00e3o de direitos e do bem-estar de crian\u00e7as e adolescentes. Desse modo, para al\u00e9m das atividades presentes na s\u00e9rie hist\u00f3rica da pesquisa, o uso da rede na busca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e apoio emocional passou a ser um tema relevante de investiga\u00e7\u00e3o\", sinaliza Barbosa.<\/p>\n\n\n\n
\"Pesquisas como a TIC Kids Online Brasil s\u00e3o de extrema relev\u00e2ncia para entendermos o cen\u00e1rio atual e fortalecermos o letramento e inclus\u00e3o digital dos mais jovens, com mais seguran\u00e7a e qualidade, quest\u00f5es intr\u00ednsecas ao trabalho realizado pelo Comit\u00ea Gestor da Internet no Brasil\", pondera Jos\u00e9 Gontijo, coordenador do CGI.br.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"] <\/p>\n","post_title":"93% dos jovens entre 9 e 17 anos usam a internet no pa\u00eds, revela pesquisa","post_excerpt":"Pesquisa TIC Kids Online Brasil 2021 tamb\u00e9m mostrou que a TikTok \u00e9 a principal rede social utilizada por crian\u00e7as e adolescentes","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"93-dos-jovens-entre-9-e-17-anos-usam-a-internet-revela-pesquisa-tic-kids-online-2021","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-23 11:24:47","post_modified_gmt":"2022-08-23 14:24:47","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64334","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"}],"next":false,"prev":true,"total_page":12},"paged":1,"column_class":"jeg_col_2o3","class":"epic_block_3"};

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H\u00e1 caracter\u00edsticas em comum entre os pais dessa gera\u00e7\u00e3o?<\/h2>\n\n\n\n
S\u00e3o pessoas que aprenderam com os modelos anteriores como devem proceder, como educar e como deve ser a rela\u00e7\u00e3o entre pais e filhos, e eles terminam agindo em nome desse bem-estar. Eles querem o bem dos filhos, n\u00e3o desejam o mal, mas \u00e9 um bem meio que projetado, n\u00e3o \u00e9 um bem presente, \u00e9 o bem do amanh\u00e3. Eu quero que meu filho esteja bem, mas para isso ele precisa seguir uma regra, uma norma, uma conduta, um padr\u00e3o, uma organiza\u00e7\u00e3o. Se ele n\u00e3o segue, eu n\u00e3o consigo ser m\u00e3e, pai dele, n\u00e3o consigo estabelecer uma rela\u00e7\u00e3o afetiva, de di\u00e1logo, e come\u00e7o a entrar em conflito.<\/p>\n\n\n\n
S\u00e3o pais que rejeitam os filhos? <\/h2>\n\n\n\n
Essa gera\u00e7\u00e3o mostra que os pais, se n\u00e3o h\u00e1 um modelo estabelecido, eles n\u00e3o se disp\u00f5em a aprender com o que eles veem na realidade, \u00e9 quase que um filho abstrato. Quando o filho real come\u00e7a a emergir e mostrar suas caracter\u00edsticas, os pais come\u00e7am a estranhar aquilo e n\u00e3o entram em processo de di\u00e1logo, se afastam. \u00c9 esse afastamento, esse vazio, que cria a gera\u00e7\u00e3o do quarto. Por isso afirmo que \u00e9 na matriz familiar que a gera\u00e7\u00e3o \u00e9 gerada, quer dizer, os pais n\u00e3o conseguem observar, de modo geral, a emerg\u00eancia dos humanos que eles mesmos criaram. Eles t\u00eam o humano projetado, \u00e9 quase um molde de um humano. Quando vem uma orienta\u00e7\u00e3o sexual ou um g\u00eanero que n\u00e3o \u00e9 norma, causa um impacto. <\/p>\n\n\n\n
Claro que \u00e9 menos impactante quando o filho diz que n\u00e3o quer ser m\u00e9dico, mas sim ator, pode haver resist\u00eancia mas n\u00e3o t\u00e3o intensa como quando voc\u00ea diz que \u00e9 gay, isso causa um embara\u00e7o. Mas n\u00e3o gosto de condenar os pais e as m\u00e3es, porque acho que eles est\u00e3o envolvidos nesse processo, eles querem acertar, ao menos, os que t\u00eam paternagem e maternagem, que chamo de esp\u00edrito de pai e m\u00e3e. Os que n\u00e3o t\u00eam, esses simplesmente geram os filhos, est\u00e3o ali numa esp\u00e9cie de playground de criar filhos. Mas os que t\u00eam paternagem, eles v\u00e3o tentando encontrar e conseguem, ent\u00e3o nesse caso, essa fissura, esse vazio que se abriu \u00e9 reduzido e a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 compreendida. <\/p>\n\n\n\n
Os pais sabem que t\u00eam um problema em casa?<\/h2>\n\n\n\n
Eles n\u00e3o t\u00eam conhecimento, porque a gera\u00e7\u00e3o do quarto cognitivamente n\u00e3o tem problema com boletim escolar. Essa gera\u00e7\u00e3o chega na universidade. Essa causa-consequ\u00eancia que a gente confabulou e afirmou tantas vezes que, por exemplo, vai ter problemas na escola, no rendimento escolar, n\u00e3o \u00e9 um sinal, a gera\u00e7\u00e3o do quarto tem um boletim escolar azul,<\/strong> e os pais n\u00e3o percebem. Eles acham que faz parte da vida estar no quarto.<\/strong> Muitos me dizem isso, \u201cah mas meu filho est\u00e1 no quarto j\u00e1 h\u00e1 tanto tempo que nem me dava conta\u201d. Eles come\u00e7am a se dar conta quando a crian\u00e7a ou o adolescente come\u00e7a a se cortar, quando come\u00e7am a gritar em sil\u00eancio, a\u00ed os pais alertam, mas at\u00e9 ent\u00e3o, n\u00e3o. Chamam para jantar, quando conseguem, lembrando que pais contempor\u00e2neos vivem muito fora de casa, trabalham muito, com finalidade de dar um futuro para os filhos.  <\/p>\n\n\n\n
Ou seja, o esfor\u00e7o dos pais para garantir uma boa estrutura familiar acaba por distanci\u00e1-los dos filhos?<\/h2>\n\n\n\n
\u00c9 a alternativa que se deu para a fam\u00edlia. Num pa\u00eds de mais de 210 milh\u00f5es de pessoas, n\u00e3o \u00e9 todo mundo que para e reflete sobre o que \u00e9 ser uma fam\u00edlia. Para os que est\u00e3o abaixo da linha da mis\u00e9ria tem que pensar muito como se recupera. H\u00e1 uma quest\u00e3o importante: o fen\u00f4meno da gera\u00e7\u00e3o do quarto se d\u00e1 em todas as classes sociais, mas as estrat\u00e9gias trabalhadas mudam. Tem muitas pessoas que usam a gravidez, por exemplo, como forma de sair de uma situa\u00e7\u00e3o socioecon\u00f4mica. Engravidar pode ser uma esp\u00e9cie de promo\u00e7\u00e3o social, ou seja, o problema \u00e9 o mesmo, a dor ps\u00edquica \u00e9 a mesma, mas a maneira de lidar com ela \u00e9 diferente. <\/p>\n\n\n\n
Os jovens n\u00e3o se abrem com os pais, mas n\u00e3o se opuseram a falar com voc\u00ea?<\/h2>\n\n\n\n
Talvez o que favorece para um pesquisador como eu \u00e9 me dispor a escutar sem condenar, sem julgamento. Eu escuto para acolher e esse talvez seja um potencial que a gente possa ensinar aos pais e \u00e0s m\u00e3es, para que o filho diga o que pensa, o que acha, o que gosta e n\u00e3o gosta, se sinta confort\u00e1vel em ser diferente dos pais. Acho que as fam\u00edlias escutam julgando, comparando e sentenciando demais. As crian\u00e7as, ao contr\u00e1rio do que as pessoas pensam, s\u00e3o muito sens\u00edveis, muito cr\u00edticas, elas conseguem responder perguntas, falar sobre sentimentos com quem elas se sentem confort\u00e1veis. Al\u00e9m disso, uma das t\u00e9cnicas que utilizei, o question\u00e1rio online, me trouxe muitas respostas, porque tinha perguntas abertas. Alguns dos depoimentos que apresento no livro eu n\u00e3o ouvi, eu li. Quando n\u00e3o tenho que dizer meu nome, quem eu sou, de onde sou, qual minha idade, me sinto mais livre para falar, pedir ajuda. Foram esses depoimentos que me causaram impacto e me fizeram depois entrevistar o grupo menor por meio de rodas de conversa. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Qual o papel da escola nesse contexto?<\/h2>\n\n\n\n
Eu sou um profissional e defensor da escola, a escola para mim \u00e9 uma grande inven\u00e7\u00e3o social, cumpre papel de forma\u00e7\u00e3o, de complementaridade, sobretudo no campo do que chamamos de conhecimento cient\u00edfico. Ela tamb\u00e9m tem um papel social, porque trabalha com pessoas, organiza\u00e7\u00f5es, institui\u00e7\u00f5es, mas ela precisa ser revisitada e reformulada nos seus objetivos matriciais. A escola n\u00e3o pode querer exclusivamente formar do ponto vista cognitivo. Isso \u00e9 um equ\u00edvoco que se manifesta sobretudo nessas escolas, que insistem num modelo de concorr\u00eancia, competi\u00e7\u00e3o, ranqueamento, na nota como resposta \u00e0 aprendizagem. S\u00e3o escolas desconectadas com grandes problemas contempor\u00e2neos, como a sobreviv\u00eancia do Planeta Terra. Temos um planeta amea\u00e7ado de desertifica\u00e7\u00e3o, de aus\u00eancia de comida, amea\u00e7ado no campo dos povos origin\u00e1rios, ent\u00e3o essas s\u00e3o preocupa\u00e7\u00f5es que a escola deve ter. <\/p>\n\n\n\n
Outra preocupa\u00e7\u00e3o \u00e9 a diversidade, temos uma sociedade que se mostra violenta com as minorias, racista e mis\u00f3gina. As mulheres sofrem muito nessa sociedade. A escola n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 para discutir f\u00f3rmulas qu\u00edmicas, biol\u00f3gicas, equa\u00e7\u00f5es matem\u00e1ticas, sintaxe da l\u00edngua. <\/p>\n\n\n\n
A escola \u00e9 para ajudar a usar o conhecimento cient\u00edfico na melhoria da qualidade de vida das pessoas, da minha e dos outros. <\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Ent\u00e3o se ela n\u00e3o faz isso, se insiste na concorr\u00eancia, em colocar aqueles que s\u00e3o bons e n\u00e3o s\u00e3o bons, os que s\u00e3o inteligentes e os que n\u00e3o s\u00e3o inteligentes, e ela tem insistido, ela ajuda a adoecer. \u00c9 o que digo no livro. <\/p>\n\n\n\n
O que dizer aos pais e m\u00e3es da gera\u00e7\u00e3o do quarto?<\/h2>\n\n\n\n
Os filhos e as filhas v\u00e3o precisar muito mesmo dos pais. Tem dois cen\u00e1rios, um \u00e9 ajudar meu filho a n\u00e3o entrar no quarto e o outro \u00e9 ajudar o filho que j\u00e1 est\u00e1 no quarto. No livro eu falo de cinco pilares: cuidado, autoconhecimento, conviv\u00eancia, dialogicidade e amorosidade. Trabalhar a fam\u00edlia e a escola a partir dessas sustenta\u00e7\u00f5es \u00e9 preventivo, mas pode servir tamb\u00e9m para situa\u00e7\u00f5es de pessoas que j\u00e1 est\u00e3o adoecidas, neste caso, associado ao acompanhamento de um profissional da sa\u00fade mental - psic\u00f3logo, psiquiatra, psicanalista, a depender do caso.<\/p>\n\n\n\n
O pilar do cuidado<\/strong> trata sobre a import\u00e2ncia do cuidado consigo e do cuidado com o outro, o que implica tratar das quest\u00f5es relacionadas a respeito, compreens\u00e3o, conviv\u00eancia, uso abusivo de \u00e1lcool, relacionamentos abusivos, bullying, ciberbullying, uso excessivo de redes sociais digitais, entre outros aspectos.

O pilar do autoconhecimento<\/strong> trata sobre a biografia, a hist\u00f3ria de cada pessoa, a fam\u00edlia. Proponho um trabalho sobre ancestralidade, que a pessoa conhe\u00e7a sua hist\u00f3ria de vida, conhe\u00e7a seu pai, sua m\u00e3e, sua opini\u00e3o, seus gostos. Isso tem a ver com quem eu sou, do ponto de vista \u00e9tico, e vai me dar uma seguran\u00e7a para enfrentar aquilo que querem que eu seja. Eu sou isso, mas querem que eu seja aquilo. N\u00e3o escondo minhas fragilidades, sou amado, o que d\u00e1 seguran\u00e7a. N\u00e3o vou dizer para minha crian\u00e7a que a vida \u00e9 f\u00e1cil, um mar de rosas, que ela nunca vai encontrar desafios, mas vou ajud\u00e1-la e fortalec\u00ea-la para que ela possa enfrent\u00e1-los.<\/p>\n\n\n\n
No pilar da conviv\u00eancia<\/strong>, h\u00e1 uma rela\u00e7\u00e3o entre aprender a ser e aprender a conviver. Trato de situa\u00e7\u00f5es cotidianas que evocam reflex\u00f5es \u00e9ticas, morais e espirituais, para as quais a compaix\u00e3o, a empatia e a resili\u00eancia s\u00e3o habilidades necess\u00e1rias e essenciais. O exerc\u00edcio da dialogicidade<\/strong> \u00e9 realizado quando as pessoas aprendem a falar o que pensam e sentem, mas entendem que o que pensam e sentem n\u00e3o \u00e9 a \u00faltima palavra sobre a verdade. O pilar da amorosidade<\/strong> \u00e9 tratado com reflex\u00f5es e a\u00e7\u00f5es. As reflex\u00f5es geram as a\u00e7\u00f5es, e as a\u00e7\u00f5es n\u00e3o s\u00e3o realizadas de modo mec\u00e2nico. <\/p>\n\n\n\n
Os pais podem aprender com os filhos?<\/h2>\n\n\n\n
O livro n\u00e3o tem que ser uma pedra para atirar nos pais e na escola, tem que ser um acalanto. Eu acho que a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 t\u00e3o potente que nos possibilita reaprender a viver, tenho grande esperan\u00e7a na gera\u00e7\u00e3o do quarto, a mesma gera\u00e7\u00e3o que \u00e9 violenta me ensina novos modos de amor, n\u00e3o vejo a gera\u00e7\u00e3o como fracassada, que n\u00e3o deu certo, acho um absurdo dizer que \u00e9 uma gera\u00e7\u00e3o parasita, \"nem-nem\". Obviamente ela traz todas as mazelas, n\u00e3o foi a gera\u00e7\u00e3o do quarto que inventou o abuso do \u00e1lcool, a viol\u00eancia, esses foram c\u00f3digos sempre usados, mas a gera\u00e7\u00e3o do quarto est\u00e1 nos dando outras alternativas, como maior preocupa\u00e7\u00e3o sobre consumo, meio ambiente, empoderamento das meninas, orienta\u00e7\u00e3o \u00e0 quest\u00e3o de g\u00eanero. Essa gera\u00e7\u00e3o tem muita coisa a nos mostrar, n\u00e3o precisamos ter medo, podemos aprender com elas. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"A gera\u00e7\u00e3o do quarto: um retrato chocante da juventude brasileira","post_excerpt":"Ap\u00f3s ouvir mais de 3 mil crian\u00e7as e adolescentes que vivem experi\u00eancias traum\u00e1ticas em seus quartos, o pesquisador Hugo Monteiro Ferreira faz um alerta aos pais e \u00e0s escolas sobre a necessidade de mudar a forma de se relacionar com os jovens","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"a-geracao-do-quarto-o-retrato-chocante-da-juventude-brasileira","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-30 11:00:28","post_modified_gmt":"2022-08-30 14:00:28","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64515","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64369,"post_author":"4","post_date":"2022-08-23 10:54:43","post_date_gmt":"2022-08-23 13:54:43","post_content":"\n
De acordo com o Artigo 227<\/a> da Constitui\u00e7\u00e3o de 1988, as crian\u00e7as<\/a> devem ser prioridade absoluta em todas as decis\u00f5es, programas e pol\u00edticas p\u00fablicas<\/a>. Isso se torna mais relevante em ano de elei\u00e7\u00f5es, em que poderemos escolher, de forma democr\u00e1tica<\/a>, representantes<\/a> aos cargos de presidente da Rep\u00fablica, senadores, governadores, deputados federais e estaduais. <\/p>\n\n\n\n
O voto no Brasil \u00e9 obrigat\u00f3rio para todos aqueles acima de 18 anos, sendo facultativo para jovens com 16 e 17 anos, pessoas com mais de 70 anos e analfabetos. Crian\u00e7as e adolescentes<\/a> menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar<\/a>, mas isso n\u00e3o quer dizer que n\u00e3o devam estar inclu\u00eddos nos planos dos diferentes representantes pol\u00edticos. Muito pelo contr\u00e1rio.<\/p>\n\n\n\n
Diversos estudos j\u00e1 comprovaram que investir na primeira inf\u00e2ncia<\/a> \u00e9 a melhor maneira de reduzir desigualdades e construir uma sociedade com condi\u00e7\u00f5es sociais e ambientais sustent\u00e1veis.<\/p>\n\n\n\n
Cabe a n\u00f3s, adultos, escolher nas elei\u00e7\u00f5es candidatos que contemplem as crian\u00e7as em projetos e iniciativas diversas. Abaixo, veja 5 motivos que tornam urgente a valoriza\u00e7\u00e3o de projetos para a inf\u00e2ncia e juventude nas campanhas \u00e0s elei\u00e7\u00f5es de 2022. A lista \u00e9 do portal Lunetas, espa\u00e7o dedicado \u00e0 reflex\u00e3o sobre a inf\u00e2ncia, que recentemente lan\u00e7ou o especial \"Inf\u00e2ncias em foco: Quem vota pelas crian\u00e7as?\"<\/a>, um hub de informa\u00e7\u00e3o sobre pol\u00edtica e as inf\u00e2ncias. <\/p>\n\n\n\n
5 temas que envolvem as crian\u00e7as e que t\u00eam de estar previstos nas propostas dos candidatos \u00e0s elei\u00e7\u00f5es:<\/h2>\n\n\n\n
Fome<\/h3>\n\n\n\n
De acordo com um levantamento realizado pela Funda\u00e7\u00e3o Abrinq, cerca de 18,8 milh\u00f5es de meninos e meninas de at\u00e9 14 anos passam fome no Brasil. Essa inseguran\u00e7a alimentar traz preju\u00edzos grav\u00edssimos \u00e0s crian\u00e7as, afetando seu crescimento e o desenvolvimento f\u00edsico e cognitivo necess\u00e1rios para que consigam crescer de maneira saud\u00e1vel.<\/p>\n\n\n\n
Analfabetismo<\/h3>\n\n\n\n
H\u00e1 50 anos, a educa\u00e7\u00e3o infantil n\u00e3o era uma realidade no Brasil, no entanto, pol\u00edticas p\u00fablicas mudaram essa realidade. Ainda assim, nos \u00faltimos dois anos, o n\u00famero de crian\u00e7as de 6 e 7 anos que n\u00e3o sabem ler e escrever cresceu em 1 milh\u00e3o. Pensando no futuro e nos pr\u00f3ximos passos do Brasil relacionados \u00e0 educa\u00e7\u00e3o p\u00fablica, \u00e9 necess\u00e1rio eleger candidatos que queiram enfrentar as desigualdades sociais e lutar para que todas as crian\u00e7as e adolescentes tenham acesso \u00e0 educa\u00e7\u00e3o de qualidade.<\/p>\n\n\n\n
Trabalho Infantil<\/h3>\n\n\n\n
Atualmente, cerca de 2 milh\u00f5es de crian\u00e7as e adolescentes est\u00e3o em situa\u00e7\u00e3o de trabalho infantil no Brasil. Desse total, 66% s\u00e3o crian\u00e7as pretas ou pardas e 71% est\u00e3o na \u00e1rea urbana, de acordo com um levantamento divulgado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domic\u00edlios (PNAD Cont\u00ednua).<\/p>\n\n\n\n
Viol\u00eancia e explora\u00e7\u00e3o sexual<\/h3>\n\n\n\n
Entre 2016 e 2020, 35 mil crian\u00e7as e adolescentes, de 0 a 19 anos, foram mortos de forma violenta no Brasil e 180 mil sofreram viol\u00eancia sexual, segundo o Panorama da Viol\u00eancia Sexual contra crian\u00e7as e Adolescentes no Brasil, lan\u00e7ado pela Unicef e pelo F\u00f3rum Brasileiro de Seguran\u00e7a P\u00fablica (FBSP). Por isso, \u00e9 necess\u00e1rio eleger pessoas que tenham coragem para combater esse cen\u00e1rio e falar de assuntos como igualdade de g\u00eanero, empoderamento de meninas, viol\u00eancia sexual e femin\u00edcio.<\/p>\n\n\n\n
Moradia<\/h3>\n\n\n\n
Mais de 5 milh\u00f5es de pessoas ainda residem em domic\u00edlios sem banheiros ou sanit\u00e1rios de uso exclusivo e 9,7 milh\u00f5es vivem em condi\u00e7\u00f5es de adensamento excessivo, com mais de tr\u00eas moradores para cada dormit\u00f3rio. Este \u00e9 um assunto que n\u00e3o deve ser ignorado, j\u00e1 que todas as crian\u00e7as precisam de acesso \u00e0 moradia para viver com dignidade e poder se desenvolver em outras \u00e1reas, como lazer, educa\u00e7\u00e3o e sa\u00fade.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]  <\/p>\n","post_title":"5 motivos para priorizar as crian\u00e7as nas elei\u00e7\u00f5es de 2022","post_excerpt":"Crian\u00e7as e adolescentes menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar, mas s\u00e3o parcela importante da popula\u00e7\u00e3o e t\u00eam de estar contemplados nos projetos dos diferentes atores governamentais","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"5-motivos-para-priorizar-as-criancas-nas-eleicoes-de-2022","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-25 18:52:13","post_modified_gmt":"2022-08-25 21:52:13","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64369","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64334,"post_author":"4","post_date":"2022-08-22 15:14:51","post_date_gmt":"2022-08-22 18:14:51","post_content":"\n
O n\u00famero de crian\u00e7as e adolescente<\/a>s conectados \u00e0 internet cresceu nos \u00faltimos anos. Segundo o estudo TIC Kids Online Brasil 2021<\/a>, rec\u00e9m-divulgado, 93% ou 22,3 milh\u00f5es das crian\u00e7as e dos adolescentes<\/a> no pa\u00eds acessaram a web<\/a> em 2021, sendo que em 2019 esse percentual era de 89%. O crescimento foi impulsionado principalmente pela maior propor\u00e7\u00e3o de usu\u00e1rios na regi\u00e3o Nordeste e nas \u00e1reas rurais. <\/p>\n\n\n\n
O uso de redes sociais <\/a>pelas crian\u00e7as tamb\u00e9m tem se elevado, sendo a plataforma Tik Tok<\/a> a mais utilizada (34%), seguida pelo Instagram (33%). No Facebook, houve queda no uso de 66% para 51% no per\u00edodo citado. J\u00e1 o WhatsApp segue como a plataforma em que crian\u00e7as e adolescentes mais possuem perfil (foi de 70% em 2018 para 80% em 2021), e \u00e9 a mais difundida entre todos os estratos sociais.<\/p>\n\n\n\n
A pesquisa, conduzida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informa\u00e7\u00e3o (Cetic.br) do N\u00facleo de Informa\u00e7\u00e3o e Coordena\u00e7\u00e3o do Ponto BR (NIC.br), entrevistou 2.651 crian\u00e7as e adolescentes com idades entre 9 e 17 anos, bem como seus pais ou respons\u00e1veis, em todo o territ\u00f3rio nacional. As entrevistas aconteceram entre outubro de 2021 e mar\u00e7o de 2022, com a finalidade de investigar oportunidades e riscos relacionados \u00e0 participa\u00e7\u00e3o online desse p\u00fablico. <\/p>\n\n\n\n
Segundo o levantamento, as crian\u00e7as tamb\u00e9m est\u00e3o passando mais tempo em jogos online - seja conectadas com outros jogadores (de 57% para 66%, entre 2021 e 2019) ou n\u00e3o conectadas a eles (de 55% para 64%) -, e fazendo mais compras no ambiente digital - cresceu de 9% para 19% no mesmo per\u00edodo. <\/p>\n\n\n\n
\"Plataformas de cria\u00e7\u00e3o e compartilhamento de conte\u00fado audiovisual est\u00e3o entre as mais utilizadas por crian\u00e7as e adolescentes. Nesse contexto, a qualidade da conex\u00e3o \u00e0 Internet e dos dispositivos digitais utilizados para o acesso \u00e0 rede passam a ser determinantes para o melhor aproveitamento de oportunidades online. \u00c9 central, portanto, garantir condi\u00e7\u00f5es equitativas de conectividade para crian\u00e7as e adolescentes em diferentes contextos socioecon\u00f4micos\", aponta Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br. <\/p>\n\n\n\n
A pesquisa TIC Kids Online <\/a>detectou, ainda, que o telefone celular segue como o principal meio de conex\u00e3o \u00e0 rede nos diferentes extratos sociais. Para 53%, o celular foi o \u00fanico dispositivo usado, realidade que se verificou mais presente nas classes DE (78%) e C (52%) do que nas classes AB (18%). <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Acesso a propagandas<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
Entre as atividades multim\u00eddia, as mais acessadas pelas crian\u00e7as s\u00e3o ouvir m\u00fasica (80%), assistir a v\u00eddeos, programas, filmes ou s\u00e9ries (84%), S\u00edtios de v\u00eddeos (67%) e redes sociais (61%) est\u00e3o entre as principais plataformas em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios de internet declaram ter visto propaganda de produtos ou marcas. Pessoas ensinando como usar algum produto (62%) e abrindo embalagens -- o chamado unboxing<\/em><\/strong> - (61%) foram os principais conte\u00fados de imagem ou v\u00eddeo em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios da rede tiveram contato com divulga\u00e7\u00e3o de produtos ou marcas. Entre as principais categorias de produtos ou marcas vistas no ambiente online<\/em> est\u00e3o: <\/p>\n\n\n\n
Equipamentos eletr\u00f4nicos (60%); <\/li>
Roupas e sapatos (60%); <\/li>
Comidas, bebidas ou doces (57%); <\/li>
Videogames ou jogos (46%); <\/li>
Maquiagem e outros produtos de beleza (46%).\u00a0<\/li><\/ul>\n\n\n\nBusca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e bem-estar<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa tamb\u00e9m constatou que 32% dos jovens entre 11 e 17 anos procuram ajuda para lidar com algo ruim que vivenciaram<\/strong>, ou para falar sobre suas emo\u00e7\u00f5es<\/strong> quando se sentiram tristes. <\/p>\n\n\n\n
Entre os temas mais procurados relacionados \u00e0 sa\u00fade est\u00e3o:<\/p>\n\n\n\n
Informa\u00e7\u00f5es sobre alimenta\u00e7\u00e3o (55%);
Preven\u00e7\u00e3o e tratamento de doen\u00e7as (38%);
Exerc\u00edcios e meios para ficar em forma (36%);
Informa\u00e7\u00f5es sobre medicamentos (22%);<\/li>
Discuss\u00f5es sobre sa\u00fade sexual e educa\u00e7\u00e3o sexual (21%).<\/li><\/ul>\n\n\n\n
\"A pesquisa busca levantar evid\u00eancias que contribuam para a promo\u00e7\u00e3o de direitos e do bem-estar de crian\u00e7as e adolescentes. Desse modo, para al\u00e9m das atividades presentes na s\u00e9rie hist\u00f3rica da pesquisa, o uso da rede na busca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e apoio emocional passou a ser um tema relevante de investiga\u00e7\u00e3o\", sinaliza Barbosa.<\/p>\n\n\n\n
\"Pesquisas como a TIC Kids Online Brasil s\u00e3o de extrema relev\u00e2ncia para entendermos o cen\u00e1rio atual e fortalecermos o letramento e inclus\u00e3o digital dos mais jovens, com mais seguran\u00e7a e qualidade, quest\u00f5es intr\u00ednsecas ao trabalho realizado pelo Comit\u00ea Gestor da Internet no Brasil\", pondera Jos\u00e9 Gontijo, coordenador do CGI.br.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
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Por que o refluxo atinge quase todas as gestantes (e o que realmente vale a pena fazer)?

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Muitas vezes, \u00e9 poss\u00edvel que voc\u00ea tenha pessoas que acham que s\u00e3o excelentes m\u00e3es e pais, mas que imprimem uma norma, uma conduta, um modelo que impede que o outro seja o que pode ser. Vi muito isso, adolescentes dizendo \u201ceu n\u00e3o consigo, para minha m\u00e3e nem para o meu pai, ser o que realmente sou, o que realmente gosto, tenho que mentir, me fazer ser o que n\u00e3o sou, criar um perfil falso\u201d. A viol\u00eancia simb\u00f3lica est\u00e1 muito nesse campo, no religioso, al\u00e9m da viol\u00eancia f\u00edsica e psicol\u00f3gica.<\/p>\n\n\n\n
<\/p>\n\n\n\n
H\u00e1 caracter\u00edsticas em comum entre os pais dessa gera\u00e7\u00e3o?<\/h2>\n\n\n\n
S\u00e3o pessoas que aprenderam com os modelos anteriores como devem proceder, como educar e como deve ser a rela\u00e7\u00e3o entre pais e filhos, e eles terminam agindo em nome desse bem-estar. Eles querem o bem dos filhos, n\u00e3o desejam o mal, mas \u00e9 um bem meio que projetado, n\u00e3o \u00e9 um bem presente, \u00e9 o bem do amanh\u00e3. Eu quero que meu filho esteja bem, mas para isso ele precisa seguir uma regra, uma norma, uma conduta, um padr\u00e3o, uma organiza\u00e7\u00e3o. Se ele n\u00e3o segue, eu n\u00e3o consigo ser m\u00e3e, pai dele, n\u00e3o consigo estabelecer uma rela\u00e7\u00e3o afetiva, de di\u00e1logo, e come\u00e7o a entrar em conflito.<\/p>\n\n\n\n
S\u00e3o pais que rejeitam os filhos? <\/h2>\n\n\n\n
Essa gera\u00e7\u00e3o mostra que os pais, se n\u00e3o h\u00e1 um modelo estabelecido, eles n\u00e3o se disp\u00f5em a aprender com o que eles veem na realidade, \u00e9 quase que um filho abstrato. Quando o filho real come\u00e7a a emergir e mostrar suas caracter\u00edsticas, os pais come\u00e7am a estranhar aquilo e n\u00e3o entram em processo de di\u00e1logo, se afastam. \u00c9 esse afastamento, esse vazio, que cria a gera\u00e7\u00e3o do quarto. Por isso afirmo que \u00e9 na matriz familiar que a gera\u00e7\u00e3o \u00e9 gerada, quer dizer, os pais n\u00e3o conseguem observar, de modo geral, a emerg\u00eancia dos humanos que eles mesmos criaram. Eles t\u00eam o humano projetado, \u00e9 quase um molde de um humano. Quando vem uma orienta\u00e7\u00e3o sexual ou um g\u00eanero que n\u00e3o \u00e9 norma, causa um impacto. <\/p>\n\n\n\n
Claro que \u00e9 menos impactante quando o filho diz que n\u00e3o quer ser m\u00e9dico, mas sim ator, pode haver resist\u00eancia mas n\u00e3o t\u00e3o intensa como quando voc\u00ea diz que \u00e9 gay, isso causa um embara\u00e7o. Mas n\u00e3o gosto de condenar os pais e as m\u00e3es, porque acho que eles est\u00e3o envolvidos nesse processo, eles querem acertar, ao menos, os que t\u00eam paternagem e maternagem, que chamo de esp\u00edrito de pai e m\u00e3e. Os que n\u00e3o t\u00eam, esses simplesmente geram os filhos, est\u00e3o ali numa esp\u00e9cie de playground de criar filhos. Mas os que t\u00eam paternagem, eles v\u00e3o tentando encontrar e conseguem, ent\u00e3o nesse caso, essa fissura, esse vazio que se abriu \u00e9 reduzido e a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 compreendida. <\/p>\n\n\n\n
Os pais sabem que t\u00eam um problema em casa?<\/h2>\n\n\n\n
Eles n\u00e3o t\u00eam conhecimento, porque a gera\u00e7\u00e3o do quarto cognitivamente n\u00e3o tem problema com boletim escolar. Essa gera\u00e7\u00e3o chega na universidade. Essa causa-consequ\u00eancia que a gente confabulou e afirmou tantas vezes que, por exemplo, vai ter problemas na escola, no rendimento escolar, n\u00e3o \u00e9 um sinal, a gera\u00e7\u00e3o do quarto tem um boletim escolar azul,<\/strong> e os pais n\u00e3o percebem. Eles acham que faz parte da vida estar no quarto.<\/strong> Muitos me dizem isso, \u201cah mas meu filho est\u00e1 no quarto j\u00e1 h\u00e1 tanto tempo que nem me dava conta\u201d. Eles come\u00e7am a se dar conta quando a crian\u00e7a ou o adolescente come\u00e7a a se cortar, quando come\u00e7am a gritar em sil\u00eancio, a\u00ed os pais alertam, mas at\u00e9 ent\u00e3o, n\u00e3o. Chamam para jantar, quando conseguem, lembrando que pais contempor\u00e2neos vivem muito fora de casa, trabalham muito, com finalidade de dar um futuro para os filhos.  <\/p>\n\n\n\n
Ou seja, o esfor\u00e7o dos pais para garantir uma boa estrutura familiar acaba por distanci\u00e1-los dos filhos?<\/h2>\n\n\n\n
\u00c9 a alternativa que se deu para a fam\u00edlia. Num pa\u00eds de mais de 210 milh\u00f5es de pessoas, n\u00e3o \u00e9 todo mundo que para e reflete sobre o que \u00e9 ser uma fam\u00edlia. Para os que est\u00e3o abaixo da linha da mis\u00e9ria tem que pensar muito como se recupera. H\u00e1 uma quest\u00e3o importante: o fen\u00f4meno da gera\u00e7\u00e3o do quarto se d\u00e1 em todas as classes sociais, mas as estrat\u00e9gias trabalhadas mudam. Tem muitas pessoas que usam a gravidez, por exemplo, como forma de sair de uma situa\u00e7\u00e3o socioecon\u00f4mica. Engravidar pode ser uma esp\u00e9cie de promo\u00e7\u00e3o social, ou seja, o problema \u00e9 o mesmo, a dor ps\u00edquica \u00e9 a mesma, mas a maneira de lidar com ela \u00e9 diferente. <\/p>\n\n\n\n
Os jovens n\u00e3o se abrem com os pais, mas n\u00e3o se opuseram a falar com voc\u00ea?<\/h2>\n\n\n\n
Talvez o que favorece para um pesquisador como eu \u00e9 me dispor a escutar sem condenar, sem julgamento. Eu escuto para acolher e esse talvez seja um potencial que a gente possa ensinar aos pais e \u00e0s m\u00e3es, para que o filho diga o que pensa, o que acha, o que gosta e n\u00e3o gosta, se sinta confort\u00e1vel em ser diferente dos pais. Acho que as fam\u00edlias escutam julgando, comparando e sentenciando demais. As crian\u00e7as, ao contr\u00e1rio do que as pessoas pensam, s\u00e3o muito sens\u00edveis, muito cr\u00edticas, elas conseguem responder perguntas, falar sobre sentimentos com quem elas se sentem confort\u00e1veis. Al\u00e9m disso, uma das t\u00e9cnicas que utilizei, o question\u00e1rio online, me trouxe muitas respostas, porque tinha perguntas abertas. Alguns dos depoimentos que apresento no livro eu n\u00e3o ouvi, eu li. Quando n\u00e3o tenho que dizer meu nome, quem eu sou, de onde sou, qual minha idade, me sinto mais livre para falar, pedir ajuda. Foram esses depoimentos que me causaram impacto e me fizeram depois entrevistar o grupo menor por meio de rodas de conversa. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Qual o papel da escola nesse contexto?<\/h2>\n\n\n\n
Eu sou um profissional e defensor da escola, a escola para mim \u00e9 uma grande inven\u00e7\u00e3o social, cumpre papel de forma\u00e7\u00e3o, de complementaridade, sobretudo no campo do que chamamos de conhecimento cient\u00edfico. Ela tamb\u00e9m tem um papel social, porque trabalha com pessoas, organiza\u00e7\u00f5es, institui\u00e7\u00f5es, mas ela precisa ser revisitada e reformulada nos seus objetivos matriciais. A escola n\u00e3o pode querer exclusivamente formar do ponto vista cognitivo. Isso \u00e9 um equ\u00edvoco que se manifesta sobretudo nessas escolas, que insistem num modelo de concorr\u00eancia, competi\u00e7\u00e3o, ranqueamento, na nota como resposta \u00e0 aprendizagem. S\u00e3o escolas desconectadas com grandes problemas contempor\u00e2neos, como a sobreviv\u00eancia do Planeta Terra. Temos um planeta amea\u00e7ado de desertifica\u00e7\u00e3o, de aus\u00eancia de comida, amea\u00e7ado no campo dos povos origin\u00e1rios, ent\u00e3o essas s\u00e3o preocupa\u00e7\u00f5es que a escola deve ter. <\/p>\n\n\n\n
Outra preocupa\u00e7\u00e3o \u00e9 a diversidade, temos uma sociedade que se mostra violenta com as minorias, racista e mis\u00f3gina. As mulheres sofrem muito nessa sociedade. A escola n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 para discutir f\u00f3rmulas qu\u00edmicas, biol\u00f3gicas, equa\u00e7\u00f5es matem\u00e1ticas, sintaxe da l\u00edngua. <\/p>\n\n\n\n
A escola \u00e9 para ajudar a usar o conhecimento cient\u00edfico na melhoria da qualidade de vida das pessoas, da minha e dos outros. <\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Ent\u00e3o se ela n\u00e3o faz isso, se insiste na concorr\u00eancia, em colocar aqueles que s\u00e3o bons e n\u00e3o s\u00e3o bons, os que s\u00e3o inteligentes e os que n\u00e3o s\u00e3o inteligentes, e ela tem insistido, ela ajuda a adoecer. \u00c9 o que digo no livro. <\/p>\n\n\n\n
O que dizer aos pais e m\u00e3es da gera\u00e7\u00e3o do quarto?<\/h2>\n\n\n\n
Os filhos e as filhas v\u00e3o precisar muito mesmo dos pais. Tem dois cen\u00e1rios, um \u00e9 ajudar meu filho a n\u00e3o entrar no quarto e o outro \u00e9 ajudar o filho que j\u00e1 est\u00e1 no quarto. No livro eu falo de cinco pilares: cuidado, autoconhecimento, conviv\u00eancia, dialogicidade e amorosidade. Trabalhar a fam\u00edlia e a escola a partir dessas sustenta\u00e7\u00f5es \u00e9 preventivo, mas pode servir tamb\u00e9m para situa\u00e7\u00f5es de pessoas que j\u00e1 est\u00e3o adoecidas, neste caso, associado ao acompanhamento de um profissional da sa\u00fade mental - psic\u00f3logo, psiquiatra, psicanalista, a depender do caso.<\/p>\n\n\n\n
O pilar do cuidado<\/strong> trata sobre a import\u00e2ncia do cuidado consigo e do cuidado com o outro, o que implica tratar das quest\u00f5es relacionadas a respeito, compreens\u00e3o, conviv\u00eancia, uso abusivo de \u00e1lcool, relacionamentos abusivos, bullying, ciberbullying, uso excessivo de redes sociais digitais, entre outros aspectos.

O pilar do autoconhecimento<\/strong> trata sobre a biografia, a hist\u00f3ria de cada pessoa, a fam\u00edlia. Proponho um trabalho sobre ancestralidade, que a pessoa conhe\u00e7a sua hist\u00f3ria de vida, conhe\u00e7a seu pai, sua m\u00e3e, sua opini\u00e3o, seus gostos. Isso tem a ver com quem eu sou, do ponto de vista \u00e9tico, e vai me dar uma seguran\u00e7a para enfrentar aquilo que querem que eu seja. Eu sou isso, mas querem que eu seja aquilo. N\u00e3o escondo minhas fragilidades, sou amado, o que d\u00e1 seguran\u00e7a. N\u00e3o vou dizer para minha crian\u00e7a que a vida \u00e9 f\u00e1cil, um mar de rosas, que ela nunca vai encontrar desafios, mas vou ajud\u00e1-la e fortalec\u00ea-la para que ela possa enfrent\u00e1-los.<\/p>\n\n\n\n
No pilar da conviv\u00eancia<\/strong>, h\u00e1 uma rela\u00e7\u00e3o entre aprender a ser e aprender a conviver. Trato de situa\u00e7\u00f5es cotidianas que evocam reflex\u00f5es \u00e9ticas, morais e espirituais, para as quais a compaix\u00e3o, a empatia e a resili\u00eancia s\u00e3o habilidades necess\u00e1rias e essenciais. O exerc\u00edcio da dialogicidade<\/strong> \u00e9 realizado quando as pessoas aprendem a falar o que pensam e sentem, mas entendem que o que pensam e sentem n\u00e3o \u00e9 a \u00faltima palavra sobre a verdade. O pilar da amorosidade<\/strong> \u00e9 tratado com reflex\u00f5es e a\u00e7\u00f5es. As reflex\u00f5es geram as a\u00e7\u00f5es, e as a\u00e7\u00f5es n\u00e3o s\u00e3o realizadas de modo mec\u00e2nico. <\/p>\n\n\n\n
Os pais podem aprender com os filhos?<\/h2>\n\n\n\n
O livro n\u00e3o tem que ser uma pedra para atirar nos pais e na escola, tem que ser um acalanto. Eu acho que a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 t\u00e3o potente que nos possibilita reaprender a viver, tenho grande esperan\u00e7a na gera\u00e7\u00e3o do quarto, a mesma gera\u00e7\u00e3o que \u00e9 violenta me ensina novos modos de amor, n\u00e3o vejo a gera\u00e7\u00e3o como fracassada, que n\u00e3o deu certo, acho um absurdo dizer que \u00e9 uma gera\u00e7\u00e3o parasita, \"nem-nem\". Obviamente ela traz todas as mazelas, n\u00e3o foi a gera\u00e7\u00e3o do quarto que inventou o abuso do \u00e1lcool, a viol\u00eancia, esses foram c\u00f3digos sempre usados, mas a gera\u00e7\u00e3o do quarto est\u00e1 nos dando outras alternativas, como maior preocupa\u00e7\u00e3o sobre consumo, meio ambiente, empoderamento das meninas, orienta\u00e7\u00e3o \u00e0 quest\u00e3o de g\u00eanero. Essa gera\u00e7\u00e3o tem muita coisa a nos mostrar, n\u00e3o precisamos ter medo, podemos aprender com elas. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"A gera\u00e7\u00e3o do quarto: um retrato chocante da juventude brasileira","post_excerpt":"Ap\u00f3s ouvir mais de 3 mil crian\u00e7as e adolescentes que vivem experi\u00eancias traum\u00e1ticas em seus quartos, o pesquisador Hugo Monteiro Ferreira faz um alerta aos pais e \u00e0s escolas sobre a necessidade de mudar a forma de se relacionar com os jovens","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"a-geracao-do-quarto-o-retrato-chocante-da-juventude-brasileira","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-30 11:00:28","post_modified_gmt":"2022-08-30 14:00:28","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64515","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64369,"post_author":"4","post_date":"2022-08-23 10:54:43","post_date_gmt":"2022-08-23 13:54:43","post_content":"\n
De acordo com o Artigo 227<\/a> da Constitui\u00e7\u00e3o de 1988, as crian\u00e7as<\/a> devem ser prioridade absoluta em todas as decis\u00f5es, programas e pol\u00edticas p\u00fablicas<\/a>. Isso se torna mais relevante em ano de elei\u00e7\u00f5es, em que poderemos escolher, de forma democr\u00e1tica<\/a>, representantes<\/a> aos cargos de presidente da Rep\u00fablica, senadores, governadores, deputados federais e estaduais. <\/p>\n\n\n\n
O voto no Brasil \u00e9 obrigat\u00f3rio para todos aqueles acima de 18 anos, sendo facultativo para jovens com 16 e 17 anos, pessoas com mais de 70 anos e analfabetos. Crian\u00e7as e adolescentes<\/a> menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar<\/a>, mas isso n\u00e3o quer dizer que n\u00e3o devam estar inclu\u00eddos nos planos dos diferentes representantes pol\u00edticos. Muito pelo contr\u00e1rio.<\/p>\n\n\n\n
Diversos estudos j\u00e1 comprovaram que investir na primeira inf\u00e2ncia<\/a> \u00e9 a melhor maneira de reduzir desigualdades e construir uma sociedade com condi\u00e7\u00f5es sociais e ambientais sustent\u00e1veis.<\/p>\n\n\n\n
Cabe a n\u00f3s, adultos, escolher nas elei\u00e7\u00f5es candidatos que contemplem as crian\u00e7as em projetos e iniciativas diversas. Abaixo, veja 5 motivos que tornam urgente a valoriza\u00e7\u00e3o de projetos para a inf\u00e2ncia e juventude nas campanhas \u00e0s elei\u00e7\u00f5es de 2022. A lista \u00e9 do portal Lunetas, espa\u00e7o dedicado \u00e0 reflex\u00e3o sobre a inf\u00e2ncia, que recentemente lan\u00e7ou o especial \"Inf\u00e2ncias em foco: Quem vota pelas crian\u00e7as?\"<\/a>, um hub de informa\u00e7\u00e3o sobre pol\u00edtica e as inf\u00e2ncias. <\/p>\n\n\n\n
5 temas que envolvem as crian\u00e7as e que t\u00eam de estar previstos nas propostas dos candidatos \u00e0s elei\u00e7\u00f5es:<\/h2>\n\n\n\n
Fome<\/h3>\n\n\n\n
De acordo com um levantamento realizado pela Funda\u00e7\u00e3o Abrinq, cerca de 18,8 milh\u00f5es de meninos e meninas de at\u00e9 14 anos passam fome no Brasil. Essa inseguran\u00e7a alimentar traz preju\u00edzos grav\u00edssimos \u00e0s crian\u00e7as, afetando seu crescimento e o desenvolvimento f\u00edsico e cognitivo necess\u00e1rios para que consigam crescer de maneira saud\u00e1vel.<\/p>\n\n\n\n
Analfabetismo<\/h3>\n\n\n\n
H\u00e1 50 anos, a educa\u00e7\u00e3o infantil n\u00e3o era uma realidade no Brasil, no entanto, pol\u00edticas p\u00fablicas mudaram essa realidade. Ainda assim, nos \u00faltimos dois anos, o n\u00famero de crian\u00e7as de 6 e 7 anos que n\u00e3o sabem ler e escrever cresceu em 1 milh\u00e3o. Pensando no futuro e nos pr\u00f3ximos passos do Brasil relacionados \u00e0 educa\u00e7\u00e3o p\u00fablica, \u00e9 necess\u00e1rio eleger candidatos que queiram enfrentar as desigualdades sociais e lutar para que todas as crian\u00e7as e adolescentes tenham acesso \u00e0 educa\u00e7\u00e3o de qualidade.<\/p>\n\n\n\n
Trabalho Infantil<\/h3>\n\n\n\n
Atualmente, cerca de 2 milh\u00f5es de crian\u00e7as e adolescentes est\u00e3o em situa\u00e7\u00e3o de trabalho infantil no Brasil. Desse total, 66% s\u00e3o crian\u00e7as pretas ou pardas e 71% est\u00e3o na \u00e1rea urbana, de acordo com um levantamento divulgado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domic\u00edlios (PNAD Cont\u00ednua).<\/p>\n\n\n\n
Viol\u00eancia e explora\u00e7\u00e3o sexual<\/h3>\n\n\n\n
Entre 2016 e 2020, 35 mil crian\u00e7as e adolescentes, de 0 a 19 anos, foram mortos de forma violenta no Brasil e 180 mil sofreram viol\u00eancia sexual, segundo o Panorama da Viol\u00eancia Sexual contra crian\u00e7as e Adolescentes no Brasil, lan\u00e7ado pela Unicef e pelo F\u00f3rum Brasileiro de Seguran\u00e7a P\u00fablica (FBSP). Por isso, \u00e9 necess\u00e1rio eleger pessoas que tenham coragem para combater esse cen\u00e1rio e falar de assuntos como igualdade de g\u00eanero, empoderamento de meninas, viol\u00eancia sexual e femin\u00edcio.<\/p>\n\n\n\n
Moradia<\/h3>\n\n\n\n
Mais de 5 milh\u00f5es de pessoas ainda residem em domic\u00edlios sem banheiros ou sanit\u00e1rios de uso exclusivo e 9,7 milh\u00f5es vivem em condi\u00e7\u00f5es de adensamento excessivo, com mais de tr\u00eas moradores para cada dormit\u00f3rio. Este \u00e9 um assunto que n\u00e3o deve ser ignorado, j\u00e1 que todas as crian\u00e7as precisam de acesso \u00e0 moradia para viver com dignidade e poder se desenvolver em outras \u00e1reas, como lazer, educa\u00e7\u00e3o e sa\u00fade.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]  <\/p>\n","post_title":"5 motivos para priorizar as crian\u00e7as nas elei\u00e7\u00f5es de 2022","post_excerpt":"Crian\u00e7as e adolescentes menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar, mas s\u00e3o parcela importante da popula\u00e7\u00e3o e t\u00eam de estar contemplados nos projetos dos diferentes atores governamentais","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"5-motivos-para-priorizar-as-criancas-nas-eleicoes-de-2022","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-25 18:52:13","post_modified_gmt":"2022-08-25 21:52:13","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64369","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64334,"post_author":"4","post_date":"2022-08-22 15:14:51","post_date_gmt":"2022-08-22 18:14:51","post_content":"\n
O n\u00famero de crian\u00e7as e adolescente<\/a>s conectados \u00e0 internet cresceu nos \u00faltimos anos. Segundo o estudo TIC Kids Online Brasil 2021<\/a>, rec\u00e9m-divulgado, 93% ou 22,3 milh\u00f5es das crian\u00e7as e dos adolescentes<\/a> no pa\u00eds acessaram a web<\/a> em 2021, sendo que em 2019 esse percentual era de 89%. O crescimento foi impulsionado principalmente pela maior propor\u00e7\u00e3o de usu\u00e1rios na regi\u00e3o Nordeste e nas \u00e1reas rurais. <\/p>\n\n\n\n
O uso de redes sociais <\/a>pelas crian\u00e7as tamb\u00e9m tem se elevado, sendo a plataforma Tik Tok<\/a> a mais utilizada (34%), seguida pelo Instagram (33%). No Facebook, houve queda no uso de 66% para 51% no per\u00edodo citado. J\u00e1 o WhatsApp segue como a plataforma em que crian\u00e7as e adolescentes mais possuem perfil (foi de 70% em 2018 para 80% em 2021), e \u00e9 a mais difundida entre todos os estratos sociais.<\/p>\n\n\n\n
A pesquisa, conduzida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informa\u00e7\u00e3o (Cetic.br) do N\u00facleo de Informa\u00e7\u00e3o e Coordena\u00e7\u00e3o do Ponto BR (NIC.br), entrevistou 2.651 crian\u00e7as e adolescentes com idades entre 9 e 17 anos, bem como seus pais ou respons\u00e1veis, em todo o territ\u00f3rio nacional. As entrevistas aconteceram entre outubro de 2021 e mar\u00e7o de 2022, com a finalidade de investigar oportunidades e riscos relacionados \u00e0 participa\u00e7\u00e3o online desse p\u00fablico. <\/p>\n\n\n\n
Segundo o levantamento, as crian\u00e7as tamb\u00e9m est\u00e3o passando mais tempo em jogos online - seja conectadas com outros jogadores (de 57% para 66%, entre 2021 e 2019) ou n\u00e3o conectadas a eles (de 55% para 64%) -, e fazendo mais compras no ambiente digital - cresceu de 9% para 19% no mesmo per\u00edodo. <\/p>\n\n\n\n
\"Plataformas de cria\u00e7\u00e3o e compartilhamento de conte\u00fado audiovisual est\u00e3o entre as mais utilizadas por crian\u00e7as e adolescentes. Nesse contexto, a qualidade da conex\u00e3o \u00e0 Internet e dos dispositivos digitais utilizados para o acesso \u00e0 rede passam a ser determinantes para o melhor aproveitamento de oportunidades online. \u00c9 central, portanto, garantir condi\u00e7\u00f5es equitativas de conectividade para crian\u00e7as e adolescentes em diferentes contextos socioecon\u00f4micos\", aponta Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br. <\/p>\n\n\n\n
A pesquisa TIC Kids Online <\/a>detectou, ainda, que o telefone celular segue como o principal meio de conex\u00e3o \u00e0 rede nos diferentes extratos sociais. Para 53%, o celular foi o \u00fanico dispositivo usado, realidade que se verificou mais presente nas classes DE (78%) e C (52%) do que nas classes AB (18%). <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Acesso a propagandas<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
Entre as atividades multim\u00eddia, as mais acessadas pelas crian\u00e7as s\u00e3o ouvir m\u00fasica (80%), assistir a v\u00eddeos, programas, filmes ou s\u00e9ries (84%), S\u00edtios de v\u00eddeos (67%) e redes sociais (61%) est\u00e3o entre as principais plataformas em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios de internet declaram ter visto propaganda de produtos ou marcas. Pessoas ensinando como usar algum produto (62%) e abrindo embalagens -- o chamado unboxing<\/em><\/strong> - (61%) foram os principais conte\u00fados de imagem ou v\u00eddeo em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios da rede tiveram contato com divulga\u00e7\u00e3o de produtos ou marcas. Entre as principais categorias de produtos ou marcas vistas no ambiente online<\/em> est\u00e3o: <\/p>\n\n\n\n
Equipamentos eletr\u00f4nicos (60%); <\/li>
Roupas e sapatos (60%); <\/li>
Comidas, bebidas ou doces (57%); <\/li>
Videogames ou jogos (46%); <\/li>
Maquiagem e outros produtos de beleza (46%).\u00a0<\/li><\/ul>\n\n\n\nBusca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e bem-estar<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa tamb\u00e9m constatou que 32% dos jovens entre 11 e 17 anos procuram ajuda para lidar com algo ruim que vivenciaram<\/strong>, ou para falar sobre suas emo\u00e7\u00f5es<\/strong> quando se sentiram tristes. <\/p>\n\n\n\n
Entre os temas mais procurados relacionados \u00e0 sa\u00fade est\u00e3o:<\/p>\n\n\n\n
Informa\u00e7\u00f5es sobre alimenta\u00e7\u00e3o (55%);
Preven\u00e7\u00e3o e tratamento de doen\u00e7as (38%);
Exerc\u00edcios e meios para ficar em forma (36%);
Informa\u00e7\u00f5es sobre medicamentos (22%);<\/li>
Discuss\u00f5es sobre sa\u00fade sexual e educa\u00e7\u00e3o sexual (21%).<\/li><\/ul>\n\n\n\n
\"A pesquisa busca levantar evid\u00eancias que contribuam para a promo\u00e7\u00e3o de direitos e do bem-estar de crian\u00e7as e adolescentes. Desse modo, para al\u00e9m das atividades presentes na s\u00e9rie hist\u00f3rica da pesquisa, o uso da rede na busca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e apoio emocional passou a ser um tema relevante de investiga\u00e7\u00e3o\", sinaliza Barbosa.<\/p>\n\n\n\n
\"Pesquisas como a TIC Kids Online Brasil s\u00e3o de extrema relev\u00e2ncia para entendermos o cen\u00e1rio atual e fortalecermos o letramento e inclus\u00e3o digital dos mais jovens, com mais seguran\u00e7a e qualidade, quest\u00f5es intr\u00ednsecas ao trabalho realizado pelo Comit\u00ea Gestor da Internet no Brasil\", pondera Jos\u00e9 Gontijo, coordenador do CGI.br.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
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Eu me preocupo muito porque parece que a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 meio que uma matriz de pequenos e pequenas curingas, do personagem do Batman. N\u00f3s estamos formando gera\u00e7\u00f5es violentas, e essa viol\u00eancia pode ser contra si, os \u00edndices de suic\u00eddio na adolesc\u00eancia n\u00e3o s\u00e3o m\u00ednimos. No Brasil, infelizmente, desde 2016, que eles aumentam, mas n\u00f3s tamb\u00e9m temos criado pessoas, em pa\u00edses como os Estados Unidos, que quando t\u00eam acesso a armas, criam e organizam massacres como esses que vimos nas escolas americanas. O perfil e a biografia desses adolescentes se assemelha \u00e0 gera\u00e7\u00e3o do quarto. \u00c9 preocupante, porque n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 o adoecimento ps\u00edquico, mas \u00e9 a produ\u00e7\u00e3o de uma comunidade psiquicamente adoecida, que tem na viol\u00eancia a gram\u00e1tica da sua sintaxe comunicacional, ou seja, a socializa\u00e7\u00e3o \u00e9 violenta.<\/p>\n\n\n\n
Muitas vezes, \u00e9 poss\u00edvel que voc\u00ea tenha pessoas que acham que s\u00e3o excelentes m\u00e3es e pais, mas que imprimem uma norma, uma conduta, um modelo que impede que o outro seja o que pode ser. Vi muito isso, adolescentes dizendo \u201ceu n\u00e3o consigo, para minha m\u00e3e nem para o meu pai, ser o que realmente sou, o que realmente gosto, tenho que mentir, me fazer ser o que n\u00e3o sou, criar um perfil falso\u201d. A viol\u00eancia simb\u00f3lica est\u00e1 muito nesse campo, no religioso, al\u00e9m da viol\u00eancia f\u00edsica e psicol\u00f3gica.<\/p>\n\n\n\n
<\/p>\n\n\n\n
H\u00e1 caracter\u00edsticas em comum entre os pais dessa gera\u00e7\u00e3o?<\/h2>\n\n\n\n
S\u00e3o pessoas que aprenderam com os modelos anteriores como devem proceder, como educar e como deve ser a rela\u00e7\u00e3o entre pais e filhos, e eles terminam agindo em nome desse bem-estar. Eles querem o bem dos filhos, n\u00e3o desejam o mal, mas \u00e9 um bem meio que projetado, n\u00e3o \u00e9 um bem presente, \u00e9 o bem do amanh\u00e3. Eu quero que meu filho esteja bem, mas para isso ele precisa seguir uma regra, uma norma, uma conduta, um padr\u00e3o, uma organiza\u00e7\u00e3o. Se ele n\u00e3o segue, eu n\u00e3o consigo ser m\u00e3e, pai dele, n\u00e3o consigo estabelecer uma rela\u00e7\u00e3o afetiva, de di\u00e1logo, e come\u00e7o a entrar em conflito.<\/p>\n\n\n\n
S\u00e3o pais que rejeitam os filhos? <\/h2>\n\n\n\n
Essa gera\u00e7\u00e3o mostra que os pais, se n\u00e3o h\u00e1 um modelo estabelecido, eles n\u00e3o se disp\u00f5em a aprender com o que eles veem na realidade, \u00e9 quase que um filho abstrato. Quando o filho real come\u00e7a a emergir e mostrar suas caracter\u00edsticas, os pais come\u00e7am a estranhar aquilo e n\u00e3o entram em processo de di\u00e1logo, se afastam. \u00c9 esse afastamento, esse vazio, que cria a gera\u00e7\u00e3o do quarto. Por isso afirmo que \u00e9 na matriz familiar que a gera\u00e7\u00e3o \u00e9 gerada, quer dizer, os pais n\u00e3o conseguem observar, de modo geral, a emerg\u00eancia dos humanos que eles mesmos criaram. Eles t\u00eam o humano projetado, \u00e9 quase um molde de um humano. Quando vem uma orienta\u00e7\u00e3o sexual ou um g\u00eanero que n\u00e3o \u00e9 norma, causa um impacto. <\/p>\n\n\n\n
Claro que \u00e9 menos impactante quando o filho diz que n\u00e3o quer ser m\u00e9dico, mas sim ator, pode haver resist\u00eancia mas n\u00e3o t\u00e3o intensa como quando voc\u00ea diz que \u00e9 gay, isso causa um embara\u00e7o. Mas n\u00e3o gosto de condenar os pais e as m\u00e3es, porque acho que eles est\u00e3o envolvidos nesse processo, eles querem acertar, ao menos, os que t\u00eam paternagem e maternagem, que chamo de esp\u00edrito de pai e m\u00e3e. Os que n\u00e3o t\u00eam, esses simplesmente geram os filhos, est\u00e3o ali numa esp\u00e9cie de playground de criar filhos. Mas os que t\u00eam paternagem, eles v\u00e3o tentando encontrar e conseguem, ent\u00e3o nesse caso, essa fissura, esse vazio que se abriu \u00e9 reduzido e a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 compreendida. <\/p>\n\n\n\n
Os pais sabem que t\u00eam um problema em casa?<\/h2>\n\n\n\n
Eles n\u00e3o t\u00eam conhecimento, porque a gera\u00e7\u00e3o do quarto cognitivamente n\u00e3o tem problema com boletim escolar. Essa gera\u00e7\u00e3o chega na universidade. Essa causa-consequ\u00eancia que a gente confabulou e afirmou tantas vezes que, por exemplo, vai ter problemas na escola, no rendimento escolar, n\u00e3o \u00e9 um sinal, a gera\u00e7\u00e3o do quarto tem um boletim escolar azul,<\/strong> e os pais n\u00e3o percebem. Eles acham que faz parte da vida estar no quarto.<\/strong> Muitos me dizem isso, \u201cah mas meu filho est\u00e1 no quarto j\u00e1 h\u00e1 tanto tempo que nem me dava conta\u201d. Eles come\u00e7am a se dar conta quando a crian\u00e7a ou o adolescente come\u00e7a a se cortar, quando come\u00e7am a gritar em sil\u00eancio, a\u00ed os pais alertam, mas at\u00e9 ent\u00e3o, n\u00e3o. Chamam para jantar, quando conseguem, lembrando que pais contempor\u00e2neos vivem muito fora de casa, trabalham muito, com finalidade de dar um futuro para os filhos.  <\/p>\n\n\n\n
Ou seja, o esfor\u00e7o dos pais para garantir uma boa estrutura familiar acaba por distanci\u00e1-los dos filhos?<\/h2>\n\n\n\n
\u00c9 a alternativa que se deu para a fam\u00edlia. Num pa\u00eds de mais de 210 milh\u00f5es de pessoas, n\u00e3o \u00e9 todo mundo que para e reflete sobre o que \u00e9 ser uma fam\u00edlia. Para os que est\u00e3o abaixo da linha da mis\u00e9ria tem que pensar muito como se recupera. H\u00e1 uma quest\u00e3o importante: o fen\u00f4meno da gera\u00e7\u00e3o do quarto se d\u00e1 em todas as classes sociais, mas as estrat\u00e9gias trabalhadas mudam. Tem muitas pessoas que usam a gravidez, por exemplo, como forma de sair de uma situa\u00e7\u00e3o socioecon\u00f4mica. Engravidar pode ser uma esp\u00e9cie de promo\u00e7\u00e3o social, ou seja, o problema \u00e9 o mesmo, a dor ps\u00edquica \u00e9 a mesma, mas a maneira de lidar com ela \u00e9 diferente. <\/p>\n\n\n\n
Os jovens n\u00e3o se abrem com os pais, mas n\u00e3o se opuseram a falar com voc\u00ea?<\/h2>\n\n\n\n
Talvez o que favorece para um pesquisador como eu \u00e9 me dispor a escutar sem condenar, sem julgamento. Eu escuto para acolher e esse talvez seja um potencial que a gente possa ensinar aos pais e \u00e0s m\u00e3es, para que o filho diga o que pensa, o que acha, o que gosta e n\u00e3o gosta, se sinta confort\u00e1vel em ser diferente dos pais. Acho que as fam\u00edlias escutam julgando, comparando e sentenciando demais. As crian\u00e7as, ao contr\u00e1rio do que as pessoas pensam, s\u00e3o muito sens\u00edveis, muito cr\u00edticas, elas conseguem responder perguntas, falar sobre sentimentos com quem elas se sentem confort\u00e1veis. Al\u00e9m disso, uma das t\u00e9cnicas que utilizei, o question\u00e1rio online, me trouxe muitas respostas, porque tinha perguntas abertas. Alguns dos depoimentos que apresento no livro eu n\u00e3o ouvi, eu li. Quando n\u00e3o tenho que dizer meu nome, quem eu sou, de onde sou, qual minha idade, me sinto mais livre para falar, pedir ajuda. Foram esses depoimentos que me causaram impacto e me fizeram depois entrevistar o grupo menor por meio de rodas de conversa. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Qual o papel da escola nesse contexto?<\/h2>\n\n\n\n
Eu sou um profissional e defensor da escola, a escola para mim \u00e9 uma grande inven\u00e7\u00e3o social, cumpre papel de forma\u00e7\u00e3o, de complementaridade, sobretudo no campo do que chamamos de conhecimento cient\u00edfico. Ela tamb\u00e9m tem um papel social, porque trabalha com pessoas, organiza\u00e7\u00f5es, institui\u00e7\u00f5es, mas ela precisa ser revisitada e reformulada nos seus objetivos matriciais. A escola n\u00e3o pode querer exclusivamente formar do ponto vista cognitivo. Isso \u00e9 um equ\u00edvoco que se manifesta sobretudo nessas escolas, que insistem num modelo de concorr\u00eancia, competi\u00e7\u00e3o, ranqueamento, na nota como resposta \u00e0 aprendizagem. S\u00e3o escolas desconectadas com grandes problemas contempor\u00e2neos, como a sobreviv\u00eancia do Planeta Terra. Temos um planeta amea\u00e7ado de desertifica\u00e7\u00e3o, de aus\u00eancia de comida, amea\u00e7ado no campo dos povos origin\u00e1rios, ent\u00e3o essas s\u00e3o preocupa\u00e7\u00f5es que a escola deve ter. <\/p>\n\n\n\n
Outra preocupa\u00e7\u00e3o \u00e9 a diversidade, temos uma sociedade que se mostra violenta com as minorias, racista e mis\u00f3gina. As mulheres sofrem muito nessa sociedade. A escola n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 para discutir f\u00f3rmulas qu\u00edmicas, biol\u00f3gicas, equa\u00e7\u00f5es matem\u00e1ticas, sintaxe da l\u00edngua. <\/p>\n\n\n\n
A escola \u00e9 para ajudar a usar o conhecimento cient\u00edfico na melhoria da qualidade de vida das pessoas, da minha e dos outros. <\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Ent\u00e3o se ela n\u00e3o faz isso, se insiste na concorr\u00eancia, em colocar aqueles que s\u00e3o bons e n\u00e3o s\u00e3o bons, os que s\u00e3o inteligentes e os que n\u00e3o s\u00e3o inteligentes, e ela tem insistido, ela ajuda a adoecer. \u00c9 o que digo no livro. <\/p>\n\n\n\n
O que dizer aos pais e m\u00e3es da gera\u00e7\u00e3o do quarto?<\/h2>\n\n\n\n
Os filhos e as filhas v\u00e3o precisar muito mesmo dos pais. Tem dois cen\u00e1rios, um \u00e9 ajudar meu filho a n\u00e3o entrar no quarto e o outro \u00e9 ajudar o filho que j\u00e1 est\u00e1 no quarto. No livro eu falo de cinco pilares: cuidado, autoconhecimento, conviv\u00eancia, dialogicidade e amorosidade. Trabalhar a fam\u00edlia e a escola a partir dessas sustenta\u00e7\u00f5es \u00e9 preventivo, mas pode servir tamb\u00e9m para situa\u00e7\u00f5es de pessoas que j\u00e1 est\u00e3o adoecidas, neste caso, associado ao acompanhamento de um profissional da sa\u00fade mental - psic\u00f3logo, psiquiatra, psicanalista, a depender do caso.<\/p>\n\n\n\n
O pilar do cuidado<\/strong> trata sobre a import\u00e2ncia do cuidado consigo e do cuidado com o outro, o que implica tratar das quest\u00f5es relacionadas a respeito, compreens\u00e3o, conviv\u00eancia, uso abusivo de \u00e1lcool, relacionamentos abusivos, bullying, ciberbullying, uso excessivo de redes sociais digitais, entre outros aspectos.

O pilar do autoconhecimento<\/strong> trata sobre a biografia, a hist\u00f3ria de cada pessoa, a fam\u00edlia. Proponho um trabalho sobre ancestralidade, que a pessoa conhe\u00e7a sua hist\u00f3ria de vida, conhe\u00e7a seu pai, sua m\u00e3e, sua opini\u00e3o, seus gostos. Isso tem a ver com quem eu sou, do ponto de vista \u00e9tico, e vai me dar uma seguran\u00e7a para enfrentar aquilo que querem que eu seja. Eu sou isso, mas querem que eu seja aquilo. N\u00e3o escondo minhas fragilidades, sou amado, o que d\u00e1 seguran\u00e7a. N\u00e3o vou dizer para minha crian\u00e7a que a vida \u00e9 f\u00e1cil, um mar de rosas, que ela nunca vai encontrar desafios, mas vou ajud\u00e1-la e fortalec\u00ea-la para que ela possa enfrent\u00e1-los.<\/p>\n\n\n\n
No pilar da conviv\u00eancia<\/strong>, h\u00e1 uma rela\u00e7\u00e3o entre aprender a ser e aprender a conviver. Trato de situa\u00e7\u00f5es cotidianas que evocam reflex\u00f5es \u00e9ticas, morais e espirituais, para as quais a compaix\u00e3o, a empatia e a resili\u00eancia s\u00e3o habilidades necess\u00e1rias e essenciais. O exerc\u00edcio da dialogicidade<\/strong> \u00e9 realizado quando as pessoas aprendem a falar o que pensam e sentem, mas entendem que o que pensam e sentem n\u00e3o \u00e9 a \u00faltima palavra sobre a verdade. O pilar da amorosidade<\/strong> \u00e9 tratado com reflex\u00f5es e a\u00e7\u00f5es. As reflex\u00f5es geram as a\u00e7\u00f5es, e as a\u00e7\u00f5es n\u00e3o s\u00e3o realizadas de modo mec\u00e2nico. <\/p>\n\n\n\n
Os pais podem aprender com os filhos?<\/h2>\n\n\n\n
O livro n\u00e3o tem que ser uma pedra para atirar nos pais e na escola, tem que ser um acalanto. Eu acho que a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 t\u00e3o potente que nos possibilita reaprender a viver, tenho grande esperan\u00e7a na gera\u00e7\u00e3o do quarto, a mesma gera\u00e7\u00e3o que \u00e9 violenta me ensina novos modos de amor, n\u00e3o vejo a gera\u00e7\u00e3o como fracassada, que n\u00e3o deu certo, acho um absurdo dizer que \u00e9 uma gera\u00e7\u00e3o parasita, \"nem-nem\". Obviamente ela traz todas as mazelas, n\u00e3o foi a gera\u00e7\u00e3o do quarto que inventou o abuso do \u00e1lcool, a viol\u00eancia, esses foram c\u00f3digos sempre usados, mas a gera\u00e7\u00e3o do quarto est\u00e1 nos dando outras alternativas, como maior preocupa\u00e7\u00e3o sobre consumo, meio ambiente, empoderamento das meninas, orienta\u00e7\u00e3o \u00e0 quest\u00e3o de g\u00eanero. Essa gera\u00e7\u00e3o tem muita coisa a nos mostrar, n\u00e3o precisamos ter medo, podemos aprender com elas. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"A gera\u00e7\u00e3o do quarto: um retrato chocante da juventude brasileira","post_excerpt":"Ap\u00f3s ouvir mais de 3 mil crian\u00e7as e adolescentes que vivem experi\u00eancias traum\u00e1ticas em seus quartos, o pesquisador Hugo Monteiro Ferreira faz um alerta aos pais e \u00e0s escolas sobre a necessidade de mudar a forma de se relacionar com os jovens","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"a-geracao-do-quarto-o-retrato-chocante-da-juventude-brasileira","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-30 11:00:28","post_modified_gmt":"2022-08-30 14:00:28","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64515","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64369,"post_author":"4","post_date":"2022-08-23 10:54:43","post_date_gmt":"2022-08-23 13:54:43","post_content":"\n
De acordo com o Artigo 227<\/a> da Constitui\u00e7\u00e3o de 1988, as crian\u00e7as<\/a> devem ser prioridade absoluta em todas as decis\u00f5es, programas e pol\u00edticas p\u00fablicas<\/a>. Isso se torna mais relevante em ano de elei\u00e7\u00f5es, em que poderemos escolher, de forma democr\u00e1tica<\/a>, representantes<\/a> aos cargos de presidente da Rep\u00fablica, senadores, governadores, deputados federais e estaduais. <\/p>\n\n\n\n
O voto no Brasil \u00e9 obrigat\u00f3rio para todos aqueles acima de 18 anos, sendo facultativo para jovens com 16 e 17 anos, pessoas com mais de 70 anos e analfabetos. Crian\u00e7as e adolescentes<\/a> menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar<\/a>, mas isso n\u00e3o quer dizer que n\u00e3o devam estar inclu\u00eddos nos planos dos diferentes representantes pol\u00edticos. Muito pelo contr\u00e1rio.<\/p>\n\n\n\n
Diversos estudos j\u00e1 comprovaram que investir na primeira inf\u00e2ncia<\/a> \u00e9 a melhor maneira de reduzir desigualdades e construir uma sociedade com condi\u00e7\u00f5es sociais e ambientais sustent\u00e1veis.<\/p>\n\n\n\n
Cabe a n\u00f3s, adultos, escolher nas elei\u00e7\u00f5es candidatos que contemplem as crian\u00e7as em projetos e iniciativas diversas. Abaixo, veja 5 motivos que tornam urgente a valoriza\u00e7\u00e3o de projetos para a inf\u00e2ncia e juventude nas campanhas \u00e0s elei\u00e7\u00f5es de 2022. A lista \u00e9 do portal Lunetas, espa\u00e7o dedicado \u00e0 reflex\u00e3o sobre a inf\u00e2ncia, que recentemente lan\u00e7ou o especial \"Inf\u00e2ncias em foco: Quem vota pelas crian\u00e7as?\"<\/a>, um hub de informa\u00e7\u00e3o sobre pol\u00edtica e as inf\u00e2ncias. <\/p>\n\n\n\n
5 temas que envolvem as crian\u00e7as e que t\u00eam de estar previstos nas propostas dos candidatos \u00e0s elei\u00e7\u00f5es:<\/h2>\n\n\n\n
Fome<\/h3>\n\n\n\n
De acordo com um levantamento realizado pela Funda\u00e7\u00e3o Abrinq, cerca de 18,8 milh\u00f5es de meninos e meninas de at\u00e9 14 anos passam fome no Brasil. Essa inseguran\u00e7a alimentar traz preju\u00edzos grav\u00edssimos \u00e0s crian\u00e7as, afetando seu crescimento e o desenvolvimento f\u00edsico e cognitivo necess\u00e1rios para que consigam crescer de maneira saud\u00e1vel.<\/p>\n\n\n\n
Analfabetismo<\/h3>\n\n\n\n
H\u00e1 50 anos, a educa\u00e7\u00e3o infantil n\u00e3o era uma realidade no Brasil, no entanto, pol\u00edticas p\u00fablicas mudaram essa realidade. Ainda assim, nos \u00faltimos dois anos, o n\u00famero de crian\u00e7as de 6 e 7 anos que n\u00e3o sabem ler e escrever cresceu em 1 milh\u00e3o. Pensando no futuro e nos pr\u00f3ximos passos do Brasil relacionados \u00e0 educa\u00e7\u00e3o p\u00fablica, \u00e9 necess\u00e1rio eleger candidatos que queiram enfrentar as desigualdades sociais e lutar para que todas as crian\u00e7as e adolescentes tenham acesso \u00e0 educa\u00e7\u00e3o de qualidade.<\/p>\n\n\n\n
Trabalho Infantil<\/h3>\n\n\n\n
Atualmente, cerca de 2 milh\u00f5es de crian\u00e7as e adolescentes est\u00e3o em situa\u00e7\u00e3o de trabalho infantil no Brasil. Desse total, 66% s\u00e3o crian\u00e7as pretas ou pardas e 71% est\u00e3o na \u00e1rea urbana, de acordo com um levantamento divulgado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domic\u00edlios (PNAD Cont\u00ednua).<\/p>\n\n\n\n
Viol\u00eancia e explora\u00e7\u00e3o sexual<\/h3>\n\n\n\n
Entre 2016 e 2020, 35 mil crian\u00e7as e adolescentes, de 0 a 19 anos, foram mortos de forma violenta no Brasil e 180 mil sofreram viol\u00eancia sexual, segundo o Panorama da Viol\u00eancia Sexual contra crian\u00e7as e Adolescentes no Brasil, lan\u00e7ado pela Unicef e pelo F\u00f3rum Brasileiro de Seguran\u00e7a P\u00fablica (FBSP). Por isso, \u00e9 necess\u00e1rio eleger pessoas que tenham coragem para combater esse cen\u00e1rio e falar de assuntos como igualdade de g\u00eanero, empoderamento de meninas, viol\u00eancia sexual e femin\u00edcio.<\/p>\n\n\n\n
Moradia<\/h3>\n\n\n\n
Mais de 5 milh\u00f5es de pessoas ainda residem em domic\u00edlios sem banheiros ou sanit\u00e1rios de uso exclusivo e 9,7 milh\u00f5es vivem em condi\u00e7\u00f5es de adensamento excessivo, com mais de tr\u00eas moradores para cada dormit\u00f3rio. Este \u00e9 um assunto que n\u00e3o deve ser ignorado, j\u00e1 que todas as crian\u00e7as precisam de acesso \u00e0 moradia para viver com dignidade e poder se desenvolver em outras \u00e1reas, como lazer, educa\u00e7\u00e3o e sa\u00fade.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]  <\/p>\n","post_title":"5 motivos para priorizar as crian\u00e7as nas elei\u00e7\u00f5es de 2022","post_excerpt":"Crian\u00e7as e adolescentes menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar, mas s\u00e3o parcela importante da popula\u00e7\u00e3o e t\u00eam de estar contemplados nos projetos dos diferentes atores governamentais","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"5-motivos-para-priorizar-as-criancas-nas-eleicoes-de-2022","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-25 18:52:13","post_modified_gmt":"2022-08-25 21:52:13","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64369","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64334,"post_author":"4","post_date":"2022-08-22 15:14:51","post_date_gmt":"2022-08-22 18:14:51","post_content":"\n
O n\u00famero de crian\u00e7as e adolescente<\/a>s conectados \u00e0 internet cresceu nos \u00faltimos anos. Segundo o estudo TIC Kids Online Brasil 2021<\/a>, rec\u00e9m-divulgado, 93% ou 22,3 milh\u00f5es das crian\u00e7as e dos adolescentes<\/a> no pa\u00eds acessaram a web<\/a> em 2021, sendo que em 2019 esse percentual era de 89%. O crescimento foi impulsionado principalmente pela maior propor\u00e7\u00e3o de usu\u00e1rios na regi\u00e3o Nordeste e nas \u00e1reas rurais. <\/p>\n\n\n\n
O uso de redes sociais <\/a>pelas crian\u00e7as tamb\u00e9m tem se elevado, sendo a plataforma Tik Tok<\/a> a mais utilizada (34%), seguida pelo Instagram (33%). No Facebook, houve queda no uso de 66% para 51% no per\u00edodo citado. J\u00e1 o WhatsApp segue como a plataforma em que crian\u00e7as e adolescentes mais possuem perfil (foi de 70% em 2018 para 80% em 2021), e \u00e9 a mais difundida entre todos os estratos sociais.<\/p>\n\n\n\n
A pesquisa, conduzida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informa\u00e7\u00e3o (Cetic.br) do N\u00facleo de Informa\u00e7\u00e3o e Coordena\u00e7\u00e3o do Ponto BR (NIC.br), entrevistou 2.651 crian\u00e7as e adolescentes com idades entre 9 e 17 anos, bem como seus pais ou respons\u00e1veis, em todo o territ\u00f3rio nacional. As entrevistas aconteceram entre outubro de 2021 e mar\u00e7o de 2022, com a finalidade de investigar oportunidades e riscos relacionados \u00e0 participa\u00e7\u00e3o online desse p\u00fablico. <\/p>\n\n\n\n
Segundo o levantamento, as crian\u00e7as tamb\u00e9m est\u00e3o passando mais tempo em jogos online - seja conectadas com outros jogadores (de 57% para 66%, entre 2021 e 2019) ou n\u00e3o conectadas a eles (de 55% para 64%) -, e fazendo mais compras no ambiente digital - cresceu de 9% para 19% no mesmo per\u00edodo. <\/p>\n\n\n\n
\"Plataformas de cria\u00e7\u00e3o e compartilhamento de conte\u00fado audiovisual est\u00e3o entre as mais utilizadas por crian\u00e7as e adolescentes. Nesse contexto, a qualidade da conex\u00e3o \u00e0 Internet e dos dispositivos digitais utilizados para o acesso \u00e0 rede passam a ser determinantes para o melhor aproveitamento de oportunidades online. \u00c9 central, portanto, garantir condi\u00e7\u00f5es equitativas de conectividade para crian\u00e7as e adolescentes em diferentes contextos socioecon\u00f4micos\", aponta Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br. <\/p>\n\n\n\n
A pesquisa TIC Kids Online <\/a>detectou, ainda, que o telefone celular segue como o principal meio de conex\u00e3o \u00e0 rede nos diferentes extratos sociais. Para 53%, o celular foi o \u00fanico dispositivo usado, realidade que se verificou mais presente nas classes DE (78%) e C (52%) do que nas classes AB (18%). <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Acesso a propagandas<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
Entre as atividades multim\u00eddia, as mais acessadas pelas crian\u00e7as s\u00e3o ouvir m\u00fasica (80%), assistir a v\u00eddeos, programas, filmes ou s\u00e9ries (84%), S\u00edtios de v\u00eddeos (67%) e redes sociais (61%) est\u00e3o entre as principais plataformas em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios de internet declaram ter visto propaganda de produtos ou marcas. Pessoas ensinando como usar algum produto (62%) e abrindo embalagens -- o chamado unboxing<\/em><\/strong> - (61%) foram os principais conte\u00fados de imagem ou v\u00eddeo em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios da rede tiveram contato com divulga\u00e7\u00e3o de produtos ou marcas. Entre as principais categorias de produtos ou marcas vistas no ambiente online<\/em> est\u00e3o: <\/p>\n\n\n\n
Equipamentos eletr\u00f4nicos (60%); <\/li>
Roupas e sapatos (60%); <\/li>
Comidas, bebidas ou doces (57%); <\/li>
Videogames ou jogos (46%); <\/li>
Maquiagem e outros produtos de beleza (46%).\u00a0<\/li><\/ul>\n\n\n\nBusca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e bem-estar<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa tamb\u00e9m constatou que 32% dos jovens entre 11 e 17 anos procuram ajuda para lidar com algo ruim que vivenciaram<\/strong>, ou para falar sobre suas emo\u00e7\u00f5es<\/strong> quando se sentiram tristes. <\/p>\n\n\n\n
Entre os temas mais procurados relacionados \u00e0 sa\u00fade est\u00e3o:<\/p>\n\n\n\n
Informa\u00e7\u00f5es sobre alimenta\u00e7\u00e3o (55%);
Preven\u00e7\u00e3o e tratamento de doen\u00e7as (38%);
Exerc\u00edcios e meios para ficar em forma (36%);
Informa\u00e7\u00f5es sobre medicamentos (22%);<\/li>
Discuss\u00f5es sobre sa\u00fade sexual e educa\u00e7\u00e3o sexual (21%).<\/li><\/ul>\n\n\n\n
\"A pesquisa busca levantar evid\u00eancias que contribuam para a promo\u00e7\u00e3o de direitos e do bem-estar de crian\u00e7as e adolescentes. Desse modo, para al\u00e9m das atividades presentes na s\u00e9rie hist\u00f3rica da pesquisa, o uso da rede na busca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e apoio emocional passou a ser um tema relevante de investiga\u00e7\u00e3o\", sinaliza Barbosa.<\/p>\n\n\n\n
\"Pesquisas como a TIC Kids Online Brasil s\u00e3o de extrema relev\u00e2ncia para entendermos o cen\u00e1rio atual e fortalecermos o letramento e inclus\u00e3o digital dos mais jovens, com mais seguran\u00e7a e qualidade, quest\u00f5es intr\u00ednsecas ao trabalho realizado pelo Comit\u00ea Gestor da Internet no Brasil\", pondera Jos\u00e9 Gontijo, coordenador do CGI.br.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"] <\/p>\n","post_title":"93% dos jovens entre 9 e 17 anos usam a internet no pa\u00eds, revela pesquisa","post_excerpt":"Pesquisa TIC Kids Online Brasil 2021 tamb\u00e9m mostrou que a TikTok \u00e9 a principal rede social utilizada por crian\u00e7as e adolescentes","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"93-dos-jovens-entre-9-e-17-anos-usam-a-internet-revela-pesquisa-tic-kids-online-2021","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-23 11:24:47","post_modified_gmt":"2022-08-23 14:24:47","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64334","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"}],"next":false,"prev":true,"total_page":12},"paged":1,"column_class":"jeg_col_2o3","class":"epic_block_3"};

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A gera\u00e7\u00e3o do quarto n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 violentada, ela tamb\u00e9m vai violentar. \u00c9 importante observar isso. <\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Eu me preocupo muito porque parece que a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 meio que uma matriz de pequenos e pequenas curingas, do personagem do Batman. N\u00f3s estamos formando gera\u00e7\u00f5es violentas, e essa viol\u00eancia pode ser contra si, os \u00edndices de suic\u00eddio na adolesc\u00eancia n\u00e3o s\u00e3o m\u00ednimos. No Brasil, infelizmente, desde 2016, que eles aumentam, mas n\u00f3s tamb\u00e9m temos criado pessoas, em pa\u00edses como os Estados Unidos, que quando t\u00eam acesso a armas, criam e organizam massacres como esses que vimos nas escolas americanas. O perfil e a biografia desses adolescentes se assemelha \u00e0 gera\u00e7\u00e3o do quarto. \u00c9 preocupante, porque n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 o adoecimento ps\u00edquico, mas \u00e9 a produ\u00e7\u00e3o de uma comunidade psiquicamente adoecida, que tem na viol\u00eancia a gram\u00e1tica da sua sintaxe comunicacional, ou seja, a socializa\u00e7\u00e3o \u00e9 violenta.<\/p>\n\n\n\n
Muitas vezes, \u00e9 poss\u00edvel que voc\u00ea tenha pessoas que acham que s\u00e3o excelentes m\u00e3es e pais, mas que imprimem uma norma, uma conduta, um modelo que impede que o outro seja o que pode ser. Vi muito isso, adolescentes dizendo \u201ceu n\u00e3o consigo, para minha m\u00e3e nem para o meu pai, ser o que realmente sou, o que realmente gosto, tenho que mentir, me fazer ser o que n\u00e3o sou, criar um perfil falso\u201d. A viol\u00eancia simb\u00f3lica est\u00e1 muito nesse campo, no religioso, al\u00e9m da viol\u00eancia f\u00edsica e psicol\u00f3gica.<\/p>\n\n\n\n
<\/p>\n\n\n\n
H\u00e1 caracter\u00edsticas em comum entre os pais dessa gera\u00e7\u00e3o?<\/h2>\n\n\n\n
S\u00e3o pessoas que aprenderam com os modelos anteriores como devem proceder, como educar e como deve ser a rela\u00e7\u00e3o entre pais e filhos, e eles terminam agindo em nome desse bem-estar. Eles querem o bem dos filhos, n\u00e3o desejam o mal, mas \u00e9 um bem meio que projetado, n\u00e3o \u00e9 um bem presente, \u00e9 o bem do amanh\u00e3. Eu quero que meu filho esteja bem, mas para isso ele precisa seguir uma regra, uma norma, uma conduta, um padr\u00e3o, uma organiza\u00e7\u00e3o. Se ele n\u00e3o segue, eu n\u00e3o consigo ser m\u00e3e, pai dele, n\u00e3o consigo estabelecer uma rela\u00e7\u00e3o afetiva, de di\u00e1logo, e come\u00e7o a entrar em conflito.<\/p>\n\n\n\n
S\u00e3o pais que rejeitam os filhos? <\/h2>\n\n\n\n
Essa gera\u00e7\u00e3o mostra que os pais, se n\u00e3o h\u00e1 um modelo estabelecido, eles n\u00e3o se disp\u00f5em a aprender com o que eles veem na realidade, \u00e9 quase que um filho abstrato. Quando o filho real come\u00e7a a emergir e mostrar suas caracter\u00edsticas, os pais come\u00e7am a estranhar aquilo e n\u00e3o entram em processo de di\u00e1logo, se afastam. \u00c9 esse afastamento, esse vazio, que cria a gera\u00e7\u00e3o do quarto. Por isso afirmo que \u00e9 na matriz familiar que a gera\u00e7\u00e3o \u00e9 gerada, quer dizer, os pais n\u00e3o conseguem observar, de modo geral, a emerg\u00eancia dos humanos que eles mesmos criaram. Eles t\u00eam o humano projetado, \u00e9 quase um molde de um humano. Quando vem uma orienta\u00e7\u00e3o sexual ou um g\u00eanero que n\u00e3o \u00e9 norma, causa um impacto. <\/p>\n\n\n\n
Claro que \u00e9 menos impactante quando o filho diz que n\u00e3o quer ser m\u00e9dico, mas sim ator, pode haver resist\u00eancia mas n\u00e3o t\u00e3o intensa como quando voc\u00ea diz que \u00e9 gay, isso causa um embara\u00e7o. Mas n\u00e3o gosto de condenar os pais e as m\u00e3es, porque acho que eles est\u00e3o envolvidos nesse processo, eles querem acertar, ao menos, os que t\u00eam paternagem e maternagem, que chamo de esp\u00edrito de pai e m\u00e3e. Os que n\u00e3o t\u00eam, esses simplesmente geram os filhos, est\u00e3o ali numa esp\u00e9cie de playground de criar filhos. Mas os que t\u00eam paternagem, eles v\u00e3o tentando encontrar e conseguem, ent\u00e3o nesse caso, essa fissura, esse vazio que se abriu \u00e9 reduzido e a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 compreendida. <\/p>\n\n\n\n
Os pais sabem que t\u00eam um problema em casa?<\/h2>\n\n\n\n
Eles n\u00e3o t\u00eam conhecimento, porque a gera\u00e7\u00e3o do quarto cognitivamente n\u00e3o tem problema com boletim escolar. Essa gera\u00e7\u00e3o chega na universidade. Essa causa-consequ\u00eancia que a gente confabulou e afirmou tantas vezes que, por exemplo, vai ter problemas na escola, no rendimento escolar, n\u00e3o \u00e9 um sinal, a gera\u00e7\u00e3o do quarto tem um boletim escolar azul,<\/strong> e os pais n\u00e3o percebem. Eles acham que faz parte da vida estar no quarto.<\/strong> Muitos me dizem isso, \u201cah mas meu filho est\u00e1 no quarto j\u00e1 h\u00e1 tanto tempo que nem me dava conta\u201d. Eles come\u00e7am a se dar conta quando a crian\u00e7a ou o adolescente come\u00e7a a se cortar, quando come\u00e7am a gritar em sil\u00eancio, a\u00ed os pais alertam, mas at\u00e9 ent\u00e3o, n\u00e3o. Chamam para jantar, quando conseguem, lembrando que pais contempor\u00e2neos vivem muito fora de casa, trabalham muito, com finalidade de dar um futuro para os filhos.  <\/p>\n\n\n\n
Ou seja, o esfor\u00e7o dos pais para garantir uma boa estrutura familiar acaba por distanci\u00e1-los dos filhos?<\/h2>\n\n\n\n
\u00c9 a alternativa que se deu para a fam\u00edlia. Num pa\u00eds de mais de 210 milh\u00f5es de pessoas, n\u00e3o \u00e9 todo mundo que para e reflete sobre o que \u00e9 ser uma fam\u00edlia. Para os que est\u00e3o abaixo da linha da mis\u00e9ria tem que pensar muito como se recupera. H\u00e1 uma quest\u00e3o importante: o fen\u00f4meno da gera\u00e7\u00e3o do quarto se d\u00e1 em todas as classes sociais, mas as estrat\u00e9gias trabalhadas mudam. Tem muitas pessoas que usam a gravidez, por exemplo, como forma de sair de uma situa\u00e7\u00e3o socioecon\u00f4mica. Engravidar pode ser uma esp\u00e9cie de promo\u00e7\u00e3o social, ou seja, o problema \u00e9 o mesmo, a dor ps\u00edquica \u00e9 a mesma, mas a maneira de lidar com ela \u00e9 diferente. <\/p>\n\n\n\n
Os jovens n\u00e3o se abrem com os pais, mas n\u00e3o se opuseram a falar com voc\u00ea?<\/h2>\n\n\n\n
Talvez o que favorece para um pesquisador como eu \u00e9 me dispor a escutar sem condenar, sem julgamento. Eu escuto para acolher e esse talvez seja um potencial que a gente possa ensinar aos pais e \u00e0s m\u00e3es, para que o filho diga o que pensa, o que acha, o que gosta e n\u00e3o gosta, se sinta confort\u00e1vel em ser diferente dos pais. Acho que as fam\u00edlias escutam julgando, comparando e sentenciando demais. As crian\u00e7as, ao contr\u00e1rio do que as pessoas pensam, s\u00e3o muito sens\u00edveis, muito cr\u00edticas, elas conseguem responder perguntas, falar sobre sentimentos com quem elas se sentem confort\u00e1veis. Al\u00e9m disso, uma das t\u00e9cnicas que utilizei, o question\u00e1rio online, me trouxe muitas respostas, porque tinha perguntas abertas. Alguns dos depoimentos que apresento no livro eu n\u00e3o ouvi, eu li. Quando n\u00e3o tenho que dizer meu nome, quem eu sou, de onde sou, qual minha idade, me sinto mais livre para falar, pedir ajuda. Foram esses depoimentos que me causaram impacto e me fizeram depois entrevistar o grupo menor por meio de rodas de conversa. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Qual o papel da escola nesse contexto?<\/h2>\n\n\n\n
Eu sou um profissional e defensor da escola, a escola para mim \u00e9 uma grande inven\u00e7\u00e3o social, cumpre papel de forma\u00e7\u00e3o, de complementaridade, sobretudo no campo do que chamamos de conhecimento cient\u00edfico. Ela tamb\u00e9m tem um papel social, porque trabalha com pessoas, organiza\u00e7\u00f5es, institui\u00e7\u00f5es, mas ela precisa ser revisitada e reformulada nos seus objetivos matriciais. A escola n\u00e3o pode querer exclusivamente formar do ponto vista cognitivo. Isso \u00e9 um equ\u00edvoco que se manifesta sobretudo nessas escolas, que insistem num modelo de concorr\u00eancia, competi\u00e7\u00e3o, ranqueamento, na nota como resposta \u00e0 aprendizagem. S\u00e3o escolas desconectadas com grandes problemas contempor\u00e2neos, como a sobreviv\u00eancia do Planeta Terra. Temos um planeta amea\u00e7ado de desertifica\u00e7\u00e3o, de aus\u00eancia de comida, amea\u00e7ado no campo dos povos origin\u00e1rios, ent\u00e3o essas s\u00e3o preocupa\u00e7\u00f5es que a escola deve ter. <\/p>\n\n\n\n
Outra preocupa\u00e7\u00e3o \u00e9 a diversidade, temos uma sociedade que se mostra violenta com as minorias, racista e mis\u00f3gina. As mulheres sofrem muito nessa sociedade. A escola n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 para discutir f\u00f3rmulas qu\u00edmicas, biol\u00f3gicas, equa\u00e7\u00f5es matem\u00e1ticas, sintaxe da l\u00edngua. <\/p>\n\n\n\n
A escola \u00e9 para ajudar a usar o conhecimento cient\u00edfico na melhoria da qualidade de vida das pessoas, da minha e dos outros. <\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Ent\u00e3o se ela n\u00e3o faz isso, se insiste na concorr\u00eancia, em colocar aqueles que s\u00e3o bons e n\u00e3o s\u00e3o bons, os que s\u00e3o inteligentes e os que n\u00e3o s\u00e3o inteligentes, e ela tem insistido, ela ajuda a adoecer. \u00c9 o que digo no livro. <\/p>\n\n\n\n
O que dizer aos pais e m\u00e3es da gera\u00e7\u00e3o do quarto?<\/h2>\n\n\n\n
Os filhos e as filhas v\u00e3o precisar muito mesmo dos pais. Tem dois cen\u00e1rios, um \u00e9 ajudar meu filho a n\u00e3o entrar no quarto e o outro \u00e9 ajudar o filho que j\u00e1 est\u00e1 no quarto. No livro eu falo de cinco pilares: cuidado, autoconhecimento, conviv\u00eancia, dialogicidade e amorosidade. Trabalhar a fam\u00edlia e a escola a partir dessas sustenta\u00e7\u00f5es \u00e9 preventivo, mas pode servir tamb\u00e9m para situa\u00e7\u00f5es de pessoas que j\u00e1 est\u00e3o adoecidas, neste caso, associado ao acompanhamento de um profissional da sa\u00fade mental - psic\u00f3logo, psiquiatra, psicanalista, a depender do caso.<\/p>\n\n\n\n
O pilar do cuidado<\/strong> trata sobre a import\u00e2ncia do cuidado consigo e do cuidado com o outro, o que implica tratar das quest\u00f5es relacionadas a respeito, compreens\u00e3o, conviv\u00eancia, uso abusivo de \u00e1lcool, relacionamentos abusivos, bullying, ciberbullying, uso excessivo de redes sociais digitais, entre outros aspectos.

O pilar do autoconhecimento<\/strong> trata sobre a biografia, a hist\u00f3ria de cada pessoa, a fam\u00edlia. Proponho um trabalho sobre ancestralidade, que a pessoa conhe\u00e7a sua hist\u00f3ria de vida, conhe\u00e7a seu pai, sua m\u00e3e, sua opini\u00e3o, seus gostos. Isso tem a ver com quem eu sou, do ponto de vista \u00e9tico, e vai me dar uma seguran\u00e7a para enfrentar aquilo que querem que eu seja. Eu sou isso, mas querem que eu seja aquilo. N\u00e3o escondo minhas fragilidades, sou amado, o que d\u00e1 seguran\u00e7a. N\u00e3o vou dizer para minha crian\u00e7a que a vida \u00e9 f\u00e1cil, um mar de rosas, que ela nunca vai encontrar desafios, mas vou ajud\u00e1-la e fortalec\u00ea-la para que ela possa enfrent\u00e1-los.<\/p>\n\n\n\n
No pilar da conviv\u00eancia<\/strong>, h\u00e1 uma rela\u00e7\u00e3o entre aprender a ser e aprender a conviver. Trato de situa\u00e7\u00f5es cotidianas que evocam reflex\u00f5es \u00e9ticas, morais e espirituais, para as quais a compaix\u00e3o, a empatia e a resili\u00eancia s\u00e3o habilidades necess\u00e1rias e essenciais. O exerc\u00edcio da dialogicidade<\/strong> \u00e9 realizado quando as pessoas aprendem a falar o que pensam e sentem, mas entendem que o que pensam e sentem n\u00e3o \u00e9 a \u00faltima palavra sobre a verdade. O pilar da amorosidade<\/strong> \u00e9 tratado com reflex\u00f5es e a\u00e7\u00f5es. As reflex\u00f5es geram as a\u00e7\u00f5es, e as a\u00e7\u00f5es n\u00e3o s\u00e3o realizadas de modo mec\u00e2nico. <\/p>\n\n\n\n
Os pais podem aprender com os filhos?<\/h2>\n\n\n\n
O livro n\u00e3o tem que ser uma pedra para atirar nos pais e na escola, tem que ser um acalanto. Eu acho que a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 t\u00e3o potente que nos possibilita reaprender a viver, tenho grande esperan\u00e7a na gera\u00e7\u00e3o do quarto, a mesma gera\u00e7\u00e3o que \u00e9 violenta me ensina novos modos de amor, n\u00e3o vejo a gera\u00e7\u00e3o como fracassada, que n\u00e3o deu certo, acho um absurdo dizer que \u00e9 uma gera\u00e7\u00e3o parasita, \"nem-nem\". Obviamente ela traz todas as mazelas, n\u00e3o foi a gera\u00e7\u00e3o do quarto que inventou o abuso do \u00e1lcool, a viol\u00eancia, esses foram c\u00f3digos sempre usados, mas a gera\u00e7\u00e3o do quarto est\u00e1 nos dando outras alternativas, como maior preocupa\u00e7\u00e3o sobre consumo, meio ambiente, empoderamento das meninas, orienta\u00e7\u00e3o \u00e0 quest\u00e3o de g\u00eanero. Essa gera\u00e7\u00e3o tem muita coisa a nos mostrar, n\u00e3o precisamos ter medo, podemos aprender com elas. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"A gera\u00e7\u00e3o do quarto: um retrato chocante da juventude brasileira","post_excerpt":"Ap\u00f3s ouvir mais de 3 mil crian\u00e7as e adolescentes que vivem experi\u00eancias traum\u00e1ticas em seus quartos, o pesquisador Hugo Monteiro Ferreira faz um alerta aos pais e \u00e0s escolas sobre a necessidade de mudar a forma de se relacionar com os jovens","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"a-geracao-do-quarto-o-retrato-chocante-da-juventude-brasileira","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-30 11:00:28","post_modified_gmt":"2022-08-30 14:00:28","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64515","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64369,"post_author":"4","post_date":"2022-08-23 10:54:43","post_date_gmt":"2022-08-23 13:54:43","post_content":"\n
De acordo com o Artigo 227<\/a> da Constitui\u00e7\u00e3o de 1988, as crian\u00e7as<\/a> devem ser prioridade absoluta em todas as decis\u00f5es, programas e pol\u00edticas p\u00fablicas<\/a>. Isso se torna mais relevante em ano de elei\u00e7\u00f5es, em que poderemos escolher, de forma democr\u00e1tica<\/a>, representantes<\/a> aos cargos de presidente da Rep\u00fablica, senadores, governadores, deputados federais e estaduais. <\/p>\n\n\n\n
O voto no Brasil \u00e9 obrigat\u00f3rio para todos aqueles acima de 18 anos, sendo facultativo para jovens com 16 e 17 anos, pessoas com mais de 70 anos e analfabetos. Crian\u00e7as e adolescentes<\/a> menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar<\/a>, mas isso n\u00e3o quer dizer que n\u00e3o devam estar inclu\u00eddos nos planos dos diferentes representantes pol\u00edticos. Muito pelo contr\u00e1rio.<\/p>\n\n\n\n
Diversos estudos j\u00e1 comprovaram que investir na primeira inf\u00e2ncia<\/a> \u00e9 a melhor maneira de reduzir desigualdades e construir uma sociedade com condi\u00e7\u00f5es sociais e ambientais sustent\u00e1veis.<\/p>\n\n\n\n
Cabe a n\u00f3s, adultos, escolher nas elei\u00e7\u00f5es candidatos que contemplem as crian\u00e7as em projetos e iniciativas diversas. Abaixo, veja 5 motivos que tornam urgente a valoriza\u00e7\u00e3o de projetos para a inf\u00e2ncia e juventude nas campanhas \u00e0s elei\u00e7\u00f5es de 2022. A lista \u00e9 do portal Lunetas, espa\u00e7o dedicado \u00e0 reflex\u00e3o sobre a inf\u00e2ncia, que recentemente lan\u00e7ou o especial \"Inf\u00e2ncias em foco: Quem vota pelas crian\u00e7as?\"<\/a>, um hub de informa\u00e7\u00e3o sobre pol\u00edtica e as inf\u00e2ncias. <\/p>\n\n\n\n
5 temas que envolvem as crian\u00e7as e que t\u00eam de estar previstos nas propostas dos candidatos \u00e0s elei\u00e7\u00f5es:<\/h2>\n\n\n\n
Fome<\/h3>\n\n\n\n
De acordo com um levantamento realizado pela Funda\u00e7\u00e3o Abrinq, cerca de 18,8 milh\u00f5es de meninos e meninas de at\u00e9 14 anos passam fome no Brasil. Essa inseguran\u00e7a alimentar traz preju\u00edzos grav\u00edssimos \u00e0s crian\u00e7as, afetando seu crescimento e o desenvolvimento f\u00edsico e cognitivo necess\u00e1rios para que consigam crescer de maneira saud\u00e1vel.<\/p>\n\n\n\n
Analfabetismo<\/h3>\n\n\n\n
H\u00e1 50 anos, a educa\u00e7\u00e3o infantil n\u00e3o era uma realidade no Brasil, no entanto, pol\u00edticas p\u00fablicas mudaram essa realidade. Ainda assim, nos \u00faltimos dois anos, o n\u00famero de crian\u00e7as de 6 e 7 anos que n\u00e3o sabem ler e escrever cresceu em 1 milh\u00e3o. Pensando no futuro e nos pr\u00f3ximos passos do Brasil relacionados \u00e0 educa\u00e7\u00e3o p\u00fablica, \u00e9 necess\u00e1rio eleger candidatos que queiram enfrentar as desigualdades sociais e lutar para que todas as crian\u00e7as e adolescentes tenham acesso \u00e0 educa\u00e7\u00e3o de qualidade.<\/p>\n\n\n\n
Trabalho Infantil<\/h3>\n\n\n\n
Atualmente, cerca de 2 milh\u00f5es de crian\u00e7as e adolescentes est\u00e3o em situa\u00e7\u00e3o de trabalho infantil no Brasil. Desse total, 66% s\u00e3o crian\u00e7as pretas ou pardas e 71% est\u00e3o na \u00e1rea urbana, de acordo com um levantamento divulgado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domic\u00edlios (PNAD Cont\u00ednua).<\/p>\n\n\n\n
Viol\u00eancia e explora\u00e7\u00e3o sexual<\/h3>\n\n\n\n
Entre 2016 e 2020, 35 mil crian\u00e7as e adolescentes, de 0 a 19 anos, foram mortos de forma violenta no Brasil e 180 mil sofreram viol\u00eancia sexual, segundo o Panorama da Viol\u00eancia Sexual contra crian\u00e7as e Adolescentes no Brasil, lan\u00e7ado pela Unicef e pelo F\u00f3rum Brasileiro de Seguran\u00e7a P\u00fablica (FBSP). Por isso, \u00e9 necess\u00e1rio eleger pessoas que tenham coragem para combater esse cen\u00e1rio e falar de assuntos como igualdade de g\u00eanero, empoderamento de meninas, viol\u00eancia sexual e femin\u00edcio.<\/p>\n\n\n\n
Moradia<\/h3>\n\n\n\n
Mais de 5 milh\u00f5es de pessoas ainda residem em domic\u00edlios sem banheiros ou sanit\u00e1rios de uso exclusivo e 9,7 milh\u00f5es vivem em condi\u00e7\u00f5es de adensamento excessivo, com mais de tr\u00eas moradores para cada dormit\u00f3rio. Este \u00e9 um assunto que n\u00e3o deve ser ignorado, j\u00e1 que todas as crian\u00e7as precisam de acesso \u00e0 moradia para viver com dignidade e poder se desenvolver em outras \u00e1reas, como lazer, educa\u00e7\u00e3o e sa\u00fade.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]  <\/p>\n","post_title":"5 motivos para priorizar as crian\u00e7as nas elei\u00e7\u00f5es de 2022","post_excerpt":"Crian\u00e7as e adolescentes menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar, mas s\u00e3o parcela importante da popula\u00e7\u00e3o e t\u00eam de estar contemplados nos projetos dos diferentes atores governamentais","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"5-motivos-para-priorizar-as-criancas-nas-eleicoes-de-2022","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-25 18:52:13","post_modified_gmt":"2022-08-25 21:52:13","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64369","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64334,"post_author":"4","post_date":"2022-08-22 15:14:51","post_date_gmt":"2022-08-22 18:14:51","post_content":"\n
O n\u00famero de crian\u00e7as e adolescente<\/a>s conectados \u00e0 internet cresceu nos \u00faltimos anos. Segundo o estudo TIC Kids Online Brasil 2021<\/a>, rec\u00e9m-divulgado, 93% ou 22,3 milh\u00f5es das crian\u00e7as e dos adolescentes<\/a> no pa\u00eds acessaram a web<\/a> em 2021, sendo que em 2019 esse percentual era de 89%. O crescimento foi impulsionado principalmente pela maior propor\u00e7\u00e3o de usu\u00e1rios na regi\u00e3o Nordeste e nas \u00e1reas rurais. <\/p>\n\n\n\n
O uso de redes sociais <\/a>pelas crian\u00e7as tamb\u00e9m tem se elevado, sendo a plataforma Tik Tok<\/a> a mais utilizada (34%), seguida pelo Instagram (33%). No Facebook, houve queda no uso de 66% para 51% no per\u00edodo citado. J\u00e1 o WhatsApp segue como a plataforma em que crian\u00e7as e adolescentes mais possuem perfil (foi de 70% em 2018 para 80% em 2021), e \u00e9 a mais difundida entre todos os estratos sociais.<\/p>\n\n\n\n
A pesquisa, conduzida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informa\u00e7\u00e3o (Cetic.br) do N\u00facleo de Informa\u00e7\u00e3o e Coordena\u00e7\u00e3o do Ponto BR (NIC.br), entrevistou 2.651 crian\u00e7as e adolescentes com idades entre 9 e 17 anos, bem como seus pais ou respons\u00e1veis, em todo o territ\u00f3rio nacional. As entrevistas aconteceram entre outubro de 2021 e mar\u00e7o de 2022, com a finalidade de investigar oportunidades e riscos relacionados \u00e0 participa\u00e7\u00e3o online desse p\u00fablico. <\/p>\n\n\n\n
Segundo o levantamento, as crian\u00e7as tamb\u00e9m est\u00e3o passando mais tempo em jogos online - seja conectadas com outros jogadores (de 57% para 66%, entre 2021 e 2019) ou n\u00e3o conectadas a eles (de 55% para 64%) -, e fazendo mais compras no ambiente digital - cresceu de 9% para 19% no mesmo per\u00edodo. <\/p>\n\n\n\n
\"Plataformas de cria\u00e7\u00e3o e compartilhamento de conte\u00fado audiovisual est\u00e3o entre as mais utilizadas por crian\u00e7as e adolescentes. Nesse contexto, a qualidade da conex\u00e3o \u00e0 Internet e dos dispositivos digitais utilizados para o acesso \u00e0 rede passam a ser determinantes para o melhor aproveitamento de oportunidades online. \u00c9 central, portanto, garantir condi\u00e7\u00f5es equitativas de conectividade para crian\u00e7as e adolescentes em diferentes contextos socioecon\u00f4micos\", aponta Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br. <\/p>\n\n\n\n
A pesquisa TIC Kids Online <\/a>detectou, ainda, que o telefone celular segue como o principal meio de conex\u00e3o \u00e0 rede nos diferentes extratos sociais. Para 53%, o celular foi o \u00fanico dispositivo usado, realidade que se verificou mais presente nas classes DE (78%) e C (52%) do que nas classes AB (18%). <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Acesso a propagandas<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
Entre as atividades multim\u00eddia, as mais acessadas pelas crian\u00e7as s\u00e3o ouvir m\u00fasica (80%), assistir a v\u00eddeos, programas, filmes ou s\u00e9ries (84%), S\u00edtios de v\u00eddeos (67%) e redes sociais (61%) est\u00e3o entre as principais plataformas em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios de internet declaram ter visto propaganda de produtos ou marcas. Pessoas ensinando como usar algum produto (62%) e abrindo embalagens -- o chamado unboxing<\/em><\/strong> - (61%) foram os principais conte\u00fados de imagem ou v\u00eddeo em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios da rede tiveram contato com divulga\u00e7\u00e3o de produtos ou marcas. Entre as principais categorias de produtos ou marcas vistas no ambiente online<\/em> est\u00e3o: <\/p>\n\n\n\n
Equipamentos eletr\u00f4nicos (60%); <\/li>
Roupas e sapatos (60%); <\/li>
Comidas, bebidas ou doces (57%); <\/li>
Videogames ou jogos (46%); <\/li>
Maquiagem e outros produtos de beleza (46%).\u00a0<\/li><\/ul>\n\n\n\nBusca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e bem-estar<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa tamb\u00e9m constatou que 32% dos jovens entre 11 e 17 anos procuram ajuda para lidar com algo ruim que vivenciaram<\/strong>, ou para falar sobre suas emo\u00e7\u00f5es<\/strong> quando se sentiram tristes. <\/p>\n\n\n\n
Entre os temas mais procurados relacionados \u00e0 sa\u00fade est\u00e3o:<\/p>\n\n\n\n
Informa\u00e7\u00f5es sobre alimenta\u00e7\u00e3o (55%);
Preven\u00e7\u00e3o e tratamento de doen\u00e7as (38%);
Exerc\u00edcios e meios para ficar em forma (36%);
Informa\u00e7\u00f5es sobre medicamentos (22%);<\/li>
Discuss\u00f5es sobre sa\u00fade sexual e educa\u00e7\u00e3o sexual (21%).<\/li><\/ul>\n\n\n\n
\"A pesquisa busca levantar evid\u00eancias que contribuam para a promo\u00e7\u00e3o de direitos e do bem-estar de crian\u00e7as e adolescentes. Desse modo, para al\u00e9m das atividades presentes na s\u00e9rie hist\u00f3rica da pesquisa, o uso da rede na busca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e apoio emocional passou a ser um tema relevante de investiga\u00e7\u00e3o\", sinaliza Barbosa.<\/p>\n\n\n\n
\"Pesquisas como a TIC Kids Online Brasil s\u00e3o de extrema relev\u00e2ncia para entendermos o cen\u00e1rio atual e fortalecermos o letramento e inclus\u00e3o digital dos mais jovens, com mais seguran\u00e7a e qualidade, quest\u00f5es intr\u00ednsecas ao trabalho realizado pelo Comit\u00ea Gestor da Internet no Brasil\", pondera Jos\u00e9 Gontijo, coordenador do CGI.br.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
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Por que o refluxo atinge quase todas as gestantes (e o que realmente vale a pena fazer)?

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A experi\u00eancia do quarto \u00e9 terr\u00edvel, porque n\u00e3o \u00e9 uma esp\u00e9cie de ref\u00fagio para aquietar mente, \u00e9 uma experi\u00eancia de ansiedade da mente, uma mente com probabilidades das mais diversas. <\/p>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 violentada, ela tamb\u00e9m vai violentar. \u00c9 importante observar isso. <\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Eu me preocupo muito porque parece que a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 meio que uma matriz de pequenos e pequenas curingas, do personagem do Batman. N\u00f3s estamos formando gera\u00e7\u00f5es violentas, e essa viol\u00eancia pode ser contra si, os \u00edndices de suic\u00eddio na adolesc\u00eancia n\u00e3o s\u00e3o m\u00ednimos. No Brasil, infelizmente, desde 2016, que eles aumentam, mas n\u00f3s tamb\u00e9m temos criado pessoas, em pa\u00edses como os Estados Unidos, que quando t\u00eam acesso a armas, criam e organizam massacres como esses que vimos nas escolas americanas. O perfil e a biografia desses adolescentes se assemelha \u00e0 gera\u00e7\u00e3o do quarto. \u00c9 preocupante, porque n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 o adoecimento ps\u00edquico, mas \u00e9 a produ\u00e7\u00e3o de uma comunidade psiquicamente adoecida, que tem na viol\u00eancia a gram\u00e1tica da sua sintaxe comunicacional, ou seja, a socializa\u00e7\u00e3o \u00e9 violenta.<\/p>\n\n\n\n
Muitas vezes, \u00e9 poss\u00edvel que voc\u00ea tenha pessoas que acham que s\u00e3o excelentes m\u00e3es e pais, mas que imprimem uma norma, uma conduta, um modelo que impede que o outro seja o que pode ser. Vi muito isso, adolescentes dizendo \u201ceu n\u00e3o consigo, para minha m\u00e3e nem para o meu pai, ser o que realmente sou, o que realmente gosto, tenho que mentir, me fazer ser o que n\u00e3o sou, criar um perfil falso\u201d. A viol\u00eancia simb\u00f3lica est\u00e1 muito nesse campo, no religioso, al\u00e9m da viol\u00eancia f\u00edsica e psicol\u00f3gica.<\/p>\n\n\n\n
<\/p>\n\n\n\n
H\u00e1 caracter\u00edsticas em comum entre os pais dessa gera\u00e7\u00e3o?<\/h2>\n\n\n\n
S\u00e3o pessoas que aprenderam com os modelos anteriores como devem proceder, como educar e como deve ser a rela\u00e7\u00e3o entre pais e filhos, e eles terminam agindo em nome desse bem-estar. Eles querem o bem dos filhos, n\u00e3o desejam o mal, mas \u00e9 um bem meio que projetado, n\u00e3o \u00e9 um bem presente, \u00e9 o bem do amanh\u00e3. Eu quero que meu filho esteja bem, mas para isso ele precisa seguir uma regra, uma norma, uma conduta, um padr\u00e3o, uma organiza\u00e7\u00e3o. Se ele n\u00e3o segue, eu n\u00e3o consigo ser m\u00e3e, pai dele, n\u00e3o consigo estabelecer uma rela\u00e7\u00e3o afetiva, de di\u00e1logo, e come\u00e7o a entrar em conflito.<\/p>\n\n\n\n
S\u00e3o pais que rejeitam os filhos? <\/h2>\n\n\n\n
Essa gera\u00e7\u00e3o mostra que os pais, se n\u00e3o h\u00e1 um modelo estabelecido, eles n\u00e3o se disp\u00f5em a aprender com o que eles veem na realidade, \u00e9 quase que um filho abstrato. Quando o filho real come\u00e7a a emergir e mostrar suas caracter\u00edsticas, os pais come\u00e7am a estranhar aquilo e n\u00e3o entram em processo de di\u00e1logo, se afastam. \u00c9 esse afastamento, esse vazio, que cria a gera\u00e7\u00e3o do quarto. Por isso afirmo que \u00e9 na matriz familiar que a gera\u00e7\u00e3o \u00e9 gerada, quer dizer, os pais n\u00e3o conseguem observar, de modo geral, a emerg\u00eancia dos humanos que eles mesmos criaram. Eles t\u00eam o humano projetado, \u00e9 quase um molde de um humano. Quando vem uma orienta\u00e7\u00e3o sexual ou um g\u00eanero que n\u00e3o \u00e9 norma, causa um impacto. <\/p>\n\n\n\n
Claro que \u00e9 menos impactante quando o filho diz que n\u00e3o quer ser m\u00e9dico, mas sim ator, pode haver resist\u00eancia mas n\u00e3o t\u00e3o intensa como quando voc\u00ea diz que \u00e9 gay, isso causa um embara\u00e7o. Mas n\u00e3o gosto de condenar os pais e as m\u00e3es, porque acho que eles est\u00e3o envolvidos nesse processo, eles querem acertar, ao menos, os que t\u00eam paternagem e maternagem, que chamo de esp\u00edrito de pai e m\u00e3e. Os que n\u00e3o t\u00eam, esses simplesmente geram os filhos, est\u00e3o ali numa esp\u00e9cie de playground de criar filhos. Mas os que t\u00eam paternagem, eles v\u00e3o tentando encontrar e conseguem, ent\u00e3o nesse caso, essa fissura, esse vazio que se abriu \u00e9 reduzido e a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 compreendida. <\/p>\n\n\n\n
Os pais sabem que t\u00eam um problema em casa?<\/h2>\n\n\n\n
Eles n\u00e3o t\u00eam conhecimento, porque a gera\u00e7\u00e3o do quarto cognitivamente n\u00e3o tem problema com boletim escolar. Essa gera\u00e7\u00e3o chega na universidade. Essa causa-consequ\u00eancia que a gente confabulou e afirmou tantas vezes que, por exemplo, vai ter problemas na escola, no rendimento escolar, n\u00e3o \u00e9 um sinal, a gera\u00e7\u00e3o do quarto tem um boletim escolar azul,<\/strong> e os pais n\u00e3o percebem. Eles acham que faz parte da vida estar no quarto.<\/strong> Muitos me dizem isso, \u201cah mas meu filho est\u00e1 no quarto j\u00e1 h\u00e1 tanto tempo que nem me dava conta\u201d. Eles come\u00e7am a se dar conta quando a crian\u00e7a ou o adolescente come\u00e7a a se cortar, quando come\u00e7am a gritar em sil\u00eancio, a\u00ed os pais alertam, mas at\u00e9 ent\u00e3o, n\u00e3o. Chamam para jantar, quando conseguem, lembrando que pais contempor\u00e2neos vivem muito fora de casa, trabalham muito, com finalidade de dar um futuro para os filhos.  <\/p>\n\n\n\n
Ou seja, o esfor\u00e7o dos pais para garantir uma boa estrutura familiar acaba por distanci\u00e1-los dos filhos?<\/h2>\n\n\n\n
\u00c9 a alternativa que se deu para a fam\u00edlia. Num pa\u00eds de mais de 210 milh\u00f5es de pessoas, n\u00e3o \u00e9 todo mundo que para e reflete sobre o que \u00e9 ser uma fam\u00edlia. Para os que est\u00e3o abaixo da linha da mis\u00e9ria tem que pensar muito como se recupera. H\u00e1 uma quest\u00e3o importante: o fen\u00f4meno da gera\u00e7\u00e3o do quarto se d\u00e1 em todas as classes sociais, mas as estrat\u00e9gias trabalhadas mudam. Tem muitas pessoas que usam a gravidez, por exemplo, como forma de sair de uma situa\u00e7\u00e3o socioecon\u00f4mica. Engravidar pode ser uma esp\u00e9cie de promo\u00e7\u00e3o social, ou seja, o problema \u00e9 o mesmo, a dor ps\u00edquica \u00e9 a mesma, mas a maneira de lidar com ela \u00e9 diferente. <\/p>\n\n\n\n
Os jovens n\u00e3o se abrem com os pais, mas n\u00e3o se opuseram a falar com voc\u00ea?<\/h2>\n\n\n\n
Talvez o que favorece para um pesquisador como eu \u00e9 me dispor a escutar sem condenar, sem julgamento. Eu escuto para acolher e esse talvez seja um potencial que a gente possa ensinar aos pais e \u00e0s m\u00e3es, para que o filho diga o que pensa, o que acha, o que gosta e n\u00e3o gosta, se sinta confort\u00e1vel em ser diferente dos pais. Acho que as fam\u00edlias escutam julgando, comparando e sentenciando demais. As crian\u00e7as, ao contr\u00e1rio do que as pessoas pensam, s\u00e3o muito sens\u00edveis, muito cr\u00edticas, elas conseguem responder perguntas, falar sobre sentimentos com quem elas se sentem confort\u00e1veis. Al\u00e9m disso, uma das t\u00e9cnicas que utilizei, o question\u00e1rio online, me trouxe muitas respostas, porque tinha perguntas abertas. Alguns dos depoimentos que apresento no livro eu n\u00e3o ouvi, eu li. Quando n\u00e3o tenho que dizer meu nome, quem eu sou, de onde sou, qual minha idade, me sinto mais livre para falar, pedir ajuda. Foram esses depoimentos que me causaram impacto e me fizeram depois entrevistar o grupo menor por meio de rodas de conversa. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Qual o papel da escola nesse contexto?<\/h2>\n\n\n\n
Eu sou um profissional e defensor da escola, a escola para mim \u00e9 uma grande inven\u00e7\u00e3o social, cumpre papel de forma\u00e7\u00e3o, de complementaridade, sobretudo no campo do que chamamos de conhecimento cient\u00edfico. Ela tamb\u00e9m tem um papel social, porque trabalha com pessoas, organiza\u00e7\u00f5es, institui\u00e7\u00f5es, mas ela precisa ser revisitada e reformulada nos seus objetivos matriciais. A escola n\u00e3o pode querer exclusivamente formar do ponto vista cognitivo. Isso \u00e9 um equ\u00edvoco que se manifesta sobretudo nessas escolas, que insistem num modelo de concorr\u00eancia, competi\u00e7\u00e3o, ranqueamento, na nota como resposta \u00e0 aprendizagem. S\u00e3o escolas desconectadas com grandes problemas contempor\u00e2neos, como a sobreviv\u00eancia do Planeta Terra. Temos um planeta amea\u00e7ado de desertifica\u00e7\u00e3o, de aus\u00eancia de comida, amea\u00e7ado no campo dos povos origin\u00e1rios, ent\u00e3o essas s\u00e3o preocupa\u00e7\u00f5es que a escola deve ter. <\/p>\n\n\n\n
Outra preocupa\u00e7\u00e3o \u00e9 a diversidade, temos uma sociedade que se mostra violenta com as minorias, racista e mis\u00f3gina. As mulheres sofrem muito nessa sociedade. A escola n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 para discutir f\u00f3rmulas qu\u00edmicas, biol\u00f3gicas, equa\u00e7\u00f5es matem\u00e1ticas, sintaxe da l\u00edngua. <\/p>\n\n\n\n
A escola \u00e9 para ajudar a usar o conhecimento cient\u00edfico na melhoria da qualidade de vida das pessoas, da minha e dos outros. <\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Ent\u00e3o se ela n\u00e3o faz isso, se insiste na concorr\u00eancia, em colocar aqueles que s\u00e3o bons e n\u00e3o s\u00e3o bons, os que s\u00e3o inteligentes e os que n\u00e3o s\u00e3o inteligentes, e ela tem insistido, ela ajuda a adoecer. \u00c9 o que digo no livro. <\/p>\n\n\n\n
O que dizer aos pais e m\u00e3es da gera\u00e7\u00e3o do quarto?<\/h2>\n\n\n\n
Os filhos e as filhas v\u00e3o precisar muito mesmo dos pais. Tem dois cen\u00e1rios, um \u00e9 ajudar meu filho a n\u00e3o entrar no quarto e o outro \u00e9 ajudar o filho que j\u00e1 est\u00e1 no quarto. No livro eu falo de cinco pilares: cuidado, autoconhecimento, conviv\u00eancia, dialogicidade e amorosidade. Trabalhar a fam\u00edlia e a escola a partir dessas sustenta\u00e7\u00f5es \u00e9 preventivo, mas pode servir tamb\u00e9m para situa\u00e7\u00f5es de pessoas que j\u00e1 est\u00e3o adoecidas, neste caso, associado ao acompanhamento de um profissional da sa\u00fade mental - psic\u00f3logo, psiquiatra, psicanalista, a depender do caso.<\/p>\n\n\n\n
O pilar do cuidado<\/strong> trata sobre a import\u00e2ncia do cuidado consigo e do cuidado com o outro, o que implica tratar das quest\u00f5es relacionadas a respeito, compreens\u00e3o, conviv\u00eancia, uso abusivo de \u00e1lcool, relacionamentos abusivos, bullying, ciberbullying, uso excessivo de redes sociais digitais, entre outros aspectos.

O pilar do autoconhecimento<\/strong> trata sobre a biografia, a hist\u00f3ria de cada pessoa, a fam\u00edlia. Proponho um trabalho sobre ancestralidade, que a pessoa conhe\u00e7a sua hist\u00f3ria de vida, conhe\u00e7a seu pai, sua m\u00e3e, sua opini\u00e3o, seus gostos. Isso tem a ver com quem eu sou, do ponto de vista \u00e9tico, e vai me dar uma seguran\u00e7a para enfrentar aquilo que querem que eu seja. Eu sou isso, mas querem que eu seja aquilo. N\u00e3o escondo minhas fragilidades, sou amado, o que d\u00e1 seguran\u00e7a. N\u00e3o vou dizer para minha crian\u00e7a que a vida \u00e9 f\u00e1cil, um mar de rosas, que ela nunca vai encontrar desafios, mas vou ajud\u00e1-la e fortalec\u00ea-la para que ela possa enfrent\u00e1-los.<\/p>\n\n\n\n
No pilar da conviv\u00eancia<\/strong>, h\u00e1 uma rela\u00e7\u00e3o entre aprender a ser e aprender a conviver. Trato de situa\u00e7\u00f5es cotidianas que evocam reflex\u00f5es \u00e9ticas, morais e espirituais, para as quais a compaix\u00e3o, a empatia e a resili\u00eancia s\u00e3o habilidades necess\u00e1rias e essenciais. O exerc\u00edcio da dialogicidade<\/strong> \u00e9 realizado quando as pessoas aprendem a falar o que pensam e sentem, mas entendem que o que pensam e sentem n\u00e3o \u00e9 a \u00faltima palavra sobre a verdade. O pilar da amorosidade<\/strong> \u00e9 tratado com reflex\u00f5es e a\u00e7\u00f5es. As reflex\u00f5es geram as a\u00e7\u00f5es, e as a\u00e7\u00f5es n\u00e3o s\u00e3o realizadas de modo mec\u00e2nico. <\/p>\n\n\n\n
Os pais podem aprender com os filhos?<\/h2>\n\n\n\n
O livro n\u00e3o tem que ser uma pedra para atirar nos pais e na escola, tem que ser um acalanto. Eu acho que a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 t\u00e3o potente que nos possibilita reaprender a viver, tenho grande esperan\u00e7a na gera\u00e7\u00e3o do quarto, a mesma gera\u00e7\u00e3o que \u00e9 violenta me ensina novos modos de amor, n\u00e3o vejo a gera\u00e7\u00e3o como fracassada, que n\u00e3o deu certo, acho um absurdo dizer que \u00e9 uma gera\u00e7\u00e3o parasita, \"nem-nem\". Obviamente ela traz todas as mazelas, n\u00e3o foi a gera\u00e7\u00e3o do quarto que inventou o abuso do \u00e1lcool, a viol\u00eancia, esses foram c\u00f3digos sempre usados, mas a gera\u00e7\u00e3o do quarto est\u00e1 nos dando outras alternativas, como maior preocupa\u00e7\u00e3o sobre consumo, meio ambiente, empoderamento das meninas, orienta\u00e7\u00e3o \u00e0 quest\u00e3o de g\u00eanero. Essa gera\u00e7\u00e3o tem muita coisa a nos mostrar, n\u00e3o precisamos ter medo, podemos aprender com elas. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"A gera\u00e7\u00e3o do quarto: um retrato chocante da juventude brasileira","post_excerpt":"Ap\u00f3s ouvir mais de 3 mil crian\u00e7as e adolescentes que vivem experi\u00eancias traum\u00e1ticas em seus quartos, o pesquisador Hugo Monteiro Ferreira faz um alerta aos pais e \u00e0s escolas sobre a necessidade de mudar a forma de se relacionar com os jovens","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"a-geracao-do-quarto-o-retrato-chocante-da-juventude-brasileira","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-30 11:00:28","post_modified_gmt":"2022-08-30 14:00:28","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64515","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64369,"post_author":"4","post_date":"2022-08-23 10:54:43","post_date_gmt":"2022-08-23 13:54:43","post_content":"\n
De acordo com o Artigo 227<\/a> da Constitui\u00e7\u00e3o de 1988, as crian\u00e7as<\/a> devem ser prioridade absoluta em todas as decis\u00f5es, programas e pol\u00edticas p\u00fablicas<\/a>. Isso se torna mais relevante em ano de elei\u00e7\u00f5es, em que poderemos escolher, de forma democr\u00e1tica<\/a>, representantes<\/a> aos cargos de presidente da Rep\u00fablica, senadores, governadores, deputados federais e estaduais. <\/p>\n\n\n\n
O voto no Brasil \u00e9 obrigat\u00f3rio para todos aqueles acima de 18 anos, sendo facultativo para jovens com 16 e 17 anos, pessoas com mais de 70 anos e analfabetos. Crian\u00e7as e adolescentes<\/a> menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar<\/a>, mas isso n\u00e3o quer dizer que n\u00e3o devam estar inclu\u00eddos nos planos dos diferentes representantes pol\u00edticos. Muito pelo contr\u00e1rio.<\/p>\n\n\n\n
Diversos estudos j\u00e1 comprovaram que investir na primeira inf\u00e2ncia<\/a> \u00e9 a melhor maneira de reduzir desigualdades e construir uma sociedade com condi\u00e7\u00f5es sociais e ambientais sustent\u00e1veis.<\/p>\n\n\n\n
Cabe a n\u00f3s, adultos, escolher nas elei\u00e7\u00f5es candidatos que contemplem as crian\u00e7as em projetos e iniciativas diversas. Abaixo, veja 5 motivos que tornam urgente a valoriza\u00e7\u00e3o de projetos para a inf\u00e2ncia e juventude nas campanhas \u00e0s elei\u00e7\u00f5es de 2022. A lista \u00e9 do portal Lunetas, espa\u00e7o dedicado \u00e0 reflex\u00e3o sobre a inf\u00e2ncia, que recentemente lan\u00e7ou o especial \"Inf\u00e2ncias em foco: Quem vota pelas crian\u00e7as?\"<\/a>, um hub de informa\u00e7\u00e3o sobre pol\u00edtica e as inf\u00e2ncias. <\/p>\n\n\n\n
5 temas que envolvem as crian\u00e7as e que t\u00eam de estar previstos nas propostas dos candidatos \u00e0s elei\u00e7\u00f5es:<\/h2>\n\n\n\n
Fome<\/h3>\n\n\n\n
De acordo com um levantamento realizado pela Funda\u00e7\u00e3o Abrinq, cerca de 18,8 milh\u00f5es de meninos e meninas de at\u00e9 14 anos passam fome no Brasil. Essa inseguran\u00e7a alimentar traz preju\u00edzos grav\u00edssimos \u00e0s crian\u00e7as, afetando seu crescimento e o desenvolvimento f\u00edsico e cognitivo necess\u00e1rios para que consigam crescer de maneira saud\u00e1vel.<\/p>\n\n\n\n
Analfabetismo<\/h3>\n\n\n\n
H\u00e1 50 anos, a educa\u00e7\u00e3o infantil n\u00e3o era uma realidade no Brasil, no entanto, pol\u00edticas p\u00fablicas mudaram essa realidade. Ainda assim, nos \u00faltimos dois anos, o n\u00famero de crian\u00e7as de 6 e 7 anos que n\u00e3o sabem ler e escrever cresceu em 1 milh\u00e3o. Pensando no futuro e nos pr\u00f3ximos passos do Brasil relacionados \u00e0 educa\u00e7\u00e3o p\u00fablica, \u00e9 necess\u00e1rio eleger candidatos que queiram enfrentar as desigualdades sociais e lutar para que todas as crian\u00e7as e adolescentes tenham acesso \u00e0 educa\u00e7\u00e3o de qualidade.<\/p>\n\n\n\n
Trabalho Infantil<\/h3>\n\n\n\n
Atualmente, cerca de 2 milh\u00f5es de crian\u00e7as e adolescentes est\u00e3o em situa\u00e7\u00e3o de trabalho infantil no Brasil. Desse total, 66% s\u00e3o crian\u00e7as pretas ou pardas e 71% est\u00e3o na \u00e1rea urbana, de acordo com um levantamento divulgado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domic\u00edlios (PNAD Cont\u00ednua).<\/p>\n\n\n\n
Viol\u00eancia e explora\u00e7\u00e3o sexual<\/h3>\n\n\n\n
Entre 2016 e 2020, 35 mil crian\u00e7as e adolescentes, de 0 a 19 anos, foram mortos de forma violenta no Brasil e 180 mil sofreram viol\u00eancia sexual, segundo o Panorama da Viol\u00eancia Sexual contra crian\u00e7as e Adolescentes no Brasil, lan\u00e7ado pela Unicef e pelo F\u00f3rum Brasileiro de Seguran\u00e7a P\u00fablica (FBSP). Por isso, \u00e9 necess\u00e1rio eleger pessoas que tenham coragem para combater esse cen\u00e1rio e falar de assuntos como igualdade de g\u00eanero, empoderamento de meninas, viol\u00eancia sexual e femin\u00edcio.<\/p>\n\n\n\n
Moradia<\/h3>\n\n\n\n
Mais de 5 milh\u00f5es de pessoas ainda residem em domic\u00edlios sem banheiros ou sanit\u00e1rios de uso exclusivo e 9,7 milh\u00f5es vivem em condi\u00e7\u00f5es de adensamento excessivo, com mais de tr\u00eas moradores para cada dormit\u00f3rio. Este \u00e9 um assunto que n\u00e3o deve ser ignorado, j\u00e1 que todas as crian\u00e7as precisam de acesso \u00e0 moradia para viver com dignidade e poder se desenvolver em outras \u00e1reas, como lazer, educa\u00e7\u00e3o e sa\u00fade.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]  <\/p>\n","post_title":"5 motivos para priorizar as crian\u00e7as nas elei\u00e7\u00f5es de 2022","post_excerpt":"Crian\u00e7as e adolescentes menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar, mas s\u00e3o parcela importante da popula\u00e7\u00e3o e t\u00eam de estar contemplados nos projetos dos diferentes atores governamentais","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"5-motivos-para-priorizar-as-criancas-nas-eleicoes-de-2022","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-25 18:52:13","post_modified_gmt":"2022-08-25 21:52:13","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64369","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64334,"post_author":"4","post_date":"2022-08-22 15:14:51","post_date_gmt":"2022-08-22 18:14:51","post_content":"\n
O n\u00famero de crian\u00e7as e adolescente<\/a>s conectados \u00e0 internet cresceu nos \u00faltimos anos. Segundo o estudo TIC Kids Online Brasil 2021<\/a>, rec\u00e9m-divulgado, 93% ou 22,3 milh\u00f5es das crian\u00e7as e dos adolescentes<\/a> no pa\u00eds acessaram a web<\/a> em 2021, sendo que em 2019 esse percentual era de 89%. O crescimento foi impulsionado principalmente pela maior propor\u00e7\u00e3o de usu\u00e1rios na regi\u00e3o Nordeste e nas \u00e1reas rurais. <\/p>\n\n\n\n
O uso de redes sociais <\/a>pelas crian\u00e7as tamb\u00e9m tem se elevado, sendo a plataforma Tik Tok<\/a> a mais utilizada (34%), seguida pelo Instagram (33%). No Facebook, houve queda no uso de 66% para 51% no per\u00edodo citado. J\u00e1 o WhatsApp segue como a plataforma em que crian\u00e7as e adolescentes mais possuem perfil (foi de 70% em 2018 para 80% em 2021), e \u00e9 a mais difundida entre todos os estratos sociais.<\/p>\n\n\n\n
A pesquisa, conduzida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informa\u00e7\u00e3o (Cetic.br) do N\u00facleo de Informa\u00e7\u00e3o e Coordena\u00e7\u00e3o do Ponto BR (NIC.br), entrevistou 2.651 crian\u00e7as e adolescentes com idades entre 9 e 17 anos, bem como seus pais ou respons\u00e1veis, em todo o territ\u00f3rio nacional. As entrevistas aconteceram entre outubro de 2021 e mar\u00e7o de 2022, com a finalidade de investigar oportunidades e riscos relacionados \u00e0 participa\u00e7\u00e3o online desse p\u00fablico. <\/p>\n\n\n\n
Segundo o levantamento, as crian\u00e7as tamb\u00e9m est\u00e3o passando mais tempo em jogos online - seja conectadas com outros jogadores (de 57% para 66%, entre 2021 e 2019) ou n\u00e3o conectadas a eles (de 55% para 64%) -, e fazendo mais compras no ambiente digital - cresceu de 9% para 19% no mesmo per\u00edodo. <\/p>\n\n\n\n
\"Plataformas de cria\u00e7\u00e3o e compartilhamento de conte\u00fado audiovisual est\u00e3o entre as mais utilizadas por crian\u00e7as e adolescentes. Nesse contexto, a qualidade da conex\u00e3o \u00e0 Internet e dos dispositivos digitais utilizados para o acesso \u00e0 rede passam a ser determinantes para o melhor aproveitamento de oportunidades online. \u00c9 central, portanto, garantir condi\u00e7\u00f5es equitativas de conectividade para crian\u00e7as e adolescentes em diferentes contextos socioecon\u00f4micos\", aponta Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br. <\/p>\n\n\n\n
A pesquisa TIC Kids Online <\/a>detectou, ainda, que o telefone celular segue como o principal meio de conex\u00e3o \u00e0 rede nos diferentes extratos sociais. Para 53%, o celular foi o \u00fanico dispositivo usado, realidade que se verificou mais presente nas classes DE (78%) e C (52%) do que nas classes AB (18%). <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Acesso a propagandas<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
Entre as atividades multim\u00eddia, as mais acessadas pelas crian\u00e7as s\u00e3o ouvir m\u00fasica (80%), assistir a v\u00eddeos, programas, filmes ou s\u00e9ries (84%), S\u00edtios de v\u00eddeos (67%) e redes sociais (61%) est\u00e3o entre as principais plataformas em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios de internet declaram ter visto propaganda de produtos ou marcas. Pessoas ensinando como usar algum produto (62%) e abrindo embalagens -- o chamado unboxing<\/em><\/strong> - (61%) foram os principais conte\u00fados de imagem ou v\u00eddeo em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios da rede tiveram contato com divulga\u00e7\u00e3o de produtos ou marcas. Entre as principais categorias de produtos ou marcas vistas no ambiente online<\/em> est\u00e3o: <\/p>\n\n\n\n
Equipamentos eletr\u00f4nicos (60%); <\/li>
Roupas e sapatos (60%); <\/li>
Comidas, bebidas ou doces (57%); <\/li>
Videogames ou jogos (46%); <\/li>
Maquiagem e outros produtos de beleza (46%).\u00a0<\/li><\/ul>\n\n\n\nBusca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e bem-estar<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa tamb\u00e9m constatou que 32% dos jovens entre 11 e 17 anos procuram ajuda para lidar com algo ruim que vivenciaram<\/strong>, ou para falar sobre suas emo\u00e7\u00f5es<\/strong> quando se sentiram tristes. <\/p>\n\n\n\n
Entre os temas mais procurados relacionados \u00e0 sa\u00fade est\u00e3o:<\/p>\n\n\n\n
Informa\u00e7\u00f5es sobre alimenta\u00e7\u00e3o (55%);
Preven\u00e7\u00e3o e tratamento de doen\u00e7as (38%);
Exerc\u00edcios e meios para ficar em forma (36%);
Informa\u00e7\u00f5es sobre medicamentos (22%);<\/li>
Discuss\u00f5es sobre sa\u00fade sexual e educa\u00e7\u00e3o sexual (21%).<\/li><\/ul>\n\n\n\n
\"A pesquisa busca levantar evid\u00eancias que contribuam para a promo\u00e7\u00e3o de direitos e do bem-estar de crian\u00e7as e adolescentes. Desse modo, para al\u00e9m das atividades presentes na s\u00e9rie hist\u00f3rica da pesquisa, o uso da rede na busca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e apoio emocional passou a ser um tema relevante de investiga\u00e7\u00e3o\", sinaliza Barbosa.<\/p>\n\n\n\n
\"Pesquisas como a TIC Kids Online Brasil s\u00e3o de extrema relev\u00e2ncia para entendermos o cen\u00e1rio atual e fortalecermos o letramento e inclus\u00e3o digital dos mais jovens, com mais seguran\u00e7a e qualidade, quest\u00f5es intr\u00ednsecas ao trabalho realizado pelo Comit\u00ea Gestor da Internet no Brasil\", pondera Jos\u00e9 Gontijo, coordenador do CGI.br.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
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\u00c9 uma situa\u00e7\u00e3o muito preocupante, n\u00e3o? <\/h2>\n\n\n\n
A experi\u00eancia do quarto \u00e9 terr\u00edvel, porque n\u00e3o \u00e9 uma esp\u00e9cie de ref\u00fagio para aquietar mente, \u00e9 uma experi\u00eancia de ansiedade da mente, uma mente com probabilidades das mais diversas. <\/p>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 violentada, ela tamb\u00e9m vai violentar. \u00c9 importante observar isso. <\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Eu me preocupo muito porque parece que a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 meio que uma matriz de pequenos e pequenas curingas, do personagem do Batman. N\u00f3s estamos formando gera\u00e7\u00f5es violentas, e essa viol\u00eancia pode ser contra si, os \u00edndices de suic\u00eddio na adolesc\u00eancia n\u00e3o s\u00e3o m\u00ednimos. No Brasil, infelizmente, desde 2016, que eles aumentam, mas n\u00f3s tamb\u00e9m temos criado pessoas, em pa\u00edses como os Estados Unidos, que quando t\u00eam acesso a armas, criam e organizam massacres como esses que vimos nas escolas americanas. O perfil e a biografia desses adolescentes se assemelha \u00e0 gera\u00e7\u00e3o do quarto. \u00c9 preocupante, porque n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 o adoecimento ps\u00edquico, mas \u00e9 a produ\u00e7\u00e3o de uma comunidade psiquicamente adoecida, que tem na viol\u00eancia a gram\u00e1tica da sua sintaxe comunicacional, ou seja, a socializa\u00e7\u00e3o \u00e9 violenta.<\/p>\n\n\n\n
Muitas vezes, \u00e9 poss\u00edvel que voc\u00ea tenha pessoas que acham que s\u00e3o excelentes m\u00e3es e pais, mas que imprimem uma norma, uma conduta, um modelo que impede que o outro seja o que pode ser. Vi muito isso, adolescentes dizendo \u201ceu n\u00e3o consigo, para minha m\u00e3e nem para o meu pai, ser o que realmente sou, o que realmente gosto, tenho que mentir, me fazer ser o que n\u00e3o sou, criar um perfil falso\u201d. A viol\u00eancia simb\u00f3lica est\u00e1 muito nesse campo, no religioso, al\u00e9m da viol\u00eancia f\u00edsica e psicol\u00f3gica.<\/p>\n\n\n\n
<\/p>\n\n\n\n
H\u00e1 caracter\u00edsticas em comum entre os pais dessa gera\u00e7\u00e3o?<\/h2>\n\n\n\n
S\u00e3o pessoas que aprenderam com os modelos anteriores como devem proceder, como educar e como deve ser a rela\u00e7\u00e3o entre pais e filhos, e eles terminam agindo em nome desse bem-estar. Eles querem o bem dos filhos, n\u00e3o desejam o mal, mas \u00e9 um bem meio que projetado, n\u00e3o \u00e9 um bem presente, \u00e9 o bem do amanh\u00e3. Eu quero que meu filho esteja bem, mas para isso ele precisa seguir uma regra, uma norma, uma conduta, um padr\u00e3o, uma organiza\u00e7\u00e3o. Se ele n\u00e3o segue, eu n\u00e3o consigo ser m\u00e3e, pai dele, n\u00e3o consigo estabelecer uma rela\u00e7\u00e3o afetiva, de di\u00e1logo, e come\u00e7o a entrar em conflito.<\/p>\n\n\n\n
S\u00e3o pais que rejeitam os filhos? <\/h2>\n\n\n\n
Essa gera\u00e7\u00e3o mostra que os pais, se n\u00e3o h\u00e1 um modelo estabelecido, eles n\u00e3o se disp\u00f5em a aprender com o que eles veem na realidade, \u00e9 quase que um filho abstrato. Quando o filho real come\u00e7a a emergir e mostrar suas caracter\u00edsticas, os pais come\u00e7am a estranhar aquilo e n\u00e3o entram em processo de di\u00e1logo, se afastam. \u00c9 esse afastamento, esse vazio, que cria a gera\u00e7\u00e3o do quarto. Por isso afirmo que \u00e9 na matriz familiar que a gera\u00e7\u00e3o \u00e9 gerada, quer dizer, os pais n\u00e3o conseguem observar, de modo geral, a emerg\u00eancia dos humanos que eles mesmos criaram. Eles t\u00eam o humano projetado, \u00e9 quase um molde de um humano. Quando vem uma orienta\u00e7\u00e3o sexual ou um g\u00eanero que n\u00e3o \u00e9 norma, causa um impacto. <\/p>\n\n\n\n
Claro que \u00e9 menos impactante quando o filho diz que n\u00e3o quer ser m\u00e9dico, mas sim ator, pode haver resist\u00eancia mas n\u00e3o t\u00e3o intensa como quando voc\u00ea diz que \u00e9 gay, isso causa um embara\u00e7o. Mas n\u00e3o gosto de condenar os pais e as m\u00e3es, porque acho que eles est\u00e3o envolvidos nesse processo, eles querem acertar, ao menos, os que t\u00eam paternagem e maternagem, que chamo de esp\u00edrito de pai e m\u00e3e. Os que n\u00e3o t\u00eam, esses simplesmente geram os filhos, est\u00e3o ali numa esp\u00e9cie de playground de criar filhos. Mas os que t\u00eam paternagem, eles v\u00e3o tentando encontrar e conseguem, ent\u00e3o nesse caso, essa fissura, esse vazio que se abriu \u00e9 reduzido e a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 compreendida. <\/p>\n\n\n\n
Os pais sabem que t\u00eam um problema em casa?<\/h2>\n\n\n\n
Eles n\u00e3o t\u00eam conhecimento, porque a gera\u00e7\u00e3o do quarto cognitivamente n\u00e3o tem problema com boletim escolar. Essa gera\u00e7\u00e3o chega na universidade. Essa causa-consequ\u00eancia que a gente confabulou e afirmou tantas vezes que, por exemplo, vai ter problemas na escola, no rendimento escolar, n\u00e3o \u00e9 um sinal, a gera\u00e7\u00e3o do quarto tem um boletim escolar azul,<\/strong> e os pais n\u00e3o percebem. Eles acham que faz parte da vida estar no quarto.<\/strong> Muitos me dizem isso, \u201cah mas meu filho est\u00e1 no quarto j\u00e1 h\u00e1 tanto tempo que nem me dava conta\u201d. Eles come\u00e7am a se dar conta quando a crian\u00e7a ou o adolescente come\u00e7a a se cortar, quando come\u00e7am a gritar em sil\u00eancio, a\u00ed os pais alertam, mas at\u00e9 ent\u00e3o, n\u00e3o. Chamam para jantar, quando conseguem, lembrando que pais contempor\u00e2neos vivem muito fora de casa, trabalham muito, com finalidade de dar um futuro para os filhos.  <\/p>\n\n\n\n
Ou seja, o esfor\u00e7o dos pais para garantir uma boa estrutura familiar acaba por distanci\u00e1-los dos filhos?<\/h2>\n\n\n\n
\u00c9 a alternativa que se deu para a fam\u00edlia. Num pa\u00eds de mais de 210 milh\u00f5es de pessoas, n\u00e3o \u00e9 todo mundo que para e reflete sobre o que \u00e9 ser uma fam\u00edlia. Para os que est\u00e3o abaixo da linha da mis\u00e9ria tem que pensar muito como se recupera. H\u00e1 uma quest\u00e3o importante: o fen\u00f4meno da gera\u00e7\u00e3o do quarto se d\u00e1 em todas as classes sociais, mas as estrat\u00e9gias trabalhadas mudam. Tem muitas pessoas que usam a gravidez, por exemplo, como forma de sair de uma situa\u00e7\u00e3o socioecon\u00f4mica. Engravidar pode ser uma esp\u00e9cie de promo\u00e7\u00e3o social, ou seja, o problema \u00e9 o mesmo, a dor ps\u00edquica \u00e9 a mesma, mas a maneira de lidar com ela \u00e9 diferente. <\/p>\n\n\n\n
Os jovens n\u00e3o se abrem com os pais, mas n\u00e3o se opuseram a falar com voc\u00ea?<\/h2>\n\n\n\n
Talvez o que favorece para um pesquisador como eu \u00e9 me dispor a escutar sem condenar, sem julgamento. Eu escuto para acolher e esse talvez seja um potencial que a gente possa ensinar aos pais e \u00e0s m\u00e3es, para que o filho diga o que pensa, o que acha, o que gosta e n\u00e3o gosta, se sinta confort\u00e1vel em ser diferente dos pais. Acho que as fam\u00edlias escutam julgando, comparando e sentenciando demais. As crian\u00e7as, ao contr\u00e1rio do que as pessoas pensam, s\u00e3o muito sens\u00edveis, muito cr\u00edticas, elas conseguem responder perguntas, falar sobre sentimentos com quem elas se sentem confort\u00e1veis. Al\u00e9m disso, uma das t\u00e9cnicas que utilizei, o question\u00e1rio online, me trouxe muitas respostas, porque tinha perguntas abertas. Alguns dos depoimentos que apresento no livro eu n\u00e3o ouvi, eu li. Quando n\u00e3o tenho que dizer meu nome, quem eu sou, de onde sou, qual minha idade, me sinto mais livre para falar, pedir ajuda. Foram esses depoimentos que me causaram impacto e me fizeram depois entrevistar o grupo menor por meio de rodas de conversa. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Qual o papel da escola nesse contexto?<\/h2>\n\n\n\n
Eu sou um profissional e defensor da escola, a escola para mim \u00e9 uma grande inven\u00e7\u00e3o social, cumpre papel de forma\u00e7\u00e3o, de complementaridade, sobretudo no campo do que chamamos de conhecimento cient\u00edfico. Ela tamb\u00e9m tem um papel social, porque trabalha com pessoas, organiza\u00e7\u00f5es, institui\u00e7\u00f5es, mas ela precisa ser revisitada e reformulada nos seus objetivos matriciais. A escola n\u00e3o pode querer exclusivamente formar do ponto vista cognitivo. Isso \u00e9 um equ\u00edvoco que se manifesta sobretudo nessas escolas, que insistem num modelo de concorr\u00eancia, competi\u00e7\u00e3o, ranqueamento, na nota como resposta \u00e0 aprendizagem. S\u00e3o escolas desconectadas com grandes problemas contempor\u00e2neos, como a sobreviv\u00eancia do Planeta Terra. Temos um planeta amea\u00e7ado de desertifica\u00e7\u00e3o, de aus\u00eancia de comida, amea\u00e7ado no campo dos povos origin\u00e1rios, ent\u00e3o essas s\u00e3o preocupa\u00e7\u00f5es que a escola deve ter. <\/p>\n\n\n\n
Outra preocupa\u00e7\u00e3o \u00e9 a diversidade, temos uma sociedade que se mostra violenta com as minorias, racista e mis\u00f3gina. As mulheres sofrem muito nessa sociedade. A escola n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 para discutir f\u00f3rmulas qu\u00edmicas, biol\u00f3gicas, equa\u00e7\u00f5es matem\u00e1ticas, sintaxe da l\u00edngua. <\/p>\n\n\n\n
A escola \u00e9 para ajudar a usar o conhecimento cient\u00edfico na melhoria da qualidade de vida das pessoas, da minha e dos outros. <\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Ent\u00e3o se ela n\u00e3o faz isso, se insiste na concorr\u00eancia, em colocar aqueles que s\u00e3o bons e n\u00e3o s\u00e3o bons, os que s\u00e3o inteligentes e os que n\u00e3o s\u00e3o inteligentes, e ela tem insistido, ela ajuda a adoecer. \u00c9 o que digo no livro. <\/p>\n\n\n\n
O que dizer aos pais e m\u00e3es da gera\u00e7\u00e3o do quarto?<\/h2>\n\n\n\n
Os filhos e as filhas v\u00e3o precisar muito mesmo dos pais. Tem dois cen\u00e1rios, um \u00e9 ajudar meu filho a n\u00e3o entrar no quarto e o outro \u00e9 ajudar o filho que j\u00e1 est\u00e1 no quarto. No livro eu falo de cinco pilares: cuidado, autoconhecimento, conviv\u00eancia, dialogicidade e amorosidade. Trabalhar a fam\u00edlia e a escola a partir dessas sustenta\u00e7\u00f5es \u00e9 preventivo, mas pode servir tamb\u00e9m para situa\u00e7\u00f5es de pessoas que j\u00e1 est\u00e3o adoecidas, neste caso, associado ao acompanhamento de um profissional da sa\u00fade mental - psic\u00f3logo, psiquiatra, psicanalista, a depender do caso.<\/p>\n\n\n\n
O pilar do cuidado<\/strong> trata sobre a import\u00e2ncia do cuidado consigo e do cuidado com o outro, o que implica tratar das quest\u00f5es relacionadas a respeito, compreens\u00e3o, conviv\u00eancia, uso abusivo de \u00e1lcool, relacionamentos abusivos, bullying, ciberbullying, uso excessivo de redes sociais digitais, entre outros aspectos.

O pilar do autoconhecimento<\/strong> trata sobre a biografia, a hist\u00f3ria de cada pessoa, a fam\u00edlia. Proponho um trabalho sobre ancestralidade, que a pessoa conhe\u00e7a sua hist\u00f3ria de vida, conhe\u00e7a seu pai, sua m\u00e3e, sua opini\u00e3o, seus gostos. Isso tem a ver com quem eu sou, do ponto de vista \u00e9tico, e vai me dar uma seguran\u00e7a para enfrentar aquilo que querem que eu seja. Eu sou isso, mas querem que eu seja aquilo. N\u00e3o escondo minhas fragilidades, sou amado, o que d\u00e1 seguran\u00e7a. N\u00e3o vou dizer para minha crian\u00e7a que a vida \u00e9 f\u00e1cil, um mar de rosas, que ela nunca vai encontrar desafios, mas vou ajud\u00e1-la e fortalec\u00ea-la para que ela possa enfrent\u00e1-los.<\/p>\n\n\n\n
No pilar da conviv\u00eancia<\/strong>, h\u00e1 uma rela\u00e7\u00e3o entre aprender a ser e aprender a conviver. Trato de situa\u00e7\u00f5es cotidianas que evocam reflex\u00f5es \u00e9ticas, morais e espirituais, para as quais a compaix\u00e3o, a empatia e a resili\u00eancia s\u00e3o habilidades necess\u00e1rias e essenciais. O exerc\u00edcio da dialogicidade<\/strong> \u00e9 realizado quando as pessoas aprendem a falar o que pensam e sentem, mas entendem que o que pensam e sentem n\u00e3o \u00e9 a \u00faltima palavra sobre a verdade. O pilar da amorosidade<\/strong> \u00e9 tratado com reflex\u00f5es e a\u00e7\u00f5es. As reflex\u00f5es geram as a\u00e7\u00f5es, e as a\u00e7\u00f5es n\u00e3o s\u00e3o realizadas de modo mec\u00e2nico. <\/p>\n\n\n\n
Os pais podem aprender com os filhos?<\/h2>\n\n\n\n
O livro n\u00e3o tem que ser uma pedra para atirar nos pais e na escola, tem que ser um acalanto. Eu acho que a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 t\u00e3o potente que nos possibilita reaprender a viver, tenho grande esperan\u00e7a na gera\u00e7\u00e3o do quarto, a mesma gera\u00e7\u00e3o que \u00e9 violenta me ensina novos modos de amor, n\u00e3o vejo a gera\u00e7\u00e3o como fracassada, que n\u00e3o deu certo, acho um absurdo dizer que \u00e9 uma gera\u00e7\u00e3o parasita, \"nem-nem\". Obviamente ela traz todas as mazelas, n\u00e3o foi a gera\u00e7\u00e3o do quarto que inventou o abuso do \u00e1lcool, a viol\u00eancia, esses foram c\u00f3digos sempre usados, mas a gera\u00e7\u00e3o do quarto est\u00e1 nos dando outras alternativas, como maior preocupa\u00e7\u00e3o sobre consumo, meio ambiente, empoderamento das meninas, orienta\u00e7\u00e3o \u00e0 quest\u00e3o de g\u00eanero. Essa gera\u00e7\u00e3o tem muita coisa a nos mostrar, n\u00e3o precisamos ter medo, podemos aprender com elas. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"A gera\u00e7\u00e3o do quarto: um retrato chocante da juventude brasileira","post_excerpt":"Ap\u00f3s ouvir mais de 3 mil crian\u00e7as e adolescentes que vivem experi\u00eancias traum\u00e1ticas em seus quartos, o pesquisador Hugo Monteiro Ferreira faz um alerta aos pais e \u00e0s escolas sobre a necessidade de mudar a forma de se relacionar com os jovens","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"a-geracao-do-quarto-o-retrato-chocante-da-juventude-brasileira","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-30 11:00:28","post_modified_gmt":"2022-08-30 14:00:28","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64515","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64369,"post_author":"4","post_date":"2022-08-23 10:54:43","post_date_gmt":"2022-08-23 13:54:43","post_content":"\n
De acordo com o Artigo 227<\/a> da Constitui\u00e7\u00e3o de 1988, as crian\u00e7as<\/a> devem ser prioridade absoluta em todas as decis\u00f5es, programas e pol\u00edticas p\u00fablicas<\/a>. Isso se torna mais relevante em ano de elei\u00e7\u00f5es, em que poderemos escolher, de forma democr\u00e1tica<\/a>, representantes<\/a> aos cargos de presidente da Rep\u00fablica, senadores, governadores, deputados federais e estaduais. <\/p>\n\n\n\n
O voto no Brasil \u00e9 obrigat\u00f3rio para todos aqueles acima de 18 anos, sendo facultativo para jovens com 16 e 17 anos, pessoas com mais de 70 anos e analfabetos. Crian\u00e7as e adolescentes<\/a> menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar<\/a>, mas isso n\u00e3o quer dizer que n\u00e3o devam estar inclu\u00eddos nos planos dos diferentes representantes pol\u00edticos. Muito pelo contr\u00e1rio.<\/p>\n\n\n\n
Diversos estudos j\u00e1 comprovaram que investir na primeira inf\u00e2ncia<\/a> \u00e9 a melhor maneira de reduzir desigualdades e construir uma sociedade com condi\u00e7\u00f5es sociais e ambientais sustent\u00e1veis.<\/p>\n\n\n\n
Cabe a n\u00f3s, adultos, escolher nas elei\u00e7\u00f5es candidatos que contemplem as crian\u00e7as em projetos e iniciativas diversas. Abaixo, veja 5 motivos que tornam urgente a valoriza\u00e7\u00e3o de projetos para a inf\u00e2ncia e juventude nas campanhas \u00e0s elei\u00e7\u00f5es de 2022. A lista \u00e9 do portal Lunetas, espa\u00e7o dedicado \u00e0 reflex\u00e3o sobre a inf\u00e2ncia, que recentemente lan\u00e7ou o especial \"Inf\u00e2ncias em foco: Quem vota pelas crian\u00e7as?\"<\/a>, um hub de informa\u00e7\u00e3o sobre pol\u00edtica e as inf\u00e2ncias. <\/p>\n\n\n\n
5 temas que envolvem as crian\u00e7as e que t\u00eam de estar previstos nas propostas dos candidatos \u00e0s elei\u00e7\u00f5es:<\/h2>\n\n\n\n
Fome<\/h3>\n\n\n\n
De acordo com um levantamento realizado pela Funda\u00e7\u00e3o Abrinq, cerca de 18,8 milh\u00f5es de meninos e meninas de at\u00e9 14 anos passam fome no Brasil. Essa inseguran\u00e7a alimentar traz preju\u00edzos grav\u00edssimos \u00e0s crian\u00e7as, afetando seu crescimento e o desenvolvimento f\u00edsico e cognitivo necess\u00e1rios para que consigam crescer de maneira saud\u00e1vel.<\/p>\n\n\n\n
Analfabetismo<\/h3>\n\n\n\n
H\u00e1 50 anos, a educa\u00e7\u00e3o infantil n\u00e3o era uma realidade no Brasil, no entanto, pol\u00edticas p\u00fablicas mudaram essa realidade. Ainda assim, nos \u00faltimos dois anos, o n\u00famero de crian\u00e7as de 6 e 7 anos que n\u00e3o sabem ler e escrever cresceu em 1 milh\u00e3o. Pensando no futuro e nos pr\u00f3ximos passos do Brasil relacionados \u00e0 educa\u00e7\u00e3o p\u00fablica, \u00e9 necess\u00e1rio eleger candidatos que queiram enfrentar as desigualdades sociais e lutar para que todas as crian\u00e7as e adolescentes tenham acesso \u00e0 educa\u00e7\u00e3o de qualidade.<\/p>\n\n\n\n
Trabalho Infantil<\/h3>\n\n\n\n
Atualmente, cerca de 2 milh\u00f5es de crian\u00e7as e adolescentes est\u00e3o em situa\u00e7\u00e3o de trabalho infantil no Brasil. Desse total, 66% s\u00e3o crian\u00e7as pretas ou pardas e 71% est\u00e3o na \u00e1rea urbana, de acordo com um levantamento divulgado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domic\u00edlios (PNAD Cont\u00ednua).<\/p>\n\n\n\n
Viol\u00eancia e explora\u00e7\u00e3o sexual<\/h3>\n\n\n\n
Entre 2016 e 2020, 35 mil crian\u00e7as e adolescentes, de 0 a 19 anos, foram mortos de forma violenta no Brasil e 180 mil sofreram viol\u00eancia sexual, segundo o Panorama da Viol\u00eancia Sexual contra crian\u00e7as e Adolescentes no Brasil, lan\u00e7ado pela Unicef e pelo F\u00f3rum Brasileiro de Seguran\u00e7a P\u00fablica (FBSP). Por isso, \u00e9 necess\u00e1rio eleger pessoas que tenham coragem para combater esse cen\u00e1rio e falar de assuntos como igualdade de g\u00eanero, empoderamento de meninas, viol\u00eancia sexual e femin\u00edcio.<\/p>\n\n\n\n
Moradia<\/h3>\n\n\n\n
Mais de 5 milh\u00f5es de pessoas ainda residem em domic\u00edlios sem banheiros ou sanit\u00e1rios de uso exclusivo e 9,7 milh\u00f5es vivem em condi\u00e7\u00f5es de adensamento excessivo, com mais de tr\u00eas moradores para cada dormit\u00f3rio. Este \u00e9 um assunto que n\u00e3o deve ser ignorado, j\u00e1 que todas as crian\u00e7as precisam de acesso \u00e0 moradia para viver com dignidade e poder se desenvolver em outras \u00e1reas, como lazer, educa\u00e7\u00e3o e sa\u00fade.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]  <\/p>\n","post_title":"5 motivos para priorizar as crian\u00e7as nas elei\u00e7\u00f5es de 2022","post_excerpt":"Crian\u00e7as e adolescentes menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar, mas s\u00e3o parcela importante da popula\u00e7\u00e3o e t\u00eam de estar contemplados nos projetos dos diferentes atores governamentais","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"5-motivos-para-priorizar-as-criancas-nas-eleicoes-de-2022","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-25 18:52:13","post_modified_gmt":"2022-08-25 21:52:13","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64369","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64334,"post_author":"4","post_date":"2022-08-22 15:14:51","post_date_gmt":"2022-08-22 18:14:51","post_content":"\n
O n\u00famero de crian\u00e7as e adolescente<\/a>s conectados \u00e0 internet cresceu nos \u00faltimos anos. Segundo o estudo TIC Kids Online Brasil 2021<\/a>, rec\u00e9m-divulgado, 93% ou 22,3 milh\u00f5es das crian\u00e7as e dos adolescentes<\/a> no pa\u00eds acessaram a web<\/a> em 2021, sendo que em 2019 esse percentual era de 89%. O crescimento foi impulsionado principalmente pela maior propor\u00e7\u00e3o de usu\u00e1rios na regi\u00e3o Nordeste e nas \u00e1reas rurais. <\/p>\n\n\n\n
O uso de redes sociais <\/a>pelas crian\u00e7as tamb\u00e9m tem se elevado, sendo a plataforma Tik Tok<\/a> a mais utilizada (34%), seguida pelo Instagram (33%). No Facebook, houve queda no uso de 66% para 51% no per\u00edodo citado. J\u00e1 o WhatsApp segue como a plataforma em que crian\u00e7as e adolescentes mais possuem perfil (foi de 70% em 2018 para 80% em 2021), e \u00e9 a mais difundida entre todos os estratos sociais.<\/p>\n\n\n\n
A pesquisa, conduzida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informa\u00e7\u00e3o (Cetic.br) do N\u00facleo de Informa\u00e7\u00e3o e Coordena\u00e7\u00e3o do Ponto BR (NIC.br), entrevistou 2.651 crian\u00e7as e adolescentes com idades entre 9 e 17 anos, bem como seus pais ou respons\u00e1veis, em todo o territ\u00f3rio nacional. As entrevistas aconteceram entre outubro de 2021 e mar\u00e7o de 2022, com a finalidade de investigar oportunidades e riscos relacionados \u00e0 participa\u00e7\u00e3o online desse p\u00fablico. <\/p>\n\n\n\n
Segundo o levantamento, as crian\u00e7as tamb\u00e9m est\u00e3o passando mais tempo em jogos online - seja conectadas com outros jogadores (de 57% para 66%, entre 2021 e 2019) ou n\u00e3o conectadas a eles (de 55% para 64%) -, e fazendo mais compras no ambiente digital - cresceu de 9% para 19% no mesmo per\u00edodo. <\/p>\n\n\n\n
\"Plataformas de cria\u00e7\u00e3o e compartilhamento de conte\u00fado audiovisual est\u00e3o entre as mais utilizadas por crian\u00e7as e adolescentes. Nesse contexto, a qualidade da conex\u00e3o \u00e0 Internet e dos dispositivos digitais utilizados para o acesso \u00e0 rede passam a ser determinantes para o melhor aproveitamento de oportunidades online. \u00c9 central, portanto, garantir condi\u00e7\u00f5es equitativas de conectividade para crian\u00e7as e adolescentes em diferentes contextos socioecon\u00f4micos\", aponta Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br. <\/p>\n\n\n\n
A pesquisa TIC Kids Online <\/a>detectou, ainda, que o telefone celular segue como o principal meio de conex\u00e3o \u00e0 rede nos diferentes extratos sociais. Para 53%, o celular foi o \u00fanico dispositivo usado, realidade que se verificou mais presente nas classes DE (78%) e C (52%) do que nas classes AB (18%). <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Acesso a propagandas<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
Entre as atividades multim\u00eddia, as mais acessadas pelas crian\u00e7as s\u00e3o ouvir m\u00fasica (80%), assistir a v\u00eddeos, programas, filmes ou s\u00e9ries (84%), S\u00edtios de v\u00eddeos (67%) e redes sociais (61%) est\u00e3o entre as principais plataformas em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios de internet declaram ter visto propaganda de produtos ou marcas. Pessoas ensinando como usar algum produto (62%) e abrindo embalagens -- o chamado unboxing<\/em><\/strong> - (61%) foram os principais conte\u00fados de imagem ou v\u00eddeo em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios da rede tiveram contato com divulga\u00e7\u00e3o de produtos ou marcas. Entre as principais categorias de produtos ou marcas vistas no ambiente online<\/em> est\u00e3o: <\/p>\n\n\n\n
Equipamentos eletr\u00f4nicos (60%); <\/li>
Roupas e sapatos (60%); <\/li>
Comidas, bebidas ou doces (57%); <\/li>
Videogames ou jogos (46%); <\/li>
Maquiagem e outros produtos de beleza (46%).\u00a0<\/li><\/ul>\n\n\n\nBusca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e bem-estar<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa tamb\u00e9m constatou que 32% dos jovens entre 11 e 17 anos procuram ajuda para lidar com algo ruim que vivenciaram<\/strong>, ou para falar sobre suas emo\u00e7\u00f5es<\/strong> quando se sentiram tristes. <\/p>\n\n\n\n
Entre os temas mais procurados relacionados \u00e0 sa\u00fade est\u00e3o:<\/p>\n\n\n\n
Informa\u00e7\u00f5es sobre alimenta\u00e7\u00e3o (55%);
Preven\u00e7\u00e3o e tratamento de doen\u00e7as (38%);
Exerc\u00edcios e meios para ficar em forma (36%);
Informa\u00e7\u00f5es sobre medicamentos (22%);<\/li>
Discuss\u00f5es sobre sa\u00fade sexual e educa\u00e7\u00e3o sexual (21%).<\/li><\/ul>\n\n\n\n
\"A pesquisa busca levantar evid\u00eancias que contribuam para a promo\u00e7\u00e3o de direitos e do bem-estar de crian\u00e7as e adolescentes. Desse modo, para al\u00e9m das atividades presentes na s\u00e9rie hist\u00f3rica da pesquisa, o uso da rede na busca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e apoio emocional passou a ser um tema relevante de investiga\u00e7\u00e3o\", sinaliza Barbosa.<\/p>\n\n\n\n
\"Pesquisas como a TIC Kids Online Brasil s\u00e3o de extrema relev\u00e2ncia para entendermos o cen\u00e1rio atual e fortalecermos o letramento e inclus\u00e3o digital dos mais jovens, com mais seguran\u00e7a e qualidade, quest\u00f5es intr\u00ednsecas ao trabalho realizado pelo Comit\u00ea Gestor da Internet no Brasil\", pondera Jos\u00e9 Gontijo, coordenador do CGI.br.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"] <\/p>\n","post_title":"93% dos jovens entre 9 e 17 anos usam a internet no pa\u00eds, revela pesquisa","post_excerpt":"Pesquisa TIC Kids Online Brasil 2021 tamb\u00e9m mostrou que a TikTok \u00e9 a principal rede social utilizada por crian\u00e7as e adolescentes","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"93-dos-jovens-entre-9-e-17-anos-usam-a-internet-revela-pesquisa-tic-kids-online-2021","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-23 11:24:47","post_modified_gmt":"2022-08-23 14:24:47","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64334","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"}],"next":false,"prev":true,"total_page":12},"paged":1,"column_class":"jeg_col_2o3","class":"epic_block_3"};

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A gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 forjada, criada dentro de casa, \u00e9 a fam\u00edlia quem cria essa gera\u00e7\u00e3o, n\u00e3o \u00e9 a escola, a escola ajuda a manter, a fazer a manuten\u00e7\u00e3o do sofrimento, mas a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 produto de uma fam\u00edlia no quarto tamb\u00e9m, uma fam\u00edlia isolada, adoecida, de pouco di\u00e1logo, violenta. A viol\u00eancia num sentido amplo, n\u00e3o s\u00f3 f\u00edsica, psicol\u00f3gica, mas uma viol\u00eancia simb\u00f3lica, h\u00e1 muito movimento de viol\u00eancia dentro dessas casas. A viol\u00eancia simb\u00f3lica se expressa nas nuances, na organiza\u00e7\u00e3o, no establishment<\/em>, c\u00f3digos de comportamentos. Por exemplo, entrevistei meninos de 15, 16 anos, que eram gays, e na casa havia uma esp\u00e9cie de heteronormatividade, n\u00e3o era dito isso, mas havia a heteronormatividade como conduta, regra. \u00c9 isso que temos visto dentro dessas fam\u00edlias, s\u00e3o fam\u00edlias um tanto quanto provocativas e provocadoras dessa viol\u00eancia simb\u00f3lica. <\/p>\n\n\n\n
\u00c9 uma situa\u00e7\u00e3o muito preocupante, n\u00e3o? <\/h2>\n\n\n\n
A experi\u00eancia do quarto \u00e9 terr\u00edvel, porque n\u00e3o \u00e9 uma esp\u00e9cie de ref\u00fagio para aquietar mente, \u00e9 uma experi\u00eancia de ansiedade da mente, uma mente com probabilidades das mais diversas. <\/p>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 violentada, ela tamb\u00e9m vai violentar. \u00c9 importante observar isso. <\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Eu me preocupo muito porque parece que a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 meio que uma matriz de pequenos e pequenas curingas, do personagem do Batman. N\u00f3s estamos formando gera\u00e7\u00f5es violentas, e essa viol\u00eancia pode ser contra si, os \u00edndices de suic\u00eddio na adolesc\u00eancia n\u00e3o s\u00e3o m\u00ednimos. No Brasil, infelizmente, desde 2016, que eles aumentam, mas n\u00f3s tamb\u00e9m temos criado pessoas, em pa\u00edses como os Estados Unidos, que quando t\u00eam acesso a armas, criam e organizam massacres como esses que vimos nas escolas americanas. O perfil e a biografia desses adolescentes se assemelha \u00e0 gera\u00e7\u00e3o do quarto. \u00c9 preocupante, porque n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 o adoecimento ps\u00edquico, mas \u00e9 a produ\u00e7\u00e3o de uma comunidade psiquicamente adoecida, que tem na viol\u00eancia a gram\u00e1tica da sua sintaxe comunicacional, ou seja, a socializa\u00e7\u00e3o \u00e9 violenta.<\/p>\n\n\n\n
Muitas vezes, \u00e9 poss\u00edvel que voc\u00ea tenha pessoas que acham que s\u00e3o excelentes m\u00e3es e pais, mas que imprimem uma norma, uma conduta, um modelo que impede que o outro seja o que pode ser. Vi muito isso, adolescentes dizendo \u201ceu n\u00e3o consigo, para minha m\u00e3e nem para o meu pai, ser o que realmente sou, o que realmente gosto, tenho que mentir, me fazer ser o que n\u00e3o sou, criar um perfil falso\u201d. A viol\u00eancia simb\u00f3lica est\u00e1 muito nesse campo, no religioso, al\u00e9m da viol\u00eancia f\u00edsica e psicol\u00f3gica.<\/p>\n\n\n\n
<\/p>\n\n\n\n
H\u00e1 caracter\u00edsticas em comum entre os pais dessa gera\u00e7\u00e3o?<\/h2>\n\n\n\n
S\u00e3o pessoas que aprenderam com os modelos anteriores como devem proceder, como educar e como deve ser a rela\u00e7\u00e3o entre pais e filhos, e eles terminam agindo em nome desse bem-estar. Eles querem o bem dos filhos, n\u00e3o desejam o mal, mas \u00e9 um bem meio que projetado, n\u00e3o \u00e9 um bem presente, \u00e9 o bem do amanh\u00e3. Eu quero que meu filho esteja bem, mas para isso ele precisa seguir uma regra, uma norma, uma conduta, um padr\u00e3o, uma organiza\u00e7\u00e3o. Se ele n\u00e3o segue, eu n\u00e3o consigo ser m\u00e3e, pai dele, n\u00e3o consigo estabelecer uma rela\u00e7\u00e3o afetiva, de di\u00e1logo, e come\u00e7o a entrar em conflito.<\/p>\n\n\n\n
S\u00e3o pais que rejeitam os filhos? <\/h2>\n\n\n\n
Essa gera\u00e7\u00e3o mostra que os pais, se n\u00e3o h\u00e1 um modelo estabelecido, eles n\u00e3o se disp\u00f5em a aprender com o que eles veem na realidade, \u00e9 quase que um filho abstrato. Quando o filho real come\u00e7a a emergir e mostrar suas caracter\u00edsticas, os pais come\u00e7am a estranhar aquilo e n\u00e3o entram em processo de di\u00e1logo, se afastam. \u00c9 esse afastamento, esse vazio, que cria a gera\u00e7\u00e3o do quarto. Por isso afirmo que \u00e9 na matriz familiar que a gera\u00e7\u00e3o \u00e9 gerada, quer dizer, os pais n\u00e3o conseguem observar, de modo geral, a emerg\u00eancia dos humanos que eles mesmos criaram. Eles t\u00eam o humano projetado, \u00e9 quase um molde de um humano. Quando vem uma orienta\u00e7\u00e3o sexual ou um g\u00eanero que n\u00e3o \u00e9 norma, causa um impacto. <\/p>\n\n\n\n
Claro que \u00e9 menos impactante quando o filho diz que n\u00e3o quer ser m\u00e9dico, mas sim ator, pode haver resist\u00eancia mas n\u00e3o t\u00e3o intensa como quando voc\u00ea diz que \u00e9 gay, isso causa um embara\u00e7o. Mas n\u00e3o gosto de condenar os pais e as m\u00e3es, porque acho que eles est\u00e3o envolvidos nesse processo, eles querem acertar, ao menos, os que t\u00eam paternagem e maternagem, que chamo de esp\u00edrito de pai e m\u00e3e. Os que n\u00e3o t\u00eam, esses simplesmente geram os filhos, est\u00e3o ali numa esp\u00e9cie de playground de criar filhos. Mas os que t\u00eam paternagem, eles v\u00e3o tentando encontrar e conseguem, ent\u00e3o nesse caso, essa fissura, esse vazio que se abriu \u00e9 reduzido e a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 compreendida. <\/p>\n\n\n\n
Os pais sabem que t\u00eam um problema em casa?<\/h2>\n\n\n\n
Eles n\u00e3o t\u00eam conhecimento, porque a gera\u00e7\u00e3o do quarto cognitivamente n\u00e3o tem problema com boletim escolar. Essa gera\u00e7\u00e3o chega na universidade. Essa causa-consequ\u00eancia que a gente confabulou e afirmou tantas vezes que, por exemplo, vai ter problemas na escola, no rendimento escolar, n\u00e3o \u00e9 um sinal, a gera\u00e7\u00e3o do quarto tem um boletim escolar azul,<\/strong> e os pais n\u00e3o percebem. Eles acham que faz parte da vida estar no quarto.<\/strong> Muitos me dizem isso, \u201cah mas meu filho est\u00e1 no quarto j\u00e1 h\u00e1 tanto tempo que nem me dava conta\u201d. Eles come\u00e7am a se dar conta quando a crian\u00e7a ou o adolescente come\u00e7a a se cortar, quando come\u00e7am a gritar em sil\u00eancio, a\u00ed os pais alertam, mas at\u00e9 ent\u00e3o, n\u00e3o. Chamam para jantar, quando conseguem, lembrando que pais contempor\u00e2neos vivem muito fora de casa, trabalham muito, com finalidade de dar um futuro para os filhos.  <\/p>\n\n\n\n
Ou seja, o esfor\u00e7o dos pais para garantir uma boa estrutura familiar acaba por distanci\u00e1-los dos filhos?<\/h2>\n\n\n\n
\u00c9 a alternativa que se deu para a fam\u00edlia. Num pa\u00eds de mais de 210 milh\u00f5es de pessoas, n\u00e3o \u00e9 todo mundo que para e reflete sobre o que \u00e9 ser uma fam\u00edlia. Para os que est\u00e3o abaixo da linha da mis\u00e9ria tem que pensar muito como se recupera. H\u00e1 uma quest\u00e3o importante: o fen\u00f4meno da gera\u00e7\u00e3o do quarto se d\u00e1 em todas as classes sociais, mas as estrat\u00e9gias trabalhadas mudam. Tem muitas pessoas que usam a gravidez, por exemplo, como forma de sair de uma situa\u00e7\u00e3o socioecon\u00f4mica. Engravidar pode ser uma esp\u00e9cie de promo\u00e7\u00e3o social, ou seja, o problema \u00e9 o mesmo, a dor ps\u00edquica \u00e9 a mesma, mas a maneira de lidar com ela \u00e9 diferente. <\/p>\n\n\n\n
Os jovens n\u00e3o se abrem com os pais, mas n\u00e3o se opuseram a falar com voc\u00ea?<\/h2>\n\n\n\n
Talvez o que favorece para um pesquisador como eu \u00e9 me dispor a escutar sem condenar, sem julgamento. Eu escuto para acolher e esse talvez seja um potencial que a gente possa ensinar aos pais e \u00e0s m\u00e3es, para que o filho diga o que pensa, o que acha, o que gosta e n\u00e3o gosta, se sinta confort\u00e1vel em ser diferente dos pais. Acho que as fam\u00edlias escutam julgando, comparando e sentenciando demais. As crian\u00e7as, ao contr\u00e1rio do que as pessoas pensam, s\u00e3o muito sens\u00edveis, muito cr\u00edticas, elas conseguem responder perguntas, falar sobre sentimentos com quem elas se sentem confort\u00e1veis. Al\u00e9m disso, uma das t\u00e9cnicas que utilizei, o question\u00e1rio online, me trouxe muitas respostas, porque tinha perguntas abertas. Alguns dos depoimentos que apresento no livro eu n\u00e3o ouvi, eu li. Quando n\u00e3o tenho que dizer meu nome, quem eu sou, de onde sou, qual minha idade, me sinto mais livre para falar, pedir ajuda. Foram esses depoimentos que me causaram impacto e me fizeram depois entrevistar o grupo menor por meio de rodas de conversa. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Qual o papel da escola nesse contexto?<\/h2>\n\n\n\n
Eu sou um profissional e defensor da escola, a escola para mim \u00e9 uma grande inven\u00e7\u00e3o social, cumpre papel de forma\u00e7\u00e3o, de complementaridade, sobretudo no campo do que chamamos de conhecimento cient\u00edfico. Ela tamb\u00e9m tem um papel social, porque trabalha com pessoas, organiza\u00e7\u00f5es, institui\u00e7\u00f5es, mas ela precisa ser revisitada e reformulada nos seus objetivos matriciais. A escola n\u00e3o pode querer exclusivamente formar do ponto vista cognitivo. Isso \u00e9 um equ\u00edvoco que se manifesta sobretudo nessas escolas, que insistem num modelo de concorr\u00eancia, competi\u00e7\u00e3o, ranqueamento, na nota como resposta \u00e0 aprendizagem. S\u00e3o escolas desconectadas com grandes problemas contempor\u00e2neos, como a sobreviv\u00eancia do Planeta Terra. Temos um planeta amea\u00e7ado de desertifica\u00e7\u00e3o, de aus\u00eancia de comida, amea\u00e7ado no campo dos povos origin\u00e1rios, ent\u00e3o essas s\u00e3o preocupa\u00e7\u00f5es que a escola deve ter. <\/p>\n\n\n\n
Outra preocupa\u00e7\u00e3o \u00e9 a diversidade, temos uma sociedade que se mostra violenta com as minorias, racista e mis\u00f3gina. As mulheres sofrem muito nessa sociedade. A escola n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 para discutir f\u00f3rmulas qu\u00edmicas, biol\u00f3gicas, equa\u00e7\u00f5es matem\u00e1ticas, sintaxe da l\u00edngua. <\/p>\n\n\n\n
A escola \u00e9 para ajudar a usar o conhecimento cient\u00edfico na melhoria da qualidade de vida das pessoas, da minha e dos outros. <\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Ent\u00e3o se ela n\u00e3o faz isso, se insiste na concorr\u00eancia, em colocar aqueles que s\u00e3o bons e n\u00e3o s\u00e3o bons, os que s\u00e3o inteligentes e os que n\u00e3o s\u00e3o inteligentes, e ela tem insistido, ela ajuda a adoecer. \u00c9 o que digo no livro. <\/p>\n\n\n\n
O que dizer aos pais e m\u00e3es da gera\u00e7\u00e3o do quarto?<\/h2>\n\n\n\n
Os filhos e as filhas v\u00e3o precisar muito mesmo dos pais. Tem dois cen\u00e1rios, um \u00e9 ajudar meu filho a n\u00e3o entrar no quarto e o outro \u00e9 ajudar o filho que j\u00e1 est\u00e1 no quarto. No livro eu falo de cinco pilares: cuidado, autoconhecimento, conviv\u00eancia, dialogicidade e amorosidade. Trabalhar a fam\u00edlia e a escola a partir dessas sustenta\u00e7\u00f5es \u00e9 preventivo, mas pode servir tamb\u00e9m para situa\u00e7\u00f5es de pessoas que j\u00e1 est\u00e3o adoecidas, neste caso, associado ao acompanhamento de um profissional da sa\u00fade mental - psic\u00f3logo, psiquiatra, psicanalista, a depender do caso.<\/p>\n\n\n\n
O pilar do cuidado<\/strong> trata sobre a import\u00e2ncia do cuidado consigo e do cuidado com o outro, o que implica tratar das quest\u00f5es relacionadas a respeito, compreens\u00e3o, conviv\u00eancia, uso abusivo de \u00e1lcool, relacionamentos abusivos, bullying, ciberbullying, uso excessivo de redes sociais digitais, entre outros aspectos.

O pilar do autoconhecimento<\/strong> trata sobre a biografia, a hist\u00f3ria de cada pessoa, a fam\u00edlia. Proponho um trabalho sobre ancestralidade, que a pessoa conhe\u00e7a sua hist\u00f3ria de vida, conhe\u00e7a seu pai, sua m\u00e3e, sua opini\u00e3o, seus gostos. Isso tem a ver com quem eu sou, do ponto de vista \u00e9tico, e vai me dar uma seguran\u00e7a para enfrentar aquilo que querem que eu seja. Eu sou isso, mas querem que eu seja aquilo. N\u00e3o escondo minhas fragilidades, sou amado, o que d\u00e1 seguran\u00e7a. N\u00e3o vou dizer para minha crian\u00e7a que a vida \u00e9 f\u00e1cil, um mar de rosas, que ela nunca vai encontrar desafios, mas vou ajud\u00e1-la e fortalec\u00ea-la para que ela possa enfrent\u00e1-los.<\/p>\n\n\n\n
No pilar da conviv\u00eancia<\/strong>, h\u00e1 uma rela\u00e7\u00e3o entre aprender a ser e aprender a conviver. Trato de situa\u00e7\u00f5es cotidianas que evocam reflex\u00f5es \u00e9ticas, morais e espirituais, para as quais a compaix\u00e3o, a empatia e a resili\u00eancia s\u00e3o habilidades necess\u00e1rias e essenciais. O exerc\u00edcio da dialogicidade<\/strong> \u00e9 realizado quando as pessoas aprendem a falar o que pensam e sentem, mas entendem que o que pensam e sentem n\u00e3o \u00e9 a \u00faltima palavra sobre a verdade. O pilar da amorosidade<\/strong> \u00e9 tratado com reflex\u00f5es e a\u00e7\u00f5es. As reflex\u00f5es geram as a\u00e7\u00f5es, e as a\u00e7\u00f5es n\u00e3o s\u00e3o realizadas de modo mec\u00e2nico. <\/p>\n\n\n\n
Os pais podem aprender com os filhos?<\/h2>\n\n\n\n
O livro n\u00e3o tem que ser uma pedra para atirar nos pais e na escola, tem que ser um acalanto. Eu acho que a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 t\u00e3o potente que nos possibilita reaprender a viver, tenho grande esperan\u00e7a na gera\u00e7\u00e3o do quarto, a mesma gera\u00e7\u00e3o que \u00e9 violenta me ensina novos modos de amor, n\u00e3o vejo a gera\u00e7\u00e3o como fracassada, que n\u00e3o deu certo, acho um absurdo dizer que \u00e9 uma gera\u00e7\u00e3o parasita, \"nem-nem\". Obviamente ela traz todas as mazelas, n\u00e3o foi a gera\u00e7\u00e3o do quarto que inventou o abuso do \u00e1lcool, a viol\u00eancia, esses foram c\u00f3digos sempre usados, mas a gera\u00e7\u00e3o do quarto est\u00e1 nos dando outras alternativas, como maior preocupa\u00e7\u00e3o sobre consumo, meio ambiente, empoderamento das meninas, orienta\u00e7\u00e3o \u00e0 quest\u00e3o de g\u00eanero. Essa gera\u00e7\u00e3o tem muita coisa a nos mostrar, n\u00e3o precisamos ter medo, podemos aprender com elas. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"A gera\u00e7\u00e3o do quarto: um retrato chocante da juventude brasileira","post_excerpt":"Ap\u00f3s ouvir mais de 3 mil crian\u00e7as e adolescentes que vivem experi\u00eancias traum\u00e1ticas em seus quartos, o pesquisador Hugo Monteiro Ferreira faz um alerta aos pais e \u00e0s escolas sobre a necessidade de mudar a forma de se relacionar com os jovens","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"a-geracao-do-quarto-o-retrato-chocante-da-juventude-brasileira","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-30 11:00:28","post_modified_gmt":"2022-08-30 14:00:28","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64515","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64369,"post_author":"4","post_date":"2022-08-23 10:54:43","post_date_gmt":"2022-08-23 13:54:43","post_content":"\n
De acordo com o Artigo 227<\/a> da Constitui\u00e7\u00e3o de 1988, as crian\u00e7as<\/a> devem ser prioridade absoluta em todas as decis\u00f5es, programas e pol\u00edticas p\u00fablicas<\/a>. Isso se torna mais relevante em ano de elei\u00e7\u00f5es, em que poderemos escolher, de forma democr\u00e1tica<\/a>, representantes<\/a> aos cargos de presidente da Rep\u00fablica, senadores, governadores, deputados federais e estaduais. <\/p>\n\n\n\n
O voto no Brasil \u00e9 obrigat\u00f3rio para todos aqueles acima de 18 anos, sendo facultativo para jovens com 16 e 17 anos, pessoas com mais de 70 anos e analfabetos. Crian\u00e7as e adolescentes<\/a> menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar<\/a>, mas isso n\u00e3o quer dizer que n\u00e3o devam estar inclu\u00eddos nos planos dos diferentes representantes pol\u00edticos. Muito pelo contr\u00e1rio.<\/p>\n\n\n\n
Diversos estudos j\u00e1 comprovaram que investir na primeira inf\u00e2ncia<\/a> \u00e9 a melhor maneira de reduzir desigualdades e construir uma sociedade com condi\u00e7\u00f5es sociais e ambientais sustent\u00e1veis.<\/p>\n\n\n\n
Cabe a n\u00f3s, adultos, escolher nas elei\u00e7\u00f5es candidatos que contemplem as crian\u00e7as em projetos e iniciativas diversas. Abaixo, veja 5 motivos que tornam urgente a valoriza\u00e7\u00e3o de projetos para a inf\u00e2ncia e juventude nas campanhas \u00e0s elei\u00e7\u00f5es de 2022. A lista \u00e9 do portal Lunetas, espa\u00e7o dedicado \u00e0 reflex\u00e3o sobre a inf\u00e2ncia, que recentemente lan\u00e7ou o especial \"Inf\u00e2ncias em foco: Quem vota pelas crian\u00e7as?\"<\/a>, um hub de informa\u00e7\u00e3o sobre pol\u00edtica e as inf\u00e2ncias. <\/p>\n\n\n\n
5 temas que envolvem as crian\u00e7as e que t\u00eam de estar previstos nas propostas dos candidatos \u00e0s elei\u00e7\u00f5es:<\/h2>\n\n\n\n
Fome<\/h3>\n\n\n\n
De acordo com um levantamento realizado pela Funda\u00e7\u00e3o Abrinq, cerca de 18,8 milh\u00f5es de meninos e meninas de at\u00e9 14 anos passam fome no Brasil. Essa inseguran\u00e7a alimentar traz preju\u00edzos grav\u00edssimos \u00e0s crian\u00e7as, afetando seu crescimento e o desenvolvimento f\u00edsico e cognitivo necess\u00e1rios para que consigam crescer de maneira saud\u00e1vel.<\/p>\n\n\n\n
Analfabetismo<\/h3>\n\n\n\n
H\u00e1 50 anos, a educa\u00e7\u00e3o infantil n\u00e3o era uma realidade no Brasil, no entanto, pol\u00edticas p\u00fablicas mudaram essa realidade. Ainda assim, nos \u00faltimos dois anos, o n\u00famero de crian\u00e7as de 6 e 7 anos que n\u00e3o sabem ler e escrever cresceu em 1 milh\u00e3o. Pensando no futuro e nos pr\u00f3ximos passos do Brasil relacionados \u00e0 educa\u00e7\u00e3o p\u00fablica, \u00e9 necess\u00e1rio eleger candidatos que queiram enfrentar as desigualdades sociais e lutar para que todas as crian\u00e7as e adolescentes tenham acesso \u00e0 educa\u00e7\u00e3o de qualidade.<\/p>\n\n\n\n
Trabalho Infantil<\/h3>\n\n\n\n
Atualmente, cerca de 2 milh\u00f5es de crian\u00e7as e adolescentes est\u00e3o em situa\u00e7\u00e3o de trabalho infantil no Brasil. Desse total, 66% s\u00e3o crian\u00e7as pretas ou pardas e 71% est\u00e3o na \u00e1rea urbana, de acordo com um levantamento divulgado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domic\u00edlios (PNAD Cont\u00ednua).<\/p>\n\n\n\n
Viol\u00eancia e explora\u00e7\u00e3o sexual<\/h3>\n\n\n\n
Entre 2016 e 2020, 35 mil crian\u00e7as e adolescentes, de 0 a 19 anos, foram mortos de forma violenta no Brasil e 180 mil sofreram viol\u00eancia sexual, segundo o Panorama da Viol\u00eancia Sexual contra crian\u00e7as e Adolescentes no Brasil, lan\u00e7ado pela Unicef e pelo F\u00f3rum Brasileiro de Seguran\u00e7a P\u00fablica (FBSP). Por isso, \u00e9 necess\u00e1rio eleger pessoas que tenham coragem para combater esse cen\u00e1rio e falar de assuntos como igualdade de g\u00eanero, empoderamento de meninas, viol\u00eancia sexual e femin\u00edcio.<\/p>\n\n\n\n
Moradia<\/h3>\n\n\n\n
Mais de 5 milh\u00f5es de pessoas ainda residem em domic\u00edlios sem banheiros ou sanit\u00e1rios de uso exclusivo e 9,7 milh\u00f5es vivem em condi\u00e7\u00f5es de adensamento excessivo, com mais de tr\u00eas moradores para cada dormit\u00f3rio. Este \u00e9 um assunto que n\u00e3o deve ser ignorado, j\u00e1 que todas as crian\u00e7as precisam de acesso \u00e0 moradia para viver com dignidade e poder se desenvolver em outras \u00e1reas, como lazer, educa\u00e7\u00e3o e sa\u00fade.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]  <\/p>\n","post_title":"5 motivos para priorizar as crian\u00e7as nas elei\u00e7\u00f5es de 2022","post_excerpt":"Crian\u00e7as e adolescentes menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar, mas s\u00e3o parcela importante da popula\u00e7\u00e3o e t\u00eam de estar contemplados nos projetos dos diferentes atores governamentais","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"5-motivos-para-priorizar-as-criancas-nas-eleicoes-de-2022","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-25 18:52:13","post_modified_gmt":"2022-08-25 21:52:13","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64369","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64334,"post_author":"4","post_date":"2022-08-22 15:14:51","post_date_gmt":"2022-08-22 18:14:51","post_content":"\n
O n\u00famero de crian\u00e7as e adolescente<\/a>s conectados \u00e0 internet cresceu nos \u00faltimos anos. Segundo o estudo TIC Kids Online Brasil 2021<\/a>, rec\u00e9m-divulgado, 93% ou 22,3 milh\u00f5es das crian\u00e7as e dos adolescentes<\/a> no pa\u00eds acessaram a web<\/a> em 2021, sendo que em 2019 esse percentual era de 89%. O crescimento foi impulsionado principalmente pela maior propor\u00e7\u00e3o de usu\u00e1rios na regi\u00e3o Nordeste e nas \u00e1reas rurais. <\/p>\n\n\n\n
O uso de redes sociais <\/a>pelas crian\u00e7as tamb\u00e9m tem se elevado, sendo a plataforma Tik Tok<\/a> a mais utilizada (34%), seguida pelo Instagram (33%). No Facebook, houve queda no uso de 66% para 51% no per\u00edodo citado. J\u00e1 o WhatsApp segue como a plataforma em que crian\u00e7as e adolescentes mais possuem perfil (foi de 70% em 2018 para 80% em 2021), e \u00e9 a mais difundida entre todos os estratos sociais.<\/p>\n\n\n\n
A pesquisa, conduzida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informa\u00e7\u00e3o (Cetic.br) do N\u00facleo de Informa\u00e7\u00e3o e Coordena\u00e7\u00e3o do Ponto BR (NIC.br), entrevistou 2.651 crian\u00e7as e adolescentes com idades entre 9 e 17 anos, bem como seus pais ou respons\u00e1veis, em todo o territ\u00f3rio nacional. As entrevistas aconteceram entre outubro de 2021 e mar\u00e7o de 2022, com a finalidade de investigar oportunidades e riscos relacionados \u00e0 participa\u00e7\u00e3o online desse p\u00fablico. <\/p>\n\n\n\n
Segundo o levantamento, as crian\u00e7as tamb\u00e9m est\u00e3o passando mais tempo em jogos online - seja conectadas com outros jogadores (de 57% para 66%, entre 2021 e 2019) ou n\u00e3o conectadas a eles (de 55% para 64%) -, e fazendo mais compras no ambiente digital - cresceu de 9% para 19% no mesmo per\u00edodo. <\/p>\n\n\n\n
\"Plataformas de cria\u00e7\u00e3o e compartilhamento de conte\u00fado audiovisual est\u00e3o entre as mais utilizadas por crian\u00e7as e adolescentes. Nesse contexto, a qualidade da conex\u00e3o \u00e0 Internet e dos dispositivos digitais utilizados para o acesso \u00e0 rede passam a ser determinantes para o melhor aproveitamento de oportunidades online. \u00c9 central, portanto, garantir condi\u00e7\u00f5es equitativas de conectividade para crian\u00e7as e adolescentes em diferentes contextos socioecon\u00f4micos\", aponta Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br. <\/p>\n\n\n\n
A pesquisa TIC Kids Online <\/a>detectou, ainda, que o telefone celular segue como o principal meio de conex\u00e3o \u00e0 rede nos diferentes extratos sociais. Para 53%, o celular foi o \u00fanico dispositivo usado, realidade que se verificou mais presente nas classes DE (78%) e C (52%) do que nas classes AB (18%). <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Acesso a propagandas<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
Entre as atividades multim\u00eddia, as mais acessadas pelas crian\u00e7as s\u00e3o ouvir m\u00fasica (80%), assistir a v\u00eddeos, programas, filmes ou s\u00e9ries (84%), S\u00edtios de v\u00eddeos (67%) e redes sociais (61%) est\u00e3o entre as principais plataformas em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios de internet declaram ter visto propaganda de produtos ou marcas. Pessoas ensinando como usar algum produto (62%) e abrindo embalagens -- o chamado unboxing<\/em><\/strong> - (61%) foram os principais conte\u00fados de imagem ou v\u00eddeo em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios da rede tiveram contato com divulga\u00e7\u00e3o de produtos ou marcas. Entre as principais categorias de produtos ou marcas vistas no ambiente online<\/em> est\u00e3o: <\/p>\n\n\n\n
Equipamentos eletr\u00f4nicos (60%); <\/li>
Roupas e sapatos (60%); <\/li>
Comidas, bebidas ou doces (57%); <\/li>
Videogames ou jogos (46%); <\/li>
Maquiagem e outros produtos de beleza (46%).\u00a0<\/li><\/ul>\n\n\n\nBusca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e bem-estar<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa tamb\u00e9m constatou que 32% dos jovens entre 11 e 17 anos procuram ajuda para lidar com algo ruim que vivenciaram<\/strong>, ou para falar sobre suas emo\u00e7\u00f5es<\/strong> quando se sentiram tristes. <\/p>\n\n\n\n
Entre os temas mais procurados relacionados \u00e0 sa\u00fade est\u00e3o:<\/p>\n\n\n\n
Informa\u00e7\u00f5es sobre alimenta\u00e7\u00e3o (55%);
Preven\u00e7\u00e3o e tratamento de doen\u00e7as (38%);
Exerc\u00edcios e meios para ficar em forma (36%);
Informa\u00e7\u00f5es sobre medicamentos (22%);<\/li>
Discuss\u00f5es sobre sa\u00fade sexual e educa\u00e7\u00e3o sexual (21%).<\/li><\/ul>\n\n\n\n
\"A pesquisa busca levantar evid\u00eancias que contribuam para a promo\u00e7\u00e3o de direitos e do bem-estar de crian\u00e7as e adolescentes. Desse modo, para al\u00e9m das atividades presentes na s\u00e9rie hist\u00f3rica da pesquisa, o uso da rede na busca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e apoio emocional passou a ser um tema relevante de investiga\u00e7\u00e3o\", sinaliza Barbosa.<\/p>\n\n\n\n
\"Pesquisas como a TIC Kids Online Brasil s\u00e3o de extrema relev\u00e2ncia para entendermos o cen\u00e1rio atual e fortalecermos o letramento e inclus\u00e3o digital dos mais jovens, com mais seguran\u00e7a e qualidade, quest\u00f5es intr\u00ednsecas ao trabalho realizado pelo Comit\u00ea Gestor da Internet no Brasil\", pondera Jos\u00e9 Gontijo, coordenador do CGI.br.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
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Como entender os problemas que essa gera\u00e7\u00e3o enfrenta, quais s\u00e3o suas origens?<\/h2>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 forjada, criada dentro de casa, \u00e9 a fam\u00edlia quem cria essa gera\u00e7\u00e3o, n\u00e3o \u00e9 a escola, a escola ajuda a manter, a fazer a manuten\u00e7\u00e3o do sofrimento, mas a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 produto de uma fam\u00edlia no quarto tamb\u00e9m, uma fam\u00edlia isolada, adoecida, de pouco di\u00e1logo, violenta. A viol\u00eancia num sentido amplo, n\u00e3o s\u00f3 f\u00edsica, psicol\u00f3gica, mas uma viol\u00eancia simb\u00f3lica, h\u00e1 muito movimento de viol\u00eancia dentro dessas casas. A viol\u00eancia simb\u00f3lica se expressa nas nuances, na organiza\u00e7\u00e3o, no establishment<\/em>, c\u00f3digos de comportamentos. Por exemplo, entrevistei meninos de 15, 16 anos, que eram gays, e na casa havia uma esp\u00e9cie de heteronormatividade, n\u00e3o era dito isso, mas havia a heteronormatividade como conduta, regra. \u00c9 isso que temos visto dentro dessas fam\u00edlias, s\u00e3o fam\u00edlias um tanto quanto provocativas e provocadoras dessa viol\u00eancia simb\u00f3lica. <\/p>\n\n\n\n
\u00c9 uma situa\u00e7\u00e3o muito preocupante, n\u00e3o? <\/h2>\n\n\n\n
A experi\u00eancia do quarto \u00e9 terr\u00edvel, porque n\u00e3o \u00e9 uma esp\u00e9cie de ref\u00fagio para aquietar mente, \u00e9 uma experi\u00eancia de ansiedade da mente, uma mente com probabilidades das mais diversas. <\/p>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 violentada, ela tamb\u00e9m vai violentar. \u00c9 importante observar isso. <\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Eu me preocupo muito porque parece que a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 meio que uma matriz de pequenos e pequenas curingas, do personagem do Batman. N\u00f3s estamos formando gera\u00e7\u00f5es violentas, e essa viol\u00eancia pode ser contra si, os \u00edndices de suic\u00eddio na adolesc\u00eancia n\u00e3o s\u00e3o m\u00ednimos. No Brasil, infelizmente, desde 2016, que eles aumentam, mas n\u00f3s tamb\u00e9m temos criado pessoas, em pa\u00edses como os Estados Unidos, que quando t\u00eam acesso a armas, criam e organizam massacres como esses que vimos nas escolas americanas. O perfil e a biografia desses adolescentes se assemelha \u00e0 gera\u00e7\u00e3o do quarto. \u00c9 preocupante, porque n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 o adoecimento ps\u00edquico, mas \u00e9 a produ\u00e7\u00e3o de uma comunidade psiquicamente adoecida, que tem na viol\u00eancia a gram\u00e1tica da sua sintaxe comunicacional, ou seja, a socializa\u00e7\u00e3o \u00e9 violenta.<\/p>\n\n\n\n
Muitas vezes, \u00e9 poss\u00edvel que voc\u00ea tenha pessoas que acham que s\u00e3o excelentes m\u00e3es e pais, mas que imprimem uma norma, uma conduta, um modelo que impede que o outro seja o que pode ser. Vi muito isso, adolescentes dizendo \u201ceu n\u00e3o consigo, para minha m\u00e3e nem para o meu pai, ser o que realmente sou, o que realmente gosto, tenho que mentir, me fazer ser o que n\u00e3o sou, criar um perfil falso\u201d. A viol\u00eancia simb\u00f3lica est\u00e1 muito nesse campo, no religioso, al\u00e9m da viol\u00eancia f\u00edsica e psicol\u00f3gica.<\/p>\n\n\n\n
<\/p>\n\n\n\n
H\u00e1 caracter\u00edsticas em comum entre os pais dessa gera\u00e7\u00e3o?<\/h2>\n\n\n\n
S\u00e3o pessoas que aprenderam com os modelos anteriores como devem proceder, como educar e como deve ser a rela\u00e7\u00e3o entre pais e filhos, e eles terminam agindo em nome desse bem-estar. Eles querem o bem dos filhos, n\u00e3o desejam o mal, mas \u00e9 um bem meio que projetado, n\u00e3o \u00e9 um bem presente, \u00e9 o bem do amanh\u00e3. Eu quero que meu filho esteja bem, mas para isso ele precisa seguir uma regra, uma norma, uma conduta, um padr\u00e3o, uma organiza\u00e7\u00e3o. Se ele n\u00e3o segue, eu n\u00e3o consigo ser m\u00e3e, pai dele, n\u00e3o consigo estabelecer uma rela\u00e7\u00e3o afetiva, de di\u00e1logo, e come\u00e7o a entrar em conflito.<\/p>\n\n\n\n
S\u00e3o pais que rejeitam os filhos? <\/h2>\n\n\n\n
Essa gera\u00e7\u00e3o mostra que os pais, se n\u00e3o h\u00e1 um modelo estabelecido, eles n\u00e3o se disp\u00f5em a aprender com o que eles veem na realidade, \u00e9 quase que um filho abstrato. Quando o filho real come\u00e7a a emergir e mostrar suas caracter\u00edsticas, os pais come\u00e7am a estranhar aquilo e n\u00e3o entram em processo de di\u00e1logo, se afastam. \u00c9 esse afastamento, esse vazio, que cria a gera\u00e7\u00e3o do quarto. Por isso afirmo que \u00e9 na matriz familiar que a gera\u00e7\u00e3o \u00e9 gerada, quer dizer, os pais n\u00e3o conseguem observar, de modo geral, a emerg\u00eancia dos humanos que eles mesmos criaram. Eles t\u00eam o humano projetado, \u00e9 quase um molde de um humano. Quando vem uma orienta\u00e7\u00e3o sexual ou um g\u00eanero que n\u00e3o \u00e9 norma, causa um impacto. <\/p>\n\n\n\n
Claro que \u00e9 menos impactante quando o filho diz que n\u00e3o quer ser m\u00e9dico, mas sim ator, pode haver resist\u00eancia mas n\u00e3o t\u00e3o intensa como quando voc\u00ea diz que \u00e9 gay, isso causa um embara\u00e7o. Mas n\u00e3o gosto de condenar os pais e as m\u00e3es, porque acho que eles est\u00e3o envolvidos nesse processo, eles querem acertar, ao menos, os que t\u00eam paternagem e maternagem, que chamo de esp\u00edrito de pai e m\u00e3e. Os que n\u00e3o t\u00eam, esses simplesmente geram os filhos, est\u00e3o ali numa esp\u00e9cie de playground de criar filhos. Mas os que t\u00eam paternagem, eles v\u00e3o tentando encontrar e conseguem, ent\u00e3o nesse caso, essa fissura, esse vazio que se abriu \u00e9 reduzido e a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 compreendida. <\/p>\n\n\n\n
Os pais sabem que t\u00eam um problema em casa?<\/h2>\n\n\n\n
Eles n\u00e3o t\u00eam conhecimento, porque a gera\u00e7\u00e3o do quarto cognitivamente n\u00e3o tem problema com boletim escolar. Essa gera\u00e7\u00e3o chega na universidade. Essa causa-consequ\u00eancia que a gente confabulou e afirmou tantas vezes que, por exemplo, vai ter problemas na escola, no rendimento escolar, n\u00e3o \u00e9 um sinal, a gera\u00e7\u00e3o do quarto tem um boletim escolar azul,<\/strong> e os pais n\u00e3o percebem. Eles acham que faz parte da vida estar no quarto.<\/strong> Muitos me dizem isso, \u201cah mas meu filho est\u00e1 no quarto j\u00e1 h\u00e1 tanto tempo que nem me dava conta\u201d. Eles come\u00e7am a se dar conta quando a crian\u00e7a ou o adolescente come\u00e7a a se cortar, quando come\u00e7am a gritar em sil\u00eancio, a\u00ed os pais alertam, mas at\u00e9 ent\u00e3o, n\u00e3o. Chamam para jantar, quando conseguem, lembrando que pais contempor\u00e2neos vivem muito fora de casa, trabalham muito, com finalidade de dar um futuro para os filhos.  <\/p>\n\n\n\n
Ou seja, o esfor\u00e7o dos pais para garantir uma boa estrutura familiar acaba por distanci\u00e1-los dos filhos?<\/h2>\n\n\n\n
\u00c9 a alternativa que se deu para a fam\u00edlia. Num pa\u00eds de mais de 210 milh\u00f5es de pessoas, n\u00e3o \u00e9 todo mundo que para e reflete sobre o que \u00e9 ser uma fam\u00edlia. Para os que est\u00e3o abaixo da linha da mis\u00e9ria tem que pensar muito como se recupera. H\u00e1 uma quest\u00e3o importante: o fen\u00f4meno da gera\u00e7\u00e3o do quarto se d\u00e1 em todas as classes sociais, mas as estrat\u00e9gias trabalhadas mudam. Tem muitas pessoas que usam a gravidez, por exemplo, como forma de sair de uma situa\u00e7\u00e3o socioecon\u00f4mica. Engravidar pode ser uma esp\u00e9cie de promo\u00e7\u00e3o social, ou seja, o problema \u00e9 o mesmo, a dor ps\u00edquica \u00e9 a mesma, mas a maneira de lidar com ela \u00e9 diferente. <\/p>\n\n\n\n
Os jovens n\u00e3o se abrem com os pais, mas n\u00e3o se opuseram a falar com voc\u00ea?<\/h2>\n\n\n\n
Talvez o que favorece para um pesquisador como eu \u00e9 me dispor a escutar sem condenar, sem julgamento. Eu escuto para acolher e esse talvez seja um potencial que a gente possa ensinar aos pais e \u00e0s m\u00e3es, para que o filho diga o que pensa, o que acha, o que gosta e n\u00e3o gosta, se sinta confort\u00e1vel em ser diferente dos pais. Acho que as fam\u00edlias escutam julgando, comparando e sentenciando demais. As crian\u00e7as, ao contr\u00e1rio do que as pessoas pensam, s\u00e3o muito sens\u00edveis, muito cr\u00edticas, elas conseguem responder perguntas, falar sobre sentimentos com quem elas se sentem confort\u00e1veis. Al\u00e9m disso, uma das t\u00e9cnicas que utilizei, o question\u00e1rio online, me trouxe muitas respostas, porque tinha perguntas abertas. Alguns dos depoimentos que apresento no livro eu n\u00e3o ouvi, eu li. Quando n\u00e3o tenho que dizer meu nome, quem eu sou, de onde sou, qual minha idade, me sinto mais livre para falar, pedir ajuda. Foram esses depoimentos que me causaram impacto e me fizeram depois entrevistar o grupo menor por meio de rodas de conversa. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Qual o papel da escola nesse contexto?<\/h2>\n\n\n\n
Eu sou um profissional e defensor da escola, a escola para mim \u00e9 uma grande inven\u00e7\u00e3o social, cumpre papel de forma\u00e7\u00e3o, de complementaridade, sobretudo no campo do que chamamos de conhecimento cient\u00edfico. Ela tamb\u00e9m tem um papel social, porque trabalha com pessoas, organiza\u00e7\u00f5es, institui\u00e7\u00f5es, mas ela precisa ser revisitada e reformulada nos seus objetivos matriciais. A escola n\u00e3o pode querer exclusivamente formar do ponto vista cognitivo. Isso \u00e9 um equ\u00edvoco que se manifesta sobretudo nessas escolas, que insistem num modelo de concorr\u00eancia, competi\u00e7\u00e3o, ranqueamento, na nota como resposta \u00e0 aprendizagem. S\u00e3o escolas desconectadas com grandes problemas contempor\u00e2neos, como a sobreviv\u00eancia do Planeta Terra. Temos um planeta amea\u00e7ado de desertifica\u00e7\u00e3o, de aus\u00eancia de comida, amea\u00e7ado no campo dos povos origin\u00e1rios, ent\u00e3o essas s\u00e3o preocupa\u00e7\u00f5es que a escola deve ter. <\/p>\n\n\n\n
Outra preocupa\u00e7\u00e3o \u00e9 a diversidade, temos uma sociedade que se mostra violenta com as minorias, racista e mis\u00f3gina. As mulheres sofrem muito nessa sociedade. A escola n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 para discutir f\u00f3rmulas qu\u00edmicas, biol\u00f3gicas, equa\u00e7\u00f5es matem\u00e1ticas, sintaxe da l\u00edngua. <\/p>\n\n\n\n
A escola \u00e9 para ajudar a usar o conhecimento cient\u00edfico na melhoria da qualidade de vida das pessoas, da minha e dos outros. <\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Ent\u00e3o se ela n\u00e3o faz isso, se insiste na concorr\u00eancia, em colocar aqueles que s\u00e3o bons e n\u00e3o s\u00e3o bons, os que s\u00e3o inteligentes e os que n\u00e3o s\u00e3o inteligentes, e ela tem insistido, ela ajuda a adoecer. \u00c9 o que digo no livro. <\/p>\n\n\n\n
O que dizer aos pais e m\u00e3es da gera\u00e7\u00e3o do quarto?<\/h2>\n\n\n\n
Os filhos e as filhas v\u00e3o precisar muito mesmo dos pais. Tem dois cen\u00e1rios, um \u00e9 ajudar meu filho a n\u00e3o entrar no quarto e o outro \u00e9 ajudar o filho que j\u00e1 est\u00e1 no quarto. No livro eu falo de cinco pilares: cuidado, autoconhecimento, conviv\u00eancia, dialogicidade e amorosidade. Trabalhar a fam\u00edlia e a escola a partir dessas sustenta\u00e7\u00f5es \u00e9 preventivo, mas pode servir tamb\u00e9m para situa\u00e7\u00f5es de pessoas que j\u00e1 est\u00e3o adoecidas, neste caso, associado ao acompanhamento de um profissional da sa\u00fade mental - psic\u00f3logo, psiquiatra, psicanalista, a depender do caso.<\/p>\n\n\n\n
O pilar do cuidado<\/strong> trata sobre a import\u00e2ncia do cuidado consigo e do cuidado com o outro, o que implica tratar das quest\u00f5es relacionadas a respeito, compreens\u00e3o, conviv\u00eancia, uso abusivo de \u00e1lcool, relacionamentos abusivos, bullying, ciberbullying, uso excessivo de redes sociais digitais, entre outros aspectos.

O pilar do autoconhecimento<\/strong> trata sobre a biografia, a hist\u00f3ria de cada pessoa, a fam\u00edlia. Proponho um trabalho sobre ancestralidade, que a pessoa conhe\u00e7a sua hist\u00f3ria de vida, conhe\u00e7a seu pai, sua m\u00e3e, sua opini\u00e3o, seus gostos. Isso tem a ver com quem eu sou, do ponto de vista \u00e9tico, e vai me dar uma seguran\u00e7a para enfrentar aquilo que querem que eu seja. Eu sou isso, mas querem que eu seja aquilo. N\u00e3o escondo minhas fragilidades, sou amado, o que d\u00e1 seguran\u00e7a. N\u00e3o vou dizer para minha crian\u00e7a que a vida \u00e9 f\u00e1cil, um mar de rosas, que ela nunca vai encontrar desafios, mas vou ajud\u00e1-la e fortalec\u00ea-la para que ela possa enfrent\u00e1-los.<\/p>\n\n\n\n
No pilar da conviv\u00eancia<\/strong>, h\u00e1 uma rela\u00e7\u00e3o entre aprender a ser e aprender a conviver. Trato de situa\u00e7\u00f5es cotidianas que evocam reflex\u00f5es \u00e9ticas, morais e espirituais, para as quais a compaix\u00e3o, a empatia e a resili\u00eancia s\u00e3o habilidades necess\u00e1rias e essenciais. O exerc\u00edcio da dialogicidade<\/strong> \u00e9 realizado quando as pessoas aprendem a falar o que pensam e sentem, mas entendem que o que pensam e sentem n\u00e3o \u00e9 a \u00faltima palavra sobre a verdade. O pilar da amorosidade<\/strong> \u00e9 tratado com reflex\u00f5es e a\u00e7\u00f5es. As reflex\u00f5es geram as a\u00e7\u00f5es, e as a\u00e7\u00f5es n\u00e3o s\u00e3o realizadas de modo mec\u00e2nico. <\/p>\n\n\n\n
Os pais podem aprender com os filhos?<\/h2>\n\n\n\n
O livro n\u00e3o tem que ser uma pedra para atirar nos pais e na escola, tem que ser um acalanto. Eu acho que a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 t\u00e3o potente que nos possibilita reaprender a viver, tenho grande esperan\u00e7a na gera\u00e7\u00e3o do quarto, a mesma gera\u00e7\u00e3o que \u00e9 violenta me ensina novos modos de amor, n\u00e3o vejo a gera\u00e7\u00e3o como fracassada, que n\u00e3o deu certo, acho um absurdo dizer que \u00e9 uma gera\u00e7\u00e3o parasita, \"nem-nem\". Obviamente ela traz todas as mazelas, n\u00e3o foi a gera\u00e7\u00e3o do quarto que inventou o abuso do \u00e1lcool, a viol\u00eancia, esses foram c\u00f3digos sempre usados, mas a gera\u00e7\u00e3o do quarto est\u00e1 nos dando outras alternativas, como maior preocupa\u00e7\u00e3o sobre consumo, meio ambiente, empoderamento das meninas, orienta\u00e7\u00e3o \u00e0 quest\u00e3o de g\u00eanero. Essa gera\u00e7\u00e3o tem muita coisa a nos mostrar, n\u00e3o precisamos ter medo, podemos aprender com elas. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"A gera\u00e7\u00e3o do quarto: um retrato chocante da juventude brasileira","post_excerpt":"Ap\u00f3s ouvir mais de 3 mil crian\u00e7as e adolescentes que vivem experi\u00eancias traum\u00e1ticas em seus quartos, o pesquisador Hugo Monteiro Ferreira faz um alerta aos pais e \u00e0s escolas sobre a necessidade de mudar a forma de se relacionar com os jovens","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"a-geracao-do-quarto-o-retrato-chocante-da-juventude-brasileira","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-30 11:00:28","post_modified_gmt":"2022-08-30 14:00:28","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64515","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64369,"post_author":"4","post_date":"2022-08-23 10:54:43","post_date_gmt":"2022-08-23 13:54:43","post_content":"\n
De acordo com o Artigo 227<\/a> da Constitui\u00e7\u00e3o de 1988, as crian\u00e7as<\/a> devem ser prioridade absoluta em todas as decis\u00f5es, programas e pol\u00edticas p\u00fablicas<\/a>. Isso se torna mais relevante em ano de elei\u00e7\u00f5es, em que poderemos escolher, de forma democr\u00e1tica<\/a>, representantes<\/a> aos cargos de presidente da Rep\u00fablica, senadores, governadores, deputados federais e estaduais. <\/p>\n\n\n\n
O voto no Brasil \u00e9 obrigat\u00f3rio para todos aqueles acima de 18 anos, sendo facultativo para jovens com 16 e 17 anos, pessoas com mais de 70 anos e analfabetos. Crian\u00e7as e adolescentes<\/a> menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar<\/a>, mas isso n\u00e3o quer dizer que n\u00e3o devam estar inclu\u00eddos nos planos dos diferentes representantes pol\u00edticos. Muito pelo contr\u00e1rio.<\/p>\n\n\n\n
Diversos estudos j\u00e1 comprovaram que investir na primeira inf\u00e2ncia<\/a> \u00e9 a melhor maneira de reduzir desigualdades e construir uma sociedade com condi\u00e7\u00f5es sociais e ambientais sustent\u00e1veis.<\/p>\n\n\n\n
Cabe a n\u00f3s, adultos, escolher nas elei\u00e7\u00f5es candidatos que contemplem as crian\u00e7as em projetos e iniciativas diversas. Abaixo, veja 5 motivos que tornam urgente a valoriza\u00e7\u00e3o de projetos para a inf\u00e2ncia e juventude nas campanhas \u00e0s elei\u00e7\u00f5es de 2022. A lista \u00e9 do portal Lunetas, espa\u00e7o dedicado \u00e0 reflex\u00e3o sobre a inf\u00e2ncia, que recentemente lan\u00e7ou o especial \"Inf\u00e2ncias em foco: Quem vota pelas crian\u00e7as?\"<\/a>, um hub de informa\u00e7\u00e3o sobre pol\u00edtica e as inf\u00e2ncias. <\/p>\n\n\n\n
5 temas que envolvem as crian\u00e7as e que t\u00eam de estar previstos nas propostas dos candidatos \u00e0s elei\u00e7\u00f5es:<\/h2>\n\n\n\n
Fome<\/h3>\n\n\n\n
De acordo com um levantamento realizado pela Funda\u00e7\u00e3o Abrinq, cerca de 18,8 milh\u00f5es de meninos e meninas de at\u00e9 14 anos passam fome no Brasil. Essa inseguran\u00e7a alimentar traz preju\u00edzos grav\u00edssimos \u00e0s crian\u00e7as, afetando seu crescimento e o desenvolvimento f\u00edsico e cognitivo necess\u00e1rios para que consigam crescer de maneira saud\u00e1vel.<\/p>\n\n\n\n
Analfabetismo<\/h3>\n\n\n\n
H\u00e1 50 anos, a educa\u00e7\u00e3o infantil n\u00e3o era uma realidade no Brasil, no entanto, pol\u00edticas p\u00fablicas mudaram essa realidade. Ainda assim, nos \u00faltimos dois anos, o n\u00famero de crian\u00e7as de 6 e 7 anos que n\u00e3o sabem ler e escrever cresceu em 1 milh\u00e3o. Pensando no futuro e nos pr\u00f3ximos passos do Brasil relacionados \u00e0 educa\u00e7\u00e3o p\u00fablica, \u00e9 necess\u00e1rio eleger candidatos que queiram enfrentar as desigualdades sociais e lutar para que todas as crian\u00e7as e adolescentes tenham acesso \u00e0 educa\u00e7\u00e3o de qualidade.<\/p>\n\n\n\n
Trabalho Infantil<\/h3>\n\n\n\n
Atualmente, cerca de 2 milh\u00f5es de crian\u00e7as e adolescentes est\u00e3o em situa\u00e7\u00e3o de trabalho infantil no Brasil. Desse total, 66% s\u00e3o crian\u00e7as pretas ou pardas e 71% est\u00e3o na \u00e1rea urbana, de acordo com um levantamento divulgado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domic\u00edlios (PNAD Cont\u00ednua).<\/p>\n\n\n\n
Viol\u00eancia e explora\u00e7\u00e3o sexual<\/h3>\n\n\n\n
Entre 2016 e 2020, 35 mil crian\u00e7as e adolescentes, de 0 a 19 anos, foram mortos de forma violenta no Brasil e 180 mil sofreram viol\u00eancia sexual, segundo o Panorama da Viol\u00eancia Sexual contra crian\u00e7as e Adolescentes no Brasil, lan\u00e7ado pela Unicef e pelo F\u00f3rum Brasileiro de Seguran\u00e7a P\u00fablica (FBSP). Por isso, \u00e9 necess\u00e1rio eleger pessoas que tenham coragem para combater esse cen\u00e1rio e falar de assuntos como igualdade de g\u00eanero, empoderamento de meninas, viol\u00eancia sexual e femin\u00edcio.<\/p>\n\n\n\n
Moradia<\/h3>\n\n\n\n
Mais de 5 milh\u00f5es de pessoas ainda residem em domic\u00edlios sem banheiros ou sanit\u00e1rios de uso exclusivo e 9,7 milh\u00f5es vivem em condi\u00e7\u00f5es de adensamento excessivo, com mais de tr\u00eas moradores para cada dormit\u00f3rio. Este \u00e9 um assunto que n\u00e3o deve ser ignorado, j\u00e1 que todas as crian\u00e7as precisam de acesso \u00e0 moradia para viver com dignidade e poder se desenvolver em outras \u00e1reas, como lazer, educa\u00e7\u00e3o e sa\u00fade.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]  <\/p>\n","post_title":"5 motivos para priorizar as crian\u00e7as nas elei\u00e7\u00f5es de 2022","post_excerpt":"Crian\u00e7as e adolescentes menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar, mas s\u00e3o parcela importante da popula\u00e7\u00e3o e t\u00eam de estar contemplados nos projetos dos diferentes atores governamentais","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"5-motivos-para-priorizar-as-criancas-nas-eleicoes-de-2022","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-25 18:52:13","post_modified_gmt":"2022-08-25 21:52:13","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64369","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64334,"post_author":"4","post_date":"2022-08-22 15:14:51","post_date_gmt":"2022-08-22 18:14:51","post_content":"\n
O n\u00famero de crian\u00e7as e adolescente<\/a>s conectados \u00e0 internet cresceu nos \u00faltimos anos. Segundo o estudo TIC Kids Online Brasil 2021<\/a>, rec\u00e9m-divulgado, 93% ou 22,3 milh\u00f5es das crian\u00e7as e dos adolescentes<\/a> no pa\u00eds acessaram a web<\/a> em 2021, sendo que em 2019 esse percentual era de 89%. O crescimento foi impulsionado principalmente pela maior propor\u00e7\u00e3o de usu\u00e1rios na regi\u00e3o Nordeste e nas \u00e1reas rurais. <\/p>\n\n\n\n
O uso de redes sociais <\/a>pelas crian\u00e7as tamb\u00e9m tem se elevado, sendo a plataforma Tik Tok<\/a> a mais utilizada (34%), seguida pelo Instagram (33%). No Facebook, houve queda no uso de 66% para 51% no per\u00edodo citado. J\u00e1 o WhatsApp segue como a plataforma em que crian\u00e7as e adolescentes mais possuem perfil (foi de 70% em 2018 para 80% em 2021), e \u00e9 a mais difundida entre todos os estratos sociais.<\/p>\n\n\n\n
A pesquisa, conduzida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informa\u00e7\u00e3o (Cetic.br) do N\u00facleo de Informa\u00e7\u00e3o e Coordena\u00e7\u00e3o do Ponto BR (NIC.br), entrevistou 2.651 crian\u00e7as e adolescentes com idades entre 9 e 17 anos, bem como seus pais ou respons\u00e1veis, em todo o territ\u00f3rio nacional. As entrevistas aconteceram entre outubro de 2021 e mar\u00e7o de 2022, com a finalidade de investigar oportunidades e riscos relacionados \u00e0 participa\u00e7\u00e3o online desse p\u00fablico. <\/p>\n\n\n\n
Segundo o levantamento, as crian\u00e7as tamb\u00e9m est\u00e3o passando mais tempo em jogos online - seja conectadas com outros jogadores (de 57% para 66%, entre 2021 e 2019) ou n\u00e3o conectadas a eles (de 55% para 64%) -, e fazendo mais compras no ambiente digital - cresceu de 9% para 19% no mesmo per\u00edodo. <\/p>\n\n\n\n
\"Plataformas de cria\u00e7\u00e3o e compartilhamento de conte\u00fado audiovisual est\u00e3o entre as mais utilizadas por crian\u00e7as e adolescentes. Nesse contexto, a qualidade da conex\u00e3o \u00e0 Internet e dos dispositivos digitais utilizados para o acesso \u00e0 rede passam a ser determinantes para o melhor aproveitamento de oportunidades online. \u00c9 central, portanto, garantir condi\u00e7\u00f5es equitativas de conectividade para crian\u00e7as e adolescentes em diferentes contextos socioecon\u00f4micos\", aponta Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br. <\/p>\n\n\n\n
A pesquisa TIC Kids Online <\/a>detectou, ainda, que o telefone celular segue como o principal meio de conex\u00e3o \u00e0 rede nos diferentes extratos sociais. Para 53%, o celular foi o \u00fanico dispositivo usado, realidade que se verificou mais presente nas classes DE (78%) e C (52%) do que nas classes AB (18%). <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Acesso a propagandas<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
Entre as atividades multim\u00eddia, as mais acessadas pelas crian\u00e7as s\u00e3o ouvir m\u00fasica (80%), assistir a v\u00eddeos, programas, filmes ou s\u00e9ries (84%), S\u00edtios de v\u00eddeos (67%) e redes sociais (61%) est\u00e3o entre as principais plataformas em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios de internet declaram ter visto propaganda de produtos ou marcas. Pessoas ensinando como usar algum produto (62%) e abrindo embalagens -- o chamado unboxing<\/em><\/strong> - (61%) foram os principais conte\u00fados de imagem ou v\u00eddeo em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios da rede tiveram contato com divulga\u00e7\u00e3o de produtos ou marcas. Entre as principais categorias de produtos ou marcas vistas no ambiente online<\/em> est\u00e3o: <\/p>\n\n\n\n
Equipamentos eletr\u00f4nicos (60%); <\/li>
Roupas e sapatos (60%); <\/li>
Comidas, bebidas ou doces (57%); <\/li>
Videogames ou jogos (46%); <\/li>
Maquiagem e outros produtos de beleza (46%).\u00a0<\/li><\/ul>\n\n\n\nBusca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e bem-estar<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa tamb\u00e9m constatou que 32% dos jovens entre 11 e 17 anos procuram ajuda para lidar com algo ruim que vivenciaram<\/strong>, ou para falar sobre suas emo\u00e7\u00f5es<\/strong> quando se sentiram tristes. <\/p>\n\n\n\n
Entre os temas mais procurados relacionados \u00e0 sa\u00fade est\u00e3o:<\/p>\n\n\n\n
Informa\u00e7\u00f5es sobre alimenta\u00e7\u00e3o (55%);
Preven\u00e7\u00e3o e tratamento de doen\u00e7as (38%);
Exerc\u00edcios e meios para ficar em forma (36%);
Informa\u00e7\u00f5es sobre medicamentos (22%);<\/li>
Discuss\u00f5es sobre sa\u00fade sexual e educa\u00e7\u00e3o sexual (21%).<\/li><\/ul>\n\n\n\n
\"A pesquisa busca levantar evid\u00eancias que contribuam para a promo\u00e7\u00e3o de direitos e do bem-estar de crian\u00e7as e adolescentes. Desse modo, para al\u00e9m das atividades presentes na s\u00e9rie hist\u00f3rica da pesquisa, o uso da rede na busca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e apoio emocional passou a ser um tema relevante de investiga\u00e7\u00e3o\", sinaliza Barbosa.<\/p>\n\n\n\n
\"Pesquisas como a TIC Kids Online Brasil s\u00e3o de extrema relev\u00e2ncia para entendermos o cen\u00e1rio atual e fortalecermos o letramento e inclus\u00e3o digital dos mais jovens, com mais seguran\u00e7a e qualidade, quest\u00f5es intr\u00ednsecas ao trabalho realizado pelo Comit\u00ea Gestor da Internet no Brasil\", pondera Jos\u00e9 Gontijo, coordenador do CGI.br.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"] <\/p>\n","post_title":"93% dos jovens entre 9 e 17 anos usam a internet no pa\u00eds, revela pesquisa","post_excerpt":"Pesquisa TIC Kids Online Brasil 2021 tamb\u00e9m mostrou que a TikTok \u00e9 a principal rede social utilizada por crian\u00e7as e adolescentes","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"93-dos-jovens-entre-9-e-17-anos-usam-a-internet-revela-pesquisa-tic-kids-online-2021","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-23 11:24:47","post_modified_gmt":"2022-08-23 14:24:47","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64334","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"}],"next":false,"prev":true,"total_page":12},"paged":1,"column_class":"jeg_col_2o3","class":"epic_block_3"};

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Eu fiz um recorte, mas todas as pessoas que mantiveram contato comigo e n\u00e3o estiveram no recorte da pesquisa se identificaram com ela. Tenho retornos de professores e professoras que me diziam: \"olha isso que voc\u00ea disse acontece exatamente assim na minha escola\". As pessoas se identificam porque tem uma verossimilhan\u00e7a. Muitas dizem: \"ah, tenho um filho, uma filha, que tamb\u00e9m est\u00e1 no quarto\". Se voc\u00ea for em qualquer escola, infelizmente ir\u00e1 encontrar algo semelhante.<\/p>\n\n\n\n
Como entender os problemas que essa gera\u00e7\u00e3o enfrenta, quais s\u00e3o suas origens?<\/h2>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 forjada, criada dentro de casa, \u00e9 a fam\u00edlia quem cria essa gera\u00e7\u00e3o, n\u00e3o \u00e9 a escola, a escola ajuda a manter, a fazer a manuten\u00e7\u00e3o do sofrimento, mas a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 produto de uma fam\u00edlia no quarto tamb\u00e9m, uma fam\u00edlia isolada, adoecida, de pouco di\u00e1logo, violenta. A viol\u00eancia num sentido amplo, n\u00e3o s\u00f3 f\u00edsica, psicol\u00f3gica, mas uma viol\u00eancia simb\u00f3lica, h\u00e1 muito movimento de viol\u00eancia dentro dessas casas. A viol\u00eancia simb\u00f3lica se expressa nas nuances, na organiza\u00e7\u00e3o, no establishment<\/em>, c\u00f3digos de comportamentos. Por exemplo, entrevistei meninos de 15, 16 anos, que eram gays, e na casa havia uma esp\u00e9cie de heteronormatividade, n\u00e3o era dito isso, mas havia a heteronormatividade como conduta, regra. \u00c9 isso que temos visto dentro dessas fam\u00edlias, s\u00e3o fam\u00edlias um tanto quanto provocativas e provocadoras dessa viol\u00eancia simb\u00f3lica. <\/p>\n\n\n\n
\u00c9 uma situa\u00e7\u00e3o muito preocupante, n\u00e3o? <\/h2>\n\n\n\n
A experi\u00eancia do quarto \u00e9 terr\u00edvel, porque n\u00e3o \u00e9 uma esp\u00e9cie de ref\u00fagio para aquietar mente, \u00e9 uma experi\u00eancia de ansiedade da mente, uma mente com probabilidades das mais diversas. <\/p>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 violentada, ela tamb\u00e9m vai violentar. \u00c9 importante observar isso. <\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Eu me preocupo muito porque parece que a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 meio que uma matriz de pequenos e pequenas curingas, do personagem do Batman. N\u00f3s estamos formando gera\u00e7\u00f5es violentas, e essa viol\u00eancia pode ser contra si, os \u00edndices de suic\u00eddio na adolesc\u00eancia n\u00e3o s\u00e3o m\u00ednimos. No Brasil, infelizmente, desde 2016, que eles aumentam, mas n\u00f3s tamb\u00e9m temos criado pessoas, em pa\u00edses como os Estados Unidos, que quando t\u00eam acesso a armas, criam e organizam massacres como esses que vimos nas escolas americanas. O perfil e a biografia desses adolescentes se assemelha \u00e0 gera\u00e7\u00e3o do quarto. \u00c9 preocupante, porque n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 o adoecimento ps\u00edquico, mas \u00e9 a produ\u00e7\u00e3o de uma comunidade psiquicamente adoecida, que tem na viol\u00eancia a gram\u00e1tica da sua sintaxe comunicacional, ou seja, a socializa\u00e7\u00e3o \u00e9 violenta.<\/p>\n\n\n\n
Muitas vezes, \u00e9 poss\u00edvel que voc\u00ea tenha pessoas que acham que s\u00e3o excelentes m\u00e3es e pais, mas que imprimem uma norma, uma conduta, um modelo que impede que o outro seja o que pode ser. Vi muito isso, adolescentes dizendo \u201ceu n\u00e3o consigo, para minha m\u00e3e nem para o meu pai, ser o que realmente sou, o que realmente gosto, tenho que mentir, me fazer ser o que n\u00e3o sou, criar um perfil falso\u201d. A viol\u00eancia simb\u00f3lica est\u00e1 muito nesse campo, no religioso, al\u00e9m da viol\u00eancia f\u00edsica e psicol\u00f3gica.<\/p>\n\n\n\n
<\/p>\n\n\n\n
H\u00e1 caracter\u00edsticas em comum entre os pais dessa gera\u00e7\u00e3o?<\/h2>\n\n\n\n
S\u00e3o pessoas que aprenderam com os modelos anteriores como devem proceder, como educar e como deve ser a rela\u00e7\u00e3o entre pais e filhos, e eles terminam agindo em nome desse bem-estar. Eles querem o bem dos filhos, n\u00e3o desejam o mal, mas \u00e9 um bem meio que projetado, n\u00e3o \u00e9 um bem presente, \u00e9 o bem do amanh\u00e3. Eu quero que meu filho esteja bem, mas para isso ele precisa seguir uma regra, uma norma, uma conduta, um padr\u00e3o, uma organiza\u00e7\u00e3o. Se ele n\u00e3o segue, eu n\u00e3o consigo ser m\u00e3e, pai dele, n\u00e3o consigo estabelecer uma rela\u00e7\u00e3o afetiva, de di\u00e1logo, e come\u00e7o a entrar em conflito.<\/p>\n\n\n\n
S\u00e3o pais que rejeitam os filhos? <\/h2>\n\n\n\n
Essa gera\u00e7\u00e3o mostra que os pais, se n\u00e3o h\u00e1 um modelo estabelecido, eles n\u00e3o se disp\u00f5em a aprender com o que eles veem na realidade, \u00e9 quase que um filho abstrato. Quando o filho real come\u00e7a a emergir e mostrar suas caracter\u00edsticas, os pais come\u00e7am a estranhar aquilo e n\u00e3o entram em processo de di\u00e1logo, se afastam. \u00c9 esse afastamento, esse vazio, que cria a gera\u00e7\u00e3o do quarto. Por isso afirmo que \u00e9 na matriz familiar que a gera\u00e7\u00e3o \u00e9 gerada, quer dizer, os pais n\u00e3o conseguem observar, de modo geral, a emerg\u00eancia dos humanos que eles mesmos criaram. Eles t\u00eam o humano projetado, \u00e9 quase um molde de um humano. Quando vem uma orienta\u00e7\u00e3o sexual ou um g\u00eanero que n\u00e3o \u00e9 norma, causa um impacto. <\/p>\n\n\n\n
Claro que \u00e9 menos impactante quando o filho diz que n\u00e3o quer ser m\u00e9dico, mas sim ator, pode haver resist\u00eancia mas n\u00e3o t\u00e3o intensa como quando voc\u00ea diz que \u00e9 gay, isso causa um embara\u00e7o. Mas n\u00e3o gosto de condenar os pais e as m\u00e3es, porque acho que eles est\u00e3o envolvidos nesse processo, eles querem acertar, ao menos, os que t\u00eam paternagem e maternagem, que chamo de esp\u00edrito de pai e m\u00e3e. Os que n\u00e3o t\u00eam, esses simplesmente geram os filhos, est\u00e3o ali numa esp\u00e9cie de playground de criar filhos. Mas os que t\u00eam paternagem, eles v\u00e3o tentando encontrar e conseguem, ent\u00e3o nesse caso, essa fissura, esse vazio que se abriu \u00e9 reduzido e a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 compreendida. <\/p>\n\n\n\n
Os pais sabem que t\u00eam um problema em casa?<\/h2>\n\n\n\n
Eles n\u00e3o t\u00eam conhecimento, porque a gera\u00e7\u00e3o do quarto cognitivamente n\u00e3o tem problema com boletim escolar. Essa gera\u00e7\u00e3o chega na universidade. Essa causa-consequ\u00eancia que a gente confabulou e afirmou tantas vezes que, por exemplo, vai ter problemas na escola, no rendimento escolar, n\u00e3o \u00e9 um sinal, a gera\u00e7\u00e3o do quarto tem um boletim escolar azul,<\/strong> e os pais n\u00e3o percebem. Eles acham que faz parte da vida estar no quarto.<\/strong> Muitos me dizem isso, \u201cah mas meu filho est\u00e1 no quarto j\u00e1 h\u00e1 tanto tempo que nem me dava conta\u201d. Eles come\u00e7am a se dar conta quando a crian\u00e7a ou o adolescente come\u00e7a a se cortar, quando come\u00e7am a gritar em sil\u00eancio, a\u00ed os pais alertam, mas at\u00e9 ent\u00e3o, n\u00e3o. Chamam para jantar, quando conseguem, lembrando que pais contempor\u00e2neos vivem muito fora de casa, trabalham muito, com finalidade de dar um futuro para os filhos.  <\/p>\n\n\n\n
Ou seja, o esfor\u00e7o dos pais para garantir uma boa estrutura familiar acaba por distanci\u00e1-los dos filhos?<\/h2>\n\n\n\n
\u00c9 a alternativa que se deu para a fam\u00edlia. Num pa\u00eds de mais de 210 milh\u00f5es de pessoas, n\u00e3o \u00e9 todo mundo que para e reflete sobre o que \u00e9 ser uma fam\u00edlia. Para os que est\u00e3o abaixo da linha da mis\u00e9ria tem que pensar muito como se recupera. H\u00e1 uma quest\u00e3o importante: o fen\u00f4meno da gera\u00e7\u00e3o do quarto se d\u00e1 em todas as classes sociais, mas as estrat\u00e9gias trabalhadas mudam. Tem muitas pessoas que usam a gravidez, por exemplo, como forma de sair de uma situa\u00e7\u00e3o socioecon\u00f4mica. Engravidar pode ser uma esp\u00e9cie de promo\u00e7\u00e3o social, ou seja, o problema \u00e9 o mesmo, a dor ps\u00edquica \u00e9 a mesma, mas a maneira de lidar com ela \u00e9 diferente. <\/p>\n\n\n\n
Os jovens n\u00e3o se abrem com os pais, mas n\u00e3o se opuseram a falar com voc\u00ea?<\/h2>\n\n\n\n
Talvez o que favorece para um pesquisador como eu \u00e9 me dispor a escutar sem condenar, sem julgamento. Eu escuto para acolher e esse talvez seja um potencial que a gente possa ensinar aos pais e \u00e0s m\u00e3es, para que o filho diga o que pensa, o que acha, o que gosta e n\u00e3o gosta, se sinta confort\u00e1vel em ser diferente dos pais. Acho que as fam\u00edlias escutam julgando, comparando e sentenciando demais. As crian\u00e7as, ao contr\u00e1rio do que as pessoas pensam, s\u00e3o muito sens\u00edveis, muito cr\u00edticas, elas conseguem responder perguntas, falar sobre sentimentos com quem elas se sentem confort\u00e1veis. Al\u00e9m disso, uma das t\u00e9cnicas que utilizei, o question\u00e1rio online, me trouxe muitas respostas, porque tinha perguntas abertas. Alguns dos depoimentos que apresento no livro eu n\u00e3o ouvi, eu li. Quando n\u00e3o tenho que dizer meu nome, quem eu sou, de onde sou, qual minha idade, me sinto mais livre para falar, pedir ajuda. Foram esses depoimentos que me causaram impacto e me fizeram depois entrevistar o grupo menor por meio de rodas de conversa. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Qual o papel da escola nesse contexto?<\/h2>\n\n\n\n
Eu sou um profissional e defensor da escola, a escola para mim \u00e9 uma grande inven\u00e7\u00e3o social, cumpre papel de forma\u00e7\u00e3o, de complementaridade, sobretudo no campo do que chamamos de conhecimento cient\u00edfico. Ela tamb\u00e9m tem um papel social, porque trabalha com pessoas, organiza\u00e7\u00f5es, institui\u00e7\u00f5es, mas ela precisa ser revisitada e reformulada nos seus objetivos matriciais. A escola n\u00e3o pode querer exclusivamente formar do ponto vista cognitivo. Isso \u00e9 um equ\u00edvoco que se manifesta sobretudo nessas escolas, que insistem num modelo de concorr\u00eancia, competi\u00e7\u00e3o, ranqueamento, na nota como resposta \u00e0 aprendizagem. S\u00e3o escolas desconectadas com grandes problemas contempor\u00e2neos, como a sobreviv\u00eancia do Planeta Terra. Temos um planeta amea\u00e7ado de desertifica\u00e7\u00e3o, de aus\u00eancia de comida, amea\u00e7ado no campo dos povos origin\u00e1rios, ent\u00e3o essas s\u00e3o preocupa\u00e7\u00f5es que a escola deve ter. <\/p>\n\n\n\n
Outra preocupa\u00e7\u00e3o \u00e9 a diversidade, temos uma sociedade que se mostra violenta com as minorias, racista e mis\u00f3gina. As mulheres sofrem muito nessa sociedade. A escola n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 para discutir f\u00f3rmulas qu\u00edmicas, biol\u00f3gicas, equa\u00e7\u00f5es matem\u00e1ticas, sintaxe da l\u00edngua. <\/p>\n\n\n\n
A escola \u00e9 para ajudar a usar o conhecimento cient\u00edfico na melhoria da qualidade de vida das pessoas, da minha e dos outros. <\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Ent\u00e3o se ela n\u00e3o faz isso, se insiste na concorr\u00eancia, em colocar aqueles que s\u00e3o bons e n\u00e3o s\u00e3o bons, os que s\u00e3o inteligentes e os que n\u00e3o s\u00e3o inteligentes, e ela tem insistido, ela ajuda a adoecer. \u00c9 o que digo no livro. <\/p>\n\n\n\n
O que dizer aos pais e m\u00e3es da gera\u00e7\u00e3o do quarto?<\/h2>\n\n\n\n
Os filhos e as filhas v\u00e3o precisar muito mesmo dos pais. Tem dois cen\u00e1rios, um \u00e9 ajudar meu filho a n\u00e3o entrar no quarto e o outro \u00e9 ajudar o filho que j\u00e1 est\u00e1 no quarto. No livro eu falo de cinco pilares: cuidado, autoconhecimento, conviv\u00eancia, dialogicidade e amorosidade. Trabalhar a fam\u00edlia e a escola a partir dessas sustenta\u00e7\u00f5es \u00e9 preventivo, mas pode servir tamb\u00e9m para situa\u00e7\u00f5es de pessoas que j\u00e1 est\u00e3o adoecidas, neste caso, associado ao acompanhamento de um profissional da sa\u00fade mental - psic\u00f3logo, psiquiatra, psicanalista, a depender do caso.<\/p>\n\n\n\n
O pilar do cuidado<\/strong> trata sobre a import\u00e2ncia do cuidado consigo e do cuidado com o outro, o que implica tratar das quest\u00f5es relacionadas a respeito, compreens\u00e3o, conviv\u00eancia, uso abusivo de \u00e1lcool, relacionamentos abusivos, bullying, ciberbullying, uso excessivo de redes sociais digitais, entre outros aspectos.

O pilar do autoconhecimento<\/strong> trata sobre a biografia, a hist\u00f3ria de cada pessoa, a fam\u00edlia. Proponho um trabalho sobre ancestralidade, que a pessoa conhe\u00e7a sua hist\u00f3ria de vida, conhe\u00e7a seu pai, sua m\u00e3e, sua opini\u00e3o, seus gostos. Isso tem a ver com quem eu sou, do ponto de vista \u00e9tico, e vai me dar uma seguran\u00e7a para enfrentar aquilo que querem que eu seja. Eu sou isso, mas querem que eu seja aquilo. N\u00e3o escondo minhas fragilidades, sou amado, o que d\u00e1 seguran\u00e7a. N\u00e3o vou dizer para minha crian\u00e7a que a vida \u00e9 f\u00e1cil, um mar de rosas, que ela nunca vai encontrar desafios, mas vou ajud\u00e1-la e fortalec\u00ea-la para que ela possa enfrent\u00e1-los.<\/p>\n\n\n\n
No pilar da conviv\u00eancia<\/strong>, h\u00e1 uma rela\u00e7\u00e3o entre aprender a ser e aprender a conviver. Trato de situa\u00e7\u00f5es cotidianas que evocam reflex\u00f5es \u00e9ticas, morais e espirituais, para as quais a compaix\u00e3o, a empatia e a resili\u00eancia s\u00e3o habilidades necess\u00e1rias e essenciais. O exerc\u00edcio da dialogicidade<\/strong> \u00e9 realizado quando as pessoas aprendem a falar o que pensam e sentem, mas entendem que o que pensam e sentem n\u00e3o \u00e9 a \u00faltima palavra sobre a verdade. O pilar da amorosidade<\/strong> \u00e9 tratado com reflex\u00f5es e a\u00e7\u00f5es. As reflex\u00f5es geram as a\u00e7\u00f5es, e as a\u00e7\u00f5es n\u00e3o s\u00e3o realizadas de modo mec\u00e2nico. <\/p>\n\n\n\n
Os pais podem aprender com os filhos?<\/h2>\n\n\n\n
O livro n\u00e3o tem que ser uma pedra para atirar nos pais e na escola, tem que ser um acalanto. Eu acho que a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 t\u00e3o potente que nos possibilita reaprender a viver, tenho grande esperan\u00e7a na gera\u00e7\u00e3o do quarto, a mesma gera\u00e7\u00e3o que \u00e9 violenta me ensina novos modos de amor, n\u00e3o vejo a gera\u00e7\u00e3o como fracassada, que n\u00e3o deu certo, acho um absurdo dizer que \u00e9 uma gera\u00e7\u00e3o parasita, \"nem-nem\". Obviamente ela traz todas as mazelas, n\u00e3o foi a gera\u00e7\u00e3o do quarto que inventou o abuso do \u00e1lcool, a viol\u00eancia, esses foram c\u00f3digos sempre usados, mas a gera\u00e7\u00e3o do quarto est\u00e1 nos dando outras alternativas, como maior preocupa\u00e7\u00e3o sobre consumo, meio ambiente, empoderamento das meninas, orienta\u00e7\u00e3o \u00e0 quest\u00e3o de g\u00eanero. Essa gera\u00e7\u00e3o tem muita coisa a nos mostrar, n\u00e3o precisamos ter medo, podemos aprender com elas. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"A gera\u00e7\u00e3o do quarto: um retrato chocante da juventude brasileira","post_excerpt":"Ap\u00f3s ouvir mais de 3 mil crian\u00e7as e adolescentes que vivem experi\u00eancias traum\u00e1ticas em seus quartos, o pesquisador Hugo Monteiro Ferreira faz um alerta aos pais e \u00e0s escolas sobre a necessidade de mudar a forma de se relacionar com os jovens","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"a-geracao-do-quarto-o-retrato-chocante-da-juventude-brasileira","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-30 11:00:28","post_modified_gmt":"2022-08-30 14:00:28","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64515","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64369,"post_author":"4","post_date":"2022-08-23 10:54:43","post_date_gmt":"2022-08-23 13:54:43","post_content":"\n
De acordo com o Artigo 227<\/a> da Constitui\u00e7\u00e3o de 1988, as crian\u00e7as<\/a> devem ser prioridade absoluta em todas as decis\u00f5es, programas e pol\u00edticas p\u00fablicas<\/a>. Isso se torna mais relevante em ano de elei\u00e7\u00f5es, em que poderemos escolher, de forma democr\u00e1tica<\/a>, representantes<\/a> aos cargos de presidente da Rep\u00fablica, senadores, governadores, deputados federais e estaduais. <\/p>\n\n\n\n
O voto no Brasil \u00e9 obrigat\u00f3rio para todos aqueles acima de 18 anos, sendo facultativo para jovens com 16 e 17 anos, pessoas com mais de 70 anos e analfabetos. Crian\u00e7as e adolescentes<\/a> menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar<\/a>, mas isso n\u00e3o quer dizer que n\u00e3o devam estar inclu\u00eddos nos planos dos diferentes representantes pol\u00edticos. Muito pelo contr\u00e1rio.<\/p>\n\n\n\n
Diversos estudos j\u00e1 comprovaram que investir na primeira inf\u00e2ncia<\/a> \u00e9 a melhor maneira de reduzir desigualdades e construir uma sociedade com condi\u00e7\u00f5es sociais e ambientais sustent\u00e1veis.<\/p>\n\n\n\n
Cabe a n\u00f3s, adultos, escolher nas elei\u00e7\u00f5es candidatos que contemplem as crian\u00e7as em projetos e iniciativas diversas. Abaixo, veja 5 motivos que tornam urgente a valoriza\u00e7\u00e3o de projetos para a inf\u00e2ncia e juventude nas campanhas \u00e0s elei\u00e7\u00f5es de 2022. A lista \u00e9 do portal Lunetas, espa\u00e7o dedicado \u00e0 reflex\u00e3o sobre a inf\u00e2ncia, que recentemente lan\u00e7ou o especial \"Inf\u00e2ncias em foco: Quem vota pelas crian\u00e7as?\"<\/a>, um hub de informa\u00e7\u00e3o sobre pol\u00edtica e as inf\u00e2ncias. <\/p>\n\n\n\n
5 temas que envolvem as crian\u00e7as e que t\u00eam de estar previstos nas propostas dos candidatos \u00e0s elei\u00e7\u00f5es:<\/h2>\n\n\n\n
Fome<\/h3>\n\n\n\n
De acordo com um levantamento realizado pela Funda\u00e7\u00e3o Abrinq, cerca de 18,8 milh\u00f5es de meninos e meninas de at\u00e9 14 anos passam fome no Brasil. Essa inseguran\u00e7a alimentar traz preju\u00edzos grav\u00edssimos \u00e0s crian\u00e7as, afetando seu crescimento e o desenvolvimento f\u00edsico e cognitivo necess\u00e1rios para que consigam crescer de maneira saud\u00e1vel.<\/p>\n\n\n\n
Analfabetismo<\/h3>\n\n\n\n
H\u00e1 50 anos, a educa\u00e7\u00e3o infantil n\u00e3o era uma realidade no Brasil, no entanto, pol\u00edticas p\u00fablicas mudaram essa realidade. Ainda assim, nos \u00faltimos dois anos, o n\u00famero de crian\u00e7as de 6 e 7 anos que n\u00e3o sabem ler e escrever cresceu em 1 milh\u00e3o. Pensando no futuro e nos pr\u00f3ximos passos do Brasil relacionados \u00e0 educa\u00e7\u00e3o p\u00fablica, \u00e9 necess\u00e1rio eleger candidatos que queiram enfrentar as desigualdades sociais e lutar para que todas as crian\u00e7as e adolescentes tenham acesso \u00e0 educa\u00e7\u00e3o de qualidade.<\/p>\n\n\n\n
Trabalho Infantil<\/h3>\n\n\n\n
Atualmente, cerca de 2 milh\u00f5es de crian\u00e7as e adolescentes est\u00e3o em situa\u00e7\u00e3o de trabalho infantil no Brasil. Desse total, 66% s\u00e3o crian\u00e7as pretas ou pardas e 71% est\u00e3o na \u00e1rea urbana, de acordo com um levantamento divulgado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domic\u00edlios (PNAD Cont\u00ednua).<\/p>\n\n\n\n
Viol\u00eancia e explora\u00e7\u00e3o sexual<\/h3>\n\n\n\n
Entre 2016 e 2020, 35 mil crian\u00e7as e adolescentes, de 0 a 19 anos, foram mortos de forma violenta no Brasil e 180 mil sofreram viol\u00eancia sexual, segundo o Panorama da Viol\u00eancia Sexual contra crian\u00e7as e Adolescentes no Brasil, lan\u00e7ado pela Unicef e pelo F\u00f3rum Brasileiro de Seguran\u00e7a P\u00fablica (FBSP). Por isso, \u00e9 necess\u00e1rio eleger pessoas que tenham coragem para combater esse cen\u00e1rio e falar de assuntos como igualdade de g\u00eanero, empoderamento de meninas, viol\u00eancia sexual e femin\u00edcio.<\/p>\n\n\n\n
Moradia<\/h3>\n\n\n\n
Mais de 5 milh\u00f5es de pessoas ainda residem em domic\u00edlios sem banheiros ou sanit\u00e1rios de uso exclusivo e 9,7 milh\u00f5es vivem em condi\u00e7\u00f5es de adensamento excessivo, com mais de tr\u00eas moradores para cada dormit\u00f3rio. Este \u00e9 um assunto que n\u00e3o deve ser ignorado, j\u00e1 que todas as crian\u00e7as precisam de acesso \u00e0 moradia para viver com dignidade e poder se desenvolver em outras \u00e1reas, como lazer, educa\u00e7\u00e3o e sa\u00fade.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]  <\/p>\n","post_title":"5 motivos para priorizar as crian\u00e7as nas elei\u00e7\u00f5es de 2022","post_excerpt":"Crian\u00e7as e adolescentes menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar, mas s\u00e3o parcela importante da popula\u00e7\u00e3o e t\u00eam de estar contemplados nos projetos dos diferentes atores governamentais","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"5-motivos-para-priorizar-as-criancas-nas-eleicoes-de-2022","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-25 18:52:13","post_modified_gmt":"2022-08-25 21:52:13","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64369","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64334,"post_author":"4","post_date":"2022-08-22 15:14:51","post_date_gmt":"2022-08-22 18:14:51","post_content":"\n
O n\u00famero de crian\u00e7as e adolescente<\/a>s conectados \u00e0 internet cresceu nos \u00faltimos anos. Segundo o estudo TIC Kids Online Brasil 2021<\/a>, rec\u00e9m-divulgado, 93% ou 22,3 milh\u00f5es das crian\u00e7as e dos adolescentes<\/a> no pa\u00eds acessaram a web<\/a> em 2021, sendo que em 2019 esse percentual era de 89%. O crescimento foi impulsionado principalmente pela maior propor\u00e7\u00e3o de usu\u00e1rios na regi\u00e3o Nordeste e nas \u00e1reas rurais. <\/p>\n\n\n\n
O uso de redes sociais <\/a>pelas crian\u00e7as tamb\u00e9m tem se elevado, sendo a plataforma Tik Tok<\/a> a mais utilizada (34%), seguida pelo Instagram (33%). No Facebook, houve queda no uso de 66% para 51% no per\u00edodo citado. J\u00e1 o WhatsApp segue como a plataforma em que crian\u00e7as e adolescentes mais possuem perfil (foi de 70% em 2018 para 80% em 2021), e \u00e9 a mais difundida entre todos os estratos sociais.<\/p>\n\n\n\n
A pesquisa, conduzida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informa\u00e7\u00e3o (Cetic.br) do N\u00facleo de Informa\u00e7\u00e3o e Coordena\u00e7\u00e3o do Ponto BR (NIC.br), entrevistou 2.651 crian\u00e7as e adolescentes com idades entre 9 e 17 anos, bem como seus pais ou respons\u00e1veis, em todo o territ\u00f3rio nacional. As entrevistas aconteceram entre outubro de 2021 e mar\u00e7o de 2022, com a finalidade de investigar oportunidades e riscos relacionados \u00e0 participa\u00e7\u00e3o online desse p\u00fablico. <\/p>\n\n\n\n
Segundo o levantamento, as crian\u00e7as tamb\u00e9m est\u00e3o passando mais tempo em jogos online - seja conectadas com outros jogadores (de 57% para 66%, entre 2021 e 2019) ou n\u00e3o conectadas a eles (de 55% para 64%) -, e fazendo mais compras no ambiente digital - cresceu de 9% para 19% no mesmo per\u00edodo. <\/p>\n\n\n\n
\"Plataformas de cria\u00e7\u00e3o e compartilhamento de conte\u00fado audiovisual est\u00e3o entre as mais utilizadas por crian\u00e7as e adolescentes. Nesse contexto, a qualidade da conex\u00e3o \u00e0 Internet e dos dispositivos digitais utilizados para o acesso \u00e0 rede passam a ser determinantes para o melhor aproveitamento de oportunidades online. \u00c9 central, portanto, garantir condi\u00e7\u00f5es equitativas de conectividade para crian\u00e7as e adolescentes em diferentes contextos socioecon\u00f4micos\", aponta Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br. <\/p>\n\n\n\n
A pesquisa TIC Kids Online <\/a>detectou, ainda, que o telefone celular segue como o principal meio de conex\u00e3o \u00e0 rede nos diferentes extratos sociais. Para 53%, o celular foi o \u00fanico dispositivo usado, realidade que se verificou mais presente nas classes DE (78%) e C (52%) do que nas classes AB (18%). <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Acesso a propagandas<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
Entre as atividades multim\u00eddia, as mais acessadas pelas crian\u00e7as s\u00e3o ouvir m\u00fasica (80%), assistir a v\u00eddeos, programas, filmes ou s\u00e9ries (84%), S\u00edtios de v\u00eddeos (67%) e redes sociais (61%) est\u00e3o entre as principais plataformas em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios de internet declaram ter visto propaganda de produtos ou marcas. Pessoas ensinando como usar algum produto (62%) e abrindo embalagens -- o chamado unboxing<\/em><\/strong> - (61%) foram os principais conte\u00fados de imagem ou v\u00eddeo em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios da rede tiveram contato com divulga\u00e7\u00e3o de produtos ou marcas. Entre as principais categorias de produtos ou marcas vistas no ambiente online<\/em> est\u00e3o: <\/p>\n\n\n\n
Equipamentos eletr\u00f4nicos (60%); <\/li>
Roupas e sapatos (60%); <\/li>
Comidas, bebidas ou doces (57%); <\/li>
Videogames ou jogos (46%); <\/li>
Maquiagem e outros produtos de beleza (46%).\u00a0<\/li><\/ul>\n\n\n\nBusca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e bem-estar<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa tamb\u00e9m constatou que 32% dos jovens entre 11 e 17 anos procuram ajuda para lidar com algo ruim que vivenciaram<\/strong>, ou para falar sobre suas emo\u00e7\u00f5es<\/strong> quando se sentiram tristes. <\/p>\n\n\n\n
Entre os temas mais procurados relacionados \u00e0 sa\u00fade est\u00e3o:<\/p>\n\n\n\n
Informa\u00e7\u00f5es sobre alimenta\u00e7\u00e3o (55%);
Preven\u00e7\u00e3o e tratamento de doen\u00e7as (38%);
Exerc\u00edcios e meios para ficar em forma (36%);
Informa\u00e7\u00f5es sobre medicamentos (22%);<\/li>
Discuss\u00f5es sobre sa\u00fade sexual e educa\u00e7\u00e3o sexual (21%).<\/li><\/ul>\n\n\n\n
\"A pesquisa busca levantar evid\u00eancias que contribuam para a promo\u00e7\u00e3o de direitos e do bem-estar de crian\u00e7as e adolescentes. Desse modo, para al\u00e9m das atividades presentes na s\u00e9rie hist\u00f3rica da pesquisa, o uso da rede na busca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e apoio emocional passou a ser um tema relevante de investiga\u00e7\u00e3o\", sinaliza Barbosa.<\/p>\n\n\n\n
\"Pesquisas como a TIC Kids Online Brasil s\u00e3o de extrema relev\u00e2ncia para entendermos o cen\u00e1rio atual e fortalecermos o letramento e inclus\u00e3o digital dos mais jovens, com mais seguran\u00e7a e qualidade, quest\u00f5es intr\u00ednsecas ao trabalho realizado pelo Comit\u00ea Gestor da Internet no Brasil\", pondera Jos\u00e9 Gontijo, coordenador do CGI.br.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
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A gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 um retrato da juventude brasileira? <\/h2>\n\n\n\n
Eu fiz um recorte, mas todas as pessoas que mantiveram contato comigo e n\u00e3o estiveram no recorte da pesquisa se identificaram com ela. Tenho retornos de professores e professoras que me diziam: \"olha isso que voc\u00ea disse acontece exatamente assim na minha escola\". As pessoas se identificam porque tem uma verossimilhan\u00e7a. Muitas dizem: \"ah, tenho um filho, uma filha, que tamb\u00e9m est\u00e1 no quarto\". Se voc\u00ea for em qualquer escola, infelizmente ir\u00e1 encontrar algo semelhante.<\/p>\n\n\n\n
Como entender os problemas que essa gera\u00e7\u00e3o enfrenta, quais s\u00e3o suas origens?<\/h2>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 forjada, criada dentro de casa, \u00e9 a fam\u00edlia quem cria essa gera\u00e7\u00e3o, n\u00e3o \u00e9 a escola, a escola ajuda a manter, a fazer a manuten\u00e7\u00e3o do sofrimento, mas a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 produto de uma fam\u00edlia no quarto tamb\u00e9m, uma fam\u00edlia isolada, adoecida, de pouco di\u00e1logo, violenta. A viol\u00eancia num sentido amplo, n\u00e3o s\u00f3 f\u00edsica, psicol\u00f3gica, mas uma viol\u00eancia simb\u00f3lica, h\u00e1 muito movimento de viol\u00eancia dentro dessas casas. A viol\u00eancia simb\u00f3lica se expressa nas nuances, na organiza\u00e7\u00e3o, no establishment<\/em>, c\u00f3digos de comportamentos. Por exemplo, entrevistei meninos de 15, 16 anos, que eram gays, e na casa havia uma esp\u00e9cie de heteronormatividade, n\u00e3o era dito isso, mas havia a heteronormatividade como conduta, regra. \u00c9 isso que temos visto dentro dessas fam\u00edlias, s\u00e3o fam\u00edlias um tanto quanto provocativas e provocadoras dessa viol\u00eancia simb\u00f3lica. <\/p>\n\n\n\n
\u00c9 uma situa\u00e7\u00e3o muito preocupante, n\u00e3o? <\/h2>\n\n\n\n
A experi\u00eancia do quarto \u00e9 terr\u00edvel, porque n\u00e3o \u00e9 uma esp\u00e9cie de ref\u00fagio para aquietar mente, \u00e9 uma experi\u00eancia de ansiedade da mente, uma mente com probabilidades das mais diversas. <\/p>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 violentada, ela tamb\u00e9m vai violentar. \u00c9 importante observar isso. <\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Eu me preocupo muito porque parece que a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 meio que uma matriz de pequenos e pequenas curingas, do personagem do Batman. N\u00f3s estamos formando gera\u00e7\u00f5es violentas, e essa viol\u00eancia pode ser contra si, os \u00edndices de suic\u00eddio na adolesc\u00eancia n\u00e3o s\u00e3o m\u00ednimos. No Brasil, infelizmente, desde 2016, que eles aumentam, mas n\u00f3s tamb\u00e9m temos criado pessoas, em pa\u00edses como os Estados Unidos, que quando t\u00eam acesso a armas, criam e organizam massacres como esses que vimos nas escolas americanas. O perfil e a biografia desses adolescentes se assemelha \u00e0 gera\u00e7\u00e3o do quarto. \u00c9 preocupante, porque n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 o adoecimento ps\u00edquico, mas \u00e9 a produ\u00e7\u00e3o de uma comunidade psiquicamente adoecida, que tem na viol\u00eancia a gram\u00e1tica da sua sintaxe comunicacional, ou seja, a socializa\u00e7\u00e3o \u00e9 violenta.<\/p>\n\n\n\n
Muitas vezes, \u00e9 poss\u00edvel que voc\u00ea tenha pessoas que acham que s\u00e3o excelentes m\u00e3es e pais, mas que imprimem uma norma, uma conduta, um modelo que impede que o outro seja o que pode ser. Vi muito isso, adolescentes dizendo \u201ceu n\u00e3o consigo, para minha m\u00e3e nem para o meu pai, ser o que realmente sou, o que realmente gosto, tenho que mentir, me fazer ser o que n\u00e3o sou, criar um perfil falso\u201d. A viol\u00eancia simb\u00f3lica est\u00e1 muito nesse campo, no religioso, al\u00e9m da viol\u00eancia f\u00edsica e psicol\u00f3gica.<\/p>\n\n\n\n
<\/p>\n\n\n\n
H\u00e1 caracter\u00edsticas em comum entre os pais dessa gera\u00e7\u00e3o?<\/h2>\n\n\n\n
S\u00e3o pessoas que aprenderam com os modelos anteriores como devem proceder, como educar e como deve ser a rela\u00e7\u00e3o entre pais e filhos, e eles terminam agindo em nome desse bem-estar. Eles querem o bem dos filhos, n\u00e3o desejam o mal, mas \u00e9 um bem meio que projetado, n\u00e3o \u00e9 um bem presente, \u00e9 o bem do amanh\u00e3. Eu quero que meu filho esteja bem, mas para isso ele precisa seguir uma regra, uma norma, uma conduta, um padr\u00e3o, uma organiza\u00e7\u00e3o. Se ele n\u00e3o segue, eu n\u00e3o consigo ser m\u00e3e, pai dele, n\u00e3o consigo estabelecer uma rela\u00e7\u00e3o afetiva, de di\u00e1logo, e come\u00e7o a entrar em conflito.<\/p>\n\n\n\n
S\u00e3o pais que rejeitam os filhos? <\/h2>\n\n\n\n
Essa gera\u00e7\u00e3o mostra que os pais, se n\u00e3o h\u00e1 um modelo estabelecido, eles n\u00e3o se disp\u00f5em a aprender com o que eles veem na realidade, \u00e9 quase que um filho abstrato. Quando o filho real come\u00e7a a emergir e mostrar suas caracter\u00edsticas, os pais come\u00e7am a estranhar aquilo e n\u00e3o entram em processo de di\u00e1logo, se afastam. \u00c9 esse afastamento, esse vazio, que cria a gera\u00e7\u00e3o do quarto. Por isso afirmo que \u00e9 na matriz familiar que a gera\u00e7\u00e3o \u00e9 gerada, quer dizer, os pais n\u00e3o conseguem observar, de modo geral, a emerg\u00eancia dos humanos que eles mesmos criaram. Eles t\u00eam o humano projetado, \u00e9 quase um molde de um humano. Quando vem uma orienta\u00e7\u00e3o sexual ou um g\u00eanero que n\u00e3o \u00e9 norma, causa um impacto. <\/p>\n\n\n\n
Claro que \u00e9 menos impactante quando o filho diz que n\u00e3o quer ser m\u00e9dico, mas sim ator, pode haver resist\u00eancia mas n\u00e3o t\u00e3o intensa como quando voc\u00ea diz que \u00e9 gay, isso causa um embara\u00e7o. Mas n\u00e3o gosto de condenar os pais e as m\u00e3es, porque acho que eles est\u00e3o envolvidos nesse processo, eles querem acertar, ao menos, os que t\u00eam paternagem e maternagem, que chamo de esp\u00edrito de pai e m\u00e3e. Os que n\u00e3o t\u00eam, esses simplesmente geram os filhos, est\u00e3o ali numa esp\u00e9cie de playground de criar filhos. Mas os que t\u00eam paternagem, eles v\u00e3o tentando encontrar e conseguem, ent\u00e3o nesse caso, essa fissura, esse vazio que se abriu \u00e9 reduzido e a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 compreendida. <\/p>\n\n\n\n
Os pais sabem que t\u00eam um problema em casa?<\/h2>\n\n\n\n
Eles n\u00e3o t\u00eam conhecimento, porque a gera\u00e7\u00e3o do quarto cognitivamente n\u00e3o tem problema com boletim escolar. Essa gera\u00e7\u00e3o chega na universidade. Essa causa-consequ\u00eancia que a gente confabulou e afirmou tantas vezes que, por exemplo, vai ter problemas na escola, no rendimento escolar, n\u00e3o \u00e9 um sinal, a gera\u00e7\u00e3o do quarto tem um boletim escolar azul,<\/strong> e os pais n\u00e3o percebem. Eles acham que faz parte da vida estar no quarto.<\/strong> Muitos me dizem isso, \u201cah mas meu filho est\u00e1 no quarto j\u00e1 h\u00e1 tanto tempo que nem me dava conta\u201d. Eles come\u00e7am a se dar conta quando a crian\u00e7a ou o adolescente come\u00e7a a se cortar, quando come\u00e7am a gritar em sil\u00eancio, a\u00ed os pais alertam, mas at\u00e9 ent\u00e3o, n\u00e3o. Chamam para jantar, quando conseguem, lembrando que pais contempor\u00e2neos vivem muito fora de casa, trabalham muito, com finalidade de dar um futuro para os filhos.  <\/p>\n\n\n\n
Ou seja, o esfor\u00e7o dos pais para garantir uma boa estrutura familiar acaba por distanci\u00e1-los dos filhos?<\/h2>\n\n\n\n
\u00c9 a alternativa que se deu para a fam\u00edlia. Num pa\u00eds de mais de 210 milh\u00f5es de pessoas, n\u00e3o \u00e9 todo mundo que para e reflete sobre o que \u00e9 ser uma fam\u00edlia. Para os que est\u00e3o abaixo da linha da mis\u00e9ria tem que pensar muito como se recupera. H\u00e1 uma quest\u00e3o importante: o fen\u00f4meno da gera\u00e7\u00e3o do quarto se d\u00e1 em todas as classes sociais, mas as estrat\u00e9gias trabalhadas mudam. Tem muitas pessoas que usam a gravidez, por exemplo, como forma de sair de uma situa\u00e7\u00e3o socioecon\u00f4mica. Engravidar pode ser uma esp\u00e9cie de promo\u00e7\u00e3o social, ou seja, o problema \u00e9 o mesmo, a dor ps\u00edquica \u00e9 a mesma, mas a maneira de lidar com ela \u00e9 diferente. <\/p>\n\n\n\n
Os jovens n\u00e3o se abrem com os pais, mas n\u00e3o se opuseram a falar com voc\u00ea?<\/h2>\n\n\n\n
Talvez o que favorece para um pesquisador como eu \u00e9 me dispor a escutar sem condenar, sem julgamento. Eu escuto para acolher e esse talvez seja um potencial que a gente possa ensinar aos pais e \u00e0s m\u00e3es, para que o filho diga o que pensa, o que acha, o que gosta e n\u00e3o gosta, se sinta confort\u00e1vel em ser diferente dos pais. Acho que as fam\u00edlias escutam julgando, comparando e sentenciando demais. As crian\u00e7as, ao contr\u00e1rio do que as pessoas pensam, s\u00e3o muito sens\u00edveis, muito cr\u00edticas, elas conseguem responder perguntas, falar sobre sentimentos com quem elas se sentem confort\u00e1veis. Al\u00e9m disso, uma das t\u00e9cnicas que utilizei, o question\u00e1rio online, me trouxe muitas respostas, porque tinha perguntas abertas. Alguns dos depoimentos que apresento no livro eu n\u00e3o ouvi, eu li. Quando n\u00e3o tenho que dizer meu nome, quem eu sou, de onde sou, qual minha idade, me sinto mais livre para falar, pedir ajuda. Foram esses depoimentos que me causaram impacto e me fizeram depois entrevistar o grupo menor por meio de rodas de conversa. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Qual o papel da escola nesse contexto?<\/h2>\n\n\n\n
Eu sou um profissional e defensor da escola, a escola para mim \u00e9 uma grande inven\u00e7\u00e3o social, cumpre papel de forma\u00e7\u00e3o, de complementaridade, sobretudo no campo do que chamamos de conhecimento cient\u00edfico. Ela tamb\u00e9m tem um papel social, porque trabalha com pessoas, organiza\u00e7\u00f5es, institui\u00e7\u00f5es, mas ela precisa ser revisitada e reformulada nos seus objetivos matriciais. A escola n\u00e3o pode querer exclusivamente formar do ponto vista cognitivo. Isso \u00e9 um equ\u00edvoco que se manifesta sobretudo nessas escolas, que insistem num modelo de concorr\u00eancia, competi\u00e7\u00e3o, ranqueamento, na nota como resposta \u00e0 aprendizagem. S\u00e3o escolas desconectadas com grandes problemas contempor\u00e2neos, como a sobreviv\u00eancia do Planeta Terra. Temos um planeta amea\u00e7ado de desertifica\u00e7\u00e3o, de aus\u00eancia de comida, amea\u00e7ado no campo dos povos origin\u00e1rios, ent\u00e3o essas s\u00e3o preocupa\u00e7\u00f5es que a escola deve ter. <\/p>\n\n\n\n
Outra preocupa\u00e7\u00e3o \u00e9 a diversidade, temos uma sociedade que se mostra violenta com as minorias, racista e mis\u00f3gina. As mulheres sofrem muito nessa sociedade. A escola n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 para discutir f\u00f3rmulas qu\u00edmicas, biol\u00f3gicas, equa\u00e7\u00f5es matem\u00e1ticas, sintaxe da l\u00edngua. <\/p>\n\n\n\n
A escola \u00e9 para ajudar a usar o conhecimento cient\u00edfico na melhoria da qualidade de vida das pessoas, da minha e dos outros. <\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Ent\u00e3o se ela n\u00e3o faz isso, se insiste na concorr\u00eancia, em colocar aqueles que s\u00e3o bons e n\u00e3o s\u00e3o bons, os que s\u00e3o inteligentes e os que n\u00e3o s\u00e3o inteligentes, e ela tem insistido, ela ajuda a adoecer. \u00c9 o que digo no livro. <\/p>\n\n\n\n
O que dizer aos pais e m\u00e3es da gera\u00e7\u00e3o do quarto?<\/h2>\n\n\n\n
Os filhos e as filhas v\u00e3o precisar muito mesmo dos pais. Tem dois cen\u00e1rios, um \u00e9 ajudar meu filho a n\u00e3o entrar no quarto e o outro \u00e9 ajudar o filho que j\u00e1 est\u00e1 no quarto. No livro eu falo de cinco pilares: cuidado, autoconhecimento, conviv\u00eancia, dialogicidade e amorosidade. Trabalhar a fam\u00edlia e a escola a partir dessas sustenta\u00e7\u00f5es \u00e9 preventivo, mas pode servir tamb\u00e9m para situa\u00e7\u00f5es de pessoas que j\u00e1 est\u00e3o adoecidas, neste caso, associado ao acompanhamento de um profissional da sa\u00fade mental - psic\u00f3logo, psiquiatra, psicanalista, a depender do caso.<\/p>\n\n\n\n
O pilar do cuidado<\/strong> trata sobre a import\u00e2ncia do cuidado consigo e do cuidado com o outro, o que implica tratar das quest\u00f5es relacionadas a respeito, compreens\u00e3o, conviv\u00eancia, uso abusivo de \u00e1lcool, relacionamentos abusivos, bullying, ciberbullying, uso excessivo de redes sociais digitais, entre outros aspectos.

O pilar do autoconhecimento<\/strong> trata sobre a biografia, a hist\u00f3ria de cada pessoa, a fam\u00edlia. Proponho um trabalho sobre ancestralidade, que a pessoa conhe\u00e7a sua hist\u00f3ria de vida, conhe\u00e7a seu pai, sua m\u00e3e, sua opini\u00e3o, seus gostos. Isso tem a ver com quem eu sou, do ponto de vista \u00e9tico, e vai me dar uma seguran\u00e7a para enfrentar aquilo que querem que eu seja. Eu sou isso, mas querem que eu seja aquilo. N\u00e3o escondo minhas fragilidades, sou amado, o que d\u00e1 seguran\u00e7a. N\u00e3o vou dizer para minha crian\u00e7a que a vida \u00e9 f\u00e1cil, um mar de rosas, que ela nunca vai encontrar desafios, mas vou ajud\u00e1-la e fortalec\u00ea-la para que ela possa enfrent\u00e1-los.<\/p>\n\n\n\n
No pilar da conviv\u00eancia<\/strong>, h\u00e1 uma rela\u00e7\u00e3o entre aprender a ser e aprender a conviver. Trato de situa\u00e7\u00f5es cotidianas que evocam reflex\u00f5es \u00e9ticas, morais e espirituais, para as quais a compaix\u00e3o, a empatia e a resili\u00eancia s\u00e3o habilidades necess\u00e1rias e essenciais. O exerc\u00edcio da dialogicidade<\/strong> \u00e9 realizado quando as pessoas aprendem a falar o que pensam e sentem, mas entendem que o que pensam e sentem n\u00e3o \u00e9 a \u00faltima palavra sobre a verdade. O pilar da amorosidade<\/strong> \u00e9 tratado com reflex\u00f5es e a\u00e7\u00f5es. As reflex\u00f5es geram as a\u00e7\u00f5es, e as a\u00e7\u00f5es n\u00e3o s\u00e3o realizadas de modo mec\u00e2nico. <\/p>\n\n\n\n
Os pais podem aprender com os filhos?<\/h2>\n\n\n\n
O livro n\u00e3o tem que ser uma pedra para atirar nos pais e na escola, tem que ser um acalanto. Eu acho que a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 t\u00e3o potente que nos possibilita reaprender a viver, tenho grande esperan\u00e7a na gera\u00e7\u00e3o do quarto, a mesma gera\u00e7\u00e3o que \u00e9 violenta me ensina novos modos de amor, n\u00e3o vejo a gera\u00e7\u00e3o como fracassada, que n\u00e3o deu certo, acho um absurdo dizer que \u00e9 uma gera\u00e7\u00e3o parasita, \"nem-nem\". Obviamente ela traz todas as mazelas, n\u00e3o foi a gera\u00e7\u00e3o do quarto que inventou o abuso do \u00e1lcool, a viol\u00eancia, esses foram c\u00f3digos sempre usados, mas a gera\u00e7\u00e3o do quarto est\u00e1 nos dando outras alternativas, como maior preocupa\u00e7\u00e3o sobre consumo, meio ambiente, empoderamento das meninas, orienta\u00e7\u00e3o \u00e0 quest\u00e3o de g\u00eanero. Essa gera\u00e7\u00e3o tem muita coisa a nos mostrar, n\u00e3o precisamos ter medo, podemos aprender com elas. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"A gera\u00e7\u00e3o do quarto: um retrato chocante da juventude brasileira","post_excerpt":"Ap\u00f3s ouvir mais de 3 mil crian\u00e7as e adolescentes que vivem experi\u00eancias traum\u00e1ticas em seus quartos, o pesquisador Hugo Monteiro Ferreira faz um alerta aos pais e \u00e0s escolas sobre a necessidade de mudar a forma de se relacionar com os jovens","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"a-geracao-do-quarto-o-retrato-chocante-da-juventude-brasileira","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-30 11:00:28","post_modified_gmt":"2022-08-30 14:00:28","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64515","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64369,"post_author":"4","post_date":"2022-08-23 10:54:43","post_date_gmt":"2022-08-23 13:54:43","post_content":"\n
De acordo com o Artigo 227<\/a> da Constitui\u00e7\u00e3o de 1988, as crian\u00e7as<\/a> devem ser prioridade absoluta em todas as decis\u00f5es, programas e pol\u00edticas p\u00fablicas<\/a>. Isso se torna mais relevante em ano de elei\u00e7\u00f5es, em que poderemos escolher, de forma democr\u00e1tica<\/a>, representantes<\/a> aos cargos de presidente da Rep\u00fablica, senadores, governadores, deputados federais e estaduais. <\/p>\n\n\n\n
O voto no Brasil \u00e9 obrigat\u00f3rio para todos aqueles acima de 18 anos, sendo facultativo para jovens com 16 e 17 anos, pessoas com mais de 70 anos e analfabetos. Crian\u00e7as e adolescentes<\/a> menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar<\/a>, mas isso n\u00e3o quer dizer que n\u00e3o devam estar inclu\u00eddos nos planos dos diferentes representantes pol\u00edticos. Muito pelo contr\u00e1rio.<\/p>\n\n\n\n
Diversos estudos j\u00e1 comprovaram que investir na primeira inf\u00e2ncia<\/a> \u00e9 a melhor maneira de reduzir desigualdades e construir uma sociedade com condi\u00e7\u00f5es sociais e ambientais sustent\u00e1veis.<\/p>\n\n\n\n
Cabe a n\u00f3s, adultos, escolher nas elei\u00e7\u00f5es candidatos que contemplem as crian\u00e7as em projetos e iniciativas diversas. Abaixo, veja 5 motivos que tornam urgente a valoriza\u00e7\u00e3o de projetos para a inf\u00e2ncia e juventude nas campanhas \u00e0s elei\u00e7\u00f5es de 2022. A lista \u00e9 do portal Lunetas, espa\u00e7o dedicado \u00e0 reflex\u00e3o sobre a inf\u00e2ncia, que recentemente lan\u00e7ou o especial \"Inf\u00e2ncias em foco: Quem vota pelas crian\u00e7as?\"<\/a>, um hub de informa\u00e7\u00e3o sobre pol\u00edtica e as inf\u00e2ncias. <\/p>\n\n\n\n
5 temas que envolvem as crian\u00e7as e que t\u00eam de estar previstos nas propostas dos candidatos \u00e0s elei\u00e7\u00f5es:<\/h2>\n\n\n\n
Fome<\/h3>\n\n\n\n
De acordo com um levantamento realizado pela Funda\u00e7\u00e3o Abrinq, cerca de 18,8 milh\u00f5es de meninos e meninas de at\u00e9 14 anos passam fome no Brasil. Essa inseguran\u00e7a alimentar traz preju\u00edzos grav\u00edssimos \u00e0s crian\u00e7as, afetando seu crescimento e o desenvolvimento f\u00edsico e cognitivo necess\u00e1rios para que consigam crescer de maneira saud\u00e1vel.<\/p>\n\n\n\n
Analfabetismo<\/h3>\n\n\n\n
H\u00e1 50 anos, a educa\u00e7\u00e3o infantil n\u00e3o era uma realidade no Brasil, no entanto, pol\u00edticas p\u00fablicas mudaram essa realidade. Ainda assim, nos \u00faltimos dois anos, o n\u00famero de crian\u00e7as de 6 e 7 anos que n\u00e3o sabem ler e escrever cresceu em 1 milh\u00e3o. Pensando no futuro e nos pr\u00f3ximos passos do Brasil relacionados \u00e0 educa\u00e7\u00e3o p\u00fablica, \u00e9 necess\u00e1rio eleger candidatos que queiram enfrentar as desigualdades sociais e lutar para que todas as crian\u00e7as e adolescentes tenham acesso \u00e0 educa\u00e7\u00e3o de qualidade.<\/p>\n\n\n\n
Trabalho Infantil<\/h3>\n\n\n\n
Atualmente, cerca de 2 milh\u00f5es de crian\u00e7as e adolescentes est\u00e3o em situa\u00e7\u00e3o de trabalho infantil no Brasil. Desse total, 66% s\u00e3o crian\u00e7as pretas ou pardas e 71% est\u00e3o na \u00e1rea urbana, de acordo com um levantamento divulgado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domic\u00edlios (PNAD Cont\u00ednua).<\/p>\n\n\n\n
Viol\u00eancia e explora\u00e7\u00e3o sexual<\/h3>\n\n\n\n
Entre 2016 e 2020, 35 mil crian\u00e7as e adolescentes, de 0 a 19 anos, foram mortos de forma violenta no Brasil e 180 mil sofreram viol\u00eancia sexual, segundo o Panorama da Viol\u00eancia Sexual contra crian\u00e7as e Adolescentes no Brasil, lan\u00e7ado pela Unicef e pelo F\u00f3rum Brasileiro de Seguran\u00e7a P\u00fablica (FBSP). Por isso, \u00e9 necess\u00e1rio eleger pessoas que tenham coragem para combater esse cen\u00e1rio e falar de assuntos como igualdade de g\u00eanero, empoderamento de meninas, viol\u00eancia sexual e femin\u00edcio.<\/p>\n\n\n\n
Moradia<\/h3>\n\n\n\n
Mais de 5 milh\u00f5es de pessoas ainda residem em domic\u00edlios sem banheiros ou sanit\u00e1rios de uso exclusivo e 9,7 milh\u00f5es vivem em condi\u00e7\u00f5es de adensamento excessivo, com mais de tr\u00eas moradores para cada dormit\u00f3rio. Este \u00e9 um assunto que n\u00e3o deve ser ignorado, j\u00e1 que todas as crian\u00e7as precisam de acesso \u00e0 moradia para viver com dignidade e poder se desenvolver em outras \u00e1reas, como lazer, educa\u00e7\u00e3o e sa\u00fade.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]  <\/p>\n","post_title":"5 motivos para priorizar as crian\u00e7as nas elei\u00e7\u00f5es de 2022","post_excerpt":"Crian\u00e7as e adolescentes menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar, mas s\u00e3o parcela importante da popula\u00e7\u00e3o e t\u00eam de estar contemplados nos projetos dos diferentes atores governamentais","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"5-motivos-para-priorizar-as-criancas-nas-eleicoes-de-2022","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-25 18:52:13","post_modified_gmt":"2022-08-25 21:52:13","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64369","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64334,"post_author":"4","post_date":"2022-08-22 15:14:51","post_date_gmt":"2022-08-22 18:14:51","post_content":"\n
O n\u00famero de crian\u00e7as e adolescente<\/a>s conectados \u00e0 internet cresceu nos \u00faltimos anos. Segundo o estudo TIC Kids Online Brasil 2021<\/a>, rec\u00e9m-divulgado, 93% ou 22,3 milh\u00f5es das crian\u00e7as e dos adolescentes<\/a> no pa\u00eds acessaram a web<\/a> em 2021, sendo que em 2019 esse percentual era de 89%. O crescimento foi impulsionado principalmente pela maior propor\u00e7\u00e3o de usu\u00e1rios na regi\u00e3o Nordeste e nas \u00e1reas rurais. <\/p>\n\n\n\n
O uso de redes sociais <\/a>pelas crian\u00e7as tamb\u00e9m tem se elevado, sendo a plataforma Tik Tok<\/a> a mais utilizada (34%), seguida pelo Instagram (33%). No Facebook, houve queda no uso de 66% para 51% no per\u00edodo citado. J\u00e1 o WhatsApp segue como a plataforma em que crian\u00e7as e adolescentes mais possuem perfil (foi de 70% em 2018 para 80% em 2021), e \u00e9 a mais difundida entre todos os estratos sociais.<\/p>\n\n\n\n
A pesquisa, conduzida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informa\u00e7\u00e3o (Cetic.br) do N\u00facleo de Informa\u00e7\u00e3o e Coordena\u00e7\u00e3o do Ponto BR (NIC.br), entrevistou 2.651 crian\u00e7as e adolescentes com idades entre 9 e 17 anos, bem como seus pais ou respons\u00e1veis, em todo o territ\u00f3rio nacional. As entrevistas aconteceram entre outubro de 2021 e mar\u00e7o de 2022, com a finalidade de investigar oportunidades e riscos relacionados \u00e0 participa\u00e7\u00e3o online desse p\u00fablico. <\/p>\n\n\n\n
Segundo o levantamento, as crian\u00e7as tamb\u00e9m est\u00e3o passando mais tempo em jogos online - seja conectadas com outros jogadores (de 57% para 66%, entre 2021 e 2019) ou n\u00e3o conectadas a eles (de 55% para 64%) -, e fazendo mais compras no ambiente digital - cresceu de 9% para 19% no mesmo per\u00edodo. <\/p>\n\n\n\n
\"Plataformas de cria\u00e7\u00e3o e compartilhamento de conte\u00fado audiovisual est\u00e3o entre as mais utilizadas por crian\u00e7as e adolescentes. Nesse contexto, a qualidade da conex\u00e3o \u00e0 Internet e dos dispositivos digitais utilizados para o acesso \u00e0 rede passam a ser determinantes para o melhor aproveitamento de oportunidades online. \u00c9 central, portanto, garantir condi\u00e7\u00f5es equitativas de conectividade para crian\u00e7as e adolescentes em diferentes contextos socioecon\u00f4micos\", aponta Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br. <\/p>\n\n\n\n
A pesquisa TIC Kids Online <\/a>detectou, ainda, que o telefone celular segue como o principal meio de conex\u00e3o \u00e0 rede nos diferentes extratos sociais. Para 53%, o celular foi o \u00fanico dispositivo usado, realidade que se verificou mais presente nas classes DE (78%) e C (52%) do que nas classes AB (18%). <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Acesso a propagandas<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
Entre as atividades multim\u00eddia, as mais acessadas pelas crian\u00e7as s\u00e3o ouvir m\u00fasica (80%), assistir a v\u00eddeos, programas, filmes ou s\u00e9ries (84%), S\u00edtios de v\u00eddeos (67%) e redes sociais (61%) est\u00e3o entre as principais plataformas em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios de internet declaram ter visto propaganda de produtos ou marcas. Pessoas ensinando como usar algum produto (62%) e abrindo embalagens -- o chamado unboxing<\/em><\/strong> - (61%) foram os principais conte\u00fados de imagem ou v\u00eddeo em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios da rede tiveram contato com divulga\u00e7\u00e3o de produtos ou marcas. Entre as principais categorias de produtos ou marcas vistas no ambiente online<\/em> est\u00e3o: <\/p>\n\n\n\n
Equipamentos eletr\u00f4nicos (60%); <\/li>
Roupas e sapatos (60%); <\/li>
Comidas, bebidas ou doces (57%); <\/li>
Videogames ou jogos (46%); <\/li>
Maquiagem e outros produtos de beleza (46%).\u00a0<\/li><\/ul>\n\n\n\nBusca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e bem-estar<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa tamb\u00e9m constatou que 32% dos jovens entre 11 e 17 anos procuram ajuda para lidar com algo ruim que vivenciaram<\/strong>, ou para falar sobre suas emo\u00e7\u00f5es<\/strong> quando se sentiram tristes. <\/p>\n\n\n\n
Entre os temas mais procurados relacionados \u00e0 sa\u00fade est\u00e3o:<\/p>\n\n\n\n
Informa\u00e7\u00f5es sobre alimenta\u00e7\u00e3o (55%);
Preven\u00e7\u00e3o e tratamento de doen\u00e7as (38%);
Exerc\u00edcios e meios para ficar em forma (36%);
Informa\u00e7\u00f5es sobre medicamentos (22%);<\/li>
Discuss\u00f5es sobre sa\u00fade sexual e educa\u00e7\u00e3o sexual (21%).<\/li><\/ul>\n\n\n\n
\"A pesquisa busca levantar evid\u00eancias que contribuam para a promo\u00e7\u00e3o de direitos e do bem-estar de crian\u00e7as e adolescentes. Desse modo, para al\u00e9m das atividades presentes na s\u00e9rie hist\u00f3rica da pesquisa, o uso da rede na busca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e apoio emocional passou a ser um tema relevante de investiga\u00e7\u00e3o\", sinaliza Barbosa.<\/p>\n\n\n\n
\"Pesquisas como a TIC Kids Online Brasil s\u00e3o de extrema relev\u00e2ncia para entendermos o cen\u00e1rio atual e fortalecermos o letramento e inclus\u00e3o digital dos mais jovens, com mais seguran\u00e7a e qualidade, quest\u00f5es intr\u00ednsecas ao trabalho realizado pelo Comit\u00ea Gestor da Internet no Brasil\", pondera Jos\u00e9 Gontijo, coordenador do CGI.br.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"] <\/p>\n","post_title":"93% dos jovens entre 9 e 17 anos usam a internet no pa\u00eds, revela pesquisa","post_excerpt":"Pesquisa TIC Kids Online Brasil 2021 tamb\u00e9m mostrou que a TikTok \u00e9 a principal rede social utilizada por crian\u00e7as e adolescentes","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"93-dos-jovens-entre-9-e-17-anos-usam-a-internet-revela-pesquisa-tic-kids-online-2021","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-23 11:24:47","post_modified_gmt":"2022-08-23 14:24:47","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64334","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"}],"next":false,"prev":true,"total_page":12},"paged":1,"column_class":"jeg_col_2o3","class":"epic_block_3"};

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A pesquisa foi feita entre 2017 e 2019, com alunos de escolas p\u00fablicas e privadas de cinco capitais brasileiras \u2014 Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Macei\u00f3 e Natal. Inicialmente, foi aplicado um question\u00e1rio online para 3.115 crian\u00e7as e adolescentes, e a partir das respostas foi feito um recorte com 238 jovens, dos quais a grande maioria, 70%, s\u00e3o de escolas privadas, e fazem parte da classe m\u00e9dia e classe m\u00e9dia alta. Os resultados mostraram que 75% dos 3.115 alunos est\u00e3o com a sa\u00fade mental abalada, embora nem todos apresentem sintomatologia psicopatol\u00f3gica. N\u00e3o publiquei nenhum artigo sobre o estudo porque desde o in\u00edcio tive a inten\u00e7\u00e3o de fazer um livro, que ficou pronto em 2020. De l\u00e1 para c\u00e1, a obra passou por revis\u00f5es, sendo publicada agora, em 2022. Ressalto que a gera\u00e7\u00e3o do quarto n\u00e3o foi criada na pandemia, mas sofreu na pandemia duas vezes mais pela situa\u00e7\u00e3o de vulnerabilidade em que se encontrava. <\/p>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 um retrato da juventude brasileira? <\/h2>\n\n\n\n
Eu fiz um recorte, mas todas as pessoas que mantiveram contato comigo e n\u00e3o estiveram no recorte da pesquisa se identificaram com ela. Tenho retornos de professores e professoras que me diziam: \"olha isso que voc\u00ea disse acontece exatamente assim na minha escola\". As pessoas se identificam porque tem uma verossimilhan\u00e7a. Muitas dizem: \"ah, tenho um filho, uma filha, que tamb\u00e9m est\u00e1 no quarto\". Se voc\u00ea for em qualquer escola, infelizmente ir\u00e1 encontrar algo semelhante.<\/p>\n\n\n\n
Como entender os problemas que essa gera\u00e7\u00e3o enfrenta, quais s\u00e3o suas origens?<\/h2>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 forjada, criada dentro de casa, \u00e9 a fam\u00edlia quem cria essa gera\u00e7\u00e3o, n\u00e3o \u00e9 a escola, a escola ajuda a manter, a fazer a manuten\u00e7\u00e3o do sofrimento, mas a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 produto de uma fam\u00edlia no quarto tamb\u00e9m, uma fam\u00edlia isolada, adoecida, de pouco di\u00e1logo, violenta. A viol\u00eancia num sentido amplo, n\u00e3o s\u00f3 f\u00edsica, psicol\u00f3gica, mas uma viol\u00eancia simb\u00f3lica, h\u00e1 muito movimento de viol\u00eancia dentro dessas casas. A viol\u00eancia simb\u00f3lica se expressa nas nuances, na organiza\u00e7\u00e3o, no establishment<\/em>, c\u00f3digos de comportamentos. Por exemplo, entrevistei meninos de 15, 16 anos, que eram gays, e na casa havia uma esp\u00e9cie de heteronormatividade, n\u00e3o era dito isso, mas havia a heteronormatividade como conduta, regra. \u00c9 isso que temos visto dentro dessas fam\u00edlias, s\u00e3o fam\u00edlias um tanto quanto provocativas e provocadoras dessa viol\u00eancia simb\u00f3lica. <\/p>\n\n\n\n
\u00c9 uma situa\u00e7\u00e3o muito preocupante, n\u00e3o? <\/h2>\n\n\n\n
A experi\u00eancia do quarto \u00e9 terr\u00edvel, porque n\u00e3o \u00e9 uma esp\u00e9cie de ref\u00fagio para aquietar mente, \u00e9 uma experi\u00eancia de ansiedade da mente, uma mente com probabilidades das mais diversas. <\/p>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 violentada, ela tamb\u00e9m vai violentar. \u00c9 importante observar isso. <\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Eu me preocupo muito porque parece que a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 meio que uma matriz de pequenos e pequenas curingas, do personagem do Batman. N\u00f3s estamos formando gera\u00e7\u00f5es violentas, e essa viol\u00eancia pode ser contra si, os \u00edndices de suic\u00eddio na adolesc\u00eancia n\u00e3o s\u00e3o m\u00ednimos. No Brasil, infelizmente, desde 2016, que eles aumentam, mas n\u00f3s tamb\u00e9m temos criado pessoas, em pa\u00edses como os Estados Unidos, que quando t\u00eam acesso a armas, criam e organizam massacres como esses que vimos nas escolas americanas. O perfil e a biografia desses adolescentes se assemelha \u00e0 gera\u00e7\u00e3o do quarto. \u00c9 preocupante, porque n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 o adoecimento ps\u00edquico, mas \u00e9 a produ\u00e7\u00e3o de uma comunidade psiquicamente adoecida, que tem na viol\u00eancia a gram\u00e1tica da sua sintaxe comunicacional, ou seja, a socializa\u00e7\u00e3o \u00e9 violenta.<\/p>\n\n\n\n
Muitas vezes, \u00e9 poss\u00edvel que voc\u00ea tenha pessoas que acham que s\u00e3o excelentes m\u00e3es e pais, mas que imprimem uma norma, uma conduta, um modelo que impede que o outro seja o que pode ser. Vi muito isso, adolescentes dizendo \u201ceu n\u00e3o consigo, para minha m\u00e3e nem para o meu pai, ser o que realmente sou, o que realmente gosto, tenho que mentir, me fazer ser o que n\u00e3o sou, criar um perfil falso\u201d. A viol\u00eancia simb\u00f3lica est\u00e1 muito nesse campo, no religioso, al\u00e9m da viol\u00eancia f\u00edsica e psicol\u00f3gica.<\/p>\n\n\n\n
<\/p>\n\n\n\n
H\u00e1 caracter\u00edsticas em comum entre os pais dessa gera\u00e7\u00e3o?<\/h2>\n\n\n\n
S\u00e3o pessoas que aprenderam com os modelos anteriores como devem proceder, como educar e como deve ser a rela\u00e7\u00e3o entre pais e filhos, e eles terminam agindo em nome desse bem-estar. Eles querem o bem dos filhos, n\u00e3o desejam o mal, mas \u00e9 um bem meio que projetado, n\u00e3o \u00e9 um bem presente, \u00e9 o bem do amanh\u00e3. Eu quero que meu filho esteja bem, mas para isso ele precisa seguir uma regra, uma norma, uma conduta, um padr\u00e3o, uma organiza\u00e7\u00e3o. Se ele n\u00e3o segue, eu n\u00e3o consigo ser m\u00e3e, pai dele, n\u00e3o consigo estabelecer uma rela\u00e7\u00e3o afetiva, de di\u00e1logo, e come\u00e7o a entrar em conflito.<\/p>\n\n\n\n
S\u00e3o pais que rejeitam os filhos? <\/h2>\n\n\n\n
Essa gera\u00e7\u00e3o mostra que os pais, se n\u00e3o h\u00e1 um modelo estabelecido, eles n\u00e3o se disp\u00f5em a aprender com o que eles veem na realidade, \u00e9 quase que um filho abstrato. Quando o filho real come\u00e7a a emergir e mostrar suas caracter\u00edsticas, os pais come\u00e7am a estranhar aquilo e n\u00e3o entram em processo de di\u00e1logo, se afastam. \u00c9 esse afastamento, esse vazio, que cria a gera\u00e7\u00e3o do quarto. Por isso afirmo que \u00e9 na matriz familiar que a gera\u00e7\u00e3o \u00e9 gerada, quer dizer, os pais n\u00e3o conseguem observar, de modo geral, a emerg\u00eancia dos humanos que eles mesmos criaram. Eles t\u00eam o humano projetado, \u00e9 quase um molde de um humano. Quando vem uma orienta\u00e7\u00e3o sexual ou um g\u00eanero que n\u00e3o \u00e9 norma, causa um impacto. <\/p>\n\n\n\n
Claro que \u00e9 menos impactante quando o filho diz que n\u00e3o quer ser m\u00e9dico, mas sim ator, pode haver resist\u00eancia mas n\u00e3o t\u00e3o intensa como quando voc\u00ea diz que \u00e9 gay, isso causa um embara\u00e7o. Mas n\u00e3o gosto de condenar os pais e as m\u00e3es, porque acho que eles est\u00e3o envolvidos nesse processo, eles querem acertar, ao menos, os que t\u00eam paternagem e maternagem, que chamo de esp\u00edrito de pai e m\u00e3e. Os que n\u00e3o t\u00eam, esses simplesmente geram os filhos, est\u00e3o ali numa esp\u00e9cie de playground de criar filhos. Mas os que t\u00eam paternagem, eles v\u00e3o tentando encontrar e conseguem, ent\u00e3o nesse caso, essa fissura, esse vazio que se abriu \u00e9 reduzido e a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 compreendida. <\/p>\n\n\n\n
Os pais sabem que t\u00eam um problema em casa?<\/h2>\n\n\n\n
Eles n\u00e3o t\u00eam conhecimento, porque a gera\u00e7\u00e3o do quarto cognitivamente n\u00e3o tem problema com boletim escolar. Essa gera\u00e7\u00e3o chega na universidade. Essa causa-consequ\u00eancia que a gente confabulou e afirmou tantas vezes que, por exemplo, vai ter problemas na escola, no rendimento escolar, n\u00e3o \u00e9 um sinal, a gera\u00e7\u00e3o do quarto tem um boletim escolar azul,<\/strong> e os pais n\u00e3o percebem. Eles acham que faz parte da vida estar no quarto.<\/strong> Muitos me dizem isso, \u201cah mas meu filho est\u00e1 no quarto j\u00e1 h\u00e1 tanto tempo que nem me dava conta\u201d. Eles come\u00e7am a se dar conta quando a crian\u00e7a ou o adolescente come\u00e7a a se cortar, quando come\u00e7am a gritar em sil\u00eancio, a\u00ed os pais alertam, mas at\u00e9 ent\u00e3o, n\u00e3o. Chamam para jantar, quando conseguem, lembrando que pais contempor\u00e2neos vivem muito fora de casa, trabalham muito, com finalidade de dar um futuro para os filhos.  <\/p>\n\n\n\n
Ou seja, o esfor\u00e7o dos pais para garantir uma boa estrutura familiar acaba por distanci\u00e1-los dos filhos?<\/h2>\n\n\n\n
\u00c9 a alternativa que se deu para a fam\u00edlia. Num pa\u00eds de mais de 210 milh\u00f5es de pessoas, n\u00e3o \u00e9 todo mundo que para e reflete sobre o que \u00e9 ser uma fam\u00edlia. Para os que est\u00e3o abaixo da linha da mis\u00e9ria tem que pensar muito como se recupera. H\u00e1 uma quest\u00e3o importante: o fen\u00f4meno da gera\u00e7\u00e3o do quarto se d\u00e1 em todas as classes sociais, mas as estrat\u00e9gias trabalhadas mudam. Tem muitas pessoas que usam a gravidez, por exemplo, como forma de sair de uma situa\u00e7\u00e3o socioecon\u00f4mica. Engravidar pode ser uma esp\u00e9cie de promo\u00e7\u00e3o social, ou seja, o problema \u00e9 o mesmo, a dor ps\u00edquica \u00e9 a mesma, mas a maneira de lidar com ela \u00e9 diferente. <\/p>\n\n\n\n
Os jovens n\u00e3o se abrem com os pais, mas n\u00e3o se opuseram a falar com voc\u00ea?<\/h2>\n\n\n\n
Talvez o que favorece para um pesquisador como eu \u00e9 me dispor a escutar sem condenar, sem julgamento. Eu escuto para acolher e esse talvez seja um potencial que a gente possa ensinar aos pais e \u00e0s m\u00e3es, para que o filho diga o que pensa, o que acha, o que gosta e n\u00e3o gosta, se sinta confort\u00e1vel em ser diferente dos pais. Acho que as fam\u00edlias escutam julgando, comparando e sentenciando demais. As crian\u00e7as, ao contr\u00e1rio do que as pessoas pensam, s\u00e3o muito sens\u00edveis, muito cr\u00edticas, elas conseguem responder perguntas, falar sobre sentimentos com quem elas se sentem confort\u00e1veis. Al\u00e9m disso, uma das t\u00e9cnicas que utilizei, o question\u00e1rio online, me trouxe muitas respostas, porque tinha perguntas abertas. Alguns dos depoimentos que apresento no livro eu n\u00e3o ouvi, eu li. Quando n\u00e3o tenho que dizer meu nome, quem eu sou, de onde sou, qual minha idade, me sinto mais livre para falar, pedir ajuda. Foram esses depoimentos que me causaram impacto e me fizeram depois entrevistar o grupo menor por meio de rodas de conversa. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Qual o papel da escola nesse contexto?<\/h2>\n\n\n\n
Eu sou um profissional e defensor da escola, a escola para mim \u00e9 uma grande inven\u00e7\u00e3o social, cumpre papel de forma\u00e7\u00e3o, de complementaridade, sobretudo no campo do que chamamos de conhecimento cient\u00edfico. Ela tamb\u00e9m tem um papel social, porque trabalha com pessoas, organiza\u00e7\u00f5es, institui\u00e7\u00f5es, mas ela precisa ser revisitada e reformulada nos seus objetivos matriciais. A escola n\u00e3o pode querer exclusivamente formar do ponto vista cognitivo. Isso \u00e9 um equ\u00edvoco que se manifesta sobretudo nessas escolas, que insistem num modelo de concorr\u00eancia, competi\u00e7\u00e3o, ranqueamento, na nota como resposta \u00e0 aprendizagem. S\u00e3o escolas desconectadas com grandes problemas contempor\u00e2neos, como a sobreviv\u00eancia do Planeta Terra. Temos um planeta amea\u00e7ado de desertifica\u00e7\u00e3o, de aus\u00eancia de comida, amea\u00e7ado no campo dos povos origin\u00e1rios, ent\u00e3o essas s\u00e3o preocupa\u00e7\u00f5es que a escola deve ter. <\/p>\n\n\n\n
Outra preocupa\u00e7\u00e3o \u00e9 a diversidade, temos uma sociedade que se mostra violenta com as minorias, racista e mis\u00f3gina. As mulheres sofrem muito nessa sociedade. A escola n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 para discutir f\u00f3rmulas qu\u00edmicas, biol\u00f3gicas, equa\u00e7\u00f5es matem\u00e1ticas, sintaxe da l\u00edngua. <\/p>\n\n\n\n
A escola \u00e9 para ajudar a usar o conhecimento cient\u00edfico na melhoria da qualidade de vida das pessoas, da minha e dos outros. <\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Ent\u00e3o se ela n\u00e3o faz isso, se insiste na concorr\u00eancia, em colocar aqueles que s\u00e3o bons e n\u00e3o s\u00e3o bons, os que s\u00e3o inteligentes e os que n\u00e3o s\u00e3o inteligentes, e ela tem insistido, ela ajuda a adoecer. \u00c9 o que digo no livro. <\/p>\n\n\n\n
O que dizer aos pais e m\u00e3es da gera\u00e7\u00e3o do quarto?<\/h2>\n\n\n\n
Os filhos e as filhas v\u00e3o precisar muito mesmo dos pais. Tem dois cen\u00e1rios, um \u00e9 ajudar meu filho a n\u00e3o entrar no quarto e o outro \u00e9 ajudar o filho que j\u00e1 est\u00e1 no quarto. No livro eu falo de cinco pilares: cuidado, autoconhecimento, conviv\u00eancia, dialogicidade e amorosidade. Trabalhar a fam\u00edlia e a escola a partir dessas sustenta\u00e7\u00f5es \u00e9 preventivo, mas pode servir tamb\u00e9m para situa\u00e7\u00f5es de pessoas que j\u00e1 est\u00e3o adoecidas, neste caso, associado ao acompanhamento de um profissional da sa\u00fade mental - psic\u00f3logo, psiquiatra, psicanalista, a depender do caso.<\/p>\n\n\n\n
O pilar do cuidado<\/strong> trata sobre a import\u00e2ncia do cuidado consigo e do cuidado com o outro, o que implica tratar das quest\u00f5es relacionadas a respeito, compreens\u00e3o, conviv\u00eancia, uso abusivo de \u00e1lcool, relacionamentos abusivos, bullying, ciberbullying, uso excessivo de redes sociais digitais, entre outros aspectos.

O pilar do autoconhecimento<\/strong> trata sobre a biografia, a hist\u00f3ria de cada pessoa, a fam\u00edlia. Proponho um trabalho sobre ancestralidade, que a pessoa conhe\u00e7a sua hist\u00f3ria de vida, conhe\u00e7a seu pai, sua m\u00e3e, sua opini\u00e3o, seus gostos. Isso tem a ver com quem eu sou, do ponto de vista \u00e9tico, e vai me dar uma seguran\u00e7a para enfrentar aquilo que querem que eu seja. Eu sou isso, mas querem que eu seja aquilo. N\u00e3o escondo minhas fragilidades, sou amado, o que d\u00e1 seguran\u00e7a. N\u00e3o vou dizer para minha crian\u00e7a que a vida \u00e9 f\u00e1cil, um mar de rosas, que ela nunca vai encontrar desafios, mas vou ajud\u00e1-la e fortalec\u00ea-la para que ela possa enfrent\u00e1-los.<\/p>\n\n\n\n
No pilar da conviv\u00eancia<\/strong>, h\u00e1 uma rela\u00e7\u00e3o entre aprender a ser e aprender a conviver. Trato de situa\u00e7\u00f5es cotidianas que evocam reflex\u00f5es \u00e9ticas, morais e espirituais, para as quais a compaix\u00e3o, a empatia e a resili\u00eancia s\u00e3o habilidades necess\u00e1rias e essenciais. O exerc\u00edcio da dialogicidade<\/strong> \u00e9 realizado quando as pessoas aprendem a falar o que pensam e sentem, mas entendem que o que pensam e sentem n\u00e3o \u00e9 a \u00faltima palavra sobre a verdade. O pilar da amorosidade<\/strong> \u00e9 tratado com reflex\u00f5es e a\u00e7\u00f5es. As reflex\u00f5es geram as a\u00e7\u00f5es, e as a\u00e7\u00f5es n\u00e3o s\u00e3o realizadas de modo mec\u00e2nico. <\/p>\n\n\n\n
Os pais podem aprender com os filhos?<\/h2>\n\n\n\n
O livro n\u00e3o tem que ser uma pedra para atirar nos pais e na escola, tem que ser um acalanto. Eu acho que a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 t\u00e3o potente que nos possibilita reaprender a viver, tenho grande esperan\u00e7a na gera\u00e7\u00e3o do quarto, a mesma gera\u00e7\u00e3o que \u00e9 violenta me ensina novos modos de amor, n\u00e3o vejo a gera\u00e7\u00e3o como fracassada, que n\u00e3o deu certo, acho um absurdo dizer que \u00e9 uma gera\u00e7\u00e3o parasita, \"nem-nem\". Obviamente ela traz todas as mazelas, n\u00e3o foi a gera\u00e7\u00e3o do quarto que inventou o abuso do \u00e1lcool, a viol\u00eancia, esses foram c\u00f3digos sempre usados, mas a gera\u00e7\u00e3o do quarto est\u00e1 nos dando outras alternativas, como maior preocupa\u00e7\u00e3o sobre consumo, meio ambiente, empoderamento das meninas, orienta\u00e7\u00e3o \u00e0 quest\u00e3o de g\u00eanero. Essa gera\u00e7\u00e3o tem muita coisa a nos mostrar, n\u00e3o precisamos ter medo, podemos aprender com elas. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"A gera\u00e7\u00e3o do quarto: um retrato chocante da juventude brasileira","post_excerpt":"Ap\u00f3s ouvir mais de 3 mil crian\u00e7as e adolescentes que vivem experi\u00eancias traum\u00e1ticas em seus quartos, o pesquisador Hugo Monteiro Ferreira faz um alerta aos pais e \u00e0s escolas sobre a necessidade de mudar a forma de se relacionar com os jovens","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"a-geracao-do-quarto-o-retrato-chocante-da-juventude-brasileira","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-30 11:00:28","post_modified_gmt":"2022-08-30 14:00:28","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64515","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64369,"post_author":"4","post_date":"2022-08-23 10:54:43","post_date_gmt":"2022-08-23 13:54:43","post_content":"\n
De acordo com o Artigo 227<\/a> da Constitui\u00e7\u00e3o de 1988, as crian\u00e7as<\/a> devem ser prioridade absoluta em todas as decis\u00f5es, programas e pol\u00edticas p\u00fablicas<\/a>. Isso se torna mais relevante em ano de elei\u00e7\u00f5es, em que poderemos escolher, de forma democr\u00e1tica<\/a>, representantes<\/a> aos cargos de presidente da Rep\u00fablica, senadores, governadores, deputados federais e estaduais. <\/p>\n\n\n\n
O voto no Brasil \u00e9 obrigat\u00f3rio para todos aqueles acima de 18 anos, sendo facultativo para jovens com 16 e 17 anos, pessoas com mais de 70 anos e analfabetos. Crian\u00e7as e adolescentes<\/a> menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar<\/a>, mas isso n\u00e3o quer dizer que n\u00e3o devam estar inclu\u00eddos nos planos dos diferentes representantes pol\u00edticos. Muito pelo contr\u00e1rio.<\/p>\n\n\n\n
Diversos estudos j\u00e1 comprovaram que investir na primeira inf\u00e2ncia<\/a> \u00e9 a melhor maneira de reduzir desigualdades e construir uma sociedade com condi\u00e7\u00f5es sociais e ambientais sustent\u00e1veis.<\/p>\n\n\n\n
Cabe a n\u00f3s, adultos, escolher nas elei\u00e7\u00f5es candidatos que contemplem as crian\u00e7as em projetos e iniciativas diversas. Abaixo, veja 5 motivos que tornam urgente a valoriza\u00e7\u00e3o de projetos para a inf\u00e2ncia e juventude nas campanhas \u00e0s elei\u00e7\u00f5es de 2022. A lista \u00e9 do portal Lunetas, espa\u00e7o dedicado \u00e0 reflex\u00e3o sobre a inf\u00e2ncia, que recentemente lan\u00e7ou o especial \"Inf\u00e2ncias em foco: Quem vota pelas crian\u00e7as?\"<\/a>, um hub de informa\u00e7\u00e3o sobre pol\u00edtica e as inf\u00e2ncias. <\/p>\n\n\n\n
5 temas que envolvem as crian\u00e7as e que t\u00eam de estar previstos nas propostas dos candidatos \u00e0s elei\u00e7\u00f5es:<\/h2>\n\n\n\n
Fome<\/h3>\n\n\n\n
De acordo com um levantamento realizado pela Funda\u00e7\u00e3o Abrinq, cerca de 18,8 milh\u00f5es de meninos e meninas de at\u00e9 14 anos passam fome no Brasil. Essa inseguran\u00e7a alimentar traz preju\u00edzos grav\u00edssimos \u00e0s crian\u00e7as, afetando seu crescimento e o desenvolvimento f\u00edsico e cognitivo necess\u00e1rios para que consigam crescer de maneira saud\u00e1vel.<\/p>\n\n\n\n
Analfabetismo<\/h3>\n\n\n\n
H\u00e1 50 anos, a educa\u00e7\u00e3o infantil n\u00e3o era uma realidade no Brasil, no entanto, pol\u00edticas p\u00fablicas mudaram essa realidade. Ainda assim, nos \u00faltimos dois anos, o n\u00famero de crian\u00e7as de 6 e 7 anos que n\u00e3o sabem ler e escrever cresceu em 1 milh\u00e3o. Pensando no futuro e nos pr\u00f3ximos passos do Brasil relacionados \u00e0 educa\u00e7\u00e3o p\u00fablica, \u00e9 necess\u00e1rio eleger candidatos que queiram enfrentar as desigualdades sociais e lutar para que todas as crian\u00e7as e adolescentes tenham acesso \u00e0 educa\u00e7\u00e3o de qualidade.<\/p>\n\n\n\n
Trabalho Infantil<\/h3>\n\n\n\n
Atualmente, cerca de 2 milh\u00f5es de crian\u00e7as e adolescentes est\u00e3o em situa\u00e7\u00e3o de trabalho infantil no Brasil. Desse total, 66% s\u00e3o crian\u00e7as pretas ou pardas e 71% est\u00e3o na \u00e1rea urbana, de acordo com um levantamento divulgado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domic\u00edlios (PNAD Cont\u00ednua).<\/p>\n\n\n\n
Viol\u00eancia e explora\u00e7\u00e3o sexual<\/h3>\n\n\n\n
Entre 2016 e 2020, 35 mil crian\u00e7as e adolescentes, de 0 a 19 anos, foram mortos de forma violenta no Brasil e 180 mil sofreram viol\u00eancia sexual, segundo o Panorama da Viol\u00eancia Sexual contra crian\u00e7as e Adolescentes no Brasil, lan\u00e7ado pela Unicef e pelo F\u00f3rum Brasileiro de Seguran\u00e7a P\u00fablica (FBSP). Por isso, \u00e9 necess\u00e1rio eleger pessoas que tenham coragem para combater esse cen\u00e1rio e falar de assuntos como igualdade de g\u00eanero, empoderamento de meninas, viol\u00eancia sexual e femin\u00edcio.<\/p>\n\n\n\n
Moradia<\/h3>\n\n\n\n
Mais de 5 milh\u00f5es de pessoas ainda residem em domic\u00edlios sem banheiros ou sanit\u00e1rios de uso exclusivo e 9,7 milh\u00f5es vivem em condi\u00e7\u00f5es de adensamento excessivo, com mais de tr\u00eas moradores para cada dormit\u00f3rio. Este \u00e9 um assunto que n\u00e3o deve ser ignorado, j\u00e1 que todas as crian\u00e7as precisam de acesso \u00e0 moradia para viver com dignidade e poder se desenvolver em outras \u00e1reas, como lazer, educa\u00e7\u00e3o e sa\u00fade.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]  <\/p>\n","post_title":"5 motivos para priorizar as crian\u00e7as nas elei\u00e7\u00f5es de 2022","post_excerpt":"Crian\u00e7as e adolescentes menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar, mas s\u00e3o parcela importante da popula\u00e7\u00e3o e t\u00eam de estar contemplados nos projetos dos diferentes atores governamentais","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"5-motivos-para-priorizar-as-criancas-nas-eleicoes-de-2022","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-25 18:52:13","post_modified_gmt":"2022-08-25 21:52:13","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64369","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64334,"post_author":"4","post_date":"2022-08-22 15:14:51","post_date_gmt":"2022-08-22 18:14:51","post_content":"\n
O n\u00famero de crian\u00e7as e adolescente<\/a>s conectados \u00e0 internet cresceu nos \u00faltimos anos. Segundo o estudo TIC Kids Online Brasil 2021<\/a>, rec\u00e9m-divulgado, 93% ou 22,3 milh\u00f5es das crian\u00e7as e dos adolescentes<\/a> no pa\u00eds acessaram a web<\/a> em 2021, sendo que em 2019 esse percentual era de 89%. O crescimento foi impulsionado principalmente pela maior propor\u00e7\u00e3o de usu\u00e1rios na regi\u00e3o Nordeste e nas \u00e1reas rurais. <\/p>\n\n\n\n
O uso de redes sociais <\/a>pelas crian\u00e7as tamb\u00e9m tem se elevado, sendo a plataforma Tik Tok<\/a> a mais utilizada (34%), seguida pelo Instagram (33%). No Facebook, houve queda no uso de 66% para 51% no per\u00edodo citado. J\u00e1 o WhatsApp segue como a plataforma em que crian\u00e7as e adolescentes mais possuem perfil (foi de 70% em 2018 para 80% em 2021), e \u00e9 a mais difundida entre todos os estratos sociais.<\/p>\n\n\n\n
A pesquisa, conduzida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informa\u00e7\u00e3o (Cetic.br) do N\u00facleo de Informa\u00e7\u00e3o e Coordena\u00e7\u00e3o do Ponto BR (NIC.br), entrevistou 2.651 crian\u00e7as e adolescentes com idades entre 9 e 17 anos, bem como seus pais ou respons\u00e1veis, em todo o territ\u00f3rio nacional. As entrevistas aconteceram entre outubro de 2021 e mar\u00e7o de 2022, com a finalidade de investigar oportunidades e riscos relacionados \u00e0 participa\u00e7\u00e3o online desse p\u00fablico. <\/p>\n\n\n\n
Segundo o levantamento, as crian\u00e7as tamb\u00e9m est\u00e3o passando mais tempo em jogos online - seja conectadas com outros jogadores (de 57% para 66%, entre 2021 e 2019) ou n\u00e3o conectadas a eles (de 55% para 64%) -, e fazendo mais compras no ambiente digital - cresceu de 9% para 19% no mesmo per\u00edodo. <\/p>\n\n\n\n
\"Plataformas de cria\u00e7\u00e3o e compartilhamento de conte\u00fado audiovisual est\u00e3o entre as mais utilizadas por crian\u00e7as e adolescentes. Nesse contexto, a qualidade da conex\u00e3o \u00e0 Internet e dos dispositivos digitais utilizados para o acesso \u00e0 rede passam a ser determinantes para o melhor aproveitamento de oportunidades online. \u00c9 central, portanto, garantir condi\u00e7\u00f5es equitativas de conectividade para crian\u00e7as e adolescentes em diferentes contextos socioecon\u00f4micos\", aponta Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br. <\/p>\n\n\n\n
A pesquisa TIC Kids Online <\/a>detectou, ainda, que o telefone celular segue como o principal meio de conex\u00e3o \u00e0 rede nos diferentes extratos sociais. Para 53%, o celular foi o \u00fanico dispositivo usado, realidade que se verificou mais presente nas classes DE (78%) e C (52%) do que nas classes AB (18%). <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Acesso a propagandas<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
Entre as atividades multim\u00eddia, as mais acessadas pelas crian\u00e7as s\u00e3o ouvir m\u00fasica (80%), assistir a v\u00eddeos, programas, filmes ou s\u00e9ries (84%), S\u00edtios de v\u00eddeos (67%) e redes sociais (61%) est\u00e3o entre as principais plataformas em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios de internet declaram ter visto propaganda de produtos ou marcas. Pessoas ensinando como usar algum produto (62%) e abrindo embalagens -- o chamado unboxing<\/em><\/strong> - (61%) foram os principais conte\u00fados de imagem ou v\u00eddeo em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios da rede tiveram contato com divulga\u00e7\u00e3o de produtos ou marcas. Entre as principais categorias de produtos ou marcas vistas no ambiente online<\/em> est\u00e3o: <\/p>\n\n\n\n
Equipamentos eletr\u00f4nicos (60%); <\/li>
Roupas e sapatos (60%); <\/li>
Comidas, bebidas ou doces (57%); <\/li>
Videogames ou jogos (46%); <\/li>
Maquiagem e outros produtos de beleza (46%).\u00a0<\/li><\/ul>\n\n\n\nBusca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e bem-estar<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa tamb\u00e9m constatou que 32% dos jovens entre 11 e 17 anos procuram ajuda para lidar com algo ruim que vivenciaram<\/strong>, ou para falar sobre suas emo\u00e7\u00f5es<\/strong> quando se sentiram tristes. <\/p>\n\n\n\n
Entre os temas mais procurados relacionados \u00e0 sa\u00fade est\u00e3o:<\/p>\n\n\n\n
Informa\u00e7\u00f5es sobre alimenta\u00e7\u00e3o (55%);
Preven\u00e7\u00e3o e tratamento de doen\u00e7as (38%);
Exerc\u00edcios e meios para ficar em forma (36%);
Informa\u00e7\u00f5es sobre medicamentos (22%);<\/li>
Discuss\u00f5es sobre sa\u00fade sexual e educa\u00e7\u00e3o sexual (21%).<\/li><\/ul>\n\n\n\n
\"A pesquisa busca levantar evid\u00eancias que contribuam para a promo\u00e7\u00e3o de direitos e do bem-estar de crian\u00e7as e adolescentes. Desse modo, para al\u00e9m das atividades presentes na s\u00e9rie hist\u00f3rica da pesquisa, o uso da rede na busca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e apoio emocional passou a ser um tema relevante de investiga\u00e7\u00e3o\", sinaliza Barbosa.<\/p>\n\n\n\n
\"Pesquisas como a TIC Kids Online Brasil s\u00e3o de extrema relev\u00e2ncia para entendermos o cen\u00e1rio atual e fortalecermos o letramento e inclus\u00e3o digital dos mais jovens, com mais seguran\u00e7a e qualidade, quest\u00f5es intr\u00ednsecas ao trabalho realizado pelo Comit\u00ea Gestor da Internet no Brasil\", pondera Jos\u00e9 Gontijo, coordenador do CGI.br.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
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Como foi feita a pesquisa?<\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa foi feita entre 2017 e 2019, com alunos de escolas p\u00fablicas e privadas de cinco capitais brasileiras \u2014 Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Macei\u00f3 e Natal. Inicialmente, foi aplicado um question\u00e1rio online para 3.115 crian\u00e7as e adolescentes, e a partir das respostas foi feito um recorte com 238 jovens, dos quais a grande maioria, 70%, s\u00e3o de escolas privadas, e fazem parte da classe m\u00e9dia e classe m\u00e9dia alta. Os resultados mostraram que 75% dos 3.115 alunos est\u00e3o com a sa\u00fade mental abalada, embora nem todos apresentem sintomatologia psicopatol\u00f3gica. N\u00e3o publiquei nenhum artigo sobre o estudo porque desde o in\u00edcio tive a inten\u00e7\u00e3o de fazer um livro, que ficou pronto em 2020. De l\u00e1 para c\u00e1, a obra passou por revis\u00f5es, sendo publicada agora, em 2022. Ressalto que a gera\u00e7\u00e3o do quarto n\u00e3o foi criada na pandemia, mas sofreu na pandemia duas vezes mais pela situa\u00e7\u00e3o de vulnerabilidade em que se encontrava. <\/p>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 um retrato da juventude brasileira? <\/h2>\n\n\n\n
Eu fiz um recorte, mas todas as pessoas que mantiveram contato comigo e n\u00e3o estiveram no recorte da pesquisa se identificaram com ela. Tenho retornos de professores e professoras que me diziam: \"olha isso que voc\u00ea disse acontece exatamente assim na minha escola\". As pessoas se identificam porque tem uma verossimilhan\u00e7a. Muitas dizem: \"ah, tenho um filho, uma filha, que tamb\u00e9m est\u00e1 no quarto\". Se voc\u00ea for em qualquer escola, infelizmente ir\u00e1 encontrar algo semelhante.<\/p>\n\n\n\n
Como entender os problemas que essa gera\u00e7\u00e3o enfrenta, quais s\u00e3o suas origens?<\/h2>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 forjada, criada dentro de casa, \u00e9 a fam\u00edlia quem cria essa gera\u00e7\u00e3o, n\u00e3o \u00e9 a escola, a escola ajuda a manter, a fazer a manuten\u00e7\u00e3o do sofrimento, mas a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 produto de uma fam\u00edlia no quarto tamb\u00e9m, uma fam\u00edlia isolada, adoecida, de pouco di\u00e1logo, violenta. A viol\u00eancia num sentido amplo, n\u00e3o s\u00f3 f\u00edsica, psicol\u00f3gica, mas uma viol\u00eancia simb\u00f3lica, h\u00e1 muito movimento de viol\u00eancia dentro dessas casas. A viol\u00eancia simb\u00f3lica se expressa nas nuances, na organiza\u00e7\u00e3o, no establishment<\/em>, c\u00f3digos de comportamentos. Por exemplo, entrevistei meninos de 15, 16 anos, que eram gays, e na casa havia uma esp\u00e9cie de heteronormatividade, n\u00e3o era dito isso, mas havia a heteronormatividade como conduta, regra. \u00c9 isso que temos visto dentro dessas fam\u00edlias, s\u00e3o fam\u00edlias um tanto quanto provocativas e provocadoras dessa viol\u00eancia simb\u00f3lica. <\/p>\n\n\n\n
\u00c9 uma situa\u00e7\u00e3o muito preocupante, n\u00e3o? <\/h2>\n\n\n\n
A experi\u00eancia do quarto \u00e9 terr\u00edvel, porque n\u00e3o \u00e9 uma esp\u00e9cie de ref\u00fagio para aquietar mente, \u00e9 uma experi\u00eancia de ansiedade da mente, uma mente com probabilidades das mais diversas. <\/p>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 violentada, ela tamb\u00e9m vai violentar. \u00c9 importante observar isso. <\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Eu me preocupo muito porque parece que a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 meio que uma matriz de pequenos e pequenas curingas, do personagem do Batman. N\u00f3s estamos formando gera\u00e7\u00f5es violentas, e essa viol\u00eancia pode ser contra si, os \u00edndices de suic\u00eddio na adolesc\u00eancia n\u00e3o s\u00e3o m\u00ednimos. No Brasil, infelizmente, desde 2016, que eles aumentam, mas n\u00f3s tamb\u00e9m temos criado pessoas, em pa\u00edses como os Estados Unidos, que quando t\u00eam acesso a armas, criam e organizam massacres como esses que vimos nas escolas americanas. O perfil e a biografia desses adolescentes se assemelha \u00e0 gera\u00e7\u00e3o do quarto. \u00c9 preocupante, porque n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 o adoecimento ps\u00edquico, mas \u00e9 a produ\u00e7\u00e3o de uma comunidade psiquicamente adoecida, que tem na viol\u00eancia a gram\u00e1tica da sua sintaxe comunicacional, ou seja, a socializa\u00e7\u00e3o \u00e9 violenta.<\/p>\n\n\n\n
Muitas vezes, \u00e9 poss\u00edvel que voc\u00ea tenha pessoas que acham que s\u00e3o excelentes m\u00e3es e pais, mas que imprimem uma norma, uma conduta, um modelo que impede que o outro seja o que pode ser. Vi muito isso, adolescentes dizendo \u201ceu n\u00e3o consigo, para minha m\u00e3e nem para o meu pai, ser o que realmente sou, o que realmente gosto, tenho que mentir, me fazer ser o que n\u00e3o sou, criar um perfil falso\u201d. A viol\u00eancia simb\u00f3lica est\u00e1 muito nesse campo, no religioso, al\u00e9m da viol\u00eancia f\u00edsica e psicol\u00f3gica.<\/p>\n\n\n\n
<\/p>\n\n\n\n
H\u00e1 caracter\u00edsticas em comum entre os pais dessa gera\u00e7\u00e3o?<\/h2>\n\n\n\n
S\u00e3o pessoas que aprenderam com os modelos anteriores como devem proceder, como educar e como deve ser a rela\u00e7\u00e3o entre pais e filhos, e eles terminam agindo em nome desse bem-estar. Eles querem o bem dos filhos, n\u00e3o desejam o mal, mas \u00e9 um bem meio que projetado, n\u00e3o \u00e9 um bem presente, \u00e9 o bem do amanh\u00e3. Eu quero que meu filho esteja bem, mas para isso ele precisa seguir uma regra, uma norma, uma conduta, um padr\u00e3o, uma organiza\u00e7\u00e3o. Se ele n\u00e3o segue, eu n\u00e3o consigo ser m\u00e3e, pai dele, n\u00e3o consigo estabelecer uma rela\u00e7\u00e3o afetiva, de di\u00e1logo, e come\u00e7o a entrar em conflito.<\/p>\n\n\n\n
S\u00e3o pais que rejeitam os filhos? <\/h2>\n\n\n\n
Essa gera\u00e7\u00e3o mostra que os pais, se n\u00e3o h\u00e1 um modelo estabelecido, eles n\u00e3o se disp\u00f5em a aprender com o que eles veem na realidade, \u00e9 quase que um filho abstrato. Quando o filho real come\u00e7a a emergir e mostrar suas caracter\u00edsticas, os pais come\u00e7am a estranhar aquilo e n\u00e3o entram em processo de di\u00e1logo, se afastam. \u00c9 esse afastamento, esse vazio, que cria a gera\u00e7\u00e3o do quarto. Por isso afirmo que \u00e9 na matriz familiar que a gera\u00e7\u00e3o \u00e9 gerada, quer dizer, os pais n\u00e3o conseguem observar, de modo geral, a emerg\u00eancia dos humanos que eles mesmos criaram. Eles t\u00eam o humano projetado, \u00e9 quase um molde de um humano. Quando vem uma orienta\u00e7\u00e3o sexual ou um g\u00eanero que n\u00e3o \u00e9 norma, causa um impacto. <\/p>\n\n\n\n
Claro que \u00e9 menos impactante quando o filho diz que n\u00e3o quer ser m\u00e9dico, mas sim ator, pode haver resist\u00eancia mas n\u00e3o t\u00e3o intensa como quando voc\u00ea diz que \u00e9 gay, isso causa um embara\u00e7o. Mas n\u00e3o gosto de condenar os pais e as m\u00e3es, porque acho que eles est\u00e3o envolvidos nesse processo, eles querem acertar, ao menos, os que t\u00eam paternagem e maternagem, que chamo de esp\u00edrito de pai e m\u00e3e. Os que n\u00e3o t\u00eam, esses simplesmente geram os filhos, est\u00e3o ali numa esp\u00e9cie de playground de criar filhos. Mas os que t\u00eam paternagem, eles v\u00e3o tentando encontrar e conseguem, ent\u00e3o nesse caso, essa fissura, esse vazio que se abriu \u00e9 reduzido e a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 compreendida. <\/p>\n\n\n\n
Os pais sabem que t\u00eam um problema em casa?<\/h2>\n\n\n\n
Eles n\u00e3o t\u00eam conhecimento, porque a gera\u00e7\u00e3o do quarto cognitivamente n\u00e3o tem problema com boletim escolar. Essa gera\u00e7\u00e3o chega na universidade. Essa causa-consequ\u00eancia que a gente confabulou e afirmou tantas vezes que, por exemplo, vai ter problemas na escola, no rendimento escolar, n\u00e3o \u00e9 um sinal, a gera\u00e7\u00e3o do quarto tem um boletim escolar azul,<\/strong> e os pais n\u00e3o percebem. Eles acham que faz parte da vida estar no quarto.<\/strong> Muitos me dizem isso, \u201cah mas meu filho est\u00e1 no quarto j\u00e1 h\u00e1 tanto tempo que nem me dava conta\u201d. Eles come\u00e7am a se dar conta quando a crian\u00e7a ou o adolescente come\u00e7a a se cortar, quando come\u00e7am a gritar em sil\u00eancio, a\u00ed os pais alertam, mas at\u00e9 ent\u00e3o, n\u00e3o. Chamam para jantar, quando conseguem, lembrando que pais contempor\u00e2neos vivem muito fora de casa, trabalham muito, com finalidade de dar um futuro para os filhos.  <\/p>\n\n\n\n
Ou seja, o esfor\u00e7o dos pais para garantir uma boa estrutura familiar acaba por distanci\u00e1-los dos filhos?<\/h2>\n\n\n\n
\u00c9 a alternativa que se deu para a fam\u00edlia. Num pa\u00eds de mais de 210 milh\u00f5es de pessoas, n\u00e3o \u00e9 todo mundo que para e reflete sobre o que \u00e9 ser uma fam\u00edlia. Para os que est\u00e3o abaixo da linha da mis\u00e9ria tem que pensar muito como se recupera. H\u00e1 uma quest\u00e3o importante: o fen\u00f4meno da gera\u00e7\u00e3o do quarto se d\u00e1 em todas as classes sociais, mas as estrat\u00e9gias trabalhadas mudam. Tem muitas pessoas que usam a gravidez, por exemplo, como forma de sair de uma situa\u00e7\u00e3o socioecon\u00f4mica. Engravidar pode ser uma esp\u00e9cie de promo\u00e7\u00e3o social, ou seja, o problema \u00e9 o mesmo, a dor ps\u00edquica \u00e9 a mesma, mas a maneira de lidar com ela \u00e9 diferente. <\/p>\n\n\n\n
Os jovens n\u00e3o se abrem com os pais, mas n\u00e3o se opuseram a falar com voc\u00ea?<\/h2>\n\n\n\n
Talvez o que favorece para um pesquisador como eu \u00e9 me dispor a escutar sem condenar, sem julgamento. Eu escuto para acolher e esse talvez seja um potencial que a gente possa ensinar aos pais e \u00e0s m\u00e3es, para que o filho diga o que pensa, o que acha, o que gosta e n\u00e3o gosta, se sinta confort\u00e1vel em ser diferente dos pais. Acho que as fam\u00edlias escutam julgando, comparando e sentenciando demais. As crian\u00e7as, ao contr\u00e1rio do que as pessoas pensam, s\u00e3o muito sens\u00edveis, muito cr\u00edticas, elas conseguem responder perguntas, falar sobre sentimentos com quem elas se sentem confort\u00e1veis. Al\u00e9m disso, uma das t\u00e9cnicas que utilizei, o question\u00e1rio online, me trouxe muitas respostas, porque tinha perguntas abertas. Alguns dos depoimentos que apresento no livro eu n\u00e3o ouvi, eu li. Quando n\u00e3o tenho que dizer meu nome, quem eu sou, de onde sou, qual minha idade, me sinto mais livre para falar, pedir ajuda. Foram esses depoimentos que me causaram impacto e me fizeram depois entrevistar o grupo menor por meio de rodas de conversa. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Qual o papel da escola nesse contexto?<\/h2>\n\n\n\n
Eu sou um profissional e defensor da escola, a escola para mim \u00e9 uma grande inven\u00e7\u00e3o social, cumpre papel de forma\u00e7\u00e3o, de complementaridade, sobretudo no campo do que chamamos de conhecimento cient\u00edfico. Ela tamb\u00e9m tem um papel social, porque trabalha com pessoas, organiza\u00e7\u00f5es, institui\u00e7\u00f5es, mas ela precisa ser revisitada e reformulada nos seus objetivos matriciais. A escola n\u00e3o pode querer exclusivamente formar do ponto vista cognitivo. Isso \u00e9 um equ\u00edvoco que se manifesta sobretudo nessas escolas, que insistem num modelo de concorr\u00eancia, competi\u00e7\u00e3o, ranqueamento, na nota como resposta \u00e0 aprendizagem. S\u00e3o escolas desconectadas com grandes problemas contempor\u00e2neos, como a sobreviv\u00eancia do Planeta Terra. Temos um planeta amea\u00e7ado de desertifica\u00e7\u00e3o, de aus\u00eancia de comida, amea\u00e7ado no campo dos povos origin\u00e1rios, ent\u00e3o essas s\u00e3o preocupa\u00e7\u00f5es que a escola deve ter. <\/p>\n\n\n\n
Outra preocupa\u00e7\u00e3o \u00e9 a diversidade, temos uma sociedade que se mostra violenta com as minorias, racista e mis\u00f3gina. As mulheres sofrem muito nessa sociedade. A escola n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 para discutir f\u00f3rmulas qu\u00edmicas, biol\u00f3gicas, equa\u00e7\u00f5es matem\u00e1ticas, sintaxe da l\u00edngua. <\/p>\n\n\n\n
A escola \u00e9 para ajudar a usar o conhecimento cient\u00edfico na melhoria da qualidade de vida das pessoas, da minha e dos outros. <\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Ent\u00e3o se ela n\u00e3o faz isso, se insiste na concorr\u00eancia, em colocar aqueles que s\u00e3o bons e n\u00e3o s\u00e3o bons, os que s\u00e3o inteligentes e os que n\u00e3o s\u00e3o inteligentes, e ela tem insistido, ela ajuda a adoecer. \u00c9 o que digo no livro. <\/p>\n\n\n\n
O que dizer aos pais e m\u00e3es da gera\u00e7\u00e3o do quarto?<\/h2>\n\n\n\n
Os filhos e as filhas v\u00e3o precisar muito mesmo dos pais. Tem dois cen\u00e1rios, um \u00e9 ajudar meu filho a n\u00e3o entrar no quarto e o outro \u00e9 ajudar o filho que j\u00e1 est\u00e1 no quarto. No livro eu falo de cinco pilares: cuidado, autoconhecimento, conviv\u00eancia, dialogicidade e amorosidade. Trabalhar a fam\u00edlia e a escola a partir dessas sustenta\u00e7\u00f5es \u00e9 preventivo, mas pode servir tamb\u00e9m para situa\u00e7\u00f5es de pessoas que j\u00e1 est\u00e3o adoecidas, neste caso, associado ao acompanhamento de um profissional da sa\u00fade mental - psic\u00f3logo, psiquiatra, psicanalista, a depender do caso.<\/p>\n\n\n\n
O pilar do cuidado<\/strong> trata sobre a import\u00e2ncia do cuidado consigo e do cuidado com o outro, o que implica tratar das quest\u00f5es relacionadas a respeito, compreens\u00e3o, conviv\u00eancia, uso abusivo de \u00e1lcool, relacionamentos abusivos, bullying, ciberbullying, uso excessivo de redes sociais digitais, entre outros aspectos.

O pilar do autoconhecimento<\/strong> trata sobre a biografia, a hist\u00f3ria de cada pessoa, a fam\u00edlia. Proponho um trabalho sobre ancestralidade, que a pessoa conhe\u00e7a sua hist\u00f3ria de vida, conhe\u00e7a seu pai, sua m\u00e3e, sua opini\u00e3o, seus gostos. Isso tem a ver com quem eu sou, do ponto de vista \u00e9tico, e vai me dar uma seguran\u00e7a para enfrentar aquilo que querem que eu seja. Eu sou isso, mas querem que eu seja aquilo. N\u00e3o escondo minhas fragilidades, sou amado, o que d\u00e1 seguran\u00e7a. N\u00e3o vou dizer para minha crian\u00e7a que a vida \u00e9 f\u00e1cil, um mar de rosas, que ela nunca vai encontrar desafios, mas vou ajud\u00e1-la e fortalec\u00ea-la para que ela possa enfrent\u00e1-los.<\/p>\n\n\n\n
No pilar da conviv\u00eancia<\/strong>, h\u00e1 uma rela\u00e7\u00e3o entre aprender a ser e aprender a conviver. Trato de situa\u00e7\u00f5es cotidianas que evocam reflex\u00f5es \u00e9ticas, morais e espirituais, para as quais a compaix\u00e3o, a empatia e a resili\u00eancia s\u00e3o habilidades necess\u00e1rias e essenciais. O exerc\u00edcio da dialogicidade<\/strong> \u00e9 realizado quando as pessoas aprendem a falar o que pensam e sentem, mas entendem que o que pensam e sentem n\u00e3o \u00e9 a \u00faltima palavra sobre a verdade. O pilar da amorosidade<\/strong> \u00e9 tratado com reflex\u00f5es e a\u00e7\u00f5es. As reflex\u00f5es geram as a\u00e7\u00f5es, e as a\u00e7\u00f5es n\u00e3o s\u00e3o realizadas de modo mec\u00e2nico. <\/p>\n\n\n\n
Os pais podem aprender com os filhos?<\/h2>\n\n\n\n
O livro n\u00e3o tem que ser uma pedra para atirar nos pais e na escola, tem que ser um acalanto. Eu acho que a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 t\u00e3o potente que nos possibilita reaprender a viver, tenho grande esperan\u00e7a na gera\u00e7\u00e3o do quarto, a mesma gera\u00e7\u00e3o que \u00e9 violenta me ensina novos modos de amor, n\u00e3o vejo a gera\u00e7\u00e3o como fracassada, que n\u00e3o deu certo, acho um absurdo dizer que \u00e9 uma gera\u00e7\u00e3o parasita, \"nem-nem\". Obviamente ela traz todas as mazelas, n\u00e3o foi a gera\u00e7\u00e3o do quarto que inventou o abuso do \u00e1lcool, a viol\u00eancia, esses foram c\u00f3digos sempre usados, mas a gera\u00e7\u00e3o do quarto est\u00e1 nos dando outras alternativas, como maior preocupa\u00e7\u00e3o sobre consumo, meio ambiente, empoderamento das meninas, orienta\u00e7\u00e3o \u00e0 quest\u00e3o de g\u00eanero. Essa gera\u00e7\u00e3o tem muita coisa a nos mostrar, n\u00e3o precisamos ter medo, podemos aprender com elas. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"A gera\u00e7\u00e3o do quarto: um retrato chocante da juventude brasileira","post_excerpt":"Ap\u00f3s ouvir mais de 3 mil crian\u00e7as e adolescentes que vivem experi\u00eancias traum\u00e1ticas em seus quartos, o pesquisador Hugo Monteiro Ferreira faz um alerta aos pais e \u00e0s escolas sobre a necessidade de mudar a forma de se relacionar com os jovens","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"a-geracao-do-quarto-o-retrato-chocante-da-juventude-brasileira","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-30 11:00:28","post_modified_gmt":"2022-08-30 14:00:28","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64515","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64369,"post_author":"4","post_date":"2022-08-23 10:54:43","post_date_gmt":"2022-08-23 13:54:43","post_content":"\n
De acordo com o Artigo 227<\/a> da Constitui\u00e7\u00e3o de 1988, as crian\u00e7as<\/a> devem ser prioridade absoluta em todas as decis\u00f5es, programas e pol\u00edticas p\u00fablicas<\/a>. Isso se torna mais relevante em ano de elei\u00e7\u00f5es, em que poderemos escolher, de forma democr\u00e1tica<\/a>, representantes<\/a> aos cargos de presidente da Rep\u00fablica, senadores, governadores, deputados federais e estaduais. <\/p>\n\n\n\n
O voto no Brasil \u00e9 obrigat\u00f3rio para todos aqueles acima de 18 anos, sendo facultativo para jovens com 16 e 17 anos, pessoas com mais de 70 anos e analfabetos. Crian\u00e7as e adolescentes<\/a> menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar<\/a>, mas isso n\u00e3o quer dizer que n\u00e3o devam estar inclu\u00eddos nos planos dos diferentes representantes pol\u00edticos. Muito pelo contr\u00e1rio.<\/p>\n\n\n\n
Diversos estudos j\u00e1 comprovaram que investir na primeira inf\u00e2ncia<\/a> \u00e9 a melhor maneira de reduzir desigualdades e construir uma sociedade com condi\u00e7\u00f5es sociais e ambientais sustent\u00e1veis.<\/p>\n\n\n\n
Cabe a n\u00f3s, adultos, escolher nas elei\u00e7\u00f5es candidatos que contemplem as crian\u00e7as em projetos e iniciativas diversas. Abaixo, veja 5 motivos que tornam urgente a valoriza\u00e7\u00e3o de projetos para a inf\u00e2ncia e juventude nas campanhas \u00e0s elei\u00e7\u00f5es de 2022. A lista \u00e9 do portal Lunetas, espa\u00e7o dedicado \u00e0 reflex\u00e3o sobre a inf\u00e2ncia, que recentemente lan\u00e7ou o especial \"Inf\u00e2ncias em foco: Quem vota pelas crian\u00e7as?\"<\/a>, um hub de informa\u00e7\u00e3o sobre pol\u00edtica e as inf\u00e2ncias. <\/p>\n\n\n\n
5 temas que envolvem as crian\u00e7as e que t\u00eam de estar previstos nas propostas dos candidatos \u00e0s elei\u00e7\u00f5es:<\/h2>\n\n\n\n
Fome<\/h3>\n\n\n\n
De acordo com um levantamento realizado pela Funda\u00e7\u00e3o Abrinq, cerca de 18,8 milh\u00f5es de meninos e meninas de at\u00e9 14 anos passam fome no Brasil. Essa inseguran\u00e7a alimentar traz preju\u00edzos grav\u00edssimos \u00e0s crian\u00e7as, afetando seu crescimento e o desenvolvimento f\u00edsico e cognitivo necess\u00e1rios para que consigam crescer de maneira saud\u00e1vel.<\/p>\n\n\n\n
Analfabetismo<\/h3>\n\n\n\n
H\u00e1 50 anos, a educa\u00e7\u00e3o infantil n\u00e3o era uma realidade no Brasil, no entanto, pol\u00edticas p\u00fablicas mudaram essa realidade. Ainda assim, nos \u00faltimos dois anos, o n\u00famero de crian\u00e7as de 6 e 7 anos que n\u00e3o sabem ler e escrever cresceu em 1 milh\u00e3o. Pensando no futuro e nos pr\u00f3ximos passos do Brasil relacionados \u00e0 educa\u00e7\u00e3o p\u00fablica, \u00e9 necess\u00e1rio eleger candidatos que queiram enfrentar as desigualdades sociais e lutar para que todas as crian\u00e7as e adolescentes tenham acesso \u00e0 educa\u00e7\u00e3o de qualidade.<\/p>\n\n\n\n
Trabalho Infantil<\/h3>\n\n\n\n
Atualmente, cerca de 2 milh\u00f5es de crian\u00e7as e adolescentes est\u00e3o em situa\u00e7\u00e3o de trabalho infantil no Brasil. Desse total, 66% s\u00e3o crian\u00e7as pretas ou pardas e 71% est\u00e3o na \u00e1rea urbana, de acordo com um levantamento divulgado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domic\u00edlios (PNAD Cont\u00ednua).<\/p>\n\n\n\n
Viol\u00eancia e explora\u00e7\u00e3o sexual<\/h3>\n\n\n\n
Entre 2016 e 2020, 35 mil crian\u00e7as e adolescentes, de 0 a 19 anos, foram mortos de forma violenta no Brasil e 180 mil sofreram viol\u00eancia sexual, segundo o Panorama da Viol\u00eancia Sexual contra crian\u00e7as e Adolescentes no Brasil, lan\u00e7ado pela Unicef e pelo F\u00f3rum Brasileiro de Seguran\u00e7a P\u00fablica (FBSP). Por isso, \u00e9 necess\u00e1rio eleger pessoas que tenham coragem para combater esse cen\u00e1rio e falar de assuntos como igualdade de g\u00eanero, empoderamento de meninas, viol\u00eancia sexual e femin\u00edcio.<\/p>\n\n\n\n
Moradia<\/h3>\n\n\n\n
Mais de 5 milh\u00f5es de pessoas ainda residem em domic\u00edlios sem banheiros ou sanit\u00e1rios de uso exclusivo e 9,7 milh\u00f5es vivem em condi\u00e7\u00f5es de adensamento excessivo, com mais de tr\u00eas moradores para cada dormit\u00f3rio. Este \u00e9 um assunto que n\u00e3o deve ser ignorado, j\u00e1 que todas as crian\u00e7as precisam de acesso \u00e0 moradia para viver com dignidade e poder se desenvolver em outras \u00e1reas, como lazer, educa\u00e7\u00e3o e sa\u00fade.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]  <\/p>\n","post_title":"5 motivos para priorizar as crian\u00e7as nas elei\u00e7\u00f5es de 2022","post_excerpt":"Crian\u00e7as e adolescentes menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar, mas s\u00e3o parcela importante da popula\u00e7\u00e3o e t\u00eam de estar contemplados nos projetos dos diferentes atores governamentais","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"5-motivos-para-priorizar-as-criancas-nas-eleicoes-de-2022","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-25 18:52:13","post_modified_gmt":"2022-08-25 21:52:13","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64369","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64334,"post_author":"4","post_date":"2022-08-22 15:14:51","post_date_gmt":"2022-08-22 18:14:51","post_content":"\n
O n\u00famero de crian\u00e7as e adolescente<\/a>s conectados \u00e0 internet cresceu nos \u00faltimos anos. Segundo o estudo TIC Kids Online Brasil 2021<\/a>, rec\u00e9m-divulgado, 93% ou 22,3 milh\u00f5es das crian\u00e7as e dos adolescentes<\/a> no pa\u00eds acessaram a web<\/a> em 2021, sendo que em 2019 esse percentual era de 89%. O crescimento foi impulsionado principalmente pela maior propor\u00e7\u00e3o de usu\u00e1rios na regi\u00e3o Nordeste e nas \u00e1reas rurais. <\/p>\n\n\n\n
O uso de redes sociais <\/a>pelas crian\u00e7as tamb\u00e9m tem se elevado, sendo a plataforma Tik Tok<\/a> a mais utilizada (34%), seguida pelo Instagram (33%). No Facebook, houve queda no uso de 66% para 51% no per\u00edodo citado. J\u00e1 o WhatsApp segue como a plataforma em que crian\u00e7as e adolescentes mais possuem perfil (foi de 70% em 2018 para 80% em 2021), e \u00e9 a mais difundida entre todos os estratos sociais.<\/p>\n\n\n\n
A pesquisa, conduzida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informa\u00e7\u00e3o (Cetic.br) do N\u00facleo de Informa\u00e7\u00e3o e Coordena\u00e7\u00e3o do Ponto BR (NIC.br), entrevistou 2.651 crian\u00e7as e adolescentes com idades entre 9 e 17 anos, bem como seus pais ou respons\u00e1veis, em todo o territ\u00f3rio nacional. As entrevistas aconteceram entre outubro de 2021 e mar\u00e7o de 2022, com a finalidade de investigar oportunidades e riscos relacionados \u00e0 participa\u00e7\u00e3o online desse p\u00fablico. <\/p>\n\n\n\n
Segundo o levantamento, as crian\u00e7as tamb\u00e9m est\u00e3o passando mais tempo em jogos online - seja conectadas com outros jogadores (de 57% para 66%, entre 2021 e 2019) ou n\u00e3o conectadas a eles (de 55% para 64%) -, e fazendo mais compras no ambiente digital - cresceu de 9% para 19% no mesmo per\u00edodo. <\/p>\n\n\n\n
\"Plataformas de cria\u00e7\u00e3o e compartilhamento de conte\u00fado audiovisual est\u00e3o entre as mais utilizadas por crian\u00e7as e adolescentes. Nesse contexto, a qualidade da conex\u00e3o \u00e0 Internet e dos dispositivos digitais utilizados para o acesso \u00e0 rede passam a ser determinantes para o melhor aproveitamento de oportunidades online. \u00c9 central, portanto, garantir condi\u00e7\u00f5es equitativas de conectividade para crian\u00e7as e adolescentes em diferentes contextos socioecon\u00f4micos\", aponta Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br. <\/p>\n\n\n\n
A pesquisa TIC Kids Online <\/a>detectou, ainda, que o telefone celular segue como o principal meio de conex\u00e3o \u00e0 rede nos diferentes extratos sociais. Para 53%, o celular foi o \u00fanico dispositivo usado, realidade que se verificou mais presente nas classes DE (78%) e C (52%) do que nas classes AB (18%). <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Acesso a propagandas<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
Entre as atividades multim\u00eddia, as mais acessadas pelas crian\u00e7as s\u00e3o ouvir m\u00fasica (80%), assistir a v\u00eddeos, programas, filmes ou s\u00e9ries (84%), S\u00edtios de v\u00eddeos (67%) e redes sociais (61%) est\u00e3o entre as principais plataformas em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios de internet declaram ter visto propaganda de produtos ou marcas. Pessoas ensinando como usar algum produto (62%) e abrindo embalagens -- o chamado unboxing<\/em><\/strong> - (61%) foram os principais conte\u00fados de imagem ou v\u00eddeo em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios da rede tiveram contato com divulga\u00e7\u00e3o de produtos ou marcas. Entre as principais categorias de produtos ou marcas vistas no ambiente online<\/em> est\u00e3o: <\/p>\n\n\n\n
Equipamentos eletr\u00f4nicos (60%); <\/li>
Roupas e sapatos (60%); <\/li>
Comidas, bebidas ou doces (57%); <\/li>
Videogames ou jogos (46%); <\/li>
Maquiagem e outros produtos de beleza (46%).\u00a0<\/li><\/ul>\n\n\n\nBusca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e bem-estar<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa tamb\u00e9m constatou que 32% dos jovens entre 11 e 17 anos procuram ajuda para lidar com algo ruim que vivenciaram<\/strong>, ou para falar sobre suas emo\u00e7\u00f5es<\/strong> quando se sentiram tristes. <\/p>\n\n\n\n
Entre os temas mais procurados relacionados \u00e0 sa\u00fade est\u00e3o:<\/p>\n\n\n\n
Informa\u00e7\u00f5es sobre alimenta\u00e7\u00e3o (55%);
Preven\u00e7\u00e3o e tratamento de doen\u00e7as (38%);
Exerc\u00edcios e meios para ficar em forma (36%);
Informa\u00e7\u00f5es sobre medicamentos (22%);<\/li>
Discuss\u00f5es sobre sa\u00fade sexual e educa\u00e7\u00e3o sexual (21%).<\/li><\/ul>\n\n\n\n
\"A pesquisa busca levantar evid\u00eancias que contribuam para a promo\u00e7\u00e3o de direitos e do bem-estar de crian\u00e7as e adolescentes. Desse modo, para al\u00e9m das atividades presentes na s\u00e9rie hist\u00f3rica da pesquisa, o uso da rede na busca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e apoio emocional passou a ser um tema relevante de investiga\u00e7\u00e3o\", sinaliza Barbosa.<\/p>\n\n\n\n
\"Pesquisas como a TIC Kids Online Brasil s\u00e3o de extrema relev\u00e2ncia para entendermos o cen\u00e1rio atual e fortalecermos o letramento e inclus\u00e3o digital dos mais jovens, com mais seguran\u00e7a e qualidade, quest\u00f5es intr\u00ednsecas ao trabalho realizado pelo Comit\u00ea Gestor da Internet no Brasil\", pondera Jos\u00e9 Gontijo, coordenador do CGI.br.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
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S\u00e3o crian\u00e7as e adolescentes, entre 11 e 16 anos, que passam mais de 6 horas por dia dentro do quarto, usando excessivamente as redes sociais digitais, e j\u00e1 sofreram algum tipo de viol\u00eancia, como bullying e cyberbullying, geralmente ocorrida na escola. Eles t\u00eam sintomatologias de psicopatologias as mais diversas, com predomin\u00e2ncia para depress\u00e3o, transtornos obsessivos compulsivos, transtornos alimentares, com predomin\u00e2ncia de anorexia e bulimia, transtorno de ansiedade, uso abusivo de \u00e1lcool, de maconha ou drogas qu\u00edmicas e dist\u00farbios de sono. E no campo da autodestrui\u00e7\u00e3o, praticam a autoles\u00e3o, sem inten\u00e7\u00e3o suicida, e alguns t\u00eam idea\u00e7\u00e3o suicida e tentaram suic\u00eddio mais de uma vez, esse \u00e9 o perfil da gera\u00e7\u00e3o do quarto.<\/p>\n\n\n\n
Como foi feita a pesquisa?<\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa foi feita entre 2017 e 2019, com alunos de escolas p\u00fablicas e privadas de cinco capitais brasileiras \u2014 Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Macei\u00f3 e Natal. Inicialmente, foi aplicado um question\u00e1rio online para 3.115 crian\u00e7as e adolescentes, e a partir das respostas foi feito um recorte com 238 jovens, dos quais a grande maioria, 70%, s\u00e3o de escolas privadas, e fazem parte da classe m\u00e9dia e classe m\u00e9dia alta. Os resultados mostraram que 75% dos 3.115 alunos est\u00e3o com a sa\u00fade mental abalada, embora nem todos apresentem sintomatologia psicopatol\u00f3gica. N\u00e3o publiquei nenhum artigo sobre o estudo porque desde o in\u00edcio tive a inten\u00e7\u00e3o de fazer um livro, que ficou pronto em 2020. De l\u00e1 para c\u00e1, a obra passou por revis\u00f5es, sendo publicada agora, em 2022. Ressalto que a gera\u00e7\u00e3o do quarto n\u00e3o foi criada na pandemia, mas sofreu na pandemia duas vezes mais pela situa\u00e7\u00e3o de vulnerabilidade em que se encontrava. <\/p>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 um retrato da juventude brasileira? <\/h2>\n\n\n\n
Eu fiz um recorte, mas todas as pessoas que mantiveram contato comigo e n\u00e3o estiveram no recorte da pesquisa se identificaram com ela. Tenho retornos de professores e professoras que me diziam: \"olha isso que voc\u00ea disse acontece exatamente assim na minha escola\". As pessoas se identificam porque tem uma verossimilhan\u00e7a. Muitas dizem: \"ah, tenho um filho, uma filha, que tamb\u00e9m est\u00e1 no quarto\". Se voc\u00ea for em qualquer escola, infelizmente ir\u00e1 encontrar algo semelhante.<\/p>\n\n\n\n
Como entender os problemas que essa gera\u00e7\u00e3o enfrenta, quais s\u00e3o suas origens?<\/h2>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 forjada, criada dentro de casa, \u00e9 a fam\u00edlia quem cria essa gera\u00e7\u00e3o, n\u00e3o \u00e9 a escola, a escola ajuda a manter, a fazer a manuten\u00e7\u00e3o do sofrimento, mas a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 produto de uma fam\u00edlia no quarto tamb\u00e9m, uma fam\u00edlia isolada, adoecida, de pouco di\u00e1logo, violenta. A viol\u00eancia num sentido amplo, n\u00e3o s\u00f3 f\u00edsica, psicol\u00f3gica, mas uma viol\u00eancia simb\u00f3lica, h\u00e1 muito movimento de viol\u00eancia dentro dessas casas. A viol\u00eancia simb\u00f3lica se expressa nas nuances, na organiza\u00e7\u00e3o, no establishment<\/em>, c\u00f3digos de comportamentos. Por exemplo, entrevistei meninos de 15, 16 anos, que eram gays, e na casa havia uma esp\u00e9cie de heteronormatividade, n\u00e3o era dito isso, mas havia a heteronormatividade como conduta, regra. \u00c9 isso que temos visto dentro dessas fam\u00edlias, s\u00e3o fam\u00edlias um tanto quanto provocativas e provocadoras dessa viol\u00eancia simb\u00f3lica. <\/p>\n\n\n\n
\u00c9 uma situa\u00e7\u00e3o muito preocupante, n\u00e3o? <\/h2>\n\n\n\n
A experi\u00eancia do quarto \u00e9 terr\u00edvel, porque n\u00e3o \u00e9 uma esp\u00e9cie de ref\u00fagio para aquietar mente, \u00e9 uma experi\u00eancia de ansiedade da mente, uma mente com probabilidades das mais diversas. <\/p>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 violentada, ela tamb\u00e9m vai violentar. \u00c9 importante observar isso. <\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Eu me preocupo muito porque parece que a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 meio que uma matriz de pequenos e pequenas curingas, do personagem do Batman. N\u00f3s estamos formando gera\u00e7\u00f5es violentas, e essa viol\u00eancia pode ser contra si, os \u00edndices de suic\u00eddio na adolesc\u00eancia n\u00e3o s\u00e3o m\u00ednimos. No Brasil, infelizmente, desde 2016, que eles aumentam, mas n\u00f3s tamb\u00e9m temos criado pessoas, em pa\u00edses como os Estados Unidos, que quando t\u00eam acesso a armas, criam e organizam massacres como esses que vimos nas escolas americanas. O perfil e a biografia desses adolescentes se assemelha \u00e0 gera\u00e7\u00e3o do quarto. \u00c9 preocupante, porque n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 o adoecimento ps\u00edquico, mas \u00e9 a produ\u00e7\u00e3o de uma comunidade psiquicamente adoecida, que tem na viol\u00eancia a gram\u00e1tica da sua sintaxe comunicacional, ou seja, a socializa\u00e7\u00e3o \u00e9 violenta.<\/p>\n\n\n\n
Muitas vezes, \u00e9 poss\u00edvel que voc\u00ea tenha pessoas que acham que s\u00e3o excelentes m\u00e3es e pais, mas que imprimem uma norma, uma conduta, um modelo que impede que o outro seja o que pode ser. Vi muito isso, adolescentes dizendo \u201ceu n\u00e3o consigo, para minha m\u00e3e nem para o meu pai, ser o que realmente sou, o que realmente gosto, tenho que mentir, me fazer ser o que n\u00e3o sou, criar um perfil falso\u201d. A viol\u00eancia simb\u00f3lica est\u00e1 muito nesse campo, no religioso, al\u00e9m da viol\u00eancia f\u00edsica e psicol\u00f3gica.<\/p>\n\n\n\n
<\/p>\n\n\n\n
H\u00e1 caracter\u00edsticas em comum entre os pais dessa gera\u00e7\u00e3o?<\/h2>\n\n\n\n
S\u00e3o pessoas que aprenderam com os modelos anteriores como devem proceder, como educar e como deve ser a rela\u00e7\u00e3o entre pais e filhos, e eles terminam agindo em nome desse bem-estar. Eles querem o bem dos filhos, n\u00e3o desejam o mal, mas \u00e9 um bem meio que projetado, n\u00e3o \u00e9 um bem presente, \u00e9 o bem do amanh\u00e3. Eu quero que meu filho esteja bem, mas para isso ele precisa seguir uma regra, uma norma, uma conduta, um padr\u00e3o, uma organiza\u00e7\u00e3o. Se ele n\u00e3o segue, eu n\u00e3o consigo ser m\u00e3e, pai dele, n\u00e3o consigo estabelecer uma rela\u00e7\u00e3o afetiva, de di\u00e1logo, e come\u00e7o a entrar em conflito.<\/p>\n\n\n\n
S\u00e3o pais que rejeitam os filhos? <\/h2>\n\n\n\n
Essa gera\u00e7\u00e3o mostra que os pais, se n\u00e3o h\u00e1 um modelo estabelecido, eles n\u00e3o se disp\u00f5em a aprender com o que eles veem na realidade, \u00e9 quase que um filho abstrato. Quando o filho real come\u00e7a a emergir e mostrar suas caracter\u00edsticas, os pais come\u00e7am a estranhar aquilo e n\u00e3o entram em processo de di\u00e1logo, se afastam. \u00c9 esse afastamento, esse vazio, que cria a gera\u00e7\u00e3o do quarto. Por isso afirmo que \u00e9 na matriz familiar que a gera\u00e7\u00e3o \u00e9 gerada, quer dizer, os pais n\u00e3o conseguem observar, de modo geral, a emerg\u00eancia dos humanos que eles mesmos criaram. Eles t\u00eam o humano projetado, \u00e9 quase um molde de um humano. Quando vem uma orienta\u00e7\u00e3o sexual ou um g\u00eanero que n\u00e3o \u00e9 norma, causa um impacto. <\/p>\n\n\n\n
Claro que \u00e9 menos impactante quando o filho diz que n\u00e3o quer ser m\u00e9dico, mas sim ator, pode haver resist\u00eancia mas n\u00e3o t\u00e3o intensa como quando voc\u00ea diz que \u00e9 gay, isso causa um embara\u00e7o. Mas n\u00e3o gosto de condenar os pais e as m\u00e3es, porque acho que eles est\u00e3o envolvidos nesse processo, eles querem acertar, ao menos, os que t\u00eam paternagem e maternagem, que chamo de esp\u00edrito de pai e m\u00e3e. Os que n\u00e3o t\u00eam, esses simplesmente geram os filhos, est\u00e3o ali numa esp\u00e9cie de playground de criar filhos. Mas os que t\u00eam paternagem, eles v\u00e3o tentando encontrar e conseguem, ent\u00e3o nesse caso, essa fissura, esse vazio que se abriu \u00e9 reduzido e a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 compreendida. <\/p>\n\n\n\n
Os pais sabem que t\u00eam um problema em casa?<\/h2>\n\n\n\n
Eles n\u00e3o t\u00eam conhecimento, porque a gera\u00e7\u00e3o do quarto cognitivamente n\u00e3o tem problema com boletim escolar. Essa gera\u00e7\u00e3o chega na universidade. Essa causa-consequ\u00eancia que a gente confabulou e afirmou tantas vezes que, por exemplo, vai ter problemas na escola, no rendimento escolar, n\u00e3o \u00e9 um sinal, a gera\u00e7\u00e3o do quarto tem um boletim escolar azul,<\/strong> e os pais n\u00e3o percebem. Eles acham que faz parte da vida estar no quarto.<\/strong> Muitos me dizem isso, \u201cah mas meu filho est\u00e1 no quarto j\u00e1 h\u00e1 tanto tempo que nem me dava conta\u201d. Eles come\u00e7am a se dar conta quando a crian\u00e7a ou o adolescente come\u00e7a a se cortar, quando come\u00e7am a gritar em sil\u00eancio, a\u00ed os pais alertam, mas at\u00e9 ent\u00e3o, n\u00e3o. Chamam para jantar, quando conseguem, lembrando que pais contempor\u00e2neos vivem muito fora de casa, trabalham muito, com finalidade de dar um futuro para os filhos.  <\/p>\n\n\n\n
Ou seja, o esfor\u00e7o dos pais para garantir uma boa estrutura familiar acaba por distanci\u00e1-los dos filhos?<\/h2>\n\n\n\n
\u00c9 a alternativa que se deu para a fam\u00edlia. Num pa\u00eds de mais de 210 milh\u00f5es de pessoas, n\u00e3o \u00e9 todo mundo que para e reflete sobre o que \u00e9 ser uma fam\u00edlia. Para os que est\u00e3o abaixo da linha da mis\u00e9ria tem que pensar muito como se recupera. H\u00e1 uma quest\u00e3o importante: o fen\u00f4meno da gera\u00e7\u00e3o do quarto se d\u00e1 em todas as classes sociais, mas as estrat\u00e9gias trabalhadas mudam. Tem muitas pessoas que usam a gravidez, por exemplo, como forma de sair de uma situa\u00e7\u00e3o socioecon\u00f4mica. Engravidar pode ser uma esp\u00e9cie de promo\u00e7\u00e3o social, ou seja, o problema \u00e9 o mesmo, a dor ps\u00edquica \u00e9 a mesma, mas a maneira de lidar com ela \u00e9 diferente. <\/p>\n\n\n\n
Os jovens n\u00e3o se abrem com os pais, mas n\u00e3o se opuseram a falar com voc\u00ea?<\/h2>\n\n\n\n
Talvez o que favorece para um pesquisador como eu \u00e9 me dispor a escutar sem condenar, sem julgamento. Eu escuto para acolher e esse talvez seja um potencial que a gente possa ensinar aos pais e \u00e0s m\u00e3es, para que o filho diga o que pensa, o que acha, o que gosta e n\u00e3o gosta, se sinta confort\u00e1vel em ser diferente dos pais. Acho que as fam\u00edlias escutam julgando, comparando e sentenciando demais. As crian\u00e7as, ao contr\u00e1rio do que as pessoas pensam, s\u00e3o muito sens\u00edveis, muito cr\u00edticas, elas conseguem responder perguntas, falar sobre sentimentos com quem elas se sentem confort\u00e1veis. Al\u00e9m disso, uma das t\u00e9cnicas que utilizei, o question\u00e1rio online, me trouxe muitas respostas, porque tinha perguntas abertas. Alguns dos depoimentos que apresento no livro eu n\u00e3o ouvi, eu li. Quando n\u00e3o tenho que dizer meu nome, quem eu sou, de onde sou, qual minha idade, me sinto mais livre para falar, pedir ajuda. Foram esses depoimentos que me causaram impacto e me fizeram depois entrevistar o grupo menor por meio de rodas de conversa. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Qual o papel da escola nesse contexto?<\/h2>\n\n\n\n
Eu sou um profissional e defensor da escola, a escola para mim \u00e9 uma grande inven\u00e7\u00e3o social, cumpre papel de forma\u00e7\u00e3o, de complementaridade, sobretudo no campo do que chamamos de conhecimento cient\u00edfico. Ela tamb\u00e9m tem um papel social, porque trabalha com pessoas, organiza\u00e7\u00f5es, institui\u00e7\u00f5es, mas ela precisa ser revisitada e reformulada nos seus objetivos matriciais. A escola n\u00e3o pode querer exclusivamente formar do ponto vista cognitivo. Isso \u00e9 um equ\u00edvoco que se manifesta sobretudo nessas escolas, que insistem num modelo de concorr\u00eancia, competi\u00e7\u00e3o, ranqueamento, na nota como resposta \u00e0 aprendizagem. S\u00e3o escolas desconectadas com grandes problemas contempor\u00e2neos, como a sobreviv\u00eancia do Planeta Terra. Temos um planeta amea\u00e7ado de desertifica\u00e7\u00e3o, de aus\u00eancia de comida, amea\u00e7ado no campo dos povos origin\u00e1rios, ent\u00e3o essas s\u00e3o preocupa\u00e7\u00f5es que a escola deve ter. <\/p>\n\n\n\n
Outra preocupa\u00e7\u00e3o \u00e9 a diversidade, temos uma sociedade que se mostra violenta com as minorias, racista e mis\u00f3gina. As mulheres sofrem muito nessa sociedade. A escola n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 para discutir f\u00f3rmulas qu\u00edmicas, biol\u00f3gicas, equa\u00e7\u00f5es matem\u00e1ticas, sintaxe da l\u00edngua. <\/p>\n\n\n\n
A escola \u00e9 para ajudar a usar o conhecimento cient\u00edfico na melhoria da qualidade de vida das pessoas, da minha e dos outros. <\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Ent\u00e3o se ela n\u00e3o faz isso, se insiste na concorr\u00eancia, em colocar aqueles que s\u00e3o bons e n\u00e3o s\u00e3o bons, os que s\u00e3o inteligentes e os que n\u00e3o s\u00e3o inteligentes, e ela tem insistido, ela ajuda a adoecer. \u00c9 o que digo no livro. <\/p>\n\n\n\n
O que dizer aos pais e m\u00e3es da gera\u00e7\u00e3o do quarto?<\/h2>\n\n\n\n
Os filhos e as filhas v\u00e3o precisar muito mesmo dos pais. Tem dois cen\u00e1rios, um \u00e9 ajudar meu filho a n\u00e3o entrar no quarto e o outro \u00e9 ajudar o filho que j\u00e1 est\u00e1 no quarto. No livro eu falo de cinco pilares: cuidado, autoconhecimento, conviv\u00eancia, dialogicidade e amorosidade. Trabalhar a fam\u00edlia e a escola a partir dessas sustenta\u00e7\u00f5es \u00e9 preventivo, mas pode servir tamb\u00e9m para situa\u00e7\u00f5es de pessoas que j\u00e1 est\u00e3o adoecidas, neste caso, associado ao acompanhamento de um profissional da sa\u00fade mental - psic\u00f3logo, psiquiatra, psicanalista, a depender do caso.<\/p>\n\n\n\n
O pilar do cuidado<\/strong> trata sobre a import\u00e2ncia do cuidado consigo e do cuidado com o outro, o que implica tratar das quest\u00f5es relacionadas a respeito, compreens\u00e3o, conviv\u00eancia, uso abusivo de \u00e1lcool, relacionamentos abusivos, bullying, ciberbullying, uso excessivo de redes sociais digitais, entre outros aspectos.

O pilar do autoconhecimento<\/strong> trata sobre a biografia, a hist\u00f3ria de cada pessoa, a fam\u00edlia. Proponho um trabalho sobre ancestralidade, que a pessoa conhe\u00e7a sua hist\u00f3ria de vida, conhe\u00e7a seu pai, sua m\u00e3e, sua opini\u00e3o, seus gostos. Isso tem a ver com quem eu sou, do ponto de vista \u00e9tico, e vai me dar uma seguran\u00e7a para enfrentar aquilo que querem que eu seja. Eu sou isso, mas querem que eu seja aquilo. N\u00e3o escondo minhas fragilidades, sou amado, o que d\u00e1 seguran\u00e7a. N\u00e3o vou dizer para minha crian\u00e7a que a vida \u00e9 f\u00e1cil, um mar de rosas, que ela nunca vai encontrar desafios, mas vou ajud\u00e1-la e fortalec\u00ea-la para que ela possa enfrent\u00e1-los.<\/p>\n\n\n\n
No pilar da conviv\u00eancia<\/strong>, h\u00e1 uma rela\u00e7\u00e3o entre aprender a ser e aprender a conviver. Trato de situa\u00e7\u00f5es cotidianas que evocam reflex\u00f5es \u00e9ticas, morais e espirituais, para as quais a compaix\u00e3o, a empatia e a resili\u00eancia s\u00e3o habilidades necess\u00e1rias e essenciais. O exerc\u00edcio da dialogicidade<\/strong> \u00e9 realizado quando as pessoas aprendem a falar o que pensam e sentem, mas entendem que o que pensam e sentem n\u00e3o \u00e9 a \u00faltima palavra sobre a verdade. O pilar da amorosidade<\/strong> \u00e9 tratado com reflex\u00f5es e a\u00e7\u00f5es. As reflex\u00f5es geram as a\u00e7\u00f5es, e as a\u00e7\u00f5es n\u00e3o s\u00e3o realizadas de modo mec\u00e2nico. <\/p>\n\n\n\n
Os pais podem aprender com os filhos?<\/h2>\n\n\n\n
O livro n\u00e3o tem que ser uma pedra para atirar nos pais e na escola, tem que ser um acalanto. Eu acho que a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 t\u00e3o potente que nos possibilita reaprender a viver, tenho grande esperan\u00e7a na gera\u00e7\u00e3o do quarto, a mesma gera\u00e7\u00e3o que \u00e9 violenta me ensina novos modos de amor, n\u00e3o vejo a gera\u00e7\u00e3o como fracassada, que n\u00e3o deu certo, acho um absurdo dizer que \u00e9 uma gera\u00e7\u00e3o parasita, \"nem-nem\". Obviamente ela traz todas as mazelas, n\u00e3o foi a gera\u00e7\u00e3o do quarto que inventou o abuso do \u00e1lcool, a viol\u00eancia, esses foram c\u00f3digos sempre usados, mas a gera\u00e7\u00e3o do quarto est\u00e1 nos dando outras alternativas, como maior preocupa\u00e7\u00e3o sobre consumo, meio ambiente, empoderamento das meninas, orienta\u00e7\u00e3o \u00e0 quest\u00e3o de g\u00eanero. Essa gera\u00e7\u00e3o tem muita coisa a nos mostrar, n\u00e3o precisamos ter medo, podemos aprender com elas. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"A gera\u00e7\u00e3o do quarto: um retrato chocante da juventude brasileira","post_excerpt":"Ap\u00f3s ouvir mais de 3 mil crian\u00e7as e adolescentes que vivem experi\u00eancias traum\u00e1ticas em seus quartos, o pesquisador Hugo Monteiro Ferreira faz um alerta aos pais e \u00e0s escolas sobre a necessidade de mudar a forma de se relacionar com os jovens","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"a-geracao-do-quarto-o-retrato-chocante-da-juventude-brasileira","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-30 11:00:28","post_modified_gmt":"2022-08-30 14:00:28","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64515","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64369,"post_author":"4","post_date":"2022-08-23 10:54:43","post_date_gmt":"2022-08-23 13:54:43","post_content":"\n
De acordo com o Artigo 227<\/a> da Constitui\u00e7\u00e3o de 1988, as crian\u00e7as<\/a> devem ser prioridade absoluta em todas as decis\u00f5es, programas e pol\u00edticas p\u00fablicas<\/a>. Isso se torna mais relevante em ano de elei\u00e7\u00f5es, em que poderemos escolher, de forma democr\u00e1tica<\/a>, representantes<\/a> aos cargos de presidente da Rep\u00fablica, senadores, governadores, deputados federais e estaduais. <\/p>\n\n\n\n
O voto no Brasil \u00e9 obrigat\u00f3rio para todos aqueles acima de 18 anos, sendo facultativo para jovens com 16 e 17 anos, pessoas com mais de 70 anos e analfabetos. Crian\u00e7as e adolescentes<\/a> menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar<\/a>, mas isso n\u00e3o quer dizer que n\u00e3o devam estar inclu\u00eddos nos planos dos diferentes representantes pol\u00edticos. Muito pelo contr\u00e1rio.<\/p>\n\n\n\n
Diversos estudos j\u00e1 comprovaram que investir na primeira inf\u00e2ncia<\/a> \u00e9 a melhor maneira de reduzir desigualdades e construir uma sociedade com condi\u00e7\u00f5es sociais e ambientais sustent\u00e1veis.<\/p>\n\n\n\n
Cabe a n\u00f3s, adultos, escolher nas elei\u00e7\u00f5es candidatos que contemplem as crian\u00e7as em projetos e iniciativas diversas. Abaixo, veja 5 motivos que tornam urgente a valoriza\u00e7\u00e3o de projetos para a inf\u00e2ncia e juventude nas campanhas \u00e0s elei\u00e7\u00f5es de 2022. A lista \u00e9 do portal Lunetas, espa\u00e7o dedicado \u00e0 reflex\u00e3o sobre a inf\u00e2ncia, que recentemente lan\u00e7ou o especial \"Inf\u00e2ncias em foco: Quem vota pelas crian\u00e7as?\"<\/a>, um hub de informa\u00e7\u00e3o sobre pol\u00edtica e as inf\u00e2ncias. <\/p>\n\n\n\n
5 temas que envolvem as crian\u00e7as e que t\u00eam de estar previstos nas propostas dos candidatos \u00e0s elei\u00e7\u00f5es:<\/h2>\n\n\n\n
Fome<\/h3>\n\n\n\n
De acordo com um levantamento realizado pela Funda\u00e7\u00e3o Abrinq, cerca de 18,8 milh\u00f5es de meninos e meninas de at\u00e9 14 anos passam fome no Brasil. Essa inseguran\u00e7a alimentar traz preju\u00edzos grav\u00edssimos \u00e0s crian\u00e7as, afetando seu crescimento e o desenvolvimento f\u00edsico e cognitivo necess\u00e1rios para que consigam crescer de maneira saud\u00e1vel.<\/p>\n\n\n\n
Analfabetismo<\/h3>\n\n\n\n
H\u00e1 50 anos, a educa\u00e7\u00e3o infantil n\u00e3o era uma realidade no Brasil, no entanto, pol\u00edticas p\u00fablicas mudaram essa realidade. Ainda assim, nos \u00faltimos dois anos, o n\u00famero de crian\u00e7as de 6 e 7 anos que n\u00e3o sabem ler e escrever cresceu em 1 milh\u00e3o. Pensando no futuro e nos pr\u00f3ximos passos do Brasil relacionados \u00e0 educa\u00e7\u00e3o p\u00fablica, \u00e9 necess\u00e1rio eleger candidatos que queiram enfrentar as desigualdades sociais e lutar para que todas as crian\u00e7as e adolescentes tenham acesso \u00e0 educa\u00e7\u00e3o de qualidade.<\/p>\n\n\n\n
Trabalho Infantil<\/h3>\n\n\n\n
Atualmente, cerca de 2 milh\u00f5es de crian\u00e7as e adolescentes est\u00e3o em situa\u00e7\u00e3o de trabalho infantil no Brasil. Desse total, 66% s\u00e3o crian\u00e7as pretas ou pardas e 71% est\u00e3o na \u00e1rea urbana, de acordo com um levantamento divulgado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domic\u00edlios (PNAD Cont\u00ednua).<\/p>\n\n\n\n
Viol\u00eancia e explora\u00e7\u00e3o sexual<\/h3>\n\n\n\n
Entre 2016 e 2020, 35 mil crian\u00e7as e adolescentes, de 0 a 19 anos, foram mortos de forma violenta no Brasil e 180 mil sofreram viol\u00eancia sexual, segundo o Panorama da Viol\u00eancia Sexual contra crian\u00e7as e Adolescentes no Brasil, lan\u00e7ado pela Unicef e pelo F\u00f3rum Brasileiro de Seguran\u00e7a P\u00fablica (FBSP). Por isso, \u00e9 necess\u00e1rio eleger pessoas que tenham coragem para combater esse cen\u00e1rio e falar de assuntos como igualdade de g\u00eanero, empoderamento de meninas, viol\u00eancia sexual e femin\u00edcio.<\/p>\n\n\n\n
Moradia<\/h3>\n\n\n\n
Mais de 5 milh\u00f5es de pessoas ainda residem em domic\u00edlios sem banheiros ou sanit\u00e1rios de uso exclusivo e 9,7 milh\u00f5es vivem em condi\u00e7\u00f5es de adensamento excessivo, com mais de tr\u00eas moradores para cada dormit\u00f3rio. Este \u00e9 um assunto que n\u00e3o deve ser ignorado, j\u00e1 que todas as crian\u00e7as precisam de acesso \u00e0 moradia para viver com dignidade e poder se desenvolver em outras \u00e1reas, como lazer, educa\u00e7\u00e3o e sa\u00fade.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]  <\/p>\n","post_title":"5 motivos para priorizar as crian\u00e7as nas elei\u00e7\u00f5es de 2022","post_excerpt":"Crian\u00e7as e adolescentes menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar, mas s\u00e3o parcela importante da popula\u00e7\u00e3o e t\u00eam de estar contemplados nos projetos dos diferentes atores governamentais","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"5-motivos-para-priorizar-as-criancas-nas-eleicoes-de-2022","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-25 18:52:13","post_modified_gmt":"2022-08-25 21:52:13","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64369","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64334,"post_author":"4","post_date":"2022-08-22 15:14:51","post_date_gmt":"2022-08-22 18:14:51","post_content":"\n
O n\u00famero de crian\u00e7as e adolescente<\/a>s conectados \u00e0 internet cresceu nos \u00faltimos anos. Segundo o estudo TIC Kids Online Brasil 2021<\/a>, rec\u00e9m-divulgado, 93% ou 22,3 milh\u00f5es das crian\u00e7as e dos adolescentes<\/a> no pa\u00eds acessaram a web<\/a> em 2021, sendo que em 2019 esse percentual era de 89%. O crescimento foi impulsionado principalmente pela maior propor\u00e7\u00e3o de usu\u00e1rios na regi\u00e3o Nordeste e nas \u00e1reas rurais. <\/p>\n\n\n\n
O uso de redes sociais <\/a>pelas crian\u00e7as tamb\u00e9m tem se elevado, sendo a plataforma Tik Tok<\/a> a mais utilizada (34%), seguida pelo Instagram (33%). No Facebook, houve queda no uso de 66% para 51% no per\u00edodo citado. J\u00e1 o WhatsApp segue como a plataforma em que crian\u00e7as e adolescentes mais possuem perfil (foi de 70% em 2018 para 80% em 2021), e \u00e9 a mais difundida entre todos os estratos sociais.<\/p>\n\n\n\n
A pesquisa, conduzida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informa\u00e7\u00e3o (Cetic.br) do N\u00facleo de Informa\u00e7\u00e3o e Coordena\u00e7\u00e3o do Ponto BR (NIC.br), entrevistou 2.651 crian\u00e7as e adolescentes com idades entre 9 e 17 anos, bem como seus pais ou respons\u00e1veis, em todo o territ\u00f3rio nacional. As entrevistas aconteceram entre outubro de 2021 e mar\u00e7o de 2022, com a finalidade de investigar oportunidades e riscos relacionados \u00e0 participa\u00e7\u00e3o online desse p\u00fablico. <\/p>\n\n\n\n
Segundo o levantamento, as crian\u00e7as tamb\u00e9m est\u00e3o passando mais tempo em jogos online - seja conectadas com outros jogadores (de 57% para 66%, entre 2021 e 2019) ou n\u00e3o conectadas a eles (de 55% para 64%) -, e fazendo mais compras no ambiente digital - cresceu de 9% para 19% no mesmo per\u00edodo. <\/p>\n\n\n\n
\"Plataformas de cria\u00e7\u00e3o e compartilhamento de conte\u00fado audiovisual est\u00e3o entre as mais utilizadas por crian\u00e7as e adolescentes. Nesse contexto, a qualidade da conex\u00e3o \u00e0 Internet e dos dispositivos digitais utilizados para o acesso \u00e0 rede passam a ser determinantes para o melhor aproveitamento de oportunidades online. \u00c9 central, portanto, garantir condi\u00e7\u00f5es equitativas de conectividade para crian\u00e7as e adolescentes em diferentes contextos socioecon\u00f4micos\", aponta Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br. <\/p>\n\n\n\n
A pesquisa TIC Kids Online <\/a>detectou, ainda, que o telefone celular segue como o principal meio de conex\u00e3o \u00e0 rede nos diferentes extratos sociais. Para 53%, o celular foi o \u00fanico dispositivo usado, realidade que se verificou mais presente nas classes DE (78%) e C (52%) do que nas classes AB (18%). <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Acesso a propagandas<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
Entre as atividades multim\u00eddia, as mais acessadas pelas crian\u00e7as s\u00e3o ouvir m\u00fasica (80%), assistir a v\u00eddeos, programas, filmes ou s\u00e9ries (84%), S\u00edtios de v\u00eddeos (67%) e redes sociais (61%) est\u00e3o entre as principais plataformas em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios de internet declaram ter visto propaganda de produtos ou marcas. Pessoas ensinando como usar algum produto (62%) e abrindo embalagens -- o chamado unboxing<\/em><\/strong> - (61%) foram os principais conte\u00fados de imagem ou v\u00eddeo em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios da rede tiveram contato com divulga\u00e7\u00e3o de produtos ou marcas. Entre as principais categorias de produtos ou marcas vistas no ambiente online<\/em> est\u00e3o: <\/p>\n\n\n\n
Equipamentos eletr\u00f4nicos (60%); <\/li>
Roupas e sapatos (60%); <\/li>
Comidas, bebidas ou doces (57%); <\/li>
Videogames ou jogos (46%); <\/li>
Maquiagem e outros produtos de beleza (46%).\u00a0<\/li><\/ul>\n\n\n\nBusca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e bem-estar<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa tamb\u00e9m constatou que 32% dos jovens entre 11 e 17 anos procuram ajuda para lidar com algo ruim que vivenciaram<\/strong>, ou para falar sobre suas emo\u00e7\u00f5es<\/strong> quando se sentiram tristes. <\/p>\n\n\n\n
Entre os temas mais procurados relacionados \u00e0 sa\u00fade est\u00e3o:<\/p>\n\n\n\n
Informa\u00e7\u00f5es sobre alimenta\u00e7\u00e3o (55%);
Preven\u00e7\u00e3o e tratamento de doen\u00e7as (38%);
Exerc\u00edcios e meios para ficar em forma (36%);
Informa\u00e7\u00f5es sobre medicamentos (22%);<\/li>
Discuss\u00f5es sobre sa\u00fade sexual e educa\u00e7\u00e3o sexual (21%).<\/li><\/ul>\n\n\n\n
\"A pesquisa busca levantar evid\u00eancias que contribuam para a promo\u00e7\u00e3o de direitos e do bem-estar de crian\u00e7as e adolescentes. Desse modo, para al\u00e9m das atividades presentes na s\u00e9rie hist\u00f3rica da pesquisa, o uso da rede na busca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e apoio emocional passou a ser um tema relevante de investiga\u00e7\u00e3o\", sinaliza Barbosa.<\/p>\n\n\n\n
\"Pesquisas como a TIC Kids Online Brasil s\u00e3o de extrema relev\u00e2ncia para entendermos o cen\u00e1rio atual e fortalecermos o letramento e inclus\u00e3o digital dos mais jovens, com mais seguran\u00e7a e qualidade, quest\u00f5es intr\u00ednsecas ao trabalho realizado pelo Comit\u00ea Gestor da Internet no Brasil\", pondera Jos\u00e9 Gontijo, coordenador do CGI.br.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
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Qual o perfil da gera\u00e7\u00e3o do quarto?<\/h2>\n\n\n\n
S\u00e3o crian\u00e7as e adolescentes, entre 11 e 16 anos, que passam mais de 6 horas por dia dentro do quarto, usando excessivamente as redes sociais digitais, e j\u00e1 sofreram algum tipo de viol\u00eancia, como bullying e cyberbullying, geralmente ocorrida na escola. Eles t\u00eam sintomatologias de psicopatologias as mais diversas, com predomin\u00e2ncia para depress\u00e3o, transtornos obsessivos compulsivos, transtornos alimentares, com predomin\u00e2ncia de anorexia e bulimia, transtorno de ansiedade, uso abusivo de \u00e1lcool, de maconha ou drogas qu\u00edmicas e dist\u00farbios de sono. E no campo da autodestrui\u00e7\u00e3o, praticam a autoles\u00e3o, sem inten\u00e7\u00e3o suicida, e alguns t\u00eam idea\u00e7\u00e3o suicida e tentaram suic\u00eddio mais de uma vez, esse \u00e9 o perfil da gera\u00e7\u00e3o do quarto.<\/p>\n\n\n\n
Como foi feita a pesquisa?<\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa foi feita entre 2017 e 2019, com alunos de escolas p\u00fablicas e privadas de cinco capitais brasileiras \u2014 Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Macei\u00f3 e Natal. Inicialmente, foi aplicado um question\u00e1rio online para 3.115 crian\u00e7as e adolescentes, e a partir das respostas foi feito um recorte com 238 jovens, dos quais a grande maioria, 70%, s\u00e3o de escolas privadas, e fazem parte da classe m\u00e9dia e classe m\u00e9dia alta. Os resultados mostraram que 75% dos 3.115 alunos est\u00e3o com a sa\u00fade mental abalada, embora nem todos apresentem sintomatologia psicopatol\u00f3gica. N\u00e3o publiquei nenhum artigo sobre o estudo porque desde o in\u00edcio tive a inten\u00e7\u00e3o de fazer um livro, que ficou pronto em 2020. De l\u00e1 para c\u00e1, a obra passou por revis\u00f5es, sendo publicada agora, em 2022. Ressalto que a gera\u00e7\u00e3o do quarto n\u00e3o foi criada na pandemia, mas sofreu na pandemia duas vezes mais pela situa\u00e7\u00e3o de vulnerabilidade em que se encontrava. <\/p>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 um retrato da juventude brasileira? <\/h2>\n\n\n\n
Eu fiz um recorte, mas todas as pessoas que mantiveram contato comigo e n\u00e3o estiveram no recorte da pesquisa se identificaram com ela. Tenho retornos de professores e professoras que me diziam: \"olha isso que voc\u00ea disse acontece exatamente assim na minha escola\". As pessoas se identificam porque tem uma verossimilhan\u00e7a. Muitas dizem: \"ah, tenho um filho, uma filha, que tamb\u00e9m est\u00e1 no quarto\". Se voc\u00ea for em qualquer escola, infelizmente ir\u00e1 encontrar algo semelhante.<\/p>\n\n\n\n
Como entender os problemas que essa gera\u00e7\u00e3o enfrenta, quais s\u00e3o suas origens?<\/h2>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 forjada, criada dentro de casa, \u00e9 a fam\u00edlia quem cria essa gera\u00e7\u00e3o, n\u00e3o \u00e9 a escola, a escola ajuda a manter, a fazer a manuten\u00e7\u00e3o do sofrimento, mas a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 produto de uma fam\u00edlia no quarto tamb\u00e9m, uma fam\u00edlia isolada, adoecida, de pouco di\u00e1logo, violenta. A viol\u00eancia num sentido amplo, n\u00e3o s\u00f3 f\u00edsica, psicol\u00f3gica, mas uma viol\u00eancia simb\u00f3lica, h\u00e1 muito movimento de viol\u00eancia dentro dessas casas. A viol\u00eancia simb\u00f3lica se expressa nas nuances, na organiza\u00e7\u00e3o, no establishment<\/em>, c\u00f3digos de comportamentos. Por exemplo, entrevistei meninos de 15, 16 anos, que eram gays, e na casa havia uma esp\u00e9cie de heteronormatividade, n\u00e3o era dito isso, mas havia a heteronormatividade como conduta, regra. \u00c9 isso que temos visto dentro dessas fam\u00edlias, s\u00e3o fam\u00edlias um tanto quanto provocativas e provocadoras dessa viol\u00eancia simb\u00f3lica. <\/p>\n\n\n\n
\u00c9 uma situa\u00e7\u00e3o muito preocupante, n\u00e3o? <\/h2>\n\n\n\n
A experi\u00eancia do quarto \u00e9 terr\u00edvel, porque n\u00e3o \u00e9 uma esp\u00e9cie de ref\u00fagio para aquietar mente, \u00e9 uma experi\u00eancia de ansiedade da mente, uma mente com probabilidades das mais diversas. <\/p>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 violentada, ela tamb\u00e9m vai violentar. \u00c9 importante observar isso. <\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Eu me preocupo muito porque parece que a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 meio que uma matriz de pequenos e pequenas curingas, do personagem do Batman. N\u00f3s estamos formando gera\u00e7\u00f5es violentas, e essa viol\u00eancia pode ser contra si, os \u00edndices de suic\u00eddio na adolesc\u00eancia n\u00e3o s\u00e3o m\u00ednimos. No Brasil, infelizmente, desde 2016, que eles aumentam, mas n\u00f3s tamb\u00e9m temos criado pessoas, em pa\u00edses como os Estados Unidos, que quando t\u00eam acesso a armas, criam e organizam massacres como esses que vimos nas escolas americanas. O perfil e a biografia desses adolescentes se assemelha \u00e0 gera\u00e7\u00e3o do quarto. \u00c9 preocupante, porque n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 o adoecimento ps\u00edquico, mas \u00e9 a produ\u00e7\u00e3o de uma comunidade psiquicamente adoecida, que tem na viol\u00eancia a gram\u00e1tica da sua sintaxe comunicacional, ou seja, a socializa\u00e7\u00e3o \u00e9 violenta.<\/p>\n\n\n\n
Muitas vezes, \u00e9 poss\u00edvel que voc\u00ea tenha pessoas que acham que s\u00e3o excelentes m\u00e3es e pais, mas que imprimem uma norma, uma conduta, um modelo que impede que o outro seja o que pode ser. Vi muito isso, adolescentes dizendo \u201ceu n\u00e3o consigo, para minha m\u00e3e nem para o meu pai, ser o que realmente sou, o que realmente gosto, tenho que mentir, me fazer ser o que n\u00e3o sou, criar um perfil falso\u201d. A viol\u00eancia simb\u00f3lica est\u00e1 muito nesse campo, no religioso, al\u00e9m da viol\u00eancia f\u00edsica e psicol\u00f3gica.<\/p>\n\n\n\n
<\/p>\n\n\n\n
H\u00e1 caracter\u00edsticas em comum entre os pais dessa gera\u00e7\u00e3o?<\/h2>\n\n\n\n
S\u00e3o pessoas que aprenderam com os modelos anteriores como devem proceder, como educar e como deve ser a rela\u00e7\u00e3o entre pais e filhos, e eles terminam agindo em nome desse bem-estar. Eles querem o bem dos filhos, n\u00e3o desejam o mal, mas \u00e9 um bem meio que projetado, n\u00e3o \u00e9 um bem presente, \u00e9 o bem do amanh\u00e3. Eu quero que meu filho esteja bem, mas para isso ele precisa seguir uma regra, uma norma, uma conduta, um padr\u00e3o, uma organiza\u00e7\u00e3o. Se ele n\u00e3o segue, eu n\u00e3o consigo ser m\u00e3e, pai dele, n\u00e3o consigo estabelecer uma rela\u00e7\u00e3o afetiva, de di\u00e1logo, e come\u00e7o a entrar em conflito.<\/p>\n\n\n\n
S\u00e3o pais que rejeitam os filhos? <\/h2>\n\n\n\n
Essa gera\u00e7\u00e3o mostra que os pais, se n\u00e3o h\u00e1 um modelo estabelecido, eles n\u00e3o se disp\u00f5em a aprender com o que eles veem na realidade, \u00e9 quase que um filho abstrato. Quando o filho real come\u00e7a a emergir e mostrar suas caracter\u00edsticas, os pais come\u00e7am a estranhar aquilo e n\u00e3o entram em processo de di\u00e1logo, se afastam. \u00c9 esse afastamento, esse vazio, que cria a gera\u00e7\u00e3o do quarto. Por isso afirmo que \u00e9 na matriz familiar que a gera\u00e7\u00e3o \u00e9 gerada, quer dizer, os pais n\u00e3o conseguem observar, de modo geral, a emerg\u00eancia dos humanos que eles mesmos criaram. Eles t\u00eam o humano projetado, \u00e9 quase um molde de um humano. Quando vem uma orienta\u00e7\u00e3o sexual ou um g\u00eanero que n\u00e3o \u00e9 norma, causa um impacto. <\/p>\n\n\n\n
Claro que \u00e9 menos impactante quando o filho diz que n\u00e3o quer ser m\u00e9dico, mas sim ator, pode haver resist\u00eancia mas n\u00e3o t\u00e3o intensa como quando voc\u00ea diz que \u00e9 gay, isso causa um embara\u00e7o. Mas n\u00e3o gosto de condenar os pais e as m\u00e3es, porque acho que eles est\u00e3o envolvidos nesse processo, eles querem acertar, ao menos, os que t\u00eam paternagem e maternagem, que chamo de esp\u00edrito de pai e m\u00e3e. Os que n\u00e3o t\u00eam, esses simplesmente geram os filhos, est\u00e3o ali numa esp\u00e9cie de playground de criar filhos. Mas os que t\u00eam paternagem, eles v\u00e3o tentando encontrar e conseguem, ent\u00e3o nesse caso, essa fissura, esse vazio que se abriu \u00e9 reduzido e a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 compreendida. <\/p>\n\n\n\n
Os pais sabem que t\u00eam um problema em casa?<\/h2>\n\n\n\n
Eles n\u00e3o t\u00eam conhecimento, porque a gera\u00e7\u00e3o do quarto cognitivamente n\u00e3o tem problema com boletim escolar. Essa gera\u00e7\u00e3o chega na universidade. Essa causa-consequ\u00eancia que a gente confabulou e afirmou tantas vezes que, por exemplo, vai ter problemas na escola, no rendimento escolar, n\u00e3o \u00e9 um sinal, a gera\u00e7\u00e3o do quarto tem um boletim escolar azul,<\/strong> e os pais n\u00e3o percebem. Eles acham que faz parte da vida estar no quarto.<\/strong> Muitos me dizem isso, \u201cah mas meu filho est\u00e1 no quarto j\u00e1 h\u00e1 tanto tempo que nem me dava conta\u201d. Eles come\u00e7am a se dar conta quando a crian\u00e7a ou o adolescente come\u00e7a a se cortar, quando come\u00e7am a gritar em sil\u00eancio, a\u00ed os pais alertam, mas at\u00e9 ent\u00e3o, n\u00e3o. Chamam para jantar, quando conseguem, lembrando que pais contempor\u00e2neos vivem muito fora de casa, trabalham muito, com finalidade de dar um futuro para os filhos.  <\/p>\n\n\n\n
Ou seja, o esfor\u00e7o dos pais para garantir uma boa estrutura familiar acaba por distanci\u00e1-los dos filhos?<\/h2>\n\n\n\n
\u00c9 a alternativa que se deu para a fam\u00edlia. Num pa\u00eds de mais de 210 milh\u00f5es de pessoas, n\u00e3o \u00e9 todo mundo que para e reflete sobre o que \u00e9 ser uma fam\u00edlia. Para os que est\u00e3o abaixo da linha da mis\u00e9ria tem que pensar muito como se recupera. H\u00e1 uma quest\u00e3o importante: o fen\u00f4meno da gera\u00e7\u00e3o do quarto se d\u00e1 em todas as classes sociais, mas as estrat\u00e9gias trabalhadas mudam. Tem muitas pessoas que usam a gravidez, por exemplo, como forma de sair de uma situa\u00e7\u00e3o socioecon\u00f4mica. Engravidar pode ser uma esp\u00e9cie de promo\u00e7\u00e3o social, ou seja, o problema \u00e9 o mesmo, a dor ps\u00edquica \u00e9 a mesma, mas a maneira de lidar com ela \u00e9 diferente. <\/p>\n\n\n\n
Os jovens n\u00e3o se abrem com os pais, mas n\u00e3o se opuseram a falar com voc\u00ea?<\/h2>\n\n\n\n
Talvez o que favorece para um pesquisador como eu \u00e9 me dispor a escutar sem condenar, sem julgamento. Eu escuto para acolher e esse talvez seja um potencial que a gente possa ensinar aos pais e \u00e0s m\u00e3es, para que o filho diga o que pensa, o que acha, o que gosta e n\u00e3o gosta, se sinta confort\u00e1vel em ser diferente dos pais. Acho que as fam\u00edlias escutam julgando, comparando e sentenciando demais. As crian\u00e7as, ao contr\u00e1rio do que as pessoas pensam, s\u00e3o muito sens\u00edveis, muito cr\u00edticas, elas conseguem responder perguntas, falar sobre sentimentos com quem elas se sentem confort\u00e1veis. Al\u00e9m disso, uma das t\u00e9cnicas que utilizei, o question\u00e1rio online, me trouxe muitas respostas, porque tinha perguntas abertas. Alguns dos depoimentos que apresento no livro eu n\u00e3o ouvi, eu li. Quando n\u00e3o tenho que dizer meu nome, quem eu sou, de onde sou, qual minha idade, me sinto mais livre para falar, pedir ajuda. Foram esses depoimentos que me causaram impacto e me fizeram depois entrevistar o grupo menor por meio de rodas de conversa. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Qual o papel da escola nesse contexto?<\/h2>\n\n\n\n
Eu sou um profissional e defensor da escola, a escola para mim \u00e9 uma grande inven\u00e7\u00e3o social, cumpre papel de forma\u00e7\u00e3o, de complementaridade, sobretudo no campo do que chamamos de conhecimento cient\u00edfico. Ela tamb\u00e9m tem um papel social, porque trabalha com pessoas, organiza\u00e7\u00f5es, institui\u00e7\u00f5es, mas ela precisa ser revisitada e reformulada nos seus objetivos matriciais. A escola n\u00e3o pode querer exclusivamente formar do ponto vista cognitivo. Isso \u00e9 um equ\u00edvoco que se manifesta sobretudo nessas escolas, que insistem num modelo de concorr\u00eancia, competi\u00e7\u00e3o, ranqueamento, na nota como resposta \u00e0 aprendizagem. S\u00e3o escolas desconectadas com grandes problemas contempor\u00e2neos, como a sobreviv\u00eancia do Planeta Terra. Temos um planeta amea\u00e7ado de desertifica\u00e7\u00e3o, de aus\u00eancia de comida, amea\u00e7ado no campo dos povos origin\u00e1rios, ent\u00e3o essas s\u00e3o preocupa\u00e7\u00f5es que a escola deve ter. <\/p>\n\n\n\n
Outra preocupa\u00e7\u00e3o \u00e9 a diversidade, temos uma sociedade que se mostra violenta com as minorias, racista e mis\u00f3gina. As mulheres sofrem muito nessa sociedade. A escola n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 para discutir f\u00f3rmulas qu\u00edmicas, biol\u00f3gicas, equa\u00e7\u00f5es matem\u00e1ticas, sintaxe da l\u00edngua. <\/p>\n\n\n\n
A escola \u00e9 para ajudar a usar o conhecimento cient\u00edfico na melhoria da qualidade de vida das pessoas, da minha e dos outros. <\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Ent\u00e3o se ela n\u00e3o faz isso, se insiste na concorr\u00eancia, em colocar aqueles que s\u00e3o bons e n\u00e3o s\u00e3o bons, os que s\u00e3o inteligentes e os que n\u00e3o s\u00e3o inteligentes, e ela tem insistido, ela ajuda a adoecer. \u00c9 o que digo no livro. <\/p>\n\n\n\n
O que dizer aos pais e m\u00e3es da gera\u00e7\u00e3o do quarto?<\/h2>\n\n\n\n
Os filhos e as filhas v\u00e3o precisar muito mesmo dos pais. Tem dois cen\u00e1rios, um \u00e9 ajudar meu filho a n\u00e3o entrar no quarto e o outro \u00e9 ajudar o filho que j\u00e1 est\u00e1 no quarto. No livro eu falo de cinco pilares: cuidado, autoconhecimento, conviv\u00eancia, dialogicidade e amorosidade. Trabalhar a fam\u00edlia e a escola a partir dessas sustenta\u00e7\u00f5es \u00e9 preventivo, mas pode servir tamb\u00e9m para situa\u00e7\u00f5es de pessoas que j\u00e1 est\u00e3o adoecidas, neste caso, associado ao acompanhamento de um profissional da sa\u00fade mental - psic\u00f3logo, psiquiatra, psicanalista, a depender do caso.<\/p>\n\n\n\n
O pilar do cuidado<\/strong> trata sobre a import\u00e2ncia do cuidado consigo e do cuidado com o outro, o que implica tratar das quest\u00f5es relacionadas a respeito, compreens\u00e3o, conviv\u00eancia, uso abusivo de \u00e1lcool, relacionamentos abusivos, bullying, ciberbullying, uso excessivo de redes sociais digitais, entre outros aspectos.

O pilar do autoconhecimento<\/strong> trata sobre a biografia, a hist\u00f3ria de cada pessoa, a fam\u00edlia. Proponho um trabalho sobre ancestralidade, que a pessoa conhe\u00e7a sua hist\u00f3ria de vida, conhe\u00e7a seu pai, sua m\u00e3e, sua opini\u00e3o, seus gostos. Isso tem a ver com quem eu sou, do ponto de vista \u00e9tico, e vai me dar uma seguran\u00e7a para enfrentar aquilo que querem que eu seja. Eu sou isso, mas querem que eu seja aquilo. N\u00e3o escondo minhas fragilidades, sou amado, o que d\u00e1 seguran\u00e7a. N\u00e3o vou dizer para minha crian\u00e7a que a vida \u00e9 f\u00e1cil, um mar de rosas, que ela nunca vai encontrar desafios, mas vou ajud\u00e1-la e fortalec\u00ea-la para que ela possa enfrent\u00e1-los.<\/p>\n\n\n\n
No pilar da conviv\u00eancia<\/strong>, h\u00e1 uma rela\u00e7\u00e3o entre aprender a ser e aprender a conviver. Trato de situa\u00e7\u00f5es cotidianas que evocam reflex\u00f5es \u00e9ticas, morais e espirituais, para as quais a compaix\u00e3o, a empatia e a resili\u00eancia s\u00e3o habilidades necess\u00e1rias e essenciais. O exerc\u00edcio da dialogicidade<\/strong> \u00e9 realizado quando as pessoas aprendem a falar o que pensam e sentem, mas entendem que o que pensam e sentem n\u00e3o \u00e9 a \u00faltima palavra sobre a verdade. O pilar da amorosidade<\/strong> \u00e9 tratado com reflex\u00f5es e a\u00e7\u00f5es. As reflex\u00f5es geram as a\u00e7\u00f5es, e as a\u00e7\u00f5es n\u00e3o s\u00e3o realizadas de modo mec\u00e2nico. <\/p>\n\n\n\n
Os pais podem aprender com os filhos?<\/h2>\n\n\n\n
O livro n\u00e3o tem que ser uma pedra para atirar nos pais e na escola, tem que ser um acalanto. Eu acho que a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 t\u00e3o potente que nos possibilita reaprender a viver, tenho grande esperan\u00e7a na gera\u00e7\u00e3o do quarto, a mesma gera\u00e7\u00e3o que \u00e9 violenta me ensina novos modos de amor, n\u00e3o vejo a gera\u00e7\u00e3o como fracassada, que n\u00e3o deu certo, acho um absurdo dizer que \u00e9 uma gera\u00e7\u00e3o parasita, \"nem-nem\". Obviamente ela traz todas as mazelas, n\u00e3o foi a gera\u00e7\u00e3o do quarto que inventou o abuso do \u00e1lcool, a viol\u00eancia, esses foram c\u00f3digos sempre usados, mas a gera\u00e7\u00e3o do quarto est\u00e1 nos dando outras alternativas, como maior preocupa\u00e7\u00e3o sobre consumo, meio ambiente, empoderamento das meninas, orienta\u00e7\u00e3o \u00e0 quest\u00e3o de g\u00eanero. Essa gera\u00e7\u00e3o tem muita coisa a nos mostrar, n\u00e3o precisamos ter medo, podemos aprender com elas. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"A gera\u00e7\u00e3o do quarto: um retrato chocante da juventude brasileira","post_excerpt":"Ap\u00f3s ouvir mais de 3 mil crian\u00e7as e adolescentes que vivem experi\u00eancias traum\u00e1ticas em seus quartos, o pesquisador Hugo Monteiro Ferreira faz um alerta aos pais e \u00e0s escolas sobre a necessidade de mudar a forma de se relacionar com os jovens","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"a-geracao-do-quarto-o-retrato-chocante-da-juventude-brasileira","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-30 11:00:28","post_modified_gmt":"2022-08-30 14:00:28","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64515","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64369,"post_author":"4","post_date":"2022-08-23 10:54:43","post_date_gmt":"2022-08-23 13:54:43","post_content":"\n
De acordo com o Artigo 227<\/a> da Constitui\u00e7\u00e3o de 1988, as crian\u00e7as<\/a> devem ser prioridade absoluta em todas as decis\u00f5es, programas e pol\u00edticas p\u00fablicas<\/a>. Isso se torna mais relevante em ano de elei\u00e7\u00f5es, em que poderemos escolher, de forma democr\u00e1tica<\/a>, representantes<\/a> aos cargos de presidente da Rep\u00fablica, senadores, governadores, deputados federais e estaduais. <\/p>\n\n\n\n
O voto no Brasil \u00e9 obrigat\u00f3rio para todos aqueles acima de 18 anos, sendo facultativo para jovens com 16 e 17 anos, pessoas com mais de 70 anos e analfabetos. Crian\u00e7as e adolescentes<\/a> menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar<\/a>, mas isso n\u00e3o quer dizer que n\u00e3o devam estar inclu\u00eddos nos planos dos diferentes representantes pol\u00edticos. Muito pelo contr\u00e1rio.<\/p>\n\n\n\n
Diversos estudos j\u00e1 comprovaram que investir na primeira inf\u00e2ncia<\/a> \u00e9 a melhor maneira de reduzir desigualdades e construir uma sociedade com condi\u00e7\u00f5es sociais e ambientais sustent\u00e1veis.<\/p>\n\n\n\n
Cabe a n\u00f3s, adultos, escolher nas elei\u00e7\u00f5es candidatos que contemplem as crian\u00e7as em projetos e iniciativas diversas. Abaixo, veja 5 motivos que tornam urgente a valoriza\u00e7\u00e3o de projetos para a inf\u00e2ncia e juventude nas campanhas \u00e0s elei\u00e7\u00f5es de 2022. A lista \u00e9 do portal Lunetas, espa\u00e7o dedicado \u00e0 reflex\u00e3o sobre a inf\u00e2ncia, que recentemente lan\u00e7ou o especial \"Inf\u00e2ncias em foco: Quem vota pelas crian\u00e7as?\"<\/a>, um hub de informa\u00e7\u00e3o sobre pol\u00edtica e as inf\u00e2ncias. <\/p>\n\n\n\n
5 temas que envolvem as crian\u00e7as e que t\u00eam de estar previstos nas propostas dos candidatos \u00e0s elei\u00e7\u00f5es:<\/h2>\n\n\n\n
Fome<\/h3>\n\n\n\n
De acordo com um levantamento realizado pela Funda\u00e7\u00e3o Abrinq, cerca de 18,8 milh\u00f5es de meninos e meninas de at\u00e9 14 anos passam fome no Brasil. Essa inseguran\u00e7a alimentar traz preju\u00edzos grav\u00edssimos \u00e0s crian\u00e7as, afetando seu crescimento e o desenvolvimento f\u00edsico e cognitivo necess\u00e1rios para que consigam crescer de maneira saud\u00e1vel.<\/p>\n\n\n\n
Analfabetismo<\/h3>\n\n\n\n
H\u00e1 50 anos, a educa\u00e7\u00e3o infantil n\u00e3o era uma realidade no Brasil, no entanto, pol\u00edticas p\u00fablicas mudaram essa realidade. Ainda assim, nos \u00faltimos dois anos, o n\u00famero de crian\u00e7as de 6 e 7 anos que n\u00e3o sabem ler e escrever cresceu em 1 milh\u00e3o. Pensando no futuro e nos pr\u00f3ximos passos do Brasil relacionados \u00e0 educa\u00e7\u00e3o p\u00fablica, \u00e9 necess\u00e1rio eleger candidatos que queiram enfrentar as desigualdades sociais e lutar para que todas as crian\u00e7as e adolescentes tenham acesso \u00e0 educa\u00e7\u00e3o de qualidade.<\/p>\n\n\n\n
Trabalho Infantil<\/h3>\n\n\n\n
Atualmente, cerca de 2 milh\u00f5es de crian\u00e7as e adolescentes est\u00e3o em situa\u00e7\u00e3o de trabalho infantil no Brasil. Desse total, 66% s\u00e3o crian\u00e7as pretas ou pardas e 71% est\u00e3o na \u00e1rea urbana, de acordo com um levantamento divulgado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domic\u00edlios (PNAD Cont\u00ednua).<\/p>\n\n\n\n
Viol\u00eancia e explora\u00e7\u00e3o sexual<\/h3>\n\n\n\n
Entre 2016 e 2020, 35 mil crian\u00e7as e adolescentes, de 0 a 19 anos, foram mortos de forma violenta no Brasil e 180 mil sofreram viol\u00eancia sexual, segundo o Panorama da Viol\u00eancia Sexual contra crian\u00e7as e Adolescentes no Brasil, lan\u00e7ado pela Unicef e pelo F\u00f3rum Brasileiro de Seguran\u00e7a P\u00fablica (FBSP). Por isso, \u00e9 necess\u00e1rio eleger pessoas que tenham coragem para combater esse cen\u00e1rio e falar de assuntos como igualdade de g\u00eanero, empoderamento de meninas, viol\u00eancia sexual e femin\u00edcio.<\/p>\n\n\n\n
Moradia<\/h3>\n\n\n\n
Mais de 5 milh\u00f5es de pessoas ainda residem em domic\u00edlios sem banheiros ou sanit\u00e1rios de uso exclusivo e 9,7 milh\u00f5es vivem em condi\u00e7\u00f5es de adensamento excessivo, com mais de tr\u00eas moradores para cada dormit\u00f3rio. Este \u00e9 um assunto que n\u00e3o deve ser ignorado, j\u00e1 que todas as crian\u00e7as precisam de acesso \u00e0 moradia para viver com dignidade e poder se desenvolver em outras \u00e1reas, como lazer, educa\u00e7\u00e3o e sa\u00fade.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]  <\/p>\n","post_title":"5 motivos para priorizar as crian\u00e7as nas elei\u00e7\u00f5es de 2022","post_excerpt":"Crian\u00e7as e adolescentes menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar, mas s\u00e3o parcela importante da popula\u00e7\u00e3o e t\u00eam de estar contemplados nos projetos dos diferentes atores governamentais","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"5-motivos-para-priorizar-as-criancas-nas-eleicoes-de-2022","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-25 18:52:13","post_modified_gmt":"2022-08-25 21:52:13","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64369","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64334,"post_author":"4","post_date":"2022-08-22 15:14:51","post_date_gmt":"2022-08-22 18:14:51","post_content":"\n
O n\u00famero de crian\u00e7as e adolescente<\/a>s conectados \u00e0 internet cresceu nos \u00faltimos anos. Segundo o estudo TIC Kids Online Brasil 2021<\/a>, rec\u00e9m-divulgado, 93% ou 22,3 milh\u00f5es das crian\u00e7as e dos adolescentes<\/a> no pa\u00eds acessaram a web<\/a> em 2021, sendo que em 2019 esse percentual era de 89%. O crescimento foi impulsionado principalmente pela maior propor\u00e7\u00e3o de usu\u00e1rios na regi\u00e3o Nordeste e nas \u00e1reas rurais. <\/p>\n\n\n\n
O uso de redes sociais <\/a>pelas crian\u00e7as tamb\u00e9m tem se elevado, sendo a plataforma Tik Tok<\/a> a mais utilizada (34%), seguida pelo Instagram (33%). No Facebook, houve queda no uso de 66% para 51% no per\u00edodo citado. J\u00e1 o WhatsApp segue como a plataforma em que crian\u00e7as e adolescentes mais possuem perfil (foi de 70% em 2018 para 80% em 2021), e \u00e9 a mais difundida entre todos os estratos sociais.<\/p>\n\n\n\n
A pesquisa, conduzida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informa\u00e7\u00e3o (Cetic.br) do N\u00facleo de Informa\u00e7\u00e3o e Coordena\u00e7\u00e3o do Ponto BR (NIC.br), entrevistou 2.651 crian\u00e7as e adolescentes com idades entre 9 e 17 anos, bem como seus pais ou respons\u00e1veis, em todo o territ\u00f3rio nacional. As entrevistas aconteceram entre outubro de 2021 e mar\u00e7o de 2022, com a finalidade de investigar oportunidades e riscos relacionados \u00e0 participa\u00e7\u00e3o online desse p\u00fablico. <\/p>\n\n\n\n
Segundo o levantamento, as crian\u00e7as tamb\u00e9m est\u00e3o passando mais tempo em jogos online - seja conectadas com outros jogadores (de 57% para 66%, entre 2021 e 2019) ou n\u00e3o conectadas a eles (de 55% para 64%) -, e fazendo mais compras no ambiente digital - cresceu de 9% para 19% no mesmo per\u00edodo. <\/p>\n\n\n\n
\"Plataformas de cria\u00e7\u00e3o e compartilhamento de conte\u00fado audiovisual est\u00e3o entre as mais utilizadas por crian\u00e7as e adolescentes. Nesse contexto, a qualidade da conex\u00e3o \u00e0 Internet e dos dispositivos digitais utilizados para o acesso \u00e0 rede passam a ser determinantes para o melhor aproveitamento de oportunidades online. \u00c9 central, portanto, garantir condi\u00e7\u00f5es equitativas de conectividade para crian\u00e7as e adolescentes em diferentes contextos socioecon\u00f4micos\", aponta Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br. <\/p>\n\n\n\n
A pesquisa TIC Kids Online <\/a>detectou, ainda, que o telefone celular segue como o principal meio de conex\u00e3o \u00e0 rede nos diferentes extratos sociais. Para 53%, o celular foi o \u00fanico dispositivo usado, realidade que se verificou mais presente nas classes DE (78%) e C (52%) do que nas classes AB (18%). <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Acesso a propagandas<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
Entre as atividades multim\u00eddia, as mais acessadas pelas crian\u00e7as s\u00e3o ouvir m\u00fasica (80%), assistir a v\u00eddeos, programas, filmes ou s\u00e9ries (84%), S\u00edtios de v\u00eddeos (67%) e redes sociais (61%) est\u00e3o entre as principais plataformas em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios de internet declaram ter visto propaganda de produtos ou marcas. Pessoas ensinando como usar algum produto (62%) e abrindo embalagens -- o chamado unboxing<\/em><\/strong> - (61%) foram os principais conte\u00fados de imagem ou v\u00eddeo em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios da rede tiveram contato com divulga\u00e7\u00e3o de produtos ou marcas. Entre as principais categorias de produtos ou marcas vistas no ambiente online<\/em> est\u00e3o: <\/p>\n\n\n\n
Equipamentos eletr\u00f4nicos (60%); <\/li>
Roupas e sapatos (60%); <\/li>
Comidas, bebidas ou doces (57%); <\/li>
Videogames ou jogos (46%); <\/li>
Maquiagem e outros produtos de beleza (46%).\u00a0<\/li><\/ul>\n\n\n\nBusca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e bem-estar<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa tamb\u00e9m constatou que 32% dos jovens entre 11 e 17 anos procuram ajuda para lidar com algo ruim que vivenciaram<\/strong>, ou para falar sobre suas emo\u00e7\u00f5es<\/strong> quando se sentiram tristes. <\/p>\n\n\n\n
Entre os temas mais procurados relacionados \u00e0 sa\u00fade est\u00e3o:<\/p>\n\n\n\n
Informa\u00e7\u00f5es sobre alimenta\u00e7\u00e3o (55%);
Preven\u00e7\u00e3o e tratamento de doen\u00e7as (38%);
Exerc\u00edcios e meios para ficar em forma (36%);
Informa\u00e7\u00f5es sobre medicamentos (22%);<\/li>
Discuss\u00f5es sobre sa\u00fade sexual e educa\u00e7\u00e3o sexual (21%).<\/li><\/ul>\n\n\n\n
\"A pesquisa busca levantar evid\u00eancias que contribuam para a promo\u00e7\u00e3o de direitos e do bem-estar de crian\u00e7as e adolescentes. Desse modo, para al\u00e9m das atividades presentes na s\u00e9rie hist\u00f3rica da pesquisa, o uso da rede na busca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e apoio emocional passou a ser um tema relevante de investiga\u00e7\u00e3o\", sinaliza Barbosa.<\/p>\n\n\n\n
\"Pesquisas como a TIC Kids Online Brasil s\u00e3o de extrema relev\u00e2ncia para entendermos o cen\u00e1rio atual e fortalecermos o letramento e inclus\u00e3o digital dos mais jovens, com mais seguran\u00e7a e qualidade, quest\u00f5es intr\u00ednsecas ao trabalho realizado pelo Comit\u00ea Gestor da Internet no Brasil\", pondera Jos\u00e9 Gontijo, coordenador do CGI.br.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"] <\/p>\n","post_title":"93% dos jovens entre 9 e 17 anos usam a internet no pa\u00eds, revela pesquisa","post_excerpt":"Pesquisa TIC Kids Online Brasil 2021 tamb\u00e9m mostrou que a TikTok \u00e9 a principal rede social utilizada por crian\u00e7as e adolescentes","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"93-dos-jovens-entre-9-e-17-anos-usam-a-internet-revela-pesquisa-tic-kids-online-2021","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-23 11:24:47","post_modified_gmt":"2022-08-23 14:24:47","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64334","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"}],"next":false,"prev":true,"total_page":12},"paged":1,"column_class":"jeg_col_2o3","class":"epic_block_3"};

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A seguir, leia a entrevista que o autor concedeu \u00e0 Canguru News<\/strong>. Hugo \u00e9 professor do departamento de Educa\u00e7\u00e3o e do Programa de P\u00f3s-Gradua\u00e7\u00e3o em Educa\u00e7\u00e3o, Culturas e Identidades, ambos da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Na mesma institui\u00e7\u00e3o, ele coordena o N\u00facleo do Cuidado Humano e o Grupo de Estudos da Transdisciplinaridade, da Inf\u00e2ncia e da Juventude (GETIJ).<\/p>\n\n\n\n
Qual o perfil da gera\u00e7\u00e3o do quarto?<\/h2>\n\n\n\n
S\u00e3o crian\u00e7as e adolescentes, entre 11 e 16 anos, que passam mais de 6 horas por dia dentro do quarto, usando excessivamente as redes sociais digitais, e j\u00e1 sofreram algum tipo de viol\u00eancia, como bullying e cyberbullying, geralmente ocorrida na escola. Eles t\u00eam sintomatologias de psicopatologias as mais diversas, com predomin\u00e2ncia para depress\u00e3o, transtornos obsessivos compulsivos, transtornos alimentares, com predomin\u00e2ncia de anorexia e bulimia, transtorno de ansiedade, uso abusivo de \u00e1lcool, de maconha ou drogas qu\u00edmicas e dist\u00farbios de sono. E no campo da autodestrui\u00e7\u00e3o, praticam a autoles\u00e3o, sem inten\u00e7\u00e3o suicida, e alguns t\u00eam idea\u00e7\u00e3o suicida e tentaram suic\u00eddio mais de uma vez, esse \u00e9 o perfil da gera\u00e7\u00e3o do quarto.<\/p>\n\n\n\n
Como foi feita a pesquisa?<\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa foi feita entre 2017 e 2019, com alunos de escolas p\u00fablicas e privadas de cinco capitais brasileiras \u2014 Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Macei\u00f3 e Natal. Inicialmente, foi aplicado um question\u00e1rio online para 3.115 crian\u00e7as e adolescentes, e a partir das respostas foi feito um recorte com 238 jovens, dos quais a grande maioria, 70%, s\u00e3o de escolas privadas, e fazem parte da classe m\u00e9dia e classe m\u00e9dia alta. Os resultados mostraram que 75% dos 3.115 alunos est\u00e3o com a sa\u00fade mental abalada, embora nem todos apresentem sintomatologia psicopatol\u00f3gica. N\u00e3o publiquei nenhum artigo sobre o estudo porque desde o in\u00edcio tive a inten\u00e7\u00e3o de fazer um livro, que ficou pronto em 2020. De l\u00e1 para c\u00e1, a obra passou por revis\u00f5es, sendo publicada agora, em 2022. Ressalto que a gera\u00e7\u00e3o do quarto n\u00e3o foi criada na pandemia, mas sofreu na pandemia duas vezes mais pela situa\u00e7\u00e3o de vulnerabilidade em que se encontrava. <\/p>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 um retrato da juventude brasileira? <\/h2>\n\n\n\n
Eu fiz um recorte, mas todas as pessoas que mantiveram contato comigo e n\u00e3o estiveram no recorte da pesquisa se identificaram com ela. Tenho retornos de professores e professoras que me diziam: \"olha isso que voc\u00ea disse acontece exatamente assim na minha escola\". As pessoas se identificam porque tem uma verossimilhan\u00e7a. Muitas dizem: \"ah, tenho um filho, uma filha, que tamb\u00e9m est\u00e1 no quarto\". Se voc\u00ea for em qualquer escola, infelizmente ir\u00e1 encontrar algo semelhante.<\/p>\n\n\n\n
Como entender os problemas que essa gera\u00e7\u00e3o enfrenta, quais s\u00e3o suas origens?<\/h2>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 forjada, criada dentro de casa, \u00e9 a fam\u00edlia quem cria essa gera\u00e7\u00e3o, n\u00e3o \u00e9 a escola, a escola ajuda a manter, a fazer a manuten\u00e7\u00e3o do sofrimento, mas a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 produto de uma fam\u00edlia no quarto tamb\u00e9m, uma fam\u00edlia isolada, adoecida, de pouco di\u00e1logo, violenta. A viol\u00eancia num sentido amplo, n\u00e3o s\u00f3 f\u00edsica, psicol\u00f3gica, mas uma viol\u00eancia simb\u00f3lica, h\u00e1 muito movimento de viol\u00eancia dentro dessas casas. A viol\u00eancia simb\u00f3lica se expressa nas nuances, na organiza\u00e7\u00e3o, no establishment<\/em>, c\u00f3digos de comportamentos. Por exemplo, entrevistei meninos de 15, 16 anos, que eram gays, e na casa havia uma esp\u00e9cie de heteronormatividade, n\u00e3o era dito isso, mas havia a heteronormatividade como conduta, regra. \u00c9 isso que temos visto dentro dessas fam\u00edlias, s\u00e3o fam\u00edlias um tanto quanto provocativas e provocadoras dessa viol\u00eancia simb\u00f3lica. <\/p>\n\n\n\n
\u00c9 uma situa\u00e7\u00e3o muito preocupante, n\u00e3o? <\/h2>\n\n\n\n
A experi\u00eancia do quarto \u00e9 terr\u00edvel, porque n\u00e3o \u00e9 uma esp\u00e9cie de ref\u00fagio para aquietar mente, \u00e9 uma experi\u00eancia de ansiedade da mente, uma mente com probabilidades das mais diversas. <\/p>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 violentada, ela tamb\u00e9m vai violentar. \u00c9 importante observar isso. <\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Eu me preocupo muito porque parece que a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 meio que uma matriz de pequenos e pequenas curingas, do personagem do Batman. N\u00f3s estamos formando gera\u00e7\u00f5es violentas, e essa viol\u00eancia pode ser contra si, os \u00edndices de suic\u00eddio na adolesc\u00eancia n\u00e3o s\u00e3o m\u00ednimos. No Brasil, infelizmente, desde 2016, que eles aumentam, mas n\u00f3s tamb\u00e9m temos criado pessoas, em pa\u00edses como os Estados Unidos, que quando t\u00eam acesso a armas, criam e organizam massacres como esses que vimos nas escolas americanas. O perfil e a biografia desses adolescentes se assemelha \u00e0 gera\u00e7\u00e3o do quarto. \u00c9 preocupante, porque n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 o adoecimento ps\u00edquico, mas \u00e9 a produ\u00e7\u00e3o de uma comunidade psiquicamente adoecida, que tem na viol\u00eancia a gram\u00e1tica da sua sintaxe comunicacional, ou seja, a socializa\u00e7\u00e3o \u00e9 violenta.<\/p>\n\n\n\n
Muitas vezes, \u00e9 poss\u00edvel que voc\u00ea tenha pessoas que acham que s\u00e3o excelentes m\u00e3es e pais, mas que imprimem uma norma, uma conduta, um modelo que impede que o outro seja o que pode ser. Vi muito isso, adolescentes dizendo \u201ceu n\u00e3o consigo, para minha m\u00e3e nem para o meu pai, ser o que realmente sou, o que realmente gosto, tenho que mentir, me fazer ser o que n\u00e3o sou, criar um perfil falso\u201d. A viol\u00eancia simb\u00f3lica est\u00e1 muito nesse campo, no religioso, al\u00e9m da viol\u00eancia f\u00edsica e psicol\u00f3gica.<\/p>\n\n\n\n
<\/p>\n\n\n\n
H\u00e1 caracter\u00edsticas em comum entre os pais dessa gera\u00e7\u00e3o?<\/h2>\n\n\n\n
S\u00e3o pessoas que aprenderam com os modelos anteriores como devem proceder, como educar e como deve ser a rela\u00e7\u00e3o entre pais e filhos, e eles terminam agindo em nome desse bem-estar. Eles querem o bem dos filhos, n\u00e3o desejam o mal, mas \u00e9 um bem meio que projetado, n\u00e3o \u00e9 um bem presente, \u00e9 o bem do amanh\u00e3. Eu quero que meu filho esteja bem, mas para isso ele precisa seguir uma regra, uma norma, uma conduta, um padr\u00e3o, uma organiza\u00e7\u00e3o. Se ele n\u00e3o segue, eu n\u00e3o consigo ser m\u00e3e, pai dele, n\u00e3o consigo estabelecer uma rela\u00e7\u00e3o afetiva, de di\u00e1logo, e come\u00e7o a entrar em conflito.<\/p>\n\n\n\n
S\u00e3o pais que rejeitam os filhos? <\/h2>\n\n\n\n
Essa gera\u00e7\u00e3o mostra que os pais, se n\u00e3o h\u00e1 um modelo estabelecido, eles n\u00e3o se disp\u00f5em a aprender com o que eles veem na realidade, \u00e9 quase que um filho abstrato. Quando o filho real come\u00e7a a emergir e mostrar suas caracter\u00edsticas, os pais come\u00e7am a estranhar aquilo e n\u00e3o entram em processo de di\u00e1logo, se afastam. \u00c9 esse afastamento, esse vazio, que cria a gera\u00e7\u00e3o do quarto. Por isso afirmo que \u00e9 na matriz familiar que a gera\u00e7\u00e3o \u00e9 gerada, quer dizer, os pais n\u00e3o conseguem observar, de modo geral, a emerg\u00eancia dos humanos que eles mesmos criaram. Eles t\u00eam o humano projetado, \u00e9 quase um molde de um humano. Quando vem uma orienta\u00e7\u00e3o sexual ou um g\u00eanero que n\u00e3o \u00e9 norma, causa um impacto. <\/p>\n\n\n\n
Claro que \u00e9 menos impactante quando o filho diz que n\u00e3o quer ser m\u00e9dico, mas sim ator, pode haver resist\u00eancia mas n\u00e3o t\u00e3o intensa como quando voc\u00ea diz que \u00e9 gay, isso causa um embara\u00e7o. Mas n\u00e3o gosto de condenar os pais e as m\u00e3es, porque acho que eles est\u00e3o envolvidos nesse processo, eles querem acertar, ao menos, os que t\u00eam paternagem e maternagem, que chamo de esp\u00edrito de pai e m\u00e3e. Os que n\u00e3o t\u00eam, esses simplesmente geram os filhos, est\u00e3o ali numa esp\u00e9cie de playground de criar filhos. Mas os que t\u00eam paternagem, eles v\u00e3o tentando encontrar e conseguem, ent\u00e3o nesse caso, essa fissura, esse vazio que se abriu \u00e9 reduzido e a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 compreendida. <\/p>\n\n\n\n
Os pais sabem que t\u00eam um problema em casa?<\/h2>\n\n\n\n
Eles n\u00e3o t\u00eam conhecimento, porque a gera\u00e7\u00e3o do quarto cognitivamente n\u00e3o tem problema com boletim escolar. Essa gera\u00e7\u00e3o chega na universidade. Essa causa-consequ\u00eancia que a gente confabulou e afirmou tantas vezes que, por exemplo, vai ter problemas na escola, no rendimento escolar, n\u00e3o \u00e9 um sinal, a gera\u00e7\u00e3o do quarto tem um boletim escolar azul,<\/strong> e os pais n\u00e3o percebem. Eles acham que faz parte da vida estar no quarto.<\/strong> Muitos me dizem isso, \u201cah mas meu filho est\u00e1 no quarto j\u00e1 h\u00e1 tanto tempo que nem me dava conta\u201d. Eles come\u00e7am a se dar conta quando a crian\u00e7a ou o adolescente come\u00e7a a se cortar, quando come\u00e7am a gritar em sil\u00eancio, a\u00ed os pais alertam, mas at\u00e9 ent\u00e3o, n\u00e3o. Chamam para jantar, quando conseguem, lembrando que pais contempor\u00e2neos vivem muito fora de casa, trabalham muito, com finalidade de dar um futuro para os filhos.  <\/p>\n\n\n\n
Ou seja, o esfor\u00e7o dos pais para garantir uma boa estrutura familiar acaba por distanci\u00e1-los dos filhos?<\/h2>\n\n\n\n
\u00c9 a alternativa que se deu para a fam\u00edlia. Num pa\u00eds de mais de 210 milh\u00f5es de pessoas, n\u00e3o \u00e9 todo mundo que para e reflete sobre o que \u00e9 ser uma fam\u00edlia. Para os que est\u00e3o abaixo da linha da mis\u00e9ria tem que pensar muito como se recupera. H\u00e1 uma quest\u00e3o importante: o fen\u00f4meno da gera\u00e7\u00e3o do quarto se d\u00e1 em todas as classes sociais, mas as estrat\u00e9gias trabalhadas mudam. Tem muitas pessoas que usam a gravidez, por exemplo, como forma de sair de uma situa\u00e7\u00e3o socioecon\u00f4mica. Engravidar pode ser uma esp\u00e9cie de promo\u00e7\u00e3o social, ou seja, o problema \u00e9 o mesmo, a dor ps\u00edquica \u00e9 a mesma, mas a maneira de lidar com ela \u00e9 diferente. <\/p>\n\n\n\n
Os jovens n\u00e3o se abrem com os pais, mas n\u00e3o se opuseram a falar com voc\u00ea?<\/h2>\n\n\n\n
Talvez o que favorece para um pesquisador como eu \u00e9 me dispor a escutar sem condenar, sem julgamento. Eu escuto para acolher e esse talvez seja um potencial que a gente possa ensinar aos pais e \u00e0s m\u00e3es, para que o filho diga o que pensa, o que acha, o que gosta e n\u00e3o gosta, se sinta confort\u00e1vel em ser diferente dos pais. Acho que as fam\u00edlias escutam julgando, comparando e sentenciando demais. As crian\u00e7as, ao contr\u00e1rio do que as pessoas pensam, s\u00e3o muito sens\u00edveis, muito cr\u00edticas, elas conseguem responder perguntas, falar sobre sentimentos com quem elas se sentem confort\u00e1veis. Al\u00e9m disso, uma das t\u00e9cnicas que utilizei, o question\u00e1rio online, me trouxe muitas respostas, porque tinha perguntas abertas. Alguns dos depoimentos que apresento no livro eu n\u00e3o ouvi, eu li. Quando n\u00e3o tenho que dizer meu nome, quem eu sou, de onde sou, qual minha idade, me sinto mais livre para falar, pedir ajuda. Foram esses depoimentos que me causaram impacto e me fizeram depois entrevistar o grupo menor por meio de rodas de conversa. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Qual o papel da escola nesse contexto?<\/h2>\n\n\n\n
Eu sou um profissional e defensor da escola, a escola para mim \u00e9 uma grande inven\u00e7\u00e3o social, cumpre papel de forma\u00e7\u00e3o, de complementaridade, sobretudo no campo do que chamamos de conhecimento cient\u00edfico. Ela tamb\u00e9m tem um papel social, porque trabalha com pessoas, organiza\u00e7\u00f5es, institui\u00e7\u00f5es, mas ela precisa ser revisitada e reformulada nos seus objetivos matriciais. A escola n\u00e3o pode querer exclusivamente formar do ponto vista cognitivo. Isso \u00e9 um equ\u00edvoco que se manifesta sobretudo nessas escolas, que insistem num modelo de concorr\u00eancia, competi\u00e7\u00e3o, ranqueamento, na nota como resposta \u00e0 aprendizagem. S\u00e3o escolas desconectadas com grandes problemas contempor\u00e2neos, como a sobreviv\u00eancia do Planeta Terra. Temos um planeta amea\u00e7ado de desertifica\u00e7\u00e3o, de aus\u00eancia de comida, amea\u00e7ado no campo dos povos origin\u00e1rios, ent\u00e3o essas s\u00e3o preocupa\u00e7\u00f5es que a escola deve ter. <\/p>\n\n\n\n
Outra preocupa\u00e7\u00e3o \u00e9 a diversidade, temos uma sociedade que se mostra violenta com as minorias, racista e mis\u00f3gina. As mulheres sofrem muito nessa sociedade. A escola n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 para discutir f\u00f3rmulas qu\u00edmicas, biol\u00f3gicas, equa\u00e7\u00f5es matem\u00e1ticas, sintaxe da l\u00edngua. <\/p>\n\n\n\n
A escola \u00e9 para ajudar a usar o conhecimento cient\u00edfico na melhoria da qualidade de vida das pessoas, da minha e dos outros. <\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Ent\u00e3o se ela n\u00e3o faz isso, se insiste na concorr\u00eancia, em colocar aqueles que s\u00e3o bons e n\u00e3o s\u00e3o bons, os que s\u00e3o inteligentes e os que n\u00e3o s\u00e3o inteligentes, e ela tem insistido, ela ajuda a adoecer. \u00c9 o que digo no livro. <\/p>\n\n\n\n
O que dizer aos pais e m\u00e3es da gera\u00e7\u00e3o do quarto?<\/h2>\n\n\n\n
Os filhos e as filhas v\u00e3o precisar muito mesmo dos pais. Tem dois cen\u00e1rios, um \u00e9 ajudar meu filho a n\u00e3o entrar no quarto e o outro \u00e9 ajudar o filho que j\u00e1 est\u00e1 no quarto. No livro eu falo de cinco pilares: cuidado, autoconhecimento, conviv\u00eancia, dialogicidade e amorosidade. Trabalhar a fam\u00edlia e a escola a partir dessas sustenta\u00e7\u00f5es \u00e9 preventivo, mas pode servir tamb\u00e9m para situa\u00e7\u00f5es de pessoas que j\u00e1 est\u00e3o adoecidas, neste caso, associado ao acompanhamento de um profissional da sa\u00fade mental - psic\u00f3logo, psiquiatra, psicanalista, a depender do caso.<\/p>\n\n\n\n
O pilar do cuidado<\/strong> trata sobre a import\u00e2ncia do cuidado consigo e do cuidado com o outro, o que implica tratar das quest\u00f5es relacionadas a respeito, compreens\u00e3o, conviv\u00eancia, uso abusivo de \u00e1lcool, relacionamentos abusivos, bullying, ciberbullying, uso excessivo de redes sociais digitais, entre outros aspectos.

O pilar do autoconhecimento<\/strong> trata sobre a biografia, a hist\u00f3ria de cada pessoa, a fam\u00edlia. Proponho um trabalho sobre ancestralidade, que a pessoa conhe\u00e7a sua hist\u00f3ria de vida, conhe\u00e7a seu pai, sua m\u00e3e, sua opini\u00e3o, seus gostos. Isso tem a ver com quem eu sou, do ponto de vista \u00e9tico, e vai me dar uma seguran\u00e7a para enfrentar aquilo que querem que eu seja. Eu sou isso, mas querem que eu seja aquilo. N\u00e3o escondo minhas fragilidades, sou amado, o que d\u00e1 seguran\u00e7a. N\u00e3o vou dizer para minha crian\u00e7a que a vida \u00e9 f\u00e1cil, um mar de rosas, que ela nunca vai encontrar desafios, mas vou ajud\u00e1-la e fortalec\u00ea-la para que ela possa enfrent\u00e1-los.<\/p>\n\n\n\n
No pilar da conviv\u00eancia<\/strong>, h\u00e1 uma rela\u00e7\u00e3o entre aprender a ser e aprender a conviver. Trato de situa\u00e7\u00f5es cotidianas que evocam reflex\u00f5es \u00e9ticas, morais e espirituais, para as quais a compaix\u00e3o, a empatia e a resili\u00eancia s\u00e3o habilidades necess\u00e1rias e essenciais. O exerc\u00edcio da dialogicidade<\/strong> \u00e9 realizado quando as pessoas aprendem a falar o que pensam e sentem, mas entendem que o que pensam e sentem n\u00e3o \u00e9 a \u00faltima palavra sobre a verdade. O pilar da amorosidade<\/strong> \u00e9 tratado com reflex\u00f5es e a\u00e7\u00f5es. As reflex\u00f5es geram as a\u00e7\u00f5es, e as a\u00e7\u00f5es n\u00e3o s\u00e3o realizadas de modo mec\u00e2nico. <\/p>\n\n\n\n
Os pais podem aprender com os filhos?<\/h2>\n\n\n\n
O livro n\u00e3o tem que ser uma pedra para atirar nos pais e na escola, tem que ser um acalanto. Eu acho que a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 t\u00e3o potente que nos possibilita reaprender a viver, tenho grande esperan\u00e7a na gera\u00e7\u00e3o do quarto, a mesma gera\u00e7\u00e3o que \u00e9 violenta me ensina novos modos de amor, n\u00e3o vejo a gera\u00e7\u00e3o como fracassada, que n\u00e3o deu certo, acho um absurdo dizer que \u00e9 uma gera\u00e7\u00e3o parasita, \"nem-nem\". Obviamente ela traz todas as mazelas, n\u00e3o foi a gera\u00e7\u00e3o do quarto que inventou o abuso do \u00e1lcool, a viol\u00eancia, esses foram c\u00f3digos sempre usados, mas a gera\u00e7\u00e3o do quarto est\u00e1 nos dando outras alternativas, como maior preocupa\u00e7\u00e3o sobre consumo, meio ambiente, empoderamento das meninas, orienta\u00e7\u00e3o \u00e0 quest\u00e3o de g\u00eanero. Essa gera\u00e7\u00e3o tem muita coisa a nos mostrar, n\u00e3o precisamos ter medo, podemos aprender com elas. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"A gera\u00e7\u00e3o do quarto: um retrato chocante da juventude brasileira","post_excerpt":"Ap\u00f3s ouvir mais de 3 mil crian\u00e7as e adolescentes que vivem experi\u00eancias traum\u00e1ticas em seus quartos, o pesquisador Hugo Monteiro Ferreira faz um alerta aos pais e \u00e0s escolas sobre a necessidade de mudar a forma de se relacionar com os jovens","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"a-geracao-do-quarto-o-retrato-chocante-da-juventude-brasileira","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-30 11:00:28","post_modified_gmt":"2022-08-30 14:00:28","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64515","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64369,"post_author":"4","post_date":"2022-08-23 10:54:43","post_date_gmt":"2022-08-23 13:54:43","post_content":"\n
De acordo com o Artigo 227<\/a> da Constitui\u00e7\u00e3o de 1988, as crian\u00e7as<\/a> devem ser prioridade absoluta em todas as decis\u00f5es, programas e pol\u00edticas p\u00fablicas<\/a>. Isso se torna mais relevante em ano de elei\u00e7\u00f5es, em que poderemos escolher, de forma democr\u00e1tica<\/a>, representantes<\/a> aos cargos de presidente da Rep\u00fablica, senadores, governadores, deputados federais e estaduais. <\/p>\n\n\n\n
O voto no Brasil \u00e9 obrigat\u00f3rio para todos aqueles acima de 18 anos, sendo facultativo para jovens com 16 e 17 anos, pessoas com mais de 70 anos e analfabetos. Crian\u00e7as e adolescentes<\/a> menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar<\/a>, mas isso n\u00e3o quer dizer que n\u00e3o devam estar inclu\u00eddos nos planos dos diferentes representantes pol\u00edticos. Muito pelo contr\u00e1rio.<\/p>\n\n\n\n
Diversos estudos j\u00e1 comprovaram que investir na primeira inf\u00e2ncia<\/a> \u00e9 a melhor maneira de reduzir desigualdades e construir uma sociedade com condi\u00e7\u00f5es sociais e ambientais sustent\u00e1veis.<\/p>\n\n\n\n
Cabe a n\u00f3s, adultos, escolher nas elei\u00e7\u00f5es candidatos que contemplem as crian\u00e7as em projetos e iniciativas diversas. Abaixo, veja 5 motivos que tornam urgente a valoriza\u00e7\u00e3o de projetos para a inf\u00e2ncia e juventude nas campanhas \u00e0s elei\u00e7\u00f5es de 2022. A lista \u00e9 do portal Lunetas, espa\u00e7o dedicado \u00e0 reflex\u00e3o sobre a inf\u00e2ncia, que recentemente lan\u00e7ou o especial \"Inf\u00e2ncias em foco: Quem vota pelas crian\u00e7as?\"<\/a>, um hub de informa\u00e7\u00e3o sobre pol\u00edtica e as inf\u00e2ncias. <\/p>\n\n\n\n
5 temas que envolvem as crian\u00e7as e que t\u00eam de estar previstos nas propostas dos candidatos \u00e0s elei\u00e7\u00f5es:<\/h2>\n\n\n\n
Fome<\/h3>\n\n\n\n
De acordo com um levantamento realizado pela Funda\u00e7\u00e3o Abrinq, cerca de 18,8 milh\u00f5es de meninos e meninas de at\u00e9 14 anos passam fome no Brasil. Essa inseguran\u00e7a alimentar traz preju\u00edzos grav\u00edssimos \u00e0s crian\u00e7as, afetando seu crescimento e o desenvolvimento f\u00edsico e cognitivo necess\u00e1rios para que consigam crescer de maneira saud\u00e1vel.<\/p>\n\n\n\n
Analfabetismo<\/h3>\n\n\n\n
H\u00e1 50 anos, a educa\u00e7\u00e3o infantil n\u00e3o era uma realidade no Brasil, no entanto, pol\u00edticas p\u00fablicas mudaram essa realidade. Ainda assim, nos \u00faltimos dois anos, o n\u00famero de crian\u00e7as de 6 e 7 anos que n\u00e3o sabem ler e escrever cresceu em 1 milh\u00e3o. Pensando no futuro e nos pr\u00f3ximos passos do Brasil relacionados \u00e0 educa\u00e7\u00e3o p\u00fablica, \u00e9 necess\u00e1rio eleger candidatos que queiram enfrentar as desigualdades sociais e lutar para que todas as crian\u00e7as e adolescentes tenham acesso \u00e0 educa\u00e7\u00e3o de qualidade.<\/p>\n\n\n\n
Trabalho Infantil<\/h3>\n\n\n\n
Atualmente, cerca de 2 milh\u00f5es de crian\u00e7as e adolescentes est\u00e3o em situa\u00e7\u00e3o de trabalho infantil no Brasil. Desse total, 66% s\u00e3o crian\u00e7as pretas ou pardas e 71% est\u00e3o na \u00e1rea urbana, de acordo com um levantamento divulgado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domic\u00edlios (PNAD Cont\u00ednua).<\/p>\n\n\n\n
Viol\u00eancia e explora\u00e7\u00e3o sexual<\/h3>\n\n\n\n
Entre 2016 e 2020, 35 mil crian\u00e7as e adolescentes, de 0 a 19 anos, foram mortos de forma violenta no Brasil e 180 mil sofreram viol\u00eancia sexual, segundo o Panorama da Viol\u00eancia Sexual contra crian\u00e7as e Adolescentes no Brasil, lan\u00e7ado pela Unicef e pelo F\u00f3rum Brasileiro de Seguran\u00e7a P\u00fablica (FBSP). Por isso, \u00e9 necess\u00e1rio eleger pessoas que tenham coragem para combater esse cen\u00e1rio e falar de assuntos como igualdade de g\u00eanero, empoderamento de meninas, viol\u00eancia sexual e femin\u00edcio.<\/p>\n\n\n\n
Moradia<\/h3>\n\n\n\n
Mais de 5 milh\u00f5es de pessoas ainda residem em domic\u00edlios sem banheiros ou sanit\u00e1rios de uso exclusivo e 9,7 milh\u00f5es vivem em condi\u00e7\u00f5es de adensamento excessivo, com mais de tr\u00eas moradores para cada dormit\u00f3rio. Este \u00e9 um assunto que n\u00e3o deve ser ignorado, j\u00e1 que todas as crian\u00e7as precisam de acesso \u00e0 moradia para viver com dignidade e poder se desenvolver em outras \u00e1reas, como lazer, educa\u00e7\u00e3o e sa\u00fade.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]  <\/p>\n","post_title":"5 motivos para priorizar as crian\u00e7as nas elei\u00e7\u00f5es de 2022","post_excerpt":"Crian\u00e7as e adolescentes menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar, mas s\u00e3o parcela importante da popula\u00e7\u00e3o e t\u00eam de estar contemplados nos projetos dos diferentes atores governamentais","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"5-motivos-para-priorizar-as-criancas-nas-eleicoes-de-2022","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-25 18:52:13","post_modified_gmt":"2022-08-25 21:52:13","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64369","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64334,"post_author":"4","post_date":"2022-08-22 15:14:51","post_date_gmt":"2022-08-22 18:14:51","post_content":"\n
O n\u00famero de crian\u00e7as e adolescente<\/a>s conectados \u00e0 internet cresceu nos \u00faltimos anos. Segundo o estudo TIC Kids Online Brasil 2021<\/a>, rec\u00e9m-divulgado, 93% ou 22,3 milh\u00f5es das crian\u00e7as e dos adolescentes<\/a> no pa\u00eds acessaram a web<\/a> em 2021, sendo que em 2019 esse percentual era de 89%. O crescimento foi impulsionado principalmente pela maior propor\u00e7\u00e3o de usu\u00e1rios na regi\u00e3o Nordeste e nas \u00e1reas rurais. <\/p>\n\n\n\n
O uso de redes sociais <\/a>pelas crian\u00e7as tamb\u00e9m tem se elevado, sendo a plataforma Tik Tok<\/a> a mais utilizada (34%), seguida pelo Instagram (33%). No Facebook, houve queda no uso de 66% para 51% no per\u00edodo citado. J\u00e1 o WhatsApp segue como a plataforma em que crian\u00e7as e adolescentes mais possuem perfil (foi de 70% em 2018 para 80% em 2021), e \u00e9 a mais difundida entre todos os estratos sociais.<\/p>\n\n\n\n
A pesquisa, conduzida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informa\u00e7\u00e3o (Cetic.br) do N\u00facleo de Informa\u00e7\u00e3o e Coordena\u00e7\u00e3o do Ponto BR (NIC.br), entrevistou 2.651 crian\u00e7as e adolescentes com idades entre 9 e 17 anos, bem como seus pais ou respons\u00e1veis, em todo o territ\u00f3rio nacional. As entrevistas aconteceram entre outubro de 2021 e mar\u00e7o de 2022, com a finalidade de investigar oportunidades e riscos relacionados \u00e0 participa\u00e7\u00e3o online desse p\u00fablico. <\/p>\n\n\n\n
Segundo o levantamento, as crian\u00e7as tamb\u00e9m est\u00e3o passando mais tempo em jogos online - seja conectadas com outros jogadores (de 57% para 66%, entre 2021 e 2019) ou n\u00e3o conectadas a eles (de 55% para 64%) -, e fazendo mais compras no ambiente digital - cresceu de 9% para 19% no mesmo per\u00edodo. <\/p>\n\n\n\n
\"Plataformas de cria\u00e7\u00e3o e compartilhamento de conte\u00fado audiovisual est\u00e3o entre as mais utilizadas por crian\u00e7as e adolescentes. Nesse contexto, a qualidade da conex\u00e3o \u00e0 Internet e dos dispositivos digitais utilizados para o acesso \u00e0 rede passam a ser determinantes para o melhor aproveitamento de oportunidades online. \u00c9 central, portanto, garantir condi\u00e7\u00f5es equitativas de conectividade para crian\u00e7as e adolescentes em diferentes contextos socioecon\u00f4micos\", aponta Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br. <\/p>\n\n\n\n
A pesquisa TIC Kids Online <\/a>detectou, ainda, que o telefone celular segue como o principal meio de conex\u00e3o \u00e0 rede nos diferentes extratos sociais. Para 53%, o celular foi o \u00fanico dispositivo usado, realidade que se verificou mais presente nas classes DE (78%) e C (52%) do que nas classes AB (18%). <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Acesso a propagandas<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
Entre as atividades multim\u00eddia, as mais acessadas pelas crian\u00e7as s\u00e3o ouvir m\u00fasica (80%), assistir a v\u00eddeos, programas, filmes ou s\u00e9ries (84%), S\u00edtios de v\u00eddeos (67%) e redes sociais (61%) est\u00e3o entre as principais plataformas em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios de internet declaram ter visto propaganda de produtos ou marcas. Pessoas ensinando como usar algum produto (62%) e abrindo embalagens -- o chamado unboxing<\/em><\/strong> - (61%) foram os principais conte\u00fados de imagem ou v\u00eddeo em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios da rede tiveram contato com divulga\u00e7\u00e3o de produtos ou marcas. Entre as principais categorias de produtos ou marcas vistas no ambiente online<\/em> est\u00e3o: <\/p>\n\n\n\n
Equipamentos eletr\u00f4nicos (60%); <\/li>
Roupas e sapatos (60%); <\/li>
Comidas, bebidas ou doces (57%); <\/li>
Videogames ou jogos (46%); <\/li>
Maquiagem e outros produtos de beleza (46%).\u00a0<\/li><\/ul>\n\n\n\nBusca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e bem-estar<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa tamb\u00e9m constatou que 32% dos jovens entre 11 e 17 anos procuram ajuda para lidar com algo ruim que vivenciaram<\/strong>, ou para falar sobre suas emo\u00e7\u00f5es<\/strong> quando se sentiram tristes. <\/p>\n\n\n\n
Entre os temas mais procurados relacionados \u00e0 sa\u00fade est\u00e3o:<\/p>\n\n\n\n
Informa\u00e7\u00f5es sobre alimenta\u00e7\u00e3o (55%);
Preven\u00e7\u00e3o e tratamento de doen\u00e7as (38%);
Exerc\u00edcios e meios para ficar em forma (36%);
Informa\u00e7\u00f5es sobre medicamentos (22%);<\/li>
Discuss\u00f5es sobre sa\u00fade sexual e educa\u00e7\u00e3o sexual (21%).<\/li><\/ul>\n\n\n\n
\"A pesquisa busca levantar evid\u00eancias que contribuam para a promo\u00e7\u00e3o de direitos e do bem-estar de crian\u00e7as e adolescentes. Desse modo, para al\u00e9m das atividades presentes na s\u00e9rie hist\u00f3rica da pesquisa, o uso da rede na busca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e apoio emocional passou a ser um tema relevante de investiga\u00e7\u00e3o\", sinaliza Barbosa.<\/p>\n\n\n\n
\"Pesquisas como a TIC Kids Online Brasil s\u00e3o de extrema relev\u00e2ncia para entendermos o cen\u00e1rio atual e fortalecermos o letramento e inclus\u00e3o digital dos mais jovens, com mais seguran\u00e7a e qualidade, quest\u00f5es intr\u00ednsecas ao trabalho realizado pelo Comit\u00ea Gestor da Internet no Brasil\", pondera Jos\u00e9 Gontijo, coordenador do CGI.br.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
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Hugo Monteiro Ferreira<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n
A seguir, leia a entrevista que o autor concedeu \u00e0 Canguru News<\/strong>. Hugo \u00e9 professor do departamento de Educa\u00e7\u00e3o e do Programa de P\u00f3s-Gradua\u00e7\u00e3o em Educa\u00e7\u00e3o, Culturas e Identidades, ambos da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Na mesma institui\u00e7\u00e3o, ele coordena o N\u00facleo do Cuidado Humano e o Grupo de Estudos da Transdisciplinaridade, da Inf\u00e2ncia e da Juventude (GETIJ).<\/p>\n\n\n\n
Qual o perfil da gera\u00e7\u00e3o do quarto?<\/h2>\n\n\n\n
S\u00e3o crian\u00e7as e adolescentes, entre 11 e 16 anos, que passam mais de 6 horas por dia dentro do quarto, usando excessivamente as redes sociais digitais, e j\u00e1 sofreram algum tipo de viol\u00eancia, como bullying e cyberbullying, geralmente ocorrida na escola. Eles t\u00eam sintomatologias de psicopatologias as mais diversas, com predomin\u00e2ncia para depress\u00e3o, transtornos obsessivos compulsivos, transtornos alimentares, com predomin\u00e2ncia de anorexia e bulimia, transtorno de ansiedade, uso abusivo de \u00e1lcool, de maconha ou drogas qu\u00edmicas e dist\u00farbios de sono. E no campo da autodestrui\u00e7\u00e3o, praticam a autoles\u00e3o, sem inten\u00e7\u00e3o suicida, e alguns t\u00eam idea\u00e7\u00e3o suicida e tentaram suic\u00eddio mais de uma vez, esse \u00e9 o perfil da gera\u00e7\u00e3o do quarto.<\/p>\n\n\n\n
Como foi feita a pesquisa?<\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa foi feita entre 2017 e 2019, com alunos de escolas p\u00fablicas e privadas de cinco capitais brasileiras \u2014 Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Macei\u00f3 e Natal. Inicialmente, foi aplicado um question\u00e1rio online para 3.115 crian\u00e7as e adolescentes, e a partir das respostas foi feito um recorte com 238 jovens, dos quais a grande maioria, 70%, s\u00e3o de escolas privadas, e fazem parte da classe m\u00e9dia e classe m\u00e9dia alta. Os resultados mostraram que 75% dos 3.115 alunos est\u00e3o com a sa\u00fade mental abalada, embora nem todos apresentem sintomatologia psicopatol\u00f3gica. N\u00e3o publiquei nenhum artigo sobre o estudo porque desde o in\u00edcio tive a inten\u00e7\u00e3o de fazer um livro, que ficou pronto em 2020. De l\u00e1 para c\u00e1, a obra passou por revis\u00f5es, sendo publicada agora, em 2022. Ressalto que a gera\u00e7\u00e3o do quarto n\u00e3o foi criada na pandemia, mas sofreu na pandemia duas vezes mais pela situa\u00e7\u00e3o de vulnerabilidade em que se encontrava. <\/p>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 um retrato da juventude brasileira? <\/h2>\n\n\n\n
Eu fiz um recorte, mas todas as pessoas que mantiveram contato comigo e n\u00e3o estiveram no recorte da pesquisa se identificaram com ela. Tenho retornos de professores e professoras que me diziam: \"olha isso que voc\u00ea disse acontece exatamente assim na minha escola\". As pessoas se identificam porque tem uma verossimilhan\u00e7a. Muitas dizem: \"ah, tenho um filho, uma filha, que tamb\u00e9m est\u00e1 no quarto\". Se voc\u00ea for em qualquer escola, infelizmente ir\u00e1 encontrar algo semelhante.<\/p>\n\n\n\n
Como entender os problemas que essa gera\u00e7\u00e3o enfrenta, quais s\u00e3o suas origens?<\/h2>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 forjada, criada dentro de casa, \u00e9 a fam\u00edlia quem cria essa gera\u00e7\u00e3o, n\u00e3o \u00e9 a escola, a escola ajuda a manter, a fazer a manuten\u00e7\u00e3o do sofrimento, mas a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 produto de uma fam\u00edlia no quarto tamb\u00e9m, uma fam\u00edlia isolada, adoecida, de pouco di\u00e1logo, violenta. A viol\u00eancia num sentido amplo, n\u00e3o s\u00f3 f\u00edsica, psicol\u00f3gica, mas uma viol\u00eancia simb\u00f3lica, h\u00e1 muito movimento de viol\u00eancia dentro dessas casas. A viol\u00eancia simb\u00f3lica se expressa nas nuances, na organiza\u00e7\u00e3o, no establishment<\/em>, c\u00f3digos de comportamentos. Por exemplo, entrevistei meninos de 15, 16 anos, que eram gays, e na casa havia uma esp\u00e9cie de heteronormatividade, n\u00e3o era dito isso, mas havia a heteronormatividade como conduta, regra. \u00c9 isso que temos visto dentro dessas fam\u00edlias, s\u00e3o fam\u00edlias um tanto quanto provocativas e provocadoras dessa viol\u00eancia simb\u00f3lica. <\/p>\n\n\n\n
\u00c9 uma situa\u00e7\u00e3o muito preocupante, n\u00e3o? <\/h2>\n\n\n\n
A experi\u00eancia do quarto \u00e9 terr\u00edvel, porque n\u00e3o \u00e9 uma esp\u00e9cie de ref\u00fagio para aquietar mente, \u00e9 uma experi\u00eancia de ansiedade da mente, uma mente com probabilidades das mais diversas. <\/p>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 violentada, ela tamb\u00e9m vai violentar. \u00c9 importante observar isso. <\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Eu me preocupo muito porque parece que a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 meio que uma matriz de pequenos e pequenas curingas, do personagem do Batman. N\u00f3s estamos formando gera\u00e7\u00f5es violentas, e essa viol\u00eancia pode ser contra si, os \u00edndices de suic\u00eddio na adolesc\u00eancia n\u00e3o s\u00e3o m\u00ednimos. No Brasil, infelizmente, desde 2016, que eles aumentam, mas n\u00f3s tamb\u00e9m temos criado pessoas, em pa\u00edses como os Estados Unidos, que quando t\u00eam acesso a armas, criam e organizam massacres como esses que vimos nas escolas americanas. O perfil e a biografia desses adolescentes se assemelha \u00e0 gera\u00e7\u00e3o do quarto. \u00c9 preocupante, porque n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 o adoecimento ps\u00edquico, mas \u00e9 a produ\u00e7\u00e3o de uma comunidade psiquicamente adoecida, que tem na viol\u00eancia a gram\u00e1tica da sua sintaxe comunicacional, ou seja, a socializa\u00e7\u00e3o \u00e9 violenta.<\/p>\n\n\n\n
Muitas vezes, \u00e9 poss\u00edvel que voc\u00ea tenha pessoas que acham que s\u00e3o excelentes m\u00e3es e pais, mas que imprimem uma norma, uma conduta, um modelo que impede que o outro seja o que pode ser. Vi muito isso, adolescentes dizendo \u201ceu n\u00e3o consigo, para minha m\u00e3e nem para o meu pai, ser o que realmente sou, o que realmente gosto, tenho que mentir, me fazer ser o que n\u00e3o sou, criar um perfil falso\u201d. A viol\u00eancia simb\u00f3lica est\u00e1 muito nesse campo, no religioso, al\u00e9m da viol\u00eancia f\u00edsica e psicol\u00f3gica.<\/p>\n\n\n\n
<\/p>\n\n\n\n
H\u00e1 caracter\u00edsticas em comum entre os pais dessa gera\u00e7\u00e3o?<\/h2>\n\n\n\n
S\u00e3o pessoas que aprenderam com os modelos anteriores como devem proceder, como educar e como deve ser a rela\u00e7\u00e3o entre pais e filhos, e eles terminam agindo em nome desse bem-estar. Eles querem o bem dos filhos, n\u00e3o desejam o mal, mas \u00e9 um bem meio que projetado, n\u00e3o \u00e9 um bem presente, \u00e9 o bem do amanh\u00e3. Eu quero que meu filho esteja bem, mas para isso ele precisa seguir uma regra, uma norma, uma conduta, um padr\u00e3o, uma organiza\u00e7\u00e3o. Se ele n\u00e3o segue, eu n\u00e3o consigo ser m\u00e3e, pai dele, n\u00e3o consigo estabelecer uma rela\u00e7\u00e3o afetiva, de di\u00e1logo, e come\u00e7o a entrar em conflito.<\/p>\n\n\n\n
S\u00e3o pais que rejeitam os filhos? <\/h2>\n\n\n\n
Essa gera\u00e7\u00e3o mostra que os pais, se n\u00e3o h\u00e1 um modelo estabelecido, eles n\u00e3o se disp\u00f5em a aprender com o que eles veem na realidade, \u00e9 quase que um filho abstrato. Quando o filho real come\u00e7a a emergir e mostrar suas caracter\u00edsticas, os pais come\u00e7am a estranhar aquilo e n\u00e3o entram em processo de di\u00e1logo, se afastam. \u00c9 esse afastamento, esse vazio, que cria a gera\u00e7\u00e3o do quarto. Por isso afirmo que \u00e9 na matriz familiar que a gera\u00e7\u00e3o \u00e9 gerada, quer dizer, os pais n\u00e3o conseguem observar, de modo geral, a emerg\u00eancia dos humanos que eles mesmos criaram. Eles t\u00eam o humano projetado, \u00e9 quase um molde de um humano. Quando vem uma orienta\u00e7\u00e3o sexual ou um g\u00eanero que n\u00e3o \u00e9 norma, causa um impacto. <\/p>\n\n\n\n
Claro que \u00e9 menos impactante quando o filho diz que n\u00e3o quer ser m\u00e9dico, mas sim ator, pode haver resist\u00eancia mas n\u00e3o t\u00e3o intensa como quando voc\u00ea diz que \u00e9 gay, isso causa um embara\u00e7o. Mas n\u00e3o gosto de condenar os pais e as m\u00e3es, porque acho que eles est\u00e3o envolvidos nesse processo, eles querem acertar, ao menos, os que t\u00eam paternagem e maternagem, que chamo de esp\u00edrito de pai e m\u00e3e. Os que n\u00e3o t\u00eam, esses simplesmente geram os filhos, est\u00e3o ali numa esp\u00e9cie de playground de criar filhos. Mas os que t\u00eam paternagem, eles v\u00e3o tentando encontrar e conseguem, ent\u00e3o nesse caso, essa fissura, esse vazio que se abriu \u00e9 reduzido e a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 compreendida. <\/p>\n\n\n\n
Os pais sabem que t\u00eam um problema em casa?<\/h2>\n\n\n\n
Eles n\u00e3o t\u00eam conhecimento, porque a gera\u00e7\u00e3o do quarto cognitivamente n\u00e3o tem problema com boletim escolar. Essa gera\u00e7\u00e3o chega na universidade. Essa causa-consequ\u00eancia que a gente confabulou e afirmou tantas vezes que, por exemplo, vai ter problemas na escola, no rendimento escolar, n\u00e3o \u00e9 um sinal, a gera\u00e7\u00e3o do quarto tem um boletim escolar azul,<\/strong> e os pais n\u00e3o percebem. Eles acham que faz parte da vida estar no quarto.<\/strong> Muitos me dizem isso, \u201cah mas meu filho est\u00e1 no quarto j\u00e1 h\u00e1 tanto tempo que nem me dava conta\u201d. Eles come\u00e7am a se dar conta quando a crian\u00e7a ou o adolescente come\u00e7a a se cortar, quando come\u00e7am a gritar em sil\u00eancio, a\u00ed os pais alertam, mas at\u00e9 ent\u00e3o, n\u00e3o. Chamam para jantar, quando conseguem, lembrando que pais contempor\u00e2neos vivem muito fora de casa, trabalham muito, com finalidade de dar um futuro para os filhos.  <\/p>\n\n\n\n
Ou seja, o esfor\u00e7o dos pais para garantir uma boa estrutura familiar acaba por distanci\u00e1-los dos filhos?<\/h2>\n\n\n\n
\u00c9 a alternativa que se deu para a fam\u00edlia. Num pa\u00eds de mais de 210 milh\u00f5es de pessoas, n\u00e3o \u00e9 todo mundo que para e reflete sobre o que \u00e9 ser uma fam\u00edlia. Para os que est\u00e3o abaixo da linha da mis\u00e9ria tem que pensar muito como se recupera. H\u00e1 uma quest\u00e3o importante: o fen\u00f4meno da gera\u00e7\u00e3o do quarto se d\u00e1 em todas as classes sociais, mas as estrat\u00e9gias trabalhadas mudam. Tem muitas pessoas que usam a gravidez, por exemplo, como forma de sair de uma situa\u00e7\u00e3o socioecon\u00f4mica. Engravidar pode ser uma esp\u00e9cie de promo\u00e7\u00e3o social, ou seja, o problema \u00e9 o mesmo, a dor ps\u00edquica \u00e9 a mesma, mas a maneira de lidar com ela \u00e9 diferente. <\/p>\n\n\n\n
Os jovens n\u00e3o se abrem com os pais, mas n\u00e3o se opuseram a falar com voc\u00ea?<\/h2>\n\n\n\n
Talvez o que favorece para um pesquisador como eu \u00e9 me dispor a escutar sem condenar, sem julgamento. Eu escuto para acolher e esse talvez seja um potencial que a gente possa ensinar aos pais e \u00e0s m\u00e3es, para que o filho diga o que pensa, o que acha, o que gosta e n\u00e3o gosta, se sinta confort\u00e1vel em ser diferente dos pais. Acho que as fam\u00edlias escutam julgando, comparando e sentenciando demais. As crian\u00e7as, ao contr\u00e1rio do que as pessoas pensam, s\u00e3o muito sens\u00edveis, muito cr\u00edticas, elas conseguem responder perguntas, falar sobre sentimentos com quem elas se sentem confort\u00e1veis. Al\u00e9m disso, uma das t\u00e9cnicas que utilizei, o question\u00e1rio online, me trouxe muitas respostas, porque tinha perguntas abertas. Alguns dos depoimentos que apresento no livro eu n\u00e3o ouvi, eu li. Quando n\u00e3o tenho que dizer meu nome, quem eu sou, de onde sou, qual minha idade, me sinto mais livre para falar, pedir ajuda. Foram esses depoimentos que me causaram impacto e me fizeram depois entrevistar o grupo menor por meio de rodas de conversa. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Qual o papel da escola nesse contexto?<\/h2>\n\n\n\n
Eu sou um profissional e defensor da escola, a escola para mim \u00e9 uma grande inven\u00e7\u00e3o social, cumpre papel de forma\u00e7\u00e3o, de complementaridade, sobretudo no campo do que chamamos de conhecimento cient\u00edfico. Ela tamb\u00e9m tem um papel social, porque trabalha com pessoas, organiza\u00e7\u00f5es, institui\u00e7\u00f5es, mas ela precisa ser revisitada e reformulada nos seus objetivos matriciais. A escola n\u00e3o pode querer exclusivamente formar do ponto vista cognitivo. Isso \u00e9 um equ\u00edvoco que se manifesta sobretudo nessas escolas, que insistem num modelo de concorr\u00eancia, competi\u00e7\u00e3o, ranqueamento, na nota como resposta \u00e0 aprendizagem. S\u00e3o escolas desconectadas com grandes problemas contempor\u00e2neos, como a sobreviv\u00eancia do Planeta Terra. Temos um planeta amea\u00e7ado de desertifica\u00e7\u00e3o, de aus\u00eancia de comida, amea\u00e7ado no campo dos povos origin\u00e1rios, ent\u00e3o essas s\u00e3o preocupa\u00e7\u00f5es que a escola deve ter. <\/p>\n\n\n\n
Outra preocupa\u00e7\u00e3o \u00e9 a diversidade, temos uma sociedade que se mostra violenta com as minorias, racista e mis\u00f3gina. As mulheres sofrem muito nessa sociedade. A escola n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 para discutir f\u00f3rmulas qu\u00edmicas, biol\u00f3gicas, equa\u00e7\u00f5es matem\u00e1ticas, sintaxe da l\u00edngua. <\/p>\n\n\n\n
A escola \u00e9 para ajudar a usar o conhecimento cient\u00edfico na melhoria da qualidade de vida das pessoas, da minha e dos outros. <\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Ent\u00e3o se ela n\u00e3o faz isso, se insiste na concorr\u00eancia, em colocar aqueles que s\u00e3o bons e n\u00e3o s\u00e3o bons, os que s\u00e3o inteligentes e os que n\u00e3o s\u00e3o inteligentes, e ela tem insistido, ela ajuda a adoecer. \u00c9 o que digo no livro. <\/p>\n\n\n\n
O que dizer aos pais e m\u00e3es da gera\u00e7\u00e3o do quarto?<\/h2>\n\n\n\n
Os filhos e as filhas v\u00e3o precisar muito mesmo dos pais. Tem dois cen\u00e1rios, um \u00e9 ajudar meu filho a n\u00e3o entrar no quarto e o outro \u00e9 ajudar o filho que j\u00e1 est\u00e1 no quarto. No livro eu falo de cinco pilares: cuidado, autoconhecimento, conviv\u00eancia, dialogicidade e amorosidade. Trabalhar a fam\u00edlia e a escola a partir dessas sustenta\u00e7\u00f5es \u00e9 preventivo, mas pode servir tamb\u00e9m para situa\u00e7\u00f5es de pessoas que j\u00e1 est\u00e3o adoecidas, neste caso, associado ao acompanhamento de um profissional da sa\u00fade mental - psic\u00f3logo, psiquiatra, psicanalista, a depender do caso.<\/p>\n\n\n\n
O pilar do cuidado<\/strong> trata sobre a import\u00e2ncia do cuidado consigo e do cuidado com o outro, o que implica tratar das quest\u00f5es relacionadas a respeito, compreens\u00e3o, conviv\u00eancia, uso abusivo de \u00e1lcool, relacionamentos abusivos, bullying, ciberbullying, uso excessivo de redes sociais digitais, entre outros aspectos.

O pilar do autoconhecimento<\/strong> trata sobre a biografia, a hist\u00f3ria de cada pessoa, a fam\u00edlia. Proponho um trabalho sobre ancestralidade, que a pessoa conhe\u00e7a sua hist\u00f3ria de vida, conhe\u00e7a seu pai, sua m\u00e3e, sua opini\u00e3o, seus gostos. Isso tem a ver com quem eu sou, do ponto de vista \u00e9tico, e vai me dar uma seguran\u00e7a para enfrentar aquilo que querem que eu seja. Eu sou isso, mas querem que eu seja aquilo. N\u00e3o escondo minhas fragilidades, sou amado, o que d\u00e1 seguran\u00e7a. N\u00e3o vou dizer para minha crian\u00e7a que a vida \u00e9 f\u00e1cil, um mar de rosas, que ela nunca vai encontrar desafios, mas vou ajud\u00e1-la e fortalec\u00ea-la para que ela possa enfrent\u00e1-los.<\/p>\n\n\n\n
No pilar da conviv\u00eancia<\/strong>, h\u00e1 uma rela\u00e7\u00e3o entre aprender a ser e aprender a conviver. Trato de situa\u00e7\u00f5es cotidianas que evocam reflex\u00f5es \u00e9ticas, morais e espirituais, para as quais a compaix\u00e3o, a empatia e a resili\u00eancia s\u00e3o habilidades necess\u00e1rias e essenciais. O exerc\u00edcio da dialogicidade<\/strong> \u00e9 realizado quando as pessoas aprendem a falar o que pensam e sentem, mas entendem que o que pensam e sentem n\u00e3o \u00e9 a \u00faltima palavra sobre a verdade. O pilar da amorosidade<\/strong> \u00e9 tratado com reflex\u00f5es e a\u00e7\u00f5es. As reflex\u00f5es geram as a\u00e7\u00f5es, e as a\u00e7\u00f5es n\u00e3o s\u00e3o realizadas de modo mec\u00e2nico. <\/p>\n\n\n\n
Os pais podem aprender com os filhos?<\/h2>\n\n\n\n
O livro n\u00e3o tem que ser uma pedra para atirar nos pais e na escola, tem que ser um acalanto. Eu acho que a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 t\u00e3o potente que nos possibilita reaprender a viver, tenho grande esperan\u00e7a na gera\u00e7\u00e3o do quarto, a mesma gera\u00e7\u00e3o que \u00e9 violenta me ensina novos modos de amor, n\u00e3o vejo a gera\u00e7\u00e3o como fracassada, que n\u00e3o deu certo, acho um absurdo dizer que \u00e9 uma gera\u00e7\u00e3o parasita, \"nem-nem\". Obviamente ela traz todas as mazelas, n\u00e3o foi a gera\u00e7\u00e3o do quarto que inventou o abuso do \u00e1lcool, a viol\u00eancia, esses foram c\u00f3digos sempre usados, mas a gera\u00e7\u00e3o do quarto est\u00e1 nos dando outras alternativas, como maior preocupa\u00e7\u00e3o sobre consumo, meio ambiente, empoderamento das meninas, orienta\u00e7\u00e3o \u00e0 quest\u00e3o de g\u00eanero. Essa gera\u00e7\u00e3o tem muita coisa a nos mostrar, n\u00e3o precisamos ter medo, podemos aprender com elas. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"A gera\u00e7\u00e3o do quarto: um retrato chocante da juventude brasileira","post_excerpt":"Ap\u00f3s ouvir mais de 3 mil crian\u00e7as e adolescentes que vivem experi\u00eancias traum\u00e1ticas em seus quartos, o pesquisador Hugo Monteiro Ferreira faz um alerta aos pais e \u00e0s escolas sobre a necessidade de mudar a forma de se relacionar com os jovens","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"a-geracao-do-quarto-o-retrato-chocante-da-juventude-brasileira","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-30 11:00:28","post_modified_gmt":"2022-08-30 14:00:28","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64515","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64369,"post_author":"4","post_date":"2022-08-23 10:54:43","post_date_gmt":"2022-08-23 13:54:43","post_content":"\n
De acordo com o Artigo 227<\/a> da Constitui\u00e7\u00e3o de 1988, as crian\u00e7as<\/a> devem ser prioridade absoluta em todas as decis\u00f5es, programas e pol\u00edticas p\u00fablicas<\/a>. Isso se torna mais relevante em ano de elei\u00e7\u00f5es, em que poderemos escolher, de forma democr\u00e1tica<\/a>, representantes<\/a> aos cargos de presidente da Rep\u00fablica, senadores, governadores, deputados federais e estaduais. <\/p>\n\n\n\n
O voto no Brasil \u00e9 obrigat\u00f3rio para todos aqueles acima de 18 anos, sendo facultativo para jovens com 16 e 17 anos, pessoas com mais de 70 anos e analfabetos. Crian\u00e7as e adolescentes<\/a> menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar<\/a>, mas isso n\u00e3o quer dizer que n\u00e3o devam estar inclu\u00eddos nos planos dos diferentes representantes pol\u00edticos. Muito pelo contr\u00e1rio.<\/p>\n\n\n\n
Diversos estudos j\u00e1 comprovaram que investir na primeira inf\u00e2ncia<\/a> \u00e9 a melhor maneira de reduzir desigualdades e construir uma sociedade com condi\u00e7\u00f5es sociais e ambientais sustent\u00e1veis.<\/p>\n\n\n\n
Cabe a n\u00f3s, adultos, escolher nas elei\u00e7\u00f5es candidatos que contemplem as crian\u00e7as em projetos e iniciativas diversas. Abaixo, veja 5 motivos que tornam urgente a valoriza\u00e7\u00e3o de projetos para a inf\u00e2ncia e juventude nas campanhas \u00e0s elei\u00e7\u00f5es de 2022. A lista \u00e9 do portal Lunetas, espa\u00e7o dedicado \u00e0 reflex\u00e3o sobre a inf\u00e2ncia, que recentemente lan\u00e7ou o especial \"Inf\u00e2ncias em foco: Quem vota pelas crian\u00e7as?\"<\/a>, um hub de informa\u00e7\u00e3o sobre pol\u00edtica e as inf\u00e2ncias. <\/p>\n\n\n\n
5 temas que envolvem as crian\u00e7as e que t\u00eam de estar previstos nas propostas dos candidatos \u00e0s elei\u00e7\u00f5es:<\/h2>\n\n\n\n
Fome<\/h3>\n\n\n\n
De acordo com um levantamento realizado pela Funda\u00e7\u00e3o Abrinq, cerca de 18,8 milh\u00f5es de meninos e meninas de at\u00e9 14 anos passam fome no Brasil. Essa inseguran\u00e7a alimentar traz preju\u00edzos grav\u00edssimos \u00e0s crian\u00e7as, afetando seu crescimento e o desenvolvimento f\u00edsico e cognitivo necess\u00e1rios para que consigam crescer de maneira saud\u00e1vel.<\/p>\n\n\n\n
Analfabetismo<\/h3>\n\n\n\n
H\u00e1 50 anos, a educa\u00e7\u00e3o infantil n\u00e3o era uma realidade no Brasil, no entanto, pol\u00edticas p\u00fablicas mudaram essa realidade. Ainda assim, nos \u00faltimos dois anos, o n\u00famero de crian\u00e7as de 6 e 7 anos que n\u00e3o sabem ler e escrever cresceu em 1 milh\u00e3o. Pensando no futuro e nos pr\u00f3ximos passos do Brasil relacionados \u00e0 educa\u00e7\u00e3o p\u00fablica, \u00e9 necess\u00e1rio eleger candidatos que queiram enfrentar as desigualdades sociais e lutar para que todas as crian\u00e7as e adolescentes tenham acesso \u00e0 educa\u00e7\u00e3o de qualidade.<\/p>\n\n\n\n
Trabalho Infantil<\/h3>\n\n\n\n
Atualmente, cerca de 2 milh\u00f5es de crian\u00e7as e adolescentes est\u00e3o em situa\u00e7\u00e3o de trabalho infantil no Brasil. Desse total, 66% s\u00e3o crian\u00e7as pretas ou pardas e 71% est\u00e3o na \u00e1rea urbana, de acordo com um levantamento divulgado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domic\u00edlios (PNAD Cont\u00ednua).<\/p>\n\n\n\n
Viol\u00eancia e explora\u00e7\u00e3o sexual<\/h3>\n\n\n\n
Entre 2016 e 2020, 35 mil crian\u00e7as e adolescentes, de 0 a 19 anos, foram mortos de forma violenta no Brasil e 180 mil sofreram viol\u00eancia sexual, segundo o Panorama da Viol\u00eancia Sexual contra crian\u00e7as e Adolescentes no Brasil, lan\u00e7ado pela Unicef e pelo F\u00f3rum Brasileiro de Seguran\u00e7a P\u00fablica (FBSP). Por isso, \u00e9 necess\u00e1rio eleger pessoas que tenham coragem para combater esse cen\u00e1rio e falar de assuntos como igualdade de g\u00eanero, empoderamento de meninas, viol\u00eancia sexual e femin\u00edcio.<\/p>\n\n\n\n
Moradia<\/h3>\n\n\n\n
Mais de 5 milh\u00f5es de pessoas ainda residem em domic\u00edlios sem banheiros ou sanit\u00e1rios de uso exclusivo e 9,7 milh\u00f5es vivem em condi\u00e7\u00f5es de adensamento excessivo, com mais de tr\u00eas moradores para cada dormit\u00f3rio. Este \u00e9 um assunto que n\u00e3o deve ser ignorado, j\u00e1 que todas as crian\u00e7as precisam de acesso \u00e0 moradia para viver com dignidade e poder se desenvolver em outras \u00e1reas, como lazer, educa\u00e7\u00e3o e sa\u00fade.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]  <\/p>\n","post_title":"5 motivos para priorizar as crian\u00e7as nas elei\u00e7\u00f5es de 2022","post_excerpt":"Crian\u00e7as e adolescentes menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar, mas s\u00e3o parcela importante da popula\u00e7\u00e3o e t\u00eam de estar contemplados nos projetos dos diferentes atores governamentais","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"5-motivos-para-priorizar-as-criancas-nas-eleicoes-de-2022","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-25 18:52:13","post_modified_gmt":"2022-08-25 21:52:13","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64369","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64334,"post_author":"4","post_date":"2022-08-22 15:14:51","post_date_gmt":"2022-08-22 18:14:51","post_content":"\n
O n\u00famero de crian\u00e7as e adolescente<\/a>s conectados \u00e0 internet cresceu nos \u00faltimos anos. Segundo o estudo TIC Kids Online Brasil 2021<\/a>, rec\u00e9m-divulgado, 93% ou 22,3 milh\u00f5es das crian\u00e7as e dos adolescentes<\/a> no pa\u00eds acessaram a web<\/a> em 2021, sendo que em 2019 esse percentual era de 89%. O crescimento foi impulsionado principalmente pela maior propor\u00e7\u00e3o de usu\u00e1rios na regi\u00e3o Nordeste e nas \u00e1reas rurais. <\/p>\n\n\n\n
O uso de redes sociais <\/a>pelas crian\u00e7as tamb\u00e9m tem se elevado, sendo a plataforma Tik Tok<\/a> a mais utilizada (34%), seguida pelo Instagram (33%). No Facebook, houve queda no uso de 66% para 51% no per\u00edodo citado. J\u00e1 o WhatsApp segue como a plataforma em que crian\u00e7as e adolescentes mais possuem perfil (foi de 70% em 2018 para 80% em 2021), e \u00e9 a mais difundida entre todos os estratos sociais.<\/p>\n\n\n\n
A pesquisa, conduzida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informa\u00e7\u00e3o (Cetic.br) do N\u00facleo de Informa\u00e7\u00e3o e Coordena\u00e7\u00e3o do Ponto BR (NIC.br), entrevistou 2.651 crian\u00e7as e adolescentes com idades entre 9 e 17 anos, bem como seus pais ou respons\u00e1veis, em todo o territ\u00f3rio nacional. As entrevistas aconteceram entre outubro de 2021 e mar\u00e7o de 2022, com a finalidade de investigar oportunidades e riscos relacionados \u00e0 participa\u00e7\u00e3o online desse p\u00fablico. <\/p>\n\n\n\n
Segundo o levantamento, as crian\u00e7as tamb\u00e9m est\u00e3o passando mais tempo em jogos online - seja conectadas com outros jogadores (de 57% para 66%, entre 2021 e 2019) ou n\u00e3o conectadas a eles (de 55% para 64%) -, e fazendo mais compras no ambiente digital - cresceu de 9% para 19% no mesmo per\u00edodo. <\/p>\n\n\n\n
\"Plataformas de cria\u00e7\u00e3o e compartilhamento de conte\u00fado audiovisual est\u00e3o entre as mais utilizadas por crian\u00e7as e adolescentes. Nesse contexto, a qualidade da conex\u00e3o \u00e0 Internet e dos dispositivos digitais utilizados para o acesso \u00e0 rede passam a ser determinantes para o melhor aproveitamento de oportunidades online. \u00c9 central, portanto, garantir condi\u00e7\u00f5es equitativas de conectividade para crian\u00e7as e adolescentes em diferentes contextos socioecon\u00f4micos\", aponta Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br. <\/p>\n\n\n\n
A pesquisa TIC Kids Online <\/a>detectou, ainda, que o telefone celular segue como o principal meio de conex\u00e3o \u00e0 rede nos diferentes extratos sociais. Para 53%, o celular foi o \u00fanico dispositivo usado, realidade que se verificou mais presente nas classes DE (78%) e C (52%) do que nas classes AB (18%). <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Acesso a propagandas<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
Entre as atividades multim\u00eddia, as mais acessadas pelas crian\u00e7as s\u00e3o ouvir m\u00fasica (80%), assistir a v\u00eddeos, programas, filmes ou s\u00e9ries (84%), S\u00edtios de v\u00eddeos (67%) e redes sociais (61%) est\u00e3o entre as principais plataformas em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios de internet declaram ter visto propaganda de produtos ou marcas. Pessoas ensinando como usar algum produto (62%) e abrindo embalagens -- o chamado unboxing<\/em><\/strong> - (61%) foram os principais conte\u00fados de imagem ou v\u00eddeo em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios da rede tiveram contato com divulga\u00e7\u00e3o de produtos ou marcas. Entre as principais categorias de produtos ou marcas vistas no ambiente online<\/em> est\u00e3o: <\/p>\n\n\n\n
Equipamentos eletr\u00f4nicos (60%); <\/li>
Roupas e sapatos (60%); <\/li>
Comidas, bebidas ou doces (57%); <\/li>
Videogames ou jogos (46%); <\/li>
Maquiagem e outros produtos de beleza (46%).\u00a0<\/li><\/ul>\n\n\n\nBusca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e bem-estar<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa tamb\u00e9m constatou que 32% dos jovens entre 11 e 17 anos procuram ajuda para lidar com algo ruim que vivenciaram<\/strong>, ou para falar sobre suas emo\u00e7\u00f5es<\/strong> quando se sentiram tristes. <\/p>\n\n\n\n
Entre os temas mais procurados relacionados \u00e0 sa\u00fade est\u00e3o:<\/p>\n\n\n\n
Informa\u00e7\u00f5es sobre alimenta\u00e7\u00e3o (55%);
Preven\u00e7\u00e3o e tratamento de doen\u00e7as (38%);
Exerc\u00edcios e meios para ficar em forma (36%);
Informa\u00e7\u00f5es sobre medicamentos (22%);<\/li>
Discuss\u00f5es sobre sa\u00fade sexual e educa\u00e7\u00e3o sexual (21%).<\/li><\/ul>\n\n\n\n
\"A pesquisa busca levantar evid\u00eancias que contribuam para a promo\u00e7\u00e3o de direitos e do bem-estar de crian\u00e7as e adolescentes. Desse modo, para al\u00e9m das atividades presentes na s\u00e9rie hist\u00f3rica da pesquisa, o uso da rede na busca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e apoio emocional passou a ser um tema relevante de investiga\u00e7\u00e3o\", sinaliza Barbosa.<\/p>\n\n\n\n
\"Pesquisas como a TIC Kids Online Brasil s\u00e3o de extrema relev\u00e2ncia para entendermos o cen\u00e1rio atual e fortalecermos o letramento e inclus\u00e3o digital dos mais jovens, com mais seguran\u00e7a e qualidade, quest\u00f5es intr\u00ednsecas ao trabalho realizado pelo Comit\u00ea Gestor da Internet no Brasil\", pondera Jos\u00e9 Gontijo, coordenador do CGI.br.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"] <\/p>\n","post_title":"93% dos jovens entre 9 e 17 anos usam a internet no pa\u00eds, revela pesquisa","post_excerpt":"Pesquisa TIC Kids Online Brasil 2021 tamb\u00e9m mostrou que a TikTok \u00e9 a principal rede social utilizada por crian\u00e7as e adolescentes","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"93-dos-jovens-entre-9-e-17-anos-usam-a-internet-revela-pesquisa-tic-kids-online-2021","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-23 11:24:47","post_modified_gmt":"2022-08-23 14:24:47","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64334","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"}],"next":false,"prev":true,"total_page":12},"paged":1,"column_class":"jeg_col_2o3","class":"epic_block_3"};

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Apesar disso, se comparado com 2019, o n\u00famero de \u00f3bitos recuou 2%, sendo a maior redu\u00e7\u00e3o em sufoca\u00e7\u00e3o, com queda de 14%. Por outro lado, fatalidades envolvendo intoxica\u00e7\u00f5es e quedas seguiram o caminho inverso e aumentaram respectivamente 23% e 12% cada uma. Sob a \u00f3tica da faixa et\u00e1ria, crian\u00e7as de 1 a 4 anos concentram a maior taxa de mortalidade por acidentes no Brasil (32%).<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"Aumentam as interna\u00e7\u00f5es de crian\u00e7as por acidentes","post_excerpt":"Mais de 110 mil crian\u00e7as foram internadas em 2021, segundo pesquisa da ONG Aldeias Infantis SOS, devido a quedas, queimaduras e acidentes de tr\u00e2nsito, entre outras causas","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"aumentam-as-internacoes-de-criancas-por-acidentes","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-09-05 10:23:46","post_modified_gmt":"2022-09-05 13:23:46","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64666","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64515,"post_author":"4","post_date":"2022-08-25 23:30:00","post_date_gmt":"2022-08-26 02:30:00","post_content":"\n
\u201cDe boa, passo muito tempo da minha vida no quarto. T\u00e1 ligado? \u00c9 um canto s\u00f3 meu. No quarto, j\u00e1 fiz tudo. Tamb\u00e9m j\u00e1 pensei em fazer besteira.\u201d  <\/em><\/p>\n\n\n\n
\"Fico mais tempo do que no resto da casa. S\u00f3 saio pra comer, saca? Tem dia que nem pra comer. Ningu\u00e9m me pergunta nada. S\u00f3 ficaram mais preocupados, minha m\u00e3e e meu pai, quando a professora falou que me cortei.\"<\/em><\/p>\n\n\n\n
Relatos como esses fazem parte dos depoimentos que o pesquisador Hugo Monteiro Ferreira colheu para um estudo sobre o cotidiano de crian\u00e7as e adolescentes brasileiros<\/a> marcados pelo adoecimento emocional e mental<\/a>. <\/p>\n\n\n\n
S\u00e3o jovens na faixa et\u00e1ria de 11 a 18 anos de idade, que passam cerca de seis horas por dia dentro de seus quartos, geralmente conectados \u00e0s redes sociais<\/a>, e com s\u00e9rios problemas de conviv\u00eancia entre os seus pares<\/a> e tamb\u00e9m com os adultos com os quais convivem.\u00a0De modo geral, s\u00e3o pessoas que pertencem a uma classe social mais favorecida.<\/p>\n\n\n\n
Hugo os definiu como \u201ca gera\u00e7\u00e3o do quarto\u201d. V\u00edtimas de bullying, cyberbullying e outras viol\u00eancias<\/a>, geralmente na escola, eles vivenciam nesse c\u00f4modo da casa diversas formas de sofrimento - de transtornos alimentares a ansiedade, depress\u00e3o e at\u00e9 mesmo suic\u00eddio<\/a>. <\/p>\n\n\n\n
\u201cA gera\u00e7\u00e3o do quarto adverte-nos que as fam\u00edlias e as escolas precisam \"escutar\" meninos e meninas e rever posturas e procedimentos, bem como formas de educar e jeitos de orientar\u201d, afirma Hugo, no livro \u201cA gera\u00e7\u00e3o do quarto - quando as crian\u00e7as nos ensinam a amar\u201d. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
A obra \u00e9 fruto de uma pesquisa que ouviu 3.115 crian\u00e7as e adolescentes, de escolas p\u00fablicas e, principalmente, privadas, de cinco capitais do pa\u00eds. \u00c9 um grupo que retrata nitidamente os jovens da sociedade contempor\u00e2nea. \"Tenho retornos de professores e professoras que me diziam: \"olha isso que voc\u00ea disse acontece exatamente assim na minha escola\", afirmou Hugo. <\/p>\n\n\n\n
Segundo ele, a fragilidade dessa gera\u00e7\u00e3o revela a fragilidade dos pais e das m\u00e3es. \u201cN\u00e3o s\u00e3o s\u00f3 as crian\u00e7as e os adolescentes que est\u00e3o no quarto \u2014 os adultos tamb\u00e9m est\u00e3o. O quarto \u00e9 a met\u00e1fora da fam\u00edlia que n\u00e3o dialoga, mas grita; da escola que n\u00e3o acolhe, mas exige o desempenho das notas\u201d, afirma Humberto da Silva Miranda, doutor em Hist\u00f3ria das Inf\u00e2ncias, no pref\u00e1cio do livro. <\/p>\n\n\n\n
$\"\"$
Hugo Monteiro Ferreira<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n
A seguir, leia a entrevista que o autor concedeu \u00e0 Canguru News<\/strong>. Hugo \u00e9 professor do departamento de Educa\u00e7\u00e3o e do Programa de P\u00f3s-Gradua\u00e7\u00e3o em Educa\u00e7\u00e3o, Culturas e Identidades, ambos da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Na mesma institui\u00e7\u00e3o, ele coordena o N\u00facleo do Cuidado Humano e o Grupo de Estudos da Transdisciplinaridade, da Inf\u00e2ncia e da Juventude (GETIJ).<\/p>\n\n\n\n
Qual o perfil da gera\u00e7\u00e3o do quarto?<\/h2>\n\n\n\n
S\u00e3o crian\u00e7as e adolescentes, entre 11 e 16 anos, que passam mais de 6 horas por dia dentro do quarto, usando excessivamente as redes sociais digitais, e j\u00e1 sofreram algum tipo de viol\u00eancia, como bullying e cyberbullying, geralmente ocorrida na escola. Eles t\u00eam sintomatologias de psicopatologias as mais diversas, com predomin\u00e2ncia para depress\u00e3o, transtornos obsessivos compulsivos, transtornos alimentares, com predomin\u00e2ncia de anorexia e bulimia, transtorno de ansiedade, uso abusivo de \u00e1lcool, de maconha ou drogas qu\u00edmicas e dist\u00farbios de sono. E no campo da autodestrui\u00e7\u00e3o, praticam a autoles\u00e3o, sem inten\u00e7\u00e3o suicida, e alguns t\u00eam idea\u00e7\u00e3o suicida e tentaram suic\u00eddio mais de uma vez, esse \u00e9 o perfil da gera\u00e7\u00e3o do quarto.<\/p>\n\n\n\n
Como foi feita a pesquisa?<\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa foi feita entre 2017 e 2019, com alunos de escolas p\u00fablicas e privadas de cinco capitais brasileiras \u2014 Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Macei\u00f3 e Natal. Inicialmente, foi aplicado um question\u00e1rio online para 3.115 crian\u00e7as e adolescentes, e a partir das respostas foi feito um recorte com 238 jovens, dos quais a grande maioria, 70%, s\u00e3o de escolas privadas, e fazem parte da classe m\u00e9dia e classe m\u00e9dia alta. Os resultados mostraram que 75% dos 3.115 alunos est\u00e3o com a sa\u00fade mental abalada, embora nem todos apresentem sintomatologia psicopatol\u00f3gica. N\u00e3o publiquei nenhum artigo sobre o estudo porque desde o in\u00edcio tive a inten\u00e7\u00e3o de fazer um livro, que ficou pronto em 2020. De l\u00e1 para c\u00e1, a obra passou por revis\u00f5es, sendo publicada agora, em 2022. Ressalto que a gera\u00e7\u00e3o do quarto n\u00e3o foi criada na pandemia, mas sofreu na pandemia duas vezes mais pela situa\u00e7\u00e3o de vulnerabilidade em que se encontrava. <\/p>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 um retrato da juventude brasileira? <\/h2>\n\n\n\n
Eu fiz um recorte, mas todas as pessoas que mantiveram contato comigo e n\u00e3o estiveram no recorte da pesquisa se identificaram com ela. Tenho retornos de professores e professoras que me diziam: \"olha isso que voc\u00ea disse acontece exatamente assim na minha escola\". As pessoas se identificam porque tem uma verossimilhan\u00e7a. Muitas dizem: \"ah, tenho um filho, uma filha, que tamb\u00e9m est\u00e1 no quarto\". Se voc\u00ea for em qualquer escola, infelizmente ir\u00e1 encontrar algo semelhante.<\/p>\n\n\n\n
Como entender os problemas que essa gera\u00e7\u00e3o enfrenta, quais s\u00e3o suas origens?<\/h2>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 forjada, criada dentro de casa, \u00e9 a fam\u00edlia quem cria essa gera\u00e7\u00e3o, n\u00e3o \u00e9 a escola, a escola ajuda a manter, a fazer a manuten\u00e7\u00e3o do sofrimento, mas a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 produto de uma fam\u00edlia no quarto tamb\u00e9m, uma fam\u00edlia isolada, adoecida, de pouco di\u00e1logo, violenta. A viol\u00eancia num sentido amplo, n\u00e3o s\u00f3 f\u00edsica, psicol\u00f3gica, mas uma viol\u00eancia simb\u00f3lica, h\u00e1 muito movimento de viol\u00eancia dentro dessas casas. A viol\u00eancia simb\u00f3lica se expressa nas nuances, na organiza\u00e7\u00e3o, no establishment<\/em>, c\u00f3digos de comportamentos. Por exemplo, entrevistei meninos de 15, 16 anos, que eram gays, e na casa havia uma esp\u00e9cie de heteronormatividade, n\u00e3o era dito isso, mas havia a heteronormatividade como conduta, regra. \u00c9 isso que temos visto dentro dessas fam\u00edlias, s\u00e3o fam\u00edlias um tanto quanto provocativas e provocadoras dessa viol\u00eancia simb\u00f3lica. <\/p>\n\n\n\n
\u00c9 uma situa\u00e7\u00e3o muito preocupante, n\u00e3o? <\/h2>\n\n\n\n
A experi\u00eancia do quarto \u00e9 terr\u00edvel, porque n\u00e3o \u00e9 uma esp\u00e9cie de ref\u00fagio para aquietar mente, \u00e9 uma experi\u00eancia de ansiedade da mente, uma mente com probabilidades das mais diversas. <\/p>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 violentada, ela tamb\u00e9m vai violentar. \u00c9 importante observar isso. <\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Eu me preocupo muito porque parece que a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 meio que uma matriz de pequenos e pequenas curingas, do personagem do Batman. N\u00f3s estamos formando gera\u00e7\u00f5es violentas, e essa viol\u00eancia pode ser contra si, os \u00edndices de suic\u00eddio na adolesc\u00eancia n\u00e3o s\u00e3o m\u00ednimos. No Brasil, infelizmente, desde 2016, que eles aumentam, mas n\u00f3s tamb\u00e9m temos criado pessoas, em pa\u00edses como os Estados Unidos, que quando t\u00eam acesso a armas, criam e organizam massacres como esses que vimos nas escolas americanas. O perfil e a biografia desses adolescentes se assemelha \u00e0 gera\u00e7\u00e3o do quarto. \u00c9 preocupante, porque n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 o adoecimento ps\u00edquico, mas \u00e9 a produ\u00e7\u00e3o de uma comunidade psiquicamente adoecida, que tem na viol\u00eancia a gram\u00e1tica da sua sintaxe comunicacional, ou seja, a socializa\u00e7\u00e3o \u00e9 violenta.<\/p>\n\n\n\n
Muitas vezes, \u00e9 poss\u00edvel que voc\u00ea tenha pessoas que acham que s\u00e3o excelentes m\u00e3es e pais, mas que imprimem uma norma, uma conduta, um modelo que impede que o outro seja o que pode ser. Vi muito isso, adolescentes dizendo \u201ceu n\u00e3o consigo, para minha m\u00e3e nem para o meu pai, ser o que realmente sou, o que realmente gosto, tenho que mentir, me fazer ser o que n\u00e3o sou, criar um perfil falso\u201d. A viol\u00eancia simb\u00f3lica est\u00e1 muito nesse campo, no religioso, al\u00e9m da viol\u00eancia f\u00edsica e psicol\u00f3gica.<\/p>\n\n\n\n
<\/p>\n\n\n\n
H\u00e1 caracter\u00edsticas em comum entre os pais dessa gera\u00e7\u00e3o?<\/h2>\n\n\n\n
S\u00e3o pessoas que aprenderam com os modelos anteriores como devem proceder, como educar e como deve ser a rela\u00e7\u00e3o entre pais e filhos, e eles terminam agindo em nome desse bem-estar. Eles querem o bem dos filhos, n\u00e3o desejam o mal, mas \u00e9 um bem meio que projetado, n\u00e3o \u00e9 um bem presente, \u00e9 o bem do amanh\u00e3. Eu quero que meu filho esteja bem, mas para isso ele precisa seguir uma regra, uma norma, uma conduta, um padr\u00e3o, uma organiza\u00e7\u00e3o. Se ele n\u00e3o segue, eu n\u00e3o consigo ser m\u00e3e, pai dele, n\u00e3o consigo estabelecer uma rela\u00e7\u00e3o afetiva, de di\u00e1logo, e come\u00e7o a entrar em conflito.<\/p>\n\n\n\n
S\u00e3o pais que rejeitam os filhos? <\/h2>\n\n\n\n
Essa gera\u00e7\u00e3o mostra que os pais, se n\u00e3o h\u00e1 um modelo estabelecido, eles n\u00e3o se disp\u00f5em a aprender com o que eles veem na realidade, \u00e9 quase que um filho abstrato. Quando o filho real come\u00e7a a emergir e mostrar suas caracter\u00edsticas, os pais come\u00e7am a estranhar aquilo e n\u00e3o entram em processo de di\u00e1logo, se afastam. \u00c9 esse afastamento, esse vazio, que cria a gera\u00e7\u00e3o do quarto. Por isso afirmo que \u00e9 na matriz familiar que a gera\u00e7\u00e3o \u00e9 gerada, quer dizer, os pais n\u00e3o conseguem observar, de modo geral, a emerg\u00eancia dos humanos que eles mesmos criaram. Eles t\u00eam o humano projetado, \u00e9 quase um molde de um humano. Quando vem uma orienta\u00e7\u00e3o sexual ou um g\u00eanero que n\u00e3o \u00e9 norma, causa um impacto. <\/p>\n\n\n\n
Claro que \u00e9 menos impactante quando o filho diz que n\u00e3o quer ser m\u00e9dico, mas sim ator, pode haver resist\u00eancia mas n\u00e3o t\u00e3o intensa como quando voc\u00ea diz que \u00e9 gay, isso causa um embara\u00e7o. Mas n\u00e3o gosto de condenar os pais e as m\u00e3es, porque acho que eles est\u00e3o envolvidos nesse processo, eles querem acertar, ao menos, os que t\u00eam paternagem e maternagem, que chamo de esp\u00edrito de pai e m\u00e3e. Os que n\u00e3o t\u00eam, esses simplesmente geram os filhos, est\u00e3o ali numa esp\u00e9cie de playground de criar filhos. Mas os que t\u00eam paternagem, eles v\u00e3o tentando encontrar e conseguem, ent\u00e3o nesse caso, essa fissura, esse vazio que se abriu \u00e9 reduzido e a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 compreendida. <\/p>\n\n\n\n
Os pais sabem que t\u00eam um problema em casa?<\/h2>\n\n\n\n
Eles n\u00e3o t\u00eam conhecimento, porque a gera\u00e7\u00e3o do quarto cognitivamente n\u00e3o tem problema com boletim escolar. Essa gera\u00e7\u00e3o chega na universidade. Essa causa-consequ\u00eancia que a gente confabulou e afirmou tantas vezes que, por exemplo, vai ter problemas na escola, no rendimento escolar, n\u00e3o \u00e9 um sinal, a gera\u00e7\u00e3o do quarto tem um boletim escolar azul,<\/strong> e os pais n\u00e3o percebem. Eles acham que faz parte da vida estar no quarto.<\/strong> Muitos me dizem isso, \u201cah mas meu filho est\u00e1 no quarto j\u00e1 h\u00e1 tanto tempo que nem me dava conta\u201d. Eles come\u00e7am a se dar conta quando a crian\u00e7a ou o adolescente come\u00e7a a se cortar, quando come\u00e7am a gritar em sil\u00eancio, a\u00ed os pais alertam, mas at\u00e9 ent\u00e3o, n\u00e3o. Chamam para jantar, quando conseguem, lembrando que pais contempor\u00e2neos vivem muito fora de casa, trabalham muito, com finalidade de dar um futuro para os filhos.  <\/p>\n\n\n\n
Ou seja, o esfor\u00e7o dos pais para garantir uma boa estrutura familiar acaba por distanci\u00e1-los dos filhos?<\/h2>\n\n\n\n
\u00c9 a alternativa que se deu para a fam\u00edlia. Num pa\u00eds de mais de 210 milh\u00f5es de pessoas, n\u00e3o \u00e9 todo mundo que para e reflete sobre o que \u00e9 ser uma fam\u00edlia. Para os que est\u00e3o abaixo da linha da mis\u00e9ria tem que pensar muito como se recupera. H\u00e1 uma quest\u00e3o importante: o fen\u00f4meno da gera\u00e7\u00e3o do quarto se d\u00e1 em todas as classes sociais, mas as estrat\u00e9gias trabalhadas mudam. Tem muitas pessoas que usam a gravidez, por exemplo, como forma de sair de uma situa\u00e7\u00e3o socioecon\u00f4mica. Engravidar pode ser uma esp\u00e9cie de promo\u00e7\u00e3o social, ou seja, o problema \u00e9 o mesmo, a dor ps\u00edquica \u00e9 a mesma, mas a maneira de lidar com ela \u00e9 diferente. <\/p>\n\n\n\n
Os jovens n\u00e3o se abrem com os pais, mas n\u00e3o se opuseram a falar com voc\u00ea?<\/h2>\n\n\n\n
Talvez o que favorece para um pesquisador como eu \u00e9 me dispor a escutar sem condenar, sem julgamento. Eu escuto para acolher e esse talvez seja um potencial que a gente possa ensinar aos pais e \u00e0s m\u00e3es, para que o filho diga o que pensa, o que acha, o que gosta e n\u00e3o gosta, se sinta confort\u00e1vel em ser diferente dos pais. Acho que as fam\u00edlias escutam julgando, comparando e sentenciando demais. As crian\u00e7as, ao contr\u00e1rio do que as pessoas pensam, s\u00e3o muito sens\u00edveis, muito cr\u00edticas, elas conseguem responder perguntas, falar sobre sentimentos com quem elas se sentem confort\u00e1veis. Al\u00e9m disso, uma das t\u00e9cnicas que utilizei, o question\u00e1rio online, me trouxe muitas respostas, porque tinha perguntas abertas. Alguns dos depoimentos que apresento no livro eu n\u00e3o ouvi, eu li. Quando n\u00e3o tenho que dizer meu nome, quem eu sou, de onde sou, qual minha idade, me sinto mais livre para falar, pedir ajuda. Foram esses depoimentos que me causaram impacto e me fizeram depois entrevistar o grupo menor por meio de rodas de conversa. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Qual o papel da escola nesse contexto?<\/h2>\n\n\n\n
Eu sou um profissional e defensor da escola, a escola para mim \u00e9 uma grande inven\u00e7\u00e3o social, cumpre papel de forma\u00e7\u00e3o, de complementaridade, sobretudo no campo do que chamamos de conhecimento cient\u00edfico. Ela tamb\u00e9m tem um papel social, porque trabalha com pessoas, organiza\u00e7\u00f5es, institui\u00e7\u00f5es, mas ela precisa ser revisitada e reformulada nos seus objetivos matriciais. A escola n\u00e3o pode querer exclusivamente formar do ponto vista cognitivo. Isso \u00e9 um equ\u00edvoco que se manifesta sobretudo nessas escolas, que insistem num modelo de concorr\u00eancia, competi\u00e7\u00e3o, ranqueamento, na nota como resposta \u00e0 aprendizagem. S\u00e3o escolas desconectadas com grandes problemas contempor\u00e2neos, como a sobreviv\u00eancia do Planeta Terra. Temos um planeta amea\u00e7ado de desertifica\u00e7\u00e3o, de aus\u00eancia de comida, amea\u00e7ado no campo dos povos origin\u00e1rios, ent\u00e3o essas s\u00e3o preocupa\u00e7\u00f5es que a escola deve ter. <\/p>\n\n\n\n
Outra preocupa\u00e7\u00e3o \u00e9 a diversidade, temos uma sociedade que se mostra violenta com as minorias, racista e mis\u00f3gina. As mulheres sofrem muito nessa sociedade. A escola n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 para discutir f\u00f3rmulas qu\u00edmicas, biol\u00f3gicas, equa\u00e7\u00f5es matem\u00e1ticas, sintaxe da l\u00edngua. <\/p>\n\n\n\n
A escola \u00e9 para ajudar a usar o conhecimento cient\u00edfico na melhoria da qualidade de vida das pessoas, da minha e dos outros. <\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Ent\u00e3o se ela n\u00e3o faz isso, se insiste na concorr\u00eancia, em colocar aqueles que s\u00e3o bons e n\u00e3o s\u00e3o bons, os que s\u00e3o inteligentes e os que n\u00e3o s\u00e3o inteligentes, e ela tem insistido, ela ajuda a adoecer. \u00c9 o que digo no livro. <\/p>\n\n\n\n
O que dizer aos pais e m\u00e3es da gera\u00e7\u00e3o do quarto?<\/h2>\n\n\n\n
Os filhos e as filhas v\u00e3o precisar muito mesmo dos pais. Tem dois cen\u00e1rios, um \u00e9 ajudar meu filho a n\u00e3o entrar no quarto e o outro \u00e9 ajudar o filho que j\u00e1 est\u00e1 no quarto. No livro eu falo de cinco pilares: cuidado, autoconhecimento, conviv\u00eancia, dialogicidade e amorosidade. Trabalhar a fam\u00edlia e a escola a partir dessas sustenta\u00e7\u00f5es \u00e9 preventivo, mas pode servir tamb\u00e9m para situa\u00e7\u00f5es de pessoas que j\u00e1 est\u00e3o adoecidas, neste caso, associado ao acompanhamento de um profissional da sa\u00fade mental - psic\u00f3logo, psiquiatra, psicanalista, a depender do caso.<\/p>\n\n\n\n
O pilar do cuidado<\/strong> trata sobre a import\u00e2ncia do cuidado consigo e do cuidado com o outro, o que implica tratar das quest\u00f5es relacionadas a respeito, compreens\u00e3o, conviv\u00eancia, uso abusivo de \u00e1lcool, relacionamentos abusivos, bullying, ciberbullying, uso excessivo de redes sociais digitais, entre outros aspectos.

O pilar do autoconhecimento<\/strong> trata sobre a biografia, a hist\u00f3ria de cada pessoa, a fam\u00edlia. Proponho um trabalho sobre ancestralidade, que a pessoa conhe\u00e7a sua hist\u00f3ria de vida, conhe\u00e7a seu pai, sua m\u00e3e, sua opini\u00e3o, seus gostos. Isso tem a ver com quem eu sou, do ponto de vista \u00e9tico, e vai me dar uma seguran\u00e7a para enfrentar aquilo que querem que eu seja. Eu sou isso, mas querem que eu seja aquilo. N\u00e3o escondo minhas fragilidades, sou amado, o que d\u00e1 seguran\u00e7a. N\u00e3o vou dizer para minha crian\u00e7a que a vida \u00e9 f\u00e1cil, um mar de rosas, que ela nunca vai encontrar desafios, mas vou ajud\u00e1-la e fortalec\u00ea-la para que ela possa enfrent\u00e1-los.<\/p>\n\n\n\n
No pilar da conviv\u00eancia<\/strong>, h\u00e1 uma rela\u00e7\u00e3o entre aprender a ser e aprender a conviver. Trato de situa\u00e7\u00f5es cotidianas que evocam reflex\u00f5es \u00e9ticas, morais e espirituais, para as quais a compaix\u00e3o, a empatia e a resili\u00eancia s\u00e3o habilidades necess\u00e1rias e essenciais. O exerc\u00edcio da dialogicidade<\/strong> \u00e9 realizado quando as pessoas aprendem a falar o que pensam e sentem, mas entendem que o que pensam e sentem n\u00e3o \u00e9 a \u00faltima palavra sobre a verdade. O pilar da amorosidade<\/strong> \u00e9 tratado com reflex\u00f5es e a\u00e7\u00f5es. As reflex\u00f5es geram as a\u00e7\u00f5es, e as a\u00e7\u00f5es n\u00e3o s\u00e3o realizadas de modo mec\u00e2nico. <\/p>\n\n\n\n
Os pais podem aprender com os filhos?<\/h2>\n\n\n\n
O livro n\u00e3o tem que ser uma pedra para atirar nos pais e na escola, tem que ser um acalanto. Eu acho que a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 t\u00e3o potente que nos possibilita reaprender a viver, tenho grande esperan\u00e7a na gera\u00e7\u00e3o do quarto, a mesma gera\u00e7\u00e3o que \u00e9 violenta me ensina novos modos de amor, n\u00e3o vejo a gera\u00e7\u00e3o como fracassada, que n\u00e3o deu certo, acho um absurdo dizer que \u00e9 uma gera\u00e7\u00e3o parasita, \"nem-nem\". Obviamente ela traz todas as mazelas, n\u00e3o foi a gera\u00e7\u00e3o do quarto que inventou o abuso do \u00e1lcool, a viol\u00eancia, esses foram c\u00f3digos sempre usados, mas a gera\u00e7\u00e3o do quarto est\u00e1 nos dando outras alternativas, como maior preocupa\u00e7\u00e3o sobre consumo, meio ambiente, empoderamento das meninas, orienta\u00e7\u00e3o \u00e0 quest\u00e3o de g\u00eanero. Essa gera\u00e7\u00e3o tem muita coisa a nos mostrar, n\u00e3o precisamos ter medo, podemos aprender com elas. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"A gera\u00e7\u00e3o do quarto: um retrato chocante da juventude brasileira","post_excerpt":"Ap\u00f3s ouvir mais de 3 mil crian\u00e7as e adolescentes que vivem experi\u00eancias traum\u00e1ticas em seus quartos, o pesquisador Hugo Monteiro Ferreira faz um alerta aos pais e \u00e0s escolas sobre a necessidade de mudar a forma de se relacionar com os jovens","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"a-geracao-do-quarto-o-retrato-chocante-da-juventude-brasileira","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-30 11:00:28","post_modified_gmt":"2022-08-30 14:00:28","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64515","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64369,"post_author":"4","post_date":"2022-08-23 10:54:43","post_date_gmt":"2022-08-23 13:54:43","post_content":"\n
De acordo com o Artigo 227<\/a> da Constitui\u00e7\u00e3o de 1988, as crian\u00e7as<\/a> devem ser prioridade absoluta em todas as decis\u00f5es, programas e pol\u00edticas p\u00fablicas<\/a>. Isso se torna mais relevante em ano de elei\u00e7\u00f5es, em que poderemos escolher, de forma democr\u00e1tica<\/a>, representantes<\/a> aos cargos de presidente da Rep\u00fablica, senadores, governadores, deputados federais e estaduais. <\/p>\n\n\n\n
O voto no Brasil \u00e9 obrigat\u00f3rio para todos aqueles acima de 18 anos, sendo facultativo para jovens com 16 e 17 anos, pessoas com mais de 70 anos e analfabetos. Crian\u00e7as e adolescentes<\/a> menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar<\/a>, mas isso n\u00e3o quer dizer que n\u00e3o devam estar inclu\u00eddos nos planos dos diferentes representantes pol\u00edticos. Muito pelo contr\u00e1rio.<\/p>\n\n\n\n
Diversos estudos j\u00e1 comprovaram que investir na primeira inf\u00e2ncia<\/a> \u00e9 a melhor maneira de reduzir desigualdades e construir uma sociedade com condi\u00e7\u00f5es sociais e ambientais sustent\u00e1veis.<\/p>\n\n\n\n
Cabe a n\u00f3s, adultos, escolher nas elei\u00e7\u00f5es candidatos que contemplem as crian\u00e7as em projetos e iniciativas diversas. Abaixo, veja 5 motivos que tornam urgente a valoriza\u00e7\u00e3o de projetos para a inf\u00e2ncia e juventude nas campanhas \u00e0s elei\u00e7\u00f5es de 2022. A lista \u00e9 do portal Lunetas, espa\u00e7o dedicado \u00e0 reflex\u00e3o sobre a inf\u00e2ncia, que recentemente lan\u00e7ou o especial \"Inf\u00e2ncias em foco: Quem vota pelas crian\u00e7as?\"<\/a>, um hub de informa\u00e7\u00e3o sobre pol\u00edtica e as inf\u00e2ncias. <\/p>\n\n\n\n
5 temas que envolvem as crian\u00e7as e que t\u00eam de estar previstos nas propostas dos candidatos \u00e0s elei\u00e7\u00f5es:<\/h2>\n\n\n\n
Fome<\/h3>\n\n\n\n
De acordo com um levantamento realizado pela Funda\u00e7\u00e3o Abrinq, cerca de 18,8 milh\u00f5es de meninos e meninas de at\u00e9 14 anos passam fome no Brasil. Essa inseguran\u00e7a alimentar traz preju\u00edzos grav\u00edssimos \u00e0s crian\u00e7as, afetando seu crescimento e o desenvolvimento f\u00edsico e cognitivo necess\u00e1rios para que consigam crescer de maneira saud\u00e1vel.<\/p>\n\n\n\n
Analfabetismo<\/h3>\n\n\n\n
H\u00e1 50 anos, a educa\u00e7\u00e3o infantil n\u00e3o era uma realidade no Brasil, no entanto, pol\u00edticas p\u00fablicas mudaram essa realidade. Ainda assim, nos \u00faltimos dois anos, o n\u00famero de crian\u00e7as de 6 e 7 anos que n\u00e3o sabem ler e escrever cresceu em 1 milh\u00e3o. Pensando no futuro e nos pr\u00f3ximos passos do Brasil relacionados \u00e0 educa\u00e7\u00e3o p\u00fablica, \u00e9 necess\u00e1rio eleger candidatos que queiram enfrentar as desigualdades sociais e lutar para que todas as crian\u00e7as e adolescentes tenham acesso \u00e0 educa\u00e7\u00e3o de qualidade.<\/p>\n\n\n\n
Trabalho Infantil<\/h3>\n\n\n\n
Atualmente, cerca de 2 milh\u00f5es de crian\u00e7as e adolescentes est\u00e3o em situa\u00e7\u00e3o de trabalho infantil no Brasil. Desse total, 66% s\u00e3o crian\u00e7as pretas ou pardas e 71% est\u00e3o na \u00e1rea urbana, de acordo com um levantamento divulgado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domic\u00edlios (PNAD Cont\u00ednua).<\/p>\n\n\n\n
Viol\u00eancia e explora\u00e7\u00e3o sexual<\/h3>\n\n\n\n
Entre 2016 e 2020, 35 mil crian\u00e7as e adolescentes, de 0 a 19 anos, foram mortos de forma violenta no Brasil e 180 mil sofreram viol\u00eancia sexual, segundo o Panorama da Viol\u00eancia Sexual contra crian\u00e7as e Adolescentes no Brasil, lan\u00e7ado pela Unicef e pelo F\u00f3rum Brasileiro de Seguran\u00e7a P\u00fablica (FBSP). Por isso, \u00e9 necess\u00e1rio eleger pessoas que tenham coragem para combater esse cen\u00e1rio e falar de assuntos como igualdade de g\u00eanero, empoderamento de meninas, viol\u00eancia sexual e femin\u00edcio.<\/p>\n\n\n\n
Moradia<\/h3>\n\n\n\n
Mais de 5 milh\u00f5es de pessoas ainda residem em domic\u00edlios sem banheiros ou sanit\u00e1rios de uso exclusivo e 9,7 milh\u00f5es vivem em condi\u00e7\u00f5es de adensamento excessivo, com mais de tr\u00eas moradores para cada dormit\u00f3rio. Este \u00e9 um assunto que n\u00e3o deve ser ignorado, j\u00e1 que todas as crian\u00e7as precisam de acesso \u00e0 moradia para viver com dignidade e poder se desenvolver em outras \u00e1reas, como lazer, educa\u00e7\u00e3o e sa\u00fade.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]  <\/p>\n","post_title":"5 motivos para priorizar as crian\u00e7as nas elei\u00e7\u00f5es de 2022","post_excerpt":"Crian\u00e7as e adolescentes menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar, mas s\u00e3o parcela importante da popula\u00e7\u00e3o e t\u00eam de estar contemplados nos projetos dos diferentes atores governamentais","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"5-motivos-para-priorizar-as-criancas-nas-eleicoes-de-2022","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-25 18:52:13","post_modified_gmt":"2022-08-25 21:52:13","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64369","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64334,"post_author":"4","post_date":"2022-08-22 15:14:51","post_date_gmt":"2022-08-22 18:14:51","post_content":"\n
O n\u00famero de crian\u00e7as e adolescente<\/a>s conectados \u00e0 internet cresceu nos \u00faltimos anos. Segundo o estudo TIC Kids Online Brasil 2021<\/a>, rec\u00e9m-divulgado, 93% ou 22,3 milh\u00f5es das crian\u00e7as e dos adolescentes<\/a> no pa\u00eds acessaram a web<\/a> em 2021, sendo que em 2019 esse percentual era de 89%. O crescimento foi impulsionado principalmente pela maior propor\u00e7\u00e3o de usu\u00e1rios na regi\u00e3o Nordeste e nas \u00e1reas rurais. <\/p>\n\n\n\n
O uso de redes sociais <\/a>pelas crian\u00e7as tamb\u00e9m tem se elevado, sendo a plataforma Tik Tok<\/a> a mais utilizada (34%), seguida pelo Instagram (33%). No Facebook, houve queda no uso de 66% para 51% no per\u00edodo citado. J\u00e1 o WhatsApp segue como a plataforma em que crian\u00e7as e adolescentes mais possuem perfil (foi de 70% em 2018 para 80% em 2021), e \u00e9 a mais difundida entre todos os estratos sociais.<\/p>\n\n\n\n
A pesquisa, conduzida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informa\u00e7\u00e3o (Cetic.br) do N\u00facleo de Informa\u00e7\u00e3o e Coordena\u00e7\u00e3o do Ponto BR (NIC.br), entrevistou 2.651 crian\u00e7as e adolescentes com idades entre 9 e 17 anos, bem como seus pais ou respons\u00e1veis, em todo o territ\u00f3rio nacional. As entrevistas aconteceram entre outubro de 2021 e mar\u00e7o de 2022, com a finalidade de investigar oportunidades e riscos relacionados \u00e0 participa\u00e7\u00e3o online desse p\u00fablico. <\/p>\n\n\n\n
Segundo o levantamento, as crian\u00e7as tamb\u00e9m est\u00e3o passando mais tempo em jogos online - seja conectadas com outros jogadores (de 57% para 66%, entre 2021 e 2019) ou n\u00e3o conectadas a eles (de 55% para 64%) -, e fazendo mais compras no ambiente digital - cresceu de 9% para 19% no mesmo per\u00edodo. <\/p>\n\n\n\n
\"Plataformas de cria\u00e7\u00e3o e compartilhamento de conte\u00fado audiovisual est\u00e3o entre as mais utilizadas por crian\u00e7as e adolescentes. Nesse contexto, a qualidade da conex\u00e3o \u00e0 Internet e dos dispositivos digitais utilizados para o acesso \u00e0 rede passam a ser determinantes para o melhor aproveitamento de oportunidades online. \u00c9 central, portanto, garantir condi\u00e7\u00f5es equitativas de conectividade para crian\u00e7as e adolescentes em diferentes contextos socioecon\u00f4micos\", aponta Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br. <\/p>\n\n\n\n
A pesquisa TIC Kids Online <\/a>detectou, ainda, que o telefone celular segue como o principal meio de conex\u00e3o \u00e0 rede nos diferentes extratos sociais. Para 53%, o celular foi o \u00fanico dispositivo usado, realidade que se verificou mais presente nas classes DE (78%) e C (52%) do que nas classes AB (18%). <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Acesso a propagandas<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
Entre as atividades multim\u00eddia, as mais acessadas pelas crian\u00e7as s\u00e3o ouvir m\u00fasica (80%), assistir a v\u00eddeos, programas, filmes ou s\u00e9ries (84%), S\u00edtios de v\u00eddeos (67%) e redes sociais (61%) est\u00e3o entre as principais plataformas em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios de internet declaram ter visto propaganda de produtos ou marcas. Pessoas ensinando como usar algum produto (62%) e abrindo embalagens -- o chamado unboxing<\/em><\/strong> - (61%) foram os principais conte\u00fados de imagem ou v\u00eddeo em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios da rede tiveram contato com divulga\u00e7\u00e3o de produtos ou marcas. Entre as principais categorias de produtos ou marcas vistas no ambiente online<\/em> est\u00e3o: <\/p>\n\n\n\n
Equipamentos eletr\u00f4nicos (60%); <\/li>
Roupas e sapatos (60%); <\/li>
Comidas, bebidas ou doces (57%); <\/li>
Videogames ou jogos (46%); <\/li>
Maquiagem e outros produtos de beleza (46%).\u00a0<\/li><\/ul>\n\n\n\nBusca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e bem-estar<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa tamb\u00e9m constatou que 32% dos jovens entre 11 e 17 anos procuram ajuda para lidar com algo ruim que vivenciaram<\/strong>, ou para falar sobre suas emo\u00e7\u00f5es<\/strong> quando se sentiram tristes. <\/p>\n\n\n\n
Entre os temas mais procurados relacionados \u00e0 sa\u00fade est\u00e3o:<\/p>\n\n\n\n
Informa\u00e7\u00f5es sobre alimenta\u00e7\u00e3o (55%);
Preven\u00e7\u00e3o e tratamento de doen\u00e7as (38%);
Exerc\u00edcios e meios para ficar em forma (36%);
Informa\u00e7\u00f5es sobre medicamentos (22%);<\/li>
Discuss\u00f5es sobre sa\u00fade sexual e educa\u00e7\u00e3o sexual (21%).<\/li><\/ul>\n\n\n\n
\"A pesquisa busca levantar evid\u00eancias que contribuam para a promo\u00e7\u00e3o de direitos e do bem-estar de crian\u00e7as e adolescentes. Desse modo, para al\u00e9m das atividades presentes na s\u00e9rie hist\u00f3rica da pesquisa, o uso da rede na busca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e apoio emocional passou a ser um tema relevante de investiga\u00e7\u00e3o\", sinaliza Barbosa.<\/p>\n\n\n\n
\"Pesquisas como a TIC Kids Online Brasil s\u00e3o de extrema relev\u00e2ncia para entendermos o cen\u00e1rio atual e fortalecermos o letramento e inclus\u00e3o digital dos mais jovens, com mais seguran\u00e7a e qualidade, quest\u00f5es intr\u00ednsecas ao trabalho realizado pelo Comit\u00ea Gestor da Internet no Brasil\", pondera Jos\u00e9 Gontijo, coordenador do CGI.br.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"] <\/p>\n","post_title":"93% dos jovens entre 9 e 17 anos usam a internet no pa\u00eds, revela pesquisa","post_excerpt":"Pesquisa TIC Kids Online Brasil 2021 tamb\u00e9m mostrou que a TikTok \u00e9 a principal rede social utilizada por crian\u00e7as e adolescentes","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"93-dos-jovens-entre-9-e-17-anos-usam-a-internet-revela-pesquisa-tic-kids-online-2021","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-23 11:24:47","post_modified_gmt":"2022-08-23 14:24:47","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64334","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"}],"next":false,"prev":true,"total_page":12},"paged":1,"column_class":"jeg_col_2o3","class":"epic_block_3"};

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\n
Tr\u00e2nsito - 30%<\/li>
Afogamentos - 27%<\/li>
Sufoca\u00e7\u00e3o - 22%<\/li><\/ul>\n\n\n\n
Apesar disso, se comparado com 2019, o n\u00famero de \u00f3bitos recuou 2%, sendo a maior redu\u00e7\u00e3o em sufoca\u00e7\u00e3o, com queda de 14%. Por outro lado, fatalidades envolvendo intoxica\u00e7\u00f5es e quedas seguiram o caminho inverso e aumentaram respectivamente 23% e 12% cada uma. Sob a \u00f3tica da faixa et\u00e1ria, crian\u00e7as de 1 a 4 anos concentram a maior taxa de mortalidade por acidentes no Brasil (32%).<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"Aumentam as interna\u00e7\u00f5es de crian\u00e7as por acidentes","post_excerpt":"Mais de 110 mil crian\u00e7as foram internadas em 2021, segundo pesquisa da ONG Aldeias Infantis SOS, devido a quedas, queimaduras e acidentes de tr\u00e2nsito, entre outras causas","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"aumentam-as-internacoes-de-criancas-por-acidentes","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-09-05 10:23:46","post_modified_gmt":"2022-09-05 13:23:46","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64666","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64515,"post_author":"4","post_date":"2022-08-25 23:30:00","post_date_gmt":"2022-08-26 02:30:00","post_content":"\n
\u201cDe boa, passo muito tempo da minha vida no quarto. T\u00e1 ligado? \u00c9 um canto s\u00f3 meu. No quarto, j\u00e1 fiz tudo. Tamb\u00e9m j\u00e1 pensei em fazer besteira.\u201d  <\/em><\/p>\n\n\n\n
\"Fico mais tempo do que no resto da casa. S\u00f3 saio pra comer, saca? Tem dia que nem pra comer. Ningu\u00e9m me pergunta nada. S\u00f3 ficaram mais preocupados, minha m\u00e3e e meu pai, quando a professora falou que me cortei.\"<\/em><\/p>\n\n\n\n
Relatos como esses fazem parte dos depoimentos que o pesquisador Hugo Monteiro Ferreira colheu para um estudo sobre o cotidiano de crian\u00e7as e adolescentes brasileiros<\/a> marcados pelo adoecimento emocional e mental<\/a>. <\/p>\n\n\n\n
S\u00e3o jovens na faixa et\u00e1ria de 11 a 18 anos de idade, que passam cerca de seis horas por dia dentro de seus quartos, geralmente conectados \u00e0s redes sociais<\/a>, e com s\u00e9rios problemas de conviv\u00eancia entre os seus pares<\/a> e tamb\u00e9m com os adultos com os quais convivem.\u00a0De modo geral, s\u00e3o pessoas que pertencem a uma classe social mais favorecida.<\/p>\n\n\n\n
Hugo os definiu como \u201ca gera\u00e7\u00e3o do quarto\u201d. V\u00edtimas de bullying, cyberbullying e outras viol\u00eancias<\/a>, geralmente na escola, eles vivenciam nesse c\u00f4modo da casa diversas formas de sofrimento - de transtornos alimentares a ansiedade, depress\u00e3o e at\u00e9 mesmo suic\u00eddio<\/a>. <\/p>\n\n\n\n
\u201cA gera\u00e7\u00e3o do quarto adverte-nos que as fam\u00edlias e as escolas precisam \"escutar\" meninos e meninas e rever posturas e procedimentos, bem como formas de educar e jeitos de orientar\u201d, afirma Hugo, no livro \u201cA gera\u00e7\u00e3o do quarto - quando as crian\u00e7as nos ensinam a amar\u201d. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
A obra \u00e9 fruto de uma pesquisa que ouviu 3.115 crian\u00e7as e adolescentes, de escolas p\u00fablicas e, principalmente, privadas, de cinco capitais do pa\u00eds. \u00c9 um grupo que retrata nitidamente os jovens da sociedade contempor\u00e2nea. \"Tenho retornos de professores e professoras que me diziam: \"olha isso que voc\u00ea disse acontece exatamente assim na minha escola\", afirmou Hugo. <\/p>\n\n\n\n
Segundo ele, a fragilidade dessa gera\u00e7\u00e3o revela a fragilidade dos pais e das m\u00e3es. \u201cN\u00e3o s\u00e3o s\u00f3 as crian\u00e7as e os adolescentes que est\u00e3o no quarto \u2014 os adultos tamb\u00e9m est\u00e3o. O quarto \u00e9 a met\u00e1fora da fam\u00edlia que n\u00e3o dialoga, mas grita; da escola que n\u00e3o acolhe, mas exige o desempenho das notas\u201d, afirma Humberto da Silva Miranda, doutor em Hist\u00f3ria das Inf\u00e2ncias, no pref\u00e1cio do livro. <\/p>\n\n\n\n
$\"\"$
Hugo Monteiro Ferreira<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n
A seguir, leia a entrevista que o autor concedeu \u00e0 Canguru News<\/strong>. Hugo \u00e9 professor do departamento de Educa\u00e7\u00e3o e do Programa de P\u00f3s-Gradua\u00e7\u00e3o em Educa\u00e7\u00e3o, Culturas e Identidades, ambos da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Na mesma institui\u00e7\u00e3o, ele coordena o N\u00facleo do Cuidado Humano e o Grupo de Estudos da Transdisciplinaridade, da Inf\u00e2ncia e da Juventude (GETIJ).<\/p>\n\n\n\n
Qual o perfil da gera\u00e7\u00e3o do quarto?<\/h2>\n\n\n\n
S\u00e3o crian\u00e7as e adolescentes, entre 11 e 16 anos, que passam mais de 6 horas por dia dentro do quarto, usando excessivamente as redes sociais digitais, e j\u00e1 sofreram algum tipo de viol\u00eancia, como bullying e cyberbullying, geralmente ocorrida na escola. Eles t\u00eam sintomatologias de psicopatologias as mais diversas, com predomin\u00e2ncia para depress\u00e3o, transtornos obsessivos compulsivos, transtornos alimentares, com predomin\u00e2ncia de anorexia e bulimia, transtorno de ansiedade, uso abusivo de \u00e1lcool, de maconha ou drogas qu\u00edmicas e dist\u00farbios de sono. E no campo da autodestrui\u00e7\u00e3o, praticam a autoles\u00e3o, sem inten\u00e7\u00e3o suicida, e alguns t\u00eam idea\u00e7\u00e3o suicida e tentaram suic\u00eddio mais de uma vez, esse \u00e9 o perfil da gera\u00e7\u00e3o do quarto.<\/p>\n\n\n\n
Como foi feita a pesquisa?<\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa foi feita entre 2017 e 2019, com alunos de escolas p\u00fablicas e privadas de cinco capitais brasileiras \u2014 Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Macei\u00f3 e Natal. Inicialmente, foi aplicado um question\u00e1rio online para 3.115 crian\u00e7as e adolescentes, e a partir das respostas foi feito um recorte com 238 jovens, dos quais a grande maioria, 70%, s\u00e3o de escolas privadas, e fazem parte da classe m\u00e9dia e classe m\u00e9dia alta. Os resultados mostraram que 75% dos 3.115 alunos est\u00e3o com a sa\u00fade mental abalada, embora nem todos apresentem sintomatologia psicopatol\u00f3gica. N\u00e3o publiquei nenhum artigo sobre o estudo porque desde o in\u00edcio tive a inten\u00e7\u00e3o de fazer um livro, que ficou pronto em 2020. De l\u00e1 para c\u00e1, a obra passou por revis\u00f5es, sendo publicada agora, em 2022. Ressalto que a gera\u00e7\u00e3o do quarto n\u00e3o foi criada na pandemia, mas sofreu na pandemia duas vezes mais pela situa\u00e7\u00e3o de vulnerabilidade em que se encontrava. <\/p>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 um retrato da juventude brasileira? <\/h2>\n\n\n\n
Eu fiz um recorte, mas todas as pessoas que mantiveram contato comigo e n\u00e3o estiveram no recorte da pesquisa se identificaram com ela. Tenho retornos de professores e professoras que me diziam: \"olha isso que voc\u00ea disse acontece exatamente assim na minha escola\". As pessoas se identificam porque tem uma verossimilhan\u00e7a. Muitas dizem: \"ah, tenho um filho, uma filha, que tamb\u00e9m est\u00e1 no quarto\". Se voc\u00ea for em qualquer escola, infelizmente ir\u00e1 encontrar algo semelhante.<\/p>\n\n\n\n
Como entender os problemas que essa gera\u00e7\u00e3o enfrenta, quais s\u00e3o suas origens?<\/h2>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 forjada, criada dentro de casa, \u00e9 a fam\u00edlia quem cria essa gera\u00e7\u00e3o, n\u00e3o \u00e9 a escola, a escola ajuda a manter, a fazer a manuten\u00e7\u00e3o do sofrimento, mas a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 produto de uma fam\u00edlia no quarto tamb\u00e9m, uma fam\u00edlia isolada, adoecida, de pouco di\u00e1logo, violenta. A viol\u00eancia num sentido amplo, n\u00e3o s\u00f3 f\u00edsica, psicol\u00f3gica, mas uma viol\u00eancia simb\u00f3lica, h\u00e1 muito movimento de viol\u00eancia dentro dessas casas. A viol\u00eancia simb\u00f3lica se expressa nas nuances, na organiza\u00e7\u00e3o, no establishment<\/em>, c\u00f3digos de comportamentos. Por exemplo, entrevistei meninos de 15, 16 anos, que eram gays, e na casa havia uma esp\u00e9cie de heteronormatividade, n\u00e3o era dito isso, mas havia a heteronormatividade como conduta, regra. \u00c9 isso que temos visto dentro dessas fam\u00edlias, s\u00e3o fam\u00edlias um tanto quanto provocativas e provocadoras dessa viol\u00eancia simb\u00f3lica. <\/p>\n\n\n\n
\u00c9 uma situa\u00e7\u00e3o muito preocupante, n\u00e3o? <\/h2>\n\n\n\n
A experi\u00eancia do quarto \u00e9 terr\u00edvel, porque n\u00e3o \u00e9 uma esp\u00e9cie de ref\u00fagio para aquietar mente, \u00e9 uma experi\u00eancia de ansiedade da mente, uma mente com probabilidades das mais diversas. <\/p>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 violentada, ela tamb\u00e9m vai violentar. \u00c9 importante observar isso. <\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Eu me preocupo muito porque parece que a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 meio que uma matriz de pequenos e pequenas curingas, do personagem do Batman. N\u00f3s estamos formando gera\u00e7\u00f5es violentas, e essa viol\u00eancia pode ser contra si, os \u00edndices de suic\u00eddio na adolesc\u00eancia n\u00e3o s\u00e3o m\u00ednimos. No Brasil, infelizmente, desde 2016, que eles aumentam, mas n\u00f3s tamb\u00e9m temos criado pessoas, em pa\u00edses como os Estados Unidos, que quando t\u00eam acesso a armas, criam e organizam massacres como esses que vimos nas escolas americanas. O perfil e a biografia desses adolescentes se assemelha \u00e0 gera\u00e7\u00e3o do quarto. \u00c9 preocupante, porque n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 o adoecimento ps\u00edquico, mas \u00e9 a produ\u00e7\u00e3o de uma comunidade psiquicamente adoecida, que tem na viol\u00eancia a gram\u00e1tica da sua sintaxe comunicacional, ou seja, a socializa\u00e7\u00e3o \u00e9 violenta.<\/p>\n\n\n\n
Muitas vezes, \u00e9 poss\u00edvel que voc\u00ea tenha pessoas que acham que s\u00e3o excelentes m\u00e3es e pais, mas que imprimem uma norma, uma conduta, um modelo que impede que o outro seja o que pode ser. Vi muito isso, adolescentes dizendo \u201ceu n\u00e3o consigo, para minha m\u00e3e nem para o meu pai, ser o que realmente sou, o que realmente gosto, tenho que mentir, me fazer ser o que n\u00e3o sou, criar um perfil falso\u201d. A viol\u00eancia simb\u00f3lica est\u00e1 muito nesse campo, no religioso, al\u00e9m da viol\u00eancia f\u00edsica e psicol\u00f3gica.<\/p>\n\n\n\n
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H\u00e1 caracter\u00edsticas em comum entre os pais dessa gera\u00e7\u00e3o?<\/h2>\n\n\n\n
S\u00e3o pessoas que aprenderam com os modelos anteriores como devem proceder, como educar e como deve ser a rela\u00e7\u00e3o entre pais e filhos, e eles terminam agindo em nome desse bem-estar. Eles querem o bem dos filhos, n\u00e3o desejam o mal, mas \u00e9 um bem meio que projetado, n\u00e3o \u00e9 um bem presente, \u00e9 o bem do amanh\u00e3. Eu quero que meu filho esteja bem, mas para isso ele precisa seguir uma regra, uma norma, uma conduta, um padr\u00e3o, uma organiza\u00e7\u00e3o. Se ele n\u00e3o segue, eu n\u00e3o consigo ser m\u00e3e, pai dele, n\u00e3o consigo estabelecer uma rela\u00e7\u00e3o afetiva, de di\u00e1logo, e come\u00e7o a entrar em conflito.<\/p>\n\n\n\n
S\u00e3o pais que rejeitam os filhos? <\/h2>\n\n\n\n
Essa gera\u00e7\u00e3o mostra que os pais, se n\u00e3o h\u00e1 um modelo estabelecido, eles n\u00e3o se disp\u00f5em a aprender com o que eles veem na realidade, \u00e9 quase que um filho abstrato. Quando o filho real come\u00e7a a emergir e mostrar suas caracter\u00edsticas, os pais come\u00e7am a estranhar aquilo e n\u00e3o entram em processo de di\u00e1logo, se afastam. \u00c9 esse afastamento, esse vazio, que cria a gera\u00e7\u00e3o do quarto. Por isso afirmo que \u00e9 na matriz familiar que a gera\u00e7\u00e3o \u00e9 gerada, quer dizer, os pais n\u00e3o conseguem observar, de modo geral, a emerg\u00eancia dos humanos que eles mesmos criaram. Eles t\u00eam o humano projetado, \u00e9 quase um molde de um humano. Quando vem uma orienta\u00e7\u00e3o sexual ou um g\u00eanero que n\u00e3o \u00e9 norma, causa um impacto. <\/p>\n\n\n\n
Claro que \u00e9 menos impactante quando o filho diz que n\u00e3o quer ser m\u00e9dico, mas sim ator, pode haver resist\u00eancia mas n\u00e3o t\u00e3o intensa como quando voc\u00ea diz que \u00e9 gay, isso causa um embara\u00e7o. Mas n\u00e3o gosto de condenar os pais e as m\u00e3es, porque acho que eles est\u00e3o envolvidos nesse processo, eles querem acertar, ao menos, os que t\u00eam paternagem e maternagem, que chamo de esp\u00edrito de pai e m\u00e3e. Os que n\u00e3o t\u00eam, esses simplesmente geram os filhos, est\u00e3o ali numa esp\u00e9cie de playground de criar filhos. Mas os que t\u00eam paternagem, eles v\u00e3o tentando encontrar e conseguem, ent\u00e3o nesse caso, essa fissura, esse vazio que se abriu \u00e9 reduzido e a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 compreendida. <\/p>\n\n\n\n
Os pais sabem que t\u00eam um problema em casa?<\/h2>\n\n\n\n
Eles n\u00e3o t\u00eam conhecimento, porque a gera\u00e7\u00e3o do quarto cognitivamente n\u00e3o tem problema com boletim escolar. Essa gera\u00e7\u00e3o chega na universidade. Essa causa-consequ\u00eancia que a gente confabulou e afirmou tantas vezes que, por exemplo, vai ter problemas na escola, no rendimento escolar, n\u00e3o \u00e9 um sinal, a gera\u00e7\u00e3o do quarto tem um boletim escolar azul,<\/strong> e os pais n\u00e3o percebem. Eles acham que faz parte da vida estar no quarto.<\/strong> Muitos me dizem isso, \u201cah mas meu filho est\u00e1 no quarto j\u00e1 h\u00e1 tanto tempo que nem me dava conta\u201d. Eles come\u00e7am a se dar conta quando a crian\u00e7a ou o adolescente come\u00e7a a se cortar, quando come\u00e7am a gritar em sil\u00eancio, a\u00ed os pais alertam, mas at\u00e9 ent\u00e3o, n\u00e3o. Chamam para jantar, quando conseguem, lembrando que pais contempor\u00e2neos vivem muito fora de casa, trabalham muito, com finalidade de dar um futuro para os filhos.  <\/p>\n\n\n\n
Ou seja, o esfor\u00e7o dos pais para garantir uma boa estrutura familiar acaba por distanci\u00e1-los dos filhos?<\/h2>\n\n\n\n
\u00c9 a alternativa que se deu para a fam\u00edlia. Num pa\u00eds de mais de 210 milh\u00f5es de pessoas, n\u00e3o \u00e9 todo mundo que para e reflete sobre o que \u00e9 ser uma fam\u00edlia. Para os que est\u00e3o abaixo da linha da mis\u00e9ria tem que pensar muito como se recupera. H\u00e1 uma quest\u00e3o importante: o fen\u00f4meno da gera\u00e7\u00e3o do quarto se d\u00e1 em todas as classes sociais, mas as estrat\u00e9gias trabalhadas mudam. Tem muitas pessoas que usam a gravidez, por exemplo, como forma de sair de uma situa\u00e7\u00e3o socioecon\u00f4mica. Engravidar pode ser uma esp\u00e9cie de promo\u00e7\u00e3o social, ou seja, o problema \u00e9 o mesmo, a dor ps\u00edquica \u00e9 a mesma, mas a maneira de lidar com ela \u00e9 diferente. <\/p>\n\n\n\n
Os jovens n\u00e3o se abrem com os pais, mas n\u00e3o se opuseram a falar com voc\u00ea?<\/h2>\n\n\n\n
Talvez o que favorece para um pesquisador como eu \u00e9 me dispor a escutar sem condenar, sem julgamento. Eu escuto para acolher e esse talvez seja um potencial que a gente possa ensinar aos pais e \u00e0s m\u00e3es, para que o filho diga o que pensa, o que acha, o que gosta e n\u00e3o gosta, se sinta confort\u00e1vel em ser diferente dos pais. Acho que as fam\u00edlias escutam julgando, comparando e sentenciando demais. As crian\u00e7as, ao contr\u00e1rio do que as pessoas pensam, s\u00e3o muito sens\u00edveis, muito cr\u00edticas, elas conseguem responder perguntas, falar sobre sentimentos com quem elas se sentem confort\u00e1veis. Al\u00e9m disso, uma das t\u00e9cnicas que utilizei, o question\u00e1rio online, me trouxe muitas respostas, porque tinha perguntas abertas. Alguns dos depoimentos que apresento no livro eu n\u00e3o ouvi, eu li. Quando n\u00e3o tenho que dizer meu nome, quem eu sou, de onde sou, qual minha idade, me sinto mais livre para falar, pedir ajuda. Foram esses depoimentos que me causaram impacto e me fizeram depois entrevistar o grupo menor por meio de rodas de conversa. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Qual o papel da escola nesse contexto?<\/h2>\n\n\n\n
Eu sou um profissional e defensor da escola, a escola para mim \u00e9 uma grande inven\u00e7\u00e3o social, cumpre papel de forma\u00e7\u00e3o, de complementaridade, sobretudo no campo do que chamamos de conhecimento cient\u00edfico. Ela tamb\u00e9m tem um papel social, porque trabalha com pessoas, organiza\u00e7\u00f5es, institui\u00e7\u00f5es, mas ela precisa ser revisitada e reformulada nos seus objetivos matriciais. A escola n\u00e3o pode querer exclusivamente formar do ponto vista cognitivo. Isso \u00e9 um equ\u00edvoco que se manifesta sobretudo nessas escolas, que insistem num modelo de concorr\u00eancia, competi\u00e7\u00e3o, ranqueamento, na nota como resposta \u00e0 aprendizagem. S\u00e3o escolas desconectadas com grandes problemas contempor\u00e2neos, como a sobreviv\u00eancia do Planeta Terra. Temos um planeta amea\u00e7ado de desertifica\u00e7\u00e3o, de aus\u00eancia de comida, amea\u00e7ado no campo dos povos origin\u00e1rios, ent\u00e3o essas s\u00e3o preocupa\u00e7\u00f5es que a escola deve ter. <\/p>\n\n\n\n
Outra preocupa\u00e7\u00e3o \u00e9 a diversidade, temos uma sociedade que se mostra violenta com as minorias, racista e mis\u00f3gina. As mulheres sofrem muito nessa sociedade. A escola n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 para discutir f\u00f3rmulas qu\u00edmicas, biol\u00f3gicas, equa\u00e7\u00f5es matem\u00e1ticas, sintaxe da l\u00edngua. <\/p>\n\n\n\n
A escola \u00e9 para ajudar a usar o conhecimento cient\u00edfico na melhoria da qualidade de vida das pessoas, da minha e dos outros. <\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Ent\u00e3o se ela n\u00e3o faz isso, se insiste na concorr\u00eancia, em colocar aqueles que s\u00e3o bons e n\u00e3o s\u00e3o bons, os que s\u00e3o inteligentes e os que n\u00e3o s\u00e3o inteligentes, e ela tem insistido, ela ajuda a adoecer. \u00c9 o que digo no livro. <\/p>\n\n\n\n
O que dizer aos pais e m\u00e3es da gera\u00e7\u00e3o do quarto?<\/h2>\n\n\n\n
Os filhos e as filhas v\u00e3o precisar muito mesmo dos pais. Tem dois cen\u00e1rios, um \u00e9 ajudar meu filho a n\u00e3o entrar no quarto e o outro \u00e9 ajudar o filho que j\u00e1 est\u00e1 no quarto. No livro eu falo de cinco pilares: cuidado, autoconhecimento, conviv\u00eancia, dialogicidade e amorosidade. Trabalhar a fam\u00edlia e a escola a partir dessas sustenta\u00e7\u00f5es \u00e9 preventivo, mas pode servir tamb\u00e9m para situa\u00e7\u00f5es de pessoas que j\u00e1 est\u00e3o adoecidas, neste caso, associado ao acompanhamento de um profissional da sa\u00fade mental - psic\u00f3logo, psiquiatra, psicanalista, a depender do caso.<\/p>\n\n\n\n
O pilar do cuidado<\/strong> trata sobre a import\u00e2ncia do cuidado consigo e do cuidado com o outro, o que implica tratar das quest\u00f5es relacionadas a respeito, compreens\u00e3o, conviv\u00eancia, uso abusivo de \u00e1lcool, relacionamentos abusivos, bullying, ciberbullying, uso excessivo de redes sociais digitais, entre outros aspectos.

O pilar do autoconhecimento<\/strong> trata sobre a biografia, a hist\u00f3ria de cada pessoa, a fam\u00edlia. Proponho um trabalho sobre ancestralidade, que a pessoa conhe\u00e7a sua hist\u00f3ria de vida, conhe\u00e7a seu pai, sua m\u00e3e, sua opini\u00e3o, seus gostos. Isso tem a ver com quem eu sou, do ponto de vista \u00e9tico, e vai me dar uma seguran\u00e7a para enfrentar aquilo que querem que eu seja. Eu sou isso, mas querem que eu seja aquilo. N\u00e3o escondo minhas fragilidades, sou amado, o que d\u00e1 seguran\u00e7a. N\u00e3o vou dizer para minha crian\u00e7a que a vida \u00e9 f\u00e1cil, um mar de rosas, que ela nunca vai encontrar desafios, mas vou ajud\u00e1-la e fortalec\u00ea-la para que ela possa enfrent\u00e1-los.<\/p>\n\n\n\n
No pilar da conviv\u00eancia<\/strong>, h\u00e1 uma rela\u00e7\u00e3o entre aprender a ser e aprender a conviver. Trato de situa\u00e7\u00f5es cotidianas que evocam reflex\u00f5es \u00e9ticas, morais e espirituais, para as quais a compaix\u00e3o, a empatia e a resili\u00eancia s\u00e3o habilidades necess\u00e1rias e essenciais. O exerc\u00edcio da dialogicidade<\/strong> \u00e9 realizado quando as pessoas aprendem a falar o que pensam e sentem, mas entendem que o que pensam e sentem n\u00e3o \u00e9 a \u00faltima palavra sobre a verdade. O pilar da amorosidade<\/strong> \u00e9 tratado com reflex\u00f5es e a\u00e7\u00f5es. As reflex\u00f5es geram as a\u00e7\u00f5es, e as a\u00e7\u00f5es n\u00e3o s\u00e3o realizadas de modo mec\u00e2nico. <\/p>\n\n\n\n
Os pais podem aprender com os filhos?<\/h2>\n\n\n\n
O livro n\u00e3o tem que ser uma pedra para atirar nos pais e na escola, tem que ser um acalanto. Eu acho que a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 t\u00e3o potente que nos possibilita reaprender a viver, tenho grande esperan\u00e7a na gera\u00e7\u00e3o do quarto, a mesma gera\u00e7\u00e3o que \u00e9 violenta me ensina novos modos de amor, n\u00e3o vejo a gera\u00e7\u00e3o como fracassada, que n\u00e3o deu certo, acho um absurdo dizer que \u00e9 uma gera\u00e7\u00e3o parasita, \"nem-nem\". Obviamente ela traz todas as mazelas, n\u00e3o foi a gera\u00e7\u00e3o do quarto que inventou o abuso do \u00e1lcool, a viol\u00eancia, esses foram c\u00f3digos sempre usados, mas a gera\u00e7\u00e3o do quarto est\u00e1 nos dando outras alternativas, como maior preocupa\u00e7\u00e3o sobre consumo, meio ambiente, empoderamento das meninas, orienta\u00e7\u00e3o \u00e0 quest\u00e3o de g\u00eanero. Essa gera\u00e7\u00e3o tem muita coisa a nos mostrar, n\u00e3o precisamos ter medo, podemos aprender com elas. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
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De acordo com o Artigo 227<\/a> da Constitui\u00e7\u00e3o de 1988, as crian\u00e7as<\/a> devem ser prioridade absoluta em todas as decis\u00f5es, programas e pol\u00edticas p\u00fablicas<\/a>. Isso se torna mais relevante em ano de elei\u00e7\u00f5es, em que poderemos escolher, de forma democr\u00e1tica<\/a>, representantes<\/a> aos cargos de presidente da Rep\u00fablica, senadores, governadores, deputados federais e estaduais. <\/p>\n\n\n\n
O voto no Brasil \u00e9 obrigat\u00f3rio para todos aqueles acima de 18 anos, sendo facultativo para jovens com 16 e 17 anos, pessoas com mais de 70 anos e analfabetos. Crian\u00e7as e adolescentes<\/a> menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar<\/a>, mas isso n\u00e3o quer dizer que n\u00e3o devam estar inclu\u00eddos nos planos dos diferentes representantes pol\u00edticos. Muito pelo contr\u00e1rio.<\/p>\n\n\n\n
Diversos estudos j\u00e1 comprovaram que investir na primeira inf\u00e2ncia<\/a> \u00e9 a melhor maneira de reduzir desigualdades e construir uma sociedade com condi\u00e7\u00f5es sociais e ambientais sustent\u00e1veis.<\/p>\n\n\n\n
Cabe a n\u00f3s, adultos, escolher nas elei\u00e7\u00f5es candidatos que contemplem as crian\u00e7as em projetos e iniciativas diversas. Abaixo, veja 5 motivos que tornam urgente a valoriza\u00e7\u00e3o de projetos para a inf\u00e2ncia e juventude nas campanhas \u00e0s elei\u00e7\u00f5es de 2022. A lista \u00e9 do portal Lunetas, espa\u00e7o dedicado \u00e0 reflex\u00e3o sobre a inf\u00e2ncia, que recentemente lan\u00e7ou o especial \"Inf\u00e2ncias em foco: Quem vota pelas crian\u00e7as?\"<\/a>, um hub de informa\u00e7\u00e3o sobre pol\u00edtica e as inf\u00e2ncias. <\/p>\n\n\n\n
5 temas que envolvem as crian\u00e7as e que t\u00eam de estar previstos nas propostas dos candidatos \u00e0s elei\u00e7\u00f5es:<\/h2>\n\n\n\n
Fome<\/h3>\n\n\n\n
De acordo com um levantamento realizado pela Funda\u00e7\u00e3o Abrinq, cerca de 18,8 milh\u00f5es de meninos e meninas de at\u00e9 14 anos passam fome no Brasil. Essa inseguran\u00e7a alimentar traz preju\u00edzos grav\u00edssimos \u00e0s crian\u00e7as, afetando seu crescimento e o desenvolvimento f\u00edsico e cognitivo necess\u00e1rios para que consigam crescer de maneira saud\u00e1vel.<\/p>\n\n\n\n
Analfabetismo<\/h3>\n\n\n\n
H\u00e1 50 anos, a educa\u00e7\u00e3o infantil n\u00e3o era uma realidade no Brasil, no entanto, pol\u00edticas p\u00fablicas mudaram essa realidade. Ainda assim, nos \u00faltimos dois anos, o n\u00famero de crian\u00e7as de 6 e 7 anos que n\u00e3o sabem ler e escrever cresceu em 1 milh\u00e3o. Pensando no futuro e nos pr\u00f3ximos passos do Brasil relacionados \u00e0 educa\u00e7\u00e3o p\u00fablica, \u00e9 necess\u00e1rio eleger candidatos que queiram enfrentar as desigualdades sociais e lutar para que todas as crian\u00e7as e adolescentes tenham acesso \u00e0 educa\u00e7\u00e3o de qualidade.<\/p>\n\n\n\n
Trabalho Infantil<\/h3>\n\n\n\n
Atualmente, cerca de 2 milh\u00f5es de crian\u00e7as e adolescentes est\u00e3o em situa\u00e7\u00e3o de trabalho infantil no Brasil. Desse total, 66% s\u00e3o crian\u00e7as pretas ou pardas e 71% est\u00e3o na \u00e1rea urbana, de acordo com um levantamento divulgado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domic\u00edlios (PNAD Cont\u00ednua).<\/p>\n\n\n\n
Viol\u00eancia e explora\u00e7\u00e3o sexual<\/h3>\n\n\n\n
Entre 2016 e 2020, 35 mil crian\u00e7as e adolescentes, de 0 a 19 anos, foram mortos de forma violenta no Brasil e 180 mil sofreram viol\u00eancia sexual, segundo o Panorama da Viol\u00eancia Sexual contra crian\u00e7as e Adolescentes no Brasil, lan\u00e7ado pela Unicef e pelo F\u00f3rum Brasileiro de Seguran\u00e7a P\u00fablica (FBSP). Por isso, \u00e9 necess\u00e1rio eleger pessoas que tenham coragem para combater esse cen\u00e1rio e falar de assuntos como igualdade de g\u00eanero, empoderamento de meninas, viol\u00eancia sexual e femin\u00edcio.<\/p>\n\n\n\n
Moradia<\/h3>\n\n\n\n
Mais de 5 milh\u00f5es de pessoas ainda residem em domic\u00edlios sem banheiros ou sanit\u00e1rios de uso exclusivo e 9,7 milh\u00f5es vivem em condi\u00e7\u00f5es de adensamento excessivo, com mais de tr\u00eas moradores para cada dormit\u00f3rio. Este \u00e9 um assunto que n\u00e3o deve ser ignorado, j\u00e1 que todas as crian\u00e7as precisam de acesso \u00e0 moradia para viver com dignidade e poder se desenvolver em outras \u00e1reas, como lazer, educa\u00e7\u00e3o e sa\u00fade.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]  <\/p>\n","post_title":"5 motivos para priorizar as crian\u00e7as nas elei\u00e7\u00f5es de 2022","post_excerpt":"Crian\u00e7as e adolescentes menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar, mas s\u00e3o parcela importante da popula\u00e7\u00e3o e t\u00eam de estar contemplados nos projetos dos diferentes atores governamentais","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"5-motivos-para-priorizar-as-criancas-nas-eleicoes-de-2022","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-25 18:52:13","post_modified_gmt":"2022-08-25 21:52:13","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64369","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64334,"post_author":"4","post_date":"2022-08-22 15:14:51","post_date_gmt":"2022-08-22 18:14:51","post_content":"\n
O n\u00famero de crian\u00e7as e adolescente<\/a>s conectados \u00e0 internet cresceu nos \u00faltimos anos. Segundo o estudo TIC Kids Online Brasil 2021<\/a>, rec\u00e9m-divulgado, 93% ou 22,3 milh\u00f5es das crian\u00e7as e dos adolescentes<\/a> no pa\u00eds acessaram a web<\/a> em 2021, sendo que em 2019 esse percentual era de 89%. O crescimento foi impulsionado principalmente pela maior propor\u00e7\u00e3o de usu\u00e1rios na regi\u00e3o Nordeste e nas \u00e1reas rurais. <\/p>\n\n\n\n
O uso de redes sociais <\/a>pelas crian\u00e7as tamb\u00e9m tem se elevado, sendo a plataforma Tik Tok<\/a> a mais utilizada (34%), seguida pelo Instagram (33%). No Facebook, houve queda no uso de 66% para 51% no per\u00edodo citado. J\u00e1 o WhatsApp segue como a plataforma em que crian\u00e7as e adolescentes mais possuem perfil (foi de 70% em 2018 para 80% em 2021), e \u00e9 a mais difundida entre todos os estratos sociais.<\/p>\n\n\n\n
A pesquisa, conduzida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informa\u00e7\u00e3o (Cetic.br) do N\u00facleo de Informa\u00e7\u00e3o e Coordena\u00e7\u00e3o do Ponto BR (NIC.br), entrevistou 2.651 crian\u00e7as e adolescentes com idades entre 9 e 17 anos, bem como seus pais ou respons\u00e1veis, em todo o territ\u00f3rio nacional. As entrevistas aconteceram entre outubro de 2021 e mar\u00e7o de 2022, com a finalidade de investigar oportunidades e riscos relacionados \u00e0 participa\u00e7\u00e3o online desse p\u00fablico. <\/p>\n\n\n\n
Segundo o levantamento, as crian\u00e7as tamb\u00e9m est\u00e3o passando mais tempo em jogos online - seja conectadas com outros jogadores (de 57% para 66%, entre 2021 e 2019) ou n\u00e3o conectadas a eles (de 55% para 64%) -, e fazendo mais compras no ambiente digital - cresceu de 9% para 19% no mesmo per\u00edodo. <\/p>\n\n\n\n
\"Plataformas de cria\u00e7\u00e3o e compartilhamento de conte\u00fado audiovisual est\u00e3o entre as mais utilizadas por crian\u00e7as e adolescentes. Nesse contexto, a qualidade da conex\u00e3o \u00e0 Internet e dos dispositivos digitais utilizados para o acesso \u00e0 rede passam a ser determinantes para o melhor aproveitamento de oportunidades online. \u00c9 central, portanto, garantir condi\u00e7\u00f5es equitativas de conectividade para crian\u00e7as e adolescentes em diferentes contextos socioecon\u00f4micos\", aponta Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br. <\/p>\n\n\n\n
A pesquisa TIC Kids Online <\/a>detectou, ainda, que o telefone celular segue como o principal meio de conex\u00e3o \u00e0 rede nos diferentes extratos sociais. Para 53%, o celular foi o \u00fanico dispositivo usado, realidade que se verificou mais presente nas classes DE (78%) e C (52%) do que nas classes AB (18%). <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Acesso a propagandas<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
Entre as atividades multim\u00eddia, as mais acessadas pelas crian\u00e7as s\u00e3o ouvir m\u00fasica (80%), assistir a v\u00eddeos, programas, filmes ou s\u00e9ries (84%), S\u00edtios de v\u00eddeos (67%) e redes sociais (61%) est\u00e3o entre as principais plataformas em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios de internet declaram ter visto propaganda de produtos ou marcas. Pessoas ensinando como usar algum produto (62%) e abrindo embalagens -- o chamado unboxing<\/em><\/strong> - (61%) foram os principais conte\u00fados de imagem ou v\u00eddeo em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios da rede tiveram contato com divulga\u00e7\u00e3o de produtos ou marcas. Entre as principais categorias de produtos ou marcas vistas no ambiente online<\/em> est\u00e3o: <\/p>\n\n\n\n
Equipamentos eletr\u00f4nicos (60%); <\/li>
Roupas e sapatos (60%); <\/li>
Comidas, bebidas ou doces (57%); <\/li>
Videogames ou jogos (46%); <\/li>
Maquiagem e outros produtos de beleza (46%).\u00a0<\/li><\/ul>\n\n\n\nBusca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e bem-estar<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa tamb\u00e9m constatou que 32% dos jovens entre 11 e 17 anos procuram ajuda para lidar com algo ruim que vivenciaram<\/strong>, ou para falar sobre suas emo\u00e7\u00f5es<\/strong> quando se sentiram tristes. <\/p>\n\n\n\n
Entre os temas mais procurados relacionados \u00e0 sa\u00fade est\u00e3o:<\/p>\n\n\n\n
Informa\u00e7\u00f5es sobre alimenta\u00e7\u00e3o (55%);
Preven\u00e7\u00e3o e tratamento de doen\u00e7as (38%);
Exerc\u00edcios e meios para ficar em forma (36%);
Informa\u00e7\u00f5es sobre medicamentos (22%);<\/li>
Discuss\u00f5es sobre sa\u00fade sexual e educa\u00e7\u00e3o sexual (21%).<\/li><\/ul>\n\n\n\n
\"A pesquisa busca levantar evid\u00eancias que contribuam para a promo\u00e7\u00e3o de direitos e do bem-estar de crian\u00e7as e adolescentes. Desse modo, para al\u00e9m das atividades presentes na s\u00e9rie hist\u00f3rica da pesquisa, o uso da rede na busca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e apoio emocional passou a ser um tema relevante de investiga\u00e7\u00e3o\", sinaliza Barbosa.<\/p>\n\n\n\n
\"Pesquisas como a TIC Kids Online Brasil s\u00e3o de extrema relev\u00e2ncia para entendermos o cen\u00e1rio atual e fortalecermos o letramento e inclus\u00e3o digital dos mais jovens, com mais seguran\u00e7a e qualidade, quest\u00f5es intr\u00ednsecas ao trabalho realizado pelo Comit\u00ea Gestor da Internet no Brasil\", pondera Jos\u00e9 Gontijo, coordenador do CGI.br.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
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\n
Mortes de crian\u00e7as por acidentes - 2020 <\/h3>\n\n\n\n
Tr\u00e2nsito - 30%<\/li>
Afogamentos - 27%<\/li>
Sufoca\u00e7\u00e3o - 22%<\/li><\/ul>\n\n\n\n
Apesar disso, se comparado com 2019, o n\u00famero de \u00f3bitos recuou 2%, sendo a maior redu\u00e7\u00e3o em sufoca\u00e7\u00e3o, com queda de 14%. Por outro lado, fatalidades envolvendo intoxica\u00e7\u00f5es e quedas seguiram o caminho inverso e aumentaram respectivamente 23% e 12% cada uma. Sob a \u00f3tica da faixa et\u00e1ria, crian\u00e7as de 1 a 4 anos concentram a maior taxa de mortalidade por acidentes no Brasil (32%).<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"Aumentam as interna\u00e7\u00f5es de crian\u00e7as por acidentes","post_excerpt":"Mais de 110 mil crian\u00e7as foram internadas em 2021, segundo pesquisa da ONG Aldeias Infantis SOS, devido a quedas, queimaduras e acidentes de tr\u00e2nsito, entre outras causas","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"aumentam-as-internacoes-de-criancas-por-acidentes","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-09-05 10:23:46","post_modified_gmt":"2022-09-05 13:23:46","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64666","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64515,"post_author":"4","post_date":"2022-08-25 23:30:00","post_date_gmt":"2022-08-26 02:30:00","post_content":"\n
\u201cDe boa, passo muito tempo da minha vida no quarto. T\u00e1 ligado? \u00c9 um canto s\u00f3 meu. No quarto, j\u00e1 fiz tudo. Tamb\u00e9m j\u00e1 pensei em fazer besteira.\u201d  <\/em><\/p>\n\n\n\n
\"Fico mais tempo do que no resto da casa. S\u00f3 saio pra comer, saca? Tem dia que nem pra comer. Ningu\u00e9m me pergunta nada. S\u00f3 ficaram mais preocupados, minha m\u00e3e e meu pai, quando a professora falou que me cortei.\"<\/em><\/p>\n\n\n\n
Relatos como esses fazem parte dos depoimentos que o pesquisador Hugo Monteiro Ferreira colheu para um estudo sobre o cotidiano de crian\u00e7as e adolescentes brasileiros<\/a> marcados pelo adoecimento emocional e mental<\/a>. <\/p>\n\n\n\n
S\u00e3o jovens na faixa et\u00e1ria de 11 a 18 anos de idade, que passam cerca de seis horas por dia dentro de seus quartos, geralmente conectados \u00e0s redes sociais<\/a>, e com s\u00e9rios problemas de conviv\u00eancia entre os seus pares<\/a> e tamb\u00e9m com os adultos com os quais convivem.\u00a0De modo geral, s\u00e3o pessoas que pertencem a uma classe social mais favorecida.<\/p>\n\n\n\n
Hugo os definiu como \u201ca gera\u00e7\u00e3o do quarto\u201d. V\u00edtimas de bullying, cyberbullying e outras viol\u00eancias<\/a>, geralmente na escola, eles vivenciam nesse c\u00f4modo da casa diversas formas de sofrimento - de transtornos alimentares a ansiedade, depress\u00e3o e at\u00e9 mesmo suic\u00eddio<\/a>. <\/p>\n\n\n\n
\u201cA gera\u00e7\u00e3o do quarto adverte-nos que as fam\u00edlias e as escolas precisam \"escutar\" meninos e meninas e rever posturas e procedimentos, bem como formas de educar e jeitos de orientar\u201d, afirma Hugo, no livro \u201cA gera\u00e7\u00e3o do quarto - quando as crian\u00e7as nos ensinam a amar\u201d. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
A obra \u00e9 fruto de uma pesquisa que ouviu 3.115 crian\u00e7as e adolescentes, de escolas p\u00fablicas e, principalmente, privadas, de cinco capitais do pa\u00eds. \u00c9 um grupo que retrata nitidamente os jovens da sociedade contempor\u00e2nea. \"Tenho retornos de professores e professoras que me diziam: \"olha isso que voc\u00ea disse acontece exatamente assim na minha escola\", afirmou Hugo. <\/p>\n\n\n\n
Segundo ele, a fragilidade dessa gera\u00e7\u00e3o revela a fragilidade dos pais e das m\u00e3es. \u201cN\u00e3o s\u00e3o s\u00f3 as crian\u00e7as e os adolescentes que est\u00e3o no quarto \u2014 os adultos tamb\u00e9m est\u00e3o. O quarto \u00e9 a met\u00e1fora da fam\u00edlia que n\u00e3o dialoga, mas grita; da escola que n\u00e3o acolhe, mas exige o desempenho das notas\u201d, afirma Humberto da Silva Miranda, doutor em Hist\u00f3ria das Inf\u00e2ncias, no pref\u00e1cio do livro. <\/p>\n\n\n\n
$\"\"$
Hugo Monteiro Ferreira<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n
A seguir, leia a entrevista que o autor concedeu \u00e0 Canguru News<\/strong>. Hugo \u00e9 professor do departamento de Educa\u00e7\u00e3o e do Programa de P\u00f3s-Gradua\u00e7\u00e3o em Educa\u00e7\u00e3o, Culturas e Identidades, ambos da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Na mesma institui\u00e7\u00e3o, ele coordena o N\u00facleo do Cuidado Humano e o Grupo de Estudos da Transdisciplinaridade, da Inf\u00e2ncia e da Juventude (GETIJ).<\/p>\n\n\n\n
Qual o perfil da gera\u00e7\u00e3o do quarto?<\/h2>\n\n\n\n
S\u00e3o crian\u00e7as e adolescentes, entre 11 e 16 anos, que passam mais de 6 horas por dia dentro do quarto, usando excessivamente as redes sociais digitais, e j\u00e1 sofreram algum tipo de viol\u00eancia, como bullying e cyberbullying, geralmente ocorrida na escola. Eles t\u00eam sintomatologias de psicopatologias as mais diversas, com predomin\u00e2ncia para depress\u00e3o, transtornos obsessivos compulsivos, transtornos alimentares, com predomin\u00e2ncia de anorexia e bulimia, transtorno de ansiedade, uso abusivo de \u00e1lcool, de maconha ou drogas qu\u00edmicas e dist\u00farbios de sono. E no campo da autodestrui\u00e7\u00e3o, praticam a autoles\u00e3o, sem inten\u00e7\u00e3o suicida, e alguns t\u00eam idea\u00e7\u00e3o suicida e tentaram suic\u00eddio mais de uma vez, esse \u00e9 o perfil da gera\u00e7\u00e3o do quarto.<\/p>\n\n\n\n
Como foi feita a pesquisa?<\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa foi feita entre 2017 e 2019, com alunos de escolas p\u00fablicas e privadas de cinco capitais brasileiras \u2014 Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Macei\u00f3 e Natal. Inicialmente, foi aplicado um question\u00e1rio online para 3.115 crian\u00e7as e adolescentes, e a partir das respostas foi feito um recorte com 238 jovens, dos quais a grande maioria, 70%, s\u00e3o de escolas privadas, e fazem parte da classe m\u00e9dia e classe m\u00e9dia alta. Os resultados mostraram que 75% dos 3.115 alunos est\u00e3o com a sa\u00fade mental abalada, embora nem todos apresentem sintomatologia psicopatol\u00f3gica. N\u00e3o publiquei nenhum artigo sobre o estudo porque desde o in\u00edcio tive a inten\u00e7\u00e3o de fazer um livro, que ficou pronto em 2020. De l\u00e1 para c\u00e1, a obra passou por revis\u00f5es, sendo publicada agora, em 2022. Ressalto que a gera\u00e7\u00e3o do quarto n\u00e3o foi criada na pandemia, mas sofreu na pandemia duas vezes mais pela situa\u00e7\u00e3o de vulnerabilidade em que se encontrava. <\/p>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 um retrato da juventude brasileira? <\/h2>\n\n\n\n
Eu fiz um recorte, mas todas as pessoas que mantiveram contato comigo e n\u00e3o estiveram no recorte da pesquisa se identificaram com ela. Tenho retornos de professores e professoras que me diziam: \"olha isso que voc\u00ea disse acontece exatamente assim na minha escola\". As pessoas se identificam porque tem uma verossimilhan\u00e7a. Muitas dizem: \"ah, tenho um filho, uma filha, que tamb\u00e9m est\u00e1 no quarto\". Se voc\u00ea for em qualquer escola, infelizmente ir\u00e1 encontrar algo semelhante.<\/p>\n\n\n\n
Como entender os problemas que essa gera\u00e7\u00e3o enfrenta, quais s\u00e3o suas origens?<\/h2>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 forjada, criada dentro de casa, \u00e9 a fam\u00edlia quem cria essa gera\u00e7\u00e3o, n\u00e3o \u00e9 a escola, a escola ajuda a manter, a fazer a manuten\u00e7\u00e3o do sofrimento, mas a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 produto de uma fam\u00edlia no quarto tamb\u00e9m, uma fam\u00edlia isolada, adoecida, de pouco di\u00e1logo, violenta. A viol\u00eancia num sentido amplo, n\u00e3o s\u00f3 f\u00edsica, psicol\u00f3gica, mas uma viol\u00eancia simb\u00f3lica, h\u00e1 muito movimento de viol\u00eancia dentro dessas casas. A viol\u00eancia simb\u00f3lica se expressa nas nuances, na organiza\u00e7\u00e3o, no establishment<\/em>, c\u00f3digos de comportamentos. Por exemplo, entrevistei meninos de 15, 16 anos, que eram gays, e na casa havia uma esp\u00e9cie de heteronormatividade, n\u00e3o era dito isso, mas havia a heteronormatividade como conduta, regra. \u00c9 isso que temos visto dentro dessas fam\u00edlias, s\u00e3o fam\u00edlias um tanto quanto provocativas e provocadoras dessa viol\u00eancia simb\u00f3lica. <\/p>\n\n\n\n
\u00c9 uma situa\u00e7\u00e3o muito preocupante, n\u00e3o? <\/h2>\n\n\n\n
A experi\u00eancia do quarto \u00e9 terr\u00edvel, porque n\u00e3o \u00e9 uma esp\u00e9cie de ref\u00fagio para aquietar mente, \u00e9 uma experi\u00eancia de ansiedade da mente, uma mente com probabilidades das mais diversas. <\/p>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 violentada, ela tamb\u00e9m vai violentar. \u00c9 importante observar isso. <\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Eu me preocupo muito porque parece que a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 meio que uma matriz de pequenos e pequenas curingas, do personagem do Batman. N\u00f3s estamos formando gera\u00e7\u00f5es violentas, e essa viol\u00eancia pode ser contra si, os \u00edndices de suic\u00eddio na adolesc\u00eancia n\u00e3o s\u00e3o m\u00ednimos. No Brasil, infelizmente, desde 2016, que eles aumentam, mas n\u00f3s tamb\u00e9m temos criado pessoas, em pa\u00edses como os Estados Unidos, que quando t\u00eam acesso a armas, criam e organizam massacres como esses que vimos nas escolas americanas. O perfil e a biografia desses adolescentes se assemelha \u00e0 gera\u00e7\u00e3o do quarto. \u00c9 preocupante, porque n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 o adoecimento ps\u00edquico, mas \u00e9 a produ\u00e7\u00e3o de uma comunidade psiquicamente adoecida, que tem na viol\u00eancia a gram\u00e1tica da sua sintaxe comunicacional, ou seja, a socializa\u00e7\u00e3o \u00e9 violenta.<\/p>\n\n\n\n
Muitas vezes, \u00e9 poss\u00edvel que voc\u00ea tenha pessoas que acham que s\u00e3o excelentes m\u00e3es e pais, mas que imprimem uma norma, uma conduta, um modelo que impede que o outro seja o que pode ser. Vi muito isso, adolescentes dizendo \u201ceu n\u00e3o consigo, para minha m\u00e3e nem para o meu pai, ser o que realmente sou, o que realmente gosto, tenho que mentir, me fazer ser o que n\u00e3o sou, criar um perfil falso\u201d. A viol\u00eancia simb\u00f3lica est\u00e1 muito nesse campo, no religioso, al\u00e9m da viol\u00eancia f\u00edsica e psicol\u00f3gica.<\/p>\n\n\n\n
<\/p>\n\n\n\n
H\u00e1 caracter\u00edsticas em comum entre os pais dessa gera\u00e7\u00e3o?<\/h2>\n\n\n\n
S\u00e3o pessoas que aprenderam com os modelos anteriores como devem proceder, como educar e como deve ser a rela\u00e7\u00e3o entre pais e filhos, e eles terminam agindo em nome desse bem-estar. Eles querem o bem dos filhos, n\u00e3o desejam o mal, mas \u00e9 um bem meio que projetado, n\u00e3o \u00e9 um bem presente, \u00e9 o bem do amanh\u00e3. Eu quero que meu filho esteja bem, mas para isso ele precisa seguir uma regra, uma norma, uma conduta, um padr\u00e3o, uma organiza\u00e7\u00e3o. Se ele n\u00e3o segue, eu n\u00e3o consigo ser m\u00e3e, pai dele, n\u00e3o consigo estabelecer uma rela\u00e7\u00e3o afetiva, de di\u00e1logo, e come\u00e7o a entrar em conflito.<\/p>\n\n\n\n
S\u00e3o pais que rejeitam os filhos? <\/h2>\n\n\n\n
Essa gera\u00e7\u00e3o mostra que os pais, se n\u00e3o h\u00e1 um modelo estabelecido, eles n\u00e3o se disp\u00f5em a aprender com o que eles veem na realidade, \u00e9 quase que um filho abstrato. Quando o filho real come\u00e7a a emergir e mostrar suas caracter\u00edsticas, os pais come\u00e7am a estranhar aquilo e n\u00e3o entram em processo de di\u00e1logo, se afastam. \u00c9 esse afastamento, esse vazio, que cria a gera\u00e7\u00e3o do quarto. Por isso afirmo que \u00e9 na matriz familiar que a gera\u00e7\u00e3o \u00e9 gerada, quer dizer, os pais n\u00e3o conseguem observar, de modo geral, a emerg\u00eancia dos humanos que eles mesmos criaram. Eles t\u00eam o humano projetado, \u00e9 quase um molde de um humano. Quando vem uma orienta\u00e7\u00e3o sexual ou um g\u00eanero que n\u00e3o \u00e9 norma, causa um impacto. <\/p>\n\n\n\n
Claro que \u00e9 menos impactante quando o filho diz que n\u00e3o quer ser m\u00e9dico, mas sim ator, pode haver resist\u00eancia mas n\u00e3o t\u00e3o intensa como quando voc\u00ea diz que \u00e9 gay, isso causa um embara\u00e7o. Mas n\u00e3o gosto de condenar os pais e as m\u00e3es, porque acho que eles est\u00e3o envolvidos nesse processo, eles querem acertar, ao menos, os que t\u00eam paternagem e maternagem, que chamo de esp\u00edrito de pai e m\u00e3e. Os que n\u00e3o t\u00eam, esses simplesmente geram os filhos, est\u00e3o ali numa esp\u00e9cie de playground de criar filhos. Mas os que t\u00eam paternagem, eles v\u00e3o tentando encontrar e conseguem, ent\u00e3o nesse caso, essa fissura, esse vazio que se abriu \u00e9 reduzido e a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 compreendida. <\/p>\n\n\n\n
Os pais sabem que t\u00eam um problema em casa?<\/h2>\n\n\n\n
Eles n\u00e3o t\u00eam conhecimento, porque a gera\u00e7\u00e3o do quarto cognitivamente n\u00e3o tem problema com boletim escolar. Essa gera\u00e7\u00e3o chega na universidade. Essa causa-consequ\u00eancia que a gente confabulou e afirmou tantas vezes que, por exemplo, vai ter problemas na escola, no rendimento escolar, n\u00e3o \u00e9 um sinal, a gera\u00e7\u00e3o do quarto tem um boletim escolar azul,<\/strong> e os pais n\u00e3o percebem. Eles acham que faz parte da vida estar no quarto.<\/strong> Muitos me dizem isso, \u201cah mas meu filho est\u00e1 no quarto j\u00e1 h\u00e1 tanto tempo que nem me dava conta\u201d. Eles come\u00e7am a se dar conta quando a crian\u00e7a ou o adolescente come\u00e7a a se cortar, quando come\u00e7am a gritar em sil\u00eancio, a\u00ed os pais alertam, mas at\u00e9 ent\u00e3o, n\u00e3o. Chamam para jantar, quando conseguem, lembrando que pais contempor\u00e2neos vivem muito fora de casa, trabalham muito, com finalidade de dar um futuro para os filhos.  <\/p>\n\n\n\n
Ou seja, o esfor\u00e7o dos pais para garantir uma boa estrutura familiar acaba por distanci\u00e1-los dos filhos?<\/h2>\n\n\n\n
\u00c9 a alternativa que se deu para a fam\u00edlia. Num pa\u00eds de mais de 210 milh\u00f5es de pessoas, n\u00e3o \u00e9 todo mundo que para e reflete sobre o que \u00e9 ser uma fam\u00edlia. Para os que est\u00e3o abaixo da linha da mis\u00e9ria tem que pensar muito como se recupera. H\u00e1 uma quest\u00e3o importante: o fen\u00f4meno da gera\u00e7\u00e3o do quarto se d\u00e1 em todas as classes sociais, mas as estrat\u00e9gias trabalhadas mudam. Tem muitas pessoas que usam a gravidez, por exemplo, como forma de sair de uma situa\u00e7\u00e3o socioecon\u00f4mica. Engravidar pode ser uma esp\u00e9cie de promo\u00e7\u00e3o social, ou seja, o problema \u00e9 o mesmo, a dor ps\u00edquica \u00e9 a mesma, mas a maneira de lidar com ela \u00e9 diferente. <\/p>\n\n\n\n
Os jovens n\u00e3o se abrem com os pais, mas n\u00e3o se opuseram a falar com voc\u00ea?<\/h2>\n\n\n\n
Talvez o que favorece para um pesquisador como eu \u00e9 me dispor a escutar sem condenar, sem julgamento. Eu escuto para acolher e esse talvez seja um potencial que a gente possa ensinar aos pais e \u00e0s m\u00e3es, para que o filho diga o que pensa, o que acha, o que gosta e n\u00e3o gosta, se sinta confort\u00e1vel em ser diferente dos pais. Acho que as fam\u00edlias escutam julgando, comparando e sentenciando demais. As crian\u00e7as, ao contr\u00e1rio do que as pessoas pensam, s\u00e3o muito sens\u00edveis, muito cr\u00edticas, elas conseguem responder perguntas, falar sobre sentimentos com quem elas se sentem confort\u00e1veis. Al\u00e9m disso, uma das t\u00e9cnicas que utilizei, o question\u00e1rio online, me trouxe muitas respostas, porque tinha perguntas abertas. Alguns dos depoimentos que apresento no livro eu n\u00e3o ouvi, eu li. Quando n\u00e3o tenho que dizer meu nome, quem eu sou, de onde sou, qual minha idade, me sinto mais livre para falar, pedir ajuda. Foram esses depoimentos que me causaram impacto e me fizeram depois entrevistar o grupo menor por meio de rodas de conversa. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Qual o papel da escola nesse contexto?<\/h2>\n\n\n\n
Eu sou um profissional e defensor da escola, a escola para mim \u00e9 uma grande inven\u00e7\u00e3o social, cumpre papel de forma\u00e7\u00e3o, de complementaridade, sobretudo no campo do que chamamos de conhecimento cient\u00edfico. Ela tamb\u00e9m tem um papel social, porque trabalha com pessoas, organiza\u00e7\u00f5es, institui\u00e7\u00f5es, mas ela precisa ser revisitada e reformulada nos seus objetivos matriciais. A escola n\u00e3o pode querer exclusivamente formar do ponto vista cognitivo. Isso \u00e9 um equ\u00edvoco que se manifesta sobretudo nessas escolas, que insistem num modelo de concorr\u00eancia, competi\u00e7\u00e3o, ranqueamento, na nota como resposta \u00e0 aprendizagem. S\u00e3o escolas desconectadas com grandes problemas contempor\u00e2neos, como a sobreviv\u00eancia do Planeta Terra. Temos um planeta amea\u00e7ado de desertifica\u00e7\u00e3o, de aus\u00eancia de comida, amea\u00e7ado no campo dos povos origin\u00e1rios, ent\u00e3o essas s\u00e3o preocupa\u00e7\u00f5es que a escola deve ter. <\/p>\n\n\n\n
Outra preocupa\u00e7\u00e3o \u00e9 a diversidade, temos uma sociedade que se mostra violenta com as minorias, racista e mis\u00f3gina. As mulheres sofrem muito nessa sociedade. A escola n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 para discutir f\u00f3rmulas qu\u00edmicas, biol\u00f3gicas, equa\u00e7\u00f5es matem\u00e1ticas, sintaxe da l\u00edngua. <\/p>\n\n\n\n
A escola \u00e9 para ajudar a usar o conhecimento cient\u00edfico na melhoria da qualidade de vida das pessoas, da minha e dos outros. <\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Ent\u00e3o se ela n\u00e3o faz isso, se insiste na concorr\u00eancia, em colocar aqueles que s\u00e3o bons e n\u00e3o s\u00e3o bons, os que s\u00e3o inteligentes e os que n\u00e3o s\u00e3o inteligentes, e ela tem insistido, ela ajuda a adoecer. \u00c9 o que digo no livro. <\/p>\n\n\n\n
O que dizer aos pais e m\u00e3es da gera\u00e7\u00e3o do quarto?<\/h2>\n\n\n\n
Os filhos e as filhas v\u00e3o precisar muito mesmo dos pais. Tem dois cen\u00e1rios, um \u00e9 ajudar meu filho a n\u00e3o entrar no quarto e o outro \u00e9 ajudar o filho que j\u00e1 est\u00e1 no quarto. No livro eu falo de cinco pilares: cuidado, autoconhecimento, conviv\u00eancia, dialogicidade e amorosidade. Trabalhar a fam\u00edlia e a escola a partir dessas sustenta\u00e7\u00f5es \u00e9 preventivo, mas pode servir tamb\u00e9m para situa\u00e7\u00f5es de pessoas que j\u00e1 est\u00e3o adoecidas, neste caso, associado ao acompanhamento de um profissional da sa\u00fade mental - psic\u00f3logo, psiquiatra, psicanalista, a depender do caso.<\/p>\n\n\n\n
O pilar do cuidado<\/strong> trata sobre a import\u00e2ncia do cuidado consigo e do cuidado com o outro, o que implica tratar das quest\u00f5es relacionadas a respeito, compreens\u00e3o, conviv\u00eancia, uso abusivo de \u00e1lcool, relacionamentos abusivos, bullying, ciberbullying, uso excessivo de redes sociais digitais, entre outros aspectos.

O pilar do autoconhecimento<\/strong> trata sobre a biografia, a hist\u00f3ria de cada pessoa, a fam\u00edlia. Proponho um trabalho sobre ancestralidade, que a pessoa conhe\u00e7a sua hist\u00f3ria de vida, conhe\u00e7a seu pai, sua m\u00e3e, sua opini\u00e3o, seus gostos. Isso tem a ver com quem eu sou, do ponto de vista \u00e9tico, e vai me dar uma seguran\u00e7a para enfrentar aquilo que querem que eu seja. Eu sou isso, mas querem que eu seja aquilo. N\u00e3o escondo minhas fragilidades, sou amado, o que d\u00e1 seguran\u00e7a. N\u00e3o vou dizer para minha crian\u00e7a que a vida \u00e9 f\u00e1cil, um mar de rosas, que ela nunca vai encontrar desafios, mas vou ajud\u00e1-la e fortalec\u00ea-la para que ela possa enfrent\u00e1-los.<\/p>\n\n\n\n
No pilar da conviv\u00eancia<\/strong>, h\u00e1 uma rela\u00e7\u00e3o entre aprender a ser e aprender a conviver. Trato de situa\u00e7\u00f5es cotidianas que evocam reflex\u00f5es \u00e9ticas, morais e espirituais, para as quais a compaix\u00e3o, a empatia e a resili\u00eancia s\u00e3o habilidades necess\u00e1rias e essenciais. O exerc\u00edcio da dialogicidade<\/strong> \u00e9 realizado quando as pessoas aprendem a falar o que pensam e sentem, mas entendem que o que pensam e sentem n\u00e3o \u00e9 a \u00faltima palavra sobre a verdade. O pilar da amorosidade<\/strong> \u00e9 tratado com reflex\u00f5es e a\u00e7\u00f5es. As reflex\u00f5es geram as a\u00e7\u00f5es, e as a\u00e7\u00f5es n\u00e3o s\u00e3o realizadas de modo mec\u00e2nico. <\/p>\n\n\n\n
Os pais podem aprender com os filhos?<\/h2>\n\n\n\n
O livro n\u00e3o tem que ser uma pedra para atirar nos pais e na escola, tem que ser um acalanto. Eu acho que a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 t\u00e3o potente que nos possibilita reaprender a viver, tenho grande esperan\u00e7a na gera\u00e7\u00e3o do quarto, a mesma gera\u00e7\u00e3o que \u00e9 violenta me ensina novos modos de amor, n\u00e3o vejo a gera\u00e7\u00e3o como fracassada, que n\u00e3o deu certo, acho um absurdo dizer que \u00e9 uma gera\u00e7\u00e3o parasita, \"nem-nem\". Obviamente ela traz todas as mazelas, n\u00e3o foi a gera\u00e7\u00e3o do quarto que inventou o abuso do \u00e1lcool, a viol\u00eancia, esses foram c\u00f3digos sempre usados, mas a gera\u00e7\u00e3o do quarto est\u00e1 nos dando outras alternativas, como maior preocupa\u00e7\u00e3o sobre consumo, meio ambiente, empoderamento das meninas, orienta\u00e7\u00e3o \u00e0 quest\u00e3o de g\u00eanero. Essa gera\u00e7\u00e3o tem muita coisa a nos mostrar, n\u00e3o precisamos ter medo, podemos aprender com elas. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"A gera\u00e7\u00e3o do quarto: um retrato chocante da juventude brasileira","post_excerpt":"Ap\u00f3s ouvir mais de 3 mil crian\u00e7as e adolescentes que vivem experi\u00eancias traum\u00e1ticas em seus quartos, o pesquisador Hugo Monteiro Ferreira faz um alerta aos pais e \u00e0s escolas sobre a necessidade de mudar a forma de se relacionar com os jovens","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"a-geracao-do-quarto-o-retrato-chocante-da-juventude-brasileira","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-30 11:00:28","post_modified_gmt":"2022-08-30 14:00:28","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64515","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64369,"post_author":"4","post_date":"2022-08-23 10:54:43","post_date_gmt":"2022-08-23 13:54:43","post_content":"\n
De acordo com o Artigo 227<\/a> da Constitui\u00e7\u00e3o de 1988, as crian\u00e7as<\/a> devem ser prioridade absoluta em todas as decis\u00f5es, programas e pol\u00edticas p\u00fablicas<\/a>. Isso se torna mais relevante em ano de elei\u00e7\u00f5es, em que poderemos escolher, de forma democr\u00e1tica<\/a>, representantes<\/a> aos cargos de presidente da Rep\u00fablica, senadores, governadores, deputados federais e estaduais. <\/p>\n\n\n\n
O voto no Brasil \u00e9 obrigat\u00f3rio para todos aqueles acima de 18 anos, sendo facultativo para jovens com 16 e 17 anos, pessoas com mais de 70 anos e analfabetos. Crian\u00e7as e adolescentes<\/a> menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar<\/a>, mas isso n\u00e3o quer dizer que n\u00e3o devam estar inclu\u00eddos nos planos dos diferentes representantes pol\u00edticos. Muito pelo contr\u00e1rio.<\/p>\n\n\n\n
Diversos estudos j\u00e1 comprovaram que investir na primeira inf\u00e2ncia<\/a> \u00e9 a melhor maneira de reduzir desigualdades e construir uma sociedade com condi\u00e7\u00f5es sociais e ambientais sustent\u00e1veis.<\/p>\n\n\n\n
Cabe a n\u00f3s, adultos, escolher nas elei\u00e7\u00f5es candidatos que contemplem as crian\u00e7as em projetos e iniciativas diversas. Abaixo, veja 5 motivos que tornam urgente a valoriza\u00e7\u00e3o de projetos para a inf\u00e2ncia e juventude nas campanhas \u00e0s elei\u00e7\u00f5es de 2022. A lista \u00e9 do portal Lunetas, espa\u00e7o dedicado \u00e0 reflex\u00e3o sobre a inf\u00e2ncia, que recentemente lan\u00e7ou o especial \"Inf\u00e2ncias em foco: Quem vota pelas crian\u00e7as?\"<\/a>, um hub de informa\u00e7\u00e3o sobre pol\u00edtica e as inf\u00e2ncias. <\/p>\n\n\n\n
5 temas que envolvem as crian\u00e7as e que t\u00eam de estar previstos nas propostas dos candidatos \u00e0s elei\u00e7\u00f5es:<\/h2>\n\n\n\n
Fome<\/h3>\n\n\n\n
De acordo com um levantamento realizado pela Funda\u00e7\u00e3o Abrinq, cerca de 18,8 milh\u00f5es de meninos e meninas de at\u00e9 14 anos passam fome no Brasil. Essa inseguran\u00e7a alimentar traz preju\u00edzos grav\u00edssimos \u00e0s crian\u00e7as, afetando seu crescimento e o desenvolvimento f\u00edsico e cognitivo necess\u00e1rios para que consigam crescer de maneira saud\u00e1vel.<\/p>\n\n\n\n
Analfabetismo<\/h3>\n\n\n\n
H\u00e1 50 anos, a educa\u00e7\u00e3o infantil n\u00e3o era uma realidade no Brasil, no entanto, pol\u00edticas p\u00fablicas mudaram essa realidade. Ainda assim, nos \u00faltimos dois anos, o n\u00famero de crian\u00e7as de 6 e 7 anos que n\u00e3o sabem ler e escrever cresceu em 1 milh\u00e3o. Pensando no futuro e nos pr\u00f3ximos passos do Brasil relacionados \u00e0 educa\u00e7\u00e3o p\u00fablica, \u00e9 necess\u00e1rio eleger candidatos que queiram enfrentar as desigualdades sociais e lutar para que todas as crian\u00e7as e adolescentes tenham acesso \u00e0 educa\u00e7\u00e3o de qualidade.<\/p>\n\n\n\n
Trabalho Infantil<\/h3>\n\n\n\n
Atualmente, cerca de 2 milh\u00f5es de crian\u00e7as e adolescentes est\u00e3o em situa\u00e7\u00e3o de trabalho infantil no Brasil. Desse total, 66% s\u00e3o crian\u00e7as pretas ou pardas e 71% est\u00e3o na \u00e1rea urbana, de acordo com um levantamento divulgado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domic\u00edlios (PNAD Cont\u00ednua).<\/p>\n\n\n\n
Viol\u00eancia e explora\u00e7\u00e3o sexual<\/h3>\n\n\n\n
Entre 2016 e 2020, 35 mil crian\u00e7as e adolescentes, de 0 a 19 anos, foram mortos de forma violenta no Brasil e 180 mil sofreram viol\u00eancia sexual, segundo o Panorama da Viol\u00eancia Sexual contra crian\u00e7as e Adolescentes no Brasil, lan\u00e7ado pela Unicef e pelo F\u00f3rum Brasileiro de Seguran\u00e7a P\u00fablica (FBSP). Por isso, \u00e9 necess\u00e1rio eleger pessoas que tenham coragem para combater esse cen\u00e1rio e falar de assuntos como igualdade de g\u00eanero, empoderamento de meninas, viol\u00eancia sexual e femin\u00edcio.<\/p>\n\n\n\n
Moradia<\/h3>\n\n\n\n
Mais de 5 milh\u00f5es de pessoas ainda residem em domic\u00edlios sem banheiros ou sanit\u00e1rios de uso exclusivo e 9,7 milh\u00f5es vivem em condi\u00e7\u00f5es de adensamento excessivo, com mais de tr\u00eas moradores para cada dormit\u00f3rio. Este \u00e9 um assunto que n\u00e3o deve ser ignorado, j\u00e1 que todas as crian\u00e7as precisam de acesso \u00e0 moradia para viver com dignidade e poder se desenvolver em outras \u00e1reas, como lazer, educa\u00e7\u00e3o e sa\u00fade.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]  <\/p>\n","post_title":"5 motivos para priorizar as crian\u00e7as nas elei\u00e7\u00f5es de 2022","post_excerpt":"Crian\u00e7as e adolescentes menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar, mas s\u00e3o parcela importante da popula\u00e7\u00e3o e t\u00eam de estar contemplados nos projetos dos diferentes atores governamentais","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"5-motivos-para-priorizar-as-criancas-nas-eleicoes-de-2022","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-25 18:52:13","post_modified_gmt":"2022-08-25 21:52:13","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64369","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64334,"post_author":"4","post_date":"2022-08-22 15:14:51","post_date_gmt":"2022-08-22 18:14:51","post_content":"\n
O n\u00famero de crian\u00e7as e adolescente<\/a>s conectados \u00e0 internet cresceu nos \u00faltimos anos. Segundo o estudo TIC Kids Online Brasil 2021<\/a>, rec\u00e9m-divulgado, 93% ou 22,3 milh\u00f5es das crian\u00e7as e dos adolescentes<\/a> no pa\u00eds acessaram a web<\/a> em 2021, sendo que em 2019 esse percentual era de 89%. O crescimento foi impulsionado principalmente pela maior propor\u00e7\u00e3o de usu\u00e1rios na regi\u00e3o Nordeste e nas \u00e1reas rurais. <\/p>\n\n\n\n
O uso de redes sociais <\/a>pelas crian\u00e7as tamb\u00e9m tem se elevado, sendo a plataforma Tik Tok<\/a> a mais utilizada (34%), seguida pelo Instagram (33%). No Facebook, houve queda no uso de 66% para 51% no per\u00edodo citado. J\u00e1 o WhatsApp segue como a plataforma em que crian\u00e7as e adolescentes mais possuem perfil (foi de 70% em 2018 para 80% em 2021), e \u00e9 a mais difundida entre todos os estratos sociais.<\/p>\n\n\n\n
A pesquisa, conduzida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informa\u00e7\u00e3o (Cetic.br) do N\u00facleo de Informa\u00e7\u00e3o e Coordena\u00e7\u00e3o do Ponto BR (NIC.br), entrevistou 2.651 crian\u00e7as e adolescentes com idades entre 9 e 17 anos, bem como seus pais ou respons\u00e1veis, em todo o territ\u00f3rio nacional. As entrevistas aconteceram entre outubro de 2021 e mar\u00e7o de 2022, com a finalidade de investigar oportunidades e riscos relacionados \u00e0 participa\u00e7\u00e3o online desse p\u00fablico. <\/p>\n\n\n\n
Segundo o levantamento, as crian\u00e7as tamb\u00e9m est\u00e3o passando mais tempo em jogos online - seja conectadas com outros jogadores (de 57% para 66%, entre 2021 e 2019) ou n\u00e3o conectadas a eles (de 55% para 64%) -, e fazendo mais compras no ambiente digital - cresceu de 9% para 19% no mesmo per\u00edodo. <\/p>\n\n\n\n
\"Plataformas de cria\u00e7\u00e3o e compartilhamento de conte\u00fado audiovisual est\u00e3o entre as mais utilizadas por crian\u00e7as e adolescentes. Nesse contexto, a qualidade da conex\u00e3o \u00e0 Internet e dos dispositivos digitais utilizados para o acesso \u00e0 rede passam a ser determinantes para o melhor aproveitamento de oportunidades online. \u00c9 central, portanto, garantir condi\u00e7\u00f5es equitativas de conectividade para crian\u00e7as e adolescentes em diferentes contextos socioecon\u00f4micos\", aponta Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br. <\/p>\n\n\n\n
A pesquisa TIC Kids Online <\/a>detectou, ainda, que o telefone celular segue como o principal meio de conex\u00e3o \u00e0 rede nos diferentes extratos sociais. Para 53%, o celular foi o \u00fanico dispositivo usado, realidade que se verificou mais presente nas classes DE (78%) e C (52%) do que nas classes AB (18%). <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Acesso a propagandas<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
Entre as atividades multim\u00eddia, as mais acessadas pelas crian\u00e7as s\u00e3o ouvir m\u00fasica (80%), assistir a v\u00eddeos, programas, filmes ou s\u00e9ries (84%), S\u00edtios de v\u00eddeos (67%) e redes sociais (61%) est\u00e3o entre as principais plataformas em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios de internet declaram ter visto propaganda de produtos ou marcas. Pessoas ensinando como usar algum produto (62%) e abrindo embalagens -- o chamado unboxing<\/em><\/strong> - (61%) foram os principais conte\u00fados de imagem ou v\u00eddeo em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios da rede tiveram contato com divulga\u00e7\u00e3o de produtos ou marcas. Entre as principais categorias de produtos ou marcas vistas no ambiente online<\/em> est\u00e3o: <\/p>\n\n\n\n
Equipamentos eletr\u00f4nicos (60%); <\/li>
Roupas e sapatos (60%); <\/li>
Comidas, bebidas ou doces (57%); <\/li>
Videogames ou jogos (46%); <\/li>
Maquiagem e outros produtos de beleza (46%).\u00a0<\/li><\/ul>\n\n\n\nBusca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e bem-estar<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa tamb\u00e9m constatou que 32% dos jovens entre 11 e 17 anos procuram ajuda para lidar com algo ruim que vivenciaram<\/strong>, ou para falar sobre suas emo\u00e7\u00f5es<\/strong> quando se sentiram tristes. <\/p>\n\n\n\n
Entre os temas mais procurados relacionados \u00e0 sa\u00fade est\u00e3o:<\/p>\n\n\n\n
Informa\u00e7\u00f5es sobre alimenta\u00e7\u00e3o (55%);
Preven\u00e7\u00e3o e tratamento de doen\u00e7as (38%);
Exerc\u00edcios e meios para ficar em forma (36%);
Informa\u00e7\u00f5es sobre medicamentos (22%);<\/li>
Discuss\u00f5es sobre sa\u00fade sexual e educa\u00e7\u00e3o sexual (21%).<\/li><\/ul>\n\n\n\n
\"A pesquisa busca levantar evid\u00eancias que contribuam para a promo\u00e7\u00e3o de direitos e do bem-estar de crian\u00e7as e adolescentes. Desse modo, para al\u00e9m das atividades presentes na s\u00e9rie hist\u00f3rica da pesquisa, o uso da rede na busca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e apoio emocional passou a ser um tema relevante de investiga\u00e7\u00e3o\", sinaliza Barbosa.<\/p>\n\n\n\n
\"Pesquisas como a TIC Kids Online Brasil s\u00e3o de extrema relev\u00e2ncia para entendermos o cen\u00e1rio atual e fortalecermos o letramento e inclus\u00e3o digital dos mais jovens, com mais seguran\u00e7a e qualidade, quest\u00f5es intr\u00ednsecas ao trabalho realizado pelo Comit\u00ea Gestor da Internet no Brasil\", pondera Jos\u00e9 Gontijo, coordenador do CGI.br.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"] <\/p>\n","post_title":"93% dos jovens entre 9 e 17 anos usam a internet no pa\u00eds, revela pesquisa","post_excerpt":"Pesquisa TIC Kids Online Brasil 2021 tamb\u00e9m mostrou que a TikTok \u00e9 a principal rede social utilizada por crian\u00e7as e adolescentes","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"93-dos-jovens-entre-9-e-17-anos-usam-a-internet-revela-pesquisa-tic-kids-online-2021","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-23 11:24:47","post_modified_gmt":"2022-08-23 14:24:47","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64334","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"}],"next":false,"prev":true,"total_page":12},"paged":1,"column_class":"jeg_col_2o3","class":"epic_block_3"};

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LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n
Apesar do aumento geral dos acidentes, os casos envolvendo afogamento diminu\u00edram<\/a> em 2021. Ainda assim, \u00e9 v\u00e1lido lembrar que os pequenos menores de 4 anos podem se afogar em recipientes com at\u00e9 2,5 cm de \u00e1gua. Por isso, al\u00e9m dos cuidados com as piscinas, como a prote\u00e7\u00e3o com cercas e port\u00e3o com cadeado ou trava de seguran\u00e7a, \u00e9 preciso aten\u00e7\u00e3o com banheiras, bacias e baldes, que devem ser guardados vazios e virados para baixo. E, claro, nunca deixe crian\u00e7as sozinhas dentro ou perto da \u00e1gua, nem por um segundo!<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"Como prevenir os\u00a05 acidentes\u00a0mais perigosos\u00a0com crian\u00e7as","post_excerpt":"Pesquisa da ONG Aldeias Infantis SOS mostrou que cresceu o n\u00famero de crian\u00e7as internadas por acidentes em 2021; veja as principais medidas para evit\u00e1-los","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"como-prevenir-os-5-acidentes-mais-perigosos-com-criancas","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-09-09 08:55:11","post_modified_gmt":"2022-09-09 11:55:11","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64723","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64666,"post_author":"4","post_date":"2022-08-30 17:24:27","post_date_gmt":"2022-08-30 20:24:27","post_content":"\n
O n\u00famero de crian\u00e7as e adolescentes que se internaram<\/a>, em 2021, devido a acidentes, aumentou em compara\u00e7\u00e3o com 2020. Foram 110.341 casos de interna\u00e7\u00f5es no ano passado, na faixa et\u00e1ria de 0 a 14 anos, segundo pesquisa da ONG Aldeias Infantis SOS e do Instituto Bem Cuidar. O n\u00famero revela um crescimento de 5,3% em rela\u00e7\u00e3o ao ano anterior. <\/p>\n\n\n\n
As quedas foram a principal causa das interna\u00e7\u00f5es<\/a>, sendo respons\u00e1veis por 44% das ocorr\u00eancias, seguidas pelas queimaduras, 19%, acidentes de tr\u00e2nsito, 10%, e intoxica\u00e7\u00f5es, 5%. Em m\u00e9dia, 302 crian\u00e7as foram hospitalizadas<\/a>, por dia, por conta de algum acidente em 2021, segundo o estudo feito com informa\u00e7\u00f5es do Datasus, do Minist\u00e9rio da Sa\u00fade.<\/p>\n\n\n\n
\u201cChama muito a aten\u00e7\u00e3o, por exemplo, que a maior causa de interna\u00e7\u00e3o seja a queda<\/a>, pois a gente sabe que h\u00e1 medidas para evitar isso. \u00c9 preciso colocar tela em janelas e sacadas<\/a>, evitar deixar m\u00f3veis pr\u00f3ximo a janelas, enfim, uma s\u00e9rie de dicas que s\u00e3o importantes para que pais e adultos estejam munidos dessas informa\u00e7\u00f5es para evitar os acidentes\u201d, afirmou Erika Tonelli, especialista em Entornos Seguros e Protetores da Aldeias Infantis SOS.\u00a0<\/p>\n\n\n\n
Erika lembra que, embora os acidentes fa\u00e7am parte da vida das crian\u00e7as enquanto est\u00e3o se desenvolvendo e experienciando o mundo, a maioria deles poderiam ser evitados. \u201cAt\u00e9 90% dos acidentes poderiam ser prevenidos com medidas simples. Os pais e familiares devem estar sempre atentos aos ambientes - n\u00e3o s\u00f3 aos dom\u00e9sticos, mas tamb\u00e9m espa\u00e7os comunit\u00e1rios, parques, escolas e todos os lugares que as crian\u00e7as frequentam -, para perceber quais riscos existem e se \u00e9 preciso tomar alguma medida ou ter um olhar mais cuidadoso para elas\u201d, ressalta a especialista.<\/p>\n\n\n\n
Apesar do aumento geral dos acidentes, constatou-se que em 2021 os casos envolvendo afogamento diminu\u00edram<\/a> em 2% e sufoca\u00e7\u00e3o em 6%, quando comparado ao ano anterior.  <\/p>\n\n\n\n
O estudo tamb\u00e9m ressalta que, apesar do aumento no volume de interna\u00e7\u00f5es, os n\u00fameros de 2021 s\u00e3o menores que no per\u00edodo anterior \u00e0 pandemia. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong> <\/p>\n\n\n\n\n\n
Tipos de acidentes por idade <\/h2>\n\n\n\n
Segundo o levantamento, a faixa et\u00e1ria de 5 a 9 anos de idade \u00e9 a mais atingida pelas quedas e a que mais sofreu hospitaliza\u00e7\u00f5es em 2021 - representando 35,1% dos internados por acidentes. As crian\u00e7as com idade de 10 a 14 anos tamb\u00e9m tiveram um n\u00famero alto de interna\u00e7\u00f5es (34,2%), sendo igualmente as quedas a causa mais comum. <\/p>\n\n\n\n
J\u00e1 na faixa et\u00e1ria de 1 a 4 anos, que representa 25,6% das intera\u00e7\u00f5es, intoxica\u00e7\u00e3o e queimaduras est\u00e3o entre os principais acidentes. Menores de 1 ano representaram 5,2% das interna\u00e7\u00f5es, motivadas por acidentes como sufoca\u00e7\u00e3o, mas tamb\u00e9m queimaduras, afogamento, intoxica\u00e7\u00e3o e quedas. <\/p>\n\n\n\n
Erika relata que dependendo da faixa et\u00e1ria, a preval\u00eancia dos acidentes vai sendo alterada. Os beb\u00eas de at\u00e9 1 ano t\u00eam um n\u00famero maior de casos de sufoca\u00e7\u00e3o, porque s\u00e3o crian\u00e7as que levam coisas \u00e0 boca. J\u00e1 a intoxica\u00e7\u00e3o tem um n\u00famero bastante alto entre 1 e 4 anos, depois vem a queda, com crian\u00e7as acima de 5 anos, que exploram mais o ambiente e est\u00e3o mais expostas ao mundo externo. \"Mas isso n\u00e3o quer dizer que a gente n\u00e3o deva estar atento \u00e0s demais causas de acidentes. Mesmo a queimadura pode ser comum nos beb\u00eas durante o banho, por exemplo\u201d, explica a porta-voz da Aldeias Infantis SOS. <\/p>\n\n\n\n
Principais causas de acidentes com crian\u00e7as (0 a 14 anos)*<\/h2>\n\n\n\n
Quedas - 44%<\/li>
Queimaduras 19%<\/li>
Tr\u00e2nsito - 10%<\/li>
Intoxica\u00e7\u00f5es - 5% <\/li><\/ul>\n\n\n\n
Acidentes mais comuns por faixa et\u00e1ria<\/h2>\n\n\n\n
0 a 1 ano - Sufoca\u00e7\u00e3o<\/li>
1 a 4 anos - Intoxica\u00e7\u00e3o<\/li>
5 a 9 anos - Quedas<\/li>
10 a 14 anos - Quedas<\/li><\/ul>\n\n\n\n
*N\u00fameros consolidados pela ONG Aldeias Infantis SOS, a partir da base de dados Datasus, do Minist\u00e9rio da Sa\u00fade.<\/em><\/p>\n\n\n\n
Quedas e queimaduras<\/h2>\n\n\n\n
Os registros de quedas no Datasus incluem tanto acidentes ocorridos em casa, quanto em ambientes externos, como playgrounds e parques. Segundo Erika, n\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel afirmar qual tipo de queda \u00e9 a mais comum, mas ela avalia que tanto o maior tempo dentro de casa, durante a pandemia, quanto o incentivo \u00e0s atividades ao ar livre, ap\u00f3s o per\u00edodo de isolamento social, podem ter contribu\u00eddo para esse tipo de acidente.<\/p>\n\n\n\n
J\u00e1 em rela\u00e7\u00e3o \u00e0s queimaduras, ela diz que percebeu um leve aumento de casos, principalmente, devido ao uso recorrente de \u00e1lcool e \u00e1lcool em gel, como forma de prote\u00e7\u00e3o contra a Covid, e possivelmente tamb\u00e9m pelo uso maior de formas alternativas de combust\u00edvel na cozinha, como carv\u00e3o, \u00f3leo e querosene, devido \u00e0 piora da condi\u00e7\u00e3o econ\u00f4mica de grande parte das fam\u00edlias brasileiras. <\/p>\n\n\n\n
\u201cMesmo alimentos quentes em cima da mesa, a crian\u00e7a pode puxar e eles virarem em cima dela. \u00c9 importante tamb\u00e9m evitar tomar bebidas quentes com o filho no colo e estar atento ao risco de choque el\u00e9trico com ferro de passar roupa, com o uso do celular enquanto carrega e com instala\u00e7\u00f5es el\u00e9tricas da casa\u201d, destaca Erika.  <\/p>\n\n\n\n
Para a especialista, a precariza\u00e7\u00e3o das condi\u00e7\u00f5es de trabalhos e a exaust\u00e3o de alguns cuidadores tamb\u00e9m podem ser fatores que interferiram nos cuidados com as crian\u00e7as. Al\u00e9m disso, existe o fato de muitas delas ficarem sozinhas em casa, sem a supervis\u00e3o de um adulto, o que contribui ainda mais para o aumento de acidentes. <\/p>\n\n\n\n
Dados mostram que 1 a cada 4 crian\u00e7as acidentadas fica com sequelas permanentes durante toda a vida.<\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
\u201cQuando falamos de interna\u00e7\u00f5es, n\u00e3o \u00e9 algo simples como ralar o joelho ou cair da bicicleta, s\u00e3o causas graves e isso gera um custo tanto para o sistema de sa\u00fade quanto para a fam\u00edlia, al\u00e9m, claro, do impacto psicol\u00f3gico e emocional na crian\u00e7a\u201d, pontua Erika.<\/p>\n\n\n\n
Principais causas de mortes de crian\u00e7as por acidentes em 2020<\/h2>\n\n\n\n
Em rela\u00e7\u00e3o ao n\u00famero de mortes de crian\u00e7as por acidentes, Erika explicou que os dados mais recentes fornecidos pelo Datasus s\u00e3o de 2020, quando 3.117 crian\u00e7as de at\u00e9 14 anos de idade perderam a vida. Apesar de o tr\u00e2nsito continuar sendo a principal causa das fatalidades com 30% do total, os afogamentos e casos de sufoca\u00e7\u00e3o tamb\u00e9m registraram marcas preocupantes, com 27% e 22%, respectivamente. <\/p>\n\n\n\n
Mortes de crian\u00e7as por acidentes - 2020 <\/h3>\n\n\n\n
Tr\u00e2nsito - 30%<\/li>
Afogamentos - 27%<\/li>
Sufoca\u00e7\u00e3o - 22%<\/li><\/ul>\n\n\n\n
Apesar disso, se comparado com 2019, o n\u00famero de \u00f3bitos recuou 2%, sendo a maior redu\u00e7\u00e3o em sufoca\u00e7\u00e3o, com queda de 14%. Por outro lado, fatalidades envolvendo intoxica\u00e7\u00f5es e quedas seguiram o caminho inverso e aumentaram respectivamente 23% e 12% cada uma. Sob a \u00f3tica da faixa et\u00e1ria, crian\u00e7as de 1 a 4 anos concentram a maior taxa de mortalidade por acidentes no Brasil (32%).<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"Aumentam as interna\u00e7\u00f5es de crian\u00e7as por acidentes","post_excerpt":"Mais de 110 mil crian\u00e7as foram internadas em 2021, segundo pesquisa da ONG Aldeias Infantis SOS, devido a quedas, queimaduras e acidentes de tr\u00e2nsito, entre outras causas","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"aumentam-as-internacoes-de-criancas-por-acidentes","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-09-05 10:23:46","post_modified_gmt":"2022-09-05 13:23:46","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64666","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64515,"post_author":"4","post_date":"2022-08-25 23:30:00","post_date_gmt":"2022-08-26 02:30:00","post_content":"\n
\u201cDe boa, passo muito tempo da minha vida no quarto. T\u00e1 ligado? \u00c9 um canto s\u00f3 meu. No quarto, j\u00e1 fiz tudo. Tamb\u00e9m j\u00e1 pensei em fazer besteira.\u201d  <\/em><\/p>\n\n\n\n
\"Fico mais tempo do que no resto da casa. S\u00f3 saio pra comer, saca? Tem dia que nem pra comer. Ningu\u00e9m me pergunta nada. S\u00f3 ficaram mais preocupados, minha m\u00e3e e meu pai, quando a professora falou que me cortei.\"<\/em><\/p>\n\n\n\n
Relatos como esses fazem parte dos depoimentos que o pesquisador Hugo Monteiro Ferreira colheu para um estudo sobre o cotidiano de crian\u00e7as e adolescentes brasileiros<\/a> marcados pelo adoecimento emocional e mental<\/a>. <\/p>\n\n\n\n
S\u00e3o jovens na faixa et\u00e1ria de 11 a 18 anos de idade, que passam cerca de seis horas por dia dentro de seus quartos, geralmente conectados \u00e0s redes sociais<\/a>, e com s\u00e9rios problemas de conviv\u00eancia entre os seus pares<\/a> e tamb\u00e9m com os adultos com os quais convivem.\u00a0De modo geral, s\u00e3o pessoas que pertencem a uma classe social mais favorecida.<\/p>\n\n\n\n
Hugo os definiu como \u201ca gera\u00e7\u00e3o do quarto\u201d. V\u00edtimas de bullying, cyberbullying e outras viol\u00eancias<\/a>, geralmente na escola, eles vivenciam nesse c\u00f4modo da casa diversas formas de sofrimento - de transtornos alimentares a ansiedade, depress\u00e3o e at\u00e9 mesmo suic\u00eddio<\/a>. <\/p>\n\n\n\n
\u201cA gera\u00e7\u00e3o do quarto adverte-nos que as fam\u00edlias e as escolas precisam \"escutar\" meninos e meninas e rever posturas e procedimentos, bem como formas de educar e jeitos de orientar\u201d, afirma Hugo, no livro \u201cA gera\u00e7\u00e3o do quarto - quando as crian\u00e7as nos ensinam a amar\u201d. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
A obra \u00e9 fruto de uma pesquisa que ouviu 3.115 crian\u00e7as e adolescentes, de escolas p\u00fablicas e, principalmente, privadas, de cinco capitais do pa\u00eds. \u00c9 um grupo que retrata nitidamente os jovens da sociedade contempor\u00e2nea. \"Tenho retornos de professores e professoras que me diziam: \"olha isso que voc\u00ea disse acontece exatamente assim na minha escola\", afirmou Hugo. <\/p>\n\n\n\n
Segundo ele, a fragilidade dessa gera\u00e7\u00e3o revela a fragilidade dos pais e das m\u00e3es. \u201cN\u00e3o s\u00e3o s\u00f3 as crian\u00e7as e os adolescentes que est\u00e3o no quarto \u2014 os adultos tamb\u00e9m est\u00e3o. O quarto \u00e9 a met\u00e1fora da fam\u00edlia que n\u00e3o dialoga, mas grita; da escola que n\u00e3o acolhe, mas exige o desempenho das notas\u201d, afirma Humberto da Silva Miranda, doutor em Hist\u00f3ria das Inf\u00e2ncias, no pref\u00e1cio do livro. <\/p>\n\n\n\n
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Hugo Monteiro Ferreira<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n
A seguir, leia a entrevista que o autor concedeu \u00e0 Canguru News<\/strong>. Hugo \u00e9 professor do departamento de Educa\u00e7\u00e3o e do Programa de P\u00f3s-Gradua\u00e7\u00e3o em Educa\u00e7\u00e3o, Culturas e Identidades, ambos da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Na mesma institui\u00e7\u00e3o, ele coordena o N\u00facleo do Cuidado Humano e o Grupo de Estudos da Transdisciplinaridade, da Inf\u00e2ncia e da Juventude (GETIJ).<\/p>\n\n\n\n
Qual o perfil da gera\u00e7\u00e3o do quarto?<\/h2>\n\n\n\n
S\u00e3o crian\u00e7as e adolescentes, entre 11 e 16 anos, que passam mais de 6 horas por dia dentro do quarto, usando excessivamente as redes sociais digitais, e j\u00e1 sofreram algum tipo de viol\u00eancia, como bullying e cyberbullying, geralmente ocorrida na escola. Eles t\u00eam sintomatologias de psicopatologias as mais diversas, com predomin\u00e2ncia para depress\u00e3o, transtornos obsessivos compulsivos, transtornos alimentares, com predomin\u00e2ncia de anorexia e bulimia, transtorno de ansiedade, uso abusivo de \u00e1lcool, de maconha ou drogas qu\u00edmicas e dist\u00farbios de sono. E no campo da autodestrui\u00e7\u00e3o, praticam a autoles\u00e3o, sem inten\u00e7\u00e3o suicida, e alguns t\u00eam idea\u00e7\u00e3o suicida e tentaram suic\u00eddio mais de uma vez, esse \u00e9 o perfil da gera\u00e7\u00e3o do quarto.<\/p>\n\n\n\n
Como foi feita a pesquisa?<\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa foi feita entre 2017 e 2019, com alunos de escolas p\u00fablicas e privadas de cinco capitais brasileiras \u2014 Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Macei\u00f3 e Natal. Inicialmente, foi aplicado um question\u00e1rio online para 3.115 crian\u00e7as e adolescentes, e a partir das respostas foi feito um recorte com 238 jovens, dos quais a grande maioria, 70%, s\u00e3o de escolas privadas, e fazem parte da classe m\u00e9dia e classe m\u00e9dia alta. Os resultados mostraram que 75% dos 3.115 alunos est\u00e3o com a sa\u00fade mental abalada, embora nem todos apresentem sintomatologia psicopatol\u00f3gica. N\u00e3o publiquei nenhum artigo sobre o estudo porque desde o in\u00edcio tive a inten\u00e7\u00e3o de fazer um livro, que ficou pronto em 2020. De l\u00e1 para c\u00e1, a obra passou por revis\u00f5es, sendo publicada agora, em 2022. Ressalto que a gera\u00e7\u00e3o do quarto n\u00e3o foi criada na pandemia, mas sofreu na pandemia duas vezes mais pela situa\u00e7\u00e3o de vulnerabilidade em que se encontrava. <\/p>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 um retrato da juventude brasileira? <\/h2>\n\n\n\n
Eu fiz um recorte, mas todas as pessoas que mantiveram contato comigo e n\u00e3o estiveram no recorte da pesquisa se identificaram com ela. Tenho retornos de professores e professoras que me diziam: \"olha isso que voc\u00ea disse acontece exatamente assim na minha escola\". As pessoas se identificam porque tem uma verossimilhan\u00e7a. Muitas dizem: \"ah, tenho um filho, uma filha, que tamb\u00e9m est\u00e1 no quarto\". Se voc\u00ea for em qualquer escola, infelizmente ir\u00e1 encontrar algo semelhante.<\/p>\n\n\n\n
Como entender os problemas que essa gera\u00e7\u00e3o enfrenta, quais s\u00e3o suas origens?<\/h2>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 forjada, criada dentro de casa, \u00e9 a fam\u00edlia quem cria essa gera\u00e7\u00e3o, n\u00e3o \u00e9 a escola, a escola ajuda a manter, a fazer a manuten\u00e7\u00e3o do sofrimento, mas a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 produto de uma fam\u00edlia no quarto tamb\u00e9m, uma fam\u00edlia isolada, adoecida, de pouco di\u00e1logo, violenta. A viol\u00eancia num sentido amplo, n\u00e3o s\u00f3 f\u00edsica, psicol\u00f3gica, mas uma viol\u00eancia simb\u00f3lica, h\u00e1 muito movimento de viol\u00eancia dentro dessas casas. A viol\u00eancia simb\u00f3lica se expressa nas nuances, na organiza\u00e7\u00e3o, no establishment<\/em>, c\u00f3digos de comportamentos. Por exemplo, entrevistei meninos de 15, 16 anos, que eram gays, e na casa havia uma esp\u00e9cie de heteronormatividade, n\u00e3o era dito isso, mas havia a heteronormatividade como conduta, regra. \u00c9 isso que temos visto dentro dessas fam\u00edlias, s\u00e3o fam\u00edlias um tanto quanto provocativas e provocadoras dessa viol\u00eancia simb\u00f3lica. <\/p>\n\n\n\n
\u00c9 uma situa\u00e7\u00e3o muito preocupante, n\u00e3o? <\/h2>\n\n\n\n
A experi\u00eancia do quarto \u00e9 terr\u00edvel, porque n\u00e3o \u00e9 uma esp\u00e9cie de ref\u00fagio para aquietar mente, \u00e9 uma experi\u00eancia de ansiedade da mente, uma mente com probabilidades das mais diversas. <\/p>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 violentada, ela tamb\u00e9m vai violentar. \u00c9 importante observar isso. <\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Eu me preocupo muito porque parece que a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 meio que uma matriz de pequenos e pequenas curingas, do personagem do Batman. N\u00f3s estamos formando gera\u00e7\u00f5es violentas, e essa viol\u00eancia pode ser contra si, os \u00edndices de suic\u00eddio na adolesc\u00eancia n\u00e3o s\u00e3o m\u00ednimos. No Brasil, infelizmente, desde 2016, que eles aumentam, mas n\u00f3s tamb\u00e9m temos criado pessoas, em pa\u00edses como os Estados Unidos, que quando t\u00eam acesso a armas, criam e organizam massacres como esses que vimos nas escolas americanas. O perfil e a biografia desses adolescentes se assemelha \u00e0 gera\u00e7\u00e3o do quarto. \u00c9 preocupante, porque n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 o adoecimento ps\u00edquico, mas \u00e9 a produ\u00e7\u00e3o de uma comunidade psiquicamente adoecida, que tem na viol\u00eancia a gram\u00e1tica da sua sintaxe comunicacional, ou seja, a socializa\u00e7\u00e3o \u00e9 violenta.<\/p>\n\n\n\n
Muitas vezes, \u00e9 poss\u00edvel que voc\u00ea tenha pessoas que acham que s\u00e3o excelentes m\u00e3es e pais, mas que imprimem uma norma, uma conduta, um modelo que impede que o outro seja o que pode ser. Vi muito isso, adolescentes dizendo \u201ceu n\u00e3o consigo, para minha m\u00e3e nem para o meu pai, ser o que realmente sou, o que realmente gosto, tenho que mentir, me fazer ser o que n\u00e3o sou, criar um perfil falso\u201d. A viol\u00eancia simb\u00f3lica est\u00e1 muito nesse campo, no religioso, al\u00e9m da viol\u00eancia f\u00edsica e psicol\u00f3gica.<\/p>\n\n\n\n
<\/p>\n\n\n\n
H\u00e1 caracter\u00edsticas em comum entre os pais dessa gera\u00e7\u00e3o?<\/h2>\n\n\n\n
S\u00e3o pessoas que aprenderam com os modelos anteriores como devem proceder, como educar e como deve ser a rela\u00e7\u00e3o entre pais e filhos, e eles terminam agindo em nome desse bem-estar. Eles querem o bem dos filhos, n\u00e3o desejam o mal, mas \u00e9 um bem meio que projetado, n\u00e3o \u00e9 um bem presente, \u00e9 o bem do amanh\u00e3. Eu quero que meu filho esteja bem, mas para isso ele precisa seguir uma regra, uma norma, uma conduta, um padr\u00e3o, uma organiza\u00e7\u00e3o. Se ele n\u00e3o segue, eu n\u00e3o consigo ser m\u00e3e, pai dele, n\u00e3o consigo estabelecer uma rela\u00e7\u00e3o afetiva, de di\u00e1logo, e come\u00e7o a entrar em conflito.<\/p>\n\n\n\n
S\u00e3o pais que rejeitam os filhos? <\/h2>\n\n\n\n
Essa gera\u00e7\u00e3o mostra que os pais, se n\u00e3o h\u00e1 um modelo estabelecido, eles n\u00e3o se disp\u00f5em a aprender com o que eles veem na realidade, \u00e9 quase que um filho abstrato. Quando o filho real come\u00e7a a emergir e mostrar suas caracter\u00edsticas, os pais come\u00e7am a estranhar aquilo e n\u00e3o entram em processo de di\u00e1logo, se afastam. \u00c9 esse afastamento, esse vazio, que cria a gera\u00e7\u00e3o do quarto. Por isso afirmo que \u00e9 na matriz familiar que a gera\u00e7\u00e3o \u00e9 gerada, quer dizer, os pais n\u00e3o conseguem observar, de modo geral, a emerg\u00eancia dos humanos que eles mesmos criaram. Eles t\u00eam o humano projetado, \u00e9 quase um molde de um humano. Quando vem uma orienta\u00e7\u00e3o sexual ou um g\u00eanero que n\u00e3o \u00e9 norma, causa um impacto. <\/p>\n\n\n\n
Claro que \u00e9 menos impactante quando o filho diz que n\u00e3o quer ser m\u00e9dico, mas sim ator, pode haver resist\u00eancia mas n\u00e3o t\u00e3o intensa como quando voc\u00ea diz que \u00e9 gay, isso causa um embara\u00e7o. Mas n\u00e3o gosto de condenar os pais e as m\u00e3es, porque acho que eles est\u00e3o envolvidos nesse processo, eles querem acertar, ao menos, os que t\u00eam paternagem e maternagem, que chamo de esp\u00edrito de pai e m\u00e3e. Os que n\u00e3o t\u00eam, esses simplesmente geram os filhos, est\u00e3o ali numa esp\u00e9cie de playground de criar filhos. Mas os que t\u00eam paternagem, eles v\u00e3o tentando encontrar e conseguem, ent\u00e3o nesse caso, essa fissura, esse vazio que se abriu \u00e9 reduzido e a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 compreendida. <\/p>\n\n\n\n
Os pais sabem que t\u00eam um problema em casa?<\/h2>\n\n\n\n
Eles n\u00e3o t\u00eam conhecimento, porque a gera\u00e7\u00e3o do quarto cognitivamente n\u00e3o tem problema com boletim escolar. Essa gera\u00e7\u00e3o chega na universidade. Essa causa-consequ\u00eancia que a gente confabulou e afirmou tantas vezes que, por exemplo, vai ter problemas na escola, no rendimento escolar, n\u00e3o \u00e9 um sinal, a gera\u00e7\u00e3o do quarto tem um boletim escolar azul,<\/strong> e os pais n\u00e3o percebem. Eles acham que faz parte da vida estar no quarto.<\/strong> Muitos me dizem isso, \u201cah mas meu filho est\u00e1 no quarto j\u00e1 h\u00e1 tanto tempo que nem me dava conta\u201d. Eles come\u00e7am a se dar conta quando a crian\u00e7a ou o adolescente come\u00e7a a se cortar, quando come\u00e7am a gritar em sil\u00eancio, a\u00ed os pais alertam, mas at\u00e9 ent\u00e3o, n\u00e3o. Chamam para jantar, quando conseguem, lembrando que pais contempor\u00e2neos vivem muito fora de casa, trabalham muito, com finalidade de dar um futuro para os filhos.  <\/p>\n\n\n\n
Ou seja, o esfor\u00e7o dos pais para garantir uma boa estrutura familiar acaba por distanci\u00e1-los dos filhos?<\/h2>\n\n\n\n
\u00c9 a alternativa que se deu para a fam\u00edlia. Num pa\u00eds de mais de 210 milh\u00f5es de pessoas, n\u00e3o \u00e9 todo mundo que para e reflete sobre o que \u00e9 ser uma fam\u00edlia. Para os que est\u00e3o abaixo da linha da mis\u00e9ria tem que pensar muito como se recupera. H\u00e1 uma quest\u00e3o importante: o fen\u00f4meno da gera\u00e7\u00e3o do quarto se d\u00e1 em todas as classes sociais, mas as estrat\u00e9gias trabalhadas mudam. Tem muitas pessoas que usam a gravidez, por exemplo, como forma de sair de uma situa\u00e7\u00e3o socioecon\u00f4mica. Engravidar pode ser uma esp\u00e9cie de promo\u00e7\u00e3o social, ou seja, o problema \u00e9 o mesmo, a dor ps\u00edquica \u00e9 a mesma, mas a maneira de lidar com ela \u00e9 diferente. <\/p>\n\n\n\n
Os jovens n\u00e3o se abrem com os pais, mas n\u00e3o se opuseram a falar com voc\u00ea?<\/h2>\n\n\n\n
Talvez o que favorece para um pesquisador como eu \u00e9 me dispor a escutar sem condenar, sem julgamento. Eu escuto para acolher e esse talvez seja um potencial que a gente possa ensinar aos pais e \u00e0s m\u00e3es, para que o filho diga o que pensa, o que acha, o que gosta e n\u00e3o gosta, se sinta confort\u00e1vel em ser diferente dos pais. Acho que as fam\u00edlias escutam julgando, comparando e sentenciando demais. As crian\u00e7as, ao contr\u00e1rio do que as pessoas pensam, s\u00e3o muito sens\u00edveis, muito cr\u00edticas, elas conseguem responder perguntas, falar sobre sentimentos com quem elas se sentem confort\u00e1veis. Al\u00e9m disso, uma das t\u00e9cnicas que utilizei, o question\u00e1rio online, me trouxe muitas respostas, porque tinha perguntas abertas. Alguns dos depoimentos que apresento no livro eu n\u00e3o ouvi, eu li. Quando n\u00e3o tenho que dizer meu nome, quem eu sou, de onde sou, qual minha idade, me sinto mais livre para falar, pedir ajuda. Foram esses depoimentos que me causaram impacto e me fizeram depois entrevistar o grupo menor por meio de rodas de conversa. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Qual o papel da escola nesse contexto?<\/h2>\n\n\n\n
Eu sou um profissional e defensor da escola, a escola para mim \u00e9 uma grande inven\u00e7\u00e3o social, cumpre papel de forma\u00e7\u00e3o, de complementaridade, sobretudo no campo do que chamamos de conhecimento cient\u00edfico. Ela tamb\u00e9m tem um papel social, porque trabalha com pessoas, organiza\u00e7\u00f5es, institui\u00e7\u00f5es, mas ela precisa ser revisitada e reformulada nos seus objetivos matriciais. A escola n\u00e3o pode querer exclusivamente formar do ponto vista cognitivo. Isso \u00e9 um equ\u00edvoco que se manifesta sobretudo nessas escolas, que insistem num modelo de concorr\u00eancia, competi\u00e7\u00e3o, ranqueamento, na nota como resposta \u00e0 aprendizagem. S\u00e3o escolas desconectadas com grandes problemas contempor\u00e2neos, como a sobreviv\u00eancia do Planeta Terra. Temos um planeta amea\u00e7ado de desertifica\u00e7\u00e3o, de aus\u00eancia de comida, amea\u00e7ado no campo dos povos origin\u00e1rios, ent\u00e3o essas s\u00e3o preocupa\u00e7\u00f5es que a escola deve ter. <\/p>\n\n\n\n
Outra preocupa\u00e7\u00e3o \u00e9 a diversidade, temos uma sociedade que se mostra violenta com as minorias, racista e mis\u00f3gina. As mulheres sofrem muito nessa sociedade. A escola n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 para discutir f\u00f3rmulas qu\u00edmicas, biol\u00f3gicas, equa\u00e7\u00f5es matem\u00e1ticas, sintaxe da l\u00edngua. <\/p>\n\n\n\n
A escola \u00e9 para ajudar a usar o conhecimento cient\u00edfico na melhoria da qualidade de vida das pessoas, da minha e dos outros. <\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Ent\u00e3o se ela n\u00e3o faz isso, se insiste na concorr\u00eancia, em colocar aqueles que s\u00e3o bons e n\u00e3o s\u00e3o bons, os que s\u00e3o inteligentes e os que n\u00e3o s\u00e3o inteligentes, e ela tem insistido, ela ajuda a adoecer. \u00c9 o que digo no livro. <\/p>\n\n\n\n
O que dizer aos pais e m\u00e3es da gera\u00e7\u00e3o do quarto?<\/h2>\n\n\n\n
Os filhos e as filhas v\u00e3o precisar muito mesmo dos pais. Tem dois cen\u00e1rios, um \u00e9 ajudar meu filho a n\u00e3o entrar no quarto e o outro \u00e9 ajudar o filho que j\u00e1 est\u00e1 no quarto. No livro eu falo de cinco pilares: cuidado, autoconhecimento, conviv\u00eancia, dialogicidade e amorosidade. Trabalhar a fam\u00edlia e a escola a partir dessas sustenta\u00e7\u00f5es \u00e9 preventivo, mas pode servir tamb\u00e9m para situa\u00e7\u00f5es de pessoas que j\u00e1 est\u00e3o adoecidas, neste caso, associado ao acompanhamento de um profissional da sa\u00fade mental - psic\u00f3logo, psiquiatra, psicanalista, a depender do caso.<\/p>\n\n\n\n
O pilar do cuidado<\/strong> trata sobre a import\u00e2ncia do cuidado consigo e do cuidado com o outro, o que implica tratar das quest\u00f5es relacionadas a respeito, compreens\u00e3o, conviv\u00eancia, uso abusivo de \u00e1lcool, relacionamentos abusivos, bullying, ciberbullying, uso excessivo de redes sociais digitais, entre outros aspectos.

O pilar do autoconhecimento<\/strong> trata sobre a biografia, a hist\u00f3ria de cada pessoa, a fam\u00edlia. Proponho um trabalho sobre ancestralidade, que a pessoa conhe\u00e7a sua hist\u00f3ria de vida, conhe\u00e7a seu pai, sua m\u00e3e, sua opini\u00e3o, seus gostos. Isso tem a ver com quem eu sou, do ponto de vista \u00e9tico, e vai me dar uma seguran\u00e7a para enfrentar aquilo que querem que eu seja. Eu sou isso, mas querem que eu seja aquilo. N\u00e3o escondo minhas fragilidades, sou amado, o que d\u00e1 seguran\u00e7a. N\u00e3o vou dizer para minha crian\u00e7a que a vida \u00e9 f\u00e1cil, um mar de rosas, que ela nunca vai encontrar desafios, mas vou ajud\u00e1-la e fortalec\u00ea-la para que ela possa enfrent\u00e1-los.<\/p>\n\n\n\n
No pilar da conviv\u00eancia<\/strong>, h\u00e1 uma rela\u00e7\u00e3o entre aprender a ser e aprender a conviver. Trato de situa\u00e7\u00f5es cotidianas que evocam reflex\u00f5es \u00e9ticas, morais e espirituais, para as quais a compaix\u00e3o, a empatia e a resili\u00eancia s\u00e3o habilidades necess\u00e1rias e essenciais. O exerc\u00edcio da dialogicidade<\/strong> \u00e9 realizado quando as pessoas aprendem a falar o que pensam e sentem, mas entendem que o que pensam e sentem n\u00e3o \u00e9 a \u00faltima palavra sobre a verdade. O pilar da amorosidade<\/strong> \u00e9 tratado com reflex\u00f5es e a\u00e7\u00f5es. As reflex\u00f5es geram as a\u00e7\u00f5es, e as a\u00e7\u00f5es n\u00e3o s\u00e3o realizadas de modo mec\u00e2nico. <\/p>\n\n\n\n
Os pais podem aprender com os filhos?<\/h2>\n\n\n\n
O livro n\u00e3o tem que ser uma pedra para atirar nos pais e na escola, tem que ser um acalanto. Eu acho que a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 t\u00e3o potente que nos possibilita reaprender a viver, tenho grande esperan\u00e7a na gera\u00e7\u00e3o do quarto, a mesma gera\u00e7\u00e3o que \u00e9 violenta me ensina novos modos de amor, n\u00e3o vejo a gera\u00e7\u00e3o como fracassada, que n\u00e3o deu certo, acho um absurdo dizer que \u00e9 uma gera\u00e7\u00e3o parasita, \"nem-nem\". Obviamente ela traz todas as mazelas, n\u00e3o foi a gera\u00e7\u00e3o do quarto que inventou o abuso do \u00e1lcool, a viol\u00eancia, esses foram c\u00f3digos sempre usados, mas a gera\u00e7\u00e3o do quarto est\u00e1 nos dando outras alternativas, como maior preocupa\u00e7\u00e3o sobre consumo, meio ambiente, empoderamento das meninas, orienta\u00e7\u00e3o \u00e0 quest\u00e3o de g\u00eanero. Essa gera\u00e7\u00e3o tem muita coisa a nos mostrar, n\u00e3o precisamos ter medo, podemos aprender com elas. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"A gera\u00e7\u00e3o do quarto: um retrato chocante da juventude brasileira","post_excerpt":"Ap\u00f3s ouvir mais de 3 mil crian\u00e7as e adolescentes que vivem experi\u00eancias traum\u00e1ticas em seus quartos, o pesquisador Hugo Monteiro Ferreira faz um alerta aos pais e \u00e0s escolas sobre a necessidade de mudar a forma de se relacionar com os jovens","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"a-geracao-do-quarto-o-retrato-chocante-da-juventude-brasileira","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-30 11:00:28","post_modified_gmt":"2022-08-30 14:00:28","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64515","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64369,"post_author":"4","post_date":"2022-08-23 10:54:43","post_date_gmt":"2022-08-23 13:54:43","post_content":"\n
De acordo com o Artigo 227<\/a> da Constitui\u00e7\u00e3o de 1988, as crian\u00e7as<\/a> devem ser prioridade absoluta em todas as decis\u00f5es, programas e pol\u00edticas p\u00fablicas<\/a>. Isso se torna mais relevante em ano de elei\u00e7\u00f5es, em que poderemos escolher, de forma democr\u00e1tica<\/a>, representantes<\/a> aos cargos de presidente da Rep\u00fablica, senadores, governadores, deputados federais e estaduais. <\/p>\n\n\n\n
O voto no Brasil \u00e9 obrigat\u00f3rio para todos aqueles acima de 18 anos, sendo facultativo para jovens com 16 e 17 anos, pessoas com mais de 70 anos e analfabetos. Crian\u00e7as e adolescentes<\/a> menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar<\/a>, mas isso n\u00e3o quer dizer que n\u00e3o devam estar inclu\u00eddos nos planos dos diferentes representantes pol\u00edticos. Muito pelo contr\u00e1rio.<\/p>\n\n\n\n
Diversos estudos j\u00e1 comprovaram que investir na primeira inf\u00e2ncia<\/a> \u00e9 a melhor maneira de reduzir desigualdades e construir uma sociedade com condi\u00e7\u00f5es sociais e ambientais sustent\u00e1veis.<\/p>\n\n\n\n
Cabe a n\u00f3s, adultos, escolher nas elei\u00e7\u00f5es candidatos que contemplem as crian\u00e7as em projetos e iniciativas diversas. Abaixo, veja 5 motivos que tornam urgente a valoriza\u00e7\u00e3o de projetos para a inf\u00e2ncia e juventude nas campanhas \u00e0s elei\u00e7\u00f5es de 2022. A lista \u00e9 do portal Lunetas, espa\u00e7o dedicado \u00e0 reflex\u00e3o sobre a inf\u00e2ncia, que recentemente lan\u00e7ou o especial \"Inf\u00e2ncias em foco: Quem vota pelas crian\u00e7as?\"<\/a>, um hub de informa\u00e7\u00e3o sobre pol\u00edtica e as inf\u00e2ncias. <\/p>\n\n\n\n
5 temas que envolvem as crian\u00e7as e que t\u00eam de estar previstos nas propostas dos candidatos \u00e0s elei\u00e7\u00f5es:<\/h2>\n\n\n\n
Fome<\/h3>\n\n\n\n
De acordo com um levantamento realizado pela Funda\u00e7\u00e3o Abrinq, cerca de 18,8 milh\u00f5es de meninos e meninas de at\u00e9 14 anos passam fome no Brasil. Essa inseguran\u00e7a alimentar traz preju\u00edzos grav\u00edssimos \u00e0s crian\u00e7as, afetando seu crescimento e o desenvolvimento f\u00edsico e cognitivo necess\u00e1rios para que consigam crescer de maneira saud\u00e1vel.<\/p>\n\n\n\n
Analfabetismo<\/h3>\n\n\n\n
H\u00e1 50 anos, a educa\u00e7\u00e3o infantil n\u00e3o era uma realidade no Brasil, no entanto, pol\u00edticas p\u00fablicas mudaram essa realidade. Ainda assim, nos \u00faltimos dois anos, o n\u00famero de crian\u00e7as de 6 e 7 anos que n\u00e3o sabem ler e escrever cresceu em 1 milh\u00e3o. Pensando no futuro e nos pr\u00f3ximos passos do Brasil relacionados \u00e0 educa\u00e7\u00e3o p\u00fablica, \u00e9 necess\u00e1rio eleger candidatos que queiram enfrentar as desigualdades sociais e lutar para que todas as crian\u00e7as e adolescentes tenham acesso \u00e0 educa\u00e7\u00e3o de qualidade.<\/p>\n\n\n\n
Trabalho Infantil<\/h3>\n\n\n\n
Atualmente, cerca de 2 milh\u00f5es de crian\u00e7as e adolescentes est\u00e3o em situa\u00e7\u00e3o de trabalho infantil no Brasil. Desse total, 66% s\u00e3o crian\u00e7as pretas ou pardas e 71% est\u00e3o na \u00e1rea urbana, de acordo com um levantamento divulgado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domic\u00edlios (PNAD Cont\u00ednua).<\/p>\n\n\n\n
Viol\u00eancia e explora\u00e7\u00e3o sexual<\/h3>\n\n\n\n
Entre 2016 e 2020, 35 mil crian\u00e7as e adolescentes, de 0 a 19 anos, foram mortos de forma violenta no Brasil e 180 mil sofreram viol\u00eancia sexual, segundo o Panorama da Viol\u00eancia Sexual contra crian\u00e7as e Adolescentes no Brasil, lan\u00e7ado pela Unicef e pelo F\u00f3rum Brasileiro de Seguran\u00e7a P\u00fablica (FBSP). Por isso, \u00e9 necess\u00e1rio eleger pessoas que tenham coragem para combater esse cen\u00e1rio e falar de assuntos como igualdade de g\u00eanero, empoderamento de meninas, viol\u00eancia sexual e femin\u00edcio.<\/p>\n\n\n\n
Moradia<\/h3>\n\n\n\n
Mais de 5 milh\u00f5es de pessoas ainda residem em domic\u00edlios sem banheiros ou sanit\u00e1rios de uso exclusivo e 9,7 milh\u00f5es vivem em condi\u00e7\u00f5es de adensamento excessivo, com mais de tr\u00eas moradores para cada dormit\u00f3rio. Este \u00e9 um assunto que n\u00e3o deve ser ignorado, j\u00e1 que todas as crian\u00e7as precisam de acesso \u00e0 moradia para viver com dignidade e poder se desenvolver em outras \u00e1reas, como lazer, educa\u00e7\u00e3o e sa\u00fade.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]  <\/p>\n","post_title":"5 motivos para priorizar as crian\u00e7as nas elei\u00e7\u00f5es de 2022","post_excerpt":"Crian\u00e7as e adolescentes menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar, mas s\u00e3o parcela importante da popula\u00e7\u00e3o e t\u00eam de estar contemplados nos projetos dos diferentes atores governamentais","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"5-motivos-para-priorizar-as-criancas-nas-eleicoes-de-2022","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-25 18:52:13","post_modified_gmt":"2022-08-25 21:52:13","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64369","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64334,"post_author":"4","post_date":"2022-08-22 15:14:51","post_date_gmt":"2022-08-22 18:14:51","post_content":"\n
O n\u00famero de crian\u00e7as e adolescente<\/a>s conectados \u00e0 internet cresceu nos \u00faltimos anos. Segundo o estudo TIC Kids Online Brasil 2021<\/a>, rec\u00e9m-divulgado, 93% ou 22,3 milh\u00f5es das crian\u00e7as e dos adolescentes<\/a> no pa\u00eds acessaram a web<\/a> em 2021, sendo que em 2019 esse percentual era de 89%. O crescimento foi impulsionado principalmente pela maior propor\u00e7\u00e3o de usu\u00e1rios na regi\u00e3o Nordeste e nas \u00e1reas rurais. <\/p>\n\n\n\n
O uso de redes sociais <\/a>pelas crian\u00e7as tamb\u00e9m tem se elevado, sendo a plataforma Tik Tok<\/a> a mais utilizada (34%), seguida pelo Instagram (33%). No Facebook, houve queda no uso de 66% para 51% no per\u00edodo citado. J\u00e1 o WhatsApp segue como a plataforma em que crian\u00e7as e adolescentes mais possuem perfil (foi de 70% em 2018 para 80% em 2021), e \u00e9 a mais difundida entre todos os estratos sociais.<\/p>\n\n\n\n
A pesquisa, conduzida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informa\u00e7\u00e3o (Cetic.br) do N\u00facleo de Informa\u00e7\u00e3o e Coordena\u00e7\u00e3o do Ponto BR (NIC.br), entrevistou 2.651 crian\u00e7as e adolescentes com idades entre 9 e 17 anos, bem como seus pais ou respons\u00e1veis, em todo o territ\u00f3rio nacional. As entrevistas aconteceram entre outubro de 2021 e mar\u00e7o de 2022, com a finalidade de investigar oportunidades e riscos relacionados \u00e0 participa\u00e7\u00e3o online desse p\u00fablico. <\/p>\n\n\n\n
Segundo o levantamento, as crian\u00e7as tamb\u00e9m est\u00e3o passando mais tempo em jogos online - seja conectadas com outros jogadores (de 57% para 66%, entre 2021 e 2019) ou n\u00e3o conectadas a eles (de 55% para 64%) -, e fazendo mais compras no ambiente digital - cresceu de 9% para 19% no mesmo per\u00edodo. <\/p>\n\n\n\n
\"Plataformas de cria\u00e7\u00e3o e compartilhamento de conte\u00fado audiovisual est\u00e3o entre as mais utilizadas por crian\u00e7as e adolescentes. Nesse contexto, a qualidade da conex\u00e3o \u00e0 Internet e dos dispositivos digitais utilizados para o acesso \u00e0 rede passam a ser determinantes para o melhor aproveitamento de oportunidades online. \u00c9 central, portanto, garantir condi\u00e7\u00f5es equitativas de conectividade para crian\u00e7as e adolescentes em diferentes contextos socioecon\u00f4micos\", aponta Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br. <\/p>\n\n\n\n
A pesquisa TIC Kids Online <\/a>detectou, ainda, que o telefone celular segue como o principal meio de conex\u00e3o \u00e0 rede nos diferentes extratos sociais. Para 53%, o celular foi o \u00fanico dispositivo usado, realidade que se verificou mais presente nas classes DE (78%) e C (52%) do que nas classes AB (18%). <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Acesso a propagandas<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
Entre as atividades multim\u00eddia, as mais acessadas pelas crian\u00e7as s\u00e3o ouvir m\u00fasica (80%), assistir a v\u00eddeos, programas, filmes ou s\u00e9ries (84%), S\u00edtios de v\u00eddeos (67%) e redes sociais (61%) est\u00e3o entre as principais plataformas em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios de internet declaram ter visto propaganda de produtos ou marcas. Pessoas ensinando como usar algum produto (62%) e abrindo embalagens -- o chamado unboxing<\/em><\/strong> - (61%) foram os principais conte\u00fados de imagem ou v\u00eddeo em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios da rede tiveram contato com divulga\u00e7\u00e3o de produtos ou marcas. Entre as principais categorias de produtos ou marcas vistas no ambiente online<\/em> est\u00e3o: <\/p>\n\n\n\n
Equipamentos eletr\u00f4nicos (60%); <\/li>
Roupas e sapatos (60%); <\/li>
Comidas, bebidas ou doces (57%); <\/li>
Videogames ou jogos (46%); <\/li>
Maquiagem e outros produtos de beleza (46%).\u00a0<\/li><\/ul>\n\n\n\nBusca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e bem-estar<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa tamb\u00e9m constatou que 32% dos jovens entre 11 e 17 anos procuram ajuda para lidar com algo ruim que vivenciaram<\/strong>, ou para falar sobre suas emo\u00e7\u00f5es<\/strong> quando se sentiram tristes. <\/p>\n\n\n\n
Entre os temas mais procurados relacionados \u00e0 sa\u00fade est\u00e3o:<\/p>\n\n\n\n
Informa\u00e7\u00f5es sobre alimenta\u00e7\u00e3o (55%);
Preven\u00e7\u00e3o e tratamento de doen\u00e7as (38%);
Exerc\u00edcios e meios para ficar em forma (36%);
Informa\u00e7\u00f5es sobre medicamentos (22%);<\/li>
Discuss\u00f5es sobre sa\u00fade sexual e educa\u00e7\u00e3o sexual (21%).<\/li><\/ul>\n\n\n\n
\"A pesquisa busca levantar evid\u00eancias que contribuam para a promo\u00e7\u00e3o de direitos e do bem-estar de crian\u00e7as e adolescentes. Desse modo, para al\u00e9m das atividades presentes na s\u00e9rie hist\u00f3rica da pesquisa, o uso da rede na busca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e apoio emocional passou a ser um tema relevante de investiga\u00e7\u00e3o\", sinaliza Barbosa.<\/p>\n\n\n\n
\"Pesquisas como a TIC Kids Online Brasil s\u00e3o de extrema relev\u00e2ncia para entendermos o cen\u00e1rio atual e fortalecermos o letramento e inclus\u00e3o digital dos mais jovens, com mais seguran\u00e7a e qualidade, quest\u00f5es intr\u00ednsecas ao trabalho realizado pelo Comit\u00ea Gestor da Internet no Brasil\", pondera Jos\u00e9 Gontijo, coordenador do CGI.br.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"] <\/p>\n","post_title":"93% dos jovens entre 9 e 17 anos usam a internet no pa\u00eds, revela pesquisa","post_excerpt":"Pesquisa TIC Kids Online Brasil 2021 tamb\u00e9m mostrou que a TikTok \u00e9 a principal rede social utilizada por crian\u00e7as e adolescentes","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"93-dos-jovens-entre-9-e-17-anos-usam-a-internet-revela-pesquisa-tic-kids-online-2021","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-23 11:24:47","post_modified_gmt":"2022-08-23 14:24:47","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64334","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"}],"next":false,"prev":true,"total_page":12},"paged":1,"column_class":"jeg_col_2o3","class":"epic_block_3"};

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\n
Outros acidentes<\/h2>\n\n\n\n
Apesar do aumento geral dos acidentes, os casos envolvendo afogamento diminu\u00edram<\/a> em 2021. Ainda assim, \u00e9 v\u00e1lido lembrar que os pequenos menores de 4 anos podem se afogar em recipientes com at\u00e9 2,5 cm de \u00e1gua. Por isso, al\u00e9m dos cuidados com as piscinas, como a prote\u00e7\u00e3o com cercas e port\u00e3o com cadeado ou trava de seguran\u00e7a, \u00e9 preciso aten\u00e7\u00e3o com banheiras, bacias e baldes, que devem ser guardados vazios e virados para baixo. E, claro, nunca deixe crian\u00e7as sozinhas dentro ou perto da \u00e1gua, nem por um segundo!<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"Como prevenir os\u00a05 acidentes\u00a0mais perigosos\u00a0com crian\u00e7as","post_excerpt":"Pesquisa da ONG Aldeias Infantis SOS mostrou que cresceu o n\u00famero de crian\u00e7as internadas por acidentes em 2021; veja as principais medidas para evit\u00e1-los","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"como-prevenir-os-5-acidentes-mais-perigosos-com-criancas","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-09-09 08:55:11","post_modified_gmt":"2022-09-09 11:55:11","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64723","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64666,"post_author":"4","post_date":"2022-08-30 17:24:27","post_date_gmt":"2022-08-30 20:24:27","post_content":"\n
O n\u00famero de crian\u00e7as e adolescentes que se internaram<\/a>, em 2021, devido a acidentes, aumentou em compara\u00e7\u00e3o com 2020. Foram 110.341 casos de interna\u00e7\u00f5es no ano passado, na faixa et\u00e1ria de 0 a 14 anos, segundo pesquisa da ONG Aldeias Infantis SOS e do Instituto Bem Cuidar. O n\u00famero revela um crescimento de 5,3% em rela\u00e7\u00e3o ao ano anterior. <\/p>\n\n\n\n
As quedas foram a principal causa das interna\u00e7\u00f5es<\/a>, sendo respons\u00e1veis por 44% das ocorr\u00eancias, seguidas pelas queimaduras, 19%, acidentes de tr\u00e2nsito, 10%, e intoxica\u00e7\u00f5es, 5%. Em m\u00e9dia, 302 crian\u00e7as foram hospitalizadas<\/a>, por dia, por conta de algum acidente em 2021, segundo o estudo feito com informa\u00e7\u00f5es do Datasus, do Minist\u00e9rio da Sa\u00fade.<\/p>\n\n\n\n
\u201cChama muito a aten\u00e7\u00e3o, por exemplo, que a maior causa de interna\u00e7\u00e3o seja a queda<\/a>, pois a gente sabe que h\u00e1 medidas para evitar isso. \u00c9 preciso colocar tela em janelas e sacadas<\/a>, evitar deixar m\u00f3veis pr\u00f3ximo a janelas, enfim, uma s\u00e9rie de dicas que s\u00e3o importantes para que pais e adultos estejam munidos dessas informa\u00e7\u00f5es para evitar os acidentes\u201d, afirmou Erika Tonelli, especialista em Entornos Seguros e Protetores da Aldeias Infantis SOS.\u00a0<\/p>\n\n\n\n
Erika lembra que, embora os acidentes fa\u00e7am parte da vida das crian\u00e7as enquanto est\u00e3o se desenvolvendo e experienciando o mundo, a maioria deles poderiam ser evitados. \u201cAt\u00e9 90% dos acidentes poderiam ser prevenidos com medidas simples. Os pais e familiares devem estar sempre atentos aos ambientes - n\u00e3o s\u00f3 aos dom\u00e9sticos, mas tamb\u00e9m espa\u00e7os comunit\u00e1rios, parques, escolas e todos os lugares que as crian\u00e7as frequentam -, para perceber quais riscos existem e se \u00e9 preciso tomar alguma medida ou ter um olhar mais cuidadoso para elas\u201d, ressalta a especialista.<\/p>\n\n\n\n
Apesar do aumento geral dos acidentes, constatou-se que em 2021 os casos envolvendo afogamento diminu\u00edram<\/a> em 2% e sufoca\u00e7\u00e3o em 6%, quando comparado ao ano anterior.  <\/p>\n\n\n\n
O estudo tamb\u00e9m ressalta que, apesar do aumento no volume de interna\u00e7\u00f5es, os n\u00fameros de 2021 s\u00e3o menores que no per\u00edodo anterior \u00e0 pandemia. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong> <\/p>\n\n\n\n\n\n
Tipos de acidentes por idade <\/h2>\n\n\n\n
Segundo o levantamento, a faixa et\u00e1ria de 5 a 9 anos de idade \u00e9 a mais atingida pelas quedas e a que mais sofreu hospitaliza\u00e7\u00f5es em 2021 - representando 35,1% dos internados por acidentes. As crian\u00e7as com idade de 10 a 14 anos tamb\u00e9m tiveram um n\u00famero alto de interna\u00e7\u00f5es (34,2%), sendo igualmente as quedas a causa mais comum. <\/p>\n\n\n\n
J\u00e1 na faixa et\u00e1ria de 1 a 4 anos, que representa 25,6% das intera\u00e7\u00f5es, intoxica\u00e7\u00e3o e queimaduras est\u00e3o entre os principais acidentes. Menores de 1 ano representaram 5,2% das interna\u00e7\u00f5es, motivadas por acidentes como sufoca\u00e7\u00e3o, mas tamb\u00e9m queimaduras, afogamento, intoxica\u00e7\u00e3o e quedas. <\/p>\n\n\n\n
Erika relata que dependendo da faixa et\u00e1ria, a preval\u00eancia dos acidentes vai sendo alterada. Os beb\u00eas de at\u00e9 1 ano t\u00eam um n\u00famero maior de casos de sufoca\u00e7\u00e3o, porque s\u00e3o crian\u00e7as que levam coisas \u00e0 boca. J\u00e1 a intoxica\u00e7\u00e3o tem um n\u00famero bastante alto entre 1 e 4 anos, depois vem a queda, com crian\u00e7as acima de 5 anos, que exploram mais o ambiente e est\u00e3o mais expostas ao mundo externo. \"Mas isso n\u00e3o quer dizer que a gente n\u00e3o deva estar atento \u00e0s demais causas de acidentes. Mesmo a queimadura pode ser comum nos beb\u00eas durante o banho, por exemplo\u201d, explica a porta-voz da Aldeias Infantis SOS. <\/p>\n\n\n\n
Principais causas de acidentes com crian\u00e7as (0 a 14 anos)*<\/h2>\n\n\n\n
Quedas - 44%<\/li>
Queimaduras 19%<\/li>
Tr\u00e2nsito - 10%<\/li>
Intoxica\u00e7\u00f5es - 5% <\/li><\/ul>\n\n\n\n
Acidentes mais comuns por faixa et\u00e1ria<\/h2>\n\n\n\n
0 a 1 ano - Sufoca\u00e7\u00e3o<\/li>
1 a 4 anos - Intoxica\u00e7\u00e3o<\/li>
5 a 9 anos - Quedas<\/li>
10 a 14 anos - Quedas<\/li><\/ul>\n\n\n\n
*N\u00fameros consolidados pela ONG Aldeias Infantis SOS, a partir da base de dados Datasus, do Minist\u00e9rio da Sa\u00fade.<\/em><\/p>\n\n\n\n
Quedas e queimaduras<\/h2>\n\n\n\n
Os registros de quedas no Datasus incluem tanto acidentes ocorridos em casa, quanto em ambientes externos, como playgrounds e parques. Segundo Erika, n\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel afirmar qual tipo de queda \u00e9 a mais comum, mas ela avalia que tanto o maior tempo dentro de casa, durante a pandemia, quanto o incentivo \u00e0s atividades ao ar livre, ap\u00f3s o per\u00edodo de isolamento social, podem ter contribu\u00eddo para esse tipo de acidente.<\/p>\n\n\n\n
J\u00e1 em rela\u00e7\u00e3o \u00e0s queimaduras, ela diz que percebeu um leve aumento de casos, principalmente, devido ao uso recorrente de \u00e1lcool e \u00e1lcool em gel, como forma de prote\u00e7\u00e3o contra a Covid, e possivelmente tamb\u00e9m pelo uso maior de formas alternativas de combust\u00edvel na cozinha, como carv\u00e3o, \u00f3leo e querosene, devido \u00e0 piora da condi\u00e7\u00e3o econ\u00f4mica de grande parte das fam\u00edlias brasileiras. <\/p>\n\n\n\n
\u201cMesmo alimentos quentes em cima da mesa, a crian\u00e7a pode puxar e eles virarem em cima dela. \u00c9 importante tamb\u00e9m evitar tomar bebidas quentes com o filho no colo e estar atento ao risco de choque el\u00e9trico com ferro de passar roupa, com o uso do celular enquanto carrega e com instala\u00e7\u00f5es el\u00e9tricas da casa\u201d, destaca Erika.  <\/p>\n\n\n\n
Para a especialista, a precariza\u00e7\u00e3o das condi\u00e7\u00f5es de trabalhos e a exaust\u00e3o de alguns cuidadores tamb\u00e9m podem ser fatores que interferiram nos cuidados com as crian\u00e7as. Al\u00e9m disso, existe o fato de muitas delas ficarem sozinhas em casa, sem a supervis\u00e3o de um adulto, o que contribui ainda mais para o aumento de acidentes. <\/p>\n\n\n\n
Dados mostram que 1 a cada 4 crian\u00e7as acidentadas fica com sequelas permanentes durante toda a vida.<\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
\u201cQuando falamos de interna\u00e7\u00f5es, n\u00e3o \u00e9 algo simples como ralar o joelho ou cair da bicicleta, s\u00e3o causas graves e isso gera um custo tanto para o sistema de sa\u00fade quanto para a fam\u00edlia, al\u00e9m, claro, do impacto psicol\u00f3gico e emocional na crian\u00e7a\u201d, pontua Erika.<\/p>\n\n\n\n
Principais causas de mortes de crian\u00e7as por acidentes em 2020<\/h2>\n\n\n\n
Em rela\u00e7\u00e3o ao n\u00famero de mortes de crian\u00e7as por acidentes, Erika explicou que os dados mais recentes fornecidos pelo Datasus s\u00e3o de 2020, quando 3.117 crian\u00e7as de at\u00e9 14 anos de idade perderam a vida. Apesar de o tr\u00e2nsito continuar sendo a principal causa das fatalidades com 30% do total, os afogamentos e casos de sufoca\u00e7\u00e3o tamb\u00e9m registraram marcas preocupantes, com 27% e 22%, respectivamente. <\/p>\n\n\n\n
Mortes de crian\u00e7as por acidentes - 2020 <\/h3>\n\n\n\n
Tr\u00e2nsito - 30%<\/li>
Afogamentos - 27%<\/li>
Sufoca\u00e7\u00e3o - 22%<\/li><\/ul>\n\n\n\n
Apesar disso, se comparado com 2019, o n\u00famero de \u00f3bitos recuou 2%, sendo a maior redu\u00e7\u00e3o em sufoca\u00e7\u00e3o, com queda de 14%. Por outro lado, fatalidades envolvendo intoxica\u00e7\u00f5es e quedas seguiram o caminho inverso e aumentaram respectivamente 23% e 12% cada uma. Sob a \u00f3tica da faixa et\u00e1ria, crian\u00e7as de 1 a 4 anos concentram a maior taxa de mortalidade por acidentes no Brasil (32%).<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"Aumentam as interna\u00e7\u00f5es de crian\u00e7as por acidentes","post_excerpt":"Mais de 110 mil crian\u00e7as foram internadas em 2021, segundo pesquisa da ONG Aldeias Infantis SOS, devido a quedas, queimaduras e acidentes de tr\u00e2nsito, entre outras causas","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"aumentam-as-internacoes-de-criancas-por-acidentes","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-09-05 10:23:46","post_modified_gmt":"2022-09-05 13:23:46","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64666","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64515,"post_author":"4","post_date":"2022-08-25 23:30:00","post_date_gmt":"2022-08-26 02:30:00","post_content":"\n
\u201cDe boa, passo muito tempo da minha vida no quarto. T\u00e1 ligado? \u00c9 um canto s\u00f3 meu. No quarto, j\u00e1 fiz tudo. Tamb\u00e9m j\u00e1 pensei em fazer besteira.\u201d  <\/em><\/p>\n\n\n\n
\"Fico mais tempo do que no resto da casa. S\u00f3 saio pra comer, saca? Tem dia que nem pra comer. Ningu\u00e9m me pergunta nada. S\u00f3 ficaram mais preocupados, minha m\u00e3e e meu pai, quando a professora falou que me cortei.\"<\/em><\/p>\n\n\n\n
Relatos como esses fazem parte dos depoimentos que o pesquisador Hugo Monteiro Ferreira colheu para um estudo sobre o cotidiano de crian\u00e7as e adolescentes brasileiros<\/a> marcados pelo adoecimento emocional e mental<\/a>. <\/p>\n\n\n\n
S\u00e3o jovens na faixa et\u00e1ria de 11 a 18 anos de idade, que passam cerca de seis horas por dia dentro de seus quartos, geralmente conectados \u00e0s redes sociais<\/a>, e com s\u00e9rios problemas de conviv\u00eancia entre os seus pares<\/a> e tamb\u00e9m com os adultos com os quais convivem.\u00a0De modo geral, s\u00e3o pessoas que pertencem a uma classe social mais favorecida.<\/p>\n\n\n\n
Hugo os definiu como \u201ca gera\u00e7\u00e3o do quarto\u201d. V\u00edtimas de bullying, cyberbullying e outras viol\u00eancias<\/a>, geralmente na escola, eles vivenciam nesse c\u00f4modo da casa diversas formas de sofrimento - de transtornos alimentares a ansiedade, depress\u00e3o e at\u00e9 mesmo suic\u00eddio<\/a>. <\/p>\n\n\n\n
\u201cA gera\u00e7\u00e3o do quarto adverte-nos que as fam\u00edlias e as escolas precisam \"escutar\" meninos e meninas e rever posturas e procedimentos, bem como formas de educar e jeitos de orientar\u201d, afirma Hugo, no livro \u201cA gera\u00e7\u00e3o do quarto - quando as crian\u00e7as nos ensinam a amar\u201d. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
A obra \u00e9 fruto de uma pesquisa que ouviu 3.115 crian\u00e7as e adolescentes, de escolas p\u00fablicas e, principalmente, privadas, de cinco capitais do pa\u00eds. \u00c9 um grupo que retrata nitidamente os jovens da sociedade contempor\u00e2nea. \"Tenho retornos de professores e professoras que me diziam: \"olha isso que voc\u00ea disse acontece exatamente assim na minha escola\", afirmou Hugo. <\/p>\n\n\n\n
Segundo ele, a fragilidade dessa gera\u00e7\u00e3o revela a fragilidade dos pais e das m\u00e3es. \u201cN\u00e3o s\u00e3o s\u00f3 as crian\u00e7as e os adolescentes que est\u00e3o no quarto \u2014 os adultos tamb\u00e9m est\u00e3o. O quarto \u00e9 a met\u00e1fora da fam\u00edlia que n\u00e3o dialoga, mas grita; da escola que n\u00e3o acolhe, mas exige o desempenho das notas\u201d, afirma Humberto da Silva Miranda, doutor em Hist\u00f3ria das Inf\u00e2ncias, no pref\u00e1cio do livro. <\/p>\n\n\n\n
$\"\"$
Hugo Monteiro Ferreira<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n
A seguir, leia a entrevista que o autor concedeu \u00e0 Canguru News<\/strong>. Hugo \u00e9 professor do departamento de Educa\u00e7\u00e3o e do Programa de P\u00f3s-Gradua\u00e7\u00e3o em Educa\u00e7\u00e3o, Culturas e Identidades, ambos da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Na mesma institui\u00e7\u00e3o, ele coordena o N\u00facleo do Cuidado Humano e o Grupo de Estudos da Transdisciplinaridade, da Inf\u00e2ncia e da Juventude (GETIJ).<\/p>\n\n\n\n
Qual o perfil da gera\u00e7\u00e3o do quarto?<\/h2>\n\n\n\n
S\u00e3o crian\u00e7as e adolescentes, entre 11 e 16 anos, que passam mais de 6 horas por dia dentro do quarto, usando excessivamente as redes sociais digitais, e j\u00e1 sofreram algum tipo de viol\u00eancia, como bullying e cyberbullying, geralmente ocorrida na escola. Eles t\u00eam sintomatologias de psicopatologias as mais diversas, com predomin\u00e2ncia para depress\u00e3o, transtornos obsessivos compulsivos, transtornos alimentares, com predomin\u00e2ncia de anorexia e bulimia, transtorno de ansiedade, uso abusivo de \u00e1lcool, de maconha ou drogas qu\u00edmicas e dist\u00farbios de sono. E no campo da autodestrui\u00e7\u00e3o, praticam a autoles\u00e3o, sem inten\u00e7\u00e3o suicida, e alguns t\u00eam idea\u00e7\u00e3o suicida e tentaram suic\u00eddio mais de uma vez, esse \u00e9 o perfil da gera\u00e7\u00e3o do quarto.<\/p>\n\n\n\n
Como foi feita a pesquisa?<\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa foi feita entre 2017 e 2019, com alunos de escolas p\u00fablicas e privadas de cinco capitais brasileiras \u2014 Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Macei\u00f3 e Natal. Inicialmente, foi aplicado um question\u00e1rio online para 3.115 crian\u00e7as e adolescentes, e a partir das respostas foi feito um recorte com 238 jovens, dos quais a grande maioria, 70%, s\u00e3o de escolas privadas, e fazem parte da classe m\u00e9dia e classe m\u00e9dia alta. Os resultados mostraram que 75% dos 3.115 alunos est\u00e3o com a sa\u00fade mental abalada, embora nem todos apresentem sintomatologia psicopatol\u00f3gica. N\u00e3o publiquei nenhum artigo sobre o estudo porque desde o in\u00edcio tive a inten\u00e7\u00e3o de fazer um livro, que ficou pronto em 2020. De l\u00e1 para c\u00e1, a obra passou por revis\u00f5es, sendo publicada agora, em 2022. Ressalto que a gera\u00e7\u00e3o do quarto n\u00e3o foi criada na pandemia, mas sofreu na pandemia duas vezes mais pela situa\u00e7\u00e3o de vulnerabilidade em que se encontrava. <\/p>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 um retrato da juventude brasileira? <\/h2>\n\n\n\n
Eu fiz um recorte, mas todas as pessoas que mantiveram contato comigo e n\u00e3o estiveram no recorte da pesquisa se identificaram com ela. Tenho retornos de professores e professoras que me diziam: \"olha isso que voc\u00ea disse acontece exatamente assim na minha escola\". As pessoas se identificam porque tem uma verossimilhan\u00e7a. Muitas dizem: \"ah, tenho um filho, uma filha, que tamb\u00e9m est\u00e1 no quarto\". Se voc\u00ea for em qualquer escola, infelizmente ir\u00e1 encontrar algo semelhante.<\/p>\n\n\n\n
Como entender os problemas que essa gera\u00e7\u00e3o enfrenta, quais s\u00e3o suas origens?<\/h2>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 forjada, criada dentro de casa, \u00e9 a fam\u00edlia quem cria essa gera\u00e7\u00e3o, n\u00e3o \u00e9 a escola, a escola ajuda a manter, a fazer a manuten\u00e7\u00e3o do sofrimento, mas a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 produto de uma fam\u00edlia no quarto tamb\u00e9m, uma fam\u00edlia isolada, adoecida, de pouco di\u00e1logo, violenta. A viol\u00eancia num sentido amplo, n\u00e3o s\u00f3 f\u00edsica, psicol\u00f3gica, mas uma viol\u00eancia simb\u00f3lica, h\u00e1 muito movimento de viol\u00eancia dentro dessas casas. A viol\u00eancia simb\u00f3lica se expressa nas nuances, na organiza\u00e7\u00e3o, no establishment<\/em>, c\u00f3digos de comportamentos. Por exemplo, entrevistei meninos de 15, 16 anos, que eram gays, e na casa havia uma esp\u00e9cie de heteronormatividade, n\u00e3o era dito isso, mas havia a heteronormatividade como conduta, regra. \u00c9 isso que temos visto dentro dessas fam\u00edlias, s\u00e3o fam\u00edlias um tanto quanto provocativas e provocadoras dessa viol\u00eancia simb\u00f3lica. <\/p>\n\n\n\n
\u00c9 uma situa\u00e7\u00e3o muito preocupante, n\u00e3o? <\/h2>\n\n\n\n
A experi\u00eancia do quarto \u00e9 terr\u00edvel, porque n\u00e3o \u00e9 uma esp\u00e9cie de ref\u00fagio para aquietar mente, \u00e9 uma experi\u00eancia de ansiedade da mente, uma mente com probabilidades das mais diversas. <\/p>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 violentada, ela tamb\u00e9m vai violentar. \u00c9 importante observar isso. <\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Eu me preocupo muito porque parece que a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 meio que uma matriz de pequenos e pequenas curingas, do personagem do Batman. N\u00f3s estamos formando gera\u00e7\u00f5es violentas, e essa viol\u00eancia pode ser contra si, os \u00edndices de suic\u00eddio na adolesc\u00eancia n\u00e3o s\u00e3o m\u00ednimos. No Brasil, infelizmente, desde 2016, que eles aumentam, mas n\u00f3s tamb\u00e9m temos criado pessoas, em pa\u00edses como os Estados Unidos, que quando t\u00eam acesso a armas, criam e organizam massacres como esses que vimos nas escolas americanas. O perfil e a biografia desses adolescentes se assemelha \u00e0 gera\u00e7\u00e3o do quarto. \u00c9 preocupante, porque n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 o adoecimento ps\u00edquico, mas \u00e9 a produ\u00e7\u00e3o de uma comunidade psiquicamente adoecida, que tem na viol\u00eancia a gram\u00e1tica da sua sintaxe comunicacional, ou seja, a socializa\u00e7\u00e3o \u00e9 violenta.<\/p>\n\n\n\n
Muitas vezes, \u00e9 poss\u00edvel que voc\u00ea tenha pessoas que acham que s\u00e3o excelentes m\u00e3es e pais, mas que imprimem uma norma, uma conduta, um modelo que impede que o outro seja o que pode ser. Vi muito isso, adolescentes dizendo \u201ceu n\u00e3o consigo, para minha m\u00e3e nem para o meu pai, ser o que realmente sou, o que realmente gosto, tenho que mentir, me fazer ser o que n\u00e3o sou, criar um perfil falso\u201d. A viol\u00eancia simb\u00f3lica est\u00e1 muito nesse campo, no religioso, al\u00e9m da viol\u00eancia f\u00edsica e psicol\u00f3gica.<\/p>\n\n\n\n
<\/p>\n\n\n\n
H\u00e1 caracter\u00edsticas em comum entre os pais dessa gera\u00e7\u00e3o?<\/h2>\n\n\n\n
S\u00e3o pessoas que aprenderam com os modelos anteriores como devem proceder, como educar e como deve ser a rela\u00e7\u00e3o entre pais e filhos, e eles terminam agindo em nome desse bem-estar. Eles querem o bem dos filhos, n\u00e3o desejam o mal, mas \u00e9 um bem meio que projetado, n\u00e3o \u00e9 um bem presente, \u00e9 o bem do amanh\u00e3. Eu quero que meu filho esteja bem, mas para isso ele precisa seguir uma regra, uma norma, uma conduta, um padr\u00e3o, uma organiza\u00e7\u00e3o. Se ele n\u00e3o segue, eu n\u00e3o consigo ser m\u00e3e, pai dele, n\u00e3o consigo estabelecer uma rela\u00e7\u00e3o afetiva, de di\u00e1logo, e come\u00e7o a entrar em conflito.<\/p>\n\n\n\n
S\u00e3o pais que rejeitam os filhos? <\/h2>\n\n\n\n
Essa gera\u00e7\u00e3o mostra que os pais, se n\u00e3o h\u00e1 um modelo estabelecido, eles n\u00e3o se disp\u00f5em a aprender com o que eles veem na realidade, \u00e9 quase que um filho abstrato. Quando o filho real come\u00e7a a emergir e mostrar suas caracter\u00edsticas, os pais come\u00e7am a estranhar aquilo e n\u00e3o entram em processo de di\u00e1logo, se afastam. \u00c9 esse afastamento, esse vazio, que cria a gera\u00e7\u00e3o do quarto. Por isso afirmo que \u00e9 na matriz familiar que a gera\u00e7\u00e3o \u00e9 gerada, quer dizer, os pais n\u00e3o conseguem observar, de modo geral, a emerg\u00eancia dos humanos que eles mesmos criaram. Eles t\u00eam o humano projetado, \u00e9 quase um molde de um humano. Quando vem uma orienta\u00e7\u00e3o sexual ou um g\u00eanero que n\u00e3o \u00e9 norma, causa um impacto. <\/p>\n\n\n\n
Claro que \u00e9 menos impactante quando o filho diz que n\u00e3o quer ser m\u00e9dico, mas sim ator, pode haver resist\u00eancia mas n\u00e3o t\u00e3o intensa como quando voc\u00ea diz que \u00e9 gay, isso causa um embara\u00e7o. Mas n\u00e3o gosto de condenar os pais e as m\u00e3es, porque acho que eles est\u00e3o envolvidos nesse processo, eles querem acertar, ao menos, os que t\u00eam paternagem e maternagem, que chamo de esp\u00edrito de pai e m\u00e3e. Os que n\u00e3o t\u00eam, esses simplesmente geram os filhos, est\u00e3o ali numa esp\u00e9cie de playground de criar filhos. Mas os que t\u00eam paternagem, eles v\u00e3o tentando encontrar e conseguem, ent\u00e3o nesse caso, essa fissura, esse vazio que se abriu \u00e9 reduzido e a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 compreendida. <\/p>\n\n\n\n
Os pais sabem que t\u00eam um problema em casa?<\/h2>\n\n\n\n
Eles n\u00e3o t\u00eam conhecimento, porque a gera\u00e7\u00e3o do quarto cognitivamente n\u00e3o tem problema com boletim escolar. Essa gera\u00e7\u00e3o chega na universidade. Essa causa-consequ\u00eancia que a gente confabulou e afirmou tantas vezes que, por exemplo, vai ter problemas na escola, no rendimento escolar, n\u00e3o \u00e9 um sinal, a gera\u00e7\u00e3o do quarto tem um boletim escolar azul,<\/strong> e os pais n\u00e3o percebem. Eles acham que faz parte da vida estar no quarto.<\/strong> Muitos me dizem isso, \u201cah mas meu filho est\u00e1 no quarto j\u00e1 h\u00e1 tanto tempo que nem me dava conta\u201d. Eles come\u00e7am a se dar conta quando a crian\u00e7a ou o adolescente come\u00e7a a se cortar, quando come\u00e7am a gritar em sil\u00eancio, a\u00ed os pais alertam, mas at\u00e9 ent\u00e3o, n\u00e3o. Chamam para jantar, quando conseguem, lembrando que pais contempor\u00e2neos vivem muito fora de casa, trabalham muito, com finalidade de dar um futuro para os filhos.  <\/p>\n\n\n\n
Ou seja, o esfor\u00e7o dos pais para garantir uma boa estrutura familiar acaba por distanci\u00e1-los dos filhos?<\/h2>\n\n\n\n
\u00c9 a alternativa que se deu para a fam\u00edlia. Num pa\u00eds de mais de 210 milh\u00f5es de pessoas, n\u00e3o \u00e9 todo mundo que para e reflete sobre o que \u00e9 ser uma fam\u00edlia. Para os que est\u00e3o abaixo da linha da mis\u00e9ria tem que pensar muito como se recupera. H\u00e1 uma quest\u00e3o importante: o fen\u00f4meno da gera\u00e7\u00e3o do quarto se d\u00e1 em todas as classes sociais, mas as estrat\u00e9gias trabalhadas mudam. Tem muitas pessoas que usam a gravidez, por exemplo, como forma de sair de uma situa\u00e7\u00e3o socioecon\u00f4mica. Engravidar pode ser uma esp\u00e9cie de promo\u00e7\u00e3o social, ou seja, o problema \u00e9 o mesmo, a dor ps\u00edquica \u00e9 a mesma, mas a maneira de lidar com ela \u00e9 diferente. <\/p>\n\n\n\n
Os jovens n\u00e3o se abrem com os pais, mas n\u00e3o se opuseram a falar com voc\u00ea?<\/h2>\n\n\n\n
Talvez o que favorece para um pesquisador como eu \u00e9 me dispor a escutar sem condenar, sem julgamento. Eu escuto para acolher e esse talvez seja um potencial que a gente possa ensinar aos pais e \u00e0s m\u00e3es, para que o filho diga o que pensa, o que acha, o que gosta e n\u00e3o gosta, se sinta confort\u00e1vel em ser diferente dos pais. Acho que as fam\u00edlias escutam julgando, comparando e sentenciando demais. As crian\u00e7as, ao contr\u00e1rio do que as pessoas pensam, s\u00e3o muito sens\u00edveis, muito cr\u00edticas, elas conseguem responder perguntas, falar sobre sentimentos com quem elas se sentem confort\u00e1veis. Al\u00e9m disso, uma das t\u00e9cnicas que utilizei, o question\u00e1rio online, me trouxe muitas respostas, porque tinha perguntas abertas. Alguns dos depoimentos que apresento no livro eu n\u00e3o ouvi, eu li. Quando n\u00e3o tenho que dizer meu nome, quem eu sou, de onde sou, qual minha idade, me sinto mais livre para falar, pedir ajuda. Foram esses depoimentos que me causaram impacto e me fizeram depois entrevistar o grupo menor por meio de rodas de conversa. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Qual o papel da escola nesse contexto?<\/h2>\n\n\n\n
Eu sou um profissional e defensor da escola, a escola para mim \u00e9 uma grande inven\u00e7\u00e3o social, cumpre papel de forma\u00e7\u00e3o, de complementaridade, sobretudo no campo do que chamamos de conhecimento cient\u00edfico. Ela tamb\u00e9m tem um papel social, porque trabalha com pessoas, organiza\u00e7\u00f5es, institui\u00e7\u00f5es, mas ela precisa ser revisitada e reformulada nos seus objetivos matriciais. A escola n\u00e3o pode querer exclusivamente formar do ponto vista cognitivo. Isso \u00e9 um equ\u00edvoco que se manifesta sobretudo nessas escolas, que insistem num modelo de concorr\u00eancia, competi\u00e7\u00e3o, ranqueamento, na nota como resposta \u00e0 aprendizagem. S\u00e3o escolas desconectadas com grandes problemas contempor\u00e2neos, como a sobreviv\u00eancia do Planeta Terra. Temos um planeta amea\u00e7ado de desertifica\u00e7\u00e3o, de aus\u00eancia de comida, amea\u00e7ado no campo dos povos origin\u00e1rios, ent\u00e3o essas s\u00e3o preocupa\u00e7\u00f5es que a escola deve ter. <\/p>\n\n\n\n
Outra preocupa\u00e7\u00e3o \u00e9 a diversidade, temos uma sociedade que se mostra violenta com as minorias, racista e mis\u00f3gina. As mulheres sofrem muito nessa sociedade. A escola n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 para discutir f\u00f3rmulas qu\u00edmicas, biol\u00f3gicas, equa\u00e7\u00f5es matem\u00e1ticas, sintaxe da l\u00edngua. <\/p>\n\n\n\n
A escola \u00e9 para ajudar a usar o conhecimento cient\u00edfico na melhoria da qualidade de vida das pessoas, da minha e dos outros. <\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Ent\u00e3o se ela n\u00e3o faz isso, se insiste na concorr\u00eancia, em colocar aqueles que s\u00e3o bons e n\u00e3o s\u00e3o bons, os que s\u00e3o inteligentes e os que n\u00e3o s\u00e3o inteligentes, e ela tem insistido, ela ajuda a adoecer. \u00c9 o que digo no livro. <\/p>\n\n\n\n
O que dizer aos pais e m\u00e3es da gera\u00e7\u00e3o do quarto?<\/h2>\n\n\n\n
Os filhos e as filhas v\u00e3o precisar muito mesmo dos pais. Tem dois cen\u00e1rios, um \u00e9 ajudar meu filho a n\u00e3o entrar no quarto e o outro \u00e9 ajudar o filho que j\u00e1 est\u00e1 no quarto. No livro eu falo de cinco pilares: cuidado, autoconhecimento, conviv\u00eancia, dialogicidade e amorosidade. Trabalhar a fam\u00edlia e a escola a partir dessas sustenta\u00e7\u00f5es \u00e9 preventivo, mas pode servir tamb\u00e9m para situa\u00e7\u00f5es de pessoas que j\u00e1 est\u00e3o adoecidas, neste caso, associado ao acompanhamento de um profissional da sa\u00fade mental - psic\u00f3logo, psiquiatra, psicanalista, a depender do caso.<\/p>\n\n\n\n
O pilar do cuidado<\/strong> trata sobre a import\u00e2ncia do cuidado consigo e do cuidado com o outro, o que implica tratar das quest\u00f5es relacionadas a respeito, compreens\u00e3o, conviv\u00eancia, uso abusivo de \u00e1lcool, relacionamentos abusivos, bullying, ciberbullying, uso excessivo de redes sociais digitais, entre outros aspectos.

O pilar do autoconhecimento<\/strong> trata sobre a biografia, a hist\u00f3ria de cada pessoa, a fam\u00edlia. Proponho um trabalho sobre ancestralidade, que a pessoa conhe\u00e7a sua hist\u00f3ria de vida, conhe\u00e7a seu pai, sua m\u00e3e, sua opini\u00e3o, seus gostos. Isso tem a ver com quem eu sou, do ponto de vista \u00e9tico, e vai me dar uma seguran\u00e7a para enfrentar aquilo que querem que eu seja. Eu sou isso, mas querem que eu seja aquilo. N\u00e3o escondo minhas fragilidades, sou amado, o que d\u00e1 seguran\u00e7a. N\u00e3o vou dizer para minha crian\u00e7a que a vida \u00e9 f\u00e1cil, um mar de rosas, que ela nunca vai encontrar desafios, mas vou ajud\u00e1-la e fortalec\u00ea-la para que ela possa enfrent\u00e1-los.<\/p>\n\n\n\n
No pilar da conviv\u00eancia<\/strong>, h\u00e1 uma rela\u00e7\u00e3o entre aprender a ser e aprender a conviver. Trato de situa\u00e7\u00f5es cotidianas que evocam reflex\u00f5es \u00e9ticas, morais e espirituais, para as quais a compaix\u00e3o, a empatia e a resili\u00eancia s\u00e3o habilidades necess\u00e1rias e essenciais. O exerc\u00edcio da dialogicidade<\/strong> \u00e9 realizado quando as pessoas aprendem a falar o que pensam e sentem, mas entendem que o que pensam e sentem n\u00e3o \u00e9 a \u00faltima palavra sobre a verdade. O pilar da amorosidade<\/strong> \u00e9 tratado com reflex\u00f5es e a\u00e7\u00f5es. As reflex\u00f5es geram as a\u00e7\u00f5es, e as a\u00e7\u00f5es n\u00e3o s\u00e3o realizadas de modo mec\u00e2nico. <\/p>\n\n\n\n
Os pais podem aprender com os filhos?<\/h2>\n\n\n\n
O livro n\u00e3o tem que ser uma pedra para atirar nos pais e na escola, tem que ser um acalanto. Eu acho que a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 t\u00e3o potente que nos possibilita reaprender a viver, tenho grande esperan\u00e7a na gera\u00e7\u00e3o do quarto, a mesma gera\u00e7\u00e3o que \u00e9 violenta me ensina novos modos de amor, n\u00e3o vejo a gera\u00e7\u00e3o como fracassada, que n\u00e3o deu certo, acho um absurdo dizer que \u00e9 uma gera\u00e7\u00e3o parasita, \"nem-nem\". Obviamente ela traz todas as mazelas, n\u00e3o foi a gera\u00e7\u00e3o do quarto que inventou o abuso do \u00e1lcool, a viol\u00eancia, esses foram c\u00f3digos sempre usados, mas a gera\u00e7\u00e3o do quarto est\u00e1 nos dando outras alternativas, como maior preocupa\u00e7\u00e3o sobre consumo, meio ambiente, empoderamento das meninas, orienta\u00e7\u00e3o \u00e0 quest\u00e3o de g\u00eanero. Essa gera\u00e7\u00e3o tem muita coisa a nos mostrar, n\u00e3o precisamos ter medo, podemos aprender com elas. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"A gera\u00e7\u00e3o do quarto: um retrato chocante da juventude brasileira","post_excerpt":"Ap\u00f3s ouvir mais de 3 mil crian\u00e7as e adolescentes que vivem experi\u00eancias traum\u00e1ticas em seus quartos, o pesquisador Hugo Monteiro Ferreira faz um alerta aos pais e \u00e0s escolas sobre a necessidade de mudar a forma de se relacionar com os jovens","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"a-geracao-do-quarto-o-retrato-chocante-da-juventude-brasileira","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-30 11:00:28","post_modified_gmt":"2022-08-30 14:00:28","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64515","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64369,"post_author":"4","post_date":"2022-08-23 10:54:43","post_date_gmt":"2022-08-23 13:54:43","post_content":"\n
De acordo com o Artigo 227<\/a> da Constitui\u00e7\u00e3o de 1988, as crian\u00e7as<\/a> devem ser prioridade absoluta em todas as decis\u00f5es, programas e pol\u00edticas p\u00fablicas<\/a>. Isso se torna mais relevante em ano de elei\u00e7\u00f5es, em que poderemos escolher, de forma democr\u00e1tica<\/a>, representantes<\/a> aos cargos de presidente da Rep\u00fablica, senadores, governadores, deputados federais e estaduais. <\/p>\n\n\n\n
O voto no Brasil \u00e9 obrigat\u00f3rio para todos aqueles acima de 18 anos, sendo facultativo para jovens com 16 e 17 anos, pessoas com mais de 70 anos e analfabetos. Crian\u00e7as e adolescentes<\/a> menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar<\/a>, mas isso n\u00e3o quer dizer que n\u00e3o devam estar inclu\u00eddos nos planos dos diferentes representantes pol\u00edticos. Muito pelo contr\u00e1rio.<\/p>\n\n\n\n
Diversos estudos j\u00e1 comprovaram que investir na primeira inf\u00e2ncia<\/a> \u00e9 a melhor maneira de reduzir desigualdades e construir uma sociedade com condi\u00e7\u00f5es sociais e ambientais sustent\u00e1veis.<\/p>\n\n\n\n
Cabe a n\u00f3s, adultos, escolher nas elei\u00e7\u00f5es candidatos que contemplem as crian\u00e7as em projetos e iniciativas diversas. Abaixo, veja 5 motivos que tornam urgente a valoriza\u00e7\u00e3o de projetos para a inf\u00e2ncia e juventude nas campanhas \u00e0s elei\u00e7\u00f5es de 2022. A lista \u00e9 do portal Lunetas, espa\u00e7o dedicado \u00e0 reflex\u00e3o sobre a inf\u00e2ncia, que recentemente lan\u00e7ou o especial \"Inf\u00e2ncias em foco: Quem vota pelas crian\u00e7as?\"<\/a>, um hub de informa\u00e7\u00e3o sobre pol\u00edtica e as inf\u00e2ncias. <\/p>\n\n\n\n
5 temas que envolvem as crian\u00e7as e que t\u00eam de estar previstos nas propostas dos candidatos \u00e0s elei\u00e7\u00f5es:<\/h2>\n\n\n\n
Fome<\/h3>\n\n\n\n
De acordo com um levantamento realizado pela Funda\u00e7\u00e3o Abrinq, cerca de 18,8 milh\u00f5es de meninos e meninas de at\u00e9 14 anos passam fome no Brasil. Essa inseguran\u00e7a alimentar traz preju\u00edzos grav\u00edssimos \u00e0s crian\u00e7as, afetando seu crescimento e o desenvolvimento f\u00edsico e cognitivo necess\u00e1rios para que consigam crescer de maneira saud\u00e1vel.<\/p>\n\n\n\n
Analfabetismo<\/h3>\n\n\n\n
H\u00e1 50 anos, a educa\u00e7\u00e3o infantil n\u00e3o era uma realidade no Brasil, no entanto, pol\u00edticas p\u00fablicas mudaram essa realidade. Ainda assim, nos \u00faltimos dois anos, o n\u00famero de crian\u00e7as de 6 e 7 anos que n\u00e3o sabem ler e escrever cresceu em 1 milh\u00e3o. Pensando no futuro e nos pr\u00f3ximos passos do Brasil relacionados \u00e0 educa\u00e7\u00e3o p\u00fablica, \u00e9 necess\u00e1rio eleger candidatos que queiram enfrentar as desigualdades sociais e lutar para que todas as crian\u00e7as e adolescentes tenham acesso \u00e0 educa\u00e7\u00e3o de qualidade.<\/p>\n\n\n\n
Trabalho Infantil<\/h3>\n\n\n\n
Atualmente, cerca de 2 milh\u00f5es de crian\u00e7as e adolescentes est\u00e3o em situa\u00e7\u00e3o de trabalho infantil no Brasil. Desse total, 66% s\u00e3o crian\u00e7as pretas ou pardas e 71% est\u00e3o na \u00e1rea urbana, de acordo com um levantamento divulgado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domic\u00edlios (PNAD Cont\u00ednua).<\/p>\n\n\n\n
Viol\u00eancia e explora\u00e7\u00e3o sexual<\/h3>\n\n\n\n
Entre 2016 e 2020, 35 mil crian\u00e7as e adolescentes, de 0 a 19 anos, foram mortos de forma violenta no Brasil e 180 mil sofreram viol\u00eancia sexual, segundo o Panorama da Viol\u00eancia Sexual contra crian\u00e7as e Adolescentes no Brasil, lan\u00e7ado pela Unicef e pelo F\u00f3rum Brasileiro de Seguran\u00e7a P\u00fablica (FBSP). Por isso, \u00e9 necess\u00e1rio eleger pessoas que tenham coragem para combater esse cen\u00e1rio e falar de assuntos como igualdade de g\u00eanero, empoderamento de meninas, viol\u00eancia sexual e femin\u00edcio.<\/p>\n\n\n\n
Moradia<\/h3>\n\n\n\n
Mais de 5 milh\u00f5es de pessoas ainda residem em domic\u00edlios sem banheiros ou sanit\u00e1rios de uso exclusivo e 9,7 milh\u00f5es vivem em condi\u00e7\u00f5es de adensamento excessivo, com mais de tr\u00eas moradores para cada dormit\u00f3rio. Este \u00e9 um assunto que n\u00e3o deve ser ignorado, j\u00e1 que todas as crian\u00e7as precisam de acesso \u00e0 moradia para viver com dignidade e poder se desenvolver em outras \u00e1reas, como lazer, educa\u00e7\u00e3o e sa\u00fade.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]  <\/p>\n","post_title":"5 motivos para priorizar as crian\u00e7as nas elei\u00e7\u00f5es de 2022","post_excerpt":"Crian\u00e7as e adolescentes menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar, mas s\u00e3o parcela importante da popula\u00e7\u00e3o e t\u00eam de estar contemplados nos projetos dos diferentes atores governamentais","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"5-motivos-para-priorizar-as-criancas-nas-eleicoes-de-2022","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-25 18:52:13","post_modified_gmt":"2022-08-25 21:52:13","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64369","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64334,"post_author":"4","post_date":"2022-08-22 15:14:51","post_date_gmt":"2022-08-22 18:14:51","post_content":"\n
O n\u00famero de crian\u00e7as e adolescente<\/a>s conectados \u00e0 internet cresceu nos \u00faltimos anos. Segundo o estudo TIC Kids Online Brasil 2021<\/a>, rec\u00e9m-divulgado, 93% ou 22,3 milh\u00f5es das crian\u00e7as e dos adolescentes<\/a> no pa\u00eds acessaram a web<\/a> em 2021, sendo que em 2019 esse percentual era de 89%. O crescimento foi impulsionado principalmente pela maior propor\u00e7\u00e3o de usu\u00e1rios na regi\u00e3o Nordeste e nas \u00e1reas rurais. <\/p>\n\n\n\n
O uso de redes sociais <\/a>pelas crian\u00e7as tamb\u00e9m tem se elevado, sendo a plataforma Tik Tok<\/a> a mais utilizada (34%), seguida pelo Instagram (33%). No Facebook, houve queda no uso de 66% para 51% no per\u00edodo citado. J\u00e1 o WhatsApp segue como a plataforma em que crian\u00e7as e adolescentes mais possuem perfil (foi de 70% em 2018 para 80% em 2021), e \u00e9 a mais difundida entre todos os estratos sociais.<\/p>\n\n\n\n
A pesquisa, conduzida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informa\u00e7\u00e3o (Cetic.br) do N\u00facleo de Informa\u00e7\u00e3o e Coordena\u00e7\u00e3o do Ponto BR (NIC.br), entrevistou 2.651 crian\u00e7as e adolescentes com idades entre 9 e 17 anos, bem como seus pais ou respons\u00e1veis, em todo o territ\u00f3rio nacional. As entrevistas aconteceram entre outubro de 2021 e mar\u00e7o de 2022, com a finalidade de investigar oportunidades e riscos relacionados \u00e0 participa\u00e7\u00e3o online desse p\u00fablico. <\/p>\n\n\n\n
Segundo o levantamento, as crian\u00e7as tamb\u00e9m est\u00e3o passando mais tempo em jogos online - seja conectadas com outros jogadores (de 57% para 66%, entre 2021 e 2019) ou n\u00e3o conectadas a eles (de 55% para 64%) -, e fazendo mais compras no ambiente digital - cresceu de 9% para 19% no mesmo per\u00edodo. <\/p>\n\n\n\n
\"Plataformas de cria\u00e7\u00e3o e compartilhamento de conte\u00fado audiovisual est\u00e3o entre as mais utilizadas por crian\u00e7as e adolescentes. Nesse contexto, a qualidade da conex\u00e3o \u00e0 Internet e dos dispositivos digitais utilizados para o acesso \u00e0 rede passam a ser determinantes para o melhor aproveitamento de oportunidades online. \u00c9 central, portanto, garantir condi\u00e7\u00f5es equitativas de conectividade para crian\u00e7as e adolescentes em diferentes contextos socioecon\u00f4micos\", aponta Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br. <\/p>\n\n\n\n
A pesquisa TIC Kids Online <\/a>detectou, ainda, que o telefone celular segue como o principal meio de conex\u00e3o \u00e0 rede nos diferentes extratos sociais. Para 53%, o celular foi o \u00fanico dispositivo usado, realidade que se verificou mais presente nas classes DE (78%) e C (52%) do que nas classes AB (18%). <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Acesso a propagandas<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
Entre as atividades multim\u00eddia, as mais acessadas pelas crian\u00e7as s\u00e3o ouvir m\u00fasica (80%), assistir a v\u00eddeos, programas, filmes ou s\u00e9ries (84%), S\u00edtios de v\u00eddeos (67%) e redes sociais (61%) est\u00e3o entre as principais plataformas em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios de internet declaram ter visto propaganda de produtos ou marcas. Pessoas ensinando como usar algum produto (62%) e abrindo embalagens -- o chamado unboxing<\/em><\/strong> - (61%) foram os principais conte\u00fados de imagem ou v\u00eddeo em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios da rede tiveram contato com divulga\u00e7\u00e3o de produtos ou marcas. Entre as principais categorias de produtos ou marcas vistas no ambiente online<\/em> est\u00e3o: <\/p>\n\n\n\n
Equipamentos eletr\u00f4nicos (60%); <\/li>
Roupas e sapatos (60%); <\/li>
Comidas, bebidas ou doces (57%); <\/li>
Videogames ou jogos (46%); <\/li>
Maquiagem e outros produtos de beleza (46%).\u00a0<\/li><\/ul>\n\n\n\nBusca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e bem-estar<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa tamb\u00e9m constatou que 32% dos jovens entre 11 e 17 anos procuram ajuda para lidar com algo ruim que vivenciaram<\/strong>, ou para falar sobre suas emo\u00e7\u00f5es<\/strong> quando se sentiram tristes. <\/p>\n\n\n\n
Entre os temas mais procurados relacionados \u00e0 sa\u00fade est\u00e3o:<\/p>\n\n\n\n
Informa\u00e7\u00f5es sobre alimenta\u00e7\u00e3o (55%);
Preven\u00e7\u00e3o e tratamento de doen\u00e7as (38%);
Exerc\u00edcios e meios para ficar em forma (36%);
Informa\u00e7\u00f5es sobre medicamentos (22%);<\/li>
Discuss\u00f5es sobre sa\u00fade sexual e educa\u00e7\u00e3o sexual (21%).<\/li><\/ul>\n\n\n\n
\"A pesquisa busca levantar evid\u00eancias que contribuam para a promo\u00e7\u00e3o de direitos e do bem-estar de crian\u00e7as e adolescentes. Desse modo, para al\u00e9m das atividades presentes na s\u00e9rie hist\u00f3rica da pesquisa, o uso da rede na busca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e apoio emocional passou a ser um tema relevante de investiga\u00e7\u00e3o\", sinaliza Barbosa.<\/p>\n\n\n\n
\"Pesquisas como a TIC Kids Online Brasil s\u00e3o de extrema relev\u00e2ncia para entendermos o cen\u00e1rio atual e fortalecermos o letramento e inclus\u00e3o digital dos mais jovens, com mais seguran\u00e7a e qualidade, quest\u00f5es intr\u00ednsecas ao trabalho realizado pelo Comit\u00ea Gestor da Internet no Brasil\", pondera Jos\u00e9 Gontijo, coordenador do CGI.br.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"] <\/p>\n","post_title":"93% dos jovens entre 9 e 17 anos usam a internet no pa\u00eds, revela pesquisa","post_excerpt":"Pesquisa TIC Kids Online Brasil 2021 tamb\u00e9m mostrou que a TikTok \u00e9 a principal rede social utilizada por crian\u00e7as e adolescentes","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"93-dos-jovens-entre-9-e-17-anos-usam-a-internet-revela-pesquisa-tic-kids-online-2021","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-23 11:24:47","post_modified_gmt":"2022-08-23 14:24:47","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64334","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"}],"next":false,"prev":true,"total_page":12},"paged":1,"column_class":"jeg_col_2o3","class":"epic_block_3"};

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Crian\u00e7as de at\u00e9 3 anos, que est\u00e3o na fase de experimentar o mundo e costumam levar tudo \u00e0 boca, s\u00e3o mais propensas a sofrerem acidentes relacionados \u00e0 sufoca\u00e7\u00e3o. A sufoca\u00e7\u00e3o ocorre quando h\u00e1 a cobertura total ou parcial do nariz e\/ou da boca, resultando na dificuldade ou impossibilidade de respirar. Entre beb\u00eas menores de um ano de idade, o risco de sufoca\u00e7\u00e3o \u00e9 muito alto devido a sua falta de capacidade de escaparem por si mesmos de uma situa\u00e7\u00e3o de perigo. A introdu\u00e7\u00e3o alimentar merece precau\u00e7\u00e3o e uma das orienta\u00e7\u00f5es \u00e9 n\u00e3o oferecer alimentos redondos e duros, como uva, amendoim ou outras castanhas e cenoura crua, al\u00e9m de cortar os alimentos em peda\u00e7os bem pequenos. Tamb\u00e9m \u00e9 importante aprender as manobras de desengasgo<\/a> para saber como agir nesse momento.<\/p>\n\n\n\n
Outros acidentes<\/h2>\n\n\n\n
Apesar do aumento geral dos acidentes, os casos envolvendo afogamento diminu\u00edram<\/a> em 2021. Ainda assim, \u00e9 v\u00e1lido lembrar que os pequenos menores de 4 anos podem se afogar em recipientes com at\u00e9 2,5 cm de \u00e1gua. Por isso, al\u00e9m dos cuidados com as piscinas, como a prote\u00e7\u00e3o com cercas e port\u00e3o com cadeado ou trava de seguran\u00e7a, \u00e9 preciso aten\u00e7\u00e3o com banheiras, bacias e baldes, que devem ser guardados vazios e virados para baixo. E, claro, nunca deixe crian\u00e7as sozinhas dentro ou perto da \u00e1gua, nem por um segundo!<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"Como prevenir os\u00a05 acidentes\u00a0mais perigosos\u00a0com crian\u00e7as","post_excerpt":"Pesquisa da ONG Aldeias Infantis SOS mostrou que cresceu o n\u00famero de crian\u00e7as internadas por acidentes em 2021; veja as principais medidas para evit\u00e1-los","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"como-prevenir-os-5-acidentes-mais-perigosos-com-criancas","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-09-09 08:55:11","post_modified_gmt":"2022-09-09 11:55:11","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64723","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64666,"post_author":"4","post_date":"2022-08-30 17:24:27","post_date_gmt":"2022-08-30 20:24:27","post_content":"\n
O n\u00famero de crian\u00e7as e adolescentes que se internaram<\/a>, em 2021, devido a acidentes, aumentou em compara\u00e7\u00e3o com 2020. Foram 110.341 casos de interna\u00e7\u00f5es no ano passado, na faixa et\u00e1ria de 0 a 14 anos, segundo pesquisa da ONG Aldeias Infantis SOS e do Instituto Bem Cuidar. O n\u00famero revela um crescimento de 5,3% em rela\u00e7\u00e3o ao ano anterior. <\/p>\n\n\n\n
As quedas foram a principal causa das interna\u00e7\u00f5es<\/a>, sendo respons\u00e1veis por 44% das ocorr\u00eancias, seguidas pelas queimaduras, 19%, acidentes de tr\u00e2nsito, 10%, e intoxica\u00e7\u00f5es, 5%. Em m\u00e9dia, 302 crian\u00e7as foram hospitalizadas<\/a>, por dia, por conta de algum acidente em 2021, segundo o estudo feito com informa\u00e7\u00f5es do Datasus, do Minist\u00e9rio da Sa\u00fade.<\/p>\n\n\n\n
\u201cChama muito a aten\u00e7\u00e3o, por exemplo, que a maior causa de interna\u00e7\u00e3o seja a queda<\/a>, pois a gente sabe que h\u00e1 medidas para evitar isso. \u00c9 preciso colocar tela em janelas e sacadas<\/a>, evitar deixar m\u00f3veis pr\u00f3ximo a janelas, enfim, uma s\u00e9rie de dicas que s\u00e3o importantes para que pais e adultos estejam munidos dessas informa\u00e7\u00f5es para evitar os acidentes\u201d, afirmou Erika Tonelli, especialista em Entornos Seguros e Protetores da Aldeias Infantis SOS.\u00a0<\/p>\n\n\n\n
Erika lembra que, embora os acidentes fa\u00e7am parte da vida das crian\u00e7as enquanto est\u00e3o se desenvolvendo e experienciando o mundo, a maioria deles poderiam ser evitados. \u201cAt\u00e9 90% dos acidentes poderiam ser prevenidos com medidas simples. Os pais e familiares devem estar sempre atentos aos ambientes - n\u00e3o s\u00f3 aos dom\u00e9sticos, mas tamb\u00e9m espa\u00e7os comunit\u00e1rios, parques, escolas e todos os lugares que as crian\u00e7as frequentam -, para perceber quais riscos existem e se \u00e9 preciso tomar alguma medida ou ter um olhar mais cuidadoso para elas\u201d, ressalta a especialista.<\/p>\n\n\n\n
Apesar do aumento geral dos acidentes, constatou-se que em 2021 os casos envolvendo afogamento diminu\u00edram<\/a> em 2% e sufoca\u00e7\u00e3o em 6%, quando comparado ao ano anterior.  <\/p>\n\n\n\n
O estudo tamb\u00e9m ressalta que, apesar do aumento no volume de interna\u00e7\u00f5es, os n\u00fameros de 2021 s\u00e3o menores que no per\u00edodo anterior \u00e0 pandemia. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong> <\/p>\n\n\n\n\n\n
Tipos de acidentes por idade <\/h2>\n\n\n\n
Segundo o levantamento, a faixa et\u00e1ria de 5 a 9 anos de idade \u00e9 a mais atingida pelas quedas e a que mais sofreu hospitaliza\u00e7\u00f5es em 2021 - representando 35,1% dos internados por acidentes. As crian\u00e7as com idade de 10 a 14 anos tamb\u00e9m tiveram um n\u00famero alto de interna\u00e7\u00f5es (34,2%), sendo igualmente as quedas a causa mais comum. <\/p>\n\n\n\n
J\u00e1 na faixa et\u00e1ria de 1 a 4 anos, que representa 25,6% das intera\u00e7\u00f5es, intoxica\u00e7\u00e3o e queimaduras est\u00e3o entre os principais acidentes. Menores de 1 ano representaram 5,2% das interna\u00e7\u00f5es, motivadas por acidentes como sufoca\u00e7\u00e3o, mas tamb\u00e9m queimaduras, afogamento, intoxica\u00e7\u00e3o e quedas. <\/p>\n\n\n\n
Erika relata que dependendo da faixa et\u00e1ria, a preval\u00eancia dos acidentes vai sendo alterada. Os beb\u00eas de at\u00e9 1 ano t\u00eam um n\u00famero maior de casos de sufoca\u00e7\u00e3o, porque s\u00e3o crian\u00e7as que levam coisas \u00e0 boca. J\u00e1 a intoxica\u00e7\u00e3o tem um n\u00famero bastante alto entre 1 e 4 anos, depois vem a queda, com crian\u00e7as acima de 5 anos, que exploram mais o ambiente e est\u00e3o mais expostas ao mundo externo. \"Mas isso n\u00e3o quer dizer que a gente n\u00e3o deva estar atento \u00e0s demais causas de acidentes. Mesmo a queimadura pode ser comum nos beb\u00eas durante o banho, por exemplo\u201d, explica a porta-voz da Aldeias Infantis SOS. <\/p>\n\n\n\n
Principais causas de acidentes com crian\u00e7as (0 a 14 anos)*<\/h2>\n\n\n\n
Quedas - 44%<\/li>
Queimaduras 19%<\/li>
Tr\u00e2nsito - 10%<\/li>
Intoxica\u00e7\u00f5es - 5% <\/li><\/ul>\n\n\n\n
Acidentes mais comuns por faixa et\u00e1ria<\/h2>\n\n\n\n
0 a 1 ano - Sufoca\u00e7\u00e3o<\/li>
1 a 4 anos - Intoxica\u00e7\u00e3o<\/li>
5 a 9 anos - Quedas<\/li>
10 a 14 anos - Quedas<\/li><\/ul>\n\n\n\n
*N\u00fameros consolidados pela ONG Aldeias Infantis SOS, a partir da base de dados Datasus, do Minist\u00e9rio da Sa\u00fade.<\/em><\/p>\n\n\n\n
Quedas e queimaduras<\/h2>\n\n\n\n
Os registros de quedas no Datasus incluem tanto acidentes ocorridos em casa, quanto em ambientes externos, como playgrounds e parques. Segundo Erika, n\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel afirmar qual tipo de queda \u00e9 a mais comum, mas ela avalia que tanto o maior tempo dentro de casa, durante a pandemia, quanto o incentivo \u00e0s atividades ao ar livre, ap\u00f3s o per\u00edodo de isolamento social, podem ter contribu\u00eddo para esse tipo de acidente.<\/p>\n\n\n\n
J\u00e1 em rela\u00e7\u00e3o \u00e0s queimaduras, ela diz que percebeu um leve aumento de casos, principalmente, devido ao uso recorrente de \u00e1lcool e \u00e1lcool em gel, como forma de prote\u00e7\u00e3o contra a Covid, e possivelmente tamb\u00e9m pelo uso maior de formas alternativas de combust\u00edvel na cozinha, como carv\u00e3o, \u00f3leo e querosene, devido \u00e0 piora da condi\u00e7\u00e3o econ\u00f4mica de grande parte das fam\u00edlias brasileiras. <\/p>\n\n\n\n
\u201cMesmo alimentos quentes em cima da mesa, a crian\u00e7a pode puxar e eles virarem em cima dela. \u00c9 importante tamb\u00e9m evitar tomar bebidas quentes com o filho no colo e estar atento ao risco de choque el\u00e9trico com ferro de passar roupa, com o uso do celular enquanto carrega e com instala\u00e7\u00f5es el\u00e9tricas da casa\u201d, destaca Erika.  <\/p>\n\n\n\n
Para a especialista, a precariza\u00e7\u00e3o das condi\u00e7\u00f5es de trabalhos e a exaust\u00e3o de alguns cuidadores tamb\u00e9m podem ser fatores que interferiram nos cuidados com as crian\u00e7as. Al\u00e9m disso, existe o fato de muitas delas ficarem sozinhas em casa, sem a supervis\u00e3o de um adulto, o que contribui ainda mais para o aumento de acidentes. <\/p>\n\n\n\n
Dados mostram que 1 a cada 4 crian\u00e7as acidentadas fica com sequelas permanentes durante toda a vida.<\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
\u201cQuando falamos de interna\u00e7\u00f5es, n\u00e3o \u00e9 algo simples como ralar o joelho ou cair da bicicleta, s\u00e3o causas graves e isso gera um custo tanto para o sistema de sa\u00fade quanto para a fam\u00edlia, al\u00e9m, claro, do impacto psicol\u00f3gico e emocional na crian\u00e7a\u201d, pontua Erika.<\/p>\n\n\n\n
Principais causas de mortes de crian\u00e7as por acidentes em 2020<\/h2>\n\n\n\n
Em rela\u00e7\u00e3o ao n\u00famero de mortes de crian\u00e7as por acidentes, Erika explicou que os dados mais recentes fornecidos pelo Datasus s\u00e3o de 2020, quando 3.117 crian\u00e7as de at\u00e9 14 anos de idade perderam a vida. Apesar de o tr\u00e2nsito continuar sendo a principal causa das fatalidades com 30% do total, os afogamentos e casos de sufoca\u00e7\u00e3o tamb\u00e9m registraram marcas preocupantes, com 27% e 22%, respectivamente. <\/p>\n\n\n\n
Mortes de crian\u00e7as por acidentes - 2020 <\/h3>\n\n\n\n
Tr\u00e2nsito - 30%<\/li>
Afogamentos - 27%<\/li>
Sufoca\u00e7\u00e3o - 22%<\/li><\/ul>\n\n\n\n
Apesar disso, se comparado com 2019, o n\u00famero de \u00f3bitos recuou 2%, sendo a maior redu\u00e7\u00e3o em sufoca\u00e7\u00e3o, com queda de 14%. Por outro lado, fatalidades envolvendo intoxica\u00e7\u00f5es e quedas seguiram o caminho inverso e aumentaram respectivamente 23% e 12% cada uma. Sob a \u00f3tica da faixa et\u00e1ria, crian\u00e7as de 1 a 4 anos concentram a maior taxa de mortalidade por acidentes no Brasil (32%).<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"Aumentam as interna\u00e7\u00f5es de crian\u00e7as por acidentes","post_excerpt":"Mais de 110 mil crian\u00e7as foram internadas em 2021, segundo pesquisa da ONG Aldeias Infantis SOS, devido a quedas, queimaduras e acidentes de tr\u00e2nsito, entre outras causas","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"aumentam-as-internacoes-de-criancas-por-acidentes","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-09-05 10:23:46","post_modified_gmt":"2022-09-05 13:23:46","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64666","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64515,"post_author":"4","post_date":"2022-08-25 23:30:00","post_date_gmt":"2022-08-26 02:30:00","post_content":"\n
\u201cDe boa, passo muito tempo da minha vida no quarto. T\u00e1 ligado? \u00c9 um canto s\u00f3 meu. No quarto, j\u00e1 fiz tudo. Tamb\u00e9m j\u00e1 pensei em fazer besteira.\u201d  <\/em><\/p>\n\n\n\n
\"Fico mais tempo do que no resto da casa. S\u00f3 saio pra comer, saca? Tem dia que nem pra comer. Ningu\u00e9m me pergunta nada. S\u00f3 ficaram mais preocupados, minha m\u00e3e e meu pai, quando a professora falou que me cortei.\"<\/em><\/p>\n\n\n\n
Relatos como esses fazem parte dos depoimentos que o pesquisador Hugo Monteiro Ferreira colheu para um estudo sobre o cotidiano de crian\u00e7as e adolescentes brasileiros<\/a> marcados pelo adoecimento emocional e mental<\/a>. <\/p>\n\n\n\n
S\u00e3o jovens na faixa et\u00e1ria de 11 a 18 anos de idade, que passam cerca de seis horas por dia dentro de seus quartos, geralmente conectados \u00e0s redes sociais<\/a>, e com s\u00e9rios problemas de conviv\u00eancia entre os seus pares<\/a> e tamb\u00e9m com os adultos com os quais convivem.\u00a0De modo geral, s\u00e3o pessoas que pertencem a uma classe social mais favorecida.<\/p>\n\n\n\n
Hugo os definiu como \u201ca gera\u00e7\u00e3o do quarto\u201d. V\u00edtimas de bullying, cyberbullying e outras viol\u00eancias<\/a>, geralmente na escola, eles vivenciam nesse c\u00f4modo da casa diversas formas de sofrimento - de transtornos alimentares a ansiedade, depress\u00e3o e at\u00e9 mesmo suic\u00eddio<\/a>. <\/p>\n\n\n\n
\u201cA gera\u00e7\u00e3o do quarto adverte-nos que as fam\u00edlias e as escolas precisam \"escutar\" meninos e meninas e rever posturas e procedimentos, bem como formas de educar e jeitos de orientar\u201d, afirma Hugo, no livro \u201cA gera\u00e7\u00e3o do quarto - quando as crian\u00e7as nos ensinam a amar\u201d. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
A obra \u00e9 fruto de uma pesquisa que ouviu 3.115 crian\u00e7as e adolescentes, de escolas p\u00fablicas e, principalmente, privadas, de cinco capitais do pa\u00eds. \u00c9 um grupo que retrata nitidamente os jovens da sociedade contempor\u00e2nea. \"Tenho retornos de professores e professoras que me diziam: \"olha isso que voc\u00ea disse acontece exatamente assim na minha escola\", afirmou Hugo. <\/p>\n\n\n\n
Segundo ele, a fragilidade dessa gera\u00e7\u00e3o revela a fragilidade dos pais e das m\u00e3es. \u201cN\u00e3o s\u00e3o s\u00f3 as crian\u00e7as e os adolescentes que est\u00e3o no quarto \u2014 os adultos tamb\u00e9m est\u00e3o. O quarto \u00e9 a met\u00e1fora da fam\u00edlia que n\u00e3o dialoga, mas grita; da escola que n\u00e3o acolhe, mas exige o desempenho das notas\u201d, afirma Humberto da Silva Miranda, doutor em Hist\u00f3ria das Inf\u00e2ncias, no pref\u00e1cio do livro. <\/p>\n\n\n\n
$\"\"$
Hugo Monteiro Ferreira<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n
A seguir, leia a entrevista que o autor concedeu \u00e0 Canguru News<\/strong>. Hugo \u00e9 professor do departamento de Educa\u00e7\u00e3o e do Programa de P\u00f3s-Gradua\u00e7\u00e3o em Educa\u00e7\u00e3o, Culturas e Identidades, ambos da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Na mesma institui\u00e7\u00e3o, ele coordena o N\u00facleo do Cuidado Humano e o Grupo de Estudos da Transdisciplinaridade, da Inf\u00e2ncia e da Juventude (GETIJ).<\/p>\n\n\n\n
Qual o perfil da gera\u00e7\u00e3o do quarto?<\/h2>\n\n\n\n
S\u00e3o crian\u00e7as e adolescentes, entre 11 e 16 anos, que passam mais de 6 horas por dia dentro do quarto, usando excessivamente as redes sociais digitais, e j\u00e1 sofreram algum tipo de viol\u00eancia, como bullying e cyberbullying, geralmente ocorrida na escola. Eles t\u00eam sintomatologias de psicopatologias as mais diversas, com predomin\u00e2ncia para depress\u00e3o, transtornos obsessivos compulsivos, transtornos alimentares, com predomin\u00e2ncia de anorexia e bulimia, transtorno de ansiedade, uso abusivo de \u00e1lcool, de maconha ou drogas qu\u00edmicas e dist\u00farbios de sono. E no campo da autodestrui\u00e7\u00e3o, praticam a autoles\u00e3o, sem inten\u00e7\u00e3o suicida, e alguns t\u00eam idea\u00e7\u00e3o suicida e tentaram suic\u00eddio mais de uma vez, esse \u00e9 o perfil da gera\u00e7\u00e3o do quarto.<\/p>\n\n\n\n
Como foi feita a pesquisa?<\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa foi feita entre 2017 e 2019, com alunos de escolas p\u00fablicas e privadas de cinco capitais brasileiras \u2014 Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Macei\u00f3 e Natal. Inicialmente, foi aplicado um question\u00e1rio online para 3.115 crian\u00e7as e adolescentes, e a partir das respostas foi feito um recorte com 238 jovens, dos quais a grande maioria, 70%, s\u00e3o de escolas privadas, e fazem parte da classe m\u00e9dia e classe m\u00e9dia alta. Os resultados mostraram que 75% dos 3.115 alunos est\u00e3o com a sa\u00fade mental abalada, embora nem todos apresentem sintomatologia psicopatol\u00f3gica. N\u00e3o publiquei nenhum artigo sobre o estudo porque desde o in\u00edcio tive a inten\u00e7\u00e3o de fazer um livro, que ficou pronto em 2020. De l\u00e1 para c\u00e1, a obra passou por revis\u00f5es, sendo publicada agora, em 2022. Ressalto que a gera\u00e7\u00e3o do quarto n\u00e3o foi criada na pandemia, mas sofreu na pandemia duas vezes mais pela situa\u00e7\u00e3o de vulnerabilidade em que se encontrava. <\/p>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 um retrato da juventude brasileira? <\/h2>\n\n\n\n
Eu fiz um recorte, mas todas as pessoas que mantiveram contato comigo e n\u00e3o estiveram no recorte da pesquisa se identificaram com ela. Tenho retornos de professores e professoras que me diziam: \"olha isso que voc\u00ea disse acontece exatamente assim na minha escola\". As pessoas se identificam porque tem uma verossimilhan\u00e7a. Muitas dizem: \"ah, tenho um filho, uma filha, que tamb\u00e9m est\u00e1 no quarto\". Se voc\u00ea for em qualquer escola, infelizmente ir\u00e1 encontrar algo semelhante.<\/p>\n\n\n\n
Como entender os problemas que essa gera\u00e7\u00e3o enfrenta, quais s\u00e3o suas origens?<\/h2>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 forjada, criada dentro de casa, \u00e9 a fam\u00edlia quem cria essa gera\u00e7\u00e3o, n\u00e3o \u00e9 a escola, a escola ajuda a manter, a fazer a manuten\u00e7\u00e3o do sofrimento, mas a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 produto de uma fam\u00edlia no quarto tamb\u00e9m, uma fam\u00edlia isolada, adoecida, de pouco di\u00e1logo, violenta. A viol\u00eancia num sentido amplo, n\u00e3o s\u00f3 f\u00edsica, psicol\u00f3gica, mas uma viol\u00eancia simb\u00f3lica, h\u00e1 muito movimento de viol\u00eancia dentro dessas casas. A viol\u00eancia simb\u00f3lica se expressa nas nuances, na organiza\u00e7\u00e3o, no establishment<\/em>, c\u00f3digos de comportamentos. Por exemplo, entrevistei meninos de 15, 16 anos, que eram gays, e na casa havia uma esp\u00e9cie de heteronormatividade, n\u00e3o era dito isso, mas havia a heteronormatividade como conduta, regra. \u00c9 isso que temos visto dentro dessas fam\u00edlias, s\u00e3o fam\u00edlias um tanto quanto provocativas e provocadoras dessa viol\u00eancia simb\u00f3lica. <\/p>\n\n\n\n
\u00c9 uma situa\u00e7\u00e3o muito preocupante, n\u00e3o? <\/h2>\n\n\n\n
A experi\u00eancia do quarto \u00e9 terr\u00edvel, porque n\u00e3o \u00e9 uma esp\u00e9cie de ref\u00fagio para aquietar mente, \u00e9 uma experi\u00eancia de ansiedade da mente, uma mente com probabilidades das mais diversas. <\/p>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 violentada, ela tamb\u00e9m vai violentar. \u00c9 importante observar isso. <\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Eu me preocupo muito porque parece que a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 meio que uma matriz de pequenos e pequenas curingas, do personagem do Batman. N\u00f3s estamos formando gera\u00e7\u00f5es violentas, e essa viol\u00eancia pode ser contra si, os \u00edndices de suic\u00eddio na adolesc\u00eancia n\u00e3o s\u00e3o m\u00ednimos. No Brasil, infelizmente, desde 2016, que eles aumentam, mas n\u00f3s tamb\u00e9m temos criado pessoas, em pa\u00edses como os Estados Unidos, que quando t\u00eam acesso a armas, criam e organizam massacres como esses que vimos nas escolas americanas. O perfil e a biografia desses adolescentes se assemelha \u00e0 gera\u00e7\u00e3o do quarto. \u00c9 preocupante, porque n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 o adoecimento ps\u00edquico, mas \u00e9 a produ\u00e7\u00e3o de uma comunidade psiquicamente adoecida, que tem na viol\u00eancia a gram\u00e1tica da sua sintaxe comunicacional, ou seja, a socializa\u00e7\u00e3o \u00e9 violenta.<\/p>\n\n\n\n
Muitas vezes, \u00e9 poss\u00edvel que voc\u00ea tenha pessoas que acham que s\u00e3o excelentes m\u00e3es e pais, mas que imprimem uma norma, uma conduta, um modelo que impede que o outro seja o que pode ser. Vi muito isso, adolescentes dizendo \u201ceu n\u00e3o consigo, para minha m\u00e3e nem para o meu pai, ser o que realmente sou, o que realmente gosto, tenho que mentir, me fazer ser o que n\u00e3o sou, criar um perfil falso\u201d. A viol\u00eancia simb\u00f3lica est\u00e1 muito nesse campo, no religioso, al\u00e9m da viol\u00eancia f\u00edsica e psicol\u00f3gica.<\/p>\n\n\n\n
<\/p>\n\n\n\n
H\u00e1 caracter\u00edsticas em comum entre os pais dessa gera\u00e7\u00e3o?<\/h2>\n\n\n\n
S\u00e3o pessoas que aprenderam com os modelos anteriores como devem proceder, como educar e como deve ser a rela\u00e7\u00e3o entre pais e filhos, e eles terminam agindo em nome desse bem-estar. Eles querem o bem dos filhos, n\u00e3o desejam o mal, mas \u00e9 um bem meio que projetado, n\u00e3o \u00e9 um bem presente, \u00e9 o bem do amanh\u00e3. Eu quero que meu filho esteja bem, mas para isso ele precisa seguir uma regra, uma norma, uma conduta, um padr\u00e3o, uma organiza\u00e7\u00e3o. Se ele n\u00e3o segue, eu n\u00e3o consigo ser m\u00e3e, pai dele, n\u00e3o consigo estabelecer uma rela\u00e7\u00e3o afetiva, de di\u00e1logo, e come\u00e7o a entrar em conflito.<\/p>\n\n\n\n
S\u00e3o pais que rejeitam os filhos? <\/h2>\n\n\n\n
Essa gera\u00e7\u00e3o mostra que os pais, se n\u00e3o h\u00e1 um modelo estabelecido, eles n\u00e3o se disp\u00f5em a aprender com o que eles veem na realidade, \u00e9 quase que um filho abstrato. Quando o filho real come\u00e7a a emergir e mostrar suas caracter\u00edsticas, os pais come\u00e7am a estranhar aquilo e n\u00e3o entram em processo de di\u00e1logo, se afastam. \u00c9 esse afastamento, esse vazio, que cria a gera\u00e7\u00e3o do quarto. Por isso afirmo que \u00e9 na matriz familiar que a gera\u00e7\u00e3o \u00e9 gerada, quer dizer, os pais n\u00e3o conseguem observar, de modo geral, a emerg\u00eancia dos humanos que eles mesmos criaram. Eles t\u00eam o humano projetado, \u00e9 quase um molde de um humano. Quando vem uma orienta\u00e7\u00e3o sexual ou um g\u00eanero que n\u00e3o \u00e9 norma, causa um impacto. <\/p>\n\n\n\n
Claro que \u00e9 menos impactante quando o filho diz que n\u00e3o quer ser m\u00e9dico, mas sim ator, pode haver resist\u00eancia mas n\u00e3o t\u00e3o intensa como quando voc\u00ea diz que \u00e9 gay, isso causa um embara\u00e7o. Mas n\u00e3o gosto de condenar os pais e as m\u00e3es, porque acho que eles est\u00e3o envolvidos nesse processo, eles querem acertar, ao menos, os que t\u00eam paternagem e maternagem, que chamo de esp\u00edrito de pai e m\u00e3e. Os que n\u00e3o t\u00eam, esses simplesmente geram os filhos, est\u00e3o ali numa esp\u00e9cie de playground de criar filhos. Mas os que t\u00eam paternagem, eles v\u00e3o tentando encontrar e conseguem, ent\u00e3o nesse caso, essa fissura, esse vazio que se abriu \u00e9 reduzido e a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 compreendida. <\/p>\n\n\n\n
Os pais sabem que t\u00eam um problema em casa?<\/h2>\n\n\n\n
Eles n\u00e3o t\u00eam conhecimento, porque a gera\u00e7\u00e3o do quarto cognitivamente n\u00e3o tem problema com boletim escolar. Essa gera\u00e7\u00e3o chega na universidade. Essa causa-consequ\u00eancia que a gente confabulou e afirmou tantas vezes que, por exemplo, vai ter problemas na escola, no rendimento escolar, n\u00e3o \u00e9 um sinal, a gera\u00e7\u00e3o do quarto tem um boletim escolar azul,<\/strong> e os pais n\u00e3o percebem. Eles acham que faz parte da vida estar no quarto.<\/strong> Muitos me dizem isso, \u201cah mas meu filho est\u00e1 no quarto j\u00e1 h\u00e1 tanto tempo que nem me dava conta\u201d. Eles come\u00e7am a se dar conta quando a crian\u00e7a ou o adolescente come\u00e7a a se cortar, quando come\u00e7am a gritar em sil\u00eancio, a\u00ed os pais alertam, mas at\u00e9 ent\u00e3o, n\u00e3o. Chamam para jantar, quando conseguem, lembrando que pais contempor\u00e2neos vivem muito fora de casa, trabalham muito, com finalidade de dar um futuro para os filhos.  <\/p>\n\n\n\n
Ou seja, o esfor\u00e7o dos pais para garantir uma boa estrutura familiar acaba por distanci\u00e1-los dos filhos?<\/h2>\n\n\n\n
\u00c9 a alternativa que se deu para a fam\u00edlia. Num pa\u00eds de mais de 210 milh\u00f5es de pessoas, n\u00e3o \u00e9 todo mundo que para e reflete sobre o que \u00e9 ser uma fam\u00edlia. Para os que est\u00e3o abaixo da linha da mis\u00e9ria tem que pensar muito como se recupera. H\u00e1 uma quest\u00e3o importante: o fen\u00f4meno da gera\u00e7\u00e3o do quarto se d\u00e1 em todas as classes sociais, mas as estrat\u00e9gias trabalhadas mudam. Tem muitas pessoas que usam a gravidez, por exemplo, como forma de sair de uma situa\u00e7\u00e3o socioecon\u00f4mica. Engravidar pode ser uma esp\u00e9cie de promo\u00e7\u00e3o social, ou seja, o problema \u00e9 o mesmo, a dor ps\u00edquica \u00e9 a mesma, mas a maneira de lidar com ela \u00e9 diferente. <\/p>\n\n\n\n
Os jovens n\u00e3o se abrem com os pais, mas n\u00e3o se opuseram a falar com voc\u00ea?<\/h2>\n\n\n\n
Talvez o que favorece para um pesquisador como eu \u00e9 me dispor a escutar sem condenar, sem julgamento. Eu escuto para acolher e esse talvez seja um potencial que a gente possa ensinar aos pais e \u00e0s m\u00e3es, para que o filho diga o que pensa, o que acha, o que gosta e n\u00e3o gosta, se sinta confort\u00e1vel em ser diferente dos pais. Acho que as fam\u00edlias escutam julgando, comparando e sentenciando demais. As crian\u00e7as, ao contr\u00e1rio do que as pessoas pensam, s\u00e3o muito sens\u00edveis, muito cr\u00edticas, elas conseguem responder perguntas, falar sobre sentimentos com quem elas se sentem confort\u00e1veis. Al\u00e9m disso, uma das t\u00e9cnicas que utilizei, o question\u00e1rio online, me trouxe muitas respostas, porque tinha perguntas abertas. Alguns dos depoimentos que apresento no livro eu n\u00e3o ouvi, eu li. Quando n\u00e3o tenho que dizer meu nome, quem eu sou, de onde sou, qual minha idade, me sinto mais livre para falar, pedir ajuda. Foram esses depoimentos que me causaram impacto e me fizeram depois entrevistar o grupo menor por meio de rodas de conversa. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Qual o papel da escola nesse contexto?<\/h2>\n\n\n\n
Eu sou um profissional e defensor da escola, a escola para mim \u00e9 uma grande inven\u00e7\u00e3o social, cumpre papel de forma\u00e7\u00e3o, de complementaridade, sobretudo no campo do que chamamos de conhecimento cient\u00edfico. Ela tamb\u00e9m tem um papel social, porque trabalha com pessoas, organiza\u00e7\u00f5es, institui\u00e7\u00f5es, mas ela precisa ser revisitada e reformulada nos seus objetivos matriciais. A escola n\u00e3o pode querer exclusivamente formar do ponto vista cognitivo. Isso \u00e9 um equ\u00edvoco que se manifesta sobretudo nessas escolas, que insistem num modelo de concorr\u00eancia, competi\u00e7\u00e3o, ranqueamento, na nota como resposta \u00e0 aprendizagem. S\u00e3o escolas desconectadas com grandes problemas contempor\u00e2neos, como a sobreviv\u00eancia do Planeta Terra. Temos um planeta amea\u00e7ado de desertifica\u00e7\u00e3o, de aus\u00eancia de comida, amea\u00e7ado no campo dos povos origin\u00e1rios, ent\u00e3o essas s\u00e3o preocupa\u00e7\u00f5es que a escola deve ter. <\/p>\n\n\n\n
Outra preocupa\u00e7\u00e3o \u00e9 a diversidade, temos uma sociedade que se mostra violenta com as minorias, racista e mis\u00f3gina. As mulheres sofrem muito nessa sociedade. A escola n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 para discutir f\u00f3rmulas qu\u00edmicas, biol\u00f3gicas, equa\u00e7\u00f5es matem\u00e1ticas, sintaxe da l\u00edngua. <\/p>\n\n\n\n
A escola \u00e9 para ajudar a usar o conhecimento cient\u00edfico na melhoria da qualidade de vida das pessoas, da minha e dos outros. <\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Ent\u00e3o se ela n\u00e3o faz isso, se insiste na concorr\u00eancia, em colocar aqueles que s\u00e3o bons e n\u00e3o s\u00e3o bons, os que s\u00e3o inteligentes e os que n\u00e3o s\u00e3o inteligentes, e ela tem insistido, ela ajuda a adoecer. \u00c9 o que digo no livro. <\/p>\n\n\n\n
O que dizer aos pais e m\u00e3es da gera\u00e7\u00e3o do quarto?<\/h2>\n\n\n\n
Os filhos e as filhas v\u00e3o precisar muito mesmo dos pais. Tem dois cen\u00e1rios, um \u00e9 ajudar meu filho a n\u00e3o entrar no quarto e o outro \u00e9 ajudar o filho que j\u00e1 est\u00e1 no quarto. No livro eu falo de cinco pilares: cuidado, autoconhecimento, conviv\u00eancia, dialogicidade e amorosidade. Trabalhar a fam\u00edlia e a escola a partir dessas sustenta\u00e7\u00f5es \u00e9 preventivo, mas pode servir tamb\u00e9m para situa\u00e7\u00f5es de pessoas que j\u00e1 est\u00e3o adoecidas, neste caso, associado ao acompanhamento de um profissional da sa\u00fade mental - psic\u00f3logo, psiquiatra, psicanalista, a depender do caso.<\/p>\n\n\n\n
O pilar do cuidado<\/strong> trata sobre a import\u00e2ncia do cuidado consigo e do cuidado com o outro, o que implica tratar das quest\u00f5es relacionadas a respeito, compreens\u00e3o, conviv\u00eancia, uso abusivo de \u00e1lcool, relacionamentos abusivos, bullying, ciberbullying, uso excessivo de redes sociais digitais, entre outros aspectos.

O pilar do autoconhecimento<\/strong> trata sobre a biografia, a hist\u00f3ria de cada pessoa, a fam\u00edlia. Proponho um trabalho sobre ancestralidade, que a pessoa conhe\u00e7a sua hist\u00f3ria de vida, conhe\u00e7a seu pai, sua m\u00e3e, sua opini\u00e3o, seus gostos. Isso tem a ver com quem eu sou, do ponto de vista \u00e9tico, e vai me dar uma seguran\u00e7a para enfrentar aquilo que querem que eu seja. Eu sou isso, mas querem que eu seja aquilo. N\u00e3o escondo minhas fragilidades, sou amado, o que d\u00e1 seguran\u00e7a. N\u00e3o vou dizer para minha crian\u00e7a que a vida \u00e9 f\u00e1cil, um mar de rosas, que ela nunca vai encontrar desafios, mas vou ajud\u00e1-la e fortalec\u00ea-la para que ela possa enfrent\u00e1-los.<\/p>\n\n\n\n
No pilar da conviv\u00eancia<\/strong>, h\u00e1 uma rela\u00e7\u00e3o entre aprender a ser e aprender a conviver. Trato de situa\u00e7\u00f5es cotidianas que evocam reflex\u00f5es \u00e9ticas, morais e espirituais, para as quais a compaix\u00e3o, a empatia e a resili\u00eancia s\u00e3o habilidades necess\u00e1rias e essenciais. O exerc\u00edcio da dialogicidade<\/strong> \u00e9 realizado quando as pessoas aprendem a falar o que pensam e sentem, mas entendem que o que pensam e sentem n\u00e3o \u00e9 a \u00faltima palavra sobre a verdade. O pilar da amorosidade<\/strong> \u00e9 tratado com reflex\u00f5es e a\u00e7\u00f5es. As reflex\u00f5es geram as a\u00e7\u00f5es, e as a\u00e7\u00f5es n\u00e3o s\u00e3o realizadas de modo mec\u00e2nico. <\/p>\n\n\n\n
Os pais podem aprender com os filhos?<\/h2>\n\n\n\n
O livro n\u00e3o tem que ser uma pedra para atirar nos pais e na escola, tem que ser um acalanto. Eu acho que a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 t\u00e3o potente que nos possibilita reaprender a viver, tenho grande esperan\u00e7a na gera\u00e7\u00e3o do quarto, a mesma gera\u00e7\u00e3o que \u00e9 violenta me ensina novos modos de amor, n\u00e3o vejo a gera\u00e7\u00e3o como fracassada, que n\u00e3o deu certo, acho um absurdo dizer que \u00e9 uma gera\u00e7\u00e3o parasita, \"nem-nem\". Obviamente ela traz todas as mazelas, n\u00e3o foi a gera\u00e7\u00e3o do quarto que inventou o abuso do \u00e1lcool, a viol\u00eancia, esses foram c\u00f3digos sempre usados, mas a gera\u00e7\u00e3o do quarto est\u00e1 nos dando outras alternativas, como maior preocupa\u00e7\u00e3o sobre consumo, meio ambiente, empoderamento das meninas, orienta\u00e7\u00e3o \u00e0 quest\u00e3o de g\u00eanero. Essa gera\u00e7\u00e3o tem muita coisa a nos mostrar, n\u00e3o precisamos ter medo, podemos aprender com elas. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"A gera\u00e7\u00e3o do quarto: um retrato chocante da juventude brasileira","post_excerpt":"Ap\u00f3s ouvir mais de 3 mil crian\u00e7as e adolescentes que vivem experi\u00eancias traum\u00e1ticas em seus quartos, o pesquisador Hugo Monteiro Ferreira faz um alerta aos pais e \u00e0s escolas sobre a necessidade de mudar a forma de se relacionar com os jovens","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"a-geracao-do-quarto-o-retrato-chocante-da-juventude-brasileira","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-30 11:00:28","post_modified_gmt":"2022-08-30 14:00:28","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64515","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64369,"post_author":"4","post_date":"2022-08-23 10:54:43","post_date_gmt":"2022-08-23 13:54:43","post_content":"\n
De acordo com o Artigo 227<\/a> da Constitui\u00e7\u00e3o de 1988, as crian\u00e7as<\/a> devem ser prioridade absoluta em todas as decis\u00f5es, programas e pol\u00edticas p\u00fablicas<\/a>. Isso se torna mais relevante em ano de elei\u00e7\u00f5es, em que poderemos escolher, de forma democr\u00e1tica<\/a>, representantes<\/a> aos cargos de presidente da Rep\u00fablica, senadores, governadores, deputados federais e estaduais. <\/p>\n\n\n\n
O voto no Brasil \u00e9 obrigat\u00f3rio para todos aqueles acima de 18 anos, sendo facultativo para jovens com 16 e 17 anos, pessoas com mais de 70 anos e analfabetos. Crian\u00e7as e adolescentes<\/a> menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar<\/a>, mas isso n\u00e3o quer dizer que n\u00e3o devam estar inclu\u00eddos nos planos dos diferentes representantes pol\u00edticos. Muito pelo contr\u00e1rio.<\/p>\n\n\n\n
Diversos estudos j\u00e1 comprovaram que investir na primeira inf\u00e2ncia<\/a> \u00e9 a melhor maneira de reduzir desigualdades e construir uma sociedade com condi\u00e7\u00f5es sociais e ambientais sustent\u00e1veis.<\/p>\n\n\n\n
Cabe a n\u00f3s, adultos, escolher nas elei\u00e7\u00f5es candidatos que contemplem as crian\u00e7as em projetos e iniciativas diversas. Abaixo, veja 5 motivos que tornam urgente a valoriza\u00e7\u00e3o de projetos para a inf\u00e2ncia e juventude nas campanhas \u00e0s elei\u00e7\u00f5es de 2022. A lista \u00e9 do portal Lunetas, espa\u00e7o dedicado \u00e0 reflex\u00e3o sobre a inf\u00e2ncia, que recentemente lan\u00e7ou o especial \"Inf\u00e2ncias em foco: Quem vota pelas crian\u00e7as?\"<\/a>, um hub de informa\u00e7\u00e3o sobre pol\u00edtica e as inf\u00e2ncias. <\/p>\n\n\n\n
5 temas que envolvem as crian\u00e7as e que t\u00eam de estar previstos nas propostas dos candidatos \u00e0s elei\u00e7\u00f5es:<\/h2>\n\n\n\n
Fome<\/h3>\n\n\n\n
De acordo com um levantamento realizado pela Funda\u00e7\u00e3o Abrinq, cerca de 18,8 milh\u00f5es de meninos e meninas de at\u00e9 14 anos passam fome no Brasil. Essa inseguran\u00e7a alimentar traz preju\u00edzos grav\u00edssimos \u00e0s crian\u00e7as, afetando seu crescimento e o desenvolvimento f\u00edsico e cognitivo necess\u00e1rios para que consigam crescer de maneira saud\u00e1vel.<\/p>\n\n\n\n
Analfabetismo<\/h3>\n\n\n\n
H\u00e1 50 anos, a educa\u00e7\u00e3o infantil n\u00e3o era uma realidade no Brasil, no entanto, pol\u00edticas p\u00fablicas mudaram essa realidade. Ainda assim, nos \u00faltimos dois anos, o n\u00famero de crian\u00e7as de 6 e 7 anos que n\u00e3o sabem ler e escrever cresceu em 1 milh\u00e3o. Pensando no futuro e nos pr\u00f3ximos passos do Brasil relacionados \u00e0 educa\u00e7\u00e3o p\u00fablica, \u00e9 necess\u00e1rio eleger candidatos que queiram enfrentar as desigualdades sociais e lutar para que todas as crian\u00e7as e adolescentes tenham acesso \u00e0 educa\u00e7\u00e3o de qualidade.<\/p>\n\n\n\n
Trabalho Infantil<\/h3>\n\n\n\n
Atualmente, cerca de 2 milh\u00f5es de crian\u00e7as e adolescentes est\u00e3o em situa\u00e7\u00e3o de trabalho infantil no Brasil. Desse total, 66% s\u00e3o crian\u00e7as pretas ou pardas e 71% est\u00e3o na \u00e1rea urbana, de acordo com um levantamento divulgado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domic\u00edlios (PNAD Cont\u00ednua).<\/p>\n\n\n\n
Viol\u00eancia e explora\u00e7\u00e3o sexual<\/h3>\n\n\n\n
Entre 2016 e 2020, 35 mil crian\u00e7as e adolescentes, de 0 a 19 anos, foram mortos de forma violenta no Brasil e 180 mil sofreram viol\u00eancia sexual, segundo o Panorama da Viol\u00eancia Sexual contra crian\u00e7as e Adolescentes no Brasil, lan\u00e7ado pela Unicef e pelo F\u00f3rum Brasileiro de Seguran\u00e7a P\u00fablica (FBSP). Por isso, \u00e9 necess\u00e1rio eleger pessoas que tenham coragem para combater esse cen\u00e1rio e falar de assuntos como igualdade de g\u00eanero, empoderamento de meninas, viol\u00eancia sexual e femin\u00edcio.<\/p>\n\n\n\n
Moradia<\/h3>\n\n\n\n
Mais de 5 milh\u00f5es de pessoas ainda residem em domic\u00edlios sem banheiros ou sanit\u00e1rios de uso exclusivo e 9,7 milh\u00f5es vivem em condi\u00e7\u00f5es de adensamento excessivo, com mais de tr\u00eas moradores para cada dormit\u00f3rio. Este \u00e9 um assunto que n\u00e3o deve ser ignorado, j\u00e1 que todas as crian\u00e7as precisam de acesso \u00e0 moradia para viver com dignidade e poder se desenvolver em outras \u00e1reas, como lazer, educa\u00e7\u00e3o e sa\u00fade.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]  <\/p>\n","post_title":"5 motivos para priorizar as crian\u00e7as nas elei\u00e7\u00f5es de 2022","post_excerpt":"Crian\u00e7as e adolescentes menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar, mas s\u00e3o parcela importante da popula\u00e7\u00e3o e t\u00eam de estar contemplados nos projetos dos diferentes atores governamentais","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"5-motivos-para-priorizar-as-criancas-nas-eleicoes-de-2022","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-25 18:52:13","post_modified_gmt":"2022-08-25 21:52:13","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64369","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64334,"post_author":"4","post_date":"2022-08-22 15:14:51","post_date_gmt":"2022-08-22 18:14:51","post_content":"\n
O n\u00famero de crian\u00e7as e adolescente<\/a>s conectados \u00e0 internet cresceu nos \u00faltimos anos. Segundo o estudo TIC Kids Online Brasil 2021<\/a>, rec\u00e9m-divulgado, 93% ou 22,3 milh\u00f5es das crian\u00e7as e dos adolescentes<\/a> no pa\u00eds acessaram a web<\/a> em 2021, sendo que em 2019 esse percentual era de 89%. O crescimento foi impulsionado principalmente pela maior propor\u00e7\u00e3o de usu\u00e1rios na regi\u00e3o Nordeste e nas \u00e1reas rurais. <\/p>\n\n\n\n
O uso de redes sociais <\/a>pelas crian\u00e7as tamb\u00e9m tem se elevado, sendo a plataforma Tik Tok<\/a> a mais utilizada (34%), seguida pelo Instagram (33%). No Facebook, houve queda no uso de 66% para 51% no per\u00edodo citado. J\u00e1 o WhatsApp segue como a plataforma em que crian\u00e7as e adolescentes mais possuem perfil (foi de 70% em 2018 para 80% em 2021), e \u00e9 a mais difundida entre todos os estratos sociais.<\/p>\n\n\n\n
A pesquisa, conduzida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informa\u00e7\u00e3o (Cetic.br) do N\u00facleo de Informa\u00e7\u00e3o e Coordena\u00e7\u00e3o do Ponto BR (NIC.br), entrevistou 2.651 crian\u00e7as e adolescentes com idades entre 9 e 17 anos, bem como seus pais ou respons\u00e1veis, em todo o territ\u00f3rio nacional. As entrevistas aconteceram entre outubro de 2021 e mar\u00e7o de 2022, com a finalidade de investigar oportunidades e riscos relacionados \u00e0 participa\u00e7\u00e3o online desse p\u00fablico. <\/p>\n\n\n\n
Segundo o levantamento, as crian\u00e7as tamb\u00e9m est\u00e3o passando mais tempo em jogos online - seja conectadas com outros jogadores (de 57% para 66%, entre 2021 e 2019) ou n\u00e3o conectadas a eles (de 55% para 64%) -, e fazendo mais compras no ambiente digital - cresceu de 9% para 19% no mesmo per\u00edodo. <\/p>\n\n\n\n
\"Plataformas de cria\u00e7\u00e3o e compartilhamento de conte\u00fado audiovisual est\u00e3o entre as mais utilizadas por crian\u00e7as e adolescentes. Nesse contexto, a qualidade da conex\u00e3o \u00e0 Internet e dos dispositivos digitais utilizados para o acesso \u00e0 rede passam a ser determinantes para o melhor aproveitamento de oportunidades online. \u00c9 central, portanto, garantir condi\u00e7\u00f5es equitativas de conectividade para crian\u00e7as e adolescentes em diferentes contextos socioecon\u00f4micos\", aponta Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br. <\/p>\n\n\n\n
A pesquisa TIC Kids Online <\/a>detectou, ainda, que o telefone celular segue como o principal meio de conex\u00e3o \u00e0 rede nos diferentes extratos sociais. Para 53%, o celular foi o \u00fanico dispositivo usado, realidade que se verificou mais presente nas classes DE (78%) e C (52%) do que nas classes AB (18%). <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Acesso a propagandas<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
Entre as atividades multim\u00eddia, as mais acessadas pelas crian\u00e7as s\u00e3o ouvir m\u00fasica (80%), assistir a v\u00eddeos, programas, filmes ou s\u00e9ries (84%), S\u00edtios de v\u00eddeos (67%) e redes sociais (61%) est\u00e3o entre as principais plataformas em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios de internet declaram ter visto propaganda de produtos ou marcas. Pessoas ensinando como usar algum produto (62%) e abrindo embalagens -- o chamado unboxing<\/em><\/strong> - (61%) foram os principais conte\u00fados de imagem ou v\u00eddeo em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios da rede tiveram contato com divulga\u00e7\u00e3o de produtos ou marcas. Entre as principais categorias de produtos ou marcas vistas no ambiente online<\/em> est\u00e3o: <\/p>\n\n\n\n
Equipamentos eletr\u00f4nicos (60%); <\/li>
Roupas e sapatos (60%); <\/li>
Comidas, bebidas ou doces (57%); <\/li>
Videogames ou jogos (46%); <\/li>
Maquiagem e outros produtos de beleza (46%).\u00a0<\/li><\/ul>\n\n\n\nBusca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e bem-estar<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa tamb\u00e9m constatou que 32% dos jovens entre 11 e 17 anos procuram ajuda para lidar com algo ruim que vivenciaram<\/strong>, ou para falar sobre suas emo\u00e7\u00f5es<\/strong> quando se sentiram tristes. <\/p>\n\n\n\n
Entre os temas mais procurados relacionados \u00e0 sa\u00fade est\u00e3o:<\/p>\n\n\n\n
Informa\u00e7\u00f5es sobre alimenta\u00e7\u00e3o (55%);
Preven\u00e7\u00e3o e tratamento de doen\u00e7as (38%);
Exerc\u00edcios e meios para ficar em forma (36%);
Informa\u00e7\u00f5es sobre medicamentos (22%);<\/li>
Discuss\u00f5es sobre sa\u00fade sexual e educa\u00e7\u00e3o sexual (21%).<\/li><\/ul>\n\n\n\n
\"A pesquisa busca levantar evid\u00eancias que contribuam para a promo\u00e7\u00e3o de direitos e do bem-estar de crian\u00e7as e adolescentes. Desse modo, para al\u00e9m das atividades presentes na s\u00e9rie hist\u00f3rica da pesquisa, o uso da rede na busca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e apoio emocional passou a ser um tema relevante de investiga\u00e7\u00e3o\", sinaliza Barbosa.<\/p>\n\n\n\n
\"Pesquisas como a TIC Kids Online Brasil s\u00e3o de extrema relev\u00e2ncia para entendermos o cen\u00e1rio atual e fortalecermos o letramento e inclus\u00e3o digital dos mais jovens, com mais seguran\u00e7a e qualidade, quest\u00f5es intr\u00ednsecas ao trabalho realizado pelo Comit\u00ea Gestor da Internet no Brasil\", pondera Jos\u00e9 Gontijo, coordenador do CGI.br.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
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\n
5. Sufoca\u00e7\u00e3o<\/h2>\n\n\n\n
Crian\u00e7as de at\u00e9 3 anos, que est\u00e3o na fase de experimentar o mundo e costumam levar tudo \u00e0 boca, s\u00e3o mais propensas a sofrerem acidentes relacionados \u00e0 sufoca\u00e7\u00e3o. A sufoca\u00e7\u00e3o ocorre quando h\u00e1 a cobertura total ou parcial do nariz e\/ou da boca, resultando na dificuldade ou impossibilidade de respirar. Entre beb\u00eas menores de um ano de idade, o risco de sufoca\u00e7\u00e3o \u00e9 muito alto devido a sua falta de capacidade de escaparem por si mesmos de uma situa\u00e7\u00e3o de perigo. A introdu\u00e7\u00e3o alimentar merece precau\u00e7\u00e3o e uma das orienta\u00e7\u00f5es \u00e9 n\u00e3o oferecer alimentos redondos e duros, como uva, amendoim ou outras castanhas e cenoura crua, al\u00e9m de cortar os alimentos em peda\u00e7os bem pequenos. Tamb\u00e9m \u00e9 importante aprender as manobras de desengasgo<\/a> para saber como agir nesse momento.<\/p>\n\n\n\n
Outros acidentes<\/h2>\n\n\n\n
Apesar do aumento geral dos acidentes, os casos envolvendo afogamento diminu\u00edram<\/a> em 2021. Ainda assim, \u00e9 v\u00e1lido lembrar que os pequenos menores de 4 anos podem se afogar em recipientes com at\u00e9 2,5 cm de \u00e1gua. Por isso, al\u00e9m dos cuidados com as piscinas, como a prote\u00e7\u00e3o com cercas e port\u00e3o com cadeado ou trava de seguran\u00e7a, \u00e9 preciso aten\u00e7\u00e3o com banheiras, bacias e baldes, que devem ser guardados vazios e virados para baixo. E, claro, nunca deixe crian\u00e7as sozinhas dentro ou perto da \u00e1gua, nem por um segundo!<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"Como prevenir os\u00a05 acidentes\u00a0mais perigosos\u00a0com crian\u00e7as","post_excerpt":"Pesquisa da ONG Aldeias Infantis SOS mostrou que cresceu o n\u00famero de crian\u00e7as internadas por acidentes em 2021; veja as principais medidas para evit\u00e1-los","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"como-prevenir-os-5-acidentes-mais-perigosos-com-criancas","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-09-09 08:55:11","post_modified_gmt":"2022-09-09 11:55:11","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64723","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64666,"post_author":"4","post_date":"2022-08-30 17:24:27","post_date_gmt":"2022-08-30 20:24:27","post_content":"\n
O n\u00famero de crian\u00e7as e adolescentes que se internaram<\/a>, em 2021, devido a acidentes, aumentou em compara\u00e7\u00e3o com 2020. Foram 110.341 casos de interna\u00e7\u00f5es no ano passado, na faixa et\u00e1ria de 0 a 14 anos, segundo pesquisa da ONG Aldeias Infantis SOS e do Instituto Bem Cuidar. O n\u00famero revela um crescimento de 5,3% em rela\u00e7\u00e3o ao ano anterior. <\/p>\n\n\n\n
As quedas foram a principal causa das interna\u00e7\u00f5es<\/a>, sendo respons\u00e1veis por 44% das ocorr\u00eancias, seguidas pelas queimaduras, 19%, acidentes de tr\u00e2nsito, 10%, e intoxica\u00e7\u00f5es, 5%. Em m\u00e9dia, 302 crian\u00e7as foram hospitalizadas<\/a>, por dia, por conta de algum acidente em 2021, segundo o estudo feito com informa\u00e7\u00f5es do Datasus, do Minist\u00e9rio da Sa\u00fade.<\/p>\n\n\n\n
\u201cChama muito a aten\u00e7\u00e3o, por exemplo, que a maior causa de interna\u00e7\u00e3o seja a queda<\/a>, pois a gente sabe que h\u00e1 medidas para evitar isso. \u00c9 preciso colocar tela em janelas e sacadas<\/a>, evitar deixar m\u00f3veis pr\u00f3ximo a janelas, enfim, uma s\u00e9rie de dicas que s\u00e3o importantes para que pais e adultos estejam munidos dessas informa\u00e7\u00f5es para evitar os acidentes\u201d, afirmou Erika Tonelli, especialista em Entornos Seguros e Protetores da Aldeias Infantis SOS.\u00a0<\/p>\n\n\n\n
Erika lembra que, embora os acidentes fa\u00e7am parte da vida das crian\u00e7as enquanto est\u00e3o se desenvolvendo e experienciando o mundo, a maioria deles poderiam ser evitados. \u201cAt\u00e9 90% dos acidentes poderiam ser prevenidos com medidas simples. Os pais e familiares devem estar sempre atentos aos ambientes - n\u00e3o s\u00f3 aos dom\u00e9sticos, mas tamb\u00e9m espa\u00e7os comunit\u00e1rios, parques, escolas e todos os lugares que as crian\u00e7as frequentam -, para perceber quais riscos existem e se \u00e9 preciso tomar alguma medida ou ter um olhar mais cuidadoso para elas\u201d, ressalta a especialista.<\/p>\n\n\n\n
Apesar do aumento geral dos acidentes, constatou-se que em 2021 os casos envolvendo afogamento diminu\u00edram<\/a> em 2% e sufoca\u00e7\u00e3o em 6%, quando comparado ao ano anterior.  <\/p>\n\n\n\n
O estudo tamb\u00e9m ressalta que, apesar do aumento no volume de interna\u00e7\u00f5es, os n\u00fameros de 2021 s\u00e3o menores que no per\u00edodo anterior \u00e0 pandemia. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong> <\/p>\n\n\n\n\n\n
Tipos de acidentes por idade <\/h2>\n\n\n\n
Segundo o levantamento, a faixa et\u00e1ria de 5 a 9 anos de idade \u00e9 a mais atingida pelas quedas e a que mais sofreu hospitaliza\u00e7\u00f5es em 2021 - representando 35,1% dos internados por acidentes. As crian\u00e7as com idade de 10 a 14 anos tamb\u00e9m tiveram um n\u00famero alto de interna\u00e7\u00f5es (34,2%), sendo igualmente as quedas a causa mais comum. <\/p>\n\n\n\n
J\u00e1 na faixa et\u00e1ria de 1 a 4 anos, que representa 25,6% das intera\u00e7\u00f5es, intoxica\u00e7\u00e3o e queimaduras est\u00e3o entre os principais acidentes. Menores de 1 ano representaram 5,2% das interna\u00e7\u00f5es, motivadas por acidentes como sufoca\u00e7\u00e3o, mas tamb\u00e9m queimaduras, afogamento, intoxica\u00e7\u00e3o e quedas. <\/p>\n\n\n\n
Erika relata que dependendo da faixa et\u00e1ria, a preval\u00eancia dos acidentes vai sendo alterada. Os beb\u00eas de at\u00e9 1 ano t\u00eam um n\u00famero maior de casos de sufoca\u00e7\u00e3o, porque s\u00e3o crian\u00e7as que levam coisas \u00e0 boca. J\u00e1 a intoxica\u00e7\u00e3o tem um n\u00famero bastante alto entre 1 e 4 anos, depois vem a queda, com crian\u00e7as acima de 5 anos, que exploram mais o ambiente e est\u00e3o mais expostas ao mundo externo. \"Mas isso n\u00e3o quer dizer que a gente n\u00e3o deva estar atento \u00e0s demais causas de acidentes. Mesmo a queimadura pode ser comum nos beb\u00eas durante o banho, por exemplo\u201d, explica a porta-voz da Aldeias Infantis SOS. <\/p>\n\n\n\n
Principais causas de acidentes com crian\u00e7as (0 a 14 anos)*<\/h2>\n\n\n\n
Quedas - 44%<\/li>
Queimaduras 19%<\/li>
Tr\u00e2nsito - 10%<\/li>
Intoxica\u00e7\u00f5es - 5% <\/li><\/ul>\n\n\n\n
Acidentes mais comuns por faixa et\u00e1ria<\/h2>\n\n\n\n
0 a 1 ano - Sufoca\u00e7\u00e3o<\/li>
1 a 4 anos - Intoxica\u00e7\u00e3o<\/li>
5 a 9 anos - Quedas<\/li>
10 a 14 anos - Quedas<\/li><\/ul>\n\n\n\n
*N\u00fameros consolidados pela ONG Aldeias Infantis SOS, a partir da base de dados Datasus, do Minist\u00e9rio da Sa\u00fade.<\/em><\/p>\n\n\n\n
Quedas e queimaduras<\/h2>\n\n\n\n
Os registros de quedas no Datasus incluem tanto acidentes ocorridos em casa, quanto em ambientes externos, como playgrounds e parques. Segundo Erika, n\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel afirmar qual tipo de queda \u00e9 a mais comum, mas ela avalia que tanto o maior tempo dentro de casa, durante a pandemia, quanto o incentivo \u00e0s atividades ao ar livre, ap\u00f3s o per\u00edodo de isolamento social, podem ter contribu\u00eddo para esse tipo de acidente.<\/p>\n\n\n\n
J\u00e1 em rela\u00e7\u00e3o \u00e0s queimaduras, ela diz que percebeu um leve aumento de casos, principalmente, devido ao uso recorrente de \u00e1lcool e \u00e1lcool em gel, como forma de prote\u00e7\u00e3o contra a Covid, e possivelmente tamb\u00e9m pelo uso maior de formas alternativas de combust\u00edvel na cozinha, como carv\u00e3o, \u00f3leo e querosene, devido \u00e0 piora da condi\u00e7\u00e3o econ\u00f4mica de grande parte das fam\u00edlias brasileiras. <\/p>\n\n\n\n
\u201cMesmo alimentos quentes em cima da mesa, a crian\u00e7a pode puxar e eles virarem em cima dela. \u00c9 importante tamb\u00e9m evitar tomar bebidas quentes com o filho no colo e estar atento ao risco de choque el\u00e9trico com ferro de passar roupa, com o uso do celular enquanto carrega e com instala\u00e7\u00f5es el\u00e9tricas da casa\u201d, destaca Erika.  <\/p>\n\n\n\n
Para a especialista, a precariza\u00e7\u00e3o das condi\u00e7\u00f5es de trabalhos e a exaust\u00e3o de alguns cuidadores tamb\u00e9m podem ser fatores que interferiram nos cuidados com as crian\u00e7as. Al\u00e9m disso, existe o fato de muitas delas ficarem sozinhas em casa, sem a supervis\u00e3o de um adulto, o que contribui ainda mais para o aumento de acidentes. <\/p>\n\n\n\n
Dados mostram que 1 a cada 4 crian\u00e7as acidentadas fica com sequelas permanentes durante toda a vida.<\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
\u201cQuando falamos de interna\u00e7\u00f5es, n\u00e3o \u00e9 algo simples como ralar o joelho ou cair da bicicleta, s\u00e3o causas graves e isso gera um custo tanto para o sistema de sa\u00fade quanto para a fam\u00edlia, al\u00e9m, claro, do impacto psicol\u00f3gico e emocional na crian\u00e7a\u201d, pontua Erika.<\/p>\n\n\n\n
Principais causas de mortes de crian\u00e7as por acidentes em 2020<\/h2>\n\n\n\n
Em rela\u00e7\u00e3o ao n\u00famero de mortes de crian\u00e7as por acidentes, Erika explicou que os dados mais recentes fornecidos pelo Datasus s\u00e3o de 2020, quando 3.117 crian\u00e7as de at\u00e9 14 anos de idade perderam a vida. Apesar de o tr\u00e2nsito continuar sendo a principal causa das fatalidades com 30% do total, os afogamentos e casos de sufoca\u00e7\u00e3o tamb\u00e9m registraram marcas preocupantes, com 27% e 22%, respectivamente. <\/p>\n\n\n\n
Mortes de crian\u00e7as por acidentes - 2020 <\/h3>\n\n\n\n
Tr\u00e2nsito - 30%<\/li>
Afogamentos - 27%<\/li>
Sufoca\u00e7\u00e3o - 22%<\/li><\/ul>\n\n\n\n
Apesar disso, se comparado com 2019, o n\u00famero de \u00f3bitos recuou 2%, sendo a maior redu\u00e7\u00e3o em sufoca\u00e7\u00e3o, com queda de 14%. Por outro lado, fatalidades envolvendo intoxica\u00e7\u00f5es e quedas seguiram o caminho inverso e aumentaram respectivamente 23% e 12% cada uma. Sob a \u00f3tica da faixa et\u00e1ria, crian\u00e7as de 1 a 4 anos concentram a maior taxa de mortalidade por acidentes no Brasil (32%).<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"Aumentam as interna\u00e7\u00f5es de crian\u00e7as por acidentes","post_excerpt":"Mais de 110 mil crian\u00e7as foram internadas em 2021, segundo pesquisa da ONG Aldeias Infantis SOS, devido a quedas, queimaduras e acidentes de tr\u00e2nsito, entre outras causas","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"aumentam-as-internacoes-de-criancas-por-acidentes","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-09-05 10:23:46","post_modified_gmt":"2022-09-05 13:23:46","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64666","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64515,"post_author":"4","post_date":"2022-08-25 23:30:00","post_date_gmt":"2022-08-26 02:30:00","post_content":"\n
\u201cDe boa, passo muito tempo da minha vida no quarto. T\u00e1 ligado? \u00c9 um canto s\u00f3 meu. No quarto, j\u00e1 fiz tudo. Tamb\u00e9m j\u00e1 pensei em fazer besteira.\u201d  <\/em><\/p>\n\n\n\n
\"Fico mais tempo do que no resto da casa. S\u00f3 saio pra comer, saca? Tem dia que nem pra comer. Ningu\u00e9m me pergunta nada. S\u00f3 ficaram mais preocupados, minha m\u00e3e e meu pai, quando a professora falou que me cortei.\"<\/em><\/p>\n\n\n\n
Relatos como esses fazem parte dos depoimentos que o pesquisador Hugo Monteiro Ferreira colheu para um estudo sobre o cotidiano de crian\u00e7as e adolescentes brasileiros<\/a> marcados pelo adoecimento emocional e mental<\/a>. <\/p>\n\n\n\n
S\u00e3o jovens na faixa et\u00e1ria de 11 a 18 anos de idade, que passam cerca de seis horas por dia dentro de seus quartos, geralmente conectados \u00e0s redes sociais<\/a>, e com s\u00e9rios problemas de conviv\u00eancia entre os seus pares<\/a> e tamb\u00e9m com os adultos com os quais convivem.\u00a0De modo geral, s\u00e3o pessoas que pertencem a uma classe social mais favorecida.<\/p>\n\n\n\n
Hugo os definiu como \u201ca gera\u00e7\u00e3o do quarto\u201d. V\u00edtimas de bullying, cyberbullying e outras viol\u00eancias<\/a>, geralmente na escola, eles vivenciam nesse c\u00f4modo da casa diversas formas de sofrimento - de transtornos alimentares a ansiedade, depress\u00e3o e at\u00e9 mesmo suic\u00eddio<\/a>. <\/p>\n\n\n\n
\u201cA gera\u00e7\u00e3o do quarto adverte-nos que as fam\u00edlias e as escolas precisam \"escutar\" meninos e meninas e rever posturas e procedimentos, bem como formas de educar e jeitos de orientar\u201d, afirma Hugo, no livro \u201cA gera\u00e7\u00e3o do quarto - quando as crian\u00e7as nos ensinam a amar\u201d. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
A obra \u00e9 fruto de uma pesquisa que ouviu 3.115 crian\u00e7as e adolescentes, de escolas p\u00fablicas e, principalmente, privadas, de cinco capitais do pa\u00eds. \u00c9 um grupo que retrata nitidamente os jovens da sociedade contempor\u00e2nea. \"Tenho retornos de professores e professoras que me diziam: \"olha isso que voc\u00ea disse acontece exatamente assim na minha escola\", afirmou Hugo. <\/p>\n\n\n\n
Segundo ele, a fragilidade dessa gera\u00e7\u00e3o revela a fragilidade dos pais e das m\u00e3es. \u201cN\u00e3o s\u00e3o s\u00f3 as crian\u00e7as e os adolescentes que est\u00e3o no quarto \u2014 os adultos tamb\u00e9m est\u00e3o. O quarto \u00e9 a met\u00e1fora da fam\u00edlia que n\u00e3o dialoga, mas grita; da escola que n\u00e3o acolhe, mas exige o desempenho das notas\u201d, afirma Humberto da Silva Miranda, doutor em Hist\u00f3ria das Inf\u00e2ncias, no pref\u00e1cio do livro. <\/p>\n\n\n\n
$\"\"$
Hugo Monteiro Ferreira<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n
A seguir, leia a entrevista que o autor concedeu \u00e0 Canguru News<\/strong>. Hugo \u00e9 professor do departamento de Educa\u00e7\u00e3o e do Programa de P\u00f3s-Gradua\u00e7\u00e3o em Educa\u00e7\u00e3o, Culturas e Identidades, ambos da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Na mesma institui\u00e7\u00e3o, ele coordena o N\u00facleo do Cuidado Humano e o Grupo de Estudos da Transdisciplinaridade, da Inf\u00e2ncia e da Juventude (GETIJ).<\/p>\n\n\n\n
Qual o perfil da gera\u00e7\u00e3o do quarto?<\/h2>\n\n\n\n
S\u00e3o crian\u00e7as e adolescentes, entre 11 e 16 anos, que passam mais de 6 horas por dia dentro do quarto, usando excessivamente as redes sociais digitais, e j\u00e1 sofreram algum tipo de viol\u00eancia, como bullying e cyberbullying, geralmente ocorrida na escola. Eles t\u00eam sintomatologias de psicopatologias as mais diversas, com predomin\u00e2ncia para depress\u00e3o, transtornos obsessivos compulsivos, transtornos alimentares, com predomin\u00e2ncia de anorexia e bulimia, transtorno de ansiedade, uso abusivo de \u00e1lcool, de maconha ou drogas qu\u00edmicas e dist\u00farbios de sono. E no campo da autodestrui\u00e7\u00e3o, praticam a autoles\u00e3o, sem inten\u00e7\u00e3o suicida, e alguns t\u00eam idea\u00e7\u00e3o suicida e tentaram suic\u00eddio mais de uma vez, esse \u00e9 o perfil da gera\u00e7\u00e3o do quarto.<\/p>\n\n\n\n
Como foi feita a pesquisa?<\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa foi feita entre 2017 e 2019, com alunos de escolas p\u00fablicas e privadas de cinco capitais brasileiras \u2014 Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Macei\u00f3 e Natal. Inicialmente, foi aplicado um question\u00e1rio online para 3.115 crian\u00e7as e adolescentes, e a partir das respostas foi feito um recorte com 238 jovens, dos quais a grande maioria, 70%, s\u00e3o de escolas privadas, e fazem parte da classe m\u00e9dia e classe m\u00e9dia alta. Os resultados mostraram que 75% dos 3.115 alunos est\u00e3o com a sa\u00fade mental abalada, embora nem todos apresentem sintomatologia psicopatol\u00f3gica. N\u00e3o publiquei nenhum artigo sobre o estudo porque desde o in\u00edcio tive a inten\u00e7\u00e3o de fazer um livro, que ficou pronto em 2020. De l\u00e1 para c\u00e1, a obra passou por revis\u00f5es, sendo publicada agora, em 2022. Ressalto que a gera\u00e7\u00e3o do quarto n\u00e3o foi criada na pandemia, mas sofreu na pandemia duas vezes mais pela situa\u00e7\u00e3o de vulnerabilidade em que se encontrava. <\/p>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 um retrato da juventude brasileira? <\/h2>\n\n\n\n
Eu fiz um recorte, mas todas as pessoas que mantiveram contato comigo e n\u00e3o estiveram no recorte da pesquisa se identificaram com ela. Tenho retornos de professores e professoras que me diziam: \"olha isso que voc\u00ea disse acontece exatamente assim na minha escola\". As pessoas se identificam porque tem uma verossimilhan\u00e7a. Muitas dizem: \"ah, tenho um filho, uma filha, que tamb\u00e9m est\u00e1 no quarto\". Se voc\u00ea for em qualquer escola, infelizmente ir\u00e1 encontrar algo semelhante.<\/p>\n\n\n\n
Como entender os problemas que essa gera\u00e7\u00e3o enfrenta, quais s\u00e3o suas origens?<\/h2>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 forjada, criada dentro de casa, \u00e9 a fam\u00edlia quem cria essa gera\u00e7\u00e3o, n\u00e3o \u00e9 a escola, a escola ajuda a manter, a fazer a manuten\u00e7\u00e3o do sofrimento, mas a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 produto de uma fam\u00edlia no quarto tamb\u00e9m, uma fam\u00edlia isolada, adoecida, de pouco di\u00e1logo, violenta. A viol\u00eancia num sentido amplo, n\u00e3o s\u00f3 f\u00edsica, psicol\u00f3gica, mas uma viol\u00eancia simb\u00f3lica, h\u00e1 muito movimento de viol\u00eancia dentro dessas casas. A viol\u00eancia simb\u00f3lica se expressa nas nuances, na organiza\u00e7\u00e3o, no establishment<\/em>, c\u00f3digos de comportamentos. Por exemplo, entrevistei meninos de 15, 16 anos, que eram gays, e na casa havia uma esp\u00e9cie de heteronormatividade, n\u00e3o era dito isso, mas havia a heteronormatividade como conduta, regra. \u00c9 isso que temos visto dentro dessas fam\u00edlias, s\u00e3o fam\u00edlias um tanto quanto provocativas e provocadoras dessa viol\u00eancia simb\u00f3lica. <\/p>\n\n\n\n
\u00c9 uma situa\u00e7\u00e3o muito preocupante, n\u00e3o? <\/h2>\n\n\n\n
A experi\u00eancia do quarto \u00e9 terr\u00edvel, porque n\u00e3o \u00e9 uma esp\u00e9cie de ref\u00fagio para aquietar mente, \u00e9 uma experi\u00eancia de ansiedade da mente, uma mente com probabilidades das mais diversas. <\/p>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 violentada, ela tamb\u00e9m vai violentar. \u00c9 importante observar isso. <\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Eu me preocupo muito porque parece que a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 meio que uma matriz de pequenos e pequenas curingas, do personagem do Batman. N\u00f3s estamos formando gera\u00e7\u00f5es violentas, e essa viol\u00eancia pode ser contra si, os \u00edndices de suic\u00eddio na adolesc\u00eancia n\u00e3o s\u00e3o m\u00ednimos. No Brasil, infelizmente, desde 2016, que eles aumentam, mas n\u00f3s tamb\u00e9m temos criado pessoas, em pa\u00edses como os Estados Unidos, que quando t\u00eam acesso a armas, criam e organizam massacres como esses que vimos nas escolas americanas. O perfil e a biografia desses adolescentes se assemelha \u00e0 gera\u00e7\u00e3o do quarto. \u00c9 preocupante, porque n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 o adoecimento ps\u00edquico, mas \u00e9 a produ\u00e7\u00e3o de uma comunidade psiquicamente adoecida, que tem na viol\u00eancia a gram\u00e1tica da sua sintaxe comunicacional, ou seja, a socializa\u00e7\u00e3o \u00e9 violenta.<\/p>\n\n\n\n
Muitas vezes, \u00e9 poss\u00edvel que voc\u00ea tenha pessoas que acham que s\u00e3o excelentes m\u00e3es e pais, mas que imprimem uma norma, uma conduta, um modelo que impede que o outro seja o que pode ser. Vi muito isso, adolescentes dizendo \u201ceu n\u00e3o consigo, para minha m\u00e3e nem para o meu pai, ser o que realmente sou, o que realmente gosto, tenho que mentir, me fazer ser o que n\u00e3o sou, criar um perfil falso\u201d. A viol\u00eancia simb\u00f3lica est\u00e1 muito nesse campo, no religioso, al\u00e9m da viol\u00eancia f\u00edsica e psicol\u00f3gica.<\/p>\n\n\n\n
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H\u00e1 caracter\u00edsticas em comum entre os pais dessa gera\u00e7\u00e3o?<\/h2>\n\n\n\n
S\u00e3o pessoas que aprenderam com os modelos anteriores como devem proceder, como educar e como deve ser a rela\u00e7\u00e3o entre pais e filhos, e eles terminam agindo em nome desse bem-estar. Eles querem o bem dos filhos, n\u00e3o desejam o mal, mas \u00e9 um bem meio que projetado, n\u00e3o \u00e9 um bem presente, \u00e9 o bem do amanh\u00e3. Eu quero que meu filho esteja bem, mas para isso ele precisa seguir uma regra, uma norma, uma conduta, um padr\u00e3o, uma organiza\u00e7\u00e3o. Se ele n\u00e3o segue, eu n\u00e3o consigo ser m\u00e3e, pai dele, n\u00e3o consigo estabelecer uma rela\u00e7\u00e3o afetiva, de di\u00e1logo, e come\u00e7o a entrar em conflito.<\/p>\n\n\n\n
S\u00e3o pais que rejeitam os filhos? <\/h2>\n\n\n\n
Essa gera\u00e7\u00e3o mostra que os pais, se n\u00e3o h\u00e1 um modelo estabelecido, eles n\u00e3o se disp\u00f5em a aprender com o que eles veem na realidade, \u00e9 quase que um filho abstrato. Quando o filho real come\u00e7a a emergir e mostrar suas caracter\u00edsticas, os pais come\u00e7am a estranhar aquilo e n\u00e3o entram em processo de di\u00e1logo, se afastam. \u00c9 esse afastamento, esse vazio, que cria a gera\u00e7\u00e3o do quarto. Por isso afirmo que \u00e9 na matriz familiar que a gera\u00e7\u00e3o \u00e9 gerada, quer dizer, os pais n\u00e3o conseguem observar, de modo geral, a emerg\u00eancia dos humanos que eles mesmos criaram. Eles t\u00eam o humano projetado, \u00e9 quase um molde de um humano. Quando vem uma orienta\u00e7\u00e3o sexual ou um g\u00eanero que n\u00e3o \u00e9 norma, causa um impacto. <\/p>\n\n\n\n
Claro que \u00e9 menos impactante quando o filho diz que n\u00e3o quer ser m\u00e9dico, mas sim ator, pode haver resist\u00eancia mas n\u00e3o t\u00e3o intensa como quando voc\u00ea diz que \u00e9 gay, isso causa um embara\u00e7o. Mas n\u00e3o gosto de condenar os pais e as m\u00e3es, porque acho que eles est\u00e3o envolvidos nesse processo, eles querem acertar, ao menos, os que t\u00eam paternagem e maternagem, que chamo de esp\u00edrito de pai e m\u00e3e. Os que n\u00e3o t\u00eam, esses simplesmente geram os filhos, est\u00e3o ali numa esp\u00e9cie de playground de criar filhos. Mas os que t\u00eam paternagem, eles v\u00e3o tentando encontrar e conseguem, ent\u00e3o nesse caso, essa fissura, esse vazio que se abriu \u00e9 reduzido e a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 compreendida. <\/p>\n\n\n\n
Os pais sabem que t\u00eam um problema em casa?<\/h2>\n\n\n\n
Eles n\u00e3o t\u00eam conhecimento, porque a gera\u00e7\u00e3o do quarto cognitivamente n\u00e3o tem problema com boletim escolar. Essa gera\u00e7\u00e3o chega na universidade. Essa causa-consequ\u00eancia que a gente confabulou e afirmou tantas vezes que, por exemplo, vai ter problemas na escola, no rendimento escolar, n\u00e3o \u00e9 um sinal, a gera\u00e7\u00e3o do quarto tem um boletim escolar azul,<\/strong> e os pais n\u00e3o percebem. Eles acham que faz parte da vida estar no quarto.<\/strong> Muitos me dizem isso, \u201cah mas meu filho est\u00e1 no quarto j\u00e1 h\u00e1 tanto tempo que nem me dava conta\u201d. Eles come\u00e7am a se dar conta quando a crian\u00e7a ou o adolescente come\u00e7a a se cortar, quando come\u00e7am a gritar em sil\u00eancio, a\u00ed os pais alertam, mas at\u00e9 ent\u00e3o, n\u00e3o. Chamam para jantar, quando conseguem, lembrando que pais contempor\u00e2neos vivem muito fora de casa, trabalham muito, com finalidade de dar um futuro para os filhos.  <\/p>\n\n\n\n
Ou seja, o esfor\u00e7o dos pais para garantir uma boa estrutura familiar acaba por distanci\u00e1-los dos filhos?<\/h2>\n\n\n\n
\u00c9 a alternativa que se deu para a fam\u00edlia. Num pa\u00eds de mais de 210 milh\u00f5es de pessoas, n\u00e3o \u00e9 todo mundo que para e reflete sobre o que \u00e9 ser uma fam\u00edlia. Para os que est\u00e3o abaixo da linha da mis\u00e9ria tem que pensar muito como se recupera. H\u00e1 uma quest\u00e3o importante: o fen\u00f4meno da gera\u00e7\u00e3o do quarto se d\u00e1 em todas as classes sociais, mas as estrat\u00e9gias trabalhadas mudam. Tem muitas pessoas que usam a gravidez, por exemplo, como forma de sair de uma situa\u00e7\u00e3o socioecon\u00f4mica. Engravidar pode ser uma esp\u00e9cie de promo\u00e7\u00e3o social, ou seja, o problema \u00e9 o mesmo, a dor ps\u00edquica \u00e9 a mesma, mas a maneira de lidar com ela \u00e9 diferente. <\/p>\n\n\n\n
Os jovens n\u00e3o se abrem com os pais, mas n\u00e3o se opuseram a falar com voc\u00ea?<\/h2>\n\n\n\n
Talvez o que favorece para um pesquisador como eu \u00e9 me dispor a escutar sem condenar, sem julgamento. Eu escuto para acolher e esse talvez seja um potencial que a gente possa ensinar aos pais e \u00e0s m\u00e3es, para que o filho diga o que pensa, o que acha, o que gosta e n\u00e3o gosta, se sinta confort\u00e1vel em ser diferente dos pais. Acho que as fam\u00edlias escutam julgando, comparando e sentenciando demais. As crian\u00e7as, ao contr\u00e1rio do que as pessoas pensam, s\u00e3o muito sens\u00edveis, muito cr\u00edticas, elas conseguem responder perguntas, falar sobre sentimentos com quem elas se sentem confort\u00e1veis. Al\u00e9m disso, uma das t\u00e9cnicas que utilizei, o question\u00e1rio online, me trouxe muitas respostas, porque tinha perguntas abertas. Alguns dos depoimentos que apresento no livro eu n\u00e3o ouvi, eu li. Quando n\u00e3o tenho que dizer meu nome, quem eu sou, de onde sou, qual minha idade, me sinto mais livre para falar, pedir ajuda. Foram esses depoimentos que me causaram impacto e me fizeram depois entrevistar o grupo menor por meio de rodas de conversa. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Qual o papel da escola nesse contexto?<\/h2>\n\n\n\n
Eu sou um profissional e defensor da escola, a escola para mim \u00e9 uma grande inven\u00e7\u00e3o social, cumpre papel de forma\u00e7\u00e3o, de complementaridade, sobretudo no campo do que chamamos de conhecimento cient\u00edfico. Ela tamb\u00e9m tem um papel social, porque trabalha com pessoas, organiza\u00e7\u00f5es, institui\u00e7\u00f5es, mas ela precisa ser revisitada e reformulada nos seus objetivos matriciais. A escola n\u00e3o pode querer exclusivamente formar do ponto vista cognitivo. Isso \u00e9 um equ\u00edvoco que se manifesta sobretudo nessas escolas, que insistem num modelo de concorr\u00eancia, competi\u00e7\u00e3o, ranqueamento, na nota como resposta \u00e0 aprendizagem. S\u00e3o escolas desconectadas com grandes problemas contempor\u00e2neos, como a sobreviv\u00eancia do Planeta Terra. Temos um planeta amea\u00e7ado de desertifica\u00e7\u00e3o, de aus\u00eancia de comida, amea\u00e7ado no campo dos povos origin\u00e1rios, ent\u00e3o essas s\u00e3o preocupa\u00e7\u00f5es que a escola deve ter. <\/p>\n\n\n\n
Outra preocupa\u00e7\u00e3o \u00e9 a diversidade, temos uma sociedade que se mostra violenta com as minorias, racista e mis\u00f3gina. As mulheres sofrem muito nessa sociedade. A escola n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 para discutir f\u00f3rmulas qu\u00edmicas, biol\u00f3gicas, equa\u00e7\u00f5es matem\u00e1ticas, sintaxe da l\u00edngua. <\/p>\n\n\n\n
A escola \u00e9 para ajudar a usar o conhecimento cient\u00edfico na melhoria da qualidade de vida das pessoas, da minha e dos outros. <\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Ent\u00e3o se ela n\u00e3o faz isso, se insiste na concorr\u00eancia, em colocar aqueles que s\u00e3o bons e n\u00e3o s\u00e3o bons, os que s\u00e3o inteligentes e os que n\u00e3o s\u00e3o inteligentes, e ela tem insistido, ela ajuda a adoecer. \u00c9 o que digo no livro. <\/p>\n\n\n\n
O que dizer aos pais e m\u00e3es da gera\u00e7\u00e3o do quarto?<\/h2>\n\n\n\n
Os filhos e as filhas v\u00e3o precisar muito mesmo dos pais. Tem dois cen\u00e1rios, um \u00e9 ajudar meu filho a n\u00e3o entrar no quarto e o outro \u00e9 ajudar o filho que j\u00e1 est\u00e1 no quarto. No livro eu falo de cinco pilares: cuidado, autoconhecimento, conviv\u00eancia, dialogicidade e amorosidade. Trabalhar a fam\u00edlia e a escola a partir dessas sustenta\u00e7\u00f5es \u00e9 preventivo, mas pode servir tamb\u00e9m para situa\u00e7\u00f5es de pessoas que j\u00e1 est\u00e3o adoecidas, neste caso, associado ao acompanhamento de um profissional da sa\u00fade mental - psic\u00f3logo, psiquiatra, psicanalista, a depender do caso.<\/p>\n\n\n\n
O pilar do cuidado<\/strong> trata sobre a import\u00e2ncia do cuidado consigo e do cuidado com o outro, o que implica tratar das quest\u00f5es relacionadas a respeito, compreens\u00e3o, conviv\u00eancia, uso abusivo de \u00e1lcool, relacionamentos abusivos, bullying, ciberbullying, uso excessivo de redes sociais digitais, entre outros aspectos.

O pilar do autoconhecimento<\/strong> trata sobre a biografia, a hist\u00f3ria de cada pessoa, a fam\u00edlia. Proponho um trabalho sobre ancestralidade, que a pessoa conhe\u00e7a sua hist\u00f3ria de vida, conhe\u00e7a seu pai, sua m\u00e3e, sua opini\u00e3o, seus gostos. Isso tem a ver com quem eu sou, do ponto de vista \u00e9tico, e vai me dar uma seguran\u00e7a para enfrentar aquilo que querem que eu seja. Eu sou isso, mas querem que eu seja aquilo. N\u00e3o escondo minhas fragilidades, sou amado, o que d\u00e1 seguran\u00e7a. N\u00e3o vou dizer para minha crian\u00e7a que a vida \u00e9 f\u00e1cil, um mar de rosas, que ela nunca vai encontrar desafios, mas vou ajud\u00e1-la e fortalec\u00ea-la para que ela possa enfrent\u00e1-los.<\/p>\n\n\n\n
No pilar da conviv\u00eancia<\/strong>, h\u00e1 uma rela\u00e7\u00e3o entre aprender a ser e aprender a conviver. Trato de situa\u00e7\u00f5es cotidianas que evocam reflex\u00f5es \u00e9ticas, morais e espirituais, para as quais a compaix\u00e3o, a empatia e a resili\u00eancia s\u00e3o habilidades necess\u00e1rias e essenciais. O exerc\u00edcio da dialogicidade<\/strong> \u00e9 realizado quando as pessoas aprendem a falar o que pensam e sentem, mas entendem que o que pensam e sentem n\u00e3o \u00e9 a \u00faltima palavra sobre a verdade. O pilar da amorosidade<\/strong> \u00e9 tratado com reflex\u00f5es e a\u00e7\u00f5es. As reflex\u00f5es geram as a\u00e7\u00f5es, e as a\u00e7\u00f5es n\u00e3o s\u00e3o realizadas de modo mec\u00e2nico. <\/p>\n\n\n\n
Os pais podem aprender com os filhos?<\/h2>\n\n\n\n
O livro n\u00e3o tem que ser uma pedra para atirar nos pais e na escola, tem que ser um acalanto. Eu acho que a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 t\u00e3o potente que nos possibilita reaprender a viver, tenho grande esperan\u00e7a na gera\u00e7\u00e3o do quarto, a mesma gera\u00e7\u00e3o que \u00e9 violenta me ensina novos modos de amor, n\u00e3o vejo a gera\u00e7\u00e3o como fracassada, que n\u00e3o deu certo, acho um absurdo dizer que \u00e9 uma gera\u00e7\u00e3o parasita, \"nem-nem\". Obviamente ela traz todas as mazelas, n\u00e3o foi a gera\u00e7\u00e3o do quarto que inventou o abuso do \u00e1lcool, a viol\u00eancia, esses foram c\u00f3digos sempre usados, mas a gera\u00e7\u00e3o do quarto est\u00e1 nos dando outras alternativas, como maior preocupa\u00e7\u00e3o sobre consumo, meio ambiente, empoderamento das meninas, orienta\u00e7\u00e3o \u00e0 quest\u00e3o de g\u00eanero. Essa gera\u00e7\u00e3o tem muita coisa a nos mostrar, n\u00e3o precisamos ter medo, podemos aprender com elas. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
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De acordo com o Artigo 227<\/a> da Constitui\u00e7\u00e3o de 1988, as crian\u00e7as<\/a> devem ser prioridade absoluta em todas as decis\u00f5es, programas e pol\u00edticas p\u00fablicas<\/a>. Isso se torna mais relevante em ano de elei\u00e7\u00f5es, em que poderemos escolher, de forma democr\u00e1tica<\/a>, representantes<\/a> aos cargos de presidente da Rep\u00fablica, senadores, governadores, deputados federais e estaduais. <\/p>\n\n\n\n
O voto no Brasil \u00e9 obrigat\u00f3rio para todos aqueles acima de 18 anos, sendo facultativo para jovens com 16 e 17 anos, pessoas com mais de 70 anos e analfabetos. Crian\u00e7as e adolescentes<\/a> menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar<\/a>, mas isso n\u00e3o quer dizer que n\u00e3o devam estar inclu\u00eddos nos planos dos diferentes representantes pol\u00edticos. Muito pelo contr\u00e1rio.<\/p>\n\n\n\n
Diversos estudos j\u00e1 comprovaram que investir na primeira inf\u00e2ncia<\/a> \u00e9 a melhor maneira de reduzir desigualdades e construir uma sociedade com condi\u00e7\u00f5es sociais e ambientais sustent\u00e1veis.<\/p>\n\n\n\n
Cabe a n\u00f3s, adultos, escolher nas elei\u00e7\u00f5es candidatos que contemplem as crian\u00e7as em projetos e iniciativas diversas. Abaixo, veja 5 motivos que tornam urgente a valoriza\u00e7\u00e3o de projetos para a inf\u00e2ncia e juventude nas campanhas \u00e0s elei\u00e7\u00f5es de 2022. A lista \u00e9 do portal Lunetas, espa\u00e7o dedicado \u00e0 reflex\u00e3o sobre a inf\u00e2ncia, que recentemente lan\u00e7ou o especial \"Inf\u00e2ncias em foco: Quem vota pelas crian\u00e7as?\"<\/a>, um hub de informa\u00e7\u00e3o sobre pol\u00edtica e as inf\u00e2ncias. <\/p>\n\n\n\n
5 temas que envolvem as crian\u00e7as e que t\u00eam de estar previstos nas propostas dos candidatos \u00e0s elei\u00e7\u00f5es:<\/h2>\n\n\n\n
Fome<\/h3>\n\n\n\n
De acordo com um levantamento realizado pela Funda\u00e7\u00e3o Abrinq, cerca de 18,8 milh\u00f5es de meninos e meninas de at\u00e9 14 anos passam fome no Brasil. Essa inseguran\u00e7a alimentar traz preju\u00edzos grav\u00edssimos \u00e0s crian\u00e7as, afetando seu crescimento e o desenvolvimento f\u00edsico e cognitivo necess\u00e1rios para que consigam crescer de maneira saud\u00e1vel.<\/p>\n\n\n\n
Analfabetismo<\/h3>\n\n\n\n
H\u00e1 50 anos, a educa\u00e7\u00e3o infantil n\u00e3o era uma realidade no Brasil, no entanto, pol\u00edticas p\u00fablicas mudaram essa realidade. Ainda assim, nos \u00faltimos dois anos, o n\u00famero de crian\u00e7as de 6 e 7 anos que n\u00e3o sabem ler e escrever cresceu em 1 milh\u00e3o. Pensando no futuro e nos pr\u00f3ximos passos do Brasil relacionados \u00e0 educa\u00e7\u00e3o p\u00fablica, \u00e9 necess\u00e1rio eleger candidatos que queiram enfrentar as desigualdades sociais e lutar para que todas as crian\u00e7as e adolescentes tenham acesso \u00e0 educa\u00e7\u00e3o de qualidade.<\/p>\n\n\n\n
Trabalho Infantil<\/h3>\n\n\n\n
Atualmente, cerca de 2 milh\u00f5es de crian\u00e7as e adolescentes est\u00e3o em situa\u00e7\u00e3o de trabalho infantil no Brasil. Desse total, 66% s\u00e3o crian\u00e7as pretas ou pardas e 71% est\u00e3o na \u00e1rea urbana, de acordo com um levantamento divulgado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domic\u00edlios (PNAD Cont\u00ednua).<\/p>\n\n\n\n
Viol\u00eancia e explora\u00e7\u00e3o sexual<\/h3>\n\n\n\n
Entre 2016 e 2020, 35 mil crian\u00e7as e adolescentes, de 0 a 19 anos, foram mortos de forma violenta no Brasil e 180 mil sofreram viol\u00eancia sexual, segundo o Panorama da Viol\u00eancia Sexual contra crian\u00e7as e Adolescentes no Brasil, lan\u00e7ado pela Unicef e pelo F\u00f3rum Brasileiro de Seguran\u00e7a P\u00fablica (FBSP). Por isso, \u00e9 necess\u00e1rio eleger pessoas que tenham coragem para combater esse cen\u00e1rio e falar de assuntos como igualdade de g\u00eanero, empoderamento de meninas, viol\u00eancia sexual e femin\u00edcio.<\/p>\n\n\n\n
Moradia<\/h3>\n\n\n\n
Mais de 5 milh\u00f5es de pessoas ainda residem em domic\u00edlios sem banheiros ou sanit\u00e1rios de uso exclusivo e 9,7 milh\u00f5es vivem em condi\u00e7\u00f5es de adensamento excessivo, com mais de tr\u00eas moradores para cada dormit\u00f3rio. Este \u00e9 um assunto que n\u00e3o deve ser ignorado, j\u00e1 que todas as crian\u00e7as precisam de acesso \u00e0 moradia para viver com dignidade e poder se desenvolver em outras \u00e1reas, como lazer, educa\u00e7\u00e3o e sa\u00fade.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]  <\/p>\n","post_title":"5 motivos para priorizar as crian\u00e7as nas elei\u00e7\u00f5es de 2022","post_excerpt":"Crian\u00e7as e adolescentes menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar, mas s\u00e3o parcela importante da popula\u00e7\u00e3o e t\u00eam de estar contemplados nos projetos dos diferentes atores governamentais","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"5-motivos-para-priorizar-as-criancas-nas-eleicoes-de-2022","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-25 18:52:13","post_modified_gmt":"2022-08-25 21:52:13","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64369","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64334,"post_author":"4","post_date":"2022-08-22 15:14:51","post_date_gmt":"2022-08-22 18:14:51","post_content":"\n
O n\u00famero de crian\u00e7as e adolescente<\/a>s conectados \u00e0 internet cresceu nos \u00faltimos anos. Segundo o estudo TIC Kids Online Brasil 2021<\/a>, rec\u00e9m-divulgado, 93% ou 22,3 milh\u00f5es das crian\u00e7as e dos adolescentes<\/a> no pa\u00eds acessaram a web<\/a> em 2021, sendo que em 2019 esse percentual era de 89%. O crescimento foi impulsionado principalmente pela maior propor\u00e7\u00e3o de usu\u00e1rios na regi\u00e3o Nordeste e nas \u00e1reas rurais. <\/p>\n\n\n\n
O uso de redes sociais <\/a>pelas crian\u00e7as tamb\u00e9m tem se elevado, sendo a plataforma Tik Tok<\/a> a mais utilizada (34%), seguida pelo Instagram (33%). No Facebook, houve queda no uso de 66% para 51% no per\u00edodo citado. J\u00e1 o WhatsApp segue como a plataforma em que crian\u00e7as e adolescentes mais possuem perfil (foi de 70% em 2018 para 80% em 2021), e \u00e9 a mais difundida entre todos os estratos sociais.<\/p>\n\n\n\n
A pesquisa, conduzida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informa\u00e7\u00e3o (Cetic.br) do N\u00facleo de Informa\u00e7\u00e3o e Coordena\u00e7\u00e3o do Ponto BR (NIC.br), entrevistou 2.651 crian\u00e7as e adolescentes com idades entre 9 e 17 anos, bem como seus pais ou respons\u00e1veis, em todo o territ\u00f3rio nacional. As entrevistas aconteceram entre outubro de 2021 e mar\u00e7o de 2022, com a finalidade de investigar oportunidades e riscos relacionados \u00e0 participa\u00e7\u00e3o online desse p\u00fablico. <\/p>\n\n\n\n
Segundo o levantamento, as crian\u00e7as tamb\u00e9m est\u00e3o passando mais tempo em jogos online - seja conectadas com outros jogadores (de 57% para 66%, entre 2021 e 2019) ou n\u00e3o conectadas a eles (de 55% para 64%) -, e fazendo mais compras no ambiente digital - cresceu de 9% para 19% no mesmo per\u00edodo. <\/p>\n\n\n\n
\"Plataformas de cria\u00e7\u00e3o e compartilhamento de conte\u00fado audiovisual est\u00e3o entre as mais utilizadas por crian\u00e7as e adolescentes. Nesse contexto, a qualidade da conex\u00e3o \u00e0 Internet e dos dispositivos digitais utilizados para o acesso \u00e0 rede passam a ser determinantes para o melhor aproveitamento de oportunidades online. \u00c9 central, portanto, garantir condi\u00e7\u00f5es equitativas de conectividade para crian\u00e7as e adolescentes em diferentes contextos socioecon\u00f4micos\", aponta Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br. <\/p>\n\n\n\n
A pesquisa TIC Kids Online <\/a>detectou, ainda, que o telefone celular segue como o principal meio de conex\u00e3o \u00e0 rede nos diferentes extratos sociais. Para 53%, o celular foi o \u00fanico dispositivo usado, realidade que se verificou mais presente nas classes DE (78%) e C (52%) do que nas classes AB (18%). <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Acesso a propagandas<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
Entre as atividades multim\u00eddia, as mais acessadas pelas crian\u00e7as s\u00e3o ouvir m\u00fasica (80%), assistir a v\u00eddeos, programas, filmes ou s\u00e9ries (84%), S\u00edtios de v\u00eddeos (67%) e redes sociais (61%) est\u00e3o entre as principais plataformas em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios de internet declaram ter visto propaganda de produtos ou marcas. Pessoas ensinando como usar algum produto (62%) e abrindo embalagens -- o chamado unboxing<\/em><\/strong> - (61%) foram os principais conte\u00fados de imagem ou v\u00eddeo em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios da rede tiveram contato com divulga\u00e7\u00e3o de produtos ou marcas. Entre as principais categorias de produtos ou marcas vistas no ambiente online<\/em> est\u00e3o: <\/p>\n\n\n\n
Equipamentos eletr\u00f4nicos (60%); <\/li>
Roupas e sapatos (60%); <\/li>
Comidas, bebidas ou doces (57%); <\/li>
Videogames ou jogos (46%); <\/li>
Maquiagem e outros produtos de beleza (46%).\u00a0<\/li><\/ul>\n\n\n\nBusca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e bem-estar<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa tamb\u00e9m constatou que 32% dos jovens entre 11 e 17 anos procuram ajuda para lidar com algo ruim que vivenciaram<\/strong>, ou para falar sobre suas emo\u00e7\u00f5es<\/strong> quando se sentiram tristes. <\/p>\n\n\n\n
Entre os temas mais procurados relacionados \u00e0 sa\u00fade est\u00e3o:<\/p>\n\n\n\n
Informa\u00e7\u00f5es sobre alimenta\u00e7\u00e3o (55%);
Preven\u00e7\u00e3o e tratamento de doen\u00e7as (38%);
Exerc\u00edcios e meios para ficar em forma (36%);
Informa\u00e7\u00f5es sobre medicamentos (22%);<\/li>
Discuss\u00f5es sobre sa\u00fade sexual e educa\u00e7\u00e3o sexual (21%).<\/li><\/ul>\n\n\n\n
\"A pesquisa busca levantar evid\u00eancias que contribuam para a promo\u00e7\u00e3o de direitos e do bem-estar de crian\u00e7as e adolescentes. Desse modo, para al\u00e9m das atividades presentes na s\u00e9rie hist\u00f3rica da pesquisa, o uso da rede na busca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e apoio emocional passou a ser um tema relevante de investiga\u00e7\u00e3o\", sinaliza Barbosa.<\/p>\n\n\n\n
\"Pesquisas como a TIC Kids Online Brasil s\u00e3o de extrema relev\u00e2ncia para entendermos o cen\u00e1rio atual e fortalecermos o letramento e inclus\u00e3o digital dos mais jovens, com mais seguran\u00e7a e qualidade, quest\u00f5es intr\u00ednsecas ao trabalho realizado pelo Comit\u00ea Gestor da Internet no Brasil\", pondera Jos\u00e9 Gontijo, coordenador do CGI.br.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
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Guarde as embalagens de produtos potencialmente t\u00f3xicos, como medicamentos, bebidas alco\u00f3licas, produtos de limpeza e pesticidas, logo ap\u00f3s a utiliza\u00e7\u00e3o, fora do alcance das crian\u00e7as. N\u00e3o use embalagens vazias para guardar produtos que podem ser t\u00f3xicos, mantenha-os sempre nas embalagens originais. N\u00e3o d\u00ea embalagens vazias desses produtos para as crian\u00e7as brincarem. Tampouco coloque produtos de uso dom\u00e9stico junto de alimentos e evite plantas t\u00f3xicas em casa ou no jardim, em locais de f\u00e1cil acesso para as crian\u00e7as.<\/p>\n\n\n\n
5. Sufoca\u00e7\u00e3o<\/h2>\n\n\n\n
Crian\u00e7as de at\u00e9 3 anos, que est\u00e3o na fase de experimentar o mundo e costumam levar tudo \u00e0 boca, s\u00e3o mais propensas a sofrerem acidentes relacionados \u00e0 sufoca\u00e7\u00e3o. A sufoca\u00e7\u00e3o ocorre quando h\u00e1 a cobertura total ou parcial do nariz e\/ou da boca, resultando na dificuldade ou impossibilidade de respirar. Entre beb\u00eas menores de um ano de idade, o risco de sufoca\u00e7\u00e3o \u00e9 muito alto devido a sua falta de capacidade de escaparem por si mesmos de uma situa\u00e7\u00e3o de perigo. A introdu\u00e7\u00e3o alimentar merece precau\u00e7\u00e3o e uma das orienta\u00e7\u00f5es \u00e9 n\u00e3o oferecer alimentos redondos e duros, como uva, amendoim ou outras castanhas e cenoura crua, al\u00e9m de cortar os alimentos em peda\u00e7os bem pequenos. Tamb\u00e9m \u00e9 importante aprender as manobras de desengasgo<\/a> para saber como agir nesse momento.<\/p>\n\n\n\n
Outros acidentes<\/h2>\n\n\n\n
Apesar do aumento geral dos acidentes, os casos envolvendo afogamento diminu\u00edram<\/a> em 2021. Ainda assim, \u00e9 v\u00e1lido lembrar que os pequenos menores de 4 anos podem se afogar em recipientes com at\u00e9 2,5 cm de \u00e1gua. Por isso, al\u00e9m dos cuidados com as piscinas, como a prote\u00e7\u00e3o com cercas e port\u00e3o com cadeado ou trava de seguran\u00e7a, \u00e9 preciso aten\u00e7\u00e3o com banheiras, bacias e baldes, que devem ser guardados vazios e virados para baixo. E, claro, nunca deixe crian\u00e7as sozinhas dentro ou perto da \u00e1gua, nem por um segundo!<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"Como prevenir os\u00a05 acidentes\u00a0mais perigosos\u00a0com crian\u00e7as","post_excerpt":"Pesquisa da ONG Aldeias Infantis SOS mostrou que cresceu o n\u00famero de crian\u00e7as internadas por acidentes em 2021; veja as principais medidas para evit\u00e1-los","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"como-prevenir-os-5-acidentes-mais-perigosos-com-criancas","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-09-09 08:55:11","post_modified_gmt":"2022-09-09 11:55:11","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64723","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64666,"post_author":"4","post_date":"2022-08-30 17:24:27","post_date_gmt":"2022-08-30 20:24:27","post_content":"\n
O n\u00famero de crian\u00e7as e adolescentes que se internaram<\/a>, em 2021, devido a acidentes, aumentou em compara\u00e7\u00e3o com 2020. Foram 110.341 casos de interna\u00e7\u00f5es no ano passado, na faixa et\u00e1ria de 0 a 14 anos, segundo pesquisa da ONG Aldeias Infantis SOS e do Instituto Bem Cuidar. O n\u00famero revela um crescimento de 5,3% em rela\u00e7\u00e3o ao ano anterior. <\/p>\n\n\n\n
As quedas foram a principal causa das interna\u00e7\u00f5es<\/a>, sendo respons\u00e1veis por 44% das ocorr\u00eancias, seguidas pelas queimaduras, 19%, acidentes de tr\u00e2nsito, 10%, e intoxica\u00e7\u00f5es, 5%. Em m\u00e9dia, 302 crian\u00e7as foram hospitalizadas<\/a>, por dia, por conta de algum acidente em 2021, segundo o estudo feito com informa\u00e7\u00f5es do Datasus, do Minist\u00e9rio da Sa\u00fade.<\/p>\n\n\n\n
\u201cChama muito a aten\u00e7\u00e3o, por exemplo, que a maior causa de interna\u00e7\u00e3o seja a queda<\/a>, pois a gente sabe que h\u00e1 medidas para evitar isso. \u00c9 preciso colocar tela em janelas e sacadas<\/a>, evitar deixar m\u00f3veis pr\u00f3ximo a janelas, enfim, uma s\u00e9rie de dicas que s\u00e3o importantes para que pais e adultos estejam munidos dessas informa\u00e7\u00f5es para evitar os acidentes\u201d, afirmou Erika Tonelli, especialista em Entornos Seguros e Protetores da Aldeias Infantis SOS.\u00a0<\/p>\n\n\n\n
Erika lembra que, embora os acidentes fa\u00e7am parte da vida das crian\u00e7as enquanto est\u00e3o se desenvolvendo e experienciando o mundo, a maioria deles poderiam ser evitados. \u201cAt\u00e9 90% dos acidentes poderiam ser prevenidos com medidas simples. Os pais e familiares devem estar sempre atentos aos ambientes - n\u00e3o s\u00f3 aos dom\u00e9sticos, mas tamb\u00e9m espa\u00e7os comunit\u00e1rios, parques, escolas e todos os lugares que as crian\u00e7as frequentam -, para perceber quais riscos existem e se \u00e9 preciso tomar alguma medida ou ter um olhar mais cuidadoso para elas\u201d, ressalta a especialista.<\/p>\n\n\n\n
Apesar do aumento geral dos acidentes, constatou-se que em 2021 os casos envolvendo afogamento diminu\u00edram<\/a> em 2% e sufoca\u00e7\u00e3o em 6%, quando comparado ao ano anterior.  <\/p>\n\n\n\n
O estudo tamb\u00e9m ressalta que, apesar do aumento no volume de interna\u00e7\u00f5es, os n\u00fameros de 2021 s\u00e3o menores que no per\u00edodo anterior \u00e0 pandemia. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong> <\/p>\n\n\n\n\n\n
Tipos de acidentes por idade <\/h2>\n\n\n\n
Segundo o levantamento, a faixa et\u00e1ria de 5 a 9 anos de idade \u00e9 a mais atingida pelas quedas e a que mais sofreu hospitaliza\u00e7\u00f5es em 2021 - representando 35,1% dos internados por acidentes. As crian\u00e7as com idade de 10 a 14 anos tamb\u00e9m tiveram um n\u00famero alto de interna\u00e7\u00f5es (34,2%), sendo igualmente as quedas a causa mais comum. <\/p>\n\n\n\n
J\u00e1 na faixa et\u00e1ria de 1 a 4 anos, que representa 25,6% das intera\u00e7\u00f5es, intoxica\u00e7\u00e3o e queimaduras est\u00e3o entre os principais acidentes. Menores de 1 ano representaram 5,2% das interna\u00e7\u00f5es, motivadas por acidentes como sufoca\u00e7\u00e3o, mas tamb\u00e9m queimaduras, afogamento, intoxica\u00e7\u00e3o e quedas. <\/p>\n\n\n\n
Erika relata que dependendo da faixa et\u00e1ria, a preval\u00eancia dos acidentes vai sendo alterada. Os beb\u00eas de at\u00e9 1 ano t\u00eam um n\u00famero maior de casos de sufoca\u00e7\u00e3o, porque s\u00e3o crian\u00e7as que levam coisas \u00e0 boca. J\u00e1 a intoxica\u00e7\u00e3o tem um n\u00famero bastante alto entre 1 e 4 anos, depois vem a queda, com crian\u00e7as acima de 5 anos, que exploram mais o ambiente e est\u00e3o mais expostas ao mundo externo. \"Mas isso n\u00e3o quer dizer que a gente n\u00e3o deva estar atento \u00e0s demais causas de acidentes. Mesmo a queimadura pode ser comum nos beb\u00eas durante o banho, por exemplo\u201d, explica a porta-voz da Aldeias Infantis SOS. <\/p>\n\n\n\n
Principais causas de acidentes com crian\u00e7as (0 a 14 anos)*<\/h2>\n\n\n\n
Quedas - 44%<\/li>
Queimaduras 19%<\/li>
Tr\u00e2nsito - 10%<\/li>
Intoxica\u00e7\u00f5es - 5% <\/li><\/ul>\n\n\n\n
Acidentes mais comuns por faixa et\u00e1ria<\/h2>\n\n\n\n
0 a 1 ano - Sufoca\u00e7\u00e3o<\/li>
1 a 4 anos - Intoxica\u00e7\u00e3o<\/li>
5 a 9 anos - Quedas<\/li>
10 a 14 anos - Quedas<\/li><\/ul>\n\n\n\n
*N\u00fameros consolidados pela ONG Aldeias Infantis SOS, a partir da base de dados Datasus, do Minist\u00e9rio da Sa\u00fade.<\/em><\/p>\n\n\n\n
Quedas e queimaduras<\/h2>\n\n\n\n
Os registros de quedas no Datasus incluem tanto acidentes ocorridos em casa, quanto em ambientes externos, como playgrounds e parques. Segundo Erika, n\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel afirmar qual tipo de queda \u00e9 a mais comum, mas ela avalia que tanto o maior tempo dentro de casa, durante a pandemia, quanto o incentivo \u00e0s atividades ao ar livre, ap\u00f3s o per\u00edodo de isolamento social, podem ter contribu\u00eddo para esse tipo de acidente.<\/p>\n\n\n\n
J\u00e1 em rela\u00e7\u00e3o \u00e0s queimaduras, ela diz que percebeu um leve aumento de casos, principalmente, devido ao uso recorrente de \u00e1lcool e \u00e1lcool em gel, como forma de prote\u00e7\u00e3o contra a Covid, e possivelmente tamb\u00e9m pelo uso maior de formas alternativas de combust\u00edvel na cozinha, como carv\u00e3o, \u00f3leo e querosene, devido \u00e0 piora da condi\u00e7\u00e3o econ\u00f4mica de grande parte das fam\u00edlias brasileiras. <\/p>\n\n\n\n
\u201cMesmo alimentos quentes em cima da mesa, a crian\u00e7a pode puxar e eles virarem em cima dela. \u00c9 importante tamb\u00e9m evitar tomar bebidas quentes com o filho no colo e estar atento ao risco de choque el\u00e9trico com ferro de passar roupa, com o uso do celular enquanto carrega e com instala\u00e7\u00f5es el\u00e9tricas da casa\u201d, destaca Erika.  <\/p>\n\n\n\n
Para a especialista, a precariza\u00e7\u00e3o das condi\u00e7\u00f5es de trabalhos e a exaust\u00e3o de alguns cuidadores tamb\u00e9m podem ser fatores que interferiram nos cuidados com as crian\u00e7as. Al\u00e9m disso, existe o fato de muitas delas ficarem sozinhas em casa, sem a supervis\u00e3o de um adulto, o que contribui ainda mais para o aumento de acidentes. <\/p>\n\n\n\n
Dados mostram que 1 a cada 4 crian\u00e7as acidentadas fica com sequelas permanentes durante toda a vida.<\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
\u201cQuando falamos de interna\u00e7\u00f5es, n\u00e3o \u00e9 algo simples como ralar o joelho ou cair da bicicleta, s\u00e3o causas graves e isso gera um custo tanto para o sistema de sa\u00fade quanto para a fam\u00edlia, al\u00e9m, claro, do impacto psicol\u00f3gico e emocional na crian\u00e7a\u201d, pontua Erika.<\/p>\n\n\n\n
Principais causas de mortes de crian\u00e7as por acidentes em 2020<\/h2>\n\n\n\n
Em rela\u00e7\u00e3o ao n\u00famero de mortes de crian\u00e7as por acidentes, Erika explicou que os dados mais recentes fornecidos pelo Datasus s\u00e3o de 2020, quando 3.117 crian\u00e7as de at\u00e9 14 anos de idade perderam a vida. Apesar de o tr\u00e2nsito continuar sendo a principal causa das fatalidades com 30% do total, os afogamentos e casos de sufoca\u00e7\u00e3o tamb\u00e9m registraram marcas preocupantes, com 27% e 22%, respectivamente. <\/p>\n\n\n\n
Mortes de crian\u00e7as por acidentes - 2020 <\/h3>\n\n\n\n
Tr\u00e2nsito - 30%<\/li>
Afogamentos - 27%<\/li>
Sufoca\u00e7\u00e3o - 22%<\/li><\/ul>\n\n\n\n
Apesar disso, se comparado com 2019, o n\u00famero de \u00f3bitos recuou 2%, sendo a maior redu\u00e7\u00e3o em sufoca\u00e7\u00e3o, com queda de 14%. Por outro lado, fatalidades envolvendo intoxica\u00e7\u00f5es e quedas seguiram o caminho inverso e aumentaram respectivamente 23% e 12% cada uma. Sob a \u00f3tica da faixa et\u00e1ria, crian\u00e7as de 1 a 4 anos concentram a maior taxa de mortalidade por acidentes no Brasil (32%).<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"Aumentam as interna\u00e7\u00f5es de crian\u00e7as por acidentes","post_excerpt":"Mais de 110 mil crian\u00e7as foram internadas em 2021, segundo pesquisa da ONG Aldeias Infantis SOS, devido a quedas, queimaduras e acidentes de tr\u00e2nsito, entre outras causas","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"aumentam-as-internacoes-de-criancas-por-acidentes","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-09-05 10:23:46","post_modified_gmt":"2022-09-05 13:23:46","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64666","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64515,"post_author":"4","post_date":"2022-08-25 23:30:00","post_date_gmt":"2022-08-26 02:30:00","post_content":"\n
\u201cDe boa, passo muito tempo da minha vida no quarto. T\u00e1 ligado? \u00c9 um canto s\u00f3 meu. No quarto, j\u00e1 fiz tudo. Tamb\u00e9m j\u00e1 pensei em fazer besteira.\u201d  <\/em><\/p>\n\n\n\n
\"Fico mais tempo do que no resto da casa. S\u00f3 saio pra comer, saca? Tem dia que nem pra comer. Ningu\u00e9m me pergunta nada. S\u00f3 ficaram mais preocupados, minha m\u00e3e e meu pai, quando a professora falou que me cortei.\"<\/em><\/p>\n\n\n\n
Relatos como esses fazem parte dos depoimentos que o pesquisador Hugo Monteiro Ferreira colheu para um estudo sobre o cotidiano de crian\u00e7as e adolescentes brasileiros<\/a> marcados pelo adoecimento emocional e mental<\/a>. <\/p>\n\n\n\n
S\u00e3o jovens na faixa et\u00e1ria de 11 a 18 anos de idade, que passam cerca de seis horas por dia dentro de seus quartos, geralmente conectados \u00e0s redes sociais<\/a>, e com s\u00e9rios problemas de conviv\u00eancia entre os seus pares<\/a> e tamb\u00e9m com os adultos com os quais convivem.\u00a0De modo geral, s\u00e3o pessoas que pertencem a uma classe social mais favorecida.<\/p>\n\n\n\n
Hugo os definiu como \u201ca gera\u00e7\u00e3o do quarto\u201d. V\u00edtimas de bullying, cyberbullying e outras viol\u00eancias<\/a>, geralmente na escola, eles vivenciam nesse c\u00f4modo da casa diversas formas de sofrimento - de transtornos alimentares a ansiedade, depress\u00e3o e at\u00e9 mesmo suic\u00eddio<\/a>. <\/p>\n\n\n\n
\u201cA gera\u00e7\u00e3o do quarto adverte-nos que as fam\u00edlias e as escolas precisam \"escutar\" meninos e meninas e rever posturas e procedimentos, bem como formas de educar e jeitos de orientar\u201d, afirma Hugo, no livro \u201cA gera\u00e7\u00e3o do quarto - quando as crian\u00e7as nos ensinam a amar\u201d. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
A obra \u00e9 fruto de uma pesquisa que ouviu 3.115 crian\u00e7as e adolescentes, de escolas p\u00fablicas e, principalmente, privadas, de cinco capitais do pa\u00eds. \u00c9 um grupo que retrata nitidamente os jovens da sociedade contempor\u00e2nea. \"Tenho retornos de professores e professoras que me diziam: \"olha isso que voc\u00ea disse acontece exatamente assim na minha escola\", afirmou Hugo. <\/p>\n\n\n\n
Segundo ele, a fragilidade dessa gera\u00e7\u00e3o revela a fragilidade dos pais e das m\u00e3es. \u201cN\u00e3o s\u00e3o s\u00f3 as crian\u00e7as e os adolescentes que est\u00e3o no quarto \u2014 os adultos tamb\u00e9m est\u00e3o. O quarto \u00e9 a met\u00e1fora da fam\u00edlia que n\u00e3o dialoga, mas grita; da escola que n\u00e3o acolhe, mas exige o desempenho das notas\u201d, afirma Humberto da Silva Miranda, doutor em Hist\u00f3ria das Inf\u00e2ncias, no pref\u00e1cio do livro. <\/p>\n\n\n\n
$\"\"$
Hugo Monteiro Ferreira<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n
A seguir, leia a entrevista que o autor concedeu \u00e0 Canguru News<\/strong>. Hugo \u00e9 professor do departamento de Educa\u00e7\u00e3o e do Programa de P\u00f3s-Gradua\u00e7\u00e3o em Educa\u00e7\u00e3o, Culturas e Identidades, ambos da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Na mesma institui\u00e7\u00e3o, ele coordena o N\u00facleo do Cuidado Humano e o Grupo de Estudos da Transdisciplinaridade, da Inf\u00e2ncia e da Juventude (GETIJ).<\/p>\n\n\n\n
Qual o perfil da gera\u00e7\u00e3o do quarto?<\/h2>\n\n\n\n
S\u00e3o crian\u00e7as e adolescentes, entre 11 e 16 anos, que passam mais de 6 horas por dia dentro do quarto, usando excessivamente as redes sociais digitais, e j\u00e1 sofreram algum tipo de viol\u00eancia, como bullying e cyberbullying, geralmente ocorrida na escola. Eles t\u00eam sintomatologias de psicopatologias as mais diversas, com predomin\u00e2ncia para depress\u00e3o, transtornos obsessivos compulsivos, transtornos alimentares, com predomin\u00e2ncia de anorexia e bulimia, transtorno de ansiedade, uso abusivo de \u00e1lcool, de maconha ou drogas qu\u00edmicas e dist\u00farbios de sono. E no campo da autodestrui\u00e7\u00e3o, praticam a autoles\u00e3o, sem inten\u00e7\u00e3o suicida, e alguns t\u00eam idea\u00e7\u00e3o suicida e tentaram suic\u00eddio mais de uma vez, esse \u00e9 o perfil da gera\u00e7\u00e3o do quarto.<\/p>\n\n\n\n
Como foi feita a pesquisa?<\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa foi feita entre 2017 e 2019, com alunos de escolas p\u00fablicas e privadas de cinco capitais brasileiras \u2014 Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Macei\u00f3 e Natal. Inicialmente, foi aplicado um question\u00e1rio online para 3.115 crian\u00e7as e adolescentes, e a partir das respostas foi feito um recorte com 238 jovens, dos quais a grande maioria, 70%, s\u00e3o de escolas privadas, e fazem parte da classe m\u00e9dia e classe m\u00e9dia alta. Os resultados mostraram que 75% dos 3.115 alunos est\u00e3o com a sa\u00fade mental abalada, embora nem todos apresentem sintomatologia psicopatol\u00f3gica. N\u00e3o publiquei nenhum artigo sobre o estudo porque desde o in\u00edcio tive a inten\u00e7\u00e3o de fazer um livro, que ficou pronto em 2020. De l\u00e1 para c\u00e1, a obra passou por revis\u00f5es, sendo publicada agora, em 2022. Ressalto que a gera\u00e7\u00e3o do quarto n\u00e3o foi criada na pandemia, mas sofreu na pandemia duas vezes mais pela situa\u00e7\u00e3o de vulnerabilidade em que se encontrava. <\/p>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 um retrato da juventude brasileira? <\/h2>\n\n\n\n
Eu fiz um recorte, mas todas as pessoas que mantiveram contato comigo e n\u00e3o estiveram no recorte da pesquisa se identificaram com ela. Tenho retornos de professores e professoras que me diziam: \"olha isso que voc\u00ea disse acontece exatamente assim na minha escola\". As pessoas se identificam porque tem uma verossimilhan\u00e7a. Muitas dizem: \"ah, tenho um filho, uma filha, que tamb\u00e9m est\u00e1 no quarto\". Se voc\u00ea for em qualquer escola, infelizmente ir\u00e1 encontrar algo semelhante.<\/p>\n\n\n\n
Como entender os problemas que essa gera\u00e7\u00e3o enfrenta, quais s\u00e3o suas origens?<\/h2>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 forjada, criada dentro de casa, \u00e9 a fam\u00edlia quem cria essa gera\u00e7\u00e3o, n\u00e3o \u00e9 a escola, a escola ajuda a manter, a fazer a manuten\u00e7\u00e3o do sofrimento, mas a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 produto de uma fam\u00edlia no quarto tamb\u00e9m, uma fam\u00edlia isolada, adoecida, de pouco di\u00e1logo, violenta. A viol\u00eancia num sentido amplo, n\u00e3o s\u00f3 f\u00edsica, psicol\u00f3gica, mas uma viol\u00eancia simb\u00f3lica, h\u00e1 muito movimento de viol\u00eancia dentro dessas casas. A viol\u00eancia simb\u00f3lica se expressa nas nuances, na organiza\u00e7\u00e3o, no establishment<\/em>, c\u00f3digos de comportamentos. Por exemplo, entrevistei meninos de 15, 16 anos, que eram gays, e na casa havia uma esp\u00e9cie de heteronormatividade, n\u00e3o era dito isso, mas havia a heteronormatividade como conduta, regra. \u00c9 isso que temos visto dentro dessas fam\u00edlias, s\u00e3o fam\u00edlias um tanto quanto provocativas e provocadoras dessa viol\u00eancia simb\u00f3lica. <\/p>\n\n\n\n
\u00c9 uma situa\u00e7\u00e3o muito preocupante, n\u00e3o? <\/h2>\n\n\n\n
A experi\u00eancia do quarto \u00e9 terr\u00edvel, porque n\u00e3o \u00e9 uma esp\u00e9cie de ref\u00fagio para aquietar mente, \u00e9 uma experi\u00eancia de ansiedade da mente, uma mente com probabilidades das mais diversas. <\/p>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 violentada, ela tamb\u00e9m vai violentar. \u00c9 importante observar isso. <\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Eu me preocupo muito porque parece que a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 meio que uma matriz de pequenos e pequenas curingas, do personagem do Batman. N\u00f3s estamos formando gera\u00e7\u00f5es violentas, e essa viol\u00eancia pode ser contra si, os \u00edndices de suic\u00eddio na adolesc\u00eancia n\u00e3o s\u00e3o m\u00ednimos. No Brasil, infelizmente, desde 2016, que eles aumentam, mas n\u00f3s tamb\u00e9m temos criado pessoas, em pa\u00edses como os Estados Unidos, que quando t\u00eam acesso a armas, criam e organizam massacres como esses que vimos nas escolas americanas. O perfil e a biografia desses adolescentes se assemelha \u00e0 gera\u00e7\u00e3o do quarto. \u00c9 preocupante, porque n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 o adoecimento ps\u00edquico, mas \u00e9 a produ\u00e7\u00e3o de uma comunidade psiquicamente adoecida, que tem na viol\u00eancia a gram\u00e1tica da sua sintaxe comunicacional, ou seja, a socializa\u00e7\u00e3o \u00e9 violenta.<\/p>\n\n\n\n
Muitas vezes, \u00e9 poss\u00edvel que voc\u00ea tenha pessoas que acham que s\u00e3o excelentes m\u00e3es e pais, mas que imprimem uma norma, uma conduta, um modelo que impede que o outro seja o que pode ser. Vi muito isso, adolescentes dizendo \u201ceu n\u00e3o consigo, para minha m\u00e3e nem para o meu pai, ser o que realmente sou, o que realmente gosto, tenho que mentir, me fazer ser o que n\u00e3o sou, criar um perfil falso\u201d. A viol\u00eancia simb\u00f3lica est\u00e1 muito nesse campo, no religioso, al\u00e9m da viol\u00eancia f\u00edsica e psicol\u00f3gica.<\/p>\n\n\n\n
<\/p>\n\n\n\n
H\u00e1 caracter\u00edsticas em comum entre os pais dessa gera\u00e7\u00e3o?<\/h2>\n\n\n\n
S\u00e3o pessoas que aprenderam com os modelos anteriores como devem proceder, como educar e como deve ser a rela\u00e7\u00e3o entre pais e filhos, e eles terminam agindo em nome desse bem-estar. Eles querem o bem dos filhos, n\u00e3o desejam o mal, mas \u00e9 um bem meio que projetado, n\u00e3o \u00e9 um bem presente, \u00e9 o bem do amanh\u00e3. Eu quero que meu filho esteja bem, mas para isso ele precisa seguir uma regra, uma norma, uma conduta, um padr\u00e3o, uma organiza\u00e7\u00e3o. Se ele n\u00e3o segue, eu n\u00e3o consigo ser m\u00e3e, pai dele, n\u00e3o consigo estabelecer uma rela\u00e7\u00e3o afetiva, de di\u00e1logo, e come\u00e7o a entrar em conflito.<\/p>\n\n\n\n
S\u00e3o pais que rejeitam os filhos? <\/h2>\n\n\n\n
Essa gera\u00e7\u00e3o mostra que os pais, se n\u00e3o h\u00e1 um modelo estabelecido, eles n\u00e3o se disp\u00f5em a aprender com o que eles veem na realidade, \u00e9 quase que um filho abstrato. Quando o filho real come\u00e7a a emergir e mostrar suas caracter\u00edsticas, os pais come\u00e7am a estranhar aquilo e n\u00e3o entram em processo de di\u00e1logo, se afastam. \u00c9 esse afastamento, esse vazio, que cria a gera\u00e7\u00e3o do quarto. Por isso afirmo que \u00e9 na matriz familiar que a gera\u00e7\u00e3o \u00e9 gerada, quer dizer, os pais n\u00e3o conseguem observar, de modo geral, a emerg\u00eancia dos humanos que eles mesmos criaram. Eles t\u00eam o humano projetado, \u00e9 quase um molde de um humano. Quando vem uma orienta\u00e7\u00e3o sexual ou um g\u00eanero que n\u00e3o \u00e9 norma, causa um impacto. <\/p>\n\n\n\n
Claro que \u00e9 menos impactante quando o filho diz que n\u00e3o quer ser m\u00e9dico, mas sim ator, pode haver resist\u00eancia mas n\u00e3o t\u00e3o intensa como quando voc\u00ea diz que \u00e9 gay, isso causa um embara\u00e7o. Mas n\u00e3o gosto de condenar os pais e as m\u00e3es, porque acho que eles est\u00e3o envolvidos nesse processo, eles querem acertar, ao menos, os que t\u00eam paternagem e maternagem, que chamo de esp\u00edrito de pai e m\u00e3e. Os que n\u00e3o t\u00eam, esses simplesmente geram os filhos, est\u00e3o ali numa esp\u00e9cie de playground de criar filhos. Mas os que t\u00eam paternagem, eles v\u00e3o tentando encontrar e conseguem, ent\u00e3o nesse caso, essa fissura, esse vazio que se abriu \u00e9 reduzido e a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 compreendida. <\/p>\n\n\n\n
Os pais sabem que t\u00eam um problema em casa?<\/h2>\n\n\n\n
Eles n\u00e3o t\u00eam conhecimento, porque a gera\u00e7\u00e3o do quarto cognitivamente n\u00e3o tem problema com boletim escolar. Essa gera\u00e7\u00e3o chega na universidade. Essa causa-consequ\u00eancia que a gente confabulou e afirmou tantas vezes que, por exemplo, vai ter problemas na escola, no rendimento escolar, n\u00e3o \u00e9 um sinal, a gera\u00e7\u00e3o do quarto tem um boletim escolar azul,<\/strong> e os pais n\u00e3o percebem. Eles acham que faz parte da vida estar no quarto.<\/strong> Muitos me dizem isso, \u201cah mas meu filho est\u00e1 no quarto j\u00e1 h\u00e1 tanto tempo que nem me dava conta\u201d. Eles come\u00e7am a se dar conta quando a crian\u00e7a ou o adolescente come\u00e7a a se cortar, quando come\u00e7am a gritar em sil\u00eancio, a\u00ed os pais alertam, mas at\u00e9 ent\u00e3o, n\u00e3o. Chamam para jantar, quando conseguem, lembrando que pais contempor\u00e2neos vivem muito fora de casa, trabalham muito, com finalidade de dar um futuro para os filhos.  <\/p>\n\n\n\n
Ou seja, o esfor\u00e7o dos pais para garantir uma boa estrutura familiar acaba por distanci\u00e1-los dos filhos?<\/h2>\n\n\n\n
\u00c9 a alternativa que se deu para a fam\u00edlia. Num pa\u00eds de mais de 210 milh\u00f5es de pessoas, n\u00e3o \u00e9 todo mundo que para e reflete sobre o que \u00e9 ser uma fam\u00edlia. Para os que est\u00e3o abaixo da linha da mis\u00e9ria tem que pensar muito como se recupera. H\u00e1 uma quest\u00e3o importante: o fen\u00f4meno da gera\u00e7\u00e3o do quarto se d\u00e1 em todas as classes sociais, mas as estrat\u00e9gias trabalhadas mudam. Tem muitas pessoas que usam a gravidez, por exemplo, como forma de sair de uma situa\u00e7\u00e3o socioecon\u00f4mica. Engravidar pode ser uma esp\u00e9cie de promo\u00e7\u00e3o social, ou seja, o problema \u00e9 o mesmo, a dor ps\u00edquica \u00e9 a mesma, mas a maneira de lidar com ela \u00e9 diferente. <\/p>\n\n\n\n
Os jovens n\u00e3o se abrem com os pais, mas n\u00e3o se opuseram a falar com voc\u00ea?<\/h2>\n\n\n\n
Talvez o que favorece para um pesquisador como eu \u00e9 me dispor a escutar sem condenar, sem julgamento. Eu escuto para acolher e esse talvez seja um potencial que a gente possa ensinar aos pais e \u00e0s m\u00e3es, para que o filho diga o que pensa, o que acha, o que gosta e n\u00e3o gosta, se sinta confort\u00e1vel em ser diferente dos pais. Acho que as fam\u00edlias escutam julgando, comparando e sentenciando demais. As crian\u00e7as, ao contr\u00e1rio do que as pessoas pensam, s\u00e3o muito sens\u00edveis, muito cr\u00edticas, elas conseguem responder perguntas, falar sobre sentimentos com quem elas se sentem confort\u00e1veis. Al\u00e9m disso, uma das t\u00e9cnicas que utilizei, o question\u00e1rio online, me trouxe muitas respostas, porque tinha perguntas abertas. Alguns dos depoimentos que apresento no livro eu n\u00e3o ouvi, eu li. Quando n\u00e3o tenho que dizer meu nome, quem eu sou, de onde sou, qual minha idade, me sinto mais livre para falar, pedir ajuda. Foram esses depoimentos que me causaram impacto e me fizeram depois entrevistar o grupo menor por meio de rodas de conversa. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Qual o papel da escola nesse contexto?<\/h2>\n\n\n\n
Eu sou um profissional e defensor da escola, a escola para mim \u00e9 uma grande inven\u00e7\u00e3o social, cumpre papel de forma\u00e7\u00e3o, de complementaridade, sobretudo no campo do que chamamos de conhecimento cient\u00edfico. Ela tamb\u00e9m tem um papel social, porque trabalha com pessoas, organiza\u00e7\u00f5es, institui\u00e7\u00f5es, mas ela precisa ser revisitada e reformulada nos seus objetivos matriciais. A escola n\u00e3o pode querer exclusivamente formar do ponto vista cognitivo. Isso \u00e9 um equ\u00edvoco que se manifesta sobretudo nessas escolas, que insistem num modelo de concorr\u00eancia, competi\u00e7\u00e3o, ranqueamento, na nota como resposta \u00e0 aprendizagem. S\u00e3o escolas desconectadas com grandes problemas contempor\u00e2neos, como a sobreviv\u00eancia do Planeta Terra. Temos um planeta amea\u00e7ado de desertifica\u00e7\u00e3o, de aus\u00eancia de comida, amea\u00e7ado no campo dos povos origin\u00e1rios, ent\u00e3o essas s\u00e3o preocupa\u00e7\u00f5es que a escola deve ter. <\/p>\n\n\n\n
Outra preocupa\u00e7\u00e3o \u00e9 a diversidade, temos uma sociedade que se mostra violenta com as minorias, racista e mis\u00f3gina. As mulheres sofrem muito nessa sociedade. A escola n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 para discutir f\u00f3rmulas qu\u00edmicas, biol\u00f3gicas, equa\u00e7\u00f5es matem\u00e1ticas, sintaxe da l\u00edngua. <\/p>\n\n\n\n
A escola \u00e9 para ajudar a usar o conhecimento cient\u00edfico na melhoria da qualidade de vida das pessoas, da minha e dos outros. <\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Ent\u00e3o se ela n\u00e3o faz isso, se insiste na concorr\u00eancia, em colocar aqueles que s\u00e3o bons e n\u00e3o s\u00e3o bons, os que s\u00e3o inteligentes e os que n\u00e3o s\u00e3o inteligentes, e ela tem insistido, ela ajuda a adoecer. \u00c9 o que digo no livro. <\/p>\n\n\n\n
O que dizer aos pais e m\u00e3es da gera\u00e7\u00e3o do quarto?<\/h2>\n\n\n\n
Os filhos e as filhas v\u00e3o precisar muito mesmo dos pais. Tem dois cen\u00e1rios, um \u00e9 ajudar meu filho a n\u00e3o entrar no quarto e o outro \u00e9 ajudar o filho que j\u00e1 est\u00e1 no quarto. No livro eu falo de cinco pilares: cuidado, autoconhecimento, conviv\u00eancia, dialogicidade e amorosidade. Trabalhar a fam\u00edlia e a escola a partir dessas sustenta\u00e7\u00f5es \u00e9 preventivo, mas pode servir tamb\u00e9m para situa\u00e7\u00f5es de pessoas que j\u00e1 est\u00e3o adoecidas, neste caso, associado ao acompanhamento de um profissional da sa\u00fade mental - psic\u00f3logo, psiquiatra, psicanalista, a depender do caso.<\/p>\n\n\n\n
O pilar do cuidado<\/strong> trata sobre a import\u00e2ncia do cuidado consigo e do cuidado com o outro, o que implica tratar das quest\u00f5es relacionadas a respeito, compreens\u00e3o, conviv\u00eancia, uso abusivo de \u00e1lcool, relacionamentos abusivos, bullying, ciberbullying, uso excessivo de redes sociais digitais, entre outros aspectos.

O pilar do autoconhecimento<\/strong> trata sobre a biografia, a hist\u00f3ria de cada pessoa, a fam\u00edlia. Proponho um trabalho sobre ancestralidade, que a pessoa conhe\u00e7a sua hist\u00f3ria de vida, conhe\u00e7a seu pai, sua m\u00e3e, sua opini\u00e3o, seus gostos. Isso tem a ver com quem eu sou, do ponto de vista \u00e9tico, e vai me dar uma seguran\u00e7a para enfrentar aquilo que querem que eu seja. Eu sou isso, mas querem que eu seja aquilo. N\u00e3o escondo minhas fragilidades, sou amado, o que d\u00e1 seguran\u00e7a. N\u00e3o vou dizer para minha crian\u00e7a que a vida \u00e9 f\u00e1cil, um mar de rosas, que ela nunca vai encontrar desafios, mas vou ajud\u00e1-la e fortalec\u00ea-la para que ela possa enfrent\u00e1-los.<\/p>\n\n\n\n
No pilar da conviv\u00eancia<\/strong>, h\u00e1 uma rela\u00e7\u00e3o entre aprender a ser e aprender a conviver. Trato de situa\u00e7\u00f5es cotidianas que evocam reflex\u00f5es \u00e9ticas, morais e espirituais, para as quais a compaix\u00e3o, a empatia e a resili\u00eancia s\u00e3o habilidades necess\u00e1rias e essenciais. O exerc\u00edcio da dialogicidade<\/strong> \u00e9 realizado quando as pessoas aprendem a falar o que pensam e sentem, mas entendem que o que pensam e sentem n\u00e3o \u00e9 a \u00faltima palavra sobre a verdade. O pilar da amorosidade<\/strong> \u00e9 tratado com reflex\u00f5es e a\u00e7\u00f5es. As reflex\u00f5es geram as a\u00e7\u00f5es, e as a\u00e7\u00f5es n\u00e3o s\u00e3o realizadas de modo mec\u00e2nico. <\/p>\n\n\n\n
Os pais podem aprender com os filhos?<\/h2>\n\n\n\n
O livro n\u00e3o tem que ser uma pedra para atirar nos pais e na escola, tem que ser um acalanto. Eu acho que a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 t\u00e3o potente que nos possibilita reaprender a viver, tenho grande esperan\u00e7a na gera\u00e7\u00e3o do quarto, a mesma gera\u00e7\u00e3o que \u00e9 violenta me ensina novos modos de amor, n\u00e3o vejo a gera\u00e7\u00e3o como fracassada, que n\u00e3o deu certo, acho um absurdo dizer que \u00e9 uma gera\u00e7\u00e3o parasita, \"nem-nem\". Obviamente ela traz todas as mazelas, n\u00e3o foi a gera\u00e7\u00e3o do quarto que inventou o abuso do \u00e1lcool, a viol\u00eancia, esses foram c\u00f3digos sempre usados, mas a gera\u00e7\u00e3o do quarto est\u00e1 nos dando outras alternativas, como maior preocupa\u00e7\u00e3o sobre consumo, meio ambiente, empoderamento das meninas, orienta\u00e7\u00e3o \u00e0 quest\u00e3o de g\u00eanero. Essa gera\u00e7\u00e3o tem muita coisa a nos mostrar, n\u00e3o precisamos ter medo, podemos aprender com elas. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"A gera\u00e7\u00e3o do quarto: um retrato chocante da juventude brasileira","post_excerpt":"Ap\u00f3s ouvir mais de 3 mil crian\u00e7as e adolescentes que vivem experi\u00eancias traum\u00e1ticas em seus quartos, o pesquisador Hugo Monteiro Ferreira faz um alerta aos pais e \u00e0s escolas sobre a necessidade de mudar a forma de se relacionar com os jovens","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"a-geracao-do-quarto-o-retrato-chocante-da-juventude-brasileira","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-30 11:00:28","post_modified_gmt":"2022-08-30 14:00:28","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64515","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64369,"post_author":"4","post_date":"2022-08-23 10:54:43","post_date_gmt":"2022-08-23 13:54:43","post_content":"\n
De acordo com o Artigo 227<\/a> da Constitui\u00e7\u00e3o de 1988, as crian\u00e7as<\/a> devem ser prioridade absoluta em todas as decis\u00f5es, programas e pol\u00edticas p\u00fablicas<\/a>. Isso se torna mais relevante em ano de elei\u00e7\u00f5es, em que poderemos escolher, de forma democr\u00e1tica<\/a>, representantes<\/a> aos cargos de presidente da Rep\u00fablica, senadores, governadores, deputados federais e estaduais. <\/p>\n\n\n\n
O voto no Brasil \u00e9 obrigat\u00f3rio para todos aqueles acima de 18 anos, sendo facultativo para jovens com 16 e 17 anos, pessoas com mais de 70 anos e analfabetos. Crian\u00e7as e adolescentes<\/a> menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar<\/a>, mas isso n\u00e3o quer dizer que n\u00e3o devam estar inclu\u00eddos nos planos dos diferentes representantes pol\u00edticos. Muito pelo contr\u00e1rio.<\/p>\n\n\n\n
Diversos estudos j\u00e1 comprovaram que investir na primeira inf\u00e2ncia<\/a> \u00e9 a melhor maneira de reduzir desigualdades e construir uma sociedade com condi\u00e7\u00f5es sociais e ambientais sustent\u00e1veis.<\/p>\n\n\n\n
Cabe a n\u00f3s, adultos, escolher nas elei\u00e7\u00f5es candidatos que contemplem as crian\u00e7as em projetos e iniciativas diversas. Abaixo, veja 5 motivos que tornam urgente a valoriza\u00e7\u00e3o de projetos para a inf\u00e2ncia e juventude nas campanhas \u00e0s elei\u00e7\u00f5es de 2022. A lista \u00e9 do portal Lunetas, espa\u00e7o dedicado \u00e0 reflex\u00e3o sobre a inf\u00e2ncia, que recentemente lan\u00e7ou o especial \"Inf\u00e2ncias em foco: Quem vota pelas crian\u00e7as?\"<\/a>, um hub de informa\u00e7\u00e3o sobre pol\u00edtica e as inf\u00e2ncias. <\/p>\n\n\n\n
5 temas que envolvem as crian\u00e7as e que t\u00eam de estar previstos nas propostas dos candidatos \u00e0s elei\u00e7\u00f5es:<\/h2>\n\n\n\n
Fome<\/h3>\n\n\n\n
De acordo com um levantamento realizado pela Funda\u00e7\u00e3o Abrinq, cerca de 18,8 milh\u00f5es de meninos e meninas de at\u00e9 14 anos passam fome no Brasil. Essa inseguran\u00e7a alimentar traz preju\u00edzos grav\u00edssimos \u00e0s crian\u00e7as, afetando seu crescimento e o desenvolvimento f\u00edsico e cognitivo necess\u00e1rios para que consigam crescer de maneira saud\u00e1vel.<\/p>\n\n\n\n
Analfabetismo<\/h3>\n\n\n\n
H\u00e1 50 anos, a educa\u00e7\u00e3o infantil n\u00e3o era uma realidade no Brasil, no entanto, pol\u00edticas p\u00fablicas mudaram essa realidade. Ainda assim, nos \u00faltimos dois anos, o n\u00famero de crian\u00e7as de 6 e 7 anos que n\u00e3o sabem ler e escrever cresceu em 1 milh\u00e3o. Pensando no futuro e nos pr\u00f3ximos passos do Brasil relacionados \u00e0 educa\u00e7\u00e3o p\u00fablica, \u00e9 necess\u00e1rio eleger candidatos que queiram enfrentar as desigualdades sociais e lutar para que todas as crian\u00e7as e adolescentes tenham acesso \u00e0 educa\u00e7\u00e3o de qualidade.<\/p>\n\n\n\n
Trabalho Infantil<\/h3>\n\n\n\n
Atualmente, cerca de 2 milh\u00f5es de crian\u00e7as e adolescentes est\u00e3o em situa\u00e7\u00e3o de trabalho infantil no Brasil. Desse total, 66% s\u00e3o crian\u00e7as pretas ou pardas e 71% est\u00e3o na \u00e1rea urbana, de acordo com um levantamento divulgado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domic\u00edlios (PNAD Cont\u00ednua).<\/p>\n\n\n\n
Viol\u00eancia e explora\u00e7\u00e3o sexual<\/h3>\n\n\n\n
Entre 2016 e 2020, 35 mil crian\u00e7as e adolescentes, de 0 a 19 anos, foram mortos de forma violenta no Brasil e 180 mil sofreram viol\u00eancia sexual, segundo o Panorama da Viol\u00eancia Sexual contra crian\u00e7as e Adolescentes no Brasil, lan\u00e7ado pela Unicef e pelo F\u00f3rum Brasileiro de Seguran\u00e7a P\u00fablica (FBSP). Por isso, \u00e9 necess\u00e1rio eleger pessoas que tenham coragem para combater esse cen\u00e1rio e falar de assuntos como igualdade de g\u00eanero, empoderamento de meninas, viol\u00eancia sexual e femin\u00edcio.<\/p>\n\n\n\n
Moradia<\/h3>\n\n\n\n
Mais de 5 milh\u00f5es de pessoas ainda residem em domic\u00edlios sem banheiros ou sanit\u00e1rios de uso exclusivo e 9,7 milh\u00f5es vivem em condi\u00e7\u00f5es de adensamento excessivo, com mais de tr\u00eas moradores para cada dormit\u00f3rio. Este \u00e9 um assunto que n\u00e3o deve ser ignorado, j\u00e1 que todas as crian\u00e7as precisam de acesso \u00e0 moradia para viver com dignidade e poder se desenvolver em outras \u00e1reas, como lazer, educa\u00e7\u00e3o e sa\u00fade.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]  <\/p>\n","post_title":"5 motivos para priorizar as crian\u00e7as nas elei\u00e7\u00f5es de 2022","post_excerpt":"Crian\u00e7as e adolescentes menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar, mas s\u00e3o parcela importante da popula\u00e7\u00e3o e t\u00eam de estar contemplados nos projetos dos diferentes atores governamentais","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"5-motivos-para-priorizar-as-criancas-nas-eleicoes-de-2022","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-25 18:52:13","post_modified_gmt":"2022-08-25 21:52:13","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64369","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64334,"post_author":"4","post_date":"2022-08-22 15:14:51","post_date_gmt":"2022-08-22 18:14:51","post_content":"\n
O n\u00famero de crian\u00e7as e adolescente<\/a>s conectados \u00e0 internet cresceu nos \u00faltimos anos. Segundo o estudo TIC Kids Online Brasil 2021<\/a>, rec\u00e9m-divulgado, 93% ou 22,3 milh\u00f5es das crian\u00e7as e dos adolescentes<\/a> no pa\u00eds acessaram a web<\/a> em 2021, sendo que em 2019 esse percentual era de 89%. O crescimento foi impulsionado principalmente pela maior propor\u00e7\u00e3o de usu\u00e1rios na regi\u00e3o Nordeste e nas \u00e1reas rurais. <\/p>\n\n\n\n
O uso de redes sociais <\/a>pelas crian\u00e7as tamb\u00e9m tem se elevado, sendo a plataforma Tik Tok<\/a> a mais utilizada (34%), seguida pelo Instagram (33%). No Facebook, houve queda no uso de 66% para 51% no per\u00edodo citado. J\u00e1 o WhatsApp segue como a plataforma em que crian\u00e7as e adolescentes mais possuem perfil (foi de 70% em 2018 para 80% em 2021), e \u00e9 a mais difundida entre todos os estratos sociais.<\/p>\n\n\n\n
A pesquisa, conduzida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informa\u00e7\u00e3o (Cetic.br) do N\u00facleo de Informa\u00e7\u00e3o e Coordena\u00e7\u00e3o do Ponto BR (NIC.br), entrevistou 2.651 crian\u00e7as e adolescentes com idades entre 9 e 17 anos, bem como seus pais ou respons\u00e1veis, em todo o territ\u00f3rio nacional. As entrevistas aconteceram entre outubro de 2021 e mar\u00e7o de 2022, com a finalidade de investigar oportunidades e riscos relacionados \u00e0 participa\u00e7\u00e3o online desse p\u00fablico. <\/p>\n\n\n\n
Segundo o levantamento, as crian\u00e7as tamb\u00e9m est\u00e3o passando mais tempo em jogos online - seja conectadas com outros jogadores (de 57% para 66%, entre 2021 e 2019) ou n\u00e3o conectadas a eles (de 55% para 64%) -, e fazendo mais compras no ambiente digital - cresceu de 9% para 19% no mesmo per\u00edodo. <\/p>\n\n\n\n
\"Plataformas de cria\u00e7\u00e3o e compartilhamento de conte\u00fado audiovisual est\u00e3o entre as mais utilizadas por crian\u00e7as e adolescentes. Nesse contexto, a qualidade da conex\u00e3o \u00e0 Internet e dos dispositivos digitais utilizados para o acesso \u00e0 rede passam a ser determinantes para o melhor aproveitamento de oportunidades online. \u00c9 central, portanto, garantir condi\u00e7\u00f5es equitativas de conectividade para crian\u00e7as e adolescentes em diferentes contextos socioecon\u00f4micos\", aponta Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br. <\/p>\n\n\n\n
A pesquisa TIC Kids Online <\/a>detectou, ainda, que o telefone celular segue como o principal meio de conex\u00e3o \u00e0 rede nos diferentes extratos sociais. Para 53%, o celular foi o \u00fanico dispositivo usado, realidade que se verificou mais presente nas classes DE (78%) e C (52%) do que nas classes AB (18%). <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Acesso a propagandas<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
Entre as atividades multim\u00eddia, as mais acessadas pelas crian\u00e7as s\u00e3o ouvir m\u00fasica (80%), assistir a v\u00eddeos, programas, filmes ou s\u00e9ries (84%), S\u00edtios de v\u00eddeos (67%) e redes sociais (61%) est\u00e3o entre as principais plataformas em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios de internet declaram ter visto propaganda de produtos ou marcas. Pessoas ensinando como usar algum produto (62%) e abrindo embalagens -- o chamado unboxing<\/em><\/strong> - (61%) foram os principais conte\u00fados de imagem ou v\u00eddeo em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios da rede tiveram contato com divulga\u00e7\u00e3o de produtos ou marcas. Entre as principais categorias de produtos ou marcas vistas no ambiente online<\/em> est\u00e3o: <\/p>\n\n\n\n
Equipamentos eletr\u00f4nicos (60%); <\/li>
Roupas e sapatos (60%); <\/li>
Comidas, bebidas ou doces (57%); <\/li>
Videogames ou jogos (46%); <\/li>
Maquiagem e outros produtos de beleza (46%).\u00a0<\/li><\/ul>\n\n\n\nBusca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e bem-estar<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa tamb\u00e9m constatou que 32% dos jovens entre 11 e 17 anos procuram ajuda para lidar com algo ruim que vivenciaram<\/strong>, ou para falar sobre suas emo\u00e7\u00f5es<\/strong> quando se sentiram tristes. <\/p>\n\n\n\n
Entre os temas mais procurados relacionados \u00e0 sa\u00fade est\u00e3o:<\/p>\n\n\n\n
Informa\u00e7\u00f5es sobre alimenta\u00e7\u00e3o (55%);
Preven\u00e7\u00e3o e tratamento de doen\u00e7as (38%);
Exerc\u00edcios e meios para ficar em forma (36%);
Informa\u00e7\u00f5es sobre medicamentos (22%);<\/li>
Discuss\u00f5es sobre sa\u00fade sexual e educa\u00e7\u00e3o sexual (21%).<\/li><\/ul>\n\n\n\n
\"A pesquisa busca levantar evid\u00eancias que contribuam para a promo\u00e7\u00e3o de direitos e do bem-estar de crian\u00e7as e adolescentes. Desse modo, para al\u00e9m das atividades presentes na s\u00e9rie hist\u00f3rica da pesquisa, o uso da rede na busca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e apoio emocional passou a ser um tema relevante de investiga\u00e7\u00e3o\", sinaliza Barbosa.<\/p>\n\n\n\n
\"Pesquisas como a TIC Kids Online Brasil s\u00e3o de extrema relev\u00e2ncia para entendermos o cen\u00e1rio atual e fortalecermos o letramento e inclus\u00e3o digital dos mais jovens, com mais seguran\u00e7a e qualidade, quest\u00f5es intr\u00ednsecas ao trabalho realizado pelo Comit\u00ea Gestor da Internet no Brasil\", pondera Jos\u00e9 Gontijo, coordenador do CGI.br.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"] <\/p>\n","post_title":"93% dos jovens entre 9 e 17 anos usam a internet no pa\u00eds, revela pesquisa","post_excerpt":"Pesquisa TIC Kids Online Brasil 2021 tamb\u00e9m mostrou que a TikTok \u00e9 a principal rede social utilizada por crian\u00e7as e adolescentes","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"93-dos-jovens-entre-9-e-17-anos-usam-a-internet-revela-pesquisa-tic-kids-online-2021","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-23 11:24:47","post_modified_gmt":"2022-08-23 14:24:47","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64334","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"}],"next":false,"prev":true,"total_page":12},"paged":1,"column_class":"jeg_col_2o3","class":"epic_block_3"};

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Acidentes com medicamentos ou produtos t\u00f3xicos infelizmente s\u00e3o comuns. A intoxica\u00e7\u00e3o pela ingest\u00e3o, manipula\u00e7\u00e3o ou inala\u00e7\u00e3o pode ser perigosa e fatal, dependendo da \u00e1rea afetada e da toxicidade. \u00c9 importante explicar \u00e0s crian\u00e7as que os rem\u00e9dios devem ser tomados somente quando necess\u00e1rio, e evitar cham\u00e1-los por nomes de doces ou balas - alguns pais recorrem a essa t\u00e1tica para facilitar a administra\u00e7\u00e3o. Al\u00e9m disso, nunca medique sem orienta\u00e7\u00e3o m\u00e9dica ou por sugest\u00e3o de terceiros. <\/p>\n\n\n\n
Guarde as embalagens de produtos potencialmente t\u00f3xicos, como medicamentos, bebidas alco\u00f3licas, produtos de limpeza e pesticidas, logo ap\u00f3s a utiliza\u00e7\u00e3o, fora do alcance das crian\u00e7as. N\u00e3o use embalagens vazias para guardar produtos que podem ser t\u00f3xicos, mantenha-os sempre nas embalagens originais. N\u00e3o d\u00ea embalagens vazias desses produtos para as crian\u00e7as brincarem. Tampouco coloque produtos de uso dom\u00e9stico junto de alimentos e evite plantas t\u00f3xicas em casa ou no jardim, em locais de f\u00e1cil acesso para as crian\u00e7as.<\/p>\n\n\n\n
5. Sufoca\u00e7\u00e3o<\/h2>\n\n\n\n
Crian\u00e7as de at\u00e9 3 anos, que est\u00e3o na fase de experimentar o mundo e costumam levar tudo \u00e0 boca, s\u00e3o mais propensas a sofrerem acidentes relacionados \u00e0 sufoca\u00e7\u00e3o. A sufoca\u00e7\u00e3o ocorre quando h\u00e1 a cobertura total ou parcial do nariz e\/ou da boca, resultando na dificuldade ou impossibilidade de respirar. Entre beb\u00eas menores de um ano de idade, o risco de sufoca\u00e7\u00e3o \u00e9 muito alto devido a sua falta de capacidade de escaparem por si mesmos de uma situa\u00e7\u00e3o de perigo. A introdu\u00e7\u00e3o alimentar merece precau\u00e7\u00e3o e uma das orienta\u00e7\u00f5es \u00e9 n\u00e3o oferecer alimentos redondos e duros, como uva, amendoim ou outras castanhas e cenoura crua, al\u00e9m de cortar os alimentos em peda\u00e7os bem pequenos. Tamb\u00e9m \u00e9 importante aprender as manobras de desengasgo<\/a> para saber como agir nesse momento.<\/p>\n\n\n\n
Outros acidentes<\/h2>\n\n\n\n
Apesar do aumento geral dos acidentes, os casos envolvendo afogamento diminu\u00edram<\/a> em 2021. Ainda assim, \u00e9 v\u00e1lido lembrar que os pequenos menores de 4 anos podem se afogar em recipientes com at\u00e9 2,5 cm de \u00e1gua. Por isso, al\u00e9m dos cuidados com as piscinas, como a prote\u00e7\u00e3o com cercas e port\u00e3o com cadeado ou trava de seguran\u00e7a, \u00e9 preciso aten\u00e7\u00e3o com banheiras, bacias e baldes, que devem ser guardados vazios e virados para baixo. E, claro, nunca deixe crian\u00e7as sozinhas dentro ou perto da \u00e1gua, nem por um segundo!<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"Como prevenir os\u00a05 acidentes\u00a0mais perigosos\u00a0com crian\u00e7as","post_excerpt":"Pesquisa da ONG Aldeias Infantis SOS mostrou que cresceu o n\u00famero de crian\u00e7as internadas por acidentes em 2021; veja as principais medidas para evit\u00e1-los","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"como-prevenir-os-5-acidentes-mais-perigosos-com-criancas","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-09-09 08:55:11","post_modified_gmt":"2022-09-09 11:55:11","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64723","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64666,"post_author":"4","post_date":"2022-08-30 17:24:27","post_date_gmt":"2022-08-30 20:24:27","post_content":"\n
O n\u00famero de crian\u00e7as e adolescentes que se internaram<\/a>, em 2021, devido a acidentes, aumentou em compara\u00e7\u00e3o com 2020. Foram 110.341 casos de interna\u00e7\u00f5es no ano passado, na faixa et\u00e1ria de 0 a 14 anos, segundo pesquisa da ONG Aldeias Infantis SOS e do Instituto Bem Cuidar. O n\u00famero revela um crescimento de 5,3% em rela\u00e7\u00e3o ao ano anterior. <\/p>\n\n\n\n
As quedas foram a principal causa das interna\u00e7\u00f5es<\/a>, sendo respons\u00e1veis por 44% das ocorr\u00eancias, seguidas pelas queimaduras, 19%, acidentes de tr\u00e2nsito, 10%, e intoxica\u00e7\u00f5es, 5%. Em m\u00e9dia, 302 crian\u00e7as foram hospitalizadas<\/a>, por dia, por conta de algum acidente em 2021, segundo o estudo feito com informa\u00e7\u00f5es do Datasus, do Minist\u00e9rio da Sa\u00fade.<\/p>\n\n\n\n
\u201cChama muito a aten\u00e7\u00e3o, por exemplo, que a maior causa de interna\u00e7\u00e3o seja a queda<\/a>, pois a gente sabe que h\u00e1 medidas para evitar isso. \u00c9 preciso colocar tela em janelas e sacadas<\/a>, evitar deixar m\u00f3veis pr\u00f3ximo a janelas, enfim, uma s\u00e9rie de dicas que s\u00e3o importantes para que pais e adultos estejam munidos dessas informa\u00e7\u00f5es para evitar os acidentes\u201d, afirmou Erika Tonelli, especialista em Entornos Seguros e Protetores da Aldeias Infantis SOS.\u00a0<\/p>\n\n\n\n
Erika lembra que, embora os acidentes fa\u00e7am parte da vida das crian\u00e7as enquanto est\u00e3o se desenvolvendo e experienciando o mundo, a maioria deles poderiam ser evitados. \u201cAt\u00e9 90% dos acidentes poderiam ser prevenidos com medidas simples. Os pais e familiares devem estar sempre atentos aos ambientes - n\u00e3o s\u00f3 aos dom\u00e9sticos, mas tamb\u00e9m espa\u00e7os comunit\u00e1rios, parques, escolas e todos os lugares que as crian\u00e7as frequentam -, para perceber quais riscos existem e se \u00e9 preciso tomar alguma medida ou ter um olhar mais cuidadoso para elas\u201d, ressalta a especialista.<\/p>\n\n\n\n
Apesar do aumento geral dos acidentes, constatou-se que em 2021 os casos envolvendo afogamento diminu\u00edram<\/a> em 2% e sufoca\u00e7\u00e3o em 6%, quando comparado ao ano anterior.  <\/p>\n\n\n\n
O estudo tamb\u00e9m ressalta que, apesar do aumento no volume de interna\u00e7\u00f5es, os n\u00fameros de 2021 s\u00e3o menores que no per\u00edodo anterior \u00e0 pandemia. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong> <\/p>\n\n\n\n\n\n
Tipos de acidentes por idade <\/h2>\n\n\n\n
Segundo o levantamento, a faixa et\u00e1ria de 5 a 9 anos de idade \u00e9 a mais atingida pelas quedas e a que mais sofreu hospitaliza\u00e7\u00f5es em 2021 - representando 35,1% dos internados por acidentes. As crian\u00e7as com idade de 10 a 14 anos tamb\u00e9m tiveram um n\u00famero alto de interna\u00e7\u00f5es (34,2%), sendo igualmente as quedas a causa mais comum. <\/p>\n\n\n\n
J\u00e1 na faixa et\u00e1ria de 1 a 4 anos, que representa 25,6% das intera\u00e7\u00f5es, intoxica\u00e7\u00e3o e queimaduras est\u00e3o entre os principais acidentes. Menores de 1 ano representaram 5,2% das interna\u00e7\u00f5es, motivadas por acidentes como sufoca\u00e7\u00e3o, mas tamb\u00e9m queimaduras, afogamento, intoxica\u00e7\u00e3o e quedas. <\/p>\n\n\n\n
Erika relata que dependendo da faixa et\u00e1ria, a preval\u00eancia dos acidentes vai sendo alterada. Os beb\u00eas de at\u00e9 1 ano t\u00eam um n\u00famero maior de casos de sufoca\u00e7\u00e3o, porque s\u00e3o crian\u00e7as que levam coisas \u00e0 boca. J\u00e1 a intoxica\u00e7\u00e3o tem um n\u00famero bastante alto entre 1 e 4 anos, depois vem a queda, com crian\u00e7as acima de 5 anos, que exploram mais o ambiente e est\u00e3o mais expostas ao mundo externo. \"Mas isso n\u00e3o quer dizer que a gente n\u00e3o deva estar atento \u00e0s demais causas de acidentes. Mesmo a queimadura pode ser comum nos beb\u00eas durante o banho, por exemplo\u201d, explica a porta-voz da Aldeias Infantis SOS. <\/p>\n\n\n\n
Principais causas de acidentes com crian\u00e7as (0 a 14 anos)*<\/h2>\n\n\n\n
Quedas - 44%<\/li>
Queimaduras 19%<\/li>
Tr\u00e2nsito - 10%<\/li>
Intoxica\u00e7\u00f5es - 5% <\/li><\/ul>\n\n\n\n
Acidentes mais comuns por faixa et\u00e1ria<\/h2>\n\n\n\n
0 a 1 ano - Sufoca\u00e7\u00e3o<\/li>
1 a 4 anos - Intoxica\u00e7\u00e3o<\/li>
5 a 9 anos - Quedas<\/li>
10 a 14 anos - Quedas<\/li><\/ul>\n\n\n\n
*N\u00fameros consolidados pela ONG Aldeias Infantis SOS, a partir da base de dados Datasus, do Minist\u00e9rio da Sa\u00fade.<\/em><\/p>\n\n\n\n
Quedas e queimaduras<\/h2>\n\n\n\n
Os registros de quedas no Datasus incluem tanto acidentes ocorridos em casa, quanto em ambientes externos, como playgrounds e parques. Segundo Erika, n\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel afirmar qual tipo de queda \u00e9 a mais comum, mas ela avalia que tanto o maior tempo dentro de casa, durante a pandemia, quanto o incentivo \u00e0s atividades ao ar livre, ap\u00f3s o per\u00edodo de isolamento social, podem ter contribu\u00eddo para esse tipo de acidente.<\/p>\n\n\n\n
J\u00e1 em rela\u00e7\u00e3o \u00e0s queimaduras, ela diz que percebeu um leve aumento de casos, principalmente, devido ao uso recorrente de \u00e1lcool e \u00e1lcool em gel, como forma de prote\u00e7\u00e3o contra a Covid, e possivelmente tamb\u00e9m pelo uso maior de formas alternativas de combust\u00edvel na cozinha, como carv\u00e3o, \u00f3leo e querosene, devido \u00e0 piora da condi\u00e7\u00e3o econ\u00f4mica de grande parte das fam\u00edlias brasileiras. <\/p>\n\n\n\n
\u201cMesmo alimentos quentes em cima da mesa, a crian\u00e7a pode puxar e eles virarem em cima dela. \u00c9 importante tamb\u00e9m evitar tomar bebidas quentes com o filho no colo e estar atento ao risco de choque el\u00e9trico com ferro de passar roupa, com o uso do celular enquanto carrega e com instala\u00e7\u00f5es el\u00e9tricas da casa\u201d, destaca Erika.  <\/p>\n\n\n\n
Para a especialista, a precariza\u00e7\u00e3o das condi\u00e7\u00f5es de trabalhos e a exaust\u00e3o de alguns cuidadores tamb\u00e9m podem ser fatores que interferiram nos cuidados com as crian\u00e7as. Al\u00e9m disso, existe o fato de muitas delas ficarem sozinhas em casa, sem a supervis\u00e3o de um adulto, o que contribui ainda mais para o aumento de acidentes. <\/p>\n\n\n\n
Dados mostram que 1 a cada 4 crian\u00e7as acidentadas fica com sequelas permanentes durante toda a vida.<\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
\u201cQuando falamos de interna\u00e7\u00f5es, n\u00e3o \u00e9 algo simples como ralar o joelho ou cair da bicicleta, s\u00e3o causas graves e isso gera um custo tanto para o sistema de sa\u00fade quanto para a fam\u00edlia, al\u00e9m, claro, do impacto psicol\u00f3gico e emocional na crian\u00e7a\u201d, pontua Erika.<\/p>\n\n\n\n
Principais causas de mortes de crian\u00e7as por acidentes em 2020<\/h2>\n\n\n\n
Em rela\u00e7\u00e3o ao n\u00famero de mortes de crian\u00e7as por acidentes, Erika explicou que os dados mais recentes fornecidos pelo Datasus s\u00e3o de 2020, quando 3.117 crian\u00e7as de at\u00e9 14 anos de idade perderam a vida. Apesar de o tr\u00e2nsito continuar sendo a principal causa das fatalidades com 30% do total, os afogamentos e casos de sufoca\u00e7\u00e3o tamb\u00e9m registraram marcas preocupantes, com 27% e 22%, respectivamente. <\/p>\n\n\n\n
Mortes de crian\u00e7as por acidentes - 2020 <\/h3>\n\n\n\n
Tr\u00e2nsito - 30%<\/li>
Afogamentos - 27%<\/li>
Sufoca\u00e7\u00e3o - 22%<\/li><\/ul>\n\n\n\n
Apesar disso, se comparado com 2019, o n\u00famero de \u00f3bitos recuou 2%, sendo a maior redu\u00e7\u00e3o em sufoca\u00e7\u00e3o, com queda de 14%. Por outro lado, fatalidades envolvendo intoxica\u00e7\u00f5es e quedas seguiram o caminho inverso e aumentaram respectivamente 23% e 12% cada uma. Sob a \u00f3tica da faixa et\u00e1ria, crian\u00e7as de 1 a 4 anos concentram a maior taxa de mortalidade por acidentes no Brasil (32%).<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"Aumentam as interna\u00e7\u00f5es de crian\u00e7as por acidentes","post_excerpt":"Mais de 110 mil crian\u00e7as foram internadas em 2021, segundo pesquisa da ONG Aldeias Infantis SOS, devido a quedas, queimaduras e acidentes de tr\u00e2nsito, entre outras causas","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"aumentam-as-internacoes-de-criancas-por-acidentes","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-09-05 10:23:46","post_modified_gmt":"2022-09-05 13:23:46","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64666","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64515,"post_author":"4","post_date":"2022-08-25 23:30:00","post_date_gmt":"2022-08-26 02:30:00","post_content":"\n
\u201cDe boa, passo muito tempo da minha vida no quarto. T\u00e1 ligado? \u00c9 um canto s\u00f3 meu. No quarto, j\u00e1 fiz tudo. Tamb\u00e9m j\u00e1 pensei em fazer besteira.\u201d  <\/em><\/p>\n\n\n\n
\"Fico mais tempo do que no resto da casa. S\u00f3 saio pra comer, saca? Tem dia que nem pra comer. Ningu\u00e9m me pergunta nada. S\u00f3 ficaram mais preocupados, minha m\u00e3e e meu pai, quando a professora falou que me cortei.\"<\/em><\/p>\n\n\n\n
Relatos como esses fazem parte dos depoimentos que o pesquisador Hugo Monteiro Ferreira colheu para um estudo sobre o cotidiano de crian\u00e7as e adolescentes brasileiros<\/a> marcados pelo adoecimento emocional e mental<\/a>. <\/p>\n\n\n\n
S\u00e3o jovens na faixa et\u00e1ria de 11 a 18 anos de idade, que passam cerca de seis horas por dia dentro de seus quartos, geralmente conectados \u00e0s redes sociais<\/a>, e com s\u00e9rios problemas de conviv\u00eancia entre os seus pares<\/a> e tamb\u00e9m com os adultos com os quais convivem.\u00a0De modo geral, s\u00e3o pessoas que pertencem a uma classe social mais favorecida.<\/p>\n\n\n\n
Hugo os definiu como \u201ca gera\u00e7\u00e3o do quarto\u201d. V\u00edtimas de bullying, cyberbullying e outras viol\u00eancias<\/a>, geralmente na escola, eles vivenciam nesse c\u00f4modo da casa diversas formas de sofrimento - de transtornos alimentares a ansiedade, depress\u00e3o e at\u00e9 mesmo suic\u00eddio<\/a>. <\/p>\n\n\n\n
\u201cA gera\u00e7\u00e3o do quarto adverte-nos que as fam\u00edlias e as escolas precisam \"escutar\" meninos e meninas e rever posturas e procedimentos, bem como formas de educar e jeitos de orientar\u201d, afirma Hugo, no livro \u201cA gera\u00e7\u00e3o do quarto - quando as crian\u00e7as nos ensinam a amar\u201d. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
A obra \u00e9 fruto de uma pesquisa que ouviu 3.115 crian\u00e7as e adolescentes, de escolas p\u00fablicas e, principalmente, privadas, de cinco capitais do pa\u00eds. \u00c9 um grupo que retrata nitidamente os jovens da sociedade contempor\u00e2nea. \"Tenho retornos de professores e professoras que me diziam: \"olha isso que voc\u00ea disse acontece exatamente assim na minha escola\", afirmou Hugo. <\/p>\n\n\n\n
Segundo ele, a fragilidade dessa gera\u00e7\u00e3o revela a fragilidade dos pais e das m\u00e3es. \u201cN\u00e3o s\u00e3o s\u00f3 as crian\u00e7as e os adolescentes que est\u00e3o no quarto \u2014 os adultos tamb\u00e9m est\u00e3o. O quarto \u00e9 a met\u00e1fora da fam\u00edlia que n\u00e3o dialoga, mas grita; da escola que n\u00e3o acolhe, mas exige o desempenho das notas\u201d, afirma Humberto da Silva Miranda, doutor em Hist\u00f3ria das Inf\u00e2ncias, no pref\u00e1cio do livro. <\/p>\n\n\n\n
$\"\"$
Hugo Monteiro Ferreira<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n
A seguir, leia a entrevista que o autor concedeu \u00e0 Canguru News<\/strong>. Hugo \u00e9 professor do departamento de Educa\u00e7\u00e3o e do Programa de P\u00f3s-Gradua\u00e7\u00e3o em Educa\u00e7\u00e3o, Culturas e Identidades, ambos da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Na mesma institui\u00e7\u00e3o, ele coordena o N\u00facleo do Cuidado Humano e o Grupo de Estudos da Transdisciplinaridade, da Inf\u00e2ncia e da Juventude (GETIJ).<\/p>\n\n\n\n
Qual o perfil da gera\u00e7\u00e3o do quarto?<\/h2>\n\n\n\n
S\u00e3o crian\u00e7as e adolescentes, entre 11 e 16 anos, que passam mais de 6 horas por dia dentro do quarto, usando excessivamente as redes sociais digitais, e j\u00e1 sofreram algum tipo de viol\u00eancia, como bullying e cyberbullying, geralmente ocorrida na escola. Eles t\u00eam sintomatologias de psicopatologias as mais diversas, com predomin\u00e2ncia para depress\u00e3o, transtornos obsessivos compulsivos, transtornos alimentares, com predomin\u00e2ncia de anorexia e bulimia, transtorno de ansiedade, uso abusivo de \u00e1lcool, de maconha ou drogas qu\u00edmicas e dist\u00farbios de sono. E no campo da autodestrui\u00e7\u00e3o, praticam a autoles\u00e3o, sem inten\u00e7\u00e3o suicida, e alguns t\u00eam idea\u00e7\u00e3o suicida e tentaram suic\u00eddio mais de uma vez, esse \u00e9 o perfil da gera\u00e7\u00e3o do quarto.<\/p>\n\n\n\n
Como foi feita a pesquisa?<\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa foi feita entre 2017 e 2019, com alunos de escolas p\u00fablicas e privadas de cinco capitais brasileiras \u2014 Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Macei\u00f3 e Natal. Inicialmente, foi aplicado um question\u00e1rio online para 3.115 crian\u00e7as e adolescentes, e a partir das respostas foi feito um recorte com 238 jovens, dos quais a grande maioria, 70%, s\u00e3o de escolas privadas, e fazem parte da classe m\u00e9dia e classe m\u00e9dia alta. Os resultados mostraram que 75% dos 3.115 alunos est\u00e3o com a sa\u00fade mental abalada, embora nem todos apresentem sintomatologia psicopatol\u00f3gica. N\u00e3o publiquei nenhum artigo sobre o estudo porque desde o in\u00edcio tive a inten\u00e7\u00e3o de fazer um livro, que ficou pronto em 2020. De l\u00e1 para c\u00e1, a obra passou por revis\u00f5es, sendo publicada agora, em 2022. Ressalto que a gera\u00e7\u00e3o do quarto n\u00e3o foi criada na pandemia, mas sofreu na pandemia duas vezes mais pela situa\u00e7\u00e3o de vulnerabilidade em que se encontrava. <\/p>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 um retrato da juventude brasileira? <\/h2>\n\n\n\n
Eu fiz um recorte, mas todas as pessoas que mantiveram contato comigo e n\u00e3o estiveram no recorte da pesquisa se identificaram com ela. Tenho retornos de professores e professoras que me diziam: \"olha isso que voc\u00ea disse acontece exatamente assim na minha escola\". As pessoas se identificam porque tem uma verossimilhan\u00e7a. Muitas dizem: \"ah, tenho um filho, uma filha, que tamb\u00e9m est\u00e1 no quarto\". Se voc\u00ea for em qualquer escola, infelizmente ir\u00e1 encontrar algo semelhante.<\/p>\n\n\n\n
Como entender os problemas que essa gera\u00e7\u00e3o enfrenta, quais s\u00e3o suas origens?<\/h2>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 forjada, criada dentro de casa, \u00e9 a fam\u00edlia quem cria essa gera\u00e7\u00e3o, n\u00e3o \u00e9 a escola, a escola ajuda a manter, a fazer a manuten\u00e7\u00e3o do sofrimento, mas a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 produto de uma fam\u00edlia no quarto tamb\u00e9m, uma fam\u00edlia isolada, adoecida, de pouco di\u00e1logo, violenta. A viol\u00eancia num sentido amplo, n\u00e3o s\u00f3 f\u00edsica, psicol\u00f3gica, mas uma viol\u00eancia simb\u00f3lica, h\u00e1 muito movimento de viol\u00eancia dentro dessas casas. A viol\u00eancia simb\u00f3lica se expressa nas nuances, na organiza\u00e7\u00e3o, no establishment<\/em>, c\u00f3digos de comportamentos. Por exemplo, entrevistei meninos de 15, 16 anos, que eram gays, e na casa havia uma esp\u00e9cie de heteronormatividade, n\u00e3o era dito isso, mas havia a heteronormatividade como conduta, regra. \u00c9 isso que temos visto dentro dessas fam\u00edlias, s\u00e3o fam\u00edlias um tanto quanto provocativas e provocadoras dessa viol\u00eancia simb\u00f3lica. <\/p>\n\n\n\n
\u00c9 uma situa\u00e7\u00e3o muito preocupante, n\u00e3o? <\/h2>\n\n\n\n
A experi\u00eancia do quarto \u00e9 terr\u00edvel, porque n\u00e3o \u00e9 uma esp\u00e9cie de ref\u00fagio para aquietar mente, \u00e9 uma experi\u00eancia de ansiedade da mente, uma mente com probabilidades das mais diversas. <\/p>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 violentada, ela tamb\u00e9m vai violentar. \u00c9 importante observar isso. <\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Eu me preocupo muito porque parece que a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 meio que uma matriz de pequenos e pequenas curingas, do personagem do Batman. N\u00f3s estamos formando gera\u00e7\u00f5es violentas, e essa viol\u00eancia pode ser contra si, os \u00edndices de suic\u00eddio na adolesc\u00eancia n\u00e3o s\u00e3o m\u00ednimos. No Brasil, infelizmente, desde 2016, que eles aumentam, mas n\u00f3s tamb\u00e9m temos criado pessoas, em pa\u00edses como os Estados Unidos, que quando t\u00eam acesso a armas, criam e organizam massacres como esses que vimos nas escolas americanas. O perfil e a biografia desses adolescentes se assemelha \u00e0 gera\u00e7\u00e3o do quarto. \u00c9 preocupante, porque n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 o adoecimento ps\u00edquico, mas \u00e9 a produ\u00e7\u00e3o de uma comunidade psiquicamente adoecida, que tem na viol\u00eancia a gram\u00e1tica da sua sintaxe comunicacional, ou seja, a socializa\u00e7\u00e3o \u00e9 violenta.<\/p>\n\n\n\n
Muitas vezes, \u00e9 poss\u00edvel que voc\u00ea tenha pessoas que acham que s\u00e3o excelentes m\u00e3es e pais, mas que imprimem uma norma, uma conduta, um modelo que impede que o outro seja o que pode ser. Vi muito isso, adolescentes dizendo \u201ceu n\u00e3o consigo, para minha m\u00e3e nem para o meu pai, ser o que realmente sou, o que realmente gosto, tenho que mentir, me fazer ser o que n\u00e3o sou, criar um perfil falso\u201d. A viol\u00eancia simb\u00f3lica est\u00e1 muito nesse campo, no religioso, al\u00e9m da viol\u00eancia f\u00edsica e psicol\u00f3gica.<\/p>\n\n\n\n
<\/p>\n\n\n\n
H\u00e1 caracter\u00edsticas em comum entre os pais dessa gera\u00e7\u00e3o?<\/h2>\n\n\n\n
S\u00e3o pessoas que aprenderam com os modelos anteriores como devem proceder, como educar e como deve ser a rela\u00e7\u00e3o entre pais e filhos, e eles terminam agindo em nome desse bem-estar. Eles querem o bem dos filhos, n\u00e3o desejam o mal, mas \u00e9 um bem meio que projetado, n\u00e3o \u00e9 um bem presente, \u00e9 o bem do amanh\u00e3. Eu quero que meu filho esteja bem, mas para isso ele precisa seguir uma regra, uma norma, uma conduta, um padr\u00e3o, uma organiza\u00e7\u00e3o. Se ele n\u00e3o segue, eu n\u00e3o consigo ser m\u00e3e, pai dele, n\u00e3o consigo estabelecer uma rela\u00e7\u00e3o afetiva, de di\u00e1logo, e come\u00e7o a entrar em conflito.<\/p>\n\n\n\n
S\u00e3o pais que rejeitam os filhos? <\/h2>\n\n\n\n
Essa gera\u00e7\u00e3o mostra que os pais, se n\u00e3o h\u00e1 um modelo estabelecido, eles n\u00e3o se disp\u00f5em a aprender com o que eles veem na realidade, \u00e9 quase que um filho abstrato. Quando o filho real come\u00e7a a emergir e mostrar suas caracter\u00edsticas, os pais come\u00e7am a estranhar aquilo e n\u00e3o entram em processo de di\u00e1logo, se afastam. \u00c9 esse afastamento, esse vazio, que cria a gera\u00e7\u00e3o do quarto. Por isso afirmo que \u00e9 na matriz familiar que a gera\u00e7\u00e3o \u00e9 gerada, quer dizer, os pais n\u00e3o conseguem observar, de modo geral, a emerg\u00eancia dos humanos que eles mesmos criaram. Eles t\u00eam o humano projetado, \u00e9 quase um molde de um humano. Quando vem uma orienta\u00e7\u00e3o sexual ou um g\u00eanero que n\u00e3o \u00e9 norma, causa um impacto. <\/p>\n\n\n\n
Claro que \u00e9 menos impactante quando o filho diz que n\u00e3o quer ser m\u00e9dico, mas sim ator, pode haver resist\u00eancia mas n\u00e3o t\u00e3o intensa como quando voc\u00ea diz que \u00e9 gay, isso causa um embara\u00e7o. Mas n\u00e3o gosto de condenar os pais e as m\u00e3es, porque acho que eles est\u00e3o envolvidos nesse processo, eles querem acertar, ao menos, os que t\u00eam paternagem e maternagem, que chamo de esp\u00edrito de pai e m\u00e3e. Os que n\u00e3o t\u00eam, esses simplesmente geram os filhos, est\u00e3o ali numa esp\u00e9cie de playground de criar filhos. Mas os que t\u00eam paternagem, eles v\u00e3o tentando encontrar e conseguem, ent\u00e3o nesse caso, essa fissura, esse vazio que se abriu \u00e9 reduzido e a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 compreendida. <\/p>\n\n\n\n
Os pais sabem que t\u00eam um problema em casa?<\/h2>\n\n\n\n
Eles n\u00e3o t\u00eam conhecimento, porque a gera\u00e7\u00e3o do quarto cognitivamente n\u00e3o tem problema com boletim escolar. Essa gera\u00e7\u00e3o chega na universidade. Essa causa-consequ\u00eancia que a gente confabulou e afirmou tantas vezes que, por exemplo, vai ter problemas na escola, no rendimento escolar, n\u00e3o \u00e9 um sinal, a gera\u00e7\u00e3o do quarto tem um boletim escolar azul,<\/strong> e os pais n\u00e3o percebem. Eles acham que faz parte da vida estar no quarto.<\/strong> Muitos me dizem isso, \u201cah mas meu filho est\u00e1 no quarto j\u00e1 h\u00e1 tanto tempo que nem me dava conta\u201d. Eles come\u00e7am a se dar conta quando a crian\u00e7a ou o adolescente come\u00e7a a se cortar, quando come\u00e7am a gritar em sil\u00eancio, a\u00ed os pais alertam, mas at\u00e9 ent\u00e3o, n\u00e3o. Chamam para jantar, quando conseguem, lembrando que pais contempor\u00e2neos vivem muito fora de casa, trabalham muito, com finalidade de dar um futuro para os filhos.  <\/p>\n\n\n\n
Ou seja, o esfor\u00e7o dos pais para garantir uma boa estrutura familiar acaba por distanci\u00e1-los dos filhos?<\/h2>\n\n\n\n
\u00c9 a alternativa que se deu para a fam\u00edlia. Num pa\u00eds de mais de 210 milh\u00f5es de pessoas, n\u00e3o \u00e9 todo mundo que para e reflete sobre o que \u00e9 ser uma fam\u00edlia. Para os que est\u00e3o abaixo da linha da mis\u00e9ria tem que pensar muito como se recupera. H\u00e1 uma quest\u00e3o importante: o fen\u00f4meno da gera\u00e7\u00e3o do quarto se d\u00e1 em todas as classes sociais, mas as estrat\u00e9gias trabalhadas mudam. Tem muitas pessoas que usam a gravidez, por exemplo, como forma de sair de uma situa\u00e7\u00e3o socioecon\u00f4mica. Engravidar pode ser uma esp\u00e9cie de promo\u00e7\u00e3o social, ou seja, o problema \u00e9 o mesmo, a dor ps\u00edquica \u00e9 a mesma, mas a maneira de lidar com ela \u00e9 diferente. <\/p>\n\n\n\n
Os jovens n\u00e3o se abrem com os pais, mas n\u00e3o se opuseram a falar com voc\u00ea?<\/h2>\n\n\n\n
Talvez o que favorece para um pesquisador como eu \u00e9 me dispor a escutar sem condenar, sem julgamento. Eu escuto para acolher e esse talvez seja um potencial que a gente possa ensinar aos pais e \u00e0s m\u00e3es, para que o filho diga o que pensa, o que acha, o que gosta e n\u00e3o gosta, se sinta confort\u00e1vel em ser diferente dos pais. Acho que as fam\u00edlias escutam julgando, comparando e sentenciando demais. As crian\u00e7as, ao contr\u00e1rio do que as pessoas pensam, s\u00e3o muito sens\u00edveis, muito cr\u00edticas, elas conseguem responder perguntas, falar sobre sentimentos com quem elas se sentem confort\u00e1veis. Al\u00e9m disso, uma das t\u00e9cnicas que utilizei, o question\u00e1rio online, me trouxe muitas respostas, porque tinha perguntas abertas. Alguns dos depoimentos que apresento no livro eu n\u00e3o ouvi, eu li. Quando n\u00e3o tenho que dizer meu nome, quem eu sou, de onde sou, qual minha idade, me sinto mais livre para falar, pedir ajuda. Foram esses depoimentos que me causaram impacto e me fizeram depois entrevistar o grupo menor por meio de rodas de conversa. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Qual o papel da escola nesse contexto?<\/h2>\n\n\n\n
Eu sou um profissional e defensor da escola, a escola para mim \u00e9 uma grande inven\u00e7\u00e3o social, cumpre papel de forma\u00e7\u00e3o, de complementaridade, sobretudo no campo do que chamamos de conhecimento cient\u00edfico. Ela tamb\u00e9m tem um papel social, porque trabalha com pessoas, organiza\u00e7\u00f5es, institui\u00e7\u00f5es, mas ela precisa ser revisitada e reformulada nos seus objetivos matriciais. A escola n\u00e3o pode querer exclusivamente formar do ponto vista cognitivo. Isso \u00e9 um equ\u00edvoco que se manifesta sobretudo nessas escolas, que insistem num modelo de concorr\u00eancia, competi\u00e7\u00e3o, ranqueamento, na nota como resposta \u00e0 aprendizagem. S\u00e3o escolas desconectadas com grandes problemas contempor\u00e2neos, como a sobreviv\u00eancia do Planeta Terra. Temos um planeta amea\u00e7ado de desertifica\u00e7\u00e3o, de aus\u00eancia de comida, amea\u00e7ado no campo dos povos origin\u00e1rios, ent\u00e3o essas s\u00e3o preocupa\u00e7\u00f5es que a escola deve ter. <\/p>\n\n\n\n
Outra preocupa\u00e7\u00e3o \u00e9 a diversidade, temos uma sociedade que se mostra violenta com as minorias, racista e mis\u00f3gina. As mulheres sofrem muito nessa sociedade. A escola n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 para discutir f\u00f3rmulas qu\u00edmicas, biol\u00f3gicas, equa\u00e7\u00f5es matem\u00e1ticas, sintaxe da l\u00edngua. <\/p>\n\n\n\n
A escola \u00e9 para ajudar a usar o conhecimento cient\u00edfico na melhoria da qualidade de vida das pessoas, da minha e dos outros. <\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Ent\u00e3o se ela n\u00e3o faz isso, se insiste na concorr\u00eancia, em colocar aqueles que s\u00e3o bons e n\u00e3o s\u00e3o bons, os que s\u00e3o inteligentes e os que n\u00e3o s\u00e3o inteligentes, e ela tem insistido, ela ajuda a adoecer. \u00c9 o que digo no livro. <\/p>\n\n\n\n
O que dizer aos pais e m\u00e3es da gera\u00e7\u00e3o do quarto?<\/h2>\n\n\n\n
Os filhos e as filhas v\u00e3o precisar muito mesmo dos pais. Tem dois cen\u00e1rios, um \u00e9 ajudar meu filho a n\u00e3o entrar no quarto e o outro \u00e9 ajudar o filho que j\u00e1 est\u00e1 no quarto. No livro eu falo de cinco pilares: cuidado, autoconhecimento, conviv\u00eancia, dialogicidade e amorosidade. Trabalhar a fam\u00edlia e a escola a partir dessas sustenta\u00e7\u00f5es \u00e9 preventivo, mas pode servir tamb\u00e9m para situa\u00e7\u00f5es de pessoas que j\u00e1 est\u00e3o adoecidas, neste caso, associado ao acompanhamento de um profissional da sa\u00fade mental - psic\u00f3logo, psiquiatra, psicanalista, a depender do caso.<\/p>\n\n\n\n
O pilar do cuidado<\/strong> trata sobre a import\u00e2ncia do cuidado consigo e do cuidado com o outro, o que implica tratar das quest\u00f5es relacionadas a respeito, compreens\u00e3o, conviv\u00eancia, uso abusivo de \u00e1lcool, relacionamentos abusivos, bullying, ciberbullying, uso excessivo de redes sociais digitais, entre outros aspectos.

O pilar do autoconhecimento<\/strong> trata sobre a biografia, a hist\u00f3ria de cada pessoa, a fam\u00edlia. Proponho um trabalho sobre ancestralidade, que a pessoa conhe\u00e7a sua hist\u00f3ria de vida, conhe\u00e7a seu pai, sua m\u00e3e, sua opini\u00e3o, seus gostos. Isso tem a ver com quem eu sou, do ponto de vista \u00e9tico, e vai me dar uma seguran\u00e7a para enfrentar aquilo que querem que eu seja. Eu sou isso, mas querem que eu seja aquilo. N\u00e3o escondo minhas fragilidades, sou amado, o que d\u00e1 seguran\u00e7a. N\u00e3o vou dizer para minha crian\u00e7a que a vida \u00e9 f\u00e1cil, um mar de rosas, que ela nunca vai encontrar desafios, mas vou ajud\u00e1-la e fortalec\u00ea-la para que ela possa enfrent\u00e1-los.<\/p>\n\n\n\n
No pilar da conviv\u00eancia<\/strong>, h\u00e1 uma rela\u00e7\u00e3o entre aprender a ser e aprender a conviver. Trato de situa\u00e7\u00f5es cotidianas que evocam reflex\u00f5es \u00e9ticas, morais e espirituais, para as quais a compaix\u00e3o, a empatia e a resili\u00eancia s\u00e3o habilidades necess\u00e1rias e essenciais. O exerc\u00edcio da dialogicidade<\/strong> \u00e9 realizado quando as pessoas aprendem a falar o que pensam e sentem, mas entendem que o que pensam e sentem n\u00e3o \u00e9 a \u00faltima palavra sobre a verdade. O pilar da amorosidade<\/strong> \u00e9 tratado com reflex\u00f5es e a\u00e7\u00f5es. As reflex\u00f5es geram as a\u00e7\u00f5es, e as a\u00e7\u00f5es n\u00e3o s\u00e3o realizadas de modo mec\u00e2nico. <\/p>\n\n\n\n
Os pais podem aprender com os filhos?<\/h2>\n\n\n\n
O livro n\u00e3o tem que ser uma pedra para atirar nos pais e na escola, tem que ser um acalanto. Eu acho que a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 t\u00e3o potente que nos possibilita reaprender a viver, tenho grande esperan\u00e7a na gera\u00e7\u00e3o do quarto, a mesma gera\u00e7\u00e3o que \u00e9 violenta me ensina novos modos de amor, n\u00e3o vejo a gera\u00e7\u00e3o como fracassada, que n\u00e3o deu certo, acho um absurdo dizer que \u00e9 uma gera\u00e7\u00e3o parasita, \"nem-nem\". Obviamente ela traz todas as mazelas, n\u00e3o foi a gera\u00e7\u00e3o do quarto que inventou o abuso do \u00e1lcool, a viol\u00eancia, esses foram c\u00f3digos sempre usados, mas a gera\u00e7\u00e3o do quarto est\u00e1 nos dando outras alternativas, como maior preocupa\u00e7\u00e3o sobre consumo, meio ambiente, empoderamento das meninas, orienta\u00e7\u00e3o \u00e0 quest\u00e3o de g\u00eanero. Essa gera\u00e7\u00e3o tem muita coisa a nos mostrar, n\u00e3o precisamos ter medo, podemos aprender com elas. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"A gera\u00e7\u00e3o do quarto: um retrato chocante da juventude brasileira","post_excerpt":"Ap\u00f3s ouvir mais de 3 mil crian\u00e7as e adolescentes que vivem experi\u00eancias traum\u00e1ticas em seus quartos, o pesquisador Hugo Monteiro Ferreira faz um alerta aos pais e \u00e0s escolas sobre a necessidade de mudar a forma de se relacionar com os jovens","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"a-geracao-do-quarto-o-retrato-chocante-da-juventude-brasileira","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-30 11:00:28","post_modified_gmt":"2022-08-30 14:00:28","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64515","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64369,"post_author":"4","post_date":"2022-08-23 10:54:43","post_date_gmt":"2022-08-23 13:54:43","post_content":"\n
De acordo com o Artigo 227<\/a> da Constitui\u00e7\u00e3o de 1988, as crian\u00e7as<\/a> devem ser prioridade absoluta em todas as decis\u00f5es, programas e pol\u00edticas p\u00fablicas<\/a>. Isso se torna mais relevante em ano de elei\u00e7\u00f5es, em que poderemos escolher, de forma democr\u00e1tica<\/a>, representantes<\/a> aos cargos de presidente da Rep\u00fablica, senadores, governadores, deputados federais e estaduais. <\/p>\n\n\n\n
O voto no Brasil \u00e9 obrigat\u00f3rio para todos aqueles acima de 18 anos, sendo facultativo para jovens com 16 e 17 anos, pessoas com mais de 70 anos e analfabetos. Crian\u00e7as e adolescentes<\/a> menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar<\/a>, mas isso n\u00e3o quer dizer que n\u00e3o devam estar inclu\u00eddos nos planos dos diferentes representantes pol\u00edticos. Muito pelo contr\u00e1rio.<\/p>\n\n\n\n
Diversos estudos j\u00e1 comprovaram que investir na primeira inf\u00e2ncia<\/a> \u00e9 a melhor maneira de reduzir desigualdades e construir uma sociedade com condi\u00e7\u00f5es sociais e ambientais sustent\u00e1veis.<\/p>\n\n\n\n
Cabe a n\u00f3s, adultos, escolher nas elei\u00e7\u00f5es candidatos que contemplem as crian\u00e7as em projetos e iniciativas diversas. Abaixo, veja 5 motivos que tornam urgente a valoriza\u00e7\u00e3o de projetos para a inf\u00e2ncia e juventude nas campanhas \u00e0s elei\u00e7\u00f5es de 2022. A lista \u00e9 do portal Lunetas, espa\u00e7o dedicado \u00e0 reflex\u00e3o sobre a inf\u00e2ncia, que recentemente lan\u00e7ou o especial \"Inf\u00e2ncias em foco: Quem vota pelas crian\u00e7as?\"<\/a>, um hub de informa\u00e7\u00e3o sobre pol\u00edtica e as inf\u00e2ncias. <\/p>\n\n\n\n
5 temas que envolvem as crian\u00e7as e que t\u00eam de estar previstos nas propostas dos candidatos \u00e0s elei\u00e7\u00f5es:<\/h2>\n\n\n\n
Fome<\/h3>\n\n\n\n
De acordo com um levantamento realizado pela Funda\u00e7\u00e3o Abrinq, cerca de 18,8 milh\u00f5es de meninos e meninas de at\u00e9 14 anos passam fome no Brasil. Essa inseguran\u00e7a alimentar traz preju\u00edzos grav\u00edssimos \u00e0s crian\u00e7as, afetando seu crescimento e o desenvolvimento f\u00edsico e cognitivo necess\u00e1rios para que consigam crescer de maneira saud\u00e1vel.<\/p>\n\n\n\n
Analfabetismo<\/h3>\n\n\n\n
H\u00e1 50 anos, a educa\u00e7\u00e3o infantil n\u00e3o era uma realidade no Brasil, no entanto, pol\u00edticas p\u00fablicas mudaram essa realidade. Ainda assim, nos \u00faltimos dois anos, o n\u00famero de crian\u00e7as de 6 e 7 anos que n\u00e3o sabem ler e escrever cresceu em 1 milh\u00e3o. Pensando no futuro e nos pr\u00f3ximos passos do Brasil relacionados \u00e0 educa\u00e7\u00e3o p\u00fablica, \u00e9 necess\u00e1rio eleger candidatos que queiram enfrentar as desigualdades sociais e lutar para que todas as crian\u00e7as e adolescentes tenham acesso \u00e0 educa\u00e7\u00e3o de qualidade.<\/p>\n\n\n\n
Trabalho Infantil<\/h3>\n\n\n\n
Atualmente, cerca de 2 milh\u00f5es de crian\u00e7as e adolescentes est\u00e3o em situa\u00e7\u00e3o de trabalho infantil no Brasil. Desse total, 66% s\u00e3o crian\u00e7as pretas ou pardas e 71% est\u00e3o na \u00e1rea urbana, de acordo com um levantamento divulgado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domic\u00edlios (PNAD Cont\u00ednua).<\/p>\n\n\n\n
Viol\u00eancia e explora\u00e7\u00e3o sexual<\/h3>\n\n\n\n
Entre 2016 e 2020, 35 mil crian\u00e7as e adolescentes, de 0 a 19 anos, foram mortos de forma violenta no Brasil e 180 mil sofreram viol\u00eancia sexual, segundo o Panorama da Viol\u00eancia Sexual contra crian\u00e7as e Adolescentes no Brasil, lan\u00e7ado pela Unicef e pelo F\u00f3rum Brasileiro de Seguran\u00e7a P\u00fablica (FBSP). Por isso, \u00e9 necess\u00e1rio eleger pessoas que tenham coragem para combater esse cen\u00e1rio e falar de assuntos como igualdade de g\u00eanero, empoderamento de meninas, viol\u00eancia sexual e femin\u00edcio.<\/p>\n\n\n\n
Moradia<\/h3>\n\n\n\n
Mais de 5 milh\u00f5es de pessoas ainda residem em domic\u00edlios sem banheiros ou sanit\u00e1rios de uso exclusivo e 9,7 milh\u00f5es vivem em condi\u00e7\u00f5es de adensamento excessivo, com mais de tr\u00eas moradores para cada dormit\u00f3rio. Este \u00e9 um assunto que n\u00e3o deve ser ignorado, j\u00e1 que todas as crian\u00e7as precisam de acesso \u00e0 moradia para viver com dignidade e poder se desenvolver em outras \u00e1reas, como lazer, educa\u00e7\u00e3o e sa\u00fade.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]  <\/p>\n","post_title":"5 motivos para priorizar as crian\u00e7as nas elei\u00e7\u00f5es de 2022","post_excerpt":"Crian\u00e7as e adolescentes menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar, mas s\u00e3o parcela importante da popula\u00e7\u00e3o e t\u00eam de estar contemplados nos projetos dos diferentes atores governamentais","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"5-motivos-para-priorizar-as-criancas-nas-eleicoes-de-2022","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-25 18:52:13","post_modified_gmt":"2022-08-25 21:52:13","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64369","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64334,"post_author":"4","post_date":"2022-08-22 15:14:51","post_date_gmt":"2022-08-22 18:14:51","post_content":"\n
O n\u00famero de crian\u00e7as e adolescente<\/a>s conectados \u00e0 internet cresceu nos \u00faltimos anos. Segundo o estudo TIC Kids Online Brasil 2021<\/a>, rec\u00e9m-divulgado, 93% ou 22,3 milh\u00f5es das crian\u00e7as e dos adolescentes<\/a> no pa\u00eds acessaram a web<\/a> em 2021, sendo que em 2019 esse percentual era de 89%. O crescimento foi impulsionado principalmente pela maior propor\u00e7\u00e3o de usu\u00e1rios na regi\u00e3o Nordeste e nas \u00e1reas rurais. <\/p>\n\n\n\n
O uso de redes sociais <\/a>pelas crian\u00e7as tamb\u00e9m tem se elevado, sendo a plataforma Tik Tok<\/a> a mais utilizada (34%), seguida pelo Instagram (33%). No Facebook, houve queda no uso de 66% para 51% no per\u00edodo citado. J\u00e1 o WhatsApp segue como a plataforma em que crian\u00e7as e adolescentes mais possuem perfil (foi de 70% em 2018 para 80% em 2021), e \u00e9 a mais difundida entre todos os estratos sociais.<\/p>\n\n\n\n
A pesquisa, conduzida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informa\u00e7\u00e3o (Cetic.br) do N\u00facleo de Informa\u00e7\u00e3o e Coordena\u00e7\u00e3o do Ponto BR (NIC.br), entrevistou 2.651 crian\u00e7as e adolescentes com idades entre 9 e 17 anos, bem como seus pais ou respons\u00e1veis, em todo o territ\u00f3rio nacional. As entrevistas aconteceram entre outubro de 2021 e mar\u00e7o de 2022, com a finalidade de investigar oportunidades e riscos relacionados \u00e0 participa\u00e7\u00e3o online desse p\u00fablico. <\/p>\n\n\n\n
Segundo o levantamento, as crian\u00e7as tamb\u00e9m est\u00e3o passando mais tempo em jogos online - seja conectadas com outros jogadores (de 57% para 66%, entre 2021 e 2019) ou n\u00e3o conectadas a eles (de 55% para 64%) -, e fazendo mais compras no ambiente digital - cresceu de 9% para 19% no mesmo per\u00edodo. <\/p>\n\n\n\n
\"Plataformas de cria\u00e7\u00e3o e compartilhamento de conte\u00fado audiovisual est\u00e3o entre as mais utilizadas por crian\u00e7as e adolescentes. Nesse contexto, a qualidade da conex\u00e3o \u00e0 Internet e dos dispositivos digitais utilizados para o acesso \u00e0 rede passam a ser determinantes para o melhor aproveitamento de oportunidades online. \u00c9 central, portanto, garantir condi\u00e7\u00f5es equitativas de conectividade para crian\u00e7as e adolescentes em diferentes contextos socioecon\u00f4micos\", aponta Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br. <\/p>\n\n\n\n
A pesquisa TIC Kids Online <\/a>detectou, ainda, que o telefone celular segue como o principal meio de conex\u00e3o \u00e0 rede nos diferentes extratos sociais. Para 53%, o celular foi o \u00fanico dispositivo usado, realidade que se verificou mais presente nas classes DE (78%) e C (52%) do que nas classes AB (18%). <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Acesso a propagandas<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
Entre as atividades multim\u00eddia, as mais acessadas pelas crian\u00e7as s\u00e3o ouvir m\u00fasica (80%), assistir a v\u00eddeos, programas, filmes ou s\u00e9ries (84%), S\u00edtios de v\u00eddeos (67%) e redes sociais (61%) est\u00e3o entre as principais plataformas em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios de internet declaram ter visto propaganda de produtos ou marcas. Pessoas ensinando como usar algum produto (62%) e abrindo embalagens -- o chamado unboxing<\/em><\/strong> - (61%) foram os principais conte\u00fados de imagem ou v\u00eddeo em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios da rede tiveram contato com divulga\u00e7\u00e3o de produtos ou marcas. Entre as principais categorias de produtos ou marcas vistas no ambiente online<\/em> est\u00e3o: <\/p>\n\n\n\n
Equipamentos eletr\u00f4nicos (60%); <\/li>
Roupas e sapatos (60%); <\/li>
Comidas, bebidas ou doces (57%); <\/li>
Videogames ou jogos (46%); <\/li>
Maquiagem e outros produtos de beleza (46%).\u00a0<\/li><\/ul>\n\n\n\nBusca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e bem-estar<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa tamb\u00e9m constatou que 32% dos jovens entre 11 e 17 anos procuram ajuda para lidar com algo ruim que vivenciaram<\/strong>, ou para falar sobre suas emo\u00e7\u00f5es<\/strong> quando se sentiram tristes. <\/p>\n\n\n\n
Entre os temas mais procurados relacionados \u00e0 sa\u00fade est\u00e3o:<\/p>\n\n\n\n
Informa\u00e7\u00f5es sobre alimenta\u00e7\u00e3o (55%);
Preven\u00e7\u00e3o e tratamento de doen\u00e7as (38%);
Exerc\u00edcios e meios para ficar em forma (36%);
Informa\u00e7\u00f5es sobre medicamentos (22%);<\/li>
Discuss\u00f5es sobre sa\u00fade sexual e educa\u00e7\u00e3o sexual (21%).<\/li><\/ul>\n\n\n\n
\"A pesquisa busca levantar evid\u00eancias que contribuam para a promo\u00e7\u00e3o de direitos e do bem-estar de crian\u00e7as e adolescentes. Desse modo, para al\u00e9m das atividades presentes na s\u00e9rie hist\u00f3rica da pesquisa, o uso da rede na busca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e apoio emocional passou a ser um tema relevante de investiga\u00e7\u00e3o\", sinaliza Barbosa.<\/p>\n\n\n\n
\"Pesquisas como a TIC Kids Online Brasil s\u00e3o de extrema relev\u00e2ncia para entendermos o cen\u00e1rio atual e fortalecermos o letramento e inclus\u00e3o digital dos mais jovens, com mais seguran\u00e7a e qualidade, quest\u00f5es intr\u00ednsecas ao trabalho realizado pelo Comit\u00ea Gestor da Internet no Brasil\", pondera Jos\u00e9 Gontijo, coordenador do CGI.br.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"] <\/p>\n","post_title":"93% dos jovens entre 9 e 17 anos usam a internet no pa\u00eds, revela pesquisa","post_excerpt":"Pesquisa TIC Kids Online Brasil 2021 tamb\u00e9m mostrou que a TikTok \u00e9 a principal rede social utilizada por crian\u00e7as e adolescentes","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"93-dos-jovens-entre-9-e-17-anos-usam-a-internet-revela-pesquisa-tic-kids-online-2021","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-23 11:24:47","post_modified_gmt":"2022-08-23 14:24:47","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64334","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"}],"next":false,"prev":true,"total_page":12},"paged":1,"column_class":"jeg_col_2o3","class":"epic_block_3"};

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\n
4. Intoxica\u00e7\u00e3o<\/h2>\n\n\n\n
Acidentes com medicamentos ou produtos t\u00f3xicos infelizmente s\u00e3o comuns. A intoxica\u00e7\u00e3o pela ingest\u00e3o, manipula\u00e7\u00e3o ou inala\u00e7\u00e3o pode ser perigosa e fatal, dependendo da \u00e1rea afetada e da toxicidade. \u00c9 importante explicar \u00e0s crian\u00e7as que os rem\u00e9dios devem ser tomados somente quando necess\u00e1rio, e evitar cham\u00e1-los por nomes de doces ou balas - alguns pais recorrem a essa t\u00e1tica para facilitar a administra\u00e7\u00e3o. Al\u00e9m disso, nunca medique sem orienta\u00e7\u00e3o m\u00e9dica ou por sugest\u00e3o de terceiros. <\/p>\n\n\n\n
Guarde as embalagens de produtos potencialmente t\u00f3xicos, como medicamentos, bebidas alco\u00f3licas, produtos de limpeza e pesticidas, logo ap\u00f3s a utiliza\u00e7\u00e3o, fora do alcance das crian\u00e7as. N\u00e3o use embalagens vazias para guardar produtos que podem ser t\u00f3xicos, mantenha-os sempre nas embalagens originais. N\u00e3o d\u00ea embalagens vazias desses produtos para as crian\u00e7as brincarem. Tampouco coloque produtos de uso dom\u00e9stico junto de alimentos e evite plantas t\u00f3xicas em casa ou no jardim, em locais de f\u00e1cil acesso para as crian\u00e7as.<\/p>\n\n\n\n
5. Sufoca\u00e7\u00e3o<\/h2>\n\n\n\n
Crian\u00e7as de at\u00e9 3 anos, que est\u00e3o na fase de experimentar o mundo e costumam levar tudo \u00e0 boca, s\u00e3o mais propensas a sofrerem acidentes relacionados \u00e0 sufoca\u00e7\u00e3o. A sufoca\u00e7\u00e3o ocorre quando h\u00e1 a cobertura total ou parcial do nariz e\/ou da boca, resultando na dificuldade ou impossibilidade de respirar. Entre beb\u00eas menores de um ano de idade, o risco de sufoca\u00e7\u00e3o \u00e9 muito alto devido a sua falta de capacidade de escaparem por si mesmos de uma situa\u00e7\u00e3o de perigo. A introdu\u00e7\u00e3o alimentar merece precau\u00e7\u00e3o e uma das orienta\u00e7\u00f5es \u00e9 n\u00e3o oferecer alimentos redondos e duros, como uva, amendoim ou outras castanhas e cenoura crua, al\u00e9m de cortar os alimentos em peda\u00e7os bem pequenos. Tamb\u00e9m \u00e9 importante aprender as manobras de desengasgo<\/a> para saber como agir nesse momento.<\/p>\n\n\n\n
Outros acidentes<\/h2>\n\n\n\n
Apesar do aumento geral dos acidentes, os casos envolvendo afogamento diminu\u00edram<\/a> em 2021. Ainda assim, \u00e9 v\u00e1lido lembrar que os pequenos menores de 4 anos podem se afogar em recipientes com at\u00e9 2,5 cm de \u00e1gua. Por isso, al\u00e9m dos cuidados com as piscinas, como a prote\u00e7\u00e3o com cercas e port\u00e3o com cadeado ou trava de seguran\u00e7a, \u00e9 preciso aten\u00e7\u00e3o com banheiras, bacias e baldes, que devem ser guardados vazios e virados para baixo. E, claro, nunca deixe crian\u00e7as sozinhas dentro ou perto da \u00e1gua, nem por um segundo!<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"Como prevenir os\u00a05 acidentes\u00a0mais perigosos\u00a0com crian\u00e7as","post_excerpt":"Pesquisa da ONG Aldeias Infantis SOS mostrou que cresceu o n\u00famero de crian\u00e7as internadas por acidentes em 2021; veja as principais medidas para evit\u00e1-los","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"como-prevenir-os-5-acidentes-mais-perigosos-com-criancas","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-09-09 08:55:11","post_modified_gmt":"2022-09-09 11:55:11","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64723","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64666,"post_author":"4","post_date":"2022-08-30 17:24:27","post_date_gmt":"2022-08-30 20:24:27","post_content":"\n
O n\u00famero de crian\u00e7as e adolescentes que se internaram<\/a>, em 2021, devido a acidentes, aumentou em compara\u00e7\u00e3o com 2020. Foram 110.341 casos de interna\u00e7\u00f5es no ano passado, na faixa et\u00e1ria de 0 a 14 anos, segundo pesquisa da ONG Aldeias Infantis SOS e do Instituto Bem Cuidar. O n\u00famero revela um crescimento de 5,3% em rela\u00e7\u00e3o ao ano anterior. <\/p>\n\n\n\n
As quedas foram a principal causa das interna\u00e7\u00f5es<\/a>, sendo respons\u00e1veis por 44% das ocorr\u00eancias, seguidas pelas queimaduras, 19%, acidentes de tr\u00e2nsito, 10%, e intoxica\u00e7\u00f5es, 5%. Em m\u00e9dia, 302 crian\u00e7as foram hospitalizadas<\/a>, por dia, por conta de algum acidente em 2021, segundo o estudo feito com informa\u00e7\u00f5es do Datasus, do Minist\u00e9rio da Sa\u00fade.<\/p>\n\n\n\n
\u201cChama muito a aten\u00e7\u00e3o, por exemplo, que a maior causa de interna\u00e7\u00e3o seja a queda<\/a>, pois a gente sabe que h\u00e1 medidas para evitar isso. \u00c9 preciso colocar tela em janelas e sacadas<\/a>, evitar deixar m\u00f3veis pr\u00f3ximo a janelas, enfim, uma s\u00e9rie de dicas que s\u00e3o importantes para que pais e adultos estejam munidos dessas informa\u00e7\u00f5es para evitar os acidentes\u201d, afirmou Erika Tonelli, especialista em Entornos Seguros e Protetores da Aldeias Infantis SOS.\u00a0<\/p>\n\n\n\n
Erika lembra que, embora os acidentes fa\u00e7am parte da vida das crian\u00e7as enquanto est\u00e3o se desenvolvendo e experienciando o mundo, a maioria deles poderiam ser evitados. \u201cAt\u00e9 90% dos acidentes poderiam ser prevenidos com medidas simples. Os pais e familiares devem estar sempre atentos aos ambientes - n\u00e3o s\u00f3 aos dom\u00e9sticos, mas tamb\u00e9m espa\u00e7os comunit\u00e1rios, parques, escolas e todos os lugares que as crian\u00e7as frequentam -, para perceber quais riscos existem e se \u00e9 preciso tomar alguma medida ou ter um olhar mais cuidadoso para elas\u201d, ressalta a especialista.<\/p>\n\n\n\n
Apesar do aumento geral dos acidentes, constatou-se que em 2021 os casos envolvendo afogamento diminu\u00edram<\/a> em 2% e sufoca\u00e7\u00e3o em 6%, quando comparado ao ano anterior.  <\/p>\n\n\n\n
O estudo tamb\u00e9m ressalta que, apesar do aumento no volume de interna\u00e7\u00f5es, os n\u00fameros de 2021 s\u00e3o menores que no per\u00edodo anterior \u00e0 pandemia. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong> <\/p>\n\n\n\n\n\n
Tipos de acidentes por idade <\/h2>\n\n\n\n
Segundo o levantamento, a faixa et\u00e1ria de 5 a 9 anos de idade \u00e9 a mais atingida pelas quedas e a que mais sofreu hospitaliza\u00e7\u00f5es em 2021 - representando 35,1% dos internados por acidentes. As crian\u00e7as com idade de 10 a 14 anos tamb\u00e9m tiveram um n\u00famero alto de interna\u00e7\u00f5es (34,2%), sendo igualmente as quedas a causa mais comum. <\/p>\n\n\n\n
J\u00e1 na faixa et\u00e1ria de 1 a 4 anos, que representa 25,6% das intera\u00e7\u00f5es, intoxica\u00e7\u00e3o e queimaduras est\u00e3o entre os principais acidentes. Menores de 1 ano representaram 5,2% das interna\u00e7\u00f5es, motivadas por acidentes como sufoca\u00e7\u00e3o, mas tamb\u00e9m queimaduras, afogamento, intoxica\u00e7\u00e3o e quedas. <\/p>\n\n\n\n
Erika relata que dependendo da faixa et\u00e1ria, a preval\u00eancia dos acidentes vai sendo alterada. Os beb\u00eas de at\u00e9 1 ano t\u00eam um n\u00famero maior de casos de sufoca\u00e7\u00e3o, porque s\u00e3o crian\u00e7as que levam coisas \u00e0 boca. J\u00e1 a intoxica\u00e7\u00e3o tem um n\u00famero bastante alto entre 1 e 4 anos, depois vem a queda, com crian\u00e7as acima de 5 anos, que exploram mais o ambiente e est\u00e3o mais expostas ao mundo externo. \"Mas isso n\u00e3o quer dizer que a gente n\u00e3o deva estar atento \u00e0s demais causas de acidentes. Mesmo a queimadura pode ser comum nos beb\u00eas durante o banho, por exemplo\u201d, explica a porta-voz da Aldeias Infantis SOS. <\/p>\n\n\n\n
Principais causas de acidentes com crian\u00e7as (0 a 14 anos)*<\/h2>\n\n\n\n
Quedas - 44%<\/li>
Queimaduras 19%<\/li>
Tr\u00e2nsito - 10%<\/li>
Intoxica\u00e7\u00f5es - 5% <\/li><\/ul>\n\n\n\n
Acidentes mais comuns por faixa et\u00e1ria<\/h2>\n\n\n\n
0 a 1 ano - Sufoca\u00e7\u00e3o<\/li>
1 a 4 anos - Intoxica\u00e7\u00e3o<\/li>
5 a 9 anos - Quedas<\/li>
10 a 14 anos - Quedas<\/li><\/ul>\n\n\n\n
*N\u00fameros consolidados pela ONG Aldeias Infantis SOS, a partir da base de dados Datasus, do Minist\u00e9rio da Sa\u00fade.<\/em><\/p>\n\n\n\n
Quedas e queimaduras<\/h2>\n\n\n\n
Os registros de quedas no Datasus incluem tanto acidentes ocorridos em casa, quanto em ambientes externos, como playgrounds e parques. Segundo Erika, n\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel afirmar qual tipo de queda \u00e9 a mais comum, mas ela avalia que tanto o maior tempo dentro de casa, durante a pandemia, quanto o incentivo \u00e0s atividades ao ar livre, ap\u00f3s o per\u00edodo de isolamento social, podem ter contribu\u00eddo para esse tipo de acidente.<\/p>\n\n\n\n
J\u00e1 em rela\u00e7\u00e3o \u00e0s queimaduras, ela diz que percebeu um leve aumento de casos, principalmente, devido ao uso recorrente de \u00e1lcool e \u00e1lcool em gel, como forma de prote\u00e7\u00e3o contra a Covid, e possivelmente tamb\u00e9m pelo uso maior de formas alternativas de combust\u00edvel na cozinha, como carv\u00e3o, \u00f3leo e querosene, devido \u00e0 piora da condi\u00e7\u00e3o econ\u00f4mica de grande parte das fam\u00edlias brasileiras. <\/p>\n\n\n\n
\u201cMesmo alimentos quentes em cima da mesa, a crian\u00e7a pode puxar e eles virarem em cima dela. \u00c9 importante tamb\u00e9m evitar tomar bebidas quentes com o filho no colo e estar atento ao risco de choque el\u00e9trico com ferro de passar roupa, com o uso do celular enquanto carrega e com instala\u00e7\u00f5es el\u00e9tricas da casa\u201d, destaca Erika.  <\/p>\n\n\n\n
Para a especialista, a precariza\u00e7\u00e3o das condi\u00e7\u00f5es de trabalhos e a exaust\u00e3o de alguns cuidadores tamb\u00e9m podem ser fatores que interferiram nos cuidados com as crian\u00e7as. Al\u00e9m disso, existe o fato de muitas delas ficarem sozinhas em casa, sem a supervis\u00e3o de um adulto, o que contribui ainda mais para o aumento de acidentes. <\/p>\n\n\n\n
Dados mostram que 1 a cada 4 crian\u00e7as acidentadas fica com sequelas permanentes durante toda a vida.<\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
\u201cQuando falamos de interna\u00e7\u00f5es, n\u00e3o \u00e9 algo simples como ralar o joelho ou cair da bicicleta, s\u00e3o causas graves e isso gera um custo tanto para o sistema de sa\u00fade quanto para a fam\u00edlia, al\u00e9m, claro, do impacto psicol\u00f3gico e emocional na crian\u00e7a\u201d, pontua Erika.<\/p>\n\n\n\n
Principais causas de mortes de crian\u00e7as por acidentes em 2020<\/h2>\n\n\n\n
Em rela\u00e7\u00e3o ao n\u00famero de mortes de crian\u00e7as por acidentes, Erika explicou que os dados mais recentes fornecidos pelo Datasus s\u00e3o de 2020, quando 3.117 crian\u00e7as de at\u00e9 14 anos de idade perderam a vida. Apesar de o tr\u00e2nsito continuar sendo a principal causa das fatalidades com 30% do total, os afogamentos e casos de sufoca\u00e7\u00e3o tamb\u00e9m registraram marcas preocupantes, com 27% e 22%, respectivamente. <\/p>\n\n\n\n
Mortes de crian\u00e7as por acidentes - 2020 <\/h3>\n\n\n\n
Tr\u00e2nsito - 30%<\/li>
Afogamentos - 27%<\/li>
Sufoca\u00e7\u00e3o - 22%<\/li><\/ul>\n\n\n\n
Apesar disso, se comparado com 2019, o n\u00famero de \u00f3bitos recuou 2%, sendo a maior redu\u00e7\u00e3o em sufoca\u00e7\u00e3o, com queda de 14%. Por outro lado, fatalidades envolvendo intoxica\u00e7\u00f5es e quedas seguiram o caminho inverso e aumentaram respectivamente 23% e 12% cada uma. Sob a \u00f3tica da faixa et\u00e1ria, crian\u00e7as de 1 a 4 anos concentram a maior taxa de mortalidade por acidentes no Brasil (32%).<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"Aumentam as interna\u00e7\u00f5es de crian\u00e7as por acidentes","post_excerpt":"Mais de 110 mil crian\u00e7as foram internadas em 2021, segundo pesquisa da ONG Aldeias Infantis SOS, devido a quedas, queimaduras e acidentes de tr\u00e2nsito, entre outras causas","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"aumentam-as-internacoes-de-criancas-por-acidentes","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-09-05 10:23:46","post_modified_gmt":"2022-09-05 13:23:46","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64666","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64515,"post_author":"4","post_date":"2022-08-25 23:30:00","post_date_gmt":"2022-08-26 02:30:00","post_content":"\n
\u201cDe boa, passo muito tempo da minha vida no quarto. T\u00e1 ligado? \u00c9 um canto s\u00f3 meu. No quarto, j\u00e1 fiz tudo. Tamb\u00e9m j\u00e1 pensei em fazer besteira.\u201d  <\/em><\/p>\n\n\n\n
\"Fico mais tempo do que no resto da casa. S\u00f3 saio pra comer, saca? Tem dia que nem pra comer. Ningu\u00e9m me pergunta nada. S\u00f3 ficaram mais preocupados, minha m\u00e3e e meu pai, quando a professora falou que me cortei.\"<\/em><\/p>\n\n\n\n
Relatos como esses fazem parte dos depoimentos que o pesquisador Hugo Monteiro Ferreira colheu para um estudo sobre o cotidiano de crian\u00e7as e adolescentes brasileiros<\/a> marcados pelo adoecimento emocional e mental<\/a>. <\/p>\n\n\n\n
S\u00e3o jovens na faixa et\u00e1ria de 11 a 18 anos de idade, que passam cerca de seis horas por dia dentro de seus quartos, geralmente conectados \u00e0s redes sociais<\/a>, e com s\u00e9rios problemas de conviv\u00eancia entre os seus pares<\/a> e tamb\u00e9m com os adultos com os quais convivem.\u00a0De modo geral, s\u00e3o pessoas que pertencem a uma classe social mais favorecida.<\/p>\n\n\n\n
Hugo os definiu como \u201ca gera\u00e7\u00e3o do quarto\u201d. V\u00edtimas de bullying, cyberbullying e outras viol\u00eancias<\/a>, geralmente na escola, eles vivenciam nesse c\u00f4modo da casa diversas formas de sofrimento - de transtornos alimentares a ansiedade, depress\u00e3o e at\u00e9 mesmo suic\u00eddio<\/a>. <\/p>\n\n\n\n
\u201cA gera\u00e7\u00e3o do quarto adverte-nos que as fam\u00edlias e as escolas precisam \"escutar\" meninos e meninas e rever posturas e procedimentos, bem como formas de educar e jeitos de orientar\u201d, afirma Hugo, no livro \u201cA gera\u00e7\u00e3o do quarto - quando as crian\u00e7as nos ensinam a amar\u201d. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
A obra \u00e9 fruto de uma pesquisa que ouviu 3.115 crian\u00e7as e adolescentes, de escolas p\u00fablicas e, principalmente, privadas, de cinco capitais do pa\u00eds. \u00c9 um grupo que retrata nitidamente os jovens da sociedade contempor\u00e2nea. \"Tenho retornos de professores e professoras que me diziam: \"olha isso que voc\u00ea disse acontece exatamente assim na minha escola\", afirmou Hugo. <\/p>\n\n\n\n
Segundo ele, a fragilidade dessa gera\u00e7\u00e3o revela a fragilidade dos pais e das m\u00e3es. \u201cN\u00e3o s\u00e3o s\u00f3 as crian\u00e7as e os adolescentes que est\u00e3o no quarto \u2014 os adultos tamb\u00e9m est\u00e3o. O quarto \u00e9 a met\u00e1fora da fam\u00edlia que n\u00e3o dialoga, mas grita; da escola que n\u00e3o acolhe, mas exige o desempenho das notas\u201d, afirma Humberto da Silva Miranda, doutor em Hist\u00f3ria das Inf\u00e2ncias, no pref\u00e1cio do livro. <\/p>\n\n\n\n
$\"\"$
Hugo Monteiro Ferreira<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n
A seguir, leia a entrevista que o autor concedeu \u00e0 Canguru News<\/strong>. Hugo \u00e9 professor do departamento de Educa\u00e7\u00e3o e do Programa de P\u00f3s-Gradua\u00e7\u00e3o em Educa\u00e7\u00e3o, Culturas e Identidades, ambos da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Na mesma institui\u00e7\u00e3o, ele coordena o N\u00facleo do Cuidado Humano e o Grupo de Estudos da Transdisciplinaridade, da Inf\u00e2ncia e da Juventude (GETIJ).<\/p>\n\n\n\n
Qual o perfil da gera\u00e7\u00e3o do quarto?<\/h2>\n\n\n\n
S\u00e3o crian\u00e7as e adolescentes, entre 11 e 16 anos, que passam mais de 6 horas por dia dentro do quarto, usando excessivamente as redes sociais digitais, e j\u00e1 sofreram algum tipo de viol\u00eancia, como bullying e cyberbullying, geralmente ocorrida na escola. Eles t\u00eam sintomatologias de psicopatologias as mais diversas, com predomin\u00e2ncia para depress\u00e3o, transtornos obsessivos compulsivos, transtornos alimentares, com predomin\u00e2ncia de anorexia e bulimia, transtorno de ansiedade, uso abusivo de \u00e1lcool, de maconha ou drogas qu\u00edmicas e dist\u00farbios de sono. E no campo da autodestrui\u00e7\u00e3o, praticam a autoles\u00e3o, sem inten\u00e7\u00e3o suicida, e alguns t\u00eam idea\u00e7\u00e3o suicida e tentaram suic\u00eddio mais de uma vez, esse \u00e9 o perfil da gera\u00e7\u00e3o do quarto.<\/p>\n\n\n\n
Como foi feita a pesquisa?<\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa foi feita entre 2017 e 2019, com alunos de escolas p\u00fablicas e privadas de cinco capitais brasileiras \u2014 Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Macei\u00f3 e Natal. Inicialmente, foi aplicado um question\u00e1rio online para 3.115 crian\u00e7as e adolescentes, e a partir das respostas foi feito um recorte com 238 jovens, dos quais a grande maioria, 70%, s\u00e3o de escolas privadas, e fazem parte da classe m\u00e9dia e classe m\u00e9dia alta. Os resultados mostraram que 75% dos 3.115 alunos est\u00e3o com a sa\u00fade mental abalada, embora nem todos apresentem sintomatologia psicopatol\u00f3gica. N\u00e3o publiquei nenhum artigo sobre o estudo porque desde o in\u00edcio tive a inten\u00e7\u00e3o de fazer um livro, que ficou pronto em 2020. De l\u00e1 para c\u00e1, a obra passou por revis\u00f5es, sendo publicada agora, em 2022. Ressalto que a gera\u00e7\u00e3o do quarto n\u00e3o foi criada na pandemia, mas sofreu na pandemia duas vezes mais pela situa\u00e7\u00e3o de vulnerabilidade em que se encontrava. <\/p>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 um retrato da juventude brasileira? <\/h2>\n\n\n\n
Eu fiz um recorte, mas todas as pessoas que mantiveram contato comigo e n\u00e3o estiveram no recorte da pesquisa se identificaram com ela. Tenho retornos de professores e professoras que me diziam: \"olha isso que voc\u00ea disse acontece exatamente assim na minha escola\". As pessoas se identificam porque tem uma verossimilhan\u00e7a. Muitas dizem: \"ah, tenho um filho, uma filha, que tamb\u00e9m est\u00e1 no quarto\". Se voc\u00ea for em qualquer escola, infelizmente ir\u00e1 encontrar algo semelhante.<\/p>\n\n\n\n
Como entender os problemas que essa gera\u00e7\u00e3o enfrenta, quais s\u00e3o suas origens?<\/h2>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 forjada, criada dentro de casa, \u00e9 a fam\u00edlia quem cria essa gera\u00e7\u00e3o, n\u00e3o \u00e9 a escola, a escola ajuda a manter, a fazer a manuten\u00e7\u00e3o do sofrimento, mas a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 produto de uma fam\u00edlia no quarto tamb\u00e9m, uma fam\u00edlia isolada, adoecida, de pouco di\u00e1logo, violenta. A viol\u00eancia num sentido amplo, n\u00e3o s\u00f3 f\u00edsica, psicol\u00f3gica, mas uma viol\u00eancia simb\u00f3lica, h\u00e1 muito movimento de viol\u00eancia dentro dessas casas. A viol\u00eancia simb\u00f3lica se expressa nas nuances, na organiza\u00e7\u00e3o, no establishment<\/em>, c\u00f3digos de comportamentos. Por exemplo, entrevistei meninos de 15, 16 anos, que eram gays, e na casa havia uma esp\u00e9cie de heteronormatividade, n\u00e3o era dito isso, mas havia a heteronormatividade como conduta, regra. \u00c9 isso que temos visto dentro dessas fam\u00edlias, s\u00e3o fam\u00edlias um tanto quanto provocativas e provocadoras dessa viol\u00eancia simb\u00f3lica. <\/p>\n\n\n\n
\u00c9 uma situa\u00e7\u00e3o muito preocupante, n\u00e3o? <\/h2>\n\n\n\n
A experi\u00eancia do quarto \u00e9 terr\u00edvel, porque n\u00e3o \u00e9 uma esp\u00e9cie de ref\u00fagio para aquietar mente, \u00e9 uma experi\u00eancia de ansiedade da mente, uma mente com probabilidades das mais diversas. <\/p>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 violentada, ela tamb\u00e9m vai violentar. \u00c9 importante observar isso. <\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Eu me preocupo muito porque parece que a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 meio que uma matriz de pequenos e pequenas curingas, do personagem do Batman. N\u00f3s estamos formando gera\u00e7\u00f5es violentas, e essa viol\u00eancia pode ser contra si, os \u00edndices de suic\u00eddio na adolesc\u00eancia n\u00e3o s\u00e3o m\u00ednimos. No Brasil, infelizmente, desde 2016, que eles aumentam, mas n\u00f3s tamb\u00e9m temos criado pessoas, em pa\u00edses como os Estados Unidos, que quando t\u00eam acesso a armas, criam e organizam massacres como esses que vimos nas escolas americanas. O perfil e a biografia desses adolescentes se assemelha \u00e0 gera\u00e7\u00e3o do quarto. \u00c9 preocupante, porque n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 o adoecimento ps\u00edquico, mas \u00e9 a produ\u00e7\u00e3o de uma comunidade psiquicamente adoecida, que tem na viol\u00eancia a gram\u00e1tica da sua sintaxe comunicacional, ou seja, a socializa\u00e7\u00e3o \u00e9 violenta.<\/p>\n\n\n\n
Muitas vezes, \u00e9 poss\u00edvel que voc\u00ea tenha pessoas que acham que s\u00e3o excelentes m\u00e3es e pais, mas que imprimem uma norma, uma conduta, um modelo que impede que o outro seja o que pode ser. Vi muito isso, adolescentes dizendo \u201ceu n\u00e3o consigo, para minha m\u00e3e nem para o meu pai, ser o que realmente sou, o que realmente gosto, tenho que mentir, me fazer ser o que n\u00e3o sou, criar um perfil falso\u201d. A viol\u00eancia simb\u00f3lica est\u00e1 muito nesse campo, no religioso, al\u00e9m da viol\u00eancia f\u00edsica e psicol\u00f3gica.<\/p>\n\n\n\n
<\/p>\n\n\n\n
H\u00e1 caracter\u00edsticas em comum entre os pais dessa gera\u00e7\u00e3o?<\/h2>\n\n\n\n
S\u00e3o pessoas que aprenderam com os modelos anteriores como devem proceder, como educar e como deve ser a rela\u00e7\u00e3o entre pais e filhos, e eles terminam agindo em nome desse bem-estar. Eles querem o bem dos filhos, n\u00e3o desejam o mal, mas \u00e9 um bem meio que projetado, n\u00e3o \u00e9 um bem presente, \u00e9 o bem do amanh\u00e3. Eu quero que meu filho esteja bem, mas para isso ele precisa seguir uma regra, uma norma, uma conduta, um padr\u00e3o, uma organiza\u00e7\u00e3o. Se ele n\u00e3o segue, eu n\u00e3o consigo ser m\u00e3e, pai dele, n\u00e3o consigo estabelecer uma rela\u00e7\u00e3o afetiva, de di\u00e1logo, e come\u00e7o a entrar em conflito.<\/p>\n\n\n\n
S\u00e3o pais que rejeitam os filhos? <\/h2>\n\n\n\n
Essa gera\u00e7\u00e3o mostra que os pais, se n\u00e3o h\u00e1 um modelo estabelecido, eles n\u00e3o se disp\u00f5em a aprender com o que eles veem na realidade, \u00e9 quase que um filho abstrato. Quando o filho real come\u00e7a a emergir e mostrar suas caracter\u00edsticas, os pais come\u00e7am a estranhar aquilo e n\u00e3o entram em processo de di\u00e1logo, se afastam. \u00c9 esse afastamento, esse vazio, que cria a gera\u00e7\u00e3o do quarto. Por isso afirmo que \u00e9 na matriz familiar que a gera\u00e7\u00e3o \u00e9 gerada, quer dizer, os pais n\u00e3o conseguem observar, de modo geral, a emerg\u00eancia dos humanos que eles mesmos criaram. Eles t\u00eam o humano projetado, \u00e9 quase um molde de um humano. Quando vem uma orienta\u00e7\u00e3o sexual ou um g\u00eanero que n\u00e3o \u00e9 norma, causa um impacto. <\/p>\n\n\n\n
Claro que \u00e9 menos impactante quando o filho diz que n\u00e3o quer ser m\u00e9dico, mas sim ator, pode haver resist\u00eancia mas n\u00e3o t\u00e3o intensa como quando voc\u00ea diz que \u00e9 gay, isso causa um embara\u00e7o. Mas n\u00e3o gosto de condenar os pais e as m\u00e3es, porque acho que eles est\u00e3o envolvidos nesse processo, eles querem acertar, ao menos, os que t\u00eam paternagem e maternagem, que chamo de esp\u00edrito de pai e m\u00e3e. Os que n\u00e3o t\u00eam, esses simplesmente geram os filhos, est\u00e3o ali numa esp\u00e9cie de playground de criar filhos. Mas os que t\u00eam paternagem, eles v\u00e3o tentando encontrar e conseguem, ent\u00e3o nesse caso, essa fissura, esse vazio que se abriu \u00e9 reduzido e a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 compreendida. <\/p>\n\n\n\n
Os pais sabem que t\u00eam um problema em casa?<\/h2>\n\n\n\n
Eles n\u00e3o t\u00eam conhecimento, porque a gera\u00e7\u00e3o do quarto cognitivamente n\u00e3o tem problema com boletim escolar. Essa gera\u00e7\u00e3o chega na universidade. Essa causa-consequ\u00eancia que a gente confabulou e afirmou tantas vezes que, por exemplo, vai ter problemas na escola, no rendimento escolar, n\u00e3o \u00e9 um sinal, a gera\u00e7\u00e3o do quarto tem um boletim escolar azul,<\/strong> e os pais n\u00e3o percebem. Eles acham que faz parte da vida estar no quarto.<\/strong> Muitos me dizem isso, \u201cah mas meu filho est\u00e1 no quarto j\u00e1 h\u00e1 tanto tempo que nem me dava conta\u201d. Eles come\u00e7am a se dar conta quando a crian\u00e7a ou o adolescente come\u00e7a a se cortar, quando come\u00e7am a gritar em sil\u00eancio, a\u00ed os pais alertam, mas at\u00e9 ent\u00e3o, n\u00e3o. Chamam para jantar, quando conseguem, lembrando que pais contempor\u00e2neos vivem muito fora de casa, trabalham muito, com finalidade de dar um futuro para os filhos.  <\/p>\n\n\n\n
Ou seja, o esfor\u00e7o dos pais para garantir uma boa estrutura familiar acaba por distanci\u00e1-los dos filhos?<\/h2>\n\n\n\n
\u00c9 a alternativa que se deu para a fam\u00edlia. Num pa\u00eds de mais de 210 milh\u00f5es de pessoas, n\u00e3o \u00e9 todo mundo que para e reflete sobre o que \u00e9 ser uma fam\u00edlia. Para os que est\u00e3o abaixo da linha da mis\u00e9ria tem que pensar muito como se recupera. H\u00e1 uma quest\u00e3o importante: o fen\u00f4meno da gera\u00e7\u00e3o do quarto se d\u00e1 em todas as classes sociais, mas as estrat\u00e9gias trabalhadas mudam. Tem muitas pessoas que usam a gravidez, por exemplo, como forma de sair de uma situa\u00e7\u00e3o socioecon\u00f4mica. Engravidar pode ser uma esp\u00e9cie de promo\u00e7\u00e3o social, ou seja, o problema \u00e9 o mesmo, a dor ps\u00edquica \u00e9 a mesma, mas a maneira de lidar com ela \u00e9 diferente. <\/p>\n\n\n\n
Os jovens n\u00e3o se abrem com os pais, mas n\u00e3o se opuseram a falar com voc\u00ea?<\/h2>\n\n\n\n
Talvez o que favorece para um pesquisador como eu \u00e9 me dispor a escutar sem condenar, sem julgamento. Eu escuto para acolher e esse talvez seja um potencial que a gente possa ensinar aos pais e \u00e0s m\u00e3es, para que o filho diga o que pensa, o que acha, o que gosta e n\u00e3o gosta, se sinta confort\u00e1vel em ser diferente dos pais. Acho que as fam\u00edlias escutam julgando, comparando e sentenciando demais. As crian\u00e7as, ao contr\u00e1rio do que as pessoas pensam, s\u00e3o muito sens\u00edveis, muito cr\u00edticas, elas conseguem responder perguntas, falar sobre sentimentos com quem elas se sentem confort\u00e1veis. Al\u00e9m disso, uma das t\u00e9cnicas que utilizei, o question\u00e1rio online, me trouxe muitas respostas, porque tinha perguntas abertas. Alguns dos depoimentos que apresento no livro eu n\u00e3o ouvi, eu li. Quando n\u00e3o tenho que dizer meu nome, quem eu sou, de onde sou, qual minha idade, me sinto mais livre para falar, pedir ajuda. Foram esses depoimentos que me causaram impacto e me fizeram depois entrevistar o grupo menor por meio de rodas de conversa. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Qual o papel da escola nesse contexto?<\/h2>\n\n\n\n
Eu sou um profissional e defensor da escola, a escola para mim \u00e9 uma grande inven\u00e7\u00e3o social, cumpre papel de forma\u00e7\u00e3o, de complementaridade, sobretudo no campo do que chamamos de conhecimento cient\u00edfico. Ela tamb\u00e9m tem um papel social, porque trabalha com pessoas, organiza\u00e7\u00f5es, institui\u00e7\u00f5es, mas ela precisa ser revisitada e reformulada nos seus objetivos matriciais. A escola n\u00e3o pode querer exclusivamente formar do ponto vista cognitivo. Isso \u00e9 um equ\u00edvoco que se manifesta sobretudo nessas escolas, que insistem num modelo de concorr\u00eancia, competi\u00e7\u00e3o, ranqueamento, na nota como resposta \u00e0 aprendizagem. S\u00e3o escolas desconectadas com grandes problemas contempor\u00e2neos, como a sobreviv\u00eancia do Planeta Terra. Temos um planeta amea\u00e7ado de desertifica\u00e7\u00e3o, de aus\u00eancia de comida, amea\u00e7ado no campo dos povos origin\u00e1rios, ent\u00e3o essas s\u00e3o preocupa\u00e7\u00f5es que a escola deve ter. <\/p>\n\n\n\n
Outra preocupa\u00e7\u00e3o \u00e9 a diversidade, temos uma sociedade que se mostra violenta com as minorias, racista e mis\u00f3gina. As mulheres sofrem muito nessa sociedade. A escola n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 para discutir f\u00f3rmulas qu\u00edmicas, biol\u00f3gicas, equa\u00e7\u00f5es matem\u00e1ticas, sintaxe da l\u00edngua. <\/p>\n\n\n\n
A escola \u00e9 para ajudar a usar o conhecimento cient\u00edfico na melhoria da qualidade de vida das pessoas, da minha e dos outros. <\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Ent\u00e3o se ela n\u00e3o faz isso, se insiste na concorr\u00eancia, em colocar aqueles que s\u00e3o bons e n\u00e3o s\u00e3o bons, os que s\u00e3o inteligentes e os que n\u00e3o s\u00e3o inteligentes, e ela tem insistido, ela ajuda a adoecer. \u00c9 o que digo no livro. <\/p>\n\n\n\n
O que dizer aos pais e m\u00e3es da gera\u00e7\u00e3o do quarto?<\/h2>\n\n\n\n
Os filhos e as filhas v\u00e3o precisar muito mesmo dos pais. Tem dois cen\u00e1rios, um \u00e9 ajudar meu filho a n\u00e3o entrar no quarto e o outro \u00e9 ajudar o filho que j\u00e1 est\u00e1 no quarto. No livro eu falo de cinco pilares: cuidado, autoconhecimento, conviv\u00eancia, dialogicidade e amorosidade. Trabalhar a fam\u00edlia e a escola a partir dessas sustenta\u00e7\u00f5es \u00e9 preventivo, mas pode servir tamb\u00e9m para situa\u00e7\u00f5es de pessoas que j\u00e1 est\u00e3o adoecidas, neste caso, associado ao acompanhamento de um profissional da sa\u00fade mental - psic\u00f3logo, psiquiatra, psicanalista, a depender do caso.<\/p>\n\n\n\n
O pilar do cuidado<\/strong> trata sobre a import\u00e2ncia do cuidado consigo e do cuidado com o outro, o que implica tratar das quest\u00f5es relacionadas a respeito, compreens\u00e3o, conviv\u00eancia, uso abusivo de \u00e1lcool, relacionamentos abusivos, bullying, ciberbullying, uso excessivo de redes sociais digitais, entre outros aspectos.

O pilar do autoconhecimento<\/strong> trata sobre a biografia, a hist\u00f3ria de cada pessoa, a fam\u00edlia. Proponho um trabalho sobre ancestralidade, que a pessoa conhe\u00e7a sua hist\u00f3ria de vida, conhe\u00e7a seu pai, sua m\u00e3e, sua opini\u00e3o, seus gostos. Isso tem a ver com quem eu sou, do ponto de vista \u00e9tico, e vai me dar uma seguran\u00e7a para enfrentar aquilo que querem que eu seja. Eu sou isso, mas querem que eu seja aquilo. N\u00e3o escondo minhas fragilidades, sou amado, o que d\u00e1 seguran\u00e7a. N\u00e3o vou dizer para minha crian\u00e7a que a vida \u00e9 f\u00e1cil, um mar de rosas, que ela nunca vai encontrar desafios, mas vou ajud\u00e1-la e fortalec\u00ea-la para que ela possa enfrent\u00e1-los.<\/p>\n\n\n\n
No pilar da conviv\u00eancia<\/strong>, h\u00e1 uma rela\u00e7\u00e3o entre aprender a ser e aprender a conviver. Trato de situa\u00e7\u00f5es cotidianas que evocam reflex\u00f5es \u00e9ticas, morais e espirituais, para as quais a compaix\u00e3o, a empatia e a resili\u00eancia s\u00e3o habilidades necess\u00e1rias e essenciais. O exerc\u00edcio da dialogicidade<\/strong> \u00e9 realizado quando as pessoas aprendem a falar o que pensam e sentem, mas entendem que o que pensam e sentem n\u00e3o \u00e9 a \u00faltima palavra sobre a verdade. O pilar da amorosidade<\/strong> \u00e9 tratado com reflex\u00f5es e a\u00e7\u00f5es. As reflex\u00f5es geram as a\u00e7\u00f5es, e as a\u00e7\u00f5es n\u00e3o s\u00e3o realizadas de modo mec\u00e2nico. <\/p>\n\n\n\n
Os pais podem aprender com os filhos?<\/h2>\n\n\n\n
O livro n\u00e3o tem que ser uma pedra para atirar nos pais e na escola, tem que ser um acalanto. Eu acho que a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 t\u00e3o potente que nos possibilita reaprender a viver, tenho grande esperan\u00e7a na gera\u00e7\u00e3o do quarto, a mesma gera\u00e7\u00e3o que \u00e9 violenta me ensina novos modos de amor, n\u00e3o vejo a gera\u00e7\u00e3o como fracassada, que n\u00e3o deu certo, acho um absurdo dizer que \u00e9 uma gera\u00e7\u00e3o parasita, \"nem-nem\". Obviamente ela traz todas as mazelas, n\u00e3o foi a gera\u00e7\u00e3o do quarto que inventou o abuso do \u00e1lcool, a viol\u00eancia, esses foram c\u00f3digos sempre usados, mas a gera\u00e7\u00e3o do quarto est\u00e1 nos dando outras alternativas, como maior preocupa\u00e7\u00e3o sobre consumo, meio ambiente, empoderamento das meninas, orienta\u00e7\u00e3o \u00e0 quest\u00e3o de g\u00eanero. Essa gera\u00e7\u00e3o tem muita coisa a nos mostrar, n\u00e3o precisamos ter medo, podemos aprender com elas. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"A gera\u00e7\u00e3o do quarto: um retrato chocante da juventude brasileira","post_excerpt":"Ap\u00f3s ouvir mais de 3 mil crian\u00e7as e adolescentes que vivem experi\u00eancias traum\u00e1ticas em seus quartos, o pesquisador Hugo Monteiro Ferreira faz um alerta aos pais e \u00e0s escolas sobre a necessidade de mudar a forma de se relacionar com os jovens","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"a-geracao-do-quarto-o-retrato-chocante-da-juventude-brasileira","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-30 11:00:28","post_modified_gmt":"2022-08-30 14:00:28","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64515","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64369,"post_author":"4","post_date":"2022-08-23 10:54:43","post_date_gmt":"2022-08-23 13:54:43","post_content":"\n
De acordo com o Artigo 227<\/a> da Constitui\u00e7\u00e3o de 1988, as crian\u00e7as<\/a> devem ser prioridade absoluta em todas as decis\u00f5es, programas e pol\u00edticas p\u00fablicas<\/a>. Isso se torna mais relevante em ano de elei\u00e7\u00f5es, em que poderemos escolher, de forma democr\u00e1tica<\/a>, representantes<\/a> aos cargos de presidente da Rep\u00fablica, senadores, governadores, deputados federais e estaduais. <\/p>\n\n\n\n
O voto no Brasil \u00e9 obrigat\u00f3rio para todos aqueles acima de 18 anos, sendo facultativo para jovens com 16 e 17 anos, pessoas com mais de 70 anos e analfabetos. Crian\u00e7as e adolescentes<\/a> menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar<\/a>, mas isso n\u00e3o quer dizer que n\u00e3o devam estar inclu\u00eddos nos planos dos diferentes representantes pol\u00edticos. Muito pelo contr\u00e1rio.<\/p>\n\n\n\n
Diversos estudos j\u00e1 comprovaram que investir na primeira inf\u00e2ncia<\/a> \u00e9 a melhor maneira de reduzir desigualdades e construir uma sociedade com condi\u00e7\u00f5es sociais e ambientais sustent\u00e1veis.<\/p>\n\n\n\n
Cabe a n\u00f3s, adultos, escolher nas elei\u00e7\u00f5es candidatos que contemplem as crian\u00e7as em projetos e iniciativas diversas. Abaixo, veja 5 motivos que tornam urgente a valoriza\u00e7\u00e3o de projetos para a inf\u00e2ncia e juventude nas campanhas \u00e0s elei\u00e7\u00f5es de 2022. A lista \u00e9 do portal Lunetas, espa\u00e7o dedicado \u00e0 reflex\u00e3o sobre a inf\u00e2ncia, que recentemente lan\u00e7ou o especial \"Inf\u00e2ncias em foco: Quem vota pelas crian\u00e7as?\"<\/a>, um hub de informa\u00e7\u00e3o sobre pol\u00edtica e as inf\u00e2ncias. <\/p>\n\n\n\n
5 temas que envolvem as crian\u00e7as e que t\u00eam de estar previstos nas propostas dos candidatos \u00e0s elei\u00e7\u00f5es:<\/h2>\n\n\n\n
Fome<\/h3>\n\n\n\n
De acordo com um levantamento realizado pela Funda\u00e7\u00e3o Abrinq, cerca de 18,8 milh\u00f5es de meninos e meninas de at\u00e9 14 anos passam fome no Brasil. Essa inseguran\u00e7a alimentar traz preju\u00edzos grav\u00edssimos \u00e0s crian\u00e7as, afetando seu crescimento e o desenvolvimento f\u00edsico e cognitivo necess\u00e1rios para que consigam crescer de maneira saud\u00e1vel.<\/p>\n\n\n\n
Analfabetismo<\/h3>\n\n\n\n
H\u00e1 50 anos, a educa\u00e7\u00e3o infantil n\u00e3o era uma realidade no Brasil, no entanto, pol\u00edticas p\u00fablicas mudaram essa realidade. Ainda assim, nos \u00faltimos dois anos, o n\u00famero de crian\u00e7as de 6 e 7 anos que n\u00e3o sabem ler e escrever cresceu em 1 milh\u00e3o. Pensando no futuro e nos pr\u00f3ximos passos do Brasil relacionados \u00e0 educa\u00e7\u00e3o p\u00fablica, \u00e9 necess\u00e1rio eleger candidatos que queiram enfrentar as desigualdades sociais e lutar para que todas as crian\u00e7as e adolescentes tenham acesso \u00e0 educa\u00e7\u00e3o de qualidade.<\/p>\n\n\n\n
Trabalho Infantil<\/h3>\n\n\n\n
Atualmente, cerca de 2 milh\u00f5es de crian\u00e7as e adolescentes est\u00e3o em situa\u00e7\u00e3o de trabalho infantil no Brasil. Desse total, 66% s\u00e3o crian\u00e7as pretas ou pardas e 71% est\u00e3o na \u00e1rea urbana, de acordo com um levantamento divulgado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domic\u00edlios (PNAD Cont\u00ednua).<\/p>\n\n\n\n
Viol\u00eancia e explora\u00e7\u00e3o sexual<\/h3>\n\n\n\n
Entre 2016 e 2020, 35 mil crian\u00e7as e adolescentes, de 0 a 19 anos, foram mortos de forma violenta no Brasil e 180 mil sofreram viol\u00eancia sexual, segundo o Panorama da Viol\u00eancia Sexual contra crian\u00e7as e Adolescentes no Brasil, lan\u00e7ado pela Unicef e pelo F\u00f3rum Brasileiro de Seguran\u00e7a P\u00fablica (FBSP). Por isso, \u00e9 necess\u00e1rio eleger pessoas que tenham coragem para combater esse cen\u00e1rio e falar de assuntos como igualdade de g\u00eanero, empoderamento de meninas, viol\u00eancia sexual e femin\u00edcio.<\/p>\n\n\n\n
Moradia<\/h3>\n\n\n\n
Mais de 5 milh\u00f5es de pessoas ainda residem em domic\u00edlios sem banheiros ou sanit\u00e1rios de uso exclusivo e 9,7 milh\u00f5es vivem em condi\u00e7\u00f5es de adensamento excessivo, com mais de tr\u00eas moradores para cada dormit\u00f3rio. Este \u00e9 um assunto que n\u00e3o deve ser ignorado, j\u00e1 que todas as crian\u00e7as precisam de acesso \u00e0 moradia para viver com dignidade e poder se desenvolver em outras \u00e1reas, como lazer, educa\u00e7\u00e3o e sa\u00fade.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]  <\/p>\n","post_title":"5 motivos para priorizar as crian\u00e7as nas elei\u00e7\u00f5es de 2022","post_excerpt":"Crian\u00e7as e adolescentes menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar, mas s\u00e3o parcela importante da popula\u00e7\u00e3o e t\u00eam de estar contemplados nos projetos dos diferentes atores governamentais","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"5-motivos-para-priorizar-as-criancas-nas-eleicoes-de-2022","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-25 18:52:13","post_modified_gmt":"2022-08-25 21:52:13","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64369","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64334,"post_author":"4","post_date":"2022-08-22 15:14:51","post_date_gmt":"2022-08-22 18:14:51","post_content":"\n
O n\u00famero de crian\u00e7as e adolescente<\/a>s conectados \u00e0 internet cresceu nos \u00faltimos anos. Segundo o estudo TIC Kids Online Brasil 2021<\/a>, rec\u00e9m-divulgado, 93% ou 22,3 milh\u00f5es das crian\u00e7as e dos adolescentes<\/a> no pa\u00eds acessaram a web<\/a> em 2021, sendo que em 2019 esse percentual era de 89%. O crescimento foi impulsionado principalmente pela maior propor\u00e7\u00e3o de usu\u00e1rios na regi\u00e3o Nordeste e nas \u00e1reas rurais. <\/p>\n\n\n\n
O uso de redes sociais <\/a>pelas crian\u00e7as tamb\u00e9m tem se elevado, sendo a plataforma Tik Tok<\/a> a mais utilizada (34%), seguida pelo Instagram (33%). No Facebook, houve queda no uso de 66% para 51% no per\u00edodo citado. J\u00e1 o WhatsApp segue como a plataforma em que crian\u00e7as e adolescentes mais possuem perfil (foi de 70% em 2018 para 80% em 2021), e \u00e9 a mais difundida entre todos os estratos sociais.<\/p>\n\n\n\n
A pesquisa, conduzida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informa\u00e7\u00e3o (Cetic.br) do N\u00facleo de Informa\u00e7\u00e3o e Coordena\u00e7\u00e3o do Ponto BR (NIC.br), entrevistou 2.651 crian\u00e7as e adolescentes com idades entre 9 e 17 anos, bem como seus pais ou respons\u00e1veis, em todo o territ\u00f3rio nacional. As entrevistas aconteceram entre outubro de 2021 e mar\u00e7o de 2022, com a finalidade de investigar oportunidades e riscos relacionados \u00e0 participa\u00e7\u00e3o online desse p\u00fablico. <\/p>\n\n\n\n
Segundo o levantamento, as crian\u00e7as tamb\u00e9m est\u00e3o passando mais tempo em jogos online - seja conectadas com outros jogadores (de 57% para 66%, entre 2021 e 2019) ou n\u00e3o conectadas a eles (de 55% para 64%) -, e fazendo mais compras no ambiente digital - cresceu de 9% para 19% no mesmo per\u00edodo. <\/p>\n\n\n\n
\"Plataformas de cria\u00e7\u00e3o e compartilhamento de conte\u00fado audiovisual est\u00e3o entre as mais utilizadas por crian\u00e7as e adolescentes. Nesse contexto, a qualidade da conex\u00e3o \u00e0 Internet e dos dispositivos digitais utilizados para o acesso \u00e0 rede passam a ser determinantes para o melhor aproveitamento de oportunidades online. \u00c9 central, portanto, garantir condi\u00e7\u00f5es equitativas de conectividade para crian\u00e7as e adolescentes em diferentes contextos socioecon\u00f4micos\", aponta Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br. <\/p>\n\n\n\n
A pesquisa TIC Kids Online <\/a>detectou, ainda, que o telefone celular segue como o principal meio de conex\u00e3o \u00e0 rede nos diferentes extratos sociais. Para 53%, o celular foi o \u00fanico dispositivo usado, realidade que se verificou mais presente nas classes DE (78%) e C (52%) do que nas classes AB (18%). <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Acesso a propagandas<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
Entre as atividades multim\u00eddia, as mais acessadas pelas crian\u00e7as s\u00e3o ouvir m\u00fasica (80%), assistir a v\u00eddeos, programas, filmes ou s\u00e9ries (84%), S\u00edtios de v\u00eddeos (67%) e redes sociais (61%) est\u00e3o entre as principais plataformas em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios de internet declaram ter visto propaganda de produtos ou marcas. Pessoas ensinando como usar algum produto (62%) e abrindo embalagens -- o chamado unboxing<\/em><\/strong> - (61%) foram os principais conte\u00fados de imagem ou v\u00eddeo em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios da rede tiveram contato com divulga\u00e7\u00e3o de produtos ou marcas. Entre as principais categorias de produtos ou marcas vistas no ambiente online<\/em> est\u00e3o: <\/p>\n\n\n\n
Equipamentos eletr\u00f4nicos (60%); <\/li>
Roupas e sapatos (60%); <\/li>
Comidas, bebidas ou doces (57%); <\/li>
Videogames ou jogos (46%); <\/li>
Maquiagem e outros produtos de beleza (46%).\u00a0<\/li><\/ul>\n\n\n\nBusca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e bem-estar<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa tamb\u00e9m constatou que 32% dos jovens entre 11 e 17 anos procuram ajuda para lidar com algo ruim que vivenciaram<\/strong>, ou para falar sobre suas emo\u00e7\u00f5es<\/strong> quando se sentiram tristes. <\/p>\n\n\n\n
Entre os temas mais procurados relacionados \u00e0 sa\u00fade est\u00e3o:<\/p>\n\n\n\n
Informa\u00e7\u00f5es sobre alimenta\u00e7\u00e3o (55%);
Preven\u00e7\u00e3o e tratamento de doen\u00e7as (38%);
Exerc\u00edcios e meios para ficar em forma (36%);
Informa\u00e7\u00f5es sobre medicamentos (22%);<\/li>
Discuss\u00f5es sobre sa\u00fade sexual e educa\u00e7\u00e3o sexual (21%).<\/li><\/ul>\n\n\n\n
\"A pesquisa busca levantar evid\u00eancias que contribuam para a promo\u00e7\u00e3o de direitos e do bem-estar de crian\u00e7as e adolescentes. Desse modo, para al\u00e9m das atividades presentes na s\u00e9rie hist\u00f3rica da pesquisa, o uso da rede na busca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e apoio emocional passou a ser um tema relevante de investiga\u00e7\u00e3o\", sinaliza Barbosa.<\/p>\n\n\n\n
\"Pesquisas como a TIC Kids Online Brasil s\u00e3o de extrema relev\u00e2ncia para entendermos o cen\u00e1rio atual e fortalecermos o letramento e inclus\u00e3o digital dos mais jovens, com mais seguran\u00e7a e qualidade, quest\u00f5es intr\u00ednsecas ao trabalho realizado pelo Comit\u00ea Gestor da Internet no Brasil\", pondera Jos\u00e9 Gontijo, coordenador do CGI.br.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"] <\/p>\n","post_title":"93% dos jovens entre 9 e 17 anos usam a internet no pa\u00eds, revela pesquisa","post_excerpt":"Pesquisa TIC Kids Online Brasil 2021 tamb\u00e9m mostrou que a TikTok \u00e9 a principal rede social utilizada por crian\u00e7as e adolescentes","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"93-dos-jovens-entre-9-e-17-anos-usam-a-internet-revela-pesquisa-tic-kids-online-2021","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-23 11:24:47","post_modified_gmt":"2022-08-23 14:24:47","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64334","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"}],"next":false,"prev":true,"total_page":12},"paged":1,"column_class":"jeg_col_2o3","class":"epic_block_3"};

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Para prevenir acidentes, a orienta\u00e7\u00e3o \u00e9 que as crian\u00e7as andem nas ruas com supervis\u00e3o de um adulto at\u00e9 que demonstrem habilidade e capacidade de julgamento do tr\u00e2nsito, o que pode ocorrer a partir dos 10 anos de idade. Enquanto estiver caminhando na rua, segure sempre a m\u00e3o da crian\u00e7a, de forma firme e pelo pulso. N\u00e3o permita brincadeiras em locais que n\u00e3o s\u00e3o adequados, como entradas ou sa\u00eddas de garagens, quintais sem cerca, ruas ou estacionamentos.<\/p>\n\n\n\n
4. Intoxica\u00e7\u00e3o<\/h2>\n\n\n\n
Acidentes com medicamentos ou produtos t\u00f3xicos infelizmente s\u00e3o comuns. A intoxica\u00e7\u00e3o pela ingest\u00e3o, manipula\u00e7\u00e3o ou inala\u00e7\u00e3o pode ser perigosa e fatal, dependendo da \u00e1rea afetada e da toxicidade. \u00c9 importante explicar \u00e0s crian\u00e7as que os rem\u00e9dios devem ser tomados somente quando necess\u00e1rio, e evitar cham\u00e1-los por nomes de doces ou balas - alguns pais recorrem a essa t\u00e1tica para facilitar a administra\u00e7\u00e3o. Al\u00e9m disso, nunca medique sem orienta\u00e7\u00e3o m\u00e9dica ou por sugest\u00e3o de terceiros. <\/p>\n\n\n\n
Guarde as embalagens de produtos potencialmente t\u00f3xicos, como medicamentos, bebidas alco\u00f3licas, produtos de limpeza e pesticidas, logo ap\u00f3s a utiliza\u00e7\u00e3o, fora do alcance das crian\u00e7as. N\u00e3o use embalagens vazias para guardar produtos que podem ser t\u00f3xicos, mantenha-os sempre nas embalagens originais. N\u00e3o d\u00ea embalagens vazias desses produtos para as crian\u00e7as brincarem. Tampouco coloque produtos de uso dom\u00e9stico junto de alimentos e evite plantas t\u00f3xicas em casa ou no jardim, em locais de f\u00e1cil acesso para as crian\u00e7as.<\/p>\n\n\n\n
5. Sufoca\u00e7\u00e3o<\/h2>\n\n\n\n
Crian\u00e7as de at\u00e9 3 anos, que est\u00e3o na fase de experimentar o mundo e costumam levar tudo \u00e0 boca, s\u00e3o mais propensas a sofrerem acidentes relacionados \u00e0 sufoca\u00e7\u00e3o. A sufoca\u00e7\u00e3o ocorre quando h\u00e1 a cobertura total ou parcial do nariz e\/ou da boca, resultando na dificuldade ou impossibilidade de respirar. Entre beb\u00eas menores de um ano de idade, o risco de sufoca\u00e7\u00e3o \u00e9 muito alto devido a sua falta de capacidade de escaparem por si mesmos de uma situa\u00e7\u00e3o de perigo. A introdu\u00e7\u00e3o alimentar merece precau\u00e7\u00e3o e uma das orienta\u00e7\u00f5es \u00e9 n\u00e3o oferecer alimentos redondos e duros, como uva, amendoim ou outras castanhas e cenoura crua, al\u00e9m de cortar os alimentos em peda\u00e7os bem pequenos. Tamb\u00e9m \u00e9 importante aprender as manobras de desengasgo<\/a> para saber como agir nesse momento.<\/p>\n\n\n\n
Outros acidentes<\/h2>\n\n\n\n
Apesar do aumento geral dos acidentes, os casos envolvendo afogamento diminu\u00edram<\/a> em 2021. Ainda assim, \u00e9 v\u00e1lido lembrar que os pequenos menores de 4 anos podem se afogar em recipientes com at\u00e9 2,5 cm de \u00e1gua. Por isso, al\u00e9m dos cuidados com as piscinas, como a prote\u00e7\u00e3o com cercas e port\u00e3o com cadeado ou trava de seguran\u00e7a, \u00e9 preciso aten\u00e7\u00e3o com banheiras, bacias e baldes, que devem ser guardados vazios e virados para baixo. E, claro, nunca deixe crian\u00e7as sozinhas dentro ou perto da \u00e1gua, nem por um segundo!<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"Como prevenir os\u00a05 acidentes\u00a0mais perigosos\u00a0com crian\u00e7as","post_excerpt":"Pesquisa da ONG Aldeias Infantis SOS mostrou que cresceu o n\u00famero de crian\u00e7as internadas por acidentes em 2021; veja as principais medidas para evit\u00e1-los","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"como-prevenir-os-5-acidentes-mais-perigosos-com-criancas","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-09-09 08:55:11","post_modified_gmt":"2022-09-09 11:55:11","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64723","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64666,"post_author":"4","post_date":"2022-08-30 17:24:27","post_date_gmt":"2022-08-30 20:24:27","post_content":"\n
O n\u00famero de crian\u00e7as e adolescentes que se internaram<\/a>, em 2021, devido a acidentes, aumentou em compara\u00e7\u00e3o com 2020. Foram 110.341 casos de interna\u00e7\u00f5es no ano passado, na faixa et\u00e1ria de 0 a 14 anos, segundo pesquisa da ONG Aldeias Infantis SOS e do Instituto Bem Cuidar. O n\u00famero revela um crescimento de 5,3% em rela\u00e7\u00e3o ao ano anterior. <\/p>\n\n\n\n
As quedas foram a principal causa das interna\u00e7\u00f5es<\/a>, sendo respons\u00e1veis por 44% das ocorr\u00eancias, seguidas pelas queimaduras, 19%, acidentes de tr\u00e2nsito, 10%, e intoxica\u00e7\u00f5es, 5%. Em m\u00e9dia, 302 crian\u00e7as foram hospitalizadas<\/a>, por dia, por conta de algum acidente em 2021, segundo o estudo feito com informa\u00e7\u00f5es do Datasus, do Minist\u00e9rio da Sa\u00fade.<\/p>\n\n\n\n
\u201cChama muito a aten\u00e7\u00e3o, por exemplo, que a maior causa de interna\u00e7\u00e3o seja a queda<\/a>, pois a gente sabe que h\u00e1 medidas para evitar isso. \u00c9 preciso colocar tela em janelas e sacadas<\/a>, evitar deixar m\u00f3veis pr\u00f3ximo a janelas, enfim, uma s\u00e9rie de dicas que s\u00e3o importantes para que pais e adultos estejam munidos dessas informa\u00e7\u00f5es para evitar os acidentes\u201d, afirmou Erika Tonelli, especialista em Entornos Seguros e Protetores da Aldeias Infantis SOS.\u00a0<\/p>\n\n\n\n
Erika lembra que, embora os acidentes fa\u00e7am parte da vida das crian\u00e7as enquanto est\u00e3o se desenvolvendo e experienciando o mundo, a maioria deles poderiam ser evitados. \u201cAt\u00e9 90% dos acidentes poderiam ser prevenidos com medidas simples. Os pais e familiares devem estar sempre atentos aos ambientes - n\u00e3o s\u00f3 aos dom\u00e9sticos, mas tamb\u00e9m espa\u00e7os comunit\u00e1rios, parques, escolas e todos os lugares que as crian\u00e7as frequentam -, para perceber quais riscos existem e se \u00e9 preciso tomar alguma medida ou ter um olhar mais cuidadoso para elas\u201d, ressalta a especialista.<\/p>\n\n\n\n
Apesar do aumento geral dos acidentes, constatou-se que em 2021 os casos envolvendo afogamento diminu\u00edram<\/a> em 2% e sufoca\u00e7\u00e3o em 6%, quando comparado ao ano anterior.  <\/p>\n\n\n\n
O estudo tamb\u00e9m ressalta que, apesar do aumento no volume de interna\u00e7\u00f5es, os n\u00fameros de 2021 s\u00e3o menores que no per\u00edodo anterior \u00e0 pandemia. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong> <\/p>\n\n\n\n\n\n
Tipos de acidentes por idade <\/h2>\n\n\n\n
Segundo o levantamento, a faixa et\u00e1ria de 5 a 9 anos de idade \u00e9 a mais atingida pelas quedas e a que mais sofreu hospitaliza\u00e7\u00f5es em 2021 - representando 35,1% dos internados por acidentes. As crian\u00e7as com idade de 10 a 14 anos tamb\u00e9m tiveram um n\u00famero alto de interna\u00e7\u00f5es (34,2%), sendo igualmente as quedas a causa mais comum. <\/p>\n\n\n\n
J\u00e1 na faixa et\u00e1ria de 1 a 4 anos, que representa 25,6% das intera\u00e7\u00f5es, intoxica\u00e7\u00e3o e queimaduras est\u00e3o entre os principais acidentes. Menores de 1 ano representaram 5,2% das interna\u00e7\u00f5es, motivadas por acidentes como sufoca\u00e7\u00e3o, mas tamb\u00e9m queimaduras, afogamento, intoxica\u00e7\u00e3o e quedas. <\/p>\n\n\n\n
Erika relata que dependendo da faixa et\u00e1ria, a preval\u00eancia dos acidentes vai sendo alterada. Os beb\u00eas de at\u00e9 1 ano t\u00eam um n\u00famero maior de casos de sufoca\u00e7\u00e3o, porque s\u00e3o crian\u00e7as que levam coisas \u00e0 boca. J\u00e1 a intoxica\u00e7\u00e3o tem um n\u00famero bastante alto entre 1 e 4 anos, depois vem a queda, com crian\u00e7as acima de 5 anos, que exploram mais o ambiente e est\u00e3o mais expostas ao mundo externo. \"Mas isso n\u00e3o quer dizer que a gente n\u00e3o deva estar atento \u00e0s demais causas de acidentes. Mesmo a queimadura pode ser comum nos beb\u00eas durante o banho, por exemplo\u201d, explica a porta-voz da Aldeias Infantis SOS. <\/p>\n\n\n\n
Principais causas de acidentes com crian\u00e7as (0 a 14 anos)*<\/h2>\n\n\n\n
Quedas - 44%<\/li>
Queimaduras 19%<\/li>
Tr\u00e2nsito - 10%<\/li>
Intoxica\u00e7\u00f5es - 5% <\/li><\/ul>\n\n\n\n
Acidentes mais comuns por faixa et\u00e1ria<\/h2>\n\n\n\n
0 a 1 ano - Sufoca\u00e7\u00e3o<\/li>
1 a 4 anos - Intoxica\u00e7\u00e3o<\/li>
5 a 9 anos - Quedas<\/li>
10 a 14 anos - Quedas<\/li><\/ul>\n\n\n\n
*N\u00fameros consolidados pela ONG Aldeias Infantis SOS, a partir da base de dados Datasus, do Minist\u00e9rio da Sa\u00fade.<\/em><\/p>\n\n\n\n
Quedas e queimaduras<\/h2>\n\n\n\n
Os registros de quedas no Datasus incluem tanto acidentes ocorridos em casa, quanto em ambientes externos, como playgrounds e parques. Segundo Erika, n\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel afirmar qual tipo de queda \u00e9 a mais comum, mas ela avalia que tanto o maior tempo dentro de casa, durante a pandemia, quanto o incentivo \u00e0s atividades ao ar livre, ap\u00f3s o per\u00edodo de isolamento social, podem ter contribu\u00eddo para esse tipo de acidente.<\/p>\n\n\n\n
J\u00e1 em rela\u00e7\u00e3o \u00e0s queimaduras, ela diz que percebeu um leve aumento de casos, principalmente, devido ao uso recorrente de \u00e1lcool e \u00e1lcool em gel, como forma de prote\u00e7\u00e3o contra a Covid, e possivelmente tamb\u00e9m pelo uso maior de formas alternativas de combust\u00edvel na cozinha, como carv\u00e3o, \u00f3leo e querosene, devido \u00e0 piora da condi\u00e7\u00e3o econ\u00f4mica de grande parte das fam\u00edlias brasileiras. <\/p>\n\n\n\n
\u201cMesmo alimentos quentes em cima da mesa, a crian\u00e7a pode puxar e eles virarem em cima dela. \u00c9 importante tamb\u00e9m evitar tomar bebidas quentes com o filho no colo e estar atento ao risco de choque el\u00e9trico com ferro de passar roupa, com o uso do celular enquanto carrega e com instala\u00e7\u00f5es el\u00e9tricas da casa\u201d, destaca Erika.  <\/p>\n\n\n\n
Para a especialista, a precariza\u00e7\u00e3o das condi\u00e7\u00f5es de trabalhos e a exaust\u00e3o de alguns cuidadores tamb\u00e9m podem ser fatores que interferiram nos cuidados com as crian\u00e7as. Al\u00e9m disso, existe o fato de muitas delas ficarem sozinhas em casa, sem a supervis\u00e3o de um adulto, o que contribui ainda mais para o aumento de acidentes. <\/p>\n\n\n\n
Dados mostram que 1 a cada 4 crian\u00e7as acidentadas fica com sequelas permanentes durante toda a vida.<\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
\u201cQuando falamos de interna\u00e7\u00f5es, n\u00e3o \u00e9 algo simples como ralar o joelho ou cair da bicicleta, s\u00e3o causas graves e isso gera um custo tanto para o sistema de sa\u00fade quanto para a fam\u00edlia, al\u00e9m, claro, do impacto psicol\u00f3gico e emocional na crian\u00e7a\u201d, pontua Erika.<\/p>\n\n\n\n
Principais causas de mortes de crian\u00e7as por acidentes em 2020<\/h2>\n\n\n\n
Em rela\u00e7\u00e3o ao n\u00famero de mortes de crian\u00e7as por acidentes, Erika explicou que os dados mais recentes fornecidos pelo Datasus s\u00e3o de 2020, quando 3.117 crian\u00e7as de at\u00e9 14 anos de idade perderam a vida. Apesar de o tr\u00e2nsito continuar sendo a principal causa das fatalidades com 30% do total, os afogamentos e casos de sufoca\u00e7\u00e3o tamb\u00e9m registraram marcas preocupantes, com 27% e 22%, respectivamente. <\/p>\n\n\n\n
Mortes de crian\u00e7as por acidentes - 2020 <\/h3>\n\n\n\n
Tr\u00e2nsito - 30%<\/li>
Afogamentos - 27%<\/li>
Sufoca\u00e7\u00e3o - 22%<\/li><\/ul>\n\n\n\n
Apesar disso, se comparado com 2019, o n\u00famero de \u00f3bitos recuou 2%, sendo a maior redu\u00e7\u00e3o em sufoca\u00e7\u00e3o, com queda de 14%. Por outro lado, fatalidades envolvendo intoxica\u00e7\u00f5es e quedas seguiram o caminho inverso e aumentaram respectivamente 23% e 12% cada uma. Sob a \u00f3tica da faixa et\u00e1ria, crian\u00e7as de 1 a 4 anos concentram a maior taxa de mortalidade por acidentes no Brasil (32%).<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"Aumentam as interna\u00e7\u00f5es de crian\u00e7as por acidentes","post_excerpt":"Mais de 110 mil crian\u00e7as foram internadas em 2021, segundo pesquisa da ONG Aldeias Infantis SOS, devido a quedas, queimaduras e acidentes de tr\u00e2nsito, entre outras causas","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"aumentam-as-internacoes-de-criancas-por-acidentes","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-09-05 10:23:46","post_modified_gmt":"2022-09-05 13:23:46","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64666","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64515,"post_author":"4","post_date":"2022-08-25 23:30:00","post_date_gmt":"2022-08-26 02:30:00","post_content":"\n
\u201cDe boa, passo muito tempo da minha vida no quarto. T\u00e1 ligado? \u00c9 um canto s\u00f3 meu. No quarto, j\u00e1 fiz tudo. Tamb\u00e9m j\u00e1 pensei em fazer besteira.\u201d  <\/em><\/p>\n\n\n\n
\"Fico mais tempo do que no resto da casa. S\u00f3 saio pra comer, saca? Tem dia que nem pra comer. Ningu\u00e9m me pergunta nada. S\u00f3 ficaram mais preocupados, minha m\u00e3e e meu pai, quando a professora falou que me cortei.\"<\/em><\/p>\n\n\n\n
Relatos como esses fazem parte dos depoimentos que o pesquisador Hugo Monteiro Ferreira colheu para um estudo sobre o cotidiano de crian\u00e7as e adolescentes brasileiros<\/a> marcados pelo adoecimento emocional e mental<\/a>. <\/p>\n\n\n\n
S\u00e3o jovens na faixa et\u00e1ria de 11 a 18 anos de idade, que passam cerca de seis horas por dia dentro de seus quartos, geralmente conectados \u00e0s redes sociais<\/a>, e com s\u00e9rios problemas de conviv\u00eancia entre os seus pares<\/a> e tamb\u00e9m com os adultos com os quais convivem.\u00a0De modo geral, s\u00e3o pessoas que pertencem a uma classe social mais favorecida.<\/p>\n\n\n\n
Hugo os definiu como \u201ca gera\u00e7\u00e3o do quarto\u201d. V\u00edtimas de bullying, cyberbullying e outras viol\u00eancias<\/a>, geralmente na escola, eles vivenciam nesse c\u00f4modo da casa diversas formas de sofrimento - de transtornos alimentares a ansiedade, depress\u00e3o e at\u00e9 mesmo suic\u00eddio<\/a>. <\/p>\n\n\n\n
\u201cA gera\u00e7\u00e3o do quarto adverte-nos que as fam\u00edlias e as escolas precisam \"escutar\" meninos e meninas e rever posturas e procedimentos, bem como formas de educar e jeitos de orientar\u201d, afirma Hugo, no livro \u201cA gera\u00e7\u00e3o do quarto - quando as crian\u00e7as nos ensinam a amar\u201d. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
A obra \u00e9 fruto de uma pesquisa que ouviu 3.115 crian\u00e7as e adolescentes, de escolas p\u00fablicas e, principalmente, privadas, de cinco capitais do pa\u00eds. \u00c9 um grupo que retrata nitidamente os jovens da sociedade contempor\u00e2nea. \"Tenho retornos de professores e professoras que me diziam: \"olha isso que voc\u00ea disse acontece exatamente assim na minha escola\", afirmou Hugo. <\/p>\n\n\n\n
Segundo ele, a fragilidade dessa gera\u00e7\u00e3o revela a fragilidade dos pais e das m\u00e3es. \u201cN\u00e3o s\u00e3o s\u00f3 as crian\u00e7as e os adolescentes que est\u00e3o no quarto \u2014 os adultos tamb\u00e9m est\u00e3o. O quarto \u00e9 a met\u00e1fora da fam\u00edlia que n\u00e3o dialoga, mas grita; da escola que n\u00e3o acolhe, mas exige o desempenho das notas\u201d, afirma Humberto da Silva Miranda, doutor em Hist\u00f3ria das Inf\u00e2ncias, no pref\u00e1cio do livro. <\/p>\n\n\n\n
$\"\"$
Hugo Monteiro Ferreira<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n
A seguir, leia a entrevista que o autor concedeu \u00e0 Canguru News<\/strong>. Hugo \u00e9 professor do departamento de Educa\u00e7\u00e3o e do Programa de P\u00f3s-Gradua\u00e7\u00e3o em Educa\u00e7\u00e3o, Culturas e Identidades, ambos da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Na mesma institui\u00e7\u00e3o, ele coordena o N\u00facleo do Cuidado Humano e o Grupo de Estudos da Transdisciplinaridade, da Inf\u00e2ncia e da Juventude (GETIJ).<\/p>\n\n\n\n
Qual o perfil da gera\u00e7\u00e3o do quarto?<\/h2>\n\n\n\n
S\u00e3o crian\u00e7as e adolescentes, entre 11 e 16 anos, que passam mais de 6 horas por dia dentro do quarto, usando excessivamente as redes sociais digitais, e j\u00e1 sofreram algum tipo de viol\u00eancia, como bullying e cyberbullying, geralmente ocorrida na escola. Eles t\u00eam sintomatologias de psicopatologias as mais diversas, com predomin\u00e2ncia para depress\u00e3o, transtornos obsessivos compulsivos, transtornos alimentares, com predomin\u00e2ncia de anorexia e bulimia, transtorno de ansiedade, uso abusivo de \u00e1lcool, de maconha ou drogas qu\u00edmicas e dist\u00farbios de sono. E no campo da autodestrui\u00e7\u00e3o, praticam a autoles\u00e3o, sem inten\u00e7\u00e3o suicida, e alguns t\u00eam idea\u00e7\u00e3o suicida e tentaram suic\u00eddio mais de uma vez, esse \u00e9 o perfil da gera\u00e7\u00e3o do quarto.<\/p>\n\n\n\n
Como foi feita a pesquisa?<\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa foi feita entre 2017 e 2019, com alunos de escolas p\u00fablicas e privadas de cinco capitais brasileiras \u2014 Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Macei\u00f3 e Natal. Inicialmente, foi aplicado um question\u00e1rio online para 3.115 crian\u00e7as e adolescentes, e a partir das respostas foi feito um recorte com 238 jovens, dos quais a grande maioria, 70%, s\u00e3o de escolas privadas, e fazem parte da classe m\u00e9dia e classe m\u00e9dia alta. Os resultados mostraram que 75% dos 3.115 alunos est\u00e3o com a sa\u00fade mental abalada, embora nem todos apresentem sintomatologia psicopatol\u00f3gica. N\u00e3o publiquei nenhum artigo sobre o estudo porque desde o in\u00edcio tive a inten\u00e7\u00e3o de fazer um livro, que ficou pronto em 2020. De l\u00e1 para c\u00e1, a obra passou por revis\u00f5es, sendo publicada agora, em 2022. Ressalto que a gera\u00e7\u00e3o do quarto n\u00e3o foi criada na pandemia, mas sofreu na pandemia duas vezes mais pela situa\u00e7\u00e3o de vulnerabilidade em que se encontrava. <\/p>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 um retrato da juventude brasileira? <\/h2>\n\n\n\n
Eu fiz um recorte, mas todas as pessoas que mantiveram contato comigo e n\u00e3o estiveram no recorte da pesquisa se identificaram com ela. Tenho retornos de professores e professoras que me diziam: \"olha isso que voc\u00ea disse acontece exatamente assim na minha escola\". As pessoas se identificam porque tem uma verossimilhan\u00e7a. Muitas dizem: \"ah, tenho um filho, uma filha, que tamb\u00e9m est\u00e1 no quarto\". Se voc\u00ea for em qualquer escola, infelizmente ir\u00e1 encontrar algo semelhante.<\/p>\n\n\n\n
Como entender os problemas que essa gera\u00e7\u00e3o enfrenta, quais s\u00e3o suas origens?<\/h2>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 forjada, criada dentro de casa, \u00e9 a fam\u00edlia quem cria essa gera\u00e7\u00e3o, n\u00e3o \u00e9 a escola, a escola ajuda a manter, a fazer a manuten\u00e7\u00e3o do sofrimento, mas a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 produto de uma fam\u00edlia no quarto tamb\u00e9m, uma fam\u00edlia isolada, adoecida, de pouco di\u00e1logo, violenta. A viol\u00eancia num sentido amplo, n\u00e3o s\u00f3 f\u00edsica, psicol\u00f3gica, mas uma viol\u00eancia simb\u00f3lica, h\u00e1 muito movimento de viol\u00eancia dentro dessas casas. A viol\u00eancia simb\u00f3lica se expressa nas nuances, na organiza\u00e7\u00e3o, no establishment<\/em>, c\u00f3digos de comportamentos. Por exemplo, entrevistei meninos de 15, 16 anos, que eram gays, e na casa havia uma esp\u00e9cie de heteronormatividade, n\u00e3o era dito isso, mas havia a heteronormatividade como conduta, regra. \u00c9 isso que temos visto dentro dessas fam\u00edlias, s\u00e3o fam\u00edlias um tanto quanto provocativas e provocadoras dessa viol\u00eancia simb\u00f3lica. <\/p>\n\n\n\n
\u00c9 uma situa\u00e7\u00e3o muito preocupante, n\u00e3o? <\/h2>\n\n\n\n
A experi\u00eancia do quarto \u00e9 terr\u00edvel, porque n\u00e3o \u00e9 uma esp\u00e9cie de ref\u00fagio para aquietar mente, \u00e9 uma experi\u00eancia de ansiedade da mente, uma mente com probabilidades das mais diversas. <\/p>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 violentada, ela tamb\u00e9m vai violentar. \u00c9 importante observar isso. <\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Eu me preocupo muito porque parece que a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 meio que uma matriz de pequenos e pequenas curingas, do personagem do Batman. N\u00f3s estamos formando gera\u00e7\u00f5es violentas, e essa viol\u00eancia pode ser contra si, os \u00edndices de suic\u00eddio na adolesc\u00eancia n\u00e3o s\u00e3o m\u00ednimos. No Brasil, infelizmente, desde 2016, que eles aumentam, mas n\u00f3s tamb\u00e9m temos criado pessoas, em pa\u00edses como os Estados Unidos, que quando t\u00eam acesso a armas, criam e organizam massacres como esses que vimos nas escolas americanas. O perfil e a biografia desses adolescentes se assemelha \u00e0 gera\u00e7\u00e3o do quarto. \u00c9 preocupante, porque n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 o adoecimento ps\u00edquico, mas \u00e9 a produ\u00e7\u00e3o de uma comunidade psiquicamente adoecida, que tem na viol\u00eancia a gram\u00e1tica da sua sintaxe comunicacional, ou seja, a socializa\u00e7\u00e3o \u00e9 violenta.<\/p>\n\n\n\n
Muitas vezes, \u00e9 poss\u00edvel que voc\u00ea tenha pessoas que acham que s\u00e3o excelentes m\u00e3es e pais, mas que imprimem uma norma, uma conduta, um modelo que impede que o outro seja o que pode ser. Vi muito isso, adolescentes dizendo \u201ceu n\u00e3o consigo, para minha m\u00e3e nem para o meu pai, ser o que realmente sou, o que realmente gosto, tenho que mentir, me fazer ser o que n\u00e3o sou, criar um perfil falso\u201d. A viol\u00eancia simb\u00f3lica est\u00e1 muito nesse campo, no religioso, al\u00e9m da viol\u00eancia f\u00edsica e psicol\u00f3gica.<\/p>\n\n\n\n
<\/p>\n\n\n\n
H\u00e1 caracter\u00edsticas em comum entre os pais dessa gera\u00e7\u00e3o?<\/h2>\n\n\n\n
S\u00e3o pessoas que aprenderam com os modelos anteriores como devem proceder, como educar e como deve ser a rela\u00e7\u00e3o entre pais e filhos, e eles terminam agindo em nome desse bem-estar. Eles querem o bem dos filhos, n\u00e3o desejam o mal, mas \u00e9 um bem meio que projetado, n\u00e3o \u00e9 um bem presente, \u00e9 o bem do amanh\u00e3. Eu quero que meu filho esteja bem, mas para isso ele precisa seguir uma regra, uma norma, uma conduta, um padr\u00e3o, uma organiza\u00e7\u00e3o. Se ele n\u00e3o segue, eu n\u00e3o consigo ser m\u00e3e, pai dele, n\u00e3o consigo estabelecer uma rela\u00e7\u00e3o afetiva, de di\u00e1logo, e come\u00e7o a entrar em conflito.<\/p>\n\n\n\n
S\u00e3o pais que rejeitam os filhos? <\/h2>\n\n\n\n
Essa gera\u00e7\u00e3o mostra que os pais, se n\u00e3o h\u00e1 um modelo estabelecido, eles n\u00e3o se disp\u00f5em a aprender com o que eles veem na realidade, \u00e9 quase que um filho abstrato. Quando o filho real come\u00e7a a emergir e mostrar suas caracter\u00edsticas, os pais come\u00e7am a estranhar aquilo e n\u00e3o entram em processo de di\u00e1logo, se afastam. \u00c9 esse afastamento, esse vazio, que cria a gera\u00e7\u00e3o do quarto. Por isso afirmo que \u00e9 na matriz familiar que a gera\u00e7\u00e3o \u00e9 gerada, quer dizer, os pais n\u00e3o conseguem observar, de modo geral, a emerg\u00eancia dos humanos que eles mesmos criaram. Eles t\u00eam o humano projetado, \u00e9 quase um molde de um humano. Quando vem uma orienta\u00e7\u00e3o sexual ou um g\u00eanero que n\u00e3o \u00e9 norma, causa um impacto. <\/p>\n\n\n\n
Claro que \u00e9 menos impactante quando o filho diz que n\u00e3o quer ser m\u00e9dico, mas sim ator, pode haver resist\u00eancia mas n\u00e3o t\u00e3o intensa como quando voc\u00ea diz que \u00e9 gay, isso causa um embara\u00e7o. Mas n\u00e3o gosto de condenar os pais e as m\u00e3es, porque acho que eles est\u00e3o envolvidos nesse processo, eles querem acertar, ao menos, os que t\u00eam paternagem e maternagem, que chamo de esp\u00edrito de pai e m\u00e3e. Os que n\u00e3o t\u00eam, esses simplesmente geram os filhos, est\u00e3o ali numa esp\u00e9cie de playground de criar filhos. Mas os que t\u00eam paternagem, eles v\u00e3o tentando encontrar e conseguem, ent\u00e3o nesse caso, essa fissura, esse vazio que se abriu \u00e9 reduzido e a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 compreendida. <\/p>\n\n\n\n
Os pais sabem que t\u00eam um problema em casa?<\/h2>\n\n\n\n
Eles n\u00e3o t\u00eam conhecimento, porque a gera\u00e7\u00e3o do quarto cognitivamente n\u00e3o tem problema com boletim escolar. Essa gera\u00e7\u00e3o chega na universidade. Essa causa-consequ\u00eancia que a gente confabulou e afirmou tantas vezes que, por exemplo, vai ter problemas na escola, no rendimento escolar, n\u00e3o \u00e9 um sinal, a gera\u00e7\u00e3o do quarto tem um boletim escolar azul,<\/strong> e os pais n\u00e3o percebem. Eles acham que faz parte da vida estar no quarto.<\/strong> Muitos me dizem isso, \u201cah mas meu filho est\u00e1 no quarto j\u00e1 h\u00e1 tanto tempo que nem me dava conta\u201d. Eles come\u00e7am a se dar conta quando a crian\u00e7a ou o adolescente come\u00e7a a se cortar, quando come\u00e7am a gritar em sil\u00eancio, a\u00ed os pais alertam, mas at\u00e9 ent\u00e3o, n\u00e3o. Chamam para jantar, quando conseguem, lembrando que pais contempor\u00e2neos vivem muito fora de casa, trabalham muito, com finalidade de dar um futuro para os filhos.  <\/p>\n\n\n\n
Ou seja, o esfor\u00e7o dos pais para garantir uma boa estrutura familiar acaba por distanci\u00e1-los dos filhos?<\/h2>\n\n\n\n
\u00c9 a alternativa que se deu para a fam\u00edlia. Num pa\u00eds de mais de 210 milh\u00f5es de pessoas, n\u00e3o \u00e9 todo mundo que para e reflete sobre o que \u00e9 ser uma fam\u00edlia. Para os que est\u00e3o abaixo da linha da mis\u00e9ria tem que pensar muito como se recupera. H\u00e1 uma quest\u00e3o importante: o fen\u00f4meno da gera\u00e7\u00e3o do quarto se d\u00e1 em todas as classes sociais, mas as estrat\u00e9gias trabalhadas mudam. Tem muitas pessoas que usam a gravidez, por exemplo, como forma de sair de uma situa\u00e7\u00e3o socioecon\u00f4mica. Engravidar pode ser uma esp\u00e9cie de promo\u00e7\u00e3o social, ou seja, o problema \u00e9 o mesmo, a dor ps\u00edquica \u00e9 a mesma, mas a maneira de lidar com ela \u00e9 diferente. <\/p>\n\n\n\n
Os jovens n\u00e3o se abrem com os pais, mas n\u00e3o se opuseram a falar com voc\u00ea?<\/h2>\n\n\n\n
Talvez o que favorece para um pesquisador como eu \u00e9 me dispor a escutar sem condenar, sem julgamento. Eu escuto para acolher e esse talvez seja um potencial que a gente possa ensinar aos pais e \u00e0s m\u00e3es, para que o filho diga o que pensa, o que acha, o que gosta e n\u00e3o gosta, se sinta confort\u00e1vel em ser diferente dos pais. Acho que as fam\u00edlias escutam julgando, comparando e sentenciando demais. As crian\u00e7as, ao contr\u00e1rio do que as pessoas pensam, s\u00e3o muito sens\u00edveis, muito cr\u00edticas, elas conseguem responder perguntas, falar sobre sentimentos com quem elas se sentem confort\u00e1veis. Al\u00e9m disso, uma das t\u00e9cnicas que utilizei, o question\u00e1rio online, me trouxe muitas respostas, porque tinha perguntas abertas. Alguns dos depoimentos que apresento no livro eu n\u00e3o ouvi, eu li. Quando n\u00e3o tenho que dizer meu nome, quem eu sou, de onde sou, qual minha idade, me sinto mais livre para falar, pedir ajuda. Foram esses depoimentos que me causaram impacto e me fizeram depois entrevistar o grupo menor por meio de rodas de conversa. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Qual o papel da escola nesse contexto?<\/h2>\n\n\n\n
Eu sou um profissional e defensor da escola, a escola para mim \u00e9 uma grande inven\u00e7\u00e3o social, cumpre papel de forma\u00e7\u00e3o, de complementaridade, sobretudo no campo do que chamamos de conhecimento cient\u00edfico. Ela tamb\u00e9m tem um papel social, porque trabalha com pessoas, organiza\u00e7\u00f5es, institui\u00e7\u00f5es, mas ela precisa ser revisitada e reformulada nos seus objetivos matriciais. A escola n\u00e3o pode querer exclusivamente formar do ponto vista cognitivo. Isso \u00e9 um equ\u00edvoco que se manifesta sobretudo nessas escolas, que insistem num modelo de concorr\u00eancia, competi\u00e7\u00e3o, ranqueamento, na nota como resposta \u00e0 aprendizagem. S\u00e3o escolas desconectadas com grandes problemas contempor\u00e2neos, como a sobreviv\u00eancia do Planeta Terra. Temos um planeta amea\u00e7ado de desertifica\u00e7\u00e3o, de aus\u00eancia de comida, amea\u00e7ado no campo dos povos origin\u00e1rios, ent\u00e3o essas s\u00e3o preocupa\u00e7\u00f5es que a escola deve ter. <\/p>\n\n\n\n
Outra preocupa\u00e7\u00e3o \u00e9 a diversidade, temos uma sociedade que se mostra violenta com as minorias, racista e mis\u00f3gina. As mulheres sofrem muito nessa sociedade. A escola n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 para discutir f\u00f3rmulas qu\u00edmicas, biol\u00f3gicas, equa\u00e7\u00f5es matem\u00e1ticas, sintaxe da l\u00edngua. <\/p>\n\n\n\n
A escola \u00e9 para ajudar a usar o conhecimento cient\u00edfico na melhoria da qualidade de vida das pessoas, da minha e dos outros. <\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Ent\u00e3o se ela n\u00e3o faz isso, se insiste na concorr\u00eancia, em colocar aqueles que s\u00e3o bons e n\u00e3o s\u00e3o bons, os que s\u00e3o inteligentes e os que n\u00e3o s\u00e3o inteligentes, e ela tem insistido, ela ajuda a adoecer. \u00c9 o que digo no livro. <\/p>\n\n\n\n
O que dizer aos pais e m\u00e3es da gera\u00e7\u00e3o do quarto?<\/h2>\n\n\n\n
Os filhos e as filhas v\u00e3o precisar muito mesmo dos pais. Tem dois cen\u00e1rios, um \u00e9 ajudar meu filho a n\u00e3o entrar no quarto e o outro \u00e9 ajudar o filho que j\u00e1 est\u00e1 no quarto. No livro eu falo de cinco pilares: cuidado, autoconhecimento, conviv\u00eancia, dialogicidade e amorosidade. Trabalhar a fam\u00edlia e a escola a partir dessas sustenta\u00e7\u00f5es \u00e9 preventivo, mas pode servir tamb\u00e9m para situa\u00e7\u00f5es de pessoas que j\u00e1 est\u00e3o adoecidas, neste caso, associado ao acompanhamento de um profissional da sa\u00fade mental - psic\u00f3logo, psiquiatra, psicanalista, a depender do caso.<\/p>\n\n\n\n
O pilar do cuidado<\/strong> trata sobre a import\u00e2ncia do cuidado consigo e do cuidado com o outro, o que implica tratar das quest\u00f5es relacionadas a respeito, compreens\u00e3o, conviv\u00eancia, uso abusivo de \u00e1lcool, relacionamentos abusivos, bullying, ciberbullying, uso excessivo de redes sociais digitais, entre outros aspectos.

O pilar do autoconhecimento<\/strong> trata sobre a biografia, a hist\u00f3ria de cada pessoa, a fam\u00edlia. Proponho um trabalho sobre ancestralidade, que a pessoa conhe\u00e7a sua hist\u00f3ria de vida, conhe\u00e7a seu pai, sua m\u00e3e, sua opini\u00e3o, seus gostos. Isso tem a ver com quem eu sou, do ponto de vista \u00e9tico, e vai me dar uma seguran\u00e7a para enfrentar aquilo que querem que eu seja. Eu sou isso, mas querem que eu seja aquilo. N\u00e3o escondo minhas fragilidades, sou amado, o que d\u00e1 seguran\u00e7a. N\u00e3o vou dizer para minha crian\u00e7a que a vida \u00e9 f\u00e1cil, um mar de rosas, que ela nunca vai encontrar desafios, mas vou ajud\u00e1-la e fortalec\u00ea-la para que ela possa enfrent\u00e1-los.<\/p>\n\n\n\n
No pilar da conviv\u00eancia<\/strong>, h\u00e1 uma rela\u00e7\u00e3o entre aprender a ser e aprender a conviver. Trato de situa\u00e7\u00f5es cotidianas que evocam reflex\u00f5es \u00e9ticas, morais e espirituais, para as quais a compaix\u00e3o, a empatia e a resili\u00eancia s\u00e3o habilidades necess\u00e1rias e essenciais. O exerc\u00edcio da dialogicidade<\/strong> \u00e9 realizado quando as pessoas aprendem a falar o que pensam e sentem, mas entendem que o que pensam e sentem n\u00e3o \u00e9 a \u00faltima palavra sobre a verdade. O pilar da amorosidade<\/strong> \u00e9 tratado com reflex\u00f5es e a\u00e7\u00f5es. As reflex\u00f5es geram as a\u00e7\u00f5es, e as a\u00e7\u00f5es n\u00e3o s\u00e3o realizadas de modo mec\u00e2nico. <\/p>\n\n\n\n
Os pais podem aprender com os filhos?<\/h2>\n\n\n\n
O livro n\u00e3o tem que ser uma pedra para atirar nos pais e na escola, tem que ser um acalanto. Eu acho que a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 t\u00e3o potente que nos possibilita reaprender a viver, tenho grande esperan\u00e7a na gera\u00e7\u00e3o do quarto, a mesma gera\u00e7\u00e3o que \u00e9 violenta me ensina novos modos de amor, n\u00e3o vejo a gera\u00e7\u00e3o como fracassada, que n\u00e3o deu certo, acho um absurdo dizer que \u00e9 uma gera\u00e7\u00e3o parasita, \"nem-nem\". Obviamente ela traz todas as mazelas, n\u00e3o foi a gera\u00e7\u00e3o do quarto que inventou o abuso do \u00e1lcool, a viol\u00eancia, esses foram c\u00f3digos sempre usados, mas a gera\u00e7\u00e3o do quarto est\u00e1 nos dando outras alternativas, como maior preocupa\u00e7\u00e3o sobre consumo, meio ambiente, empoderamento das meninas, orienta\u00e7\u00e3o \u00e0 quest\u00e3o de g\u00eanero. Essa gera\u00e7\u00e3o tem muita coisa a nos mostrar, n\u00e3o precisamos ter medo, podemos aprender com elas. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"A gera\u00e7\u00e3o do quarto: um retrato chocante da juventude brasileira","post_excerpt":"Ap\u00f3s ouvir mais de 3 mil crian\u00e7as e adolescentes que vivem experi\u00eancias traum\u00e1ticas em seus quartos, o pesquisador Hugo Monteiro Ferreira faz um alerta aos pais e \u00e0s escolas sobre a necessidade de mudar a forma de se relacionar com os jovens","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"a-geracao-do-quarto-o-retrato-chocante-da-juventude-brasileira","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-30 11:00:28","post_modified_gmt":"2022-08-30 14:00:28","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64515","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64369,"post_author":"4","post_date":"2022-08-23 10:54:43","post_date_gmt":"2022-08-23 13:54:43","post_content":"\n
De acordo com o Artigo 227<\/a> da Constitui\u00e7\u00e3o de 1988, as crian\u00e7as<\/a> devem ser prioridade absoluta em todas as decis\u00f5es, programas e pol\u00edticas p\u00fablicas<\/a>. Isso se torna mais relevante em ano de elei\u00e7\u00f5es, em que poderemos escolher, de forma democr\u00e1tica<\/a>, representantes<\/a> aos cargos de presidente da Rep\u00fablica, senadores, governadores, deputados federais e estaduais. <\/p>\n\n\n\n
O voto no Brasil \u00e9 obrigat\u00f3rio para todos aqueles acima de 18 anos, sendo facultativo para jovens com 16 e 17 anos, pessoas com mais de 70 anos e analfabetos. Crian\u00e7as e adolescentes<\/a> menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar<\/a>, mas isso n\u00e3o quer dizer que n\u00e3o devam estar inclu\u00eddos nos planos dos diferentes representantes pol\u00edticos. Muito pelo contr\u00e1rio.<\/p>\n\n\n\n
Diversos estudos j\u00e1 comprovaram que investir na primeira inf\u00e2ncia<\/a> \u00e9 a melhor maneira de reduzir desigualdades e construir uma sociedade com condi\u00e7\u00f5es sociais e ambientais sustent\u00e1veis.<\/p>\n\n\n\n
Cabe a n\u00f3s, adultos, escolher nas elei\u00e7\u00f5es candidatos que contemplem as crian\u00e7as em projetos e iniciativas diversas. Abaixo, veja 5 motivos que tornam urgente a valoriza\u00e7\u00e3o de projetos para a inf\u00e2ncia e juventude nas campanhas \u00e0s elei\u00e7\u00f5es de 2022. A lista \u00e9 do portal Lunetas, espa\u00e7o dedicado \u00e0 reflex\u00e3o sobre a inf\u00e2ncia, que recentemente lan\u00e7ou o especial \"Inf\u00e2ncias em foco: Quem vota pelas crian\u00e7as?\"<\/a>, um hub de informa\u00e7\u00e3o sobre pol\u00edtica e as inf\u00e2ncias. <\/p>\n\n\n\n
5 temas que envolvem as crian\u00e7as e que t\u00eam de estar previstos nas propostas dos candidatos \u00e0s elei\u00e7\u00f5es:<\/h2>\n\n\n\n
Fome<\/h3>\n\n\n\n
De acordo com um levantamento realizado pela Funda\u00e7\u00e3o Abrinq, cerca de 18,8 milh\u00f5es de meninos e meninas de at\u00e9 14 anos passam fome no Brasil. Essa inseguran\u00e7a alimentar traz preju\u00edzos grav\u00edssimos \u00e0s crian\u00e7as, afetando seu crescimento e o desenvolvimento f\u00edsico e cognitivo necess\u00e1rios para que consigam crescer de maneira saud\u00e1vel.<\/p>\n\n\n\n
Analfabetismo<\/h3>\n\n\n\n
H\u00e1 50 anos, a educa\u00e7\u00e3o infantil n\u00e3o era uma realidade no Brasil, no entanto, pol\u00edticas p\u00fablicas mudaram essa realidade. Ainda assim, nos \u00faltimos dois anos, o n\u00famero de crian\u00e7as de 6 e 7 anos que n\u00e3o sabem ler e escrever cresceu em 1 milh\u00e3o. Pensando no futuro e nos pr\u00f3ximos passos do Brasil relacionados \u00e0 educa\u00e7\u00e3o p\u00fablica, \u00e9 necess\u00e1rio eleger candidatos que queiram enfrentar as desigualdades sociais e lutar para que todas as crian\u00e7as e adolescentes tenham acesso \u00e0 educa\u00e7\u00e3o de qualidade.<\/p>\n\n\n\n
Trabalho Infantil<\/h3>\n\n\n\n
Atualmente, cerca de 2 milh\u00f5es de crian\u00e7as e adolescentes est\u00e3o em situa\u00e7\u00e3o de trabalho infantil no Brasil. Desse total, 66% s\u00e3o crian\u00e7as pretas ou pardas e 71% est\u00e3o na \u00e1rea urbana, de acordo com um levantamento divulgado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domic\u00edlios (PNAD Cont\u00ednua).<\/p>\n\n\n\n
Viol\u00eancia e explora\u00e7\u00e3o sexual<\/h3>\n\n\n\n
Entre 2016 e 2020, 35 mil crian\u00e7as e adolescentes, de 0 a 19 anos, foram mortos de forma violenta no Brasil e 180 mil sofreram viol\u00eancia sexual, segundo o Panorama da Viol\u00eancia Sexual contra crian\u00e7as e Adolescentes no Brasil, lan\u00e7ado pela Unicef e pelo F\u00f3rum Brasileiro de Seguran\u00e7a P\u00fablica (FBSP). Por isso, \u00e9 necess\u00e1rio eleger pessoas que tenham coragem para combater esse cen\u00e1rio e falar de assuntos como igualdade de g\u00eanero, empoderamento de meninas, viol\u00eancia sexual e femin\u00edcio.<\/p>\n\n\n\n
Moradia<\/h3>\n\n\n\n
Mais de 5 milh\u00f5es de pessoas ainda residem em domic\u00edlios sem banheiros ou sanit\u00e1rios de uso exclusivo e 9,7 milh\u00f5es vivem em condi\u00e7\u00f5es de adensamento excessivo, com mais de tr\u00eas moradores para cada dormit\u00f3rio. Este \u00e9 um assunto que n\u00e3o deve ser ignorado, j\u00e1 que todas as crian\u00e7as precisam de acesso \u00e0 moradia para viver com dignidade e poder se desenvolver em outras \u00e1reas, como lazer, educa\u00e7\u00e3o e sa\u00fade.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]  <\/p>\n","post_title":"5 motivos para priorizar as crian\u00e7as nas elei\u00e7\u00f5es de 2022","post_excerpt":"Crian\u00e7as e adolescentes menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar, mas s\u00e3o parcela importante da popula\u00e7\u00e3o e t\u00eam de estar contemplados nos projetos dos diferentes atores governamentais","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"5-motivos-para-priorizar-as-criancas-nas-eleicoes-de-2022","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-25 18:52:13","post_modified_gmt":"2022-08-25 21:52:13","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64369","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64334,"post_author":"4","post_date":"2022-08-22 15:14:51","post_date_gmt":"2022-08-22 18:14:51","post_content":"\n
O n\u00famero de crian\u00e7as e adolescente<\/a>s conectados \u00e0 internet cresceu nos \u00faltimos anos. Segundo o estudo TIC Kids Online Brasil 2021<\/a>, rec\u00e9m-divulgado, 93% ou 22,3 milh\u00f5es das crian\u00e7as e dos adolescentes<\/a> no pa\u00eds acessaram a web<\/a> em 2021, sendo que em 2019 esse percentual era de 89%. O crescimento foi impulsionado principalmente pela maior propor\u00e7\u00e3o de usu\u00e1rios na regi\u00e3o Nordeste e nas \u00e1reas rurais. <\/p>\n\n\n\n
O uso de redes sociais <\/a>pelas crian\u00e7as tamb\u00e9m tem se elevado, sendo a plataforma Tik Tok<\/a> a mais utilizada (34%), seguida pelo Instagram (33%). No Facebook, houve queda no uso de 66% para 51% no per\u00edodo citado. J\u00e1 o WhatsApp segue como a plataforma em que crian\u00e7as e adolescentes mais possuem perfil (foi de 70% em 2018 para 80% em 2021), e \u00e9 a mais difundida entre todos os estratos sociais.<\/p>\n\n\n\n
A pesquisa, conduzida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informa\u00e7\u00e3o (Cetic.br) do N\u00facleo de Informa\u00e7\u00e3o e Coordena\u00e7\u00e3o do Ponto BR (NIC.br), entrevistou 2.651 crian\u00e7as e adolescentes com idades entre 9 e 17 anos, bem como seus pais ou respons\u00e1veis, em todo o territ\u00f3rio nacional. As entrevistas aconteceram entre outubro de 2021 e mar\u00e7o de 2022, com a finalidade de investigar oportunidades e riscos relacionados \u00e0 participa\u00e7\u00e3o online desse p\u00fablico. <\/p>\n\n\n\n
Segundo o levantamento, as crian\u00e7as tamb\u00e9m est\u00e3o passando mais tempo em jogos online - seja conectadas com outros jogadores (de 57% para 66%, entre 2021 e 2019) ou n\u00e3o conectadas a eles (de 55% para 64%) -, e fazendo mais compras no ambiente digital - cresceu de 9% para 19% no mesmo per\u00edodo. <\/p>\n\n\n\n
\"Plataformas de cria\u00e7\u00e3o e compartilhamento de conte\u00fado audiovisual est\u00e3o entre as mais utilizadas por crian\u00e7as e adolescentes. Nesse contexto, a qualidade da conex\u00e3o \u00e0 Internet e dos dispositivos digitais utilizados para o acesso \u00e0 rede passam a ser determinantes para o melhor aproveitamento de oportunidades online. \u00c9 central, portanto, garantir condi\u00e7\u00f5es equitativas de conectividade para crian\u00e7as e adolescentes em diferentes contextos socioecon\u00f4micos\", aponta Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br. <\/p>\n\n\n\n
A pesquisa TIC Kids Online <\/a>detectou, ainda, que o telefone celular segue como o principal meio de conex\u00e3o \u00e0 rede nos diferentes extratos sociais. Para 53%, o celular foi o \u00fanico dispositivo usado, realidade que se verificou mais presente nas classes DE (78%) e C (52%) do que nas classes AB (18%). <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Acesso a propagandas<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
Entre as atividades multim\u00eddia, as mais acessadas pelas crian\u00e7as s\u00e3o ouvir m\u00fasica (80%), assistir a v\u00eddeos, programas, filmes ou s\u00e9ries (84%), S\u00edtios de v\u00eddeos (67%) e redes sociais (61%) est\u00e3o entre as principais plataformas em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios de internet declaram ter visto propaganda de produtos ou marcas. Pessoas ensinando como usar algum produto (62%) e abrindo embalagens -- o chamado unboxing<\/em><\/strong> - (61%) foram os principais conte\u00fados de imagem ou v\u00eddeo em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios da rede tiveram contato com divulga\u00e7\u00e3o de produtos ou marcas. Entre as principais categorias de produtos ou marcas vistas no ambiente online<\/em> est\u00e3o: <\/p>\n\n\n\n
Equipamentos eletr\u00f4nicos (60%); <\/li>
Roupas e sapatos (60%); <\/li>
Comidas, bebidas ou doces (57%); <\/li>
Videogames ou jogos (46%); <\/li>
Maquiagem e outros produtos de beleza (46%).\u00a0<\/li><\/ul>\n\n\n\nBusca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e bem-estar<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa tamb\u00e9m constatou que 32% dos jovens entre 11 e 17 anos procuram ajuda para lidar com algo ruim que vivenciaram<\/strong>, ou para falar sobre suas emo\u00e7\u00f5es<\/strong> quando se sentiram tristes. <\/p>\n\n\n\n
Entre os temas mais procurados relacionados \u00e0 sa\u00fade est\u00e3o:<\/p>\n\n\n\n
Informa\u00e7\u00f5es sobre alimenta\u00e7\u00e3o (55%);
Preven\u00e7\u00e3o e tratamento de doen\u00e7as (38%);
Exerc\u00edcios e meios para ficar em forma (36%);
Informa\u00e7\u00f5es sobre medicamentos (22%);<\/li>
Discuss\u00f5es sobre sa\u00fade sexual e educa\u00e7\u00e3o sexual (21%).<\/li><\/ul>\n\n\n\n
\"A pesquisa busca levantar evid\u00eancias que contribuam para a promo\u00e7\u00e3o de direitos e do bem-estar de crian\u00e7as e adolescentes. Desse modo, para al\u00e9m das atividades presentes na s\u00e9rie hist\u00f3rica da pesquisa, o uso da rede na busca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e apoio emocional passou a ser um tema relevante de investiga\u00e7\u00e3o\", sinaliza Barbosa.<\/p>\n\n\n\n
\"Pesquisas como a TIC Kids Online Brasil s\u00e3o de extrema relev\u00e2ncia para entendermos o cen\u00e1rio atual e fortalecermos o letramento e inclus\u00e3o digital dos mais jovens, com mais seguran\u00e7a e qualidade, quest\u00f5es intr\u00ednsecas ao trabalho realizado pelo Comit\u00ea Gestor da Internet no Brasil\", pondera Jos\u00e9 Gontijo, coordenador do CGI.br.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
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3. Tr\u00e2nsito<\/h2>\n\n\n\n
Para prevenir acidentes, a orienta\u00e7\u00e3o \u00e9 que as crian\u00e7as andem nas ruas com supervis\u00e3o de um adulto at\u00e9 que demonstrem habilidade e capacidade de julgamento do tr\u00e2nsito, o que pode ocorrer a partir dos 10 anos de idade. Enquanto estiver caminhando na rua, segure sempre a m\u00e3o da crian\u00e7a, de forma firme e pelo pulso. N\u00e3o permita brincadeiras em locais que n\u00e3o s\u00e3o adequados, como entradas ou sa\u00eddas de garagens, quintais sem cerca, ruas ou estacionamentos.<\/p>\n\n\n\n
4. Intoxica\u00e7\u00e3o<\/h2>\n\n\n\n
Acidentes com medicamentos ou produtos t\u00f3xicos infelizmente s\u00e3o comuns. A intoxica\u00e7\u00e3o pela ingest\u00e3o, manipula\u00e7\u00e3o ou inala\u00e7\u00e3o pode ser perigosa e fatal, dependendo da \u00e1rea afetada e da toxicidade. \u00c9 importante explicar \u00e0s crian\u00e7as que os rem\u00e9dios devem ser tomados somente quando necess\u00e1rio, e evitar cham\u00e1-los por nomes de doces ou balas - alguns pais recorrem a essa t\u00e1tica para facilitar a administra\u00e7\u00e3o. Al\u00e9m disso, nunca medique sem orienta\u00e7\u00e3o m\u00e9dica ou por sugest\u00e3o de terceiros. <\/p>\n\n\n\n
Guarde as embalagens de produtos potencialmente t\u00f3xicos, como medicamentos, bebidas alco\u00f3licas, produtos de limpeza e pesticidas, logo ap\u00f3s a utiliza\u00e7\u00e3o, fora do alcance das crian\u00e7as. N\u00e3o use embalagens vazias para guardar produtos que podem ser t\u00f3xicos, mantenha-os sempre nas embalagens originais. N\u00e3o d\u00ea embalagens vazias desses produtos para as crian\u00e7as brincarem. Tampouco coloque produtos de uso dom\u00e9stico junto de alimentos e evite plantas t\u00f3xicas em casa ou no jardim, em locais de f\u00e1cil acesso para as crian\u00e7as.<\/p>\n\n\n\n
5. Sufoca\u00e7\u00e3o<\/h2>\n\n\n\n
Crian\u00e7as de at\u00e9 3 anos, que est\u00e3o na fase de experimentar o mundo e costumam levar tudo \u00e0 boca, s\u00e3o mais propensas a sofrerem acidentes relacionados \u00e0 sufoca\u00e7\u00e3o. A sufoca\u00e7\u00e3o ocorre quando h\u00e1 a cobertura total ou parcial do nariz e\/ou da boca, resultando na dificuldade ou impossibilidade de respirar. Entre beb\u00eas menores de um ano de idade, o risco de sufoca\u00e7\u00e3o \u00e9 muito alto devido a sua falta de capacidade de escaparem por si mesmos de uma situa\u00e7\u00e3o de perigo. A introdu\u00e7\u00e3o alimentar merece precau\u00e7\u00e3o e uma das orienta\u00e7\u00f5es \u00e9 n\u00e3o oferecer alimentos redondos e duros, como uva, amendoim ou outras castanhas e cenoura crua, al\u00e9m de cortar os alimentos em peda\u00e7os bem pequenos. Tamb\u00e9m \u00e9 importante aprender as manobras de desengasgo<\/a> para saber como agir nesse momento.<\/p>\n\n\n\n
Outros acidentes<\/h2>\n\n\n\n
Apesar do aumento geral dos acidentes, os casos envolvendo afogamento diminu\u00edram<\/a> em 2021. Ainda assim, \u00e9 v\u00e1lido lembrar que os pequenos menores de 4 anos podem se afogar em recipientes com at\u00e9 2,5 cm de \u00e1gua. Por isso, al\u00e9m dos cuidados com as piscinas, como a prote\u00e7\u00e3o com cercas e port\u00e3o com cadeado ou trava de seguran\u00e7a, \u00e9 preciso aten\u00e7\u00e3o com banheiras, bacias e baldes, que devem ser guardados vazios e virados para baixo. E, claro, nunca deixe crian\u00e7as sozinhas dentro ou perto da \u00e1gua, nem por um segundo!<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"Como prevenir os\u00a05 acidentes\u00a0mais perigosos\u00a0com crian\u00e7as","post_excerpt":"Pesquisa da ONG Aldeias Infantis SOS mostrou que cresceu o n\u00famero de crian\u00e7as internadas por acidentes em 2021; veja as principais medidas para evit\u00e1-los","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"como-prevenir-os-5-acidentes-mais-perigosos-com-criancas","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-09-09 08:55:11","post_modified_gmt":"2022-09-09 11:55:11","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64723","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64666,"post_author":"4","post_date":"2022-08-30 17:24:27","post_date_gmt":"2022-08-30 20:24:27","post_content":"\n
O n\u00famero de crian\u00e7as e adolescentes que se internaram<\/a>, em 2021, devido a acidentes, aumentou em compara\u00e7\u00e3o com 2020. Foram 110.341 casos de interna\u00e7\u00f5es no ano passado, na faixa et\u00e1ria de 0 a 14 anos, segundo pesquisa da ONG Aldeias Infantis SOS e do Instituto Bem Cuidar. O n\u00famero revela um crescimento de 5,3% em rela\u00e7\u00e3o ao ano anterior. <\/p>\n\n\n\n
As quedas foram a principal causa das interna\u00e7\u00f5es<\/a>, sendo respons\u00e1veis por 44% das ocorr\u00eancias, seguidas pelas queimaduras, 19%, acidentes de tr\u00e2nsito, 10%, e intoxica\u00e7\u00f5es, 5%. Em m\u00e9dia, 302 crian\u00e7as foram hospitalizadas<\/a>, por dia, por conta de algum acidente em 2021, segundo o estudo feito com informa\u00e7\u00f5es do Datasus, do Minist\u00e9rio da Sa\u00fade.<\/p>\n\n\n\n
\u201cChama muito a aten\u00e7\u00e3o, por exemplo, que a maior causa de interna\u00e7\u00e3o seja a queda<\/a>, pois a gente sabe que h\u00e1 medidas para evitar isso. \u00c9 preciso colocar tela em janelas e sacadas<\/a>, evitar deixar m\u00f3veis pr\u00f3ximo a janelas, enfim, uma s\u00e9rie de dicas que s\u00e3o importantes para que pais e adultos estejam munidos dessas informa\u00e7\u00f5es para evitar os acidentes\u201d, afirmou Erika Tonelli, especialista em Entornos Seguros e Protetores da Aldeias Infantis SOS.\u00a0<\/p>\n\n\n\n
Erika lembra que, embora os acidentes fa\u00e7am parte da vida das crian\u00e7as enquanto est\u00e3o se desenvolvendo e experienciando o mundo, a maioria deles poderiam ser evitados. \u201cAt\u00e9 90% dos acidentes poderiam ser prevenidos com medidas simples. Os pais e familiares devem estar sempre atentos aos ambientes - n\u00e3o s\u00f3 aos dom\u00e9sticos, mas tamb\u00e9m espa\u00e7os comunit\u00e1rios, parques, escolas e todos os lugares que as crian\u00e7as frequentam -, para perceber quais riscos existem e se \u00e9 preciso tomar alguma medida ou ter um olhar mais cuidadoso para elas\u201d, ressalta a especialista.<\/p>\n\n\n\n
Apesar do aumento geral dos acidentes, constatou-se que em 2021 os casos envolvendo afogamento diminu\u00edram<\/a> em 2% e sufoca\u00e7\u00e3o em 6%, quando comparado ao ano anterior.  <\/p>\n\n\n\n
O estudo tamb\u00e9m ressalta que, apesar do aumento no volume de interna\u00e7\u00f5es, os n\u00fameros de 2021 s\u00e3o menores que no per\u00edodo anterior \u00e0 pandemia. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong> <\/p>\n\n\n\n\n\n
Tipos de acidentes por idade <\/h2>\n\n\n\n
Segundo o levantamento, a faixa et\u00e1ria de 5 a 9 anos de idade \u00e9 a mais atingida pelas quedas e a que mais sofreu hospitaliza\u00e7\u00f5es em 2021 - representando 35,1% dos internados por acidentes. As crian\u00e7as com idade de 10 a 14 anos tamb\u00e9m tiveram um n\u00famero alto de interna\u00e7\u00f5es (34,2%), sendo igualmente as quedas a causa mais comum. <\/p>\n\n\n\n
J\u00e1 na faixa et\u00e1ria de 1 a 4 anos, que representa 25,6% das intera\u00e7\u00f5es, intoxica\u00e7\u00e3o e queimaduras est\u00e3o entre os principais acidentes. Menores de 1 ano representaram 5,2% das interna\u00e7\u00f5es, motivadas por acidentes como sufoca\u00e7\u00e3o, mas tamb\u00e9m queimaduras, afogamento, intoxica\u00e7\u00e3o e quedas. <\/p>\n\n\n\n
Erika relata que dependendo da faixa et\u00e1ria, a preval\u00eancia dos acidentes vai sendo alterada. Os beb\u00eas de at\u00e9 1 ano t\u00eam um n\u00famero maior de casos de sufoca\u00e7\u00e3o, porque s\u00e3o crian\u00e7as que levam coisas \u00e0 boca. J\u00e1 a intoxica\u00e7\u00e3o tem um n\u00famero bastante alto entre 1 e 4 anos, depois vem a queda, com crian\u00e7as acima de 5 anos, que exploram mais o ambiente e est\u00e3o mais expostas ao mundo externo. \"Mas isso n\u00e3o quer dizer que a gente n\u00e3o deva estar atento \u00e0s demais causas de acidentes. Mesmo a queimadura pode ser comum nos beb\u00eas durante o banho, por exemplo\u201d, explica a porta-voz da Aldeias Infantis SOS. <\/p>\n\n\n\n
Principais causas de acidentes com crian\u00e7as (0 a 14 anos)*<\/h2>\n\n\n\n
Quedas - 44%<\/li>
Queimaduras 19%<\/li>
Tr\u00e2nsito - 10%<\/li>
Intoxica\u00e7\u00f5es - 5% <\/li><\/ul>\n\n\n\n
Acidentes mais comuns por faixa et\u00e1ria<\/h2>\n\n\n\n
0 a 1 ano - Sufoca\u00e7\u00e3o<\/li>
1 a 4 anos - Intoxica\u00e7\u00e3o<\/li>
5 a 9 anos - Quedas<\/li>
10 a 14 anos - Quedas<\/li><\/ul>\n\n\n\n
*N\u00fameros consolidados pela ONG Aldeias Infantis SOS, a partir da base de dados Datasus, do Minist\u00e9rio da Sa\u00fade.<\/em><\/p>\n\n\n\n
Quedas e queimaduras<\/h2>\n\n\n\n
Os registros de quedas no Datasus incluem tanto acidentes ocorridos em casa, quanto em ambientes externos, como playgrounds e parques. Segundo Erika, n\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel afirmar qual tipo de queda \u00e9 a mais comum, mas ela avalia que tanto o maior tempo dentro de casa, durante a pandemia, quanto o incentivo \u00e0s atividades ao ar livre, ap\u00f3s o per\u00edodo de isolamento social, podem ter contribu\u00eddo para esse tipo de acidente.<\/p>\n\n\n\n
J\u00e1 em rela\u00e7\u00e3o \u00e0s queimaduras, ela diz que percebeu um leve aumento de casos, principalmente, devido ao uso recorrente de \u00e1lcool e \u00e1lcool em gel, como forma de prote\u00e7\u00e3o contra a Covid, e possivelmente tamb\u00e9m pelo uso maior de formas alternativas de combust\u00edvel na cozinha, como carv\u00e3o, \u00f3leo e querosene, devido \u00e0 piora da condi\u00e7\u00e3o econ\u00f4mica de grande parte das fam\u00edlias brasileiras. <\/p>\n\n\n\n
\u201cMesmo alimentos quentes em cima da mesa, a crian\u00e7a pode puxar e eles virarem em cima dela. \u00c9 importante tamb\u00e9m evitar tomar bebidas quentes com o filho no colo e estar atento ao risco de choque el\u00e9trico com ferro de passar roupa, com o uso do celular enquanto carrega e com instala\u00e7\u00f5es el\u00e9tricas da casa\u201d, destaca Erika.  <\/p>\n\n\n\n
Para a especialista, a precariza\u00e7\u00e3o das condi\u00e7\u00f5es de trabalhos e a exaust\u00e3o de alguns cuidadores tamb\u00e9m podem ser fatores que interferiram nos cuidados com as crian\u00e7as. Al\u00e9m disso, existe o fato de muitas delas ficarem sozinhas em casa, sem a supervis\u00e3o de um adulto, o que contribui ainda mais para o aumento de acidentes. <\/p>\n\n\n\n
Dados mostram que 1 a cada 4 crian\u00e7as acidentadas fica com sequelas permanentes durante toda a vida.<\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
\u201cQuando falamos de interna\u00e7\u00f5es, n\u00e3o \u00e9 algo simples como ralar o joelho ou cair da bicicleta, s\u00e3o causas graves e isso gera um custo tanto para o sistema de sa\u00fade quanto para a fam\u00edlia, al\u00e9m, claro, do impacto psicol\u00f3gico e emocional na crian\u00e7a\u201d, pontua Erika.<\/p>\n\n\n\n
Principais causas de mortes de crian\u00e7as por acidentes em 2020<\/h2>\n\n\n\n
Em rela\u00e7\u00e3o ao n\u00famero de mortes de crian\u00e7as por acidentes, Erika explicou que os dados mais recentes fornecidos pelo Datasus s\u00e3o de 2020, quando 3.117 crian\u00e7as de at\u00e9 14 anos de idade perderam a vida. Apesar de o tr\u00e2nsito continuar sendo a principal causa das fatalidades com 30% do total, os afogamentos e casos de sufoca\u00e7\u00e3o tamb\u00e9m registraram marcas preocupantes, com 27% e 22%, respectivamente. <\/p>\n\n\n\n
Mortes de crian\u00e7as por acidentes - 2020 <\/h3>\n\n\n\n
Tr\u00e2nsito - 30%<\/li>
Afogamentos - 27%<\/li>
Sufoca\u00e7\u00e3o - 22%<\/li><\/ul>\n\n\n\n
Apesar disso, se comparado com 2019, o n\u00famero de \u00f3bitos recuou 2%, sendo a maior redu\u00e7\u00e3o em sufoca\u00e7\u00e3o, com queda de 14%. Por outro lado, fatalidades envolvendo intoxica\u00e7\u00f5es e quedas seguiram o caminho inverso e aumentaram respectivamente 23% e 12% cada uma. Sob a \u00f3tica da faixa et\u00e1ria, crian\u00e7as de 1 a 4 anos concentram a maior taxa de mortalidade por acidentes no Brasil (32%).<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
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\u201cDe boa, passo muito tempo da minha vida no quarto. T\u00e1 ligado? \u00c9 um canto s\u00f3 meu. No quarto, j\u00e1 fiz tudo. Tamb\u00e9m j\u00e1 pensei em fazer besteira.\u201d  <\/em><\/p>\n\n\n\n
\"Fico mais tempo do que no resto da casa. S\u00f3 saio pra comer, saca? Tem dia que nem pra comer. Ningu\u00e9m me pergunta nada. S\u00f3 ficaram mais preocupados, minha m\u00e3e e meu pai, quando a professora falou que me cortei.\"<\/em><\/p>\n\n\n\n
Relatos como esses fazem parte dos depoimentos que o pesquisador Hugo Monteiro Ferreira colheu para um estudo sobre o cotidiano de crian\u00e7as e adolescentes brasileiros<\/a> marcados pelo adoecimento emocional e mental<\/a>. <\/p>\n\n\n\n
S\u00e3o jovens na faixa et\u00e1ria de 11 a 18 anos de idade, que passam cerca de seis horas por dia dentro de seus quartos, geralmente conectados \u00e0s redes sociais<\/a>, e com s\u00e9rios problemas de conviv\u00eancia entre os seus pares<\/a> e tamb\u00e9m com os adultos com os quais convivem.\u00a0De modo geral, s\u00e3o pessoas que pertencem a uma classe social mais favorecida.<\/p>\n\n\n\n
Hugo os definiu como \u201ca gera\u00e7\u00e3o do quarto\u201d. V\u00edtimas de bullying, cyberbullying e outras viol\u00eancias<\/a>, geralmente na escola, eles vivenciam nesse c\u00f4modo da casa diversas formas de sofrimento - de transtornos alimentares a ansiedade, depress\u00e3o e at\u00e9 mesmo suic\u00eddio<\/a>. <\/p>\n\n\n\n
\u201cA gera\u00e7\u00e3o do quarto adverte-nos que as fam\u00edlias e as escolas precisam \"escutar\" meninos e meninas e rever posturas e procedimentos, bem como formas de educar e jeitos de orientar\u201d, afirma Hugo, no livro \u201cA gera\u00e7\u00e3o do quarto - quando as crian\u00e7as nos ensinam a amar\u201d. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
A obra \u00e9 fruto de uma pesquisa que ouviu 3.115 crian\u00e7as e adolescentes, de escolas p\u00fablicas e, principalmente, privadas, de cinco capitais do pa\u00eds. \u00c9 um grupo que retrata nitidamente os jovens da sociedade contempor\u00e2nea. \"Tenho retornos de professores e professoras que me diziam: \"olha isso que voc\u00ea disse acontece exatamente assim na minha escola\", afirmou Hugo. <\/p>\n\n\n\n
Segundo ele, a fragilidade dessa gera\u00e7\u00e3o revela a fragilidade dos pais e das m\u00e3es. \u201cN\u00e3o s\u00e3o s\u00f3 as crian\u00e7as e os adolescentes que est\u00e3o no quarto \u2014 os adultos tamb\u00e9m est\u00e3o. O quarto \u00e9 a met\u00e1fora da fam\u00edlia que n\u00e3o dialoga, mas grita; da escola que n\u00e3o acolhe, mas exige o desempenho das notas\u201d, afirma Humberto da Silva Miranda, doutor em Hist\u00f3ria das Inf\u00e2ncias, no pref\u00e1cio do livro. <\/p>\n\n\n\n
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Hugo Monteiro Ferreira<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n
A seguir, leia a entrevista que o autor concedeu \u00e0 Canguru News<\/strong>. Hugo \u00e9 professor do departamento de Educa\u00e7\u00e3o e do Programa de P\u00f3s-Gradua\u00e7\u00e3o em Educa\u00e7\u00e3o, Culturas e Identidades, ambos da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Na mesma institui\u00e7\u00e3o, ele coordena o N\u00facleo do Cuidado Humano e o Grupo de Estudos da Transdisciplinaridade, da Inf\u00e2ncia e da Juventude (GETIJ).<\/p>\n\n\n\n
Qual o perfil da gera\u00e7\u00e3o do quarto?<\/h2>\n\n\n\n
S\u00e3o crian\u00e7as e adolescentes, entre 11 e 16 anos, que passam mais de 6 horas por dia dentro do quarto, usando excessivamente as redes sociais digitais, e j\u00e1 sofreram algum tipo de viol\u00eancia, como bullying e cyberbullying, geralmente ocorrida na escola. Eles t\u00eam sintomatologias de psicopatologias as mais diversas, com predomin\u00e2ncia para depress\u00e3o, transtornos obsessivos compulsivos, transtornos alimentares, com predomin\u00e2ncia de anorexia e bulimia, transtorno de ansiedade, uso abusivo de \u00e1lcool, de maconha ou drogas qu\u00edmicas e dist\u00farbios de sono. E no campo da autodestrui\u00e7\u00e3o, praticam a autoles\u00e3o, sem inten\u00e7\u00e3o suicida, e alguns t\u00eam idea\u00e7\u00e3o suicida e tentaram suic\u00eddio mais de uma vez, esse \u00e9 o perfil da gera\u00e7\u00e3o do quarto.<\/p>\n\n\n\n
Como foi feita a pesquisa?<\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa foi feita entre 2017 e 2019, com alunos de escolas p\u00fablicas e privadas de cinco capitais brasileiras \u2014 Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Macei\u00f3 e Natal. Inicialmente, foi aplicado um question\u00e1rio online para 3.115 crian\u00e7as e adolescentes, e a partir das respostas foi feito um recorte com 238 jovens, dos quais a grande maioria, 70%, s\u00e3o de escolas privadas, e fazem parte da classe m\u00e9dia e classe m\u00e9dia alta. Os resultados mostraram que 75% dos 3.115 alunos est\u00e3o com a sa\u00fade mental abalada, embora nem todos apresentem sintomatologia psicopatol\u00f3gica. N\u00e3o publiquei nenhum artigo sobre o estudo porque desde o in\u00edcio tive a inten\u00e7\u00e3o de fazer um livro, que ficou pronto em 2020. De l\u00e1 para c\u00e1, a obra passou por revis\u00f5es, sendo publicada agora, em 2022. Ressalto que a gera\u00e7\u00e3o do quarto n\u00e3o foi criada na pandemia, mas sofreu na pandemia duas vezes mais pela situa\u00e7\u00e3o de vulnerabilidade em que se encontrava. <\/p>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 um retrato da juventude brasileira? <\/h2>\n\n\n\n
Eu fiz um recorte, mas todas as pessoas que mantiveram contato comigo e n\u00e3o estiveram no recorte da pesquisa se identificaram com ela. Tenho retornos de professores e professoras que me diziam: \"olha isso que voc\u00ea disse acontece exatamente assim na minha escola\". As pessoas se identificam porque tem uma verossimilhan\u00e7a. Muitas dizem: \"ah, tenho um filho, uma filha, que tamb\u00e9m est\u00e1 no quarto\". Se voc\u00ea for em qualquer escola, infelizmente ir\u00e1 encontrar algo semelhante.<\/p>\n\n\n\n
Como entender os problemas que essa gera\u00e7\u00e3o enfrenta, quais s\u00e3o suas origens?<\/h2>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 forjada, criada dentro de casa, \u00e9 a fam\u00edlia quem cria essa gera\u00e7\u00e3o, n\u00e3o \u00e9 a escola, a escola ajuda a manter, a fazer a manuten\u00e7\u00e3o do sofrimento, mas a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 produto de uma fam\u00edlia no quarto tamb\u00e9m, uma fam\u00edlia isolada, adoecida, de pouco di\u00e1logo, violenta. A viol\u00eancia num sentido amplo, n\u00e3o s\u00f3 f\u00edsica, psicol\u00f3gica, mas uma viol\u00eancia simb\u00f3lica, h\u00e1 muito movimento de viol\u00eancia dentro dessas casas. A viol\u00eancia simb\u00f3lica se expressa nas nuances, na organiza\u00e7\u00e3o, no establishment<\/em>, c\u00f3digos de comportamentos. Por exemplo, entrevistei meninos de 15, 16 anos, que eram gays, e na casa havia uma esp\u00e9cie de heteronormatividade, n\u00e3o era dito isso, mas havia a heteronormatividade como conduta, regra. \u00c9 isso que temos visto dentro dessas fam\u00edlias, s\u00e3o fam\u00edlias um tanto quanto provocativas e provocadoras dessa viol\u00eancia simb\u00f3lica. <\/p>\n\n\n\n
\u00c9 uma situa\u00e7\u00e3o muito preocupante, n\u00e3o? <\/h2>\n\n\n\n
A experi\u00eancia do quarto \u00e9 terr\u00edvel, porque n\u00e3o \u00e9 uma esp\u00e9cie de ref\u00fagio para aquietar mente, \u00e9 uma experi\u00eancia de ansiedade da mente, uma mente com probabilidades das mais diversas. <\/p>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 violentada, ela tamb\u00e9m vai violentar. \u00c9 importante observar isso. <\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Eu me preocupo muito porque parece que a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 meio que uma matriz de pequenos e pequenas curingas, do personagem do Batman. N\u00f3s estamos formando gera\u00e7\u00f5es violentas, e essa viol\u00eancia pode ser contra si, os \u00edndices de suic\u00eddio na adolesc\u00eancia n\u00e3o s\u00e3o m\u00ednimos. No Brasil, infelizmente, desde 2016, que eles aumentam, mas n\u00f3s tamb\u00e9m temos criado pessoas, em pa\u00edses como os Estados Unidos, que quando t\u00eam acesso a armas, criam e organizam massacres como esses que vimos nas escolas americanas. O perfil e a biografia desses adolescentes se assemelha \u00e0 gera\u00e7\u00e3o do quarto. \u00c9 preocupante, porque n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 o adoecimento ps\u00edquico, mas \u00e9 a produ\u00e7\u00e3o de uma comunidade psiquicamente adoecida, que tem na viol\u00eancia a gram\u00e1tica da sua sintaxe comunicacional, ou seja, a socializa\u00e7\u00e3o \u00e9 violenta.<\/p>\n\n\n\n
Muitas vezes, \u00e9 poss\u00edvel que voc\u00ea tenha pessoas que acham que s\u00e3o excelentes m\u00e3es e pais, mas que imprimem uma norma, uma conduta, um modelo que impede que o outro seja o que pode ser. Vi muito isso, adolescentes dizendo \u201ceu n\u00e3o consigo, para minha m\u00e3e nem para o meu pai, ser o que realmente sou, o que realmente gosto, tenho que mentir, me fazer ser o que n\u00e3o sou, criar um perfil falso\u201d. A viol\u00eancia simb\u00f3lica est\u00e1 muito nesse campo, no religioso, al\u00e9m da viol\u00eancia f\u00edsica e psicol\u00f3gica.<\/p>\n\n\n\n
<\/p>\n\n\n\n
H\u00e1 caracter\u00edsticas em comum entre os pais dessa gera\u00e7\u00e3o?<\/h2>\n\n\n\n
S\u00e3o pessoas que aprenderam com os modelos anteriores como devem proceder, como educar e como deve ser a rela\u00e7\u00e3o entre pais e filhos, e eles terminam agindo em nome desse bem-estar. Eles querem o bem dos filhos, n\u00e3o desejam o mal, mas \u00e9 um bem meio que projetado, n\u00e3o \u00e9 um bem presente, \u00e9 o bem do amanh\u00e3. Eu quero que meu filho esteja bem, mas para isso ele precisa seguir uma regra, uma norma, uma conduta, um padr\u00e3o, uma organiza\u00e7\u00e3o. Se ele n\u00e3o segue, eu n\u00e3o consigo ser m\u00e3e, pai dele, n\u00e3o consigo estabelecer uma rela\u00e7\u00e3o afetiva, de di\u00e1logo, e come\u00e7o a entrar em conflito.<\/p>\n\n\n\n
S\u00e3o pais que rejeitam os filhos? <\/h2>\n\n\n\n
Essa gera\u00e7\u00e3o mostra que os pais, se n\u00e3o h\u00e1 um modelo estabelecido, eles n\u00e3o se disp\u00f5em a aprender com o que eles veem na realidade, \u00e9 quase que um filho abstrato. Quando o filho real come\u00e7a a emergir e mostrar suas caracter\u00edsticas, os pais come\u00e7am a estranhar aquilo e n\u00e3o entram em processo de di\u00e1logo, se afastam. \u00c9 esse afastamento, esse vazio, que cria a gera\u00e7\u00e3o do quarto. Por isso afirmo que \u00e9 na matriz familiar que a gera\u00e7\u00e3o \u00e9 gerada, quer dizer, os pais n\u00e3o conseguem observar, de modo geral, a emerg\u00eancia dos humanos que eles mesmos criaram. Eles t\u00eam o humano projetado, \u00e9 quase um molde de um humano. Quando vem uma orienta\u00e7\u00e3o sexual ou um g\u00eanero que n\u00e3o \u00e9 norma, causa um impacto. <\/p>\n\n\n\n
Claro que \u00e9 menos impactante quando o filho diz que n\u00e3o quer ser m\u00e9dico, mas sim ator, pode haver resist\u00eancia mas n\u00e3o t\u00e3o intensa como quando voc\u00ea diz que \u00e9 gay, isso causa um embara\u00e7o. Mas n\u00e3o gosto de condenar os pais e as m\u00e3es, porque acho que eles est\u00e3o envolvidos nesse processo, eles querem acertar, ao menos, os que t\u00eam paternagem e maternagem, que chamo de esp\u00edrito de pai e m\u00e3e. Os que n\u00e3o t\u00eam, esses simplesmente geram os filhos, est\u00e3o ali numa esp\u00e9cie de playground de criar filhos. Mas os que t\u00eam paternagem, eles v\u00e3o tentando encontrar e conseguem, ent\u00e3o nesse caso, essa fissura, esse vazio que se abriu \u00e9 reduzido e a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 compreendida. <\/p>\n\n\n\n
Os pais sabem que t\u00eam um problema em casa?<\/h2>\n\n\n\n
Eles n\u00e3o t\u00eam conhecimento, porque a gera\u00e7\u00e3o do quarto cognitivamente n\u00e3o tem problema com boletim escolar. Essa gera\u00e7\u00e3o chega na universidade. Essa causa-consequ\u00eancia que a gente confabulou e afirmou tantas vezes que, por exemplo, vai ter problemas na escola, no rendimento escolar, n\u00e3o \u00e9 um sinal, a gera\u00e7\u00e3o do quarto tem um boletim escolar azul,<\/strong> e os pais n\u00e3o percebem. Eles acham que faz parte da vida estar no quarto.<\/strong> Muitos me dizem isso, \u201cah mas meu filho est\u00e1 no quarto j\u00e1 h\u00e1 tanto tempo que nem me dava conta\u201d. Eles come\u00e7am a se dar conta quando a crian\u00e7a ou o adolescente come\u00e7a a se cortar, quando come\u00e7am a gritar em sil\u00eancio, a\u00ed os pais alertam, mas at\u00e9 ent\u00e3o, n\u00e3o. Chamam para jantar, quando conseguem, lembrando que pais contempor\u00e2neos vivem muito fora de casa, trabalham muito, com finalidade de dar um futuro para os filhos.  <\/p>\n\n\n\n
Ou seja, o esfor\u00e7o dos pais para garantir uma boa estrutura familiar acaba por distanci\u00e1-los dos filhos?<\/h2>\n\n\n\n
\u00c9 a alternativa que se deu para a fam\u00edlia. Num pa\u00eds de mais de 210 milh\u00f5es de pessoas, n\u00e3o \u00e9 todo mundo que para e reflete sobre o que \u00e9 ser uma fam\u00edlia. Para os que est\u00e3o abaixo da linha da mis\u00e9ria tem que pensar muito como se recupera. H\u00e1 uma quest\u00e3o importante: o fen\u00f4meno da gera\u00e7\u00e3o do quarto se d\u00e1 em todas as classes sociais, mas as estrat\u00e9gias trabalhadas mudam. Tem muitas pessoas que usam a gravidez, por exemplo, como forma de sair de uma situa\u00e7\u00e3o socioecon\u00f4mica. Engravidar pode ser uma esp\u00e9cie de promo\u00e7\u00e3o social, ou seja, o problema \u00e9 o mesmo, a dor ps\u00edquica \u00e9 a mesma, mas a maneira de lidar com ela \u00e9 diferente. <\/p>\n\n\n\n
Os jovens n\u00e3o se abrem com os pais, mas n\u00e3o se opuseram a falar com voc\u00ea?<\/h2>\n\n\n\n
Talvez o que favorece para um pesquisador como eu \u00e9 me dispor a escutar sem condenar, sem julgamento. Eu escuto para acolher e esse talvez seja um potencial que a gente possa ensinar aos pais e \u00e0s m\u00e3es, para que o filho diga o que pensa, o que acha, o que gosta e n\u00e3o gosta, se sinta confort\u00e1vel em ser diferente dos pais. Acho que as fam\u00edlias escutam julgando, comparando e sentenciando demais. As crian\u00e7as, ao contr\u00e1rio do que as pessoas pensam, s\u00e3o muito sens\u00edveis, muito cr\u00edticas, elas conseguem responder perguntas, falar sobre sentimentos com quem elas se sentem confort\u00e1veis. Al\u00e9m disso, uma das t\u00e9cnicas que utilizei, o question\u00e1rio online, me trouxe muitas respostas, porque tinha perguntas abertas. Alguns dos depoimentos que apresento no livro eu n\u00e3o ouvi, eu li. Quando n\u00e3o tenho que dizer meu nome, quem eu sou, de onde sou, qual minha idade, me sinto mais livre para falar, pedir ajuda. Foram esses depoimentos que me causaram impacto e me fizeram depois entrevistar o grupo menor por meio de rodas de conversa. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Qual o papel da escola nesse contexto?<\/h2>\n\n\n\n
Eu sou um profissional e defensor da escola, a escola para mim \u00e9 uma grande inven\u00e7\u00e3o social, cumpre papel de forma\u00e7\u00e3o, de complementaridade, sobretudo no campo do que chamamos de conhecimento cient\u00edfico. Ela tamb\u00e9m tem um papel social, porque trabalha com pessoas, organiza\u00e7\u00f5es, institui\u00e7\u00f5es, mas ela precisa ser revisitada e reformulada nos seus objetivos matriciais. A escola n\u00e3o pode querer exclusivamente formar do ponto vista cognitivo. Isso \u00e9 um equ\u00edvoco que se manifesta sobretudo nessas escolas, que insistem num modelo de concorr\u00eancia, competi\u00e7\u00e3o, ranqueamento, na nota como resposta \u00e0 aprendizagem. S\u00e3o escolas desconectadas com grandes problemas contempor\u00e2neos, como a sobreviv\u00eancia do Planeta Terra. Temos um planeta amea\u00e7ado de desertifica\u00e7\u00e3o, de aus\u00eancia de comida, amea\u00e7ado no campo dos povos origin\u00e1rios, ent\u00e3o essas s\u00e3o preocupa\u00e7\u00f5es que a escola deve ter. <\/p>\n\n\n\n
Outra preocupa\u00e7\u00e3o \u00e9 a diversidade, temos uma sociedade que se mostra violenta com as minorias, racista e mis\u00f3gina. As mulheres sofrem muito nessa sociedade. A escola n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 para discutir f\u00f3rmulas qu\u00edmicas, biol\u00f3gicas, equa\u00e7\u00f5es matem\u00e1ticas, sintaxe da l\u00edngua. <\/p>\n\n\n\n
A escola \u00e9 para ajudar a usar o conhecimento cient\u00edfico na melhoria da qualidade de vida das pessoas, da minha e dos outros. <\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Ent\u00e3o se ela n\u00e3o faz isso, se insiste na concorr\u00eancia, em colocar aqueles que s\u00e3o bons e n\u00e3o s\u00e3o bons, os que s\u00e3o inteligentes e os que n\u00e3o s\u00e3o inteligentes, e ela tem insistido, ela ajuda a adoecer. \u00c9 o que digo no livro. <\/p>\n\n\n\n
O que dizer aos pais e m\u00e3es da gera\u00e7\u00e3o do quarto?<\/h2>\n\n\n\n
Os filhos e as filhas v\u00e3o precisar muito mesmo dos pais. Tem dois cen\u00e1rios, um \u00e9 ajudar meu filho a n\u00e3o entrar no quarto e o outro \u00e9 ajudar o filho que j\u00e1 est\u00e1 no quarto. No livro eu falo de cinco pilares: cuidado, autoconhecimento, conviv\u00eancia, dialogicidade e amorosidade. Trabalhar a fam\u00edlia e a escola a partir dessas sustenta\u00e7\u00f5es \u00e9 preventivo, mas pode servir tamb\u00e9m para situa\u00e7\u00f5es de pessoas que j\u00e1 est\u00e3o adoecidas, neste caso, associado ao acompanhamento de um profissional da sa\u00fade mental - psic\u00f3logo, psiquiatra, psicanalista, a depender do caso.<\/p>\n\n\n\n
O pilar do cuidado<\/strong> trata sobre a import\u00e2ncia do cuidado consigo e do cuidado com o outro, o que implica tratar das quest\u00f5es relacionadas a respeito, compreens\u00e3o, conviv\u00eancia, uso abusivo de \u00e1lcool, relacionamentos abusivos, bullying, ciberbullying, uso excessivo de redes sociais digitais, entre outros aspectos.

O pilar do autoconhecimento<\/strong> trata sobre a biografia, a hist\u00f3ria de cada pessoa, a fam\u00edlia. Proponho um trabalho sobre ancestralidade, que a pessoa conhe\u00e7a sua hist\u00f3ria de vida, conhe\u00e7a seu pai, sua m\u00e3e, sua opini\u00e3o, seus gostos. Isso tem a ver com quem eu sou, do ponto de vista \u00e9tico, e vai me dar uma seguran\u00e7a para enfrentar aquilo que querem que eu seja. Eu sou isso, mas querem que eu seja aquilo. N\u00e3o escondo minhas fragilidades, sou amado, o que d\u00e1 seguran\u00e7a. N\u00e3o vou dizer para minha crian\u00e7a que a vida \u00e9 f\u00e1cil, um mar de rosas, que ela nunca vai encontrar desafios, mas vou ajud\u00e1-la e fortalec\u00ea-la para que ela possa enfrent\u00e1-los.<\/p>\n\n\n\n
No pilar da conviv\u00eancia<\/strong>, h\u00e1 uma rela\u00e7\u00e3o entre aprender a ser e aprender a conviver. Trato de situa\u00e7\u00f5es cotidianas que evocam reflex\u00f5es \u00e9ticas, morais e espirituais, para as quais a compaix\u00e3o, a empatia e a resili\u00eancia s\u00e3o habilidades necess\u00e1rias e essenciais. O exerc\u00edcio da dialogicidade<\/strong> \u00e9 realizado quando as pessoas aprendem a falar o que pensam e sentem, mas entendem que o que pensam e sentem n\u00e3o \u00e9 a \u00faltima palavra sobre a verdade. O pilar da amorosidade<\/strong> \u00e9 tratado com reflex\u00f5es e a\u00e7\u00f5es. As reflex\u00f5es geram as a\u00e7\u00f5es, e as a\u00e7\u00f5es n\u00e3o s\u00e3o realizadas de modo mec\u00e2nico. <\/p>\n\n\n\n
Os pais podem aprender com os filhos?<\/h2>\n\n\n\n
O livro n\u00e3o tem que ser uma pedra para atirar nos pais e na escola, tem que ser um acalanto. Eu acho que a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 t\u00e3o potente que nos possibilita reaprender a viver, tenho grande esperan\u00e7a na gera\u00e7\u00e3o do quarto, a mesma gera\u00e7\u00e3o que \u00e9 violenta me ensina novos modos de amor, n\u00e3o vejo a gera\u00e7\u00e3o como fracassada, que n\u00e3o deu certo, acho um absurdo dizer que \u00e9 uma gera\u00e7\u00e3o parasita, \"nem-nem\". Obviamente ela traz todas as mazelas, n\u00e3o foi a gera\u00e7\u00e3o do quarto que inventou o abuso do \u00e1lcool, a viol\u00eancia, esses foram c\u00f3digos sempre usados, mas a gera\u00e7\u00e3o do quarto est\u00e1 nos dando outras alternativas, como maior preocupa\u00e7\u00e3o sobre consumo, meio ambiente, empoderamento das meninas, orienta\u00e7\u00e3o \u00e0 quest\u00e3o de g\u00eanero. Essa gera\u00e7\u00e3o tem muita coisa a nos mostrar, n\u00e3o precisamos ter medo, podemos aprender com elas. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"A gera\u00e7\u00e3o do quarto: um retrato chocante da juventude brasileira","post_excerpt":"Ap\u00f3s ouvir mais de 3 mil crian\u00e7as e adolescentes que vivem experi\u00eancias traum\u00e1ticas em seus quartos, o pesquisador Hugo Monteiro Ferreira faz um alerta aos pais e \u00e0s escolas sobre a necessidade de mudar a forma de se relacionar com os jovens","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"a-geracao-do-quarto-o-retrato-chocante-da-juventude-brasileira","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-30 11:00:28","post_modified_gmt":"2022-08-30 14:00:28","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64515","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64369,"post_author":"4","post_date":"2022-08-23 10:54:43","post_date_gmt":"2022-08-23 13:54:43","post_content":"\n
De acordo com o Artigo 227<\/a> da Constitui\u00e7\u00e3o de 1988, as crian\u00e7as<\/a> devem ser prioridade absoluta em todas as decis\u00f5es, programas e pol\u00edticas p\u00fablicas<\/a>. Isso se torna mais relevante em ano de elei\u00e7\u00f5es, em que poderemos escolher, de forma democr\u00e1tica<\/a>, representantes<\/a> aos cargos de presidente da Rep\u00fablica, senadores, governadores, deputados federais e estaduais. <\/p>\n\n\n\n
O voto no Brasil \u00e9 obrigat\u00f3rio para todos aqueles acima de 18 anos, sendo facultativo para jovens com 16 e 17 anos, pessoas com mais de 70 anos e analfabetos. Crian\u00e7as e adolescentes<\/a> menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar<\/a>, mas isso n\u00e3o quer dizer que n\u00e3o devam estar inclu\u00eddos nos planos dos diferentes representantes pol\u00edticos. Muito pelo contr\u00e1rio.<\/p>\n\n\n\n
Diversos estudos j\u00e1 comprovaram que investir na primeira inf\u00e2ncia<\/a> \u00e9 a melhor maneira de reduzir desigualdades e construir uma sociedade com condi\u00e7\u00f5es sociais e ambientais sustent\u00e1veis.<\/p>\n\n\n\n
Cabe a n\u00f3s, adultos, escolher nas elei\u00e7\u00f5es candidatos que contemplem as crian\u00e7as em projetos e iniciativas diversas. Abaixo, veja 5 motivos que tornam urgente a valoriza\u00e7\u00e3o de projetos para a inf\u00e2ncia e juventude nas campanhas \u00e0s elei\u00e7\u00f5es de 2022. A lista \u00e9 do portal Lunetas, espa\u00e7o dedicado \u00e0 reflex\u00e3o sobre a inf\u00e2ncia, que recentemente lan\u00e7ou o especial \"Inf\u00e2ncias em foco: Quem vota pelas crian\u00e7as?\"<\/a>, um hub de informa\u00e7\u00e3o sobre pol\u00edtica e as inf\u00e2ncias. <\/p>\n\n\n\n
5 temas que envolvem as crian\u00e7as e que t\u00eam de estar previstos nas propostas dos candidatos \u00e0s elei\u00e7\u00f5es:<\/h2>\n\n\n\n
Fome<\/h3>\n\n\n\n
De acordo com um levantamento realizado pela Funda\u00e7\u00e3o Abrinq, cerca de 18,8 milh\u00f5es de meninos e meninas de at\u00e9 14 anos passam fome no Brasil. Essa inseguran\u00e7a alimentar traz preju\u00edzos grav\u00edssimos \u00e0s crian\u00e7as, afetando seu crescimento e o desenvolvimento f\u00edsico e cognitivo necess\u00e1rios para que consigam crescer de maneira saud\u00e1vel.<\/p>\n\n\n\n
Analfabetismo<\/h3>\n\n\n\n
H\u00e1 50 anos, a educa\u00e7\u00e3o infantil n\u00e3o era uma realidade no Brasil, no entanto, pol\u00edticas p\u00fablicas mudaram essa realidade. Ainda assim, nos \u00faltimos dois anos, o n\u00famero de crian\u00e7as de 6 e 7 anos que n\u00e3o sabem ler e escrever cresceu em 1 milh\u00e3o. Pensando no futuro e nos pr\u00f3ximos passos do Brasil relacionados \u00e0 educa\u00e7\u00e3o p\u00fablica, \u00e9 necess\u00e1rio eleger candidatos que queiram enfrentar as desigualdades sociais e lutar para que todas as crian\u00e7as e adolescentes tenham acesso \u00e0 educa\u00e7\u00e3o de qualidade.<\/p>\n\n\n\n
Trabalho Infantil<\/h3>\n\n\n\n
Atualmente, cerca de 2 milh\u00f5es de crian\u00e7as e adolescentes est\u00e3o em situa\u00e7\u00e3o de trabalho infantil no Brasil. Desse total, 66% s\u00e3o crian\u00e7as pretas ou pardas e 71% est\u00e3o na \u00e1rea urbana, de acordo com um levantamento divulgado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domic\u00edlios (PNAD Cont\u00ednua).<\/p>\n\n\n\n
Viol\u00eancia e explora\u00e7\u00e3o sexual<\/h3>\n\n\n\n
Entre 2016 e 2020, 35 mil crian\u00e7as e adolescentes, de 0 a 19 anos, foram mortos de forma violenta no Brasil e 180 mil sofreram viol\u00eancia sexual, segundo o Panorama da Viol\u00eancia Sexual contra crian\u00e7as e Adolescentes no Brasil, lan\u00e7ado pela Unicef e pelo F\u00f3rum Brasileiro de Seguran\u00e7a P\u00fablica (FBSP). Por isso, \u00e9 necess\u00e1rio eleger pessoas que tenham coragem para combater esse cen\u00e1rio e falar de assuntos como igualdade de g\u00eanero, empoderamento de meninas, viol\u00eancia sexual e femin\u00edcio.<\/p>\n\n\n\n
Moradia<\/h3>\n\n\n\n
Mais de 5 milh\u00f5es de pessoas ainda residem em domic\u00edlios sem banheiros ou sanit\u00e1rios de uso exclusivo e 9,7 milh\u00f5es vivem em condi\u00e7\u00f5es de adensamento excessivo, com mais de tr\u00eas moradores para cada dormit\u00f3rio. Este \u00e9 um assunto que n\u00e3o deve ser ignorado, j\u00e1 que todas as crian\u00e7as precisam de acesso \u00e0 moradia para viver com dignidade e poder se desenvolver em outras \u00e1reas, como lazer, educa\u00e7\u00e3o e sa\u00fade.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]  <\/p>\n","post_title":"5 motivos para priorizar as crian\u00e7as nas elei\u00e7\u00f5es de 2022","post_excerpt":"Crian\u00e7as e adolescentes menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar, mas s\u00e3o parcela importante da popula\u00e7\u00e3o e t\u00eam de estar contemplados nos projetos dos diferentes atores governamentais","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"5-motivos-para-priorizar-as-criancas-nas-eleicoes-de-2022","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-25 18:52:13","post_modified_gmt":"2022-08-25 21:52:13","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64369","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64334,"post_author":"4","post_date":"2022-08-22 15:14:51","post_date_gmt":"2022-08-22 18:14:51","post_content":"\n
O n\u00famero de crian\u00e7as e adolescente<\/a>s conectados \u00e0 internet cresceu nos \u00faltimos anos. Segundo o estudo TIC Kids Online Brasil 2021<\/a>, rec\u00e9m-divulgado, 93% ou 22,3 milh\u00f5es das crian\u00e7as e dos adolescentes<\/a> no pa\u00eds acessaram a web<\/a> em 2021, sendo que em 2019 esse percentual era de 89%. O crescimento foi impulsionado principalmente pela maior propor\u00e7\u00e3o de usu\u00e1rios na regi\u00e3o Nordeste e nas \u00e1reas rurais. <\/p>\n\n\n\n
O uso de redes sociais <\/a>pelas crian\u00e7as tamb\u00e9m tem se elevado, sendo a plataforma Tik Tok<\/a> a mais utilizada (34%), seguida pelo Instagram (33%). No Facebook, houve queda no uso de 66% para 51% no per\u00edodo citado. J\u00e1 o WhatsApp segue como a plataforma em que crian\u00e7as e adolescentes mais possuem perfil (foi de 70% em 2018 para 80% em 2021), e \u00e9 a mais difundida entre todos os estratos sociais.<\/p>\n\n\n\n
A pesquisa, conduzida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informa\u00e7\u00e3o (Cetic.br) do N\u00facleo de Informa\u00e7\u00e3o e Coordena\u00e7\u00e3o do Ponto BR (NIC.br), entrevistou 2.651 crian\u00e7as e adolescentes com idades entre 9 e 17 anos, bem como seus pais ou respons\u00e1veis, em todo o territ\u00f3rio nacional. As entrevistas aconteceram entre outubro de 2021 e mar\u00e7o de 2022, com a finalidade de investigar oportunidades e riscos relacionados \u00e0 participa\u00e7\u00e3o online desse p\u00fablico. <\/p>\n\n\n\n
Segundo o levantamento, as crian\u00e7as tamb\u00e9m est\u00e3o passando mais tempo em jogos online - seja conectadas com outros jogadores (de 57% para 66%, entre 2021 e 2019) ou n\u00e3o conectadas a eles (de 55% para 64%) -, e fazendo mais compras no ambiente digital - cresceu de 9% para 19% no mesmo per\u00edodo. <\/p>\n\n\n\n
\"Plataformas de cria\u00e7\u00e3o e compartilhamento de conte\u00fado audiovisual est\u00e3o entre as mais utilizadas por crian\u00e7as e adolescentes. Nesse contexto, a qualidade da conex\u00e3o \u00e0 Internet e dos dispositivos digitais utilizados para o acesso \u00e0 rede passam a ser determinantes para o melhor aproveitamento de oportunidades online. \u00c9 central, portanto, garantir condi\u00e7\u00f5es equitativas de conectividade para crian\u00e7as e adolescentes em diferentes contextos socioecon\u00f4micos\", aponta Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br. <\/p>\n\n\n\n
A pesquisa TIC Kids Online <\/a>detectou, ainda, que o telefone celular segue como o principal meio de conex\u00e3o \u00e0 rede nos diferentes extratos sociais. Para 53%, o celular foi o \u00fanico dispositivo usado, realidade que se verificou mais presente nas classes DE (78%) e C (52%) do que nas classes AB (18%). <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Acesso a propagandas<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
Entre as atividades multim\u00eddia, as mais acessadas pelas crian\u00e7as s\u00e3o ouvir m\u00fasica (80%), assistir a v\u00eddeos, programas, filmes ou s\u00e9ries (84%), S\u00edtios de v\u00eddeos (67%) e redes sociais (61%) est\u00e3o entre as principais plataformas em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios de internet declaram ter visto propaganda de produtos ou marcas. Pessoas ensinando como usar algum produto (62%) e abrindo embalagens -- o chamado unboxing<\/em><\/strong> - (61%) foram os principais conte\u00fados de imagem ou v\u00eddeo em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios da rede tiveram contato com divulga\u00e7\u00e3o de produtos ou marcas. Entre as principais categorias de produtos ou marcas vistas no ambiente online<\/em> est\u00e3o: <\/p>\n\n\n\n
Equipamentos eletr\u00f4nicos (60%); <\/li>
Roupas e sapatos (60%); <\/li>
Comidas, bebidas ou doces (57%); <\/li>
Videogames ou jogos (46%); <\/li>
Maquiagem e outros produtos de beleza (46%).\u00a0<\/li><\/ul>\n\n\n\nBusca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e bem-estar<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa tamb\u00e9m constatou que 32% dos jovens entre 11 e 17 anos procuram ajuda para lidar com algo ruim que vivenciaram<\/strong>, ou para falar sobre suas emo\u00e7\u00f5es<\/strong> quando se sentiram tristes. <\/p>\n\n\n\n
Entre os temas mais procurados relacionados \u00e0 sa\u00fade est\u00e3o:<\/p>\n\n\n\n
Informa\u00e7\u00f5es sobre alimenta\u00e7\u00e3o (55%);
Preven\u00e7\u00e3o e tratamento de doen\u00e7as (38%);
Exerc\u00edcios e meios para ficar em forma (36%);
Informa\u00e7\u00f5es sobre medicamentos (22%);<\/li>
Discuss\u00f5es sobre sa\u00fade sexual e educa\u00e7\u00e3o sexual (21%).<\/li><\/ul>\n\n\n\n
\"A pesquisa busca levantar evid\u00eancias que contribuam para a promo\u00e7\u00e3o de direitos e do bem-estar de crian\u00e7as e adolescentes. Desse modo, para al\u00e9m das atividades presentes na s\u00e9rie hist\u00f3rica da pesquisa, o uso da rede na busca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e apoio emocional passou a ser um tema relevante de investiga\u00e7\u00e3o\", sinaliza Barbosa.<\/p>\n\n\n\n
\"Pesquisas como a TIC Kids Online Brasil s\u00e3o de extrema relev\u00e2ncia para entendermos o cen\u00e1rio atual e fortalecermos o letramento e inclus\u00e3o digital dos mais jovens, com mais seguran\u00e7a e qualidade, quest\u00f5es intr\u00ednsecas ao trabalho realizado pelo Comit\u00ea Gestor da Internet no Brasil\", pondera Jos\u00e9 Gontijo, coordenador do CGI.br.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"] <\/p>\n","post_title":"93% dos jovens entre 9 e 17 anos usam a internet no pa\u00eds, revela pesquisa","post_excerpt":"Pesquisa TIC Kids Online Brasil 2021 tamb\u00e9m mostrou que a TikTok \u00e9 a principal rede social utilizada por crian\u00e7as e adolescentes","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"93-dos-jovens-entre-9-e-17-anos-usam-a-internet-revela-pesquisa-tic-kids-online-2021","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-23 11:24:47","post_modified_gmt":"2022-08-23 14:24:47","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64334","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"}],"next":false,"prev":true,"total_page":12},"paged":1,"column_class":"jeg_col_2o3","class":"epic_block_3"};

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O \u00e1lcool em gel<\/strong>, que se popularizou na pandemia, pode causar queimaduras em contato com o olho ou a boca, ou ainda, no caso de ingest\u00e3o, dependendo da quantidade, pode causar intoxica\u00e7\u00e3o. As embalagens desse produto devem ser deixadas longe do alcance das crian\u00e7as, para evitar o uso n\u00e3o supervisionado. A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) afirma que, para as crian\u00e7as, deve-se sempre que poss\u00edvel optar por usar \u00e1gua e sab\u00e3o na higieniza\u00e7\u00e3o das m\u00e3os, como prote\u00e7\u00e3o contra o coronav\u00edrus, deixando o uso do \u00e1lcool em gel para o uso fora de casa.<\/p>\n\n\n\n
3. Tr\u00e2nsito<\/h2>\n\n\n\n
Para prevenir acidentes, a orienta\u00e7\u00e3o \u00e9 que as crian\u00e7as andem nas ruas com supervis\u00e3o de um adulto at\u00e9 que demonstrem habilidade e capacidade de julgamento do tr\u00e2nsito, o que pode ocorrer a partir dos 10 anos de idade. Enquanto estiver caminhando na rua, segure sempre a m\u00e3o da crian\u00e7a, de forma firme e pelo pulso. N\u00e3o permita brincadeiras em locais que n\u00e3o s\u00e3o adequados, como entradas ou sa\u00eddas de garagens, quintais sem cerca, ruas ou estacionamentos.<\/p>\n\n\n\n
4. Intoxica\u00e7\u00e3o<\/h2>\n\n\n\n
Acidentes com medicamentos ou produtos t\u00f3xicos infelizmente s\u00e3o comuns. A intoxica\u00e7\u00e3o pela ingest\u00e3o, manipula\u00e7\u00e3o ou inala\u00e7\u00e3o pode ser perigosa e fatal, dependendo da \u00e1rea afetada e da toxicidade. \u00c9 importante explicar \u00e0s crian\u00e7as que os rem\u00e9dios devem ser tomados somente quando necess\u00e1rio, e evitar cham\u00e1-los por nomes de doces ou balas - alguns pais recorrem a essa t\u00e1tica para facilitar a administra\u00e7\u00e3o. Al\u00e9m disso, nunca medique sem orienta\u00e7\u00e3o m\u00e9dica ou por sugest\u00e3o de terceiros. <\/p>\n\n\n\n
Guarde as embalagens de produtos potencialmente t\u00f3xicos, como medicamentos, bebidas alco\u00f3licas, produtos de limpeza e pesticidas, logo ap\u00f3s a utiliza\u00e7\u00e3o, fora do alcance das crian\u00e7as. N\u00e3o use embalagens vazias para guardar produtos que podem ser t\u00f3xicos, mantenha-os sempre nas embalagens originais. N\u00e3o d\u00ea embalagens vazias desses produtos para as crian\u00e7as brincarem. Tampouco coloque produtos de uso dom\u00e9stico junto de alimentos e evite plantas t\u00f3xicas em casa ou no jardim, em locais de f\u00e1cil acesso para as crian\u00e7as.<\/p>\n\n\n\n
5. Sufoca\u00e7\u00e3o<\/h2>\n\n\n\n
Crian\u00e7as de at\u00e9 3 anos, que est\u00e3o na fase de experimentar o mundo e costumam levar tudo \u00e0 boca, s\u00e3o mais propensas a sofrerem acidentes relacionados \u00e0 sufoca\u00e7\u00e3o. A sufoca\u00e7\u00e3o ocorre quando h\u00e1 a cobertura total ou parcial do nariz e\/ou da boca, resultando na dificuldade ou impossibilidade de respirar. Entre beb\u00eas menores de um ano de idade, o risco de sufoca\u00e7\u00e3o \u00e9 muito alto devido a sua falta de capacidade de escaparem por si mesmos de uma situa\u00e7\u00e3o de perigo. A introdu\u00e7\u00e3o alimentar merece precau\u00e7\u00e3o e uma das orienta\u00e7\u00f5es \u00e9 n\u00e3o oferecer alimentos redondos e duros, como uva, amendoim ou outras castanhas e cenoura crua, al\u00e9m de cortar os alimentos em peda\u00e7os bem pequenos. Tamb\u00e9m \u00e9 importante aprender as manobras de desengasgo<\/a> para saber como agir nesse momento.<\/p>\n\n\n\n
Outros acidentes<\/h2>\n\n\n\n
Apesar do aumento geral dos acidentes, os casos envolvendo afogamento diminu\u00edram<\/a> em 2021. Ainda assim, \u00e9 v\u00e1lido lembrar que os pequenos menores de 4 anos podem se afogar em recipientes com at\u00e9 2,5 cm de \u00e1gua. Por isso, al\u00e9m dos cuidados com as piscinas, como a prote\u00e7\u00e3o com cercas e port\u00e3o com cadeado ou trava de seguran\u00e7a, \u00e9 preciso aten\u00e7\u00e3o com banheiras, bacias e baldes, que devem ser guardados vazios e virados para baixo. E, claro, nunca deixe crian\u00e7as sozinhas dentro ou perto da \u00e1gua, nem por um segundo!<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"Como prevenir os\u00a05 acidentes\u00a0mais perigosos\u00a0com crian\u00e7as","post_excerpt":"Pesquisa da ONG Aldeias Infantis SOS mostrou que cresceu o n\u00famero de crian\u00e7as internadas por acidentes em 2021; veja as principais medidas para evit\u00e1-los","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"como-prevenir-os-5-acidentes-mais-perigosos-com-criancas","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-09-09 08:55:11","post_modified_gmt":"2022-09-09 11:55:11","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64723","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64666,"post_author":"4","post_date":"2022-08-30 17:24:27","post_date_gmt":"2022-08-30 20:24:27","post_content":"\n
O n\u00famero de crian\u00e7as e adolescentes que se internaram<\/a>, em 2021, devido a acidentes, aumentou em compara\u00e7\u00e3o com 2020. Foram 110.341 casos de interna\u00e7\u00f5es no ano passado, na faixa et\u00e1ria de 0 a 14 anos, segundo pesquisa da ONG Aldeias Infantis SOS e do Instituto Bem Cuidar. O n\u00famero revela um crescimento de 5,3% em rela\u00e7\u00e3o ao ano anterior. <\/p>\n\n\n\n
As quedas foram a principal causa das interna\u00e7\u00f5es<\/a>, sendo respons\u00e1veis por 44% das ocorr\u00eancias, seguidas pelas queimaduras, 19%, acidentes de tr\u00e2nsito, 10%, e intoxica\u00e7\u00f5es, 5%. Em m\u00e9dia, 302 crian\u00e7as foram hospitalizadas<\/a>, por dia, por conta de algum acidente em 2021, segundo o estudo feito com informa\u00e7\u00f5es do Datasus, do Minist\u00e9rio da Sa\u00fade.<\/p>\n\n\n\n
\u201cChama muito a aten\u00e7\u00e3o, por exemplo, que a maior causa de interna\u00e7\u00e3o seja a queda<\/a>, pois a gente sabe que h\u00e1 medidas para evitar isso. \u00c9 preciso colocar tela em janelas e sacadas<\/a>, evitar deixar m\u00f3veis pr\u00f3ximo a janelas, enfim, uma s\u00e9rie de dicas que s\u00e3o importantes para que pais e adultos estejam munidos dessas informa\u00e7\u00f5es para evitar os acidentes\u201d, afirmou Erika Tonelli, especialista em Entornos Seguros e Protetores da Aldeias Infantis SOS.\u00a0<\/p>\n\n\n\n
Erika lembra que, embora os acidentes fa\u00e7am parte da vida das crian\u00e7as enquanto est\u00e3o se desenvolvendo e experienciando o mundo, a maioria deles poderiam ser evitados. \u201cAt\u00e9 90% dos acidentes poderiam ser prevenidos com medidas simples. Os pais e familiares devem estar sempre atentos aos ambientes - n\u00e3o s\u00f3 aos dom\u00e9sticos, mas tamb\u00e9m espa\u00e7os comunit\u00e1rios, parques, escolas e todos os lugares que as crian\u00e7as frequentam -, para perceber quais riscos existem e se \u00e9 preciso tomar alguma medida ou ter um olhar mais cuidadoso para elas\u201d, ressalta a especialista.<\/p>\n\n\n\n
Apesar do aumento geral dos acidentes, constatou-se que em 2021 os casos envolvendo afogamento diminu\u00edram<\/a> em 2% e sufoca\u00e7\u00e3o em 6%, quando comparado ao ano anterior.  <\/p>\n\n\n\n
O estudo tamb\u00e9m ressalta que, apesar do aumento no volume de interna\u00e7\u00f5es, os n\u00fameros de 2021 s\u00e3o menores que no per\u00edodo anterior \u00e0 pandemia. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong> <\/p>\n\n\n\n\n\n
Tipos de acidentes por idade <\/h2>\n\n\n\n
Segundo o levantamento, a faixa et\u00e1ria de 5 a 9 anos de idade \u00e9 a mais atingida pelas quedas e a que mais sofreu hospitaliza\u00e7\u00f5es em 2021 - representando 35,1% dos internados por acidentes. As crian\u00e7as com idade de 10 a 14 anos tamb\u00e9m tiveram um n\u00famero alto de interna\u00e7\u00f5es (34,2%), sendo igualmente as quedas a causa mais comum. <\/p>\n\n\n\n
J\u00e1 na faixa et\u00e1ria de 1 a 4 anos, que representa 25,6% das intera\u00e7\u00f5es, intoxica\u00e7\u00e3o e queimaduras est\u00e3o entre os principais acidentes. Menores de 1 ano representaram 5,2% das interna\u00e7\u00f5es, motivadas por acidentes como sufoca\u00e7\u00e3o, mas tamb\u00e9m queimaduras, afogamento, intoxica\u00e7\u00e3o e quedas. <\/p>\n\n\n\n
Erika relata que dependendo da faixa et\u00e1ria, a preval\u00eancia dos acidentes vai sendo alterada. Os beb\u00eas de at\u00e9 1 ano t\u00eam um n\u00famero maior de casos de sufoca\u00e7\u00e3o, porque s\u00e3o crian\u00e7as que levam coisas \u00e0 boca. J\u00e1 a intoxica\u00e7\u00e3o tem um n\u00famero bastante alto entre 1 e 4 anos, depois vem a queda, com crian\u00e7as acima de 5 anos, que exploram mais o ambiente e est\u00e3o mais expostas ao mundo externo. \"Mas isso n\u00e3o quer dizer que a gente n\u00e3o deva estar atento \u00e0s demais causas de acidentes. Mesmo a queimadura pode ser comum nos beb\u00eas durante o banho, por exemplo\u201d, explica a porta-voz da Aldeias Infantis SOS. <\/p>\n\n\n\n
Principais causas de acidentes com crian\u00e7as (0 a 14 anos)*<\/h2>\n\n\n\n
Quedas - 44%<\/li>
Queimaduras 19%<\/li>
Tr\u00e2nsito - 10%<\/li>
Intoxica\u00e7\u00f5es - 5% <\/li><\/ul>\n\n\n\n
Acidentes mais comuns por faixa et\u00e1ria<\/h2>\n\n\n\n
0 a 1 ano - Sufoca\u00e7\u00e3o<\/li>
1 a 4 anos - Intoxica\u00e7\u00e3o<\/li>
5 a 9 anos - Quedas<\/li>
10 a 14 anos - Quedas<\/li><\/ul>\n\n\n\n
*N\u00fameros consolidados pela ONG Aldeias Infantis SOS, a partir da base de dados Datasus, do Minist\u00e9rio da Sa\u00fade.<\/em><\/p>\n\n\n\n
Quedas e queimaduras<\/h2>\n\n\n\n
Os registros de quedas no Datasus incluem tanto acidentes ocorridos em casa, quanto em ambientes externos, como playgrounds e parques. Segundo Erika, n\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel afirmar qual tipo de queda \u00e9 a mais comum, mas ela avalia que tanto o maior tempo dentro de casa, durante a pandemia, quanto o incentivo \u00e0s atividades ao ar livre, ap\u00f3s o per\u00edodo de isolamento social, podem ter contribu\u00eddo para esse tipo de acidente.<\/p>\n\n\n\n
J\u00e1 em rela\u00e7\u00e3o \u00e0s queimaduras, ela diz que percebeu um leve aumento de casos, principalmente, devido ao uso recorrente de \u00e1lcool e \u00e1lcool em gel, como forma de prote\u00e7\u00e3o contra a Covid, e possivelmente tamb\u00e9m pelo uso maior de formas alternativas de combust\u00edvel na cozinha, como carv\u00e3o, \u00f3leo e querosene, devido \u00e0 piora da condi\u00e7\u00e3o econ\u00f4mica de grande parte das fam\u00edlias brasileiras. <\/p>\n\n\n\n
\u201cMesmo alimentos quentes em cima da mesa, a crian\u00e7a pode puxar e eles virarem em cima dela. \u00c9 importante tamb\u00e9m evitar tomar bebidas quentes com o filho no colo e estar atento ao risco de choque el\u00e9trico com ferro de passar roupa, com o uso do celular enquanto carrega e com instala\u00e7\u00f5es el\u00e9tricas da casa\u201d, destaca Erika.  <\/p>\n\n\n\n
Para a especialista, a precariza\u00e7\u00e3o das condi\u00e7\u00f5es de trabalhos e a exaust\u00e3o de alguns cuidadores tamb\u00e9m podem ser fatores que interferiram nos cuidados com as crian\u00e7as. Al\u00e9m disso, existe o fato de muitas delas ficarem sozinhas em casa, sem a supervis\u00e3o de um adulto, o que contribui ainda mais para o aumento de acidentes. <\/p>\n\n\n\n
Dados mostram que 1 a cada 4 crian\u00e7as acidentadas fica com sequelas permanentes durante toda a vida.<\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
\u201cQuando falamos de interna\u00e7\u00f5es, n\u00e3o \u00e9 algo simples como ralar o joelho ou cair da bicicleta, s\u00e3o causas graves e isso gera um custo tanto para o sistema de sa\u00fade quanto para a fam\u00edlia, al\u00e9m, claro, do impacto psicol\u00f3gico e emocional na crian\u00e7a\u201d, pontua Erika.<\/p>\n\n\n\n
Principais causas de mortes de crian\u00e7as por acidentes em 2020<\/h2>\n\n\n\n
Em rela\u00e7\u00e3o ao n\u00famero de mortes de crian\u00e7as por acidentes, Erika explicou que os dados mais recentes fornecidos pelo Datasus s\u00e3o de 2020, quando 3.117 crian\u00e7as de at\u00e9 14 anos de idade perderam a vida. Apesar de o tr\u00e2nsito continuar sendo a principal causa das fatalidades com 30% do total, os afogamentos e casos de sufoca\u00e7\u00e3o tamb\u00e9m registraram marcas preocupantes, com 27% e 22%, respectivamente. <\/p>\n\n\n\n
Mortes de crian\u00e7as por acidentes - 2020 <\/h3>\n\n\n\n
Tr\u00e2nsito - 30%<\/li>
Afogamentos - 27%<\/li>
Sufoca\u00e7\u00e3o - 22%<\/li><\/ul>\n\n\n\n
Apesar disso, se comparado com 2019, o n\u00famero de \u00f3bitos recuou 2%, sendo a maior redu\u00e7\u00e3o em sufoca\u00e7\u00e3o, com queda de 14%. Por outro lado, fatalidades envolvendo intoxica\u00e7\u00f5es e quedas seguiram o caminho inverso e aumentaram respectivamente 23% e 12% cada uma. Sob a \u00f3tica da faixa et\u00e1ria, crian\u00e7as de 1 a 4 anos concentram a maior taxa de mortalidade por acidentes no Brasil (32%).<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
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\u201cDe boa, passo muito tempo da minha vida no quarto. T\u00e1 ligado? \u00c9 um canto s\u00f3 meu. No quarto, j\u00e1 fiz tudo. Tamb\u00e9m j\u00e1 pensei em fazer besteira.\u201d  <\/em><\/p>\n\n\n\n
\"Fico mais tempo do que no resto da casa. S\u00f3 saio pra comer, saca? Tem dia que nem pra comer. Ningu\u00e9m me pergunta nada. S\u00f3 ficaram mais preocupados, minha m\u00e3e e meu pai, quando a professora falou que me cortei.\"<\/em><\/p>\n\n\n\n
Relatos como esses fazem parte dos depoimentos que o pesquisador Hugo Monteiro Ferreira colheu para um estudo sobre o cotidiano de crian\u00e7as e adolescentes brasileiros<\/a> marcados pelo adoecimento emocional e mental<\/a>. <\/p>\n\n\n\n
S\u00e3o jovens na faixa et\u00e1ria de 11 a 18 anos de idade, que passam cerca de seis horas por dia dentro de seus quartos, geralmente conectados \u00e0s redes sociais<\/a>, e com s\u00e9rios problemas de conviv\u00eancia entre os seus pares<\/a> e tamb\u00e9m com os adultos com os quais convivem.\u00a0De modo geral, s\u00e3o pessoas que pertencem a uma classe social mais favorecida.<\/p>\n\n\n\n
Hugo os definiu como \u201ca gera\u00e7\u00e3o do quarto\u201d. V\u00edtimas de bullying, cyberbullying e outras viol\u00eancias<\/a>, geralmente na escola, eles vivenciam nesse c\u00f4modo da casa diversas formas de sofrimento - de transtornos alimentares a ansiedade, depress\u00e3o e at\u00e9 mesmo suic\u00eddio<\/a>. <\/p>\n\n\n\n
\u201cA gera\u00e7\u00e3o do quarto adverte-nos que as fam\u00edlias e as escolas precisam \"escutar\" meninos e meninas e rever posturas e procedimentos, bem como formas de educar e jeitos de orientar\u201d, afirma Hugo, no livro \u201cA gera\u00e7\u00e3o do quarto - quando as crian\u00e7as nos ensinam a amar\u201d. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
A obra \u00e9 fruto de uma pesquisa que ouviu 3.115 crian\u00e7as e adolescentes, de escolas p\u00fablicas e, principalmente, privadas, de cinco capitais do pa\u00eds. \u00c9 um grupo que retrata nitidamente os jovens da sociedade contempor\u00e2nea. \"Tenho retornos de professores e professoras que me diziam: \"olha isso que voc\u00ea disse acontece exatamente assim na minha escola\", afirmou Hugo. <\/p>\n\n\n\n
Segundo ele, a fragilidade dessa gera\u00e7\u00e3o revela a fragilidade dos pais e das m\u00e3es. \u201cN\u00e3o s\u00e3o s\u00f3 as crian\u00e7as e os adolescentes que est\u00e3o no quarto \u2014 os adultos tamb\u00e9m est\u00e3o. O quarto \u00e9 a met\u00e1fora da fam\u00edlia que n\u00e3o dialoga, mas grita; da escola que n\u00e3o acolhe, mas exige o desempenho das notas\u201d, afirma Humberto da Silva Miranda, doutor em Hist\u00f3ria das Inf\u00e2ncias, no pref\u00e1cio do livro. <\/p>\n\n\n\n
$\"\"$
Hugo Monteiro Ferreira<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n
A seguir, leia a entrevista que o autor concedeu \u00e0 Canguru News<\/strong>. Hugo \u00e9 professor do departamento de Educa\u00e7\u00e3o e do Programa de P\u00f3s-Gradua\u00e7\u00e3o em Educa\u00e7\u00e3o, Culturas e Identidades, ambos da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Na mesma institui\u00e7\u00e3o, ele coordena o N\u00facleo do Cuidado Humano e o Grupo de Estudos da Transdisciplinaridade, da Inf\u00e2ncia e da Juventude (GETIJ).<\/p>\n\n\n\n
Qual o perfil da gera\u00e7\u00e3o do quarto?<\/h2>\n\n\n\n
S\u00e3o crian\u00e7as e adolescentes, entre 11 e 16 anos, que passam mais de 6 horas por dia dentro do quarto, usando excessivamente as redes sociais digitais, e j\u00e1 sofreram algum tipo de viol\u00eancia, como bullying e cyberbullying, geralmente ocorrida na escola. Eles t\u00eam sintomatologias de psicopatologias as mais diversas, com predomin\u00e2ncia para depress\u00e3o, transtornos obsessivos compulsivos, transtornos alimentares, com predomin\u00e2ncia de anorexia e bulimia, transtorno de ansiedade, uso abusivo de \u00e1lcool, de maconha ou drogas qu\u00edmicas e dist\u00farbios de sono. E no campo da autodestrui\u00e7\u00e3o, praticam a autoles\u00e3o, sem inten\u00e7\u00e3o suicida, e alguns t\u00eam idea\u00e7\u00e3o suicida e tentaram suic\u00eddio mais de uma vez, esse \u00e9 o perfil da gera\u00e7\u00e3o do quarto.<\/p>\n\n\n\n
Como foi feita a pesquisa?<\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa foi feita entre 2017 e 2019, com alunos de escolas p\u00fablicas e privadas de cinco capitais brasileiras \u2014 Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Macei\u00f3 e Natal. Inicialmente, foi aplicado um question\u00e1rio online para 3.115 crian\u00e7as e adolescentes, e a partir das respostas foi feito um recorte com 238 jovens, dos quais a grande maioria, 70%, s\u00e3o de escolas privadas, e fazem parte da classe m\u00e9dia e classe m\u00e9dia alta. Os resultados mostraram que 75% dos 3.115 alunos est\u00e3o com a sa\u00fade mental abalada, embora nem todos apresentem sintomatologia psicopatol\u00f3gica. N\u00e3o publiquei nenhum artigo sobre o estudo porque desde o in\u00edcio tive a inten\u00e7\u00e3o de fazer um livro, que ficou pronto em 2020. De l\u00e1 para c\u00e1, a obra passou por revis\u00f5es, sendo publicada agora, em 2022. Ressalto que a gera\u00e7\u00e3o do quarto n\u00e3o foi criada na pandemia, mas sofreu na pandemia duas vezes mais pela situa\u00e7\u00e3o de vulnerabilidade em que se encontrava. <\/p>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 um retrato da juventude brasileira? <\/h2>\n\n\n\n
Eu fiz um recorte, mas todas as pessoas que mantiveram contato comigo e n\u00e3o estiveram no recorte da pesquisa se identificaram com ela. Tenho retornos de professores e professoras que me diziam: \"olha isso que voc\u00ea disse acontece exatamente assim na minha escola\". As pessoas se identificam porque tem uma verossimilhan\u00e7a. Muitas dizem: \"ah, tenho um filho, uma filha, que tamb\u00e9m est\u00e1 no quarto\". Se voc\u00ea for em qualquer escola, infelizmente ir\u00e1 encontrar algo semelhante.<\/p>\n\n\n\n
Como entender os problemas que essa gera\u00e7\u00e3o enfrenta, quais s\u00e3o suas origens?<\/h2>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 forjada, criada dentro de casa, \u00e9 a fam\u00edlia quem cria essa gera\u00e7\u00e3o, n\u00e3o \u00e9 a escola, a escola ajuda a manter, a fazer a manuten\u00e7\u00e3o do sofrimento, mas a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 produto de uma fam\u00edlia no quarto tamb\u00e9m, uma fam\u00edlia isolada, adoecida, de pouco di\u00e1logo, violenta. A viol\u00eancia num sentido amplo, n\u00e3o s\u00f3 f\u00edsica, psicol\u00f3gica, mas uma viol\u00eancia simb\u00f3lica, h\u00e1 muito movimento de viol\u00eancia dentro dessas casas. A viol\u00eancia simb\u00f3lica se expressa nas nuances, na organiza\u00e7\u00e3o, no establishment<\/em>, c\u00f3digos de comportamentos. Por exemplo, entrevistei meninos de 15, 16 anos, que eram gays, e na casa havia uma esp\u00e9cie de heteronormatividade, n\u00e3o era dito isso, mas havia a heteronormatividade como conduta, regra. \u00c9 isso que temos visto dentro dessas fam\u00edlias, s\u00e3o fam\u00edlias um tanto quanto provocativas e provocadoras dessa viol\u00eancia simb\u00f3lica. <\/p>\n\n\n\n
\u00c9 uma situa\u00e7\u00e3o muito preocupante, n\u00e3o? <\/h2>\n\n\n\n
A experi\u00eancia do quarto \u00e9 terr\u00edvel, porque n\u00e3o \u00e9 uma esp\u00e9cie de ref\u00fagio para aquietar mente, \u00e9 uma experi\u00eancia de ansiedade da mente, uma mente com probabilidades das mais diversas. <\/p>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 violentada, ela tamb\u00e9m vai violentar. \u00c9 importante observar isso. <\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Eu me preocupo muito porque parece que a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 meio que uma matriz de pequenos e pequenas curingas, do personagem do Batman. N\u00f3s estamos formando gera\u00e7\u00f5es violentas, e essa viol\u00eancia pode ser contra si, os \u00edndices de suic\u00eddio na adolesc\u00eancia n\u00e3o s\u00e3o m\u00ednimos. No Brasil, infelizmente, desde 2016, que eles aumentam, mas n\u00f3s tamb\u00e9m temos criado pessoas, em pa\u00edses como os Estados Unidos, que quando t\u00eam acesso a armas, criam e organizam massacres como esses que vimos nas escolas americanas. O perfil e a biografia desses adolescentes se assemelha \u00e0 gera\u00e7\u00e3o do quarto. \u00c9 preocupante, porque n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 o adoecimento ps\u00edquico, mas \u00e9 a produ\u00e7\u00e3o de uma comunidade psiquicamente adoecida, que tem na viol\u00eancia a gram\u00e1tica da sua sintaxe comunicacional, ou seja, a socializa\u00e7\u00e3o \u00e9 violenta.<\/p>\n\n\n\n
Muitas vezes, \u00e9 poss\u00edvel que voc\u00ea tenha pessoas que acham que s\u00e3o excelentes m\u00e3es e pais, mas que imprimem uma norma, uma conduta, um modelo que impede que o outro seja o que pode ser. Vi muito isso, adolescentes dizendo \u201ceu n\u00e3o consigo, para minha m\u00e3e nem para o meu pai, ser o que realmente sou, o que realmente gosto, tenho que mentir, me fazer ser o que n\u00e3o sou, criar um perfil falso\u201d. A viol\u00eancia simb\u00f3lica est\u00e1 muito nesse campo, no religioso, al\u00e9m da viol\u00eancia f\u00edsica e psicol\u00f3gica.<\/p>\n\n\n\n
<\/p>\n\n\n\n
H\u00e1 caracter\u00edsticas em comum entre os pais dessa gera\u00e7\u00e3o?<\/h2>\n\n\n\n
S\u00e3o pessoas que aprenderam com os modelos anteriores como devem proceder, como educar e como deve ser a rela\u00e7\u00e3o entre pais e filhos, e eles terminam agindo em nome desse bem-estar. Eles querem o bem dos filhos, n\u00e3o desejam o mal, mas \u00e9 um bem meio que projetado, n\u00e3o \u00e9 um bem presente, \u00e9 o bem do amanh\u00e3. Eu quero que meu filho esteja bem, mas para isso ele precisa seguir uma regra, uma norma, uma conduta, um padr\u00e3o, uma organiza\u00e7\u00e3o. Se ele n\u00e3o segue, eu n\u00e3o consigo ser m\u00e3e, pai dele, n\u00e3o consigo estabelecer uma rela\u00e7\u00e3o afetiva, de di\u00e1logo, e come\u00e7o a entrar em conflito.<\/p>\n\n\n\n
S\u00e3o pais que rejeitam os filhos? <\/h2>\n\n\n\n
Essa gera\u00e7\u00e3o mostra que os pais, se n\u00e3o h\u00e1 um modelo estabelecido, eles n\u00e3o se disp\u00f5em a aprender com o que eles veem na realidade, \u00e9 quase que um filho abstrato. Quando o filho real come\u00e7a a emergir e mostrar suas caracter\u00edsticas, os pais come\u00e7am a estranhar aquilo e n\u00e3o entram em processo de di\u00e1logo, se afastam. \u00c9 esse afastamento, esse vazio, que cria a gera\u00e7\u00e3o do quarto. Por isso afirmo que \u00e9 na matriz familiar que a gera\u00e7\u00e3o \u00e9 gerada, quer dizer, os pais n\u00e3o conseguem observar, de modo geral, a emerg\u00eancia dos humanos que eles mesmos criaram. Eles t\u00eam o humano projetado, \u00e9 quase um molde de um humano. Quando vem uma orienta\u00e7\u00e3o sexual ou um g\u00eanero que n\u00e3o \u00e9 norma, causa um impacto. <\/p>\n\n\n\n
Claro que \u00e9 menos impactante quando o filho diz que n\u00e3o quer ser m\u00e9dico, mas sim ator, pode haver resist\u00eancia mas n\u00e3o t\u00e3o intensa como quando voc\u00ea diz que \u00e9 gay, isso causa um embara\u00e7o. Mas n\u00e3o gosto de condenar os pais e as m\u00e3es, porque acho que eles est\u00e3o envolvidos nesse processo, eles querem acertar, ao menos, os que t\u00eam paternagem e maternagem, que chamo de esp\u00edrito de pai e m\u00e3e. Os que n\u00e3o t\u00eam, esses simplesmente geram os filhos, est\u00e3o ali numa esp\u00e9cie de playground de criar filhos. Mas os que t\u00eam paternagem, eles v\u00e3o tentando encontrar e conseguem, ent\u00e3o nesse caso, essa fissura, esse vazio que se abriu \u00e9 reduzido e a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 compreendida. <\/p>\n\n\n\n
Os pais sabem que t\u00eam um problema em casa?<\/h2>\n\n\n\n
Eles n\u00e3o t\u00eam conhecimento, porque a gera\u00e7\u00e3o do quarto cognitivamente n\u00e3o tem problema com boletim escolar. Essa gera\u00e7\u00e3o chega na universidade. Essa causa-consequ\u00eancia que a gente confabulou e afirmou tantas vezes que, por exemplo, vai ter problemas na escola, no rendimento escolar, n\u00e3o \u00e9 um sinal, a gera\u00e7\u00e3o do quarto tem um boletim escolar azul,<\/strong> e os pais n\u00e3o percebem. Eles acham que faz parte da vida estar no quarto.<\/strong> Muitos me dizem isso, \u201cah mas meu filho est\u00e1 no quarto j\u00e1 h\u00e1 tanto tempo que nem me dava conta\u201d. Eles come\u00e7am a se dar conta quando a crian\u00e7a ou o adolescente come\u00e7a a se cortar, quando come\u00e7am a gritar em sil\u00eancio, a\u00ed os pais alertam, mas at\u00e9 ent\u00e3o, n\u00e3o. Chamam para jantar, quando conseguem, lembrando que pais contempor\u00e2neos vivem muito fora de casa, trabalham muito, com finalidade de dar um futuro para os filhos.  <\/p>\n\n\n\n
Ou seja, o esfor\u00e7o dos pais para garantir uma boa estrutura familiar acaba por distanci\u00e1-los dos filhos?<\/h2>\n\n\n\n
\u00c9 a alternativa que se deu para a fam\u00edlia. Num pa\u00eds de mais de 210 milh\u00f5es de pessoas, n\u00e3o \u00e9 todo mundo que para e reflete sobre o que \u00e9 ser uma fam\u00edlia. Para os que est\u00e3o abaixo da linha da mis\u00e9ria tem que pensar muito como se recupera. H\u00e1 uma quest\u00e3o importante: o fen\u00f4meno da gera\u00e7\u00e3o do quarto se d\u00e1 em todas as classes sociais, mas as estrat\u00e9gias trabalhadas mudam. Tem muitas pessoas que usam a gravidez, por exemplo, como forma de sair de uma situa\u00e7\u00e3o socioecon\u00f4mica. Engravidar pode ser uma esp\u00e9cie de promo\u00e7\u00e3o social, ou seja, o problema \u00e9 o mesmo, a dor ps\u00edquica \u00e9 a mesma, mas a maneira de lidar com ela \u00e9 diferente. <\/p>\n\n\n\n
Os jovens n\u00e3o se abrem com os pais, mas n\u00e3o se opuseram a falar com voc\u00ea?<\/h2>\n\n\n\n
Talvez o que favorece para um pesquisador como eu \u00e9 me dispor a escutar sem condenar, sem julgamento. Eu escuto para acolher e esse talvez seja um potencial que a gente possa ensinar aos pais e \u00e0s m\u00e3es, para que o filho diga o que pensa, o que acha, o que gosta e n\u00e3o gosta, se sinta confort\u00e1vel em ser diferente dos pais. Acho que as fam\u00edlias escutam julgando, comparando e sentenciando demais. As crian\u00e7as, ao contr\u00e1rio do que as pessoas pensam, s\u00e3o muito sens\u00edveis, muito cr\u00edticas, elas conseguem responder perguntas, falar sobre sentimentos com quem elas se sentem confort\u00e1veis. Al\u00e9m disso, uma das t\u00e9cnicas que utilizei, o question\u00e1rio online, me trouxe muitas respostas, porque tinha perguntas abertas. Alguns dos depoimentos que apresento no livro eu n\u00e3o ouvi, eu li. Quando n\u00e3o tenho que dizer meu nome, quem eu sou, de onde sou, qual minha idade, me sinto mais livre para falar, pedir ajuda. Foram esses depoimentos que me causaram impacto e me fizeram depois entrevistar o grupo menor por meio de rodas de conversa. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Qual o papel da escola nesse contexto?<\/h2>\n\n\n\n
Eu sou um profissional e defensor da escola, a escola para mim \u00e9 uma grande inven\u00e7\u00e3o social, cumpre papel de forma\u00e7\u00e3o, de complementaridade, sobretudo no campo do que chamamos de conhecimento cient\u00edfico. Ela tamb\u00e9m tem um papel social, porque trabalha com pessoas, organiza\u00e7\u00f5es, institui\u00e7\u00f5es, mas ela precisa ser revisitada e reformulada nos seus objetivos matriciais. A escola n\u00e3o pode querer exclusivamente formar do ponto vista cognitivo. Isso \u00e9 um equ\u00edvoco que se manifesta sobretudo nessas escolas, que insistem num modelo de concorr\u00eancia, competi\u00e7\u00e3o, ranqueamento, na nota como resposta \u00e0 aprendizagem. S\u00e3o escolas desconectadas com grandes problemas contempor\u00e2neos, como a sobreviv\u00eancia do Planeta Terra. Temos um planeta amea\u00e7ado de desertifica\u00e7\u00e3o, de aus\u00eancia de comida, amea\u00e7ado no campo dos povos origin\u00e1rios, ent\u00e3o essas s\u00e3o preocupa\u00e7\u00f5es que a escola deve ter. <\/p>\n\n\n\n
Outra preocupa\u00e7\u00e3o \u00e9 a diversidade, temos uma sociedade que se mostra violenta com as minorias, racista e mis\u00f3gina. As mulheres sofrem muito nessa sociedade. A escola n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 para discutir f\u00f3rmulas qu\u00edmicas, biol\u00f3gicas, equa\u00e7\u00f5es matem\u00e1ticas, sintaxe da l\u00edngua. <\/p>\n\n\n\n
A escola \u00e9 para ajudar a usar o conhecimento cient\u00edfico na melhoria da qualidade de vida das pessoas, da minha e dos outros. <\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Ent\u00e3o se ela n\u00e3o faz isso, se insiste na concorr\u00eancia, em colocar aqueles que s\u00e3o bons e n\u00e3o s\u00e3o bons, os que s\u00e3o inteligentes e os que n\u00e3o s\u00e3o inteligentes, e ela tem insistido, ela ajuda a adoecer. \u00c9 o que digo no livro. <\/p>\n\n\n\n
O que dizer aos pais e m\u00e3es da gera\u00e7\u00e3o do quarto?<\/h2>\n\n\n\n
Os filhos e as filhas v\u00e3o precisar muito mesmo dos pais. Tem dois cen\u00e1rios, um \u00e9 ajudar meu filho a n\u00e3o entrar no quarto e o outro \u00e9 ajudar o filho que j\u00e1 est\u00e1 no quarto. No livro eu falo de cinco pilares: cuidado, autoconhecimento, conviv\u00eancia, dialogicidade e amorosidade. Trabalhar a fam\u00edlia e a escola a partir dessas sustenta\u00e7\u00f5es \u00e9 preventivo, mas pode servir tamb\u00e9m para situa\u00e7\u00f5es de pessoas que j\u00e1 est\u00e3o adoecidas, neste caso, associado ao acompanhamento de um profissional da sa\u00fade mental - psic\u00f3logo, psiquiatra, psicanalista, a depender do caso.<\/p>\n\n\n\n
O pilar do cuidado<\/strong> trata sobre a import\u00e2ncia do cuidado consigo e do cuidado com o outro, o que implica tratar das quest\u00f5es relacionadas a respeito, compreens\u00e3o, conviv\u00eancia, uso abusivo de \u00e1lcool, relacionamentos abusivos, bullying, ciberbullying, uso excessivo de redes sociais digitais, entre outros aspectos.

O pilar do autoconhecimento<\/strong> trata sobre a biografia, a hist\u00f3ria de cada pessoa, a fam\u00edlia. Proponho um trabalho sobre ancestralidade, que a pessoa conhe\u00e7a sua hist\u00f3ria de vida, conhe\u00e7a seu pai, sua m\u00e3e, sua opini\u00e3o, seus gostos. Isso tem a ver com quem eu sou, do ponto de vista \u00e9tico, e vai me dar uma seguran\u00e7a para enfrentar aquilo que querem que eu seja. Eu sou isso, mas querem que eu seja aquilo. N\u00e3o escondo minhas fragilidades, sou amado, o que d\u00e1 seguran\u00e7a. N\u00e3o vou dizer para minha crian\u00e7a que a vida \u00e9 f\u00e1cil, um mar de rosas, que ela nunca vai encontrar desafios, mas vou ajud\u00e1-la e fortalec\u00ea-la para que ela possa enfrent\u00e1-los.<\/p>\n\n\n\n
No pilar da conviv\u00eancia<\/strong>, h\u00e1 uma rela\u00e7\u00e3o entre aprender a ser e aprender a conviver. Trato de situa\u00e7\u00f5es cotidianas que evocam reflex\u00f5es \u00e9ticas, morais e espirituais, para as quais a compaix\u00e3o, a empatia e a resili\u00eancia s\u00e3o habilidades necess\u00e1rias e essenciais. O exerc\u00edcio da dialogicidade<\/strong> \u00e9 realizado quando as pessoas aprendem a falar o que pensam e sentem, mas entendem que o que pensam e sentem n\u00e3o \u00e9 a \u00faltima palavra sobre a verdade. O pilar da amorosidade<\/strong> \u00e9 tratado com reflex\u00f5es e a\u00e7\u00f5es. As reflex\u00f5es geram as a\u00e7\u00f5es, e as a\u00e7\u00f5es n\u00e3o s\u00e3o realizadas de modo mec\u00e2nico. <\/p>\n\n\n\n
Os pais podem aprender com os filhos?<\/h2>\n\n\n\n
O livro n\u00e3o tem que ser uma pedra para atirar nos pais e na escola, tem que ser um acalanto. Eu acho que a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 t\u00e3o potente que nos possibilita reaprender a viver, tenho grande esperan\u00e7a na gera\u00e7\u00e3o do quarto, a mesma gera\u00e7\u00e3o que \u00e9 violenta me ensina novos modos de amor, n\u00e3o vejo a gera\u00e7\u00e3o como fracassada, que n\u00e3o deu certo, acho um absurdo dizer que \u00e9 uma gera\u00e7\u00e3o parasita, \"nem-nem\". Obviamente ela traz todas as mazelas, n\u00e3o foi a gera\u00e7\u00e3o do quarto que inventou o abuso do \u00e1lcool, a viol\u00eancia, esses foram c\u00f3digos sempre usados, mas a gera\u00e7\u00e3o do quarto est\u00e1 nos dando outras alternativas, como maior preocupa\u00e7\u00e3o sobre consumo, meio ambiente, empoderamento das meninas, orienta\u00e7\u00e3o \u00e0 quest\u00e3o de g\u00eanero. Essa gera\u00e7\u00e3o tem muita coisa a nos mostrar, n\u00e3o precisamos ter medo, podemos aprender com elas. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"A gera\u00e7\u00e3o do quarto: um retrato chocante da juventude brasileira","post_excerpt":"Ap\u00f3s ouvir mais de 3 mil crian\u00e7as e adolescentes que vivem experi\u00eancias traum\u00e1ticas em seus quartos, o pesquisador Hugo Monteiro Ferreira faz um alerta aos pais e \u00e0s escolas sobre a necessidade de mudar a forma de se relacionar com os jovens","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"a-geracao-do-quarto-o-retrato-chocante-da-juventude-brasileira","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-30 11:00:28","post_modified_gmt":"2022-08-30 14:00:28","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64515","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64369,"post_author":"4","post_date":"2022-08-23 10:54:43","post_date_gmt":"2022-08-23 13:54:43","post_content":"\n
De acordo com o Artigo 227<\/a> da Constitui\u00e7\u00e3o de 1988, as crian\u00e7as<\/a> devem ser prioridade absoluta em todas as decis\u00f5es, programas e pol\u00edticas p\u00fablicas<\/a>. Isso se torna mais relevante em ano de elei\u00e7\u00f5es, em que poderemos escolher, de forma democr\u00e1tica<\/a>, representantes<\/a> aos cargos de presidente da Rep\u00fablica, senadores, governadores, deputados federais e estaduais. <\/p>\n\n\n\n
O voto no Brasil \u00e9 obrigat\u00f3rio para todos aqueles acima de 18 anos, sendo facultativo para jovens com 16 e 17 anos, pessoas com mais de 70 anos e analfabetos. Crian\u00e7as e adolescentes<\/a> menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar<\/a>, mas isso n\u00e3o quer dizer que n\u00e3o devam estar inclu\u00eddos nos planos dos diferentes representantes pol\u00edticos. Muito pelo contr\u00e1rio.<\/p>\n\n\n\n
Diversos estudos j\u00e1 comprovaram que investir na primeira inf\u00e2ncia<\/a> \u00e9 a melhor maneira de reduzir desigualdades e construir uma sociedade com condi\u00e7\u00f5es sociais e ambientais sustent\u00e1veis.<\/p>\n\n\n\n
Cabe a n\u00f3s, adultos, escolher nas elei\u00e7\u00f5es candidatos que contemplem as crian\u00e7as em projetos e iniciativas diversas. Abaixo, veja 5 motivos que tornam urgente a valoriza\u00e7\u00e3o de projetos para a inf\u00e2ncia e juventude nas campanhas \u00e0s elei\u00e7\u00f5es de 2022. A lista \u00e9 do portal Lunetas, espa\u00e7o dedicado \u00e0 reflex\u00e3o sobre a inf\u00e2ncia, que recentemente lan\u00e7ou o especial \"Inf\u00e2ncias em foco: Quem vota pelas crian\u00e7as?\"<\/a>, um hub de informa\u00e7\u00e3o sobre pol\u00edtica e as inf\u00e2ncias. <\/p>\n\n\n\n
5 temas que envolvem as crian\u00e7as e que t\u00eam de estar previstos nas propostas dos candidatos \u00e0s elei\u00e7\u00f5es:<\/h2>\n\n\n\n
Fome<\/h3>\n\n\n\n
De acordo com um levantamento realizado pela Funda\u00e7\u00e3o Abrinq, cerca de 18,8 milh\u00f5es de meninos e meninas de at\u00e9 14 anos passam fome no Brasil. Essa inseguran\u00e7a alimentar traz preju\u00edzos grav\u00edssimos \u00e0s crian\u00e7as, afetando seu crescimento e o desenvolvimento f\u00edsico e cognitivo necess\u00e1rios para que consigam crescer de maneira saud\u00e1vel.<\/p>\n\n\n\n
Analfabetismo<\/h3>\n\n\n\n
H\u00e1 50 anos, a educa\u00e7\u00e3o infantil n\u00e3o era uma realidade no Brasil, no entanto, pol\u00edticas p\u00fablicas mudaram essa realidade. Ainda assim, nos \u00faltimos dois anos, o n\u00famero de crian\u00e7as de 6 e 7 anos que n\u00e3o sabem ler e escrever cresceu em 1 milh\u00e3o. Pensando no futuro e nos pr\u00f3ximos passos do Brasil relacionados \u00e0 educa\u00e7\u00e3o p\u00fablica, \u00e9 necess\u00e1rio eleger candidatos que queiram enfrentar as desigualdades sociais e lutar para que todas as crian\u00e7as e adolescentes tenham acesso \u00e0 educa\u00e7\u00e3o de qualidade.<\/p>\n\n\n\n
Trabalho Infantil<\/h3>\n\n\n\n
Atualmente, cerca de 2 milh\u00f5es de crian\u00e7as e adolescentes est\u00e3o em situa\u00e7\u00e3o de trabalho infantil no Brasil. Desse total, 66% s\u00e3o crian\u00e7as pretas ou pardas e 71% est\u00e3o na \u00e1rea urbana, de acordo com um levantamento divulgado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domic\u00edlios (PNAD Cont\u00ednua).<\/p>\n\n\n\n
Viol\u00eancia e explora\u00e7\u00e3o sexual<\/h3>\n\n\n\n
Entre 2016 e 2020, 35 mil crian\u00e7as e adolescentes, de 0 a 19 anos, foram mortos de forma violenta no Brasil e 180 mil sofreram viol\u00eancia sexual, segundo o Panorama da Viol\u00eancia Sexual contra crian\u00e7as e Adolescentes no Brasil, lan\u00e7ado pela Unicef e pelo F\u00f3rum Brasileiro de Seguran\u00e7a P\u00fablica (FBSP). Por isso, \u00e9 necess\u00e1rio eleger pessoas que tenham coragem para combater esse cen\u00e1rio e falar de assuntos como igualdade de g\u00eanero, empoderamento de meninas, viol\u00eancia sexual e femin\u00edcio.<\/p>\n\n\n\n
Moradia<\/h3>\n\n\n\n
Mais de 5 milh\u00f5es de pessoas ainda residem em domic\u00edlios sem banheiros ou sanit\u00e1rios de uso exclusivo e 9,7 milh\u00f5es vivem em condi\u00e7\u00f5es de adensamento excessivo, com mais de tr\u00eas moradores para cada dormit\u00f3rio. Este \u00e9 um assunto que n\u00e3o deve ser ignorado, j\u00e1 que todas as crian\u00e7as precisam de acesso \u00e0 moradia para viver com dignidade e poder se desenvolver em outras \u00e1reas, como lazer, educa\u00e7\u00e3o e sa\u00fade.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]  <\/p>\n","post_title":"5 motivos para priorizar as crian\u00e7as nas elei\u00e7\u00f5es de 2022","post_excerpt":"Crian\u00e7as e adolescentes menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar, mas s\u00e3o parcela importante da popula\u00e7\u00e3o e t\u00eam de estar contemplados nos projetos dos diferentes atores governamentais","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"5-motivos-para-priorizar-as-criancas-nas-eleicoes-de-2022","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-25 18:52:13","post_modified_gmt":"2022-08-25 21:52:13","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64369","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64334,"post_author":"4","post_date":"2022-08-22 15:14:51","post_date_gmt":"2022-08-22 18:14:51","post_content":"\n
O n\u00famero de crian\u00e7as e adolescente<\/a>s conectados \u00e0 internet cresceu nos \u00faltimos anos. Segundo o estudo TIC Kids Online Brasil 2021<\/a>, rec\u00e9m-divulgado, 93% ou 22,3 milh\u00f5es das crian\u00e7as e dos adolescentes<\/a> no pa\u00eds acessaram a web<\/a> em 2021, sendo que em 2019 esse percentual era de 89%. O crescimento foi impulsionado principalmente pela maior propor\u00e7\u00e3o de usu\u00e1rios na regi\u00e3o Nordeste e nas \u00e1reas rurais. <\/p>\n\n\n\n
O uso de redes sociais <\/a>pelas crian\u00e7as tamb\u00e9m tem se elevado, sendo a plataforma Tik Tok<\/a> a mais utilizada (34%), seguida pelo Instagram (33%). No Facebook, houve queda no uso de 66% para 51% no per\u00edodo citado. J\u00e1 o WhatsApp segue como a plataforma em que crian\u00e7as e adolescentes mais possuem perfil (foi de 70% em 2018 para 80% em 2021), e \u00e9 a mais difundida entre todos os estratos sociais.<\/p>\n\n\n\n
A pesquisa, conduzida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informa\u00e7\u00e3o (Cetic.br) do N\u00facleo de Informa\u00e7\u00e3o e Coordena\u00e7\u00e3o do Ponto BR (NIC.br), entrevistou 2.651 crian\u00e7as e adolescentes com idades entre 9 e 17 anos, bem como seus pais ou respons\u00e1veis, em todo o territ\u00f3rio nacional. As entrevistas aconteceram entre outubro de 2021 e mar\u00e7o de 2022, com a finalidade de investigar oportunidades e riscos relacionados \u00e0 participa\u00e7\u00e3o online desse p\u00fablico. <\/p>\n\n\n\n
Segundo o levantamento, as crian\u00e7as tamb\u00e9m est\u00e3o passando mais tempo em jogos online - seja conectadas com outros jogadores (de 57% para 66%, entre 2021 e 2019) ou n\u00e3o conectadas a eles (de 55% para 64%) -, e fazendo mais compras no ambiente digital - cresceu de 9% para 19% no mesmo per\u00edodo. <\/p>\n\n\n\n
\"Plataformas de cria\u00e7\u00e3o e compartilhamento de conte\u00fado audiovisual est\u00e3o entre as mais utilizadas por crian\u00e7as e adolescentes. Nesse contexto, a qualidade da conex\u00e3o \u00e0 Internet e dos dispositivos digitais utilizados para o acesso \u00e0 rede passam a ser determinantes para o melhor aproveitamento de oportunidades online. \u00c9 central, portanto, garantir condi\u00e7\u00f5es equitativas de conectividade para crian\u00e7as e adolescentes em diferentes contextos socioecon\u00f4micos\", aponta Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br. <\/p>\n\n\n\n
A pesquisa TIC Kids Online <\/a>detectou, ainda, que o telefone celular segue como o principal meio de conex\u00e3o \u00e0 rede nos diferentes extratos sociais. Para 53%, o celular foi o \u00fanico dispositivo usado, realidade que se verificou mais presente nas classes DE (78%) e C (52%) do que nas classes AB (18%). <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Acesso a propagandas<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
Entre as atividades multim\u00eddia, as mais acessadas pelas crian\u00e7as s\u00e3o ouvir m\u00fasica (80%), assistir a v\u00eddeos, programas, filmes ou s\u00e9ries (84%), S\u00edtios de v\u00eddeos (67%) e redes sociais (61%) est\u00e3o entre as principais plataformas em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios de internet declaram ter visto propaganda de produtos ou marcas. Pessoas ensinando como usar algum produto (62%) e abrindo embalagens -- o chamado unboxing<\/em><\/strong> - (61%) foram os principais conte\u00fados de imagem ou v\u00eddeo em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios da rede tiveram contato com divulga\u00e7\u00e3o de produtos ou marcas. Entre as principais categorias de produtos ou marcas vistas no ambiente online<\/em> est\u00e3o: <\/p>\n\n\n\n
Equipamentos eletr\u00f4nicos (60%); <\/li>
Roupas e sapatos (60%); <\/li>
Comidas, bebidas ou doces (57%); <\/li>
Videogames ou jogos (46%); <\/li>
Maquiagem e outros produtos de beleza (46%).\u00a0<\/li><\/ul>\n\n\n\nBusca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e bem-estar<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa tamb\u00e9m constatou que 32% dos jovens entre 11 e 17 anos procuram ajuda para lidar com algo ruim que vivenciaram<\/strong>, ou para falar sobre suas emo\u00e7\u00f5es<\/strong> quando se sentiram tristes. <\/p>\n\n\n\n
Entre os temas mais procurados relacionados \u00e0 sa\u00fade est\u00e3o:<\/p>\n\n\n\n
Informa\u00e7\u00f5es sobre alimenta\u00e7\u00e3o (55%);
Preven\u00e7\u00e3o e tratamento de doen\u00e7as (38%);
Exerc\u00edcios e meios para ficar em forma (36%);
Informa\u00e7\u00f5es sobre medicamentos (22%);<\/li>
Discuss\u00f5es sobre sa\u00fade sexual e educa\u00e7\u00e3o sexual (21%).<\/li><\/ul>\n\n\n\n
\"A pesquisa busca levantar evid\u00eancias que contribuam para a promo\u00e7\u00e3o de direitos e do bem-estar de crian\u00e7as e adolescentes. Desse modo, para al\u00e9m das atividades presentes na s\u00e9rie hist\u00f3rica da pesquisa, o uso da rede na busca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e apoio emocional passou a ser um tema relevante de investiga\u00e7\u00e3o\", sinaliza Barbosa.<\/p>\n\n\n\n
\"Pesquisas como a TIC Kids Online Brasil s\u00e3o de extrema relev\u00e2ncia para entendermos o cen\u00e1rio atual e fortalecermos o letramento e inclus\u00e3o digital dos mais jovens, com mais seguran\u00e7a e qualidade, quest\u00f5es intr\u00ednsecas ao trabalho realizado pelo Comit\u00ea Gestor da Internet no Brasil\", pondera Jos\u00e9 Gontijo, coordenador do CGI.br.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"] <\/p>\n","post_title":"93% dos jovens entre 9 e 17 anos usam a internet no pa\u00eds, revela pesquisa","post_excerpt":"Pesquisa TIC Kids Online Brasil 2021 tamb\u00e9m mostrou que a TikTok \u00e9 a principal rede social utilizada por crian\u00e7as e adolescentes","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"93-dos-jovens-entre-9-e-17-anos-usam-a-internet-revela-pesquisa-tic-kids-online-2021","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-23 11:24:47","post_modified_gmt":"2022-08-23 14:24:47","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64334","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"}],"next":false,"prev":true,"total_page":12},"paged":1,"column_class":"jeg_col_2o3","class":"epic_block_3"};

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Um dos ambientes da casa que oferece maior risco \u00e9 a cozinha, por isso mantenha a garotada longe do fog\u00e3o e procure cozinhar usando as bocas de tr\u00e1s, deixando os cabos das panelas virados sempre para dentro. O acesso ao g\u00e1s, \u00e0 porta do forno, \u00e0 \u00e1gua e \u00f3leo ferventes tamb\u00e9m pedem aten\u00e7\u00e3o. Outro cuidado importante: guarde f\u00f3sforos, \u00e1lcool e outros produtos inflam\u00e1veis em arm\u00e1rios trancados e longe do alcance das crian\u00e7as. O atendimento a queimaduras nunca deve ser feito em casa ou com receitas caseiras. <\/p>\n\n\n\n
O \u00e1lcool em gel<\/strong>, que se popularizou na pandemia, pode causar queimaduras em contato com o olho ou a boca, ou ainda, no caso de ingest\u00e3o, dependendo da quantidade, pode causar intoxica\u00e7\u00e3o. As embalagens desse produto devem ser deixadas longe do alcance das crian\u00e7as, para evitar o uso n\u00e3o supervisionado. A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) afirma que, para as crian\u00e7as, deve-se sempre que poss\u00edvel optar por usar \u00e1gua e sab\u00e3o na higieniza\u00e7\u00e3o das m\u00e3os, como prote\u00e7\u00e3o contra o coronav\u00edrus, deixando o uso do \u00e1lcool em gel para o uso fora de casa.<\/p>\n\n\n\n
3. Tr\u00e2nsito<\/h2>\n\n\n\n
Para prevenir acidentes, a orienta\u00e7\u00e3o \u00e9 que as crian\u00e7as andem nas ruas com supervis\u00e3o de um adulto at\u00e9 que demonstrem habilidade e capacidade de julgamento do tr\u00e2nsito, o que pode ocorrer a partir dos 10 anos de idade. Enquanto estiver caminhando na rua, segure sempre a m\u00e3o da crian\u00e7a, de forma firme e pelo pulso. N\u00e3o permita brincadeiras em locais que n\u00e3o s\u00e3o adequados, como entradas ou sa\u00eddas de garagens, quintais sem cerca, ruas ou estacionamentos.<\/p>\n\n\n\n
4. Intoxica\u00e7\u00e3o<\/h2>\n\n\n\n
Acidentes com medicamentos ou produtos t\u00f3xicos infelizmente s\u00e3o comuns. A intoxica\u00e7\u00e3o pela ingest\u00e3o, manipula\u00e7\u00e3o ou inala\u00e7\u00e3o pode ser perigosa e fatal, dependendo da \u00e1rea afetada e da toxicidade. \u00c9 importante explicar \u00e0s crian\u00e7as que os rem\u00e9dios devem ser tomados somente quando necess\u00e1rio, e evitar cham\u00e1-los por nomes de doces ou balas - alguns pais recorrem a essa t\u00e1tica para facilitar a administra\u00e7\u00e3o. Al\u00e9m disso, nunca medique sem orienta\u00e7\u00e3o m\u00e9dica ou por sugest\u00e3o de terceiros. <\/p>\n\n\n\n
Guarde as embalagens de produtos potencialmente t\u00f3xicos, como medicamentos, bebidas alco\u00f3licas, produtos de limpeza e pesticidas, logo ap\u00f3s a utiliza\u00e7\u00e3o, fora do alcance das crian\u00e7as. N\u00e3o use embalagens vazias para guardar produtos que podem ser t\u00f3xicos, mantenha-os sempre nas embalagens originais. N\u00e3o d\u00ea embalagens vazias desses produtos para as crian\u00e7as brincarem. Tampouco coloque produtos de uso dom\u00e9stico junto de alimentos e evite plantas t\u00f3xicas em casa ou no jardim, em locais de f\u00e1cil acesso para as crian\u00e7as.<\/p>\n\n\n\n
5. Sufoca\u00e7\u00e3o<\/h2>\n\n\n\n
Crian\u00e7as de at\u00e9 3 anos, que est\u00e3o na fase de experimentar o mundo e costumam levar tudo \u00e0 boca, s\u00e3o mais propensas a sofrerem acidentes relacionados \u00e0 sufoca\u00e7\u00e3o. A sufoca\u00e7\u00e3o ocorre quando h\u00e1 a cobertura total ou parcial do nariz e\/ou da boca, resultando na dificuldade ou impossibilidade de respirar. Entre beb\u00eas menores de um ano de idade, o risco de sufoca\u00e7\u00e3o \u00e9 muito alto devido a sua falta de capacidade de escaparem por si mesmos de uma situa\u00e7\u00e3o de perigo. A introdu\u00e7\u00e3o alimentar merece precau\u00e7\u00e3o e uma das orienta\u00e7\u00f5es \u00e9 n\u00e3o oferecer alimentos redondos e duros, como uva, amendoim ou outras castanhas e cenoura crua, al\u00e9m de cortar os alimentos em peda\u00e7os bem pequenos. Tamb\u00e9m \u00e9 importante aprender as manobras de desengasgo<\/a> para saber como agir nesse momento.<\/p>\n\n\n\n
Outros acidentes<\/h2>\n\n\n\n
Apesar do aumento geral dos acidentes, os casos envolvendo afogamento diminu\u00edram<\/a> em 2021. Ainda assim, \u00e9 v\u00e1lido lembrar que os pequenos menores de 4 anos podem se afogar em recipientes com at\u00e9 2,5 cm de \u00e1gua. Por isso, al\u00e9m dos cuidados com as piscinas, como a prote\u00e7\u00e3o com cercas e port\u00e3o com cadeado ou trava de seguran\u00e7a, \u00e9 preciso aten\u00e7\u00e3o com banheiras, bacias e baldes, que devem ser guardados vazios e virados para baixo. E, claro, nunca deixe crian\u00e7as sozinhas dentro ou perto da \u00e1gua, nem por um segundo!<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"Como prevenir os\u00a05 acidentes\u00a0mais perigosos\u00a0com crian\u00e7as","post_excerpt":"Pesquisa da ONG Aldeias Infantis SOS mostrou que cresceu o n\u00famero de crian\u00e7as internadas por acidentes em 2021; veja as principais medidas para evit\u00e1-los","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"como-prevenir-os-5-acidentes-mais-perigosos-com-criancas","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-09-09 08:55:11","post_modified_gmt":"2022-09-09 11:55:11","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64723","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64666,"post_author":"4","post_date":"2022-08-30 17:24:27","post_date_gmt":"2022-08-30 20:24:27","post_content":"\n
O n\u00famero de crian\u00e7as e adolescentes que se internaram<\/a>, em 2021, devido a acidentes, aumentou em compara\u00e7\u00e3o com 2020. Foram 110.341 casos de interna\u00e7\u00f5es no ano passado, na faixa et\u00e1ria de 0 a 14 anos, segundo pesquisa da ONG Aldeias Infantis SOS e do Instituto Bem Cuidar. O n\u00famero revela um crescimento de 5,3% em rela\u00e7\u00e3o ao ano anterior. <\/p>\n\n\n\n
As quedas foram a principal causa das interna\u00e7\u00f5es<\/a>, sendo respons\u00e1veis por 44% das ocorr\u00eancias, seguidas pelas queimaduras, 19%, acidentes de tr\u00e2nsito, 10%, e intoxica\u00e7\u00f5es, 5%. Em m\u00e9dia, 302 crian\u00e7as foram hospitalizadas<\/a>, por dia, por conta de algum acidente em 2021, segundo o estudo feito com informa\u00e7\u00f5es do Datasus, do Minist\u00e9rio da Sa\u00fade.<\/p>\n\n\n\n
\u201cChama muito a aten\u00e7\u00e3o, por exemplo, que a maior causa de interna\u00e7\u00e3o seja a queda<\/a>, pois a gente sabe que h\u00e1 medidas para evitar isso. \u00c9 preciso colocar tela em janelas e sacadas<\/a>, evitar deixar m\u00f3veis pr\u00f3ximo a janelas, enfim, uma s\u00e9rie de dicas que s\u00e3o importantes para que pais e adultos estejam munidos dessas informa\u00e7\u00f5es para evitar os acidentes\u201d, afirmou Erika Tonelli, especialista em Entornos Seguros e Protetores da Aldeias Infantis SOS.\u00a0<\/p>\n\n\n\n
Erika lembra que, embora os acidentes fa\u00e7am parte da vida das crian\u00e7as enquanto est\u00e3o se desenvolvendo e experienciando o mundo, a maioria deles poderiam ser evitados. \u201cAt\u00e9 90% dos acidentes poderiam ser prevenidos com medidas simples. Os pais e familiares devem estar sempre atentos aos ambientes - n\u00e3o s\u00f3 aos dom\u00e9sticos, mas tamb\u00e9m espa\u00e7os comunit\u00e1rios, parques, escolas e todos os lugares que as crian\u00e7as frequentam -, para perceber quais riscos existem e se \u00e9 preciso tomar alguma medida ou ter um olhar mais cuidadoso para elas\u201d, ressalta a especialista.<\/p>\n\n\n\n
Apesar do aumento geral dos acidentes, constatou-se que em 2021 os casos envolvendo afogamento diminu\u00edram<\/a> em 2% e sufoca\u00e7\u00e3o em 6%, quando comparado ao ano anterior.  <\/p>\n\n\n\n
O estudo tamb\u00e9m ressalta que, apesar do aumento no volume de interna\u00e7\u00f5es, os n\u00fameros de 2021 s\u00e3o menores que no per\u00edodo anterior \u00e0 pandemia. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong> <\/p>\n\n\n\n\n\n
Tipos de acidentes por idade <\/h2>\n\n\n\n
Segundo o levantamento, a faixa et\u00e1ria de 5 a 9 anos de idade \u00e9 a mais atingida pelas quedas e a que mais sofreu hospitaliza\u00e7\u00f5es em 2021 - representando 35,1% dos internados por acidentes. As crian\u00e7as com idade de 10 a 14 anos tamb\u00e9m tiveram um n\u00famero alto de interna\u00e7\u00f5es (34,2%), sendo igualmente as quedas a causa mais comum. <\/p>\n\n\n\n
J\u00e1 na faixa et\u00e1ria de 1 a 4 anos, que representa 25,6% das intera\u00e7\u00f5es, intoxica\u00e7\u00e3o e queimaduras est\u00e3o entre os principais acidentes. Menores de 1 ano representaram 5,2% das interna\u00e7\u00f5es, motivadas por acidentes como sufoca\u00e7\u00e3o, mas tamb\u00e9m queimaduras, afogamento, intoxica\u00e7\u00e3o e quedas. <\/p>\n\n\n\n
Erika relata que dependendo da faixa et\u00e1ria, a preval\u00eancia dos acidentes vai sendo alterada. Os beb\u00eas de at\u00e9 1 ano t\u00eam um n\u00famero maior de casos de sufoca\u00e7\u00e3o, porque s\u00e3o crian\u00e7as que levam coisas \u00e0 boca. J\u00e1 a intoxica\u00e7\u00e3o tem um n\u00famero bastante alto entre 1 e 4 anos, depois vem a queda, com crian\u00e7as acima de 5 anos, que exploram mais o ambiente e est\u00e3o mais expostas ao mundo externo. \"Mas isso n\u00e3o quer dizer que a gente n\u00e3o deva estar atento \u00e0s demais causas de acidentes. Mesmo a queimadura pode ser comum nos beb\u00eas durante o banho, por exemplo\u201d, explica a porta-voz da Aldeias Infantis SOS. <\/p>\n\n\n\n
Principais causas de acidentes com crian\u00e7as (0 a 14 anos)*<\/h2>\n\n\n\n
Quedas - 44%<\/li>
Queimaduras 19%<\/li>
Tr\u00e2nsito - 10%<\/li>
Intoxica\u00e7\u00f5es - 5% <\/li><\/ul>\n\n\n\n
Acidentes mais comuns por faixa et\u00e1ria<\/h2>\n\n\n\n
0 a 1 ano - Sufoca\u00e7\u00e3o<\/li>
1 a 4 anos - Intoxica\u00e7\u00e3o<\/li>
5 a 9 anos - Quedas<\/li>
10 a 14 anos - Quedas<\/li><\/ul>\n\n\n\n
*N\u00fameros consolidados pela ONG Aldeias Infantis SOS, a partir da base de dados Datasus, do Minist\u00e9rio da Sa\u00fade.<\/em><\/p>\n\n\n\n
Quedas e queimaduras<\/h2>\n\n\n\n
Os registros de quedas no Datasus incluem tanto acidentes ocorridos em casa, quanto em ambientes externos, como playgrounds e parques. Segundo Erika, n\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel afirmar qual tipo de queda \u00e9 a mais comum, mas ela avalia que tanto o maior tempo dentro de casa, durante a pandemia, quanto o incentivo \u00e0s atividades ao ar livre, ap\u00f3s o per\u00edodo de isolamento social, podem ter contribu\u00eddo para esse tipo de acidente.<\/p>\n\n\n\n
J\u00e1 em rela\u00e7\u00e3o \u00e0s queimaduras, ela diz que percebeu um leve aumento de casos, principalmente, devido ao uso recorrente de \u00e1lcool e \u00e1lcool em gel, como forma de prote\u00e7\u00e3o contra a Covid, e possivelmente tamb\u00e9m pelo uso maior de formas alternativas de combust\u00edvel na cozinha, como carv\u00e3o, \u00f3leo e querosene, devido \u00e0 piora da condi\u00e7\u00e3o econ\u00f4mica de grande parte das fam\u00edlias brasileiras. <\/p>\n\n\n\n
\u201cMesmo alimentos quentes em cima da mesa, a crian\u00e7a pode puxar e eles virarem em cima dela. \u00c9 importante tamb\u00e9m evitar tomar bebidas quentes com o filho no colo e estar atento ao risco de choque el\u00e9trico com ferro de passar roupa, com o uso do celular enquanto carrega e com instala\u00e7\u00f5es el\u00e9tricas da casa\u201d, destaca Erika.  <\/p>\n\n\n\n
Para a especialista, a precariza\u00e7\u00e3o das condi\u00e7\u00f5es de trabalhos e a exaust\u00e3o de alguns cuidadores tamb\u00e9m podem ser fatores que interferiram nos cuidados com as crian\u00e7as. Al\u00e9m disso, existe o fato de muitas delas ficarem sozinhas em casa, sem a supervis\u00e3o de um adulto, o que contribui ainda mais para o aumento de acidentes. <\/p>\n\n\n\n
Dados mostram que 1 a cada 4 crian\u00e7as acidentadas fica com sequelas permanentes durante toda a vida.<\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
\u201cQuando falamos de interna\u00e7\u00f5es, n\u00e3o \u00e9 algo simples como ralar o joelho ou cair da bicicleta, s\u00e3o causas graves e isso gera um custo tanto para o sistema de sa\u00fade quanto para a fam\u00edlia, al\u00e9m, claro, do impacto psicol\u00f3gico e emocional na crian\u00e7a\u201d, pontua Erika.<\/p>\n\n\n\n
Principais causas de mortes de crian\u00e7as por acidentes em 2020<\/h2>\n\n\n\n
Em rela\u00e7\u00e3o ao n\u00famero de mortes de crian\u00e7as por acidentes, Erika explicou que os dados mais recentes fornecidos pelo Datasus s\u00e3o de 2020, quando 3.117 crian\u00e7as de at\u00e9 14 anos de idade perderam a vida. Apesar de o tr\u00e2nsito continuar sendo a principal causa das fatalidades com 30% do total, os afogamentos e casos de sufoca\u00e7\u00e3o tamb\u00e9m registraram marcas preocupantes, com 27% e 22%, respectivamente. <\/p>\n\n\n\n
Mortes de crian\u00e7as por acidentes - 2020 <\/h3>\n\n\n\n
Tr\u00e2nsito - 30%<\/li>
Afogamentos - 27%<\/li>
Sufoca\u00e7\u00e3o - 22%<\/li><\/ul>\n\n\n\n
Apesar disso, se comparado com 2019, o n\u00famero de \u00f3bitos recuou 2%, sendo a maior redu\u00e7\u00e3o em sufoca\u00e7\u00e3o, com queda de 14%. Por outro lado, fatalidades envolvendo intoxica\u00e7\u00f5es e quedas seguiram o caminho inverso e aumentaram respectivamente 23% e 12% cada uma. Sob a \u00f3tica da faixa et\u00e1ria, crian\u00e7as de 1 a 4 anos concentram a maior taxa de mortalidade por acidentes no Brasil (32%).<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"Aumentam as interna\u00e7\u00f5es de crian\u00e7as por acidentes","post_excerpt":"Mais de 110 mil crian\u00e7as foram internadas em 2021, segundo pesquisa da ONG Aldeias Infantis SOS, devido a quedas, queimaduras e acidentes de tr\u00e2nsito, entre outras causas","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"aumentam-as-internacoes-de-criancas-por-acidentes","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-09-05 10:23:46","post_modified_gmt":"2022-09-05 13:23:46","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64666","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64515,"post_author":"4","post_date":"2022-08-25 23:30:00","post_date_gmt":"2022-08-26 02:30:00","post_content":"\n
\u201cDe boa, passo muito tempo da minha vida no quarto. T\u00e1 ligado? \u00c9 um canto s\u00f3 meu. No quarto, j\u00e1 fiz tudo. Tamb\u00e9m j\u00e1 pensei em fazer besteira.\u201d  <\/em><\/p>\n\n\n\n
\"Fico mais tempo do que no resto da casa. S\u00f3 saio pra comer, saca? Tem dia que nem pra comer. Ningu\u00e9m me pergunta nada. S\u00f3 ficaram mais preocupados, minha m\u00e3e e meu pai, quando a professora falou que me cortei.\"<\/em><\/p>\n\n\n\n
Relatos como esses fazem parte dos depoimentos que o pesquisador Hugo Monteiro Ferreira colheu para um estudo sobre o cotidiano de crian\u00e7as e adolescentes brasileiros<\/a> marcados pelo adoecimento emocional e mental<\/a>. <\/p>\n\n\n\n
S\u00e3o jovens na faixa et\u00e1ria de 11 a 18 anos de idade, que passam cerca de seis horas por dia dentro de seus quartos, geralmente conectados \u00e0s redes sociais<\/a>, e com s\u00e9rios problemas de conviv\u00eancia entre os seus pares<\/a> e tamb\u00e9m com os adultos com os quais convivem.\u00a0De modo geral, s\u00e3o pessoas que pertencem a uma classe social mais favorecida.<\/p>\n\n\n\n
Hugo os definiu como \u201ca gera\u00e7\u00e3o do quarto\u201d. V\u00edtimas de bullying, cyberbullying e outras viol\u00eancias<\/a>, geralmente na escola, eles vivenciam nesse c\u00f4modo da casa diversas formas de sofrimento - de transtornos alimentares a ansiedade, depress\u00e3o e at\u00e9 mesmo suic\u00eddio<\/a>. <\/p>\n\n\n\n
\u201cA gera\u00e7\u00e3o do quarto adverte-nos que as fam\u00edlias e as escolas precisam \"escutar\" meninos e meninas e rever posturas e procedimentos, bem como formas de educar e jeitos de orientar\u201d, afirma Hugo, no livro \u201cA gera\u00e7\u00e3o do quarto - quando as crian\u00e7as nos ensinam a amar\u201d. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
A obra \u00e9 fruto de uma pesquisa que ouviu 3.115 crian\u00e7as e adolescentes, de escolas p\u00fablicas e, principalmente, privadas, de cinco capitais do pa\u00eds. \u00c9 um grupo que retrata nitidamente os jovens da sociedade contempor\u00e2nea. \"Tenho retornos de professores e professoras que me diziam: \"olha isso que voc\u00ea disse acontece exatamente assim na minha escola\", afirmou Hugo. <\/p>\n\n\n\n
Segundo ele, a fragilidade dessa gera\u00e7\u00e3o revela a fragilidade dos pais e das m\u00e3es. \u201cN\u00e3o s\u00e3o s\u00f3 as crian\u00e7as e os adolescentes que est\u00e3o no quarto \u2014 os adultos tamb\u00e9m est\u00e3o. O quarto \u00e9 a met\u00e1fora da fam\u00edlia que n\u00e3o dialoga, mas grita; da escola que n\u00e3o acolhe, mas exige o desempenho das notas\u201d, afirma Humberto da Silva Miranda, doutor em Hist\u00f3ria das Inf\u00e2ncias, no pref\u00e1cio do livro. <\/p>\n\n\n\n
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Hugo Monteiro Ferreira<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n
A seguir, leia a entrevista que o autor concedeu \u00e0 Canguru News<\/strong>. Hugo \u00e9 professor do departamento de Educa\u00e7\u00e3o e do Programa de P\u00f3s-Gradua\u00e7\u00e3o em Educa\u00e7\u00e3o, Culturas e Identidades, ambos da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Na mesma institui\u00e7\u00e3o, ele coordena o N\u00facleo do Cuidado Humano e o Grupo de Estudos da Transdisciplinaridade, da Inf\u00e2ncia e da Juventude (GETIJ).<\/p>\n\n\n\n
Qual o perfil da gera\u00e7\u00e3o do quarto?<\/h2>\n\n\n\n
S\u00e3o crian\u00e7as e adolescentes, entre 11 e 16 anos, que passam mais de 6 horas por dia dentro do quarto, usando excessivamente as redes sociais digitais, e j\u00e1 sofreram algum tipo de viol\u00eancia, como bullying e cyberbullying, geralmente ocorrida na escola. Eles t\u00eam sintomatologias de psicopatologias as mais diversas, com predomin\u00e2ncia para depress\u00e3o, transtornos obsessivos compulsivos, transtornos alimentares, com predomin\u00e2ncia de anorexia e bulimia, transtorno de ansiedade, uso abusivo de \u00e1lcool, de maconha ou drogas qu\u00edmicas e dist\u00farbios de sono. E no campo da autodestrui\u00e7\u00e3o, praticam a autoles\u00e3o, sem inten\u00e7\u00e3o suicida, e alguns t\u00eam idea\u00e7\u00e3o suicida e tentaram suic\u00eddio mais de uma vez, esse \u00e9 o perfil da gera\u00e7\u00e3o do quarto.<\/p>\n\n\n\n
Como foi feita a pesquisa?<\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa foi feita entre 2017 e 2019, com alunos de escolas p\u00fablicas e privadas de cinco capitais brasileiras \u2014 Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Macei\u00f3 e Natal. Inicialmente, foi aplicado um question\u00e1rio online para 3.115 crian\u00e7as e adolescentes, e a partir das respostas foi feito um recorte com 238 jovens, dos quais a grande maioria, 70%, s\u00e3o de escolas privadas, e fazem parte da classe m\u00e9dia e classe m\u00e9dia alta. Os resultados mostraram que 75% dos 3.115 alunos est\u00e3o com a sa\u00fade mental abalada, embora nem todos apresentem sintomatologia psicopatol\u00f3gica. N\u00e3o publiquei nenhum artigo sobre o estudo porque desde o in\u00edcio tive a inten\u00e7\u00e3o de fazer um livro, que ficou pronto em 2020. De l\u00e1 para c\u00e1, a obra passou por revis\u00f5es, sendo publicada agora, em 2022. Ressalto que a gera\u00e7\u00e3o do quarto n\u00e3o foi criada na pandemia, mas sofreu na pandemia duas vezes mais pela situa\u00e7\u00e3o de vulnerabilidade em que se encontrava. <\/p>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 um retrato da juventude brasileira? <\/h2>\n\n\n\n
Eu fiz um recorte, mas todas as pessoas que mantiveram contato comigo e n\u00e3o estiveram no recorte da pesquisa se identificaram com ela. Tenho retornos de professores e professoras que me diziam: \"olha isso que voc\u00ea disse acontece exatamente assim na minha escola\". As pessoas se identificam porque tem uma verossimilhan\u00e7a. Muitas dizem: \"ah, tenho um filho, uma filha, que tamb\u00e9m est\u00e1 no quarto\". Se voc\u00ea for em qualquer escola, infelizmente ir\u00e1 encontrar algo semelhante.<\/p>\n\n\n\n
Como entender os problemas que essa gera\u00e7\u00e3o enfrenta, quais s\u00e3o suas origens?<\/h2>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 forjada, criada dentro de casa, \u00e9 a fam\u00edlia quem cria essa gera\u00e7\u00e3o, n\u00e3o \u00e9 a escola, a escola ajuda a manter, a fazer a manuten\u00e7\u00e3o do sofrimento, mas a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 produto de uma fam\u00edlia no quarto tamb\u00e9m, uma fam\u00edlia isolada, adoecida, de pouco di\u00e1logo, violenta. A viol\u00eancia num sentido amplo, n\u00e3o s\u00f3 f\u00edsica, psicol\u00f3gica, mas uma viol\u00eancia simb\u00f3lica, h\u00e1 muito movimento de viol\u00eancia dentro dessas casas. A viol\u00eancia simb\u00f3lica se expressa nas nuances, na organiza\u00e7\u00e3o, no establishment<\/em>, c\u00f3digos de comportamentos. Por exemplo, entrevistei meninos de 15, 16 anos, que eram gays, e na casa havia uma esp\u00e9cie de heteronormatividade, n\u00e3o era dito isso, mas havia a heteronormatividade como conduta, regra. \u00c9 isso que temos visto dentro dessas fam\u00edlias, s\u00e3o fam\u00edlias um tanto quanto provocativas e provocadoras dessa viol\u00eancia simb\u00f3lica. <\/p>\n\n\n\n
\u00c9 uma situa\u00e7\u00e3o muito preocupante, n\u00e3o? <\/h2>\n\n\n\n
A experi\u00eancia do quarto \u00e9 terr\u00edvel, porque n\u00e3o \u00e9 uma esp\u00e9cie de ref\u00fagio para aquietar mente, \u00e9 uma experi\u00eancia de ansiedade da mente, uma mente com probabilidades das mais diversas. <\/p>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 violentada, ela tamb\u00e9m vai violentar. \u00c9 importante observar isso. <\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Eu me preocupo muito porque parece que a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 meio que uma matriz de pequenos e pequenas curingas, do personagem do Batman. N\u00f3s estamos formando gera\u00e7\u00f5es violentas, e essa viol\u00eancia pode ser contra si, os \u00edndices de suic\u00eddio na adolesc\u00eancia n\u00e3o s\u00e3o m\u00ednimos. No Brasil, infelizmente, desde 2016, que eles aumentam, mas n\u00f3s tamb\u00e9m temos criado pessoas, em pa\u00edses como os Estados Unidos, que quando t\u00eam acesso a armas, criam e organizam massacres como esses que vimos nas escolas americanas. O perfil e a biografia desses adolescentes se assemelha \u00e0 gera\u00e7\u00e3o do quarto. \u00c9 preocupante, porque n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 o adoecimento ps\u00edquico, mas \u00e9 a produ\u00e7\u00e3o de uma comunidade psiquicamente adoecida, que tem na viol\u00eancia a gram\u00e1tica da sua sintaxe comunicacional, ou seja, a socializa\u00e7\u00e3o \u00e9 violenta.<\/p>\n\n\n\n
Muitas vezes, \u00e9 poss\u00edvel que voc\u00ea tenha pessoas que acham que s\u00e3o excelentes m\u00e3es e pais, mas que imprimem uma norma, uma conduta, um modelo que impede que o outro seja o que pode ser. Vi muito isso, adolescentes dizendo \u201ceu n\u00e3o consigo, para minha m\u00e3e nem para o meu pai, ser o que realmente sou, o que realmente gosto, tenho que mentir, me fazer ser o que n\u00e3o sou, criar um perfil falso\u201d. A viol\u00eancia simb\u00f3lica est\u00e1 muito nesse campo, no religioso, al\u00e9m da viol\u00eancia f\u00edsica e psicol\u00f3gica.<\/p>\n\n\n\n
<\/p>\n\n\n\n
H\u00e1 caracter\u00edsticas em comum entre os pais dessa gera\u00e7\u00e3o?<\/h2>\n\n\n\n
S\u00e3o pessoas que aprenderam com os modelos anteriores como devem proceder, como educar e como deve ser a rela\u00e7\u00e3o entre pais e filhos, e eles terminam agindo em nome desse bem-estar. Eles querem o bem dos filhos, n\u00e3o desejam o mal, mas \u00e9 um bem meio que projetado, n\u00e3o \u00e9 um bem presente, \u00e9 o bem do amanh\u00e3. Eu quero que meu filho esteja bem, mas para isso ele precisa seguir uma regra, uma norma, uma conduta, um padr\u00e3o, uma organiza\u00e7\u00e3o. Se ele n\u00e3o segue, eu n\u00e3o consigo ser m\u00e3e, pai dele, n\u00e3o consigo estabelecer uma rela\u00e7\u00e3o afetiva, de di\u00e1logo, e come\u00e7o a entrar em conflito.<\/p>\n\n\n\n
S\u00e3o pais que rejeitam os filhos? <\/h2>\n\n\n\n
Essa gera\u00e7\u00e3o mostra que os pais, se n\u00e3o h\u00e1 um modelo estabelecido, eles n\u00e3o se disp\u00f5em a aprender com o que eles veem na realidade, \u00e9 quase que um filho abstrato. Quando o filho real come\u00e7a a emergir e mostrar suas caracter\u00edsticas, os pais come\u00e7am a estranhar aquilo e n\u00e3o entram em processo de di\u00e1logo, se afastam. \u00c9 esse afastamento, esse vazio, que cria a gera\u00e7\u00e3o do quarto. Por isso afirmo que \u00e9 na matriz familiar que a gera\u00e7\u00e3o \u00e9 gerada, quer dizer, os pais n\u00e3o conseguem observar, de modo geral, a emerg\u00eancia dos humanos que eles mesmos criaram. Eles t\u00eam o humano projetado, \u00e9 quase um molde de um humano. Quando vem uma orienta\u00e7\u00e3o sexual ou um g\u00eanero que n\u00e3o \u00e9 norma, causa um impacto. <\/p>\n\n\n\n
Claro que \u00e9 menos impactante quando o filho diz que n\u00e3o quer ser m\u00e9dico, mas sim ator, pode haver resist\u00eancia mas n\u00e3o t\u00e3o intensa como quando voc\u00ea diz que \u00e9 gay, isso causa um embara\u00e7o. Mas n\u00e3o gosto de condenar os pais e as m\u00e3es, porque acho que eles est\u00e3o envolvidos nesse processo, eles querem acertar, ao menos, os que t\u00eam paternagem e maternagem, que chamo de esp\u00edrito de pai e m\u00e3e. Os que n\u00e3o t\u00eam, esses simplesmente geram os filhos, est\u00e3o ali numa esp\u00e9cie de playground de criar filhos. Mas os que t\u00eam paternagem, eles v\u00e3o tentando encontrar e conseguem, ent\u00e3o nesse caso, essa fissura, esse vazio que se abriu \u00e9 reduzido e a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 compreendida. <\/p>\n\n\n\n
Os pais sabem que t\u00eam um problema em casa?<\/h2>\n\n\n\n
Eles n\u00e3o t\u00eam conhecimento, porque a gera\u00e7\u00e3o do quarto cognitivamente n\u00e3o tem problema com boletim escolar. Essa gera\u00e7\u00e3o chega na universidade. Essa causa-consequ\u00eancia que a gente confabulou e afirmou tantas vezes que, por exemplo, vai ter problemas na escola, no rendimento escolar, n\u00e3o \u00e9 um sinal, a gera\u00e7\u00e3o do quarto tem um boletim escolar azul,<\/strong> e os pais n\u00e3o percebem. Eles acham que faz parte da vida estar no quarto.<\/strong> Muitos me dizem isso, \u201cah mas meu filho est\u00e1 no quarto j\u00e1 h\u00e1 tanto tempo que nem me dava conta\u201d. Eles come\u00e7am a se dar conta quando a crian\u00e7a ou o adolescente come\u00e7a a se cortar, quando come\u00e7am a gritar em sil\u00eancio, a\u00ed os pais alertam, mas at\u00e9 ent\u00e3o, n\u00e3o. Chamam para jantar, quando conseguem, lembrando que pais contempor\u00e2neos vivem muito fora de casa, trabalham muito, com finalidade de dar um futuro para os filhos.  <\/p>\n\n\n\n
Ou seja, o esfor\u00e7o dos pais para garantir uma boa estrutura familiar acaba por distanci\u00e1-los dos filhos?<\/h2>\n\n\n\n
\u00c9 a alternativa que se deu para a fam\u00edlia. Num pa\u00eds de mais de 210 milh\u00f5es de pessoas, n\u00e3o \u00e9 todo mundo que para e reflete sobre o que \u00e9 ser uma fam\u00edlia. Para os que est\u00e3o abaixo da linha da mis\u00e9ria tem que pensar muito como se recupera. H\u00e1 uma quest\u00e3o importante: o fen\u00f4meno da gera\u00e7\u00e3o do quarto se d\u00e1 em todas as classes sociais, mas as estrat\u00e9gias trabalhadas mudam. Tem muitas pessoas que usam a gravidez, por exemplo, como forma de sair de uma situa\u00e7\u00e3o socioecon\u00f4mica. Engravidar pode ser uma esp\u00e9cie de promo\u00e7\u00e3o social, ou seja, o problema \u00e9 o mesmo, a dor ps\u00edquica \u00e9 a mesma, mas a maneira de lidar com ela \u00e9 diferente. <\/p>\n\n\n\n
Os jovens n\u00e3o se abrem com os pais, mas n\u00e3o se opuseram a falar com voc\u00ea?<\/h2>\n\n\n\n
Talvez o que favorece para um pesquisador como eu \u00e9 me dispor a escutar sem condenar, sem julgamento. Eu escuto para acolher e esse talvez seja um potencial que a gente possa ensinar aos pais e \u00e0s m\u00e3es, para que o filho diga o que pensa, o que acha, o que gosta e n\u00e3o gosta, se sinta confort\u00e1vel em ser diferente dos pais. Acho que as fam\u00edlias escutam julgando, comparando e sentenciando demais. As crian\u00e7as, ao contr\u00e1rio do que as pessoas pensam, s\u00e3o muito sens\u00edveis, muito cr\u00edticas, elas conseguem responder perguntas, falar sobre sentimentos com quem elas se sentem confort\u00e1veis. Al\u00e9m disso, uma das t\u00e9cnicas que utilizei, o question\u00e1rio online, me trouxe muitas respostas, porque tinha perguntas abertas. Alguns dos depoimentos que apresento no livro eu n\u00e3o ouvi, eu li. Quando n\u00e3o tenho que dizer meu nome, quem eu sou, de onde sou, qual minha idade, me sinto mais livre para falar, pedir ajuda. Foram esses depoimentos que me causaram impacto e me fizeram depois entrevistar o grupo menor por meio de rodas de conversa. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Qual o papel da escola nesse contexto?<\/h2>\n\n\n\n
Eu sou um profissional e defensor da escola, a escola para mim \u00e9 uma grande inven\u00e7\u00e3o social, cumpre papel de forma\u00e7\u00e3o, de complementaridade, sobretudo no campo do que chamamos de conhecimento cient\u00edfico. Ela tamb\u00e9m tem um papel social, porque trabalha com pessoas, organiza\u00e7\u00f5es, institui\u00e7\u00f5es, mas ela precisa ser revisitada e reformulada nos seus objetivos matriciais. A escola n\u00e3o pode querer exclusivamente formar do ponto vista cognitivo. Isso \u00e9 um equ\u00edvoco que se manifesta sobretudo nessas escolas, que insistem num modelo de concorr\u00eancia, competi\u00e7\u00e3o, ranqueamento, na nota como resposta \u00e0 aprendizagem. S\u00e3o escolas desconectadas com grandes problemas contempor\u00e2neos, como a sobreviv\u00eancia do Planeta Terra. Temos um planeta amea\u00e7ado de desertifica\u00e7\u00e3o, de aus\u00eancia de comida, amea\u00e7ado no campo dos povos origin\u00e1rios, ent\u00e3o essas s\u00e3o preocupa\u00e7\u00f5es que a escola deve ter. <\/p>\n\n\n\n
Outra preocupa\u00e7\u00e3o \u00e9 a diversidade, temos uma sociedade que se mostra violenta com as minorias, racista e mis\u00f3gina. As mulheres sofrem muito nessa sociedade. A escola n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 para discutir f\u00f3rmulas qu\u00edmicas, biol\u00f3gicas, equa\u00e7\u00f5es matem\u00e1ticas, sintaxe da l\u00edngua. <\/p>\n\n\n\n
A escola \u00e9 para ajudar a usar o conhecimento cient\u00edfico na melhoria da qualidade de vida das pessoas, da minha e dos outros. <\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Ent\u00e3o se ela n\u00e3o faz isso, se insiste na concorr\u00eancia, em colocar aqueles que s\u00e3o bons e n\u00e3o s\u00e3o bons, os que s\u00e3o inteligentes e os que n\u00e3o s\u00e3o inteligentes, e ela tem insistido, ela ajuda a adoecer. \u00c9 o que digo no livro. <\/p>\n\n\n\n
O que dizer aos pais e m\u00e3es da gera\u00e7\u00e3o do quarto?<\/h2>\n\n\n\n
Os filhos e as filhas v\u00e3o precisar muito mesmo dos pais. Tem dois cen\u00e1rios, um \u00e9 ajudar meu filho a n\u00e3o entrar no quarto e o outro \u00e9 ajudar o filho que j\u00e1 est\u00e1 no quarto. No livro eu falo de cinco pilares: cuidado, autoconhecimento, conviv\u00eancia, dialogicidade e amorosidade. Trabalhar a fam\u00edlia e a escola a partir dessas sustenta\u00e7\u00f5es \u00e9 preventivo, mas pode servir tamb\u00e9m para situa\u00e7\u00f5es de pessoas que j\u00e1 est\u00e3o adoecidas, neste caso, associado ao acompanhamento de um profissional da sa\u00fade mental - psic\u00f3logo, psiquiatra, psicanalista, a depender do caso.<\/p>\n\n\n\n
O pilar do cuidado<\/strong> trata sobre a import\u00e2ncia do cuidado consigo e do cuidado com o outro, o que implica tratar das quest\u00f5es relacionadas a respeito, compreens\u00e3o, conviv\u00eancia, uso abusivo de \u00e1lcool, relacionamentos abusivos, bullying, ciberbullying, uso excessivo de redes sociais digitais, entre outros aspectos.

O pilar do autoconhecimento<\/strong> trata sobre a biografia, a hist\u00f3ria de cada pessoa, a fam\u00edlia. Proponho um trabalho sobre ancestralidade, que a pessoa conhe\u00e7a sua hist\u00f3ria de vida, conhe\u00e7a seu pai, sua m\u00e3e, sua opini\u00e3o, seus gostos. Isso tem a ver com quem eu sou, do ponto de vista \u00e9tico, e vai me dar uma seguran\u00e7a para enfrentar aquilo que querem que eu seja. Eu sou isso, mas querem que eu seja aquilo. N\u00e3o escondo minhas fragilidades, sou amado, o que d\u00e1 seguran\u00e7a. N\u00e3o vou dizer para minha crian\u00e7a que a vida \u00e9 f\u00e1cil, um mar de rosas, que ela nunca vai encontrar desafios, mas vou ajud\u00e1-la e fortalec\u00ea-la para que ela possa enfrent\u00e1-los.<\/p>\n\n\n\n
No pilar da conviv\u00eancia<\/strong>, h\u00e1 uma rela\u00e7\u00e3o entre aprender a ser e aprender a conviver. Trato de situa\u00e7\u00f5es cotidianas que evocam reflex\u00f5es \u00e9ticas, morais e espirituais, para as quais a compaix\u00e3o, a empatia e a resili\u00eancia s\u00e3o habilidades necess\u00e1rias e essenciais. O exerc\u00edcio da dialogicidade<\/strong> \u00e9 realizado quando as pessoas aprendem a falar o que pensam e sentem, mas entendem que o que pensam e sentem n\u00e3o \u00e9 a \u00faltima palavra sobre a verdade. O pilar da amorosidade<\/strong> \u00e9 tratado com reflex\u00f5es e a\u00e7\u00f5es. As reflex\u00f5es geram as a\u00e7\u00f5es, e as a\u00e7\u00f5es n\u00e3o s\u00e3o realizadas de modo mec\u00e2nico. <\/p>\n\n\n\n
Os pais podem aprender com os filhos?<\/h2>\n\n\n\n
O livro n\u00e3o tem que ser uma pedra para atirar nos pais e na escola, tem que ser um acalanto. Eu acho que a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 t\u00e3o potente que nos possibilita reaprender a viver, tenho grande esperan\u00e7a na gera\u00e7\u00e3o do quarto, a mesma gera\u00e7\u00e3o que \u00e9 violenta me ensina novos modos de amor, n\u00e3o vejo a gera\u00e7\u00e3o como fracassada, que n\u00e3o deu certo, acho um absurdo dizer que \u00e9 uma gera\u00e7\u00e3o parasita, \"nem-nem\". Obviamente ela traz todas as mazelas, n\u00e3o foi a gera\u00e7\u00e3o do quarto que inventou o abuso do \u00e1lcool, a viol\u00eancia, esses foram c\u00f3digos sempre usados, mas a gera\u00e7\u00e3o do quarto est\u00e1 nos dando outras alternativas, como maior preocupa\u00e7\u00e3o sobre consumo, meio ambiente, empoderamento das meninas, orienta\u00e7\u00e3o \u00e0 quest\u00e3o de g\u00eanero. Essa gera\u00e7\u00e3o tem muita coisa a nos mostrar, n\u00e3o precisamos ter medo, podemos aprender com elas. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"A gera\u00e7\u00e3o do quarto: um retrato chocante da juventude brasileira","post_excerpt":"Ap\u00f3s ouvir mais de 3 mil crian\u00e7as e adolescentes que vivem experi\u00eancias traum\u00e1ticas em seus quartos, o pesquisador Hugo Monteiro Ferreira faz um alerta aos pais e \u00e0s escolas sobre a necessidade de mudar a forma de se relacionar com os jovens","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"a-geracao-do-quarto-o-retrato-chocante-da-juventude-brasileira","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-30 11:00:28","post_modified_gmt":"2022-08-30 14:00:28","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64515","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64369,"post_author":"4","post_date":"2022-08-23 10:54:43","post_date_gmt":"2022-08-23 13:54:43","post_content":"\n
De acordo com o Artigo 227<\/a> da Constitui\u00e7\u00e3o de 1988, as crian\u00e7as<\/a> devem ser prioridade absoluta em todas as decis\u00f5es, programas e pol\u00edticas p\u00fablicas<\/a>. Isso se torna mais relevante em ano de elei\u00e7\u00f5es, em que poderemos escolher, de forma democr\u00e1tica<\/a>, representantes<\/a> aos cargos de presidente da Rep\u00fablica, senadores, governadores, deputados federais e estaduais. <\/p>\n\n\n\n
O voto no Brasil \u00e9 obrigat\u00f3rio para todos aqueles acima de 18 anos, sendo facultativo para jovens com 16 e 17 anos, pessoas com mais de 70 anos e analfabetos. Crian\u00e7as e adolescentes<\/a> menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar<\/a>, mas isso n\u00e3o quer dizer que n\u00e3o devam estar inclu\u00eddos nos planos dos diferentes representantes pol\u00edticos. Muito pelo contr\u00e1rio.<\/p>\n\n\n\n
Diversos estudos j\u00e1 comprovaram que investir na primeira inf\u00e2ncia<\/a> \u00e9 a melhor maneira de reduzir desigualdades e construir uma sociedade com condi\u00e7\u00f5es sociais e ambientais sustent\u00e1veis.<\/p>\n\n\n\n
Cabe a n\u00f3s, adultos, escolher nas elei\u00e7\u00f5es candidatos que contemplem as crian\u00e7as em projetos e iniciativas diversas. Abaixo, veja 5 motivos que tornam urgente a valoriza\u00e7\u00e3o de projetos para a inf\u00e2ncia e juventude nas campanhas \u00e0s elei\u00e7\u00f5es de 2022. A lista \u00e9 do portal Lunetas, espa\u00e7o dedicado \u00e0 reflex\u00e3o sobre a inf\u00e2ncia, que recentemente lan\u00e7ou o especial \"Inf\u00e2ncias em foco: Quem vota pelas crian\u00e7as?\"<\/a>, um hub de informa\u00e7\u00e3o sobre pol\u00edtica e as inf\u00e2ncias. <\/p>\n\n\n\n
5 temas que envolvem as crian\u00e7as e que t\u00eam de estar previstos nas propostas dos candidatos \u00e0s elei\u00e7\u00f5es:<\/h2>\n\n\n\n
Fome<\/h3>\n\n\n\n
De acordo com um levantamento realizado pela Funda\u00e7\u00e3o Abrinq, cerca de 18,8 milh\u00f5es de meninos e meninas de at\u00e9 14 anos passam fome no Brasil. Essa inseguran\u00e7a alimentar traz preju\u00edzos grav\u00edssimos \u00e0s crian\u00e7as, afetando seu crescimento e o desenvolvimento f\u00edsico e cognitivo necess\u00e1rios para que consigam crescer de maneira saud\u00e1vel.<\/p>\n\n\n\n
Analfabetismo<\/h3>\n\n\n\n
H\u00e1 50 anos, a educa\u00e7\u00e3o infantil n\u00e3o era uma realidade no Brasil, no entanto, pol\u00edticas p\u00fablicas mudaram essa realidade. Ainda assim, nos \u00faltimos dois anos, o n\u00famero de crian\u00e7as de 6 e 7 anos que n\u00e3o sabem ler e escrever cresceu em 1 milh\u00e3o. Pensando no futuro e nos pr\u00f3ximos passos do Brasil relacionados \u00e0 educa\u00e7\u00e3o p\u00fablica, \u00e9 necess\u00e1rio eleger candidatos que queiram enfrentar as desigualdades sociais e lutar para que todas as crian\u00e7as e adolescentes tenham acesso \u00e0 educa\u00e7\u00e3o de qualidade.<\/p>\n\n\n\n
Trabalho Infantil<\/h3>\n\n\n\n
Atualmente, cerca de 2 milh\u00f5es de crian\u00e7as e adolescentes est\u00e3o em situa\u00e7\u00e3o de trabalho infantil no Brasil. Desse total, 66% s\u00e3o crian\u00e7as pretas ou pardas e 71% est\u00e3o na \u00e1rea urbana, de acordo com um levantamento divulgado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domic\u00edlios (PNAD Cont\u00ednua).<\/p>\n\n\n\n
Viol\u00eancia e explora\u00e7\u00e3o sexual<\/h3>\n\n\n\n
Entre 2016 e 2020, 35 mil crian\u00e7as e adolescentes, de 0 a 19 anos, foram mortos de forma violenta no Brasil e 180 mil sofreram viol\u00eancia sexual, segundo o Panorama da Viol\u00eancia Sexual contra crian\u00e7as e Adolescentes no Brasil, lan\u00e7ado pela Unicef e pelo F\u00f3rum Brasileiro de Seguran\u00e7a P\u00fablica (FBSP). Por isso, \u00e9 necess\u00e1rio eleger pessoas que tenham coragem para combater esse cen\u00e1rio e falar de assuntos como igualdade de g\u00eanero, empoderamento de meninas, viol\u00eancia sexual e femin\u00edcio.<\/p>\n\n\n\n
Moradia<\/h3>\n\n\n\n
Mais de 5 milh\u00f5es de pessoas ainda residem em domic\u00edlios sem banheiros ou sanit\u00e1rios de uso exclusivo e 9,7 milh\u00f5es vivem em condi\u00e7\u00f5es de adensamento excessivo, com mais de tr\u00eas moradores para cada dormit\u00f3rio. Este \u00e9 um assunto que n\u00e3o deve ser ignorado, j\u00e1 que todas as crian\u00e7as precisam de acesso \u00e0 moradia para viver com dignidade e poder se desenvolver em outras \u00e1reas, como lazer, educa\u00e7\u00e3o e sa\u00fade.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]  <\/p>\n","post_title":"5 motivos para priorizar as crian\u00e7as nas elei\u00e7\u00f5es de 2022","post_excerpt":"Crian\u00e7as e adolescentes menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar, mas s\u00e3o parcela importante da popula\u00e7\u00e3o e t\u00eam de estar contemplados nos projetos dos diferentes atores governamentais","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"5-motivos-para-priorizar-as-criancas-nas-eleicoes-de-2022","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-25 18:52:13","post_modified_gmt":"2022-08-25 21:52:13","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64369","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64334,"post_author":"4","post_date":"2022-08-22 15:14:51","post_date_gmt":"2022-08-22 18:14:51","post_content":"\n
O n\u00famero de crian\u00e7as e adolescente<\/a>s conectados \u00e0 internet cresceu nos \u00faltimos anos. Segundo o estudo TIC Kids Online Brasil 2021<\/a>, rec\u00e9m-divulgado, 93% ou 22,3 milh\u00f5es das crian\u00e7as e dos adolescentes<\/a> no pa\u00eds acessaram a web<\/a> em 2021, sendo que em 2019 esse percentual era de 89%. O crescimento foi impulsionado principalmente pela maior propor\u00e7\u00e3o de usu\u00e1rios na regi\u00e3o Nordeste e nas \u00e1reas rurais. <\/p>\n\n\n\n
O uso de redes sociais <\/a>pelas crian\u00e7as tamb\u00e9m tem se elevado, sendo a plataforma Tik Tok<\/a> a mais utilizada (34%), seguida pelo Instagram (33%). No Facebook, houve queda no uso de 66% para 51% no per\u00edodo citado. J\u00e1 o WhatsApp segue como a plataforma em que crian\u00e7as e adolescentes mais possuem perfil (foi de 70% em 2018 para 80% em 2021), e \u00e9 a mais difundida entre todos os estratos sociais.<\/p>\n\n\n\n
A pesquisa, conduzida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informa\u00e7\u00e3o (Cetic.br) do N\u00facleo de Informa\u00e7\u00e3o e Coordena\u00e7\u00e3o do Ponto BR (NIC.br), entrevistou 2.651 crian\u00e7as e adolescentes com idades entre 9 e 17 anos, bem como seus pais ou respons\u00e1veis, em todo o territ\u00f3rio nacional. As entrevistas aconteceram entre outubro de 2021 e mar\u00e7o de 2022, com a finalidade de investigar oportunidades e riscos relacionados \u00e0 participa\u00e7\u00e3o online desse p\u00fablico. <\/p>\n\n\n\n
Segundo o levantamento, as crian\u00e7as tamb\u00e9m est\u00e3o passando mais tempo em jogos online - seja conectadas com outros jogadores (de 57% para 66%, entre 2021 e 2019) ou n\u00e3o conectadas a eles (de 55% para 64%) -, e fazendo mais compras no ambiente digital - cresceu de 9% para 19% no mesmo per\u00edodo. <\/p>\n\n\n\n
\"Plataformas de cria\u00e7\u00e3o e compartilhamento de conte\u00fado audiovisual est\u00e3o entre as mais utilizadas por crian\u00e7as e adolescentes. Nesse contexto, a qualidade da conex\u00e3o \u00e0 Internet e dos dispositivos digitais utilizados para o acesso \u00e0 rede passam a ser determinantes para o melhor aproveitamento de oportunidades online. \u00c9 central, portanto, garantir condi\u00e7\u00f5es equitativas de conectividade para crian\u00e7as e adolescentes em diferentes contextos socioecon\u00f4micos\", aponta Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br. <\/p>\n\n\n\n
A pesquisa TIC Kids Online <\/a>detectou, ainda, que o telefone celular segue como o principal meio de conex\u00e3o \u00e0 rede nos diferentes extratos sociais. Para 53%, o celular foi o \u00fanico dispositivo usado, realidade que se verificou mais presente nas classes DE (78%) e C (52%) do que nas classes AB (18%). <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Acesso a propagandas<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
Entre as atividades multim\u00eddia, as mais acessadas pelas crian\u00e7as s\u00e3o ouvir m\u00fasica (80%), assistir a v\u00eddeos, programas, filmes ou s\u00e9ries (84%), S\u00edtios de v\u00eddeos (67%) e redes sociais (61%) est\u00e3o entre as principais plataformas em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios de internet declaram ter visto propaganda de produtos ou marcas. Pessoas ensinando como usar algum produto (62%) e abrindo embalagens -- o chamado unboxing<\/em><\/strong> - (61%) foram os principais conte\u00fados de imagem ou v\u00eddeo em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios da rede tiveram contato com divulga\u00e7\u00e3o de produtos ou marcas. Entre as principais categorias de produtos ou marcas vistas no ambiente online<\/em> est\u00e3o: <\/p>\n\n\n\n
Equipamentos eletr\u00f4nicos (60%); <\/li>
Roupas e sapatos (60%); <\/li>
Comidas, bebidas ou doces (57%); <\/li>
Videogames ou jogos (46%); <\/li>
Maquiagem e outros produtos de beleza (46%).\u00a0<\/li><\/ul>\n\n\n\nBusca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e bem-estar<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa tamb\u00e9m constatou que 32% dos jovens entre 11 e 17 anos procuram ajuda para lidar com algo ruim que vivenciaram<\/strong>, ou para falar sobre suas emo\u00e7\u00f5es<\/strong> quando se sentiram tristes. <\/p>\n\n\n\n
Entre os temas mais procurados relacionados \u00e0 sa\u00fade est\u00e3o:<\/p>\n\n\n\n
Informa\u00e7\u00f5es sobre alimenta\u00e7\u00e3o (55%);
Preven\u00e7\u00e3o e tratamento de doen\u00e7as (38%);
Exerc\u00edcios e meios para ficar em forma (36%);
Informa\u00e7\u00f5es sobre medicamentos (22%);<\/li>
Discuss\u00f5es sobre sa\u00fade sexual e educa\u00e7\u00e3o sexual (21%).<\/li><\/ul>\n\n\n\n
\"A pesquisa busca levantar evid\u00eancias que contribuam para a promo\u00e7\u00e3o de direitos e do bem-estar de crian\u00e7as e adolescentes. Desse modo, para al\u00e9m das atividades presentes na s\u00e9rie hist\u00f3rica da pesquisa, o uso da rede na busca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e apoio emocional passou a ser um tema relevante de investiga\u00e7\u00e3o\", sinaliza Barbosa.<\/p>\n\n\n\n
\"Pesquisas como a TIC Kids Online Brasil s\u00e3o de extrema relev\u00e2ncia para entendermos o cen\u00e1rio atual e fortalecermos o letramento e inclus\u00e3o digital dos mais jovens, com mais seguran\u00e7a e qualidade, quest\u00f5es intr\u00ednsecas ao trabalho realizado pelo Comit\u00ea Gestor da Internet no Brasil\", pondera Jos\u00e9 Gontijo, coordenador do CGI.br.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"] <\/p>\n","post_title":"93% dos jovens entre 9 e 17 anos usam a internet no pa\u00eds, revela pesquisa","post_excerpt":"Pesquisa TIC Kids Online Brasil 2021 tamb\u00e9m mostrou que a TikTok \u00e9 a principal rede social utilizada por crian\u00e7as e adolescentes","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"93-dos-jovens-entre-9-e-17-anos-usam-a-internet-revela-pesquisa-tic-kids-online-2021","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-23 11:24:47","post_modified_gmt":"2022-08-23 14:24:47","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64334","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"}],"next":false,"prev":true,"total_page":12},"paged":1,"column_class":"jeg_col_2o3","class":"epic_block_3"};

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\n
2. Queimadura<\/h2>\n\n\n\n
Um dos ambientes da casa que oferece maior risco \u00e9 a cozinha, por isso mantenha a garotada longe do fog\u00e3o e procure cozinhar usando as bocas de tr\u00e1s, deixando os cabos das panelas virados sempre para dentro. O acesso ao g\u00e1s, \u00e0 porta do forno, \u00e0 \u00e1gua e \u00f3leo ferventes tamb\u00e9m pedem aten\u00e7\u00e3o. Outro cuidado importante: guarde f\u00f3sforos, \u00e1lcool e outros produtos inflam\u00e1veis em arm\u00e1rios trancados e longe do alcance das crian\u00e7as. O atendimento a queimaduras nunca deve ser feito em casa ou com receitas caseiras. <\/p>\n\n\n\n
O \u00e1lcool em gel<\/strong>, que se popularizou na pandemia, pode causar queimaduras em contato com o olho ou a boca, ou ainda, no caso de ingest\u00e3o, dependendo da quantidade, pode causar intoxica\u00e7\u00e3o. As embalagens desse produto devem ser deixadas longe do alcance das crian\u00e7as, para evitar o uso n\u00e3o supervisionado. A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) afirma que, para as crian\u00e7as, deve-se sempre que poss\u00edvel optar por usar \u00e1gua e sab\u00e3o na higieniza\u00e7\u00e3o das m\u00e3os, como prote\u00e7\u00e3o contra o coronav\u00edrus, deixando o uso do \u00e1lcool em gel para o uso fora de casa.<\/p>\n\n\n\n
3. Tr\u00e2nsito<\/h2>\n\n\n\n
Para prevenir acidentes, a orienta\u00e7\u00e3o \u00e9 que as crian\u00e7as andem nas ruas com supervis\u00e3o de um adulto at\u00e9 que demonstrem habilidade e capacidade de julgamento do tr\u00e2nsito, o que pode ocorrer a partir dos 10 anos de idade. Enquanto estiver caminhando na rua, segure sempre a m\u00e3o da crian\u00e7a, de forma firme e pelo pulso. N\u00e3o permita brincadeiras em locais que n\u00e3o s\u00e3o adequados, como entradas ou sa\u00eddas de garagens, quintais sem cerca, ruas ou estacionamentos.<\/p>\n\n\n\n
4. Intoxica\u00e7\u00e3o<\/h2>\n\n\n\n
Acidentes com medicamentos ou produtos t\u00f3xicos infelizmente s\u00e3o comuns. A intoxica\u00e7\u00e3o pela ingest\u00e3o, manipula\u00e7\u00e3o ou inala\u00e7\u00e3o pode ser perigosa e fatal, dependendo da \u00e1rea afetada e da toxicidade. \u00c9 importante explicar \u00e0s crian\u00e7as que os rem\u00e9dios devem ser tomados somente quando necess\u00e1rio, e evitar cham\u00e1-los por nomes de doces ou balas - alguns pais recorrem a essa t\u00e1tica para facilitar a administra\u00e7\u00e3o. Al\u00e9m disso, nunca medique sem orienta\u00e7\u00e3o m\u00e9dica ou por sugest\u00e3o de terceiros. <\/p>\n\n\n\n
Guarde as embalagens de produtos potencialmente t\u00f3xicos, como medicamentos, bebidas alco\u00f3licas, produtos de limpeza e pesticidas, logo ap\u00f3s a utiliza\u00e7\u00e3o, fora do alcance das crian\u00e7as. N\u00e3o use embalagens vazias para guardar produtos que podem ser t\u00f3xicos, mantenha-os sempre nas embalagens originais. N\u00e3o d\u00ea embalagens vazias desses produtos para as crian\u00e7as brincarem. Tampouco coloque produtos de uso dom\u00e9stico junto de alimentos e evite plantas t\u00f3xicas em casa ou no jardim, em locais de f\u00e1cil acesso para as crian\u00e7as.<\/p>\n\n\n\n
5. Sufoca\u00e7\u00e3o<\/h2>\n\n\n\n
Crian\u00e7as de at\u00e9 3 anos, que est\u00e3o na fase de experimentar o mundo e costumam levar tudo \u00e0 boca, s\u00e3o mais propensas a sofrerem acidentes relacionados \u00e0 sufoca\u00e7\u00e3o. A sufoca\u00e7\u00e3o ocorre quando h\u00e1 a cobertura total ou parcial do nariz e\/ou da boca, resultando na dificuldade ou impossibilidade de respirar. Entre beb\u00eas menores de um ano de idade, o risco de sufoca\u00e7\u00e3o \u00e9 muito alto devido a sua falta de capacidade de escaparem por si mesmos de uma situa\u00e7\u00e3o de perigo. A introdu\u00e7\u00e3o alimentar merece precau\u00e7\u00e3o e uma das orienta\u00e7\u00f5es \u00e9 n\u00e3o oferecer alimentos redondos e duros, como uva, amendoim ou outras castanhas e cenoura crua, al\u00e9m de cortar os alimentos em peda\u00e7os bem pequenos. Tamb\u00e9m \u00e9 importante aprender as manobras de desengasgo<\/a> para saber como agir nesse momento.<\/p>\n\n\n\n
Outros acidentes<\/h2>\n\n\n\n
Apesar do aumento geral dos acidentes, os casos envolvendo afogamento diminu\u00edram<\/a> em 2021. Ainda assim, \u00e9 v\u00e1lido lembrar que os pequenos menores de 4 anos podem se afogar em recipientes com at\u00e9 2,5 cm de \u00e1gua. Por isso, al\u00e9m dos cuidados com as piscinas, como a prote\u00e7\u00e3o com cercas e port\u00e3o com cadeado ou trava de seguran\u00e7a, \u00e9 preciso aten\u00e7\u00e3o com banheiras, bacias e baldes, que devem ser guardados vazios e virados para baixo. E, claro, nunca deixe crian\u00e7as sozinhas dentro ou perto da \u00e1gua, nem por um segundo!<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"Como prevenir os\u00a05 acidentes\u00a0mais perigosos\u00a0com crian\u00e7as","post_excerpt":"Pesquisa da ONG Aldeias Infantis SOS mostrou que cresceu o n\u00famero de crian\u00e7as internadas por acidentes em 2021; veja as principais medidas para evit\u00e1-los","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"como-prevenir-os-5-acidentes-mais-perigosos-com-criancas","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-09-09 08:55:11","post_modified_gmt":"2022-09-09 11:55:11","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64723","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64666,"post_author":"4","post_date":"2022-08-30 17:24:27","post_date_gmt":"2022-08-30 20:24:27","post_content":"\n
O n\u00famero de crian\u00e7as e adolescentes que se internaram<\/a>, em 2021, devido a acidentes, aumentou em compara\u00e7\u00e3o com 2020. Foram 110.341 casos de interna\u00e7\u00f5es no ano passado, na faixa et\u00e1ria de 0 a 14 anos, segundo pesquisa da ONG Aldeias Infantis SOS e do Instituto Bem Cuidar. O n\u00famero revela um crescimento de 5,3% em rela\u00e7\u00e3o ao ano anterior. <\/p>\n\n\n\n
As quedas foram a principal causa das interna\u00e7\u00f5es<\/a>, sendo respons\u00e1veis por 44% das ocorr\u00eancias, seguidas pelas queimaduras, 19%, acidentes de tr\u00e2nsito, 10%, e intoxica\u00e7\u00f5es, 5%. Em m\u00e9dia, 302 crian\u00e7as foram hospitalizadas<\/a>, por dia, por conta de algum acidente em 2021, segundo o estudo feito com informa\u00e7\u00f5es do Datasus, do Minist\u00e9rio da Sa\u00fade.<\/p>\n\n\n\n
\u201cChama muito a aten\u00e7\u00e3o, por exemplo, que a maior causa de interna\u00e7\u00e3o seja a queda<\/a>, pois a gente sabe que h\u00e1 medidas para evitar isso. \u00c9 preciso colocar tela em janelas e sacadas<\/a>, evitar deixar m\u00f3veis pr\u00f3ximo a janelas, enfim, uma s\u00e9rie de dicas que s\u00e3o importantes para que pais e adultos estejam munidos dessas informa\u00e7\u00f5es para evitar os acidentes\u201d, afirmou Erika Tonelli, especialista em Entornos Seguros e Protetores da Aldeias Infantis SOS.\u00a0<\/p>\n\n\n\n
Erika lembra que, embora os acidentes fa\u00e7am parte da vida das crian\u00e7as enquanto est\u00e3o se desenvolvendo e experienciando o mundo, a maioria deles poderiam ser evitados. \u201cAt\u00e9 90% dos acidentes poderiam ser prevenidos com medidas simples. Os pais e familiares devem estar sempre atentos aos ambientes - n\u00e3o s\u00f3 aos dom\u00e9sticos, mas tamb\u00e9m espa\u00e7os comunit\u00e1rios, parques, escolas e todos os lugares que as crian\u00e7as frequentam -, para perceber quais riscos existem e se \u00e9 preciso tomar alguma medida ou ter um olhar mais cuidadoso para elas\u201d, ressalta a especialista.<\/p>\n\n\n\n
Apesar do aumento geral dos acidentes, constatou-se que em 2021 os casos envolvendo afogamento diminu\u00edram<\/a> em 2% e sufoca\u00e7\u00e3o em 6%, quando comparado ao ano anterior.  <\/p>\n\n\n\n
O estudo tamb\u00e9m ressalta que, apesar do aumento no volume de interna\u00e7\u00f5es, os n\u00fameros de 2021 s\u00e3o menores que no per\u00edodo anterior \u00e0 pandemia. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong> <\/p>\n\n\n\n\n\n
Tipos de acidentes por idade <\/h2>\n\n\n\n
Segundo o levantamento, a faixa et\u00e1ria de 5 a 9 anos de idade \u00e9 a mais atingida pelas quedas e a que mais sofreu hospitaliza\u00e7\u00f5es em 2021 - representando 35,1% dos internados por acidentes. As crian\u00e7as com idade de 10 a 14 anos tamb\u00e9m tiveram um n\u00famero alto de interna\u00e7\u00f5es (34,2%), sendo igualmente as quedas a causa mais comum. <\/p>\n\n\n\n
J\u00e1 na faixa et\u00e1ria de 1 a 4 anos, que representa 25,6% das intera\u00e7\u00f5es, intoxica\u00e7\u00e3o e queimaduras est\u00e3o entre os principais acidentes. Menores de 1 ano representaram 5,2% das interna\u00e7\u00f5es, motivadas por acidentes como sufoca\u00e7\u00e3o, mas tamb\u00e9m queimaduras, afogamento, intoxica\u00e7\u00e3o e quedas. <\/p>\n\n\n\n
Erika relata que dependendo da faixa et\u00e1ria, a preval\u00eancia dos acidentes vai sendo alterada. Os beb\u00eas de at\u00e9 1 ano t\u00eam um n\u00famero maior de casos de sufoca\u00e7\u00e3o, porque s\u00e3o crian\u00e7as que levam coisas \u00e0 boca. J\u00e1 a intoxica\u00e7\u00e3o tem um n\u00famero bastante alto entre 1 e 4 anos, depois vem a queda, com crian\u00e7as acima de 5 anos, que exploram mais o ambiente e est\u00e3o mais expostas ao mundo externo. \"Mas isso n\u00e3o quer dizer que a gente n\u00e3o deva estar atento \u00e0s demais causas de acidentes. Mesmo a queimadura pode ser comum nos beb\u00eas durante o banho, por exemplo\u201d, explica a porta-voz da Aldeias Infantis SOS. <\/p>\n\n\n\n
Principais causas de acidentes com crian\u00e7as (0 a 14 anos)*<\/h2>\n\n\n\n
Quedas - 44%<\/li>
Queimaduras 19%<\/li>
Tr\u00e2nsito - 10%<\/li>
Intoxica\u00e7\u00f5es - 5% <\/li><\/ul>\n\n\n\n
Acidentes mais comuns por faixa et\u00e1ria<\/h2>\n\n\n\n
0 a 1 ano - Sufoca\u00e7\u00e3o<\/li>
1 a 4 anos - Intoxica\u00e7\u00e3o<\/li>
5 a 9 anos - Quedas<\/li>
10 a 14 anos - Quedas<\/li><\/ul>\n\n\n\n
*N\u00fameros consolidados pela ONG Aldeias Infantis SOS, a partir da base de dados Datasus, do Minist\u00e9rio da Sa\u00fade.<\/em><\/p>\n\n\n\n
Quedas e queimaduras<\/h2>\n\n\n\n
Os registros de quedas no Datasus incluem tanto acidentes ocorridos em casa, quanto em ambientes externos, como playgrounds e parques. Segundo Erika, n\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel afirmar qual tipo de queda \u00e9 a mais comum, mas ela avalia que tanto o maior tempo dentro de casa, durante a pandemia, quanto o incentivo \u00e0s atividades ao ar livre, ap\u00f3s o per\u00edodo de isolamento social, podem ter contribu\u00eddo para esse tipo de acidente.<\/p>\n\n\n\n
J\u00e1 em rela\u00e7\u00e3o \u00e0s queimaduras, ela diz que percebeu um leve aumento de casos, principalmente, devido ao uso recorrente de \u00e1lcool e \u00e1lcool em gel, como forma de prote\u00e7\u00e3o contra a Covid, e possivelmente tamb\u00e9m pelo uso maior de formas alternativas de combust\u00edvel na cozinha, como carv\u00e3o, \u00f3leo e querosene, devido \u00e0 piora da condi\u00e7\u00e3o econ\u00f4mica de grande parte das fam\u00edlias brasileiras. <\/p>\n\n\n\n
\u201cMesmo alimentos quentes em cima da mesa, a crian\u00e7a pode puxar e eles virarem em cima dela. \u00c9 importante tamb\u00e9m evitar tomar bebidas quentes com o filho no colo e estar atento ao risco de choque el\u00e9trico com ferro de passar roupa, com o uso do celular enquanto carrega e com instala\u00e7\u00f5es el\u00e9tricas da casa\u201d, destaca Erika.  <\/p>\n\n\n\n
Para a especialista, a precariza\u00e7\u00e3o das condi\u00e7\u00f5es de trabalhos e a exaust\u00e3o de alguns cuidadores tamb\u00e9m podem ser fatores que interferiram nos cuidados com as crian\u00e7as. Al\u00e9m disso, existe o fato de muitas delas ficarem sozinhas em casa, sem a supervis\u00e3o de um adulto, o que contribui ainda mais para o aumento de acidentes. <\/p>\n\n\n\n
Dados mostram que 1 a cada 4 crian\u00e7as acidentadas fica com sequelas permanentes durante toda a vida.<\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
\u201cQuando falamos de interna\u00e7\u00f5es, n\u00e3o \u00e9 algo simples como ralar o joelho ou cair da bicicleta, s\u00e3o causas graves e isso gera um custo tanto para o sistema de sa\u00fade quanto para a fam\u00edlia, al\u00e9m, claro, do impacto psicol\u00f3gico e emocional na crian\u00e7a\u201d, pontua Erika.<\/p>\n\n\n\n
Principais causas de mortes de crian\u00e7as por acidentes em 2020<\/h2>\n\n\n\n
Em rela\u00e7\u00e3o ao n\u00famero de mortes de crian\u00e7as por acidentes, Erika explicou que os dados mais recentes fornecidos pelo Datasus s\u00e3o de 2020, quando 3.117 crian\u00e7as de at\u00e9 14 anos de idade perderam a vida. Apesar de o tr\u00e2nsito continuar sendo a principal causa das fatalidades com 30% do total, os afogamentos e casos de sufoca\u00e7\u00e3o tamb\u00e9m registraram marcas preocupantes, com 27% e 22%, respectivamente. <\/p>\n\n\n\n
Mortes de crian\u00e7as por acidentes - 2020 <\/h3>\n\n\n\n
Tr\u00e2nsito - 30%<\/li>
Afogamentos - 27%<\/li>
Sufoca\u00e7\u00e3o - 22%<\/li><\/ul>\n\n\n\n
Apesar disso, se comparado com 2019, o n\u00famero de \u00f3bitos recuou 2%, sendo a maior redu\u00e7\u00e3o em sufoca\u00e7\u00e3o, com queda de 14%. Por outro lado, fatalidades envolvendo intoxica\u00e7\u00f5es e quedas seguiram o caminho inverso e aumentaram respectivamente 23% e 12% cada uma. Sob a \u00f3tica da faixa et\u00e1ria, crian\u00e7as de 1 a 4 anos concentram a maior taxa de mortalidade por acidentes no Brasil (32%).<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"Aumentam as interna\u00e7\u00f5es de crian\u00e7as por acidentes","post_excerpt":"Mais de 110 mil crian\u00e7as foram internadas em 2021, segundo pesquisa da ONG Aldeias Infantis SOS, devido a quedas, queimaduras e acidentes de tr\u00e2nsito, entre outras causas","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"aumentam-as-internacoes-de-criancas-por-acidentes","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-09-05 10:23:46","post_modified_gmt":"2022-09-05 13:23:46","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64666","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64515,"post_author":"4","post_date":"2022-08-25 23:30:00","post_date_gmt":"2022-08-26 02:30:00","post_content":"\n
\u201cDe boa, passo muito tempo da minha vida no quarto. T\u00e1 ligado? \u00c9 um canto s\u00f3 meu. No quarto, j\u00e1 fiz tudo. Tamb\u00e9m j\u00e1 pensei em fazer besteira.\u201d  <\/em><\/p>\n\n\n\n
\"Fico mais tempo do que no resto da casa. S\u00f3 saio pra comer, saca? Tem dia que nem pra comer. Ningu\u00e9m me pergunta nada. S\u00f3 ficaram mais preocupados, minha m\u00e3e e meu pai, quando a professora falou que me cortei.\"<\/em><\/p>\n\n\n\n
Relatos como esses fazem parte dos depoimentos que o pesquisador Hugo Monteiro Ferreira colheu para um estudo sobre o cotidiano de crian\u00e7as e adolescentes brasileiros<\/a> marcados pelo adoecimento emocional e mental<\/a>. <\/p>\n\n\n\n
S\u00e3o jovens na faixa et\u00e1ria de 11 a 18 anos de idade, que passam cerca de seis horas por dia dentro de seus quartos, geralmente conectados \u00e0s redes sociais<\/a>, e com s\u00e9rios problemas de conviv\u00eancia entre os seus pares<\/a> e tamb\u00e9m com os adultos com os quais convivem.\u00a0De modo geral, s\u00e3o pessoas que pertencem a uma classe social mais favorecida.<\/p>\n\n\n\n
Hugo os definiu como \u201ca gera\u00e7\u00e3o do quarto\u201d. V\u00edtimas de bullying, cyberbullying e outras viol\u00eancias<\/a>, geralmente na escola, eles vivenciam nesse c\u00f4modo da casa diversas formas de sofrimento - de transtornos alimentares a ansiedade, depress\u00e3o e at\u00e9 mesmo suic\u00eddio<\/a>. <\/p>\n\n\n\n
\u201cA gera\u00e7\u00e3o do quarto adverte-nos que as fam\u00edlias e as escolas precisam \"escutar\" meninos e meninas e rever posturas e procedimentos, bem como formas de educar e jeitos de orientar\u201d, afirma Hugo, no livro \u201cA gera\u00e7\u00e3o do quarto - quando as crian\u00e7as nos ensinam a amar\u201d. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
A obra \u00e9 fruto de uma pesquisa que ouviu 3.115 crian\u00e7as e adolescentes, de escolas p\u00fablicas e, principalmente, privadas, de cinco capitais do pa\u00eds. \u00c9 um grupo que retrata nitidamente os jovens da sociedade contempor\u00e2nea. \"Tenho retornos de professores e professoras que me diziam: \"olha isso que voc\u00ea disse acontece exatamente assim na minha escola\", afirmou Hugo. <\/p>\n\n\n\n
Segundo ele, a fragilidade dessa gera\u00e7\u00e3o revela a fragilidade dos pais e das m\u00e3es. \u201cN\u00e3o s\u00e3o s\u00f3 as crian\u00e7as e os adolescentes que est\u00e3o no quarto \u2014 os adultos tamb\u00e9m est\u00e3o. O quarto \u00e9 a met\u00e1fora da fam\u00edlia que n\u00e3o dialoga, mas grita; da escola que n\u00e3o acolhe, mas exige o desempenho das notas\u201d, afirma Humberto da Silva Miranda, doutor em Hist\u00f3ria das Inf\u00e2ncias, no pref\u00e1cio do livro. <\/p>\n\n\n\n
$\"\"$
Hugo Monteiro Ferreira<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n
A seguir, leia a entrevista que o autor concedeu \u00e0 Canguru News<\/strong>. Hugo \u00e9 professor do departamento de Educa\u00e7\u00e3o e do Programa de P\u00f3s-Gradua\u00e7\u00e3o em Educa\u00e7\u00e3o, Culturas e Identidades, ambos da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Na mesma institui\u00e7\u00e3o, ele coordena o N\u00facleo do Cuidado Humano e o Grupo de Estudos da Transdisciplinaridade, da Inf\u00e2ncia e da Juventude (GETIJ).<\/p>\n\n\n\n
Qual o perfil da gera\u00e7\u00e3o do quarto?<\/h2>\n\n\n\n
S\u00e3o crian\u00e7as e adolescentes, entre 11 e 16 anos, que passam mais de 6 horas por dia dentro do quarto, usando excessivamente as redes sociais digitais, e j\u00e1 sofreram algum tipo de viol\u00eancia, como bullying e cyberbullying, geralmente ocorrida na escola. Eles t\u00eam sintomatologias de psicopatologias as mais diversas, com predomin\u00e2ncia para depress\u00e3o, transtornos obsessivos compulsivos, transtornos alimentares, com predomin\u00e2ncia de anorexia e bulimia, transtorno de ansiedade, uso abusivo de \u00e1lcool, de maconha ou drogas qu\u00edmicas e dist\u00farbios de sono. E no campo da autodestrui\u00e7\u00e3o, praticam a autoles\u00e3o, sem inten\u00e7\u00e3o suicida, e alguns t\u00eam idea\u00e7\u00e3o suicida e tentaram suic\u00eddio mais de uma vez, esse \u00e9 o perfil da gera\u00e7\u00e3o do quarto.<\/p>\n\n\n\n
Como foi feita a pesquisa?<\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa foi feita entre 2017 e 2019, com alunos de escolas p\u00fablicas e privadas de cinco capitais brasileiras \u2014 Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Macei\u00f3 e Natal. Inicialmente, foi aplicado um question\u00e1rio online para 3.115 crian\u00e7as e adolescentes, e a partir das respostas foi feito um recorte com 238 jovens, dos quais a grande maioria, 70%, s\u00e3o de escolas privadas, e fazem parte da classe m\u00e9dia e classe m\u00e9dia alta. Os resultados mostraram que 75% dos 3.115 alunos est\u00e3o com a sa\u00fade mental abalada, embora nem todos apresentem sintomatologia psicopatol\u00f3gica. N\u00e3o publiquei nenhum artigo sobre o estudo porque desde o in\u00edcio tive a inten\u00e7\u00e3o de fazer um livro, que ficou pronto em 2020. De l\u00e1 para c\u00e1, a obra passou por revis\u00f5es, sendo publicada agora, em 2022. Ressalto que a gera\u00e7\u00e3o do quarto n\u00e3o foi criada na pandemia, mas sofreu na pandemia duas vezes mais pela situa\u00e7\u00e3o de vulnerabilidade em que se encontrava. <\/p>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 um retrato da juventude brasileira? <\/h2>\n\n\n\n
Eu fiz um recorte, mas todas as pessoas que mantiveram contato comigo e n\u00e3o estiveram no recorte da pesquisa se identificaram com ela. Tenho retornos de professores e professoras que me diziam: \"olha isso que voc\u00ea disse acontece exatamente assim na minha escola\". As pessoas se identificam porque tem uma verossimilhan\u00e7a. Muitas dizem: \"ah, tenho um filho, uma filha, que tamb\u00e9m est\u00e1 no quarto\". Se voc\u00ea for em qualquer escola, infelizmente ir\u00e1 encontrar algo semelhante.<\/p>\n\n\n\n
Como entender os problemas que essa gera\u00e7\u00e3o enfrenta, quais s\u00e3o suas origens?<\/h2>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 forjada, criada dentro de casa, \u00e9 a fam\u00edlia quem cria essa gera\u00e7\u00e3o, n\u00e3o \u00e9 a escola, a escola ajuda a manter, a fazer a manuten\u00e7\u00e3o do sofrimento, mas a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 produto de uma fam\u00edlia no quarto tamb\u00e9m, uma fam\u00edlia isolada, adoecida, de pouco di\u00e1logo, violenta. A viol\u00eancia num sentido amplo, n\u00e3o s\u00f3 f\u00edsica, psicol\u00f3gica, mas uma viol\u00eancia simb\u00f3lica, h\u00e1 muito movimento de viol\u00eancia dentro dessas casas. A viol\u00eancia simb\u00f3lica se expressa nas nuances, na organiza\u00e7\u00e3o, no establishment<\/em>, c\u00f3digos de comportamentos. Por exemplo, entrevistei meninos de 15, 16 anos, que eram gays, e na casa havia uma esp\u00e9cie de heteronormatividade, n\u00e3o era dito isso, mas havia a heteronormatividade como conduta, regra. \u00c9 isso que temos visto dentro dessas fam\u00edlias, s\u00e3o fam\u00edlias um tanto quanto provocativas e provocadoras dessa viol\u00eancia simb\u00f3lica. <\/p>\n\n\n\n
\u00c9 uma situa\u00e7\u00e3o muito preocupante, n\u00e3o? <\/h2>\n\n\n\n
A experi\u00eancia do quarto \u00e9 terr\u00edvel, porque n\u00e3o \u00e9 uma esp\u00e9cie de ref\u00fagio para aquietar mente, \u00e9 uma experi\u00eancia de ansiedade da mente, uma mente com probabilidades das mais diversas. <\/p>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 violentada, ela tamb\u00e9m vai violentar. \u00c9 importante observar isso. <\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Eu me preocupo muito porque parece que a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 meio que uma matriz de pequenos e pequenas curingas, do personagem do Batman. N\u00f3s estamos formando gera\u00e7\u00f5es violentas, e essa viol\u00eancia pode ser contra si, os \u00edndices de suic\u00eddio na adolesc\u00eancia n\u00e3o s\u00e3o m\u00ednimos. No Brasil, infelizmente, desde 2016, que eles aumentam, mas n\u00f3s tamb\u00e9m temos criado pessoas, em pa\u00edses como os Estados Unidos, que quando t\u00eam acesso a armas, criam e organizam massacres como esses que vimos nas escolas americanas. O perfil e a biografia desses adolescentes se assemelha \u00e0 gera\u00e7\u00e3o do quarto. \u00c9 preocupante, porque n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 o adoecimento ps\u00edquico, mas \u00e9 a produ\u00e7\u00e3o de uma comunidade psiquicamente adoecida, que tem na viol\u00eancia a gram\u00e1tica da sua sintaxe comunicacional, ou seja, a socializa\u00e7\u00e3o \u00e9 violenta.<\/p>\n\n\n\n
Muitas vezes, \u00e9 poss\u00edvel que voc\u00ea tenha pessoas que acham que s\u00e3o excelentes m\u00e3es e pais, mas que imprimem uma norma, uma conduta, um modelo que impede que o outro seja o que pode ser. Vi muito isso, adolescentes dizendo \u201ceu n\u00e3o consigo, para minha m\u00e3e nem para o meu pai, ser o que realmente sou, o que realmente gosto, tenho que mentir, me fazer ser o que n\u00e3o sou, criar um perfil falso\u201d. A viol\u00eancia simb\u00f3lica est\u00e1 muito nesse campo, no religioso, al\u00e9m da viol\u00eancia f\u00edsica e psicol\u00f3gica.<\/p>\n\n\n\n
<\/p>\n\n\n\n
H\u00e1 caracter\u00edsticas em comum entre os pais dessa gera\u00e7\u00e3o?<\/h2>\n\n\n\n
S\u00e3o pessoas que aprenderam com os modelos anteriores como devem proceder, como educar e como deve ser a rela\u00e7\u00e3o entre pais e filhos, e eles terminam agindo em nome desse bem-estar. Eles querem o bem dos filhos, n\u00e3o desejam o mal, mas \u00e9 um bem meio que projetado, n\u00e3o \u00e9 um bem presente, \u00e9 o bem do amanh\u00e3. Eu quero que meu filho esteja bem, mas para isso ele precisa seguir uma regra, uma norma, uma conduta, um padr\u00e3o, uma organiza\u00e7\u00e3o. Se ele n\u00e3o segue, eu n\u00e3o consigo ser m\u00e3e, pai dele, n\u00e3o consigo estabelecer uma rela\u00e7\u00e3o afetiva, de di\u00e1logo, e come\u00e7o a entrar em conflito.<\/p>\n\n\n\n
S\u00e3o pais que rejeitam os filhos? <\/h2>\n\n\n\n
Essa gera\u00e7\u00e3o mostra que os pais, se n\u00e3o h\u00e1 um modelo estabelecido, eles n\u00e3o se disp\u00f5em a aprender com o que eles veem na realidade, \u00e9 quase que um filho abstrato. Quando o filho real come\u00e7a a emergir e mostrar suas caracter\u00edsticas, os pais come\u00e7am a estranhar aquilo e n\u00e3o entram em processo de di\u00e1logo, se afastam. \u00c9 esse afastamento, esse vazio, que cria a gera\u00e7\u00e3o do quarto. Por isso afirmo que \u00e9 na matriz familiar que a gera\u00e7\u00e3o \u00e9 gerada, quer dizer, os pais n\u00e3o conseguem observar, de modo geral, a emerg\u00eancia dos humanos que eles mesmos criaram. Eles t\u00eam o humano projetado, \u00e9 quase um molde de um humano. Quando vem uma orienta\u00e7\u00e3o sexual ou um g\u00eanero que n\u00e3o \u00e9 norma, causa um impacto. <\/p>\n\n\n\n
Claro que \u00e9 menos impactante quando o filho diz que n\u00e3o quer ser m\u00e9dico, mas sim ator, pode haver resist\u00eancia mas n\u00e3o t\u00e3o intensa como quando voc\u00ea diz que \u00e9 gay, isso causa um embara\u00e7o. Mas n\u00e3o gosto de condenar os pais e as m\u00e3es, porque acho que eles est\u00e3o envolvidos nesse processo, eles querem acertar, ao menos, os que t\u00eam paternagem e maternagem, que chamo de esp\u00edrito de pai e m\u00e3e. Os que n\u00e3o t\u00eam, esses simplesmente geram os filhos, est\u00e3o ali numa esp\u00e9cie de playground de criar filhos. Mas os que t\u00eam paternagem, eles v\u00e3o tentando encontrar e conseguem, ent\u00e3o nesse caso, essa fissura, esse vazio que se abriu \u00e9 reduzido e a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 compreendida. <\/p>\n\n\n\n
Os pais sabem que t\u00eam um problema em casa?<\/h2>\n\n\n\n
Eles n\u00e3o t\u00eam conhecimento, porque a gera\u00e7\u00e3o do quarto cognitivamente n\u00e3o tem problema com boletim escolar. Essa gera\u00e7\u00e3o chega na universidade. Essa causa-consequ\u00eancia que a gente confabulou e afirmou tantas vezes que, por exemplo, vai ter problemas na escola, no rendimento escolar, n\u00e3o \u00e9 um sinal, a gera\u00e7\u00e3o do quarto tem um boletim escolar azul,<\/strong> e os pais n\u00e3o percebem. Eles acham que faz parte da vida estar no quarto.<\/strong> Muitos me dizem isso, \u201cah mas meu filho est\u00e1 no quarto j\u00e1 h\u00e1 tanto tempo que nem me dava conta\u201d. Eles come\u00e7am a se dar conta quando a crian\u00e7a ou o adolescente come\u00e7a a se cortar, quando come\u00e7am a gritar em sil\u00eancio, a\u00ed os pais alertam, mas at\u00e9 ent\u00e3o, n\u00e3o. Chamam para jantar, quando conseguem, lembrando que pais contempor\u00e2neos vivem muito fora de casa, trabalham muito, com finalidade de dar um futuro para os filhos.  <\/p>\n\n\n\n
Ou seja, o esfor\u00e7o dos pais para garantir uma boa estrutura familiar acaba por distanci\u00e1-los dos filhos?<\/h2>\n\n\n\n
\u00c9 a alternativa que se deu para a fam\u00edlia. Num pa\u00eds de mais de 210 milh\u00f5es de pessoas, n\u00e3o \u00e9 todo mundo que para e reflete sobre o que \u00e9 ser uma fam\u00edlia. Para os que est\u00e3o abaixo da linha da mis\u00e9ria tem que pensar muito como se recupera. H\u00e1 uma quest\u00e3o importante: o fen\u00f4meno da gera\u00e7\u00e3o do quarto se d\u00e1 em todas as classes sociais, mas as estrat\u00e9gias trabalhadas mudam. Tem muitas pessoas que usam a gravidez, por exemplo, como forma de sair de uma situa\u00e7\u00e3o socioecon\u00f4mica. Engravidar pode ser uma esp\u00e9cie de promo\u00e7\u00e3o social, ou seja, o problema \u00e9 o mesmo, a dor ps\u00edquica \u00e9 a mesma, mas a maneira de lidar com ela \u00e9 diferente. <\/p>\n\n\n\n
Os jovens n\u00e3o se abrem com os pais, mas n\u00e3o se opuseram a falar com voc\u00ea?<\/h2>\n\n\n\n
Talvez o que favorece para um pesquisador como eu \u00e9 me dispor a escutar sem condenar, sem julgamento. Eu escuto para acolher e esse talvez seja um potencial que a gente possa ensinar aos pais e \u00e0s m\u00e3es, para que o filho diga o que pensa, o que acha, o que gosta e n\u00e3o gosta, se sinta confort\u00e1vel em ser diferente dos pais. Acho que as fam\u00edlias escutam julgando, comparando e sentenciando demais. As crian\u00e7as, ao contr\u00e1rio do que as pessoas pensam, s\u00e3o muito sens\u00edveis, muito cr\u00edticas, elas conseguem responder perguntas, falar sobre sentimentos com quem elas se sentem confort\u00e1veis. Al\u00e9m disso, uma das t\u00e9cnicas que utilizei, o question\u00e1rio online, me trouxe muitas respostas, porque tinha perguntas abertas. Alguns dos depoimentos que apresento no livro eu n\u00e3o ouvi, eu li. Quando n\u00e3o tenho que dizer meu nome, quem eu sou, de onde sou, qual minha idade, me sinto mais livre para falar, pedir ajuda. Foram esses depoimentos que me causaram impacto e me fizeram depois entrevistar o grupo menor por meio de rodas de conversa. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Qual o papel da escola nesse contexto?<\/h2>\n\n\n\n
Eu sou um profissional e defensor da escola, a escola para mim \u00e9 uma grande inven\u00e7\u00e3o social, cumpre papel de forma\u00e7\u00e3o, de complementaridade, sobretudo no campo do que chamamos de conhecimento cient\u00edfico. Ela tamb\u00e9m tem um papel social, porque trabalha com pessoas, organiza\u00e7\u00f5es, institui\u00e7\u00f5es, mas ela precisa ser revisitada e reformulada nos seus objetivos matriciais. A escola n\u00e3o pode querer exclusivamente formar do ponto vista cognitivo. Isso \u00e9 um equ\u00edvoco que se manifesta sobretudo nessas escolas, que insistem num modelo de concorr\u00eancia, competi\u00e7\u00e3o, ranqueamento, na nota como resposta \u00e0 aprendizagem. S\u00e3o escolas desconectadas com grandes problemas contempor\u00e2neos, como a sobreviv\u00eancia do Planeta Terra. Temos um planeta amea\u00e7ado de desertifica\u00e7\u00e3o, de aus\u00eancia de comida, amea\u00e7ado no campo dos povos origin\u00e1rios, ent\u00e3o essas s\u00e3o preocupa\u00e7\u00f5es que a escola deve ter. <\/p>\n\n\n\n
Outra preocupa\u00e7\u00e3o \u00e9 a diversidade, temos uma sociedade que se mostra violenta com as minorias, racista e mis\u00f3gina. As mulheres sofrem muito nessa sociedade. A escola n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 para discutir f\u00f3rmulas qu\u00edmicas, biol\u00f3gicas, equa\u00e7\u00f5es matem\u00e1ticas, sintaxe da l\u00edngua. <\/p>\n\n\n\n
A escola \u00e9 para ajudar a usar o conhecimento cient\u00edfico na melhoria da qualidade de vida das pessoas, da minha e dos outros. <\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Ent\u00e3o se ela n\u00e3o faz isso, se insiste na concorr\u00eancia, em colocar aqueles que s\u00e3o bons e n\u00e3o s\u00e3o bons, os que s\u00e3o inteligentes e os que n\u00e3o s\u00e3o inteligentes, e ela tem insistido, ela ajuda a adoecer. \u00c9 o que digo no livro. <\/p>\n\n\n\n
O que dizer aos pais e m\u00e3es da gera\u00e7\u00e3o do quarto?<\/h2>\n\n\n\n
Os filhos e as filhas v\u00e3o precisar muito mesmo dos pais. Tem dois cen\u00e1rios, um \u00e9 ajudar meu filho a n\u00e3o entrar no quarto e o outro \u00e9 ajudar o filho que j\u00e1 est\u00e1 no quarto. No livro eu falo de cinco pilares: cuidado, autoconhecimento, conviv\u00eancia, dialogicidade e amorosidade. Trabalhar a fam\u00edlia e a escola a partir dessas sustenta\u00e7\u00f5es \u00e9 preventivo, mas pode servir tamb\u00e9m para situa\u00e7\u00f5es de pessoas que j\u00e1 est\u00e3o adoecidas, neste caso, associado ao acompanhamento de um profissional da sa\u00fade mental - psic\u00f3logo, psiquiatra, psicanalista, a depender do caso.<\/p>\n\n\n\n
O pilar do cuidado<\/strong> trata sobre a import\u00e2ncia do cuidado consigo e do cuidado com o outro, o que implica tratar das quest\u00f5es relacionadas a respeito, compreens\u00e3o, conviv\u00eancia, uso abusivo de \u00e1lcool, relacionamentos abusivos, bullying, ciberbullying, uso excessivo de redes sociais digitais, entre outros aspectos.

O pilar do autoconhecimento<\/strong> trata sobre a biografia, a hist\u00f3ria de cada pessoa, a fam\u00edlia. Proponho um trabalho sobre ancestralidade, que a pessoa conhe\u00e7a sua hist\u00f3ria de vida, conhe\u00e7a seu pai, sua m\u00e3e, sua opini\u00e3o, seus gostos. Isso tem a ver com quem eu sou, do ponto de vista \u00e9tico, e vai me dar uma seguran\u00e7a para enfrentar aquilo que querem que eu seja. Eu sou isso, mas querem que eu seja aquilo. N\u00e3o escondo minhas fragilidades, sou amado, o que d\u00e1 seguran\u00e7a. N\u00e3o vou dizer para minha crian\u00e7a que a vida \u00e9 f\u00e1cil, um mar de rosas, que ela nunca vai encontrar desafios, mas vou ajud\u00e1-la e fortalec\u00ea-la para que ela possa enfrent\u00e1-los.<\/p>\n\n\n\n
No pilar da conviv\u00eancia<\/strong>, h\u00e1 uma rela\u00e7\u00e3o entre aprender a ser e aprender a conviver. Trato de situa\u00e7\u00f5es cotidianas que evocam reflex\u00f5es \u00e9ticas, morais e espirituais, para as quais a compaix\u00e3o, a empatia e a resili\u00eancia s\u00e3o habilidades necess\u00e1rias e essenciais. O exerc\u00edcio da dialogicidade<\/strong> \u00e9 realizado quando as pessoas aprendem a falar o que pensam e sentem, mas entendem que o que pensam e sentem n\u00e3o \u00e9 a \u00faltima palavra sobre a verdade. O pilar da amorosidade<\/strong> \u00e9 tratado com reflex\u00f5es e a\u00e7\u00f5es. As reflex\u00f5es geram as a\u00e7\u00f5es, e as a\u00e7\u00f5es n\u00e3o s\u00e3o realizadas de modo mec\u00e2nico. <\/p>\n\n\n\n
Os pais podem aprender com os filhos?<\/h2>\n\n\n\n
O livro n\u00e3o tem que ser uma pedra para atirar nos pais e na escola, tem que ser um acalanto. Eu acho que a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 t\u00e3o potente que nos possibilita reaprender a viver, tenho grande esperan\u00e7a na gera\u00e7\u00e3o do quarto, a mesma gera\u00e7\u00e3o que \u00e9 violenta me ensina novos modos de amor, n\u00e3o vejo a gera\u00e7\u00e3o como fracassada, que n\u00e3o deu certo, acho um absurdo dizer que \u00e9 uma gera\u00e7\u00e3o parasita, \"nem-nem\". Obviamente ela traz todas as mazelas, n\u00e3o foi a gera\u00e7\u00e3o do quarto que inventou o abuso do \u00e1lcool, a viol\u00eancia, esses foram c\u00f3digos sempre usados, mas a gera\u00e7\u00e3o do quarto est\u00e1 nos dando outras alternativas, como maior preocupa\u00e7\u00e3o sobre consumo, meio ambiente, empoderamento das meninas, orienta\u00e7\u00e3o \u00e0 quest\u00e3o de g\u00eanero. Essa gera\u00e7\u00e3o tem muita coisa a nos mostrar, n\u00e3o precisamos ter medo, podemos aprender com elas. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"A gera\u00e7\u00e3o do quarto: um retrato chocante da juventude brasileira","post_excerpt":"Ap\u00f3s ouvir mais de 3 mil crian\u00e7as e adolescentes que vivem experi\u00eancias traum\u00e1ticas em seus quartos, o pesquisador Hugo Monteiro Ferreira faz um alerta aos pais e \u00e0s escolas sobre a necessidade de mudar a forma de se relacionar com os jovens","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"a-geracao-do-quarto-o-retrato-chocante-da-juventude-brasileira","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-30 11:00:28","post_modified_gmt":"2022-08-30 14:00:28","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64515","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64369,"post_author":"4","post_date":"2022-08-23 10:54:43","post_date_gmt":"2022-08-23 13:54:43","post_content":"\n
De acordo com o Artigo 227<\/a> da Constitui\u00e7\u00e3o de 1988, as crian\u00e7as<\/a> devem ser prioridade absoluta em todas as decis\u00f5es, programas e pol\u00edticas p\u00fablicas<\/a>. Isso se torna mais relevante em ano de elei\u00e7\u00f5es, em que poderemos escolher, de forma democr\u00e1tica<\/a>, representantes<\/a> aos cargos de presidente da Rep\u00fablica, senadores, governadores, deputados federais e estaduais. <\/p>\n\n\n\n
O voto no Brasil \u00e9 obrigat\u00f3rio para todos aqueles acima de 18 anos, sendo facultativo para jovens com 16 e 17 anos, pessoas com mais de 70 anos e analfabetos. Crian\u00e7as e adolescentes<\/a> menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar<\/a>, mas isso n\u00e3o quer dizer que n\u00e3o devam estar inclu\u00eddos nos planos dos diferentes representantes pol\u00edticos. Muito pelo contr\u00e1rio.<\/p>\n\n\n\n
Diversos estudos j\u00e1 comprovaram que investir na primeira inf\u00e2ncia<\/a> \u00e9 a melhor maneira de reduzir desigualdades e construir uma sociedade com condi\u00e7\u00f5es sociais e ambientais sustent\u00e1veis.<\/p>\n\n\n\n
Cabe a n\u00f3s, adultos, escolher nas elei\u00e7\u00f5es candidatos que contemplem as crian\u00e7as em projetos e iniciativas diversas. Abaixo, veja 5 motivos que tornam urgente a valoriza\u00e7\u00e3o de projetos para a inf\u00e2ncia e juventude nas campanhas \u00e0s elei\u00e7\u00f5es de 2022. A lista \u00e9 do portal Lunetas, espa\u00e7o dedicado \u00e0 reflex\u00e3o sobre a inf\u00e2ncia, que recentemente lan\u00e7ou o especial \"Inf\u00e2ncias em foco: Quem vota pelas crian\u00e7as?\"<\/a>, um hub de informa\u00e7\u00e3o sobre pol\u00edtica e as inf\u00e2ncias. <\/p>\n\n\n\n
5 temas que envolvem as crian\u00e7as e que t\u00eam de estar previstos nas propostas dos candidatos \u00e0s elei\u00e7\u00f5es:<\/h2>\n\n\n\n
Fome<\/h3>\n\n\n\n
De acordo com um levantamento realizado pela Funda\u00e7\u00e3o Abrinq, cerca de 18,8 milh\u00f5es de meninos e meninas de at\u00e9 14 anos passam fome no Brasil. Essa inseguran\u00e7a alimentar traz preju\u00edzos grav\u00edssimos \u00e0s crian\u00e7as, afetando seu crescimento e o desenvolvimento f\u00edsico e cognitivo necess\u00e1rios para que consigam crescer de maneira saud\u00e1vel.<\/p>\n\n\n\n
Analfabetismo<\/h3>\n\n\n\n
H\u00e1 50 anos, a educa\u00e7\u00e3o infantil n\u00e3o era uma realidade no Brasil, no entanto, pol\u00edticas p\u00fablicas mudaram essa realidade. Ainda assim, nos \u00faltimos dois anos, o n\u00famero de crian\u00e7as de 6 e 7 anos que n\u00e3o sabem ler e escrever cresceu em 1 milh\u00e3o. Pensando no futuro e nos pr\u00f3ximos passos do Brasil relacionados \u00e0 educa\u00e7\u00e3o p\u00fablica, \u00e9 necess\u00e1rio eleger candidatos que queiram enfrentar as desigualdades sociais e lutar para que todas as crian\u00e7as e adolescentes tenham acesso \u00e0 educa\u00e7\u00e3o de qualidade.<\/p>\n\n\n\n
Trabalho Infantil<\/h3>\n\n\n\n
Atualmente, cerca de 2 milh\u00f5es de crian\u00e7as e adolescentes est\u00e3o em situa\u00e7\u00e3o de trabalho infantil no Brasil. Desse total, 66% s\u00e3o crian\u00e7as pretas ou pardas e 71% est\u00e3o na \u00e1rea urbana, de acordo com um levantamento divulgado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domic\u00edlios (PNAD Cont\u00ednua).<\/p>\n\n\n\n
Viol\u00eancia e explora\u00e7\u00e3o sexual<\/h3>\n\n\n\n
Entre 2016 e 2020, 35 mil crian\u00e7as e adolescentes, de 0 a 19 anos, foram mortos de forma violenta no Brasil e 180 mil sofreram viol\u00eancia sexual, segundo o Panorama da Viol\u00eancia Sexual contra crian\u00e7as e Adolescentes no Brasil, lan\u00e7ado pela Unicef e pelo F\u00f3rum Brasileiro de Seguran\u00e7a P\u00fablica (FBSP). Por isso, \u00e9 necess\u00e1rio eleger pessoas que tenham coragem para combater esse cen\u00e1rio e falar de assuntos como igualdade de g\u00eanero, empoderamento de meninas, viol\u00eancia sexual e femin\u00edcio.<\/p>\n\n\n\n
Moradia<\/h3>\n\n\n\n
Mais de 5 milh\u00f5es de pessoas ainda residem em domic\u00edlios sem banheiros ou sanit\u00e1rios de uso exclusivo e 9,7 milh\u00f5es vivem em condi\u00e7\u00f5es de adensamento excessivo, com mais de tr\u00eas moradores para cada dormit\u00f3rio. Este \u00e9 um assunto que n\u00e3o deve ser ignorado, j\u00e1 que todas as crian\u00e7as precisam de acesso \u00e0 moradia para viver com dignidade e poder se desenvolver em outras \u00e1reas, como lazer, educa\u00e7\u00e3o e sa\u00fade.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]  <\/p>\n","post_title":"5 motivos para priorizar as crian\u00e7as nas elei\u00e7\u00f5es de 2022","post_excerpt":"Crian\u00e7as e adolescentes menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar, mas s\u00e3o parcela importante da popula\u00e7\u00e3o e t\u00eam de estar contemplados nos projetos dos diferentes atores governamentais","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"5-motivos-para-priorizar-as-criancas-nas-eleicoes-de-2022","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-25 18:52:13","post_modified_gmt":"2022-08-25 21:52:13","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64369","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64334,"post_author":"4","post_date":"2022-08-22 15:14:51","post_date_gmt":"2022-08-22 18:14:51","post_content":"\n
O n\u00famero de crian\u00e7as e adolescente<\/a>s conectados \u00e0 internet cresceu nos \u00faltimos anos. Segundo o estudo TIC Kids Online Brasil 2021<\/a>, rec\u00e9m-divulgado, 93% ou 22,3 milh\u00f5es das crian\u00e7as e dos adolescentes<\/a> no pa\u00eds acessaram a web<\/a> em 2021, sendo que em 2019 esse percentual era de 89%. O crescimento foi impulsionado principalmente pela maior propor\u00e7\u00e3o de usu\u00e1rios na regi\u00e3o Nordeste e nas \u00e1reas rurais. <\/p>\n\n\n\n
O uso de redes sociais <\/a>pelas crian\u00e7as tamb\u00e9m tem se elevado, sendo a plataforma Tik Tok<\/a> a mais utilizada (34%), seguida pelo Instagram (33%). No Facebook, houve queda no uso de 66% para 51% no per\u00edodo citado. J\u00e1 o WhatsApp segue como a plataforma em que crian\u00e7as e adolescentes mais possuem perfil (foi de 70% em 2018 para 80% em 2021), e \u00e9 a mais difundida entre todos os estratos sociais.<\/p>\n\n\n\n
A pesquisa, conduzida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informa\u00e7\u00e3o (Cetic.br) do N\u00facleo de Informa\u00e7\u00e3o e Coordena\u00e7\u00e3o do Ponto BR (NIC.br), entrevistou 2.651 crian\u00e7as e adolescentes com idades entre 9 e 17 anos, bem como seus pais ou respons\u00e1veis, em todo o territ\u00f3rio nacional. As entrevistas aconteceram entre outubro de 2021 e mar\u00e7o de 2022, com a finalidade de investigar oportunidades e riscos relacionados \u00e0 participa\u00e7\u00e3o online desse p\u00fablico. <\/p>\n\n\n\n
Segundo o levantamento, as crian\u00e7as tamb\u00e9m est\u00e3o passando mais tempo em jogos online - seja conectadas com outros jogadores (de 57% para 66%, entre 2021 e 2019) ou n\u00e3o conectadas a eles (de 55% para 64%) -, e fazendo mais compras no ambiente digital - cresceu de 9% para 19% no mesmo per\u00edodo. <\/p>\n\n\n\n
\"Plataformas de cria\u00e7\u00e3o e compartilhamento de conte\u00fado audiovisual est\u00e3o entre as mais utilizadas por crian\u00e7as e adolescentes. Nesse contexto, a qualidade da conex\u00e3o \u00e0 Internet e dos dispositivos digitais utilizados para o acesso \u00e0 rede passam a ser determinantes para o melhor aproveitamento de oportunidades online. \u00c9 central, portanto, garantir condi\u00e7\u00f5es equitativas de conectividade para crian\u00e7as e adolescentes em diferentes contextos socioecon\u00f4micos\", aponta Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br. <\/p>\n\n\n\n
A pesquisa TIC Kids Online <\/a>detectou, ainda, que o telefone celular segue como o principal meio de conex\u00e3o \u00e0 rede nos diferentes extratos sociais. Para 53%, o celular foi o \u00fanico dispositivo usado, realidade que se verificou mais presente nas classes DE (78%) e C (52%) do que nas classes AB (18%). <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Acesso a propagandas<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
Entre as atividades multim\u00eddia, as mais acessadas pelas crian\u00e7as s\u00e3o ouvir m\u00fasica (80%), assistir a v\u00eddeos, programas, filmes ou s\u00e9ries (84%), S\u00edtios de v\u00eddeos (67%) e redes sociais (61%) est\u00e3o entre as principais plataformas em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios de internet declaram ter visto propaganda de produtos ou marcas. Pessoas ensinando como usar algum produto (62%) e abrindo embalagens -- o chamado unboxing<\/em><\/strong> - (61%) foram os principais conte\u00fados de imagem ou v\u00eddeo em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios da rede tiveram contato com divulga\u00e7\u00e3o de produtos ou marcas. Entre as principais categorias de produtos ou marcas vistas no ambiente online<\/em> est\u00e3o: <\/p>\n\n\n\n
Equipamentos eletr\u00f4nicos (60%); <\/li>
Roupas e sapatos (60%); <\/li>
Comidas, bebidas ou doces (57%); <\/li>
Videogames ou jogos (46%); <\/li>
Maquiagem e outros produtos de beleza (46%).\u00a0<\/li><\/ul>\n\n\n\nBusca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e bem-estar<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa tamb\u00e9m constatou que 32% dos jovens entre 11 e 17 anos procuram ajuda para lidar com algo ruim que vivenciaram<\/strong>, ou para falar sobre suas emo\u00e7\u00f5es<\/strong> quando se sentiram tristes. <\/p>\n\n\n\n
Entre os temas mais procurados relacionados \u00e0 sa\u00fade est\u00e3o:<\/p>\n\n\n\n
Informa\u00e7\u00f5es sobre alimenta\u00e7\u00e3o (55%);
Preven\u00e7\u00e3o e tratamento de doen\u00e7as (38%);
Exerc\u00edcios e meios para ficar em forma (36%);
Informa\u00e7\u00f5es sobre medicamentos (22%);<\/li>
Discuss\u00f5es sobre sa\u00fade sexual e educa\u00e7\u00e3o sexual (21%).<\/li><\/ul>\n\n\n\n
\"A pesquisa busca levantar evid\u00eancias que contribuam para a promo\u00e7\u00e3o de direitos e do bem-estar de crian\u00e7as e adolescentes. Desse modo, para al\u00e9m das atividades presentes na s\u00e9rie hist\u00f3rica da pesquisa, o uso da rede na busca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e apoio emocional passou a ser um tema relevante de investiga\u00e7\u00e3o\", sinaliza Barbosa.<\/p>\n\n\n\n
\"Pesquisas como a TIC Kids Online Brasil s\u00e3o de extrema relev\u00e2ncia para entendermos o cen\u00e1rio atual e fortalecermos o letramento e inclus\u00e3o digital dos mais jovens, com mais seguran\u00e7a e qualidade, quest\u00f5es intr\u00ednsecas ao trabalho realizado pelo Comit\u00ea Gestor da Internet no Brasil\", pondera Jos\u00e9 Gontijo, coordenador do CGI.br.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
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Al\u00e9m da queda de altura, ambientes lisos e molhados, como o box do banheiro<\/strong>, pedem aten\u00e7\u00e3o, principalmente, de crian\u00e7as menores, que, durante o banho, devem ser supervisionadas por um adulto. Cama, sof\u00e1 e ber\u00e7o <\/strong>tamb\u00e9m s\u00e3o locais de quedas recorrentes. Os beb\u00eas, ainda que n\u00e3o tenham muita mobilidade, exigem cuidado especial, j\u00e1 que podem se machucar com gravidade ao cair desses lugares. Pais e respons\u00e1veis t\u00eam de se assegurar de que o beb\u00ea estar\u00e1 em seguran\u00e7a quando acordar, se n\u00e3o houver supervis\u00e3o no momento.<\/p>\n\n\n\n
2. Queimadura<\/h2>\n\n\n\n
Um dos ambientes da casa que oferece maior risco \u00e9 a cozinha, por isso mantenha a garotada longe do fog\u00e3o e procure cozinhar usando as bocas de tr\u00e1s, deixando os cabos das panelas virados sempre para dentro. O acesso ao g\u00e1s, \u00e0 porta do forno, \u00e0 \u00e1gua e \u00f3leo ferventes tamb\u00e9m pedem aten\u00e7\u00e3o. Outro cuidado importante: guarde f\u00f3sforos, \u00e1lcool e outros produtos inflam\u00e1veis em arm\u00e1rios trancados e longe do alcance das crian\u00e7as. O atendimento a queimaduras nunca deve ser feito em casa ou com receitas caseiras. <\/p>\n\n\n\n
O \u00e1lcool em gel<\/strong>, que se popularizou na pandemia, pode causar queimaduras em contato com o olho ou a boca, ou ainda, no caso de ingest\u00e3o, dependendo da quantidade, pode causar intoxica\u00e7\u00e3o. As embalagens desse produto devem ser deixadas longe do alcance das crian\u00e7as, para evitar o uso n\u00e3o supervisionado. A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) afirma que, para as crian\u00e7as, deve-se sempre que poss\u00edvel optar por usar \u00e1gua e sab\u00e3o na higieniza\u00e7\u00e3o das m\u00e3os, como prote\u00e7\u00e3o contra o coronav\u00edrus, deixando o uso do \u00e1lcool em gel para o uso fora de casa.<\/p>\n\n\n\n
3. Tr\u00e2nsito<\/h2>\n\n\n\n
Para prevenir acidentes, a orienta\u00e7\u00e3o \u00e9 que as crian\u00e7as andem nas ruas com supervis\u00e3o de um adulto at\u00e9 que demonstrem habilidade e capacidade de julgamento do tr\u00e2nsito, o que pode ocorrer a partir dos 10 anos de idade. Enquanto estiver caminhando na rua, segure sempre a m\u00e3o da crian\u00e7a, de forma firme e pelo pulso. N\u00e3o permita brincadeiras em locais que n\u00e3o s\u00e3o adequados, como entradas ou sa\u00eddas de garagens, quintais sem cerca, ruas ou estacionamentos.<\/p>\n\n\n\n
4. Intoxica\u00e7\u00e3o<\/h2>\n\n\n\n
Acidentes com medicamentos ou produtos t\u00f3xicos infelizmente s\u00e3o comuns. A intoxica\u00e7\u00e3o pela ingest\u00e3o, manipula\u00e7\u00e3o ou inala\u00e7\u00e3o pode ser perigosa e fatal, dependendo da \u00e1rea afetada e da toxicidade. \u00c9 importante explicar \u00e0s crian\u00e7as que os rem\u00e9dios devem ser tomados somente quando necess\u00e1rio, e evitar cham\u00e1-los por nomes de doces ou balas - alguns pais recorrem a essa t\u00e1tica para facilitar a administra\u00e7\u00e3o. Al\u00e9m disso, nunca medique sem orienta\u00e7\u00e3o m\u00e9dica ou por sugest\u00e3o de terceiros. <\/p>\n\n\n\n
Guarde as embalagens de produtos potencialmente t\u00f3xicos, como medicamentos, bebidas alco\u00f3licas, produtos de limpeza e pesticidas, logo ap\u00f3s a utiliza\u00e7\u00e3o, fora do alcance das crian\u00e7as. N\u00e3o use embalagens vazias para guardar produtos que podem ser t\u00f3xicos, mantenha-os sempre nas embalagens originais. N\u00e3o d\u00ea embalagens vazias desses produtos para as crian\u00e7as brincarem. Tampouco coloque produtos de uso dom\u00e9stico junto de alimentos e evite plantas t\u00f3xicas em casa ou no jardim, em locais de f\u00e1cil acesso para as crian\u00e7as.<\/p>\n\n\n\n
5. Sufoca\u00e7\u00e3o<\/h2>\n\n\n\n
Crian\u00e7as de at\u00e9 3 anos, que est\u00e3o na fase de experimentar o mundo e costumam levar tudo \u00e0 boca, s\u00e3o mais propensas a sofrerem acidentes relacionados \u00e0 sufoca\u00e7\u00e3o. A sufoca\u00e7\u00e3o ocorre quando h\u00e1 a cobertura total ou parcial do nariz e\/ou da boca, resultando na dificuldade ou impossibilidade de respirar. Entre beb\u00eas menores de um ano de idade, o risco de sufoca\u00e7\u00e3o \u00e9 muito alto devido a sua falta de capacidade de escaparem por si mesmos de uma situa\u00e7\u00e3o de perigo. A introdu\u00e7\u00e3o alimentar merece precau\u00e7\u00e3o e uma das orienta\u00e7\u00f5es \u00e9 n\u00e3o oferecer alimentos redondos e duros, como uva, amendoim ou outras castanhas e cenoura crua, al\u00e9m de cortar os alimentos em peda\u00e7os bem pequenos. Tamb\u00e9m \u00e9 importante aprender as manobras de desengasgo<\/a> para saber como agir nesse momento.<\/p>\n\n\n\n
Outros acidentes<\/h2>\n\n\n\n
Apesar do aumento geral dos acidentes, os casos envolvendo afogamento diminu\u00edram<\/a> em 2021. Ainda assim, \u00e9 v\u00e1lido lembrar que os pequenos menores de 4 anos podem se afogar em recipientes com at\u00e9 2,5 cm de \u00e1gua. Por isso, al\u00e9m dos cuidados com as piscinas, como a prote\u00e7\u00e3o com cercas e port\u00e3o com cadeado ou trava de seguran\u00e7a, \u00e9 preciso aten\u00e7\u00e3o com banheiras, bacias e baldes, que devem ser guardados vazios e virados para baixo. E, claro, nunca deixe crian\u00e7as sozinhas dentro ou perto da \u00e1gua, nem por um segundo!<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
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O n\u00famero de crian\u00e7as e adolescentes que se internaram<\/a>, em 2021, devido a acidentes, aumentou em compara\u00e7\u00e3o com 2020. Foram 110.341 casos de interna\u00e7\u00f5es no ano passado, na faixa et\u00e1ria de 0 a 14 anos, segundo pesquisa da ONG Aldeias Infantis SOS e do Instituto Bem Cuidar. O n\u00famero revela um crescimento de 5,3% em rela\u00e7\u00e3o ao ano anterior. <\/p>\n\n\n\n
As quedas foram a principal causa das interna\u00e7\u00f5es<\/a>, sendo respons\u00e1veis por 44% das ocorr\u00eancias, seguidas pelas queimaduras, 19%, acidentes de tr\u00e2nsito, 10%, e intoxica\u00e7\u00f5es, 5%. Em m\u00e9dia, 302 crian\u00e7as foram hospitalizadas<\/a>, por dia, por conta de algum acidente em 2021, segundo o estudo feito com informa\u00e7\u00f5es do Datasus, do Minist\u00e9rio da Sa\u00fade.<\/p>\n\n\n\n
\u201cChama muito a aten\u00e7\u00e3o, por exemplo, que a maior causa de interna\u00e7\u00e3o seja a queda<\/a>, pois a gente sabe que h\u00e1 medidas para evitar isso. \u00c9 preciso colocar tela em janelas e sacadas<\/a>, evitar deixar m\u00f3veis pr\u00f3ximo a janelas, enfim, uma s\u00e9rie de dicas que s\u00e3o importantes para que pais e adultos estejam munidos dessas informa\u00e7\u00f5es para evitar os acidentes\u201d, afirmou Erika Tonelli, especialista em Entornos Seguros e Protetores da Aldeias Infantis SOS.\u00a0<\/p>\n\n\n\n
Erika lembra que, embora os acidentes fa\u00e7am parte da vida das crian\u00e7as enquanto est\u00e3o se desenvolvendo e experienciando o mundo, a maioria deles poderiam ser evitados. \u201cAt\u00e9 90% dos acidentes poderiam ser prevenidos com medidas simples. Os pais e familiares devem estar sempre atentos aos ambientes - n\u00e3o s\u00f3 aos dom\u00e9sticos, mas tamb\u00e9m espa\u00e7os comunit\u00e1rios, parques, escolas e todos os lugares que as crian\u00e7as frequentam -, para perceber quais riscos existem e se \u00e9 preciso tomar alguma medida ou ter um olhar mais cuidadoso para elas\u201d, ressalta a especialista.<\/p>\n\n\n\n
Apesar do aumento geral dos acidentes, constatou-se que em 2021 os casos envolvendo afogamento diminu\u00edram<\/a> em 2% e sufoca\u00e7\u00e3o em 6%, quando comparado ao ano anterior.  <\/p>\n\n\n\n
O estudo tamb\u00e9m ressalta que, apesar do aumento no volume de interna\u00e7\u00f5es, os n\u00fameros de 2021 s\u00e3o menores que no per\u00edodo anterior \u00e0 pandemia. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong> <\/p>\n\n\n\n\n\n
Tipos de acidentes por idade <\/h2>\n\n\n\n
Segundo o levantamento, a faixa et\u00e1ria de 5 a 9 anos de idade \u00e9 a mais atingida pelas quedas e a que mais sofreu hospitaliza\u00e7\u00f5es em 2021 - representando 35,1% dos internados por acidentes. As crian\u00e7as com idade de 10 a 14 anos tamb\u00e9m tiveram um n\u00famero alto de interna\u00e7\u00f5es (34,2%), sendo igualmente as quedas a causa mais comum. <\/p>\n\n\n\n
J\u00e1 na faixa et\u00e1ria de 1 a 4 anos, que representa 25,6% das intera\u00e7\u00f5es, intoxica\u00e7\u00e3o e queimaduras est\u00e3o entre os principais acidentes. Menores de 1 ano representaram 5,2% das interna\u00e7\u00f5es, motivadas por acidentes como sufoca\u00e7\u00e3o, mas tamb\u00e9m queimaduras, afogamento, intoxica\u00e7\u00e3o e quedas. <\/p>\n\n\n\n
Erika relata que dependendo da faixa et\u00e1ria, a preval\u00eancia dos acidentes vai sendo alterada. Os beb\u00eas de at\u00e9 1 ano t\u00eam um n\u00famero maior de casos de sufoca\u00e7\u00e3o, porque s\u00e3o crian\u00e7as que levam coisas \u00e0 boca. J\u00e1 a intoxica\u00e7\u00e3o tem um n\u00famero bastante alto entre 1 e 4 anos, depois vem a queda, com crian\u00e7as acima de 5 anos, que exploram mais o ambiente e est\u00e3o mais expostas ao mundo externo. \"Mas isso n\u00e3o quer dizer que a gente n\u00e3o deva estar atento \u00e0s demais causas de acidentes. Mesmo a queimadura pode ser comum nos beb\u00eas durante o banho, por exemplo\u201d, explica a porta-voz da Aldeias Infantis SOS. <\/p>\n\n\n\n
Principais causas de acidentes com crian\u00e7as (0 a 14 anos)*<\/h2>\n\n\n\n
Quedas - 44%<\/li>
Queimaduras 19%<\/li>
Tr\u00e2nsito - 10%<\/li>
Intoxica\u00e7\u00f5es - 5% <\/li><\/ul>\n\n\n\n
Acidentes mais comuns por faixa et\u00e1ria<\/h2>\n\n\n\n
0 a 1 ano - Sufoca\u00e7\u00e3o<\/li>
1 a 4 anos - Intoxica\u00e7\u00e3o<\/li>
5 a 9 anos - Quedas<\/li>
10 a 14 anos - Quedas<\/li><\/ul>\n\n\n\n
*N\u00fameros consolidados pela ONG Aldeias Infantis SOS, a partir da base de dados Datasus, do Minist\u00e9rio da Sa\u00fade.<\/em><\/p>\n\n\n\n
Quedas e queimaduras<\/h2>\n\n\n\n
Os registros de quedas no Datasus incluem tanto acidentes ocorridos em casa, quanto em ambientes externos, como playgrounds e parques. Segundo Erika, n\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel afirmar qual tipo de queda \u00e9 a mais comum, mas ela avalia que tanto o maior tempo dentro de casa, durante a pandemia, quanto o incentivo \u00e0s atividades ao ar livre, ap\u00f3s o per\u00edodo de isolamento social, podem ter contribu\u00eddo para esse tipo de acidente.<\/p>\n\n\n\n
J\u00e1 em rela\u00e7\u00e3o \u00e0s queimaduras, ela diz que percebeu um leve aumento de casos, principalmente, devido ao uso recorrente de \u00e1lcool e \u00e1lcool em gel, como forma de prote\u00e7\u00e3o contra a Covid, e possivelmente tamb\u00e9m pelo uso maior de formas alternativas de combust\u00edvel na cozinha, como carv\u00e3o, \u00f3leo e querosene, devido \u00e0 piora da condi\u00e7\u00e3o econ\u00f4mica de grande parte das fam\u00edlias brasileiras. <\/p>\n\n\n\n
\u201cMesmo alimentos quentes em cima da mesa, a crian\u00e7a pode puxar e eles virarem em cima dela. \u00c9 importante tamb\u00e9m evitar tomar bebidas quentes com o filho no colo e estar atento ao risco de choque el\u00e9trico com ferro de passar roupa, com o uso do celular enquanto carrega e com instala\u00e7\u00f5es el\u00e9tricas da casa\u201d, destaca Erika.  <\/p>\n\n\n\n
Para a especialista, a precariza\u00e7\u00e3o das condi\u00e7\u00f5es de trabalhos e a exaust\u00e3o de alguns cuidadores tamb\u00e9m podem ser fatores que interferiram nos cuidados com as crian\u00e7as. Al\u00e9m disso, existe o fato de muitas delas ficarem sozinhas em casa, sem a supervis\u00e3o de um adulto, o que contribui ainda mais para o aumento de acidentes. <\/p>\n\n\n\n
Dados mostram que 1 a cada 4 crian\u00e7as acidentadas fica com sequelas permanentes durante toda a vida.<\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
\u201cQuando falamos de interna\u00e7\u00f5es, n\u00e3o \u00e9 algo simples como ralar o joelho ou cair da bicicleta, s\u00e3o causas graves e isso gera um custo tanto para o sistema de sa\u00fade quanto para a fam\u00edlia, al\u00e9m, claro, do impacto psicol\u00f3gico e emocional na crian\u00e7a\u201d, pontua Erika.<\/p>\n\n\n\n
Principais causas de mortes de crian\u00e7as por acidentes em 2020<\/h2>\n\n\n\n
Em rela\u00e7\u00e3o ao n\u00famero de mortes de crian\u00e7as por acidentes, Erika explicou que os dados mais recentes fornecidos pelo Datasus s\u00e3o de 2020, quando 3.117 crian\u00e7as de at\u00e9 14 anos de idade perderam a vida. Apesar de o tr\u00e2nsito continuar sendo a principal causa das fatalidades com 30% do total, os afogamentos e casos de sufoca\u00e7\u00e3o tamb\u00e9m registraram marcas preocupantes, com 27% e 22%, respectivamente. <\/p>\n\n\n\n
Mortes de crian\u00e7as por acidentes - 2020 <\/h3>\n\n\n\n
Tr\u00e2nsito - 30%<\/li>
Afogamentos - 27%<\/li>
Sufoca\u00e7\u00e3o - 22%<\/li><\/ul>\n\n\n\n
Apesar disso, se comparado com 2019, o n\u00famero de \u00f3bitos recuou 2%, sendo a maior redu\u00e7\u00e3o em sufoca\u00e7\u00e3o, com queda de 14%. Por outro lado, fatalidades envolvendo intoxica\u00e7\u00f5es e quedas seguiram o caminho inverso e aumentaram respectivamente 23% e 12% cada uma. Sob a \u00f3tica da faixa et\u00e1ria, crian\u00e7as de 1 a 4 anos concentram a maior taxa de mortalidade por acidentes no Brasil (32%).<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"Aumentam as interna\u00e7\u00f5es de crian\u00e7as por acidentes","post_excerpt":"Mais de 110 mil crian\u00e7as foram internadas em 2021, segundo pesquisa da ONG Aldeias Infantis SOS, devido a quedas, queimaduras e acidentes de tr\u00e2nsito, entre outras causas","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"aumentam-as-internacoes-de-criancas-por-acidentes","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-09-05 10:23:46","post_modified_gmt":"2022-09-05 13:23:46","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64666","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64515,"post_author":"4","post_date":"2022-08-25 23:30:00","post_date_gmt":"2022-08-26 02:30:00","post_content":"\n
\u201cDe boa, passo muito tempo da minha vida no quarto. T\u00e1 ligado? \u00c9 um canto s\u00f3 meu. No quarto, j\u00e1 fiz tudo. Tamb\u00e9m j\u00e1 pensei em fazer besteira.\u201d  <\/em><\/p>\n\n\n\n
\"Fico mais tempo do que no resto da casa. S\u00f3 saio pra comer, saca? Tem dia que nem pra comer. Ningu\u00e9m me pergunta nada. S\u00f3 ficaram mais preocupados, minha m\u00e3e e meu pai, quando a professora falou que me cortei.\"<\/em><\/p>\n\n\n\n
Relatos como esses fazem parte dos depoimentos que o pesquisador Hugo Monteiro Ferreira colheu para um estudo sobre o cotidiano de crian\u00e7as e adolescentes brasileiros<\/a> marcados pelo adoecimento emocional e mental<\/a>. <\/p>\n\n\n\n
S\u00e3o jovens na faixa et\u00e1ria de 11 a 18 anos de idade, que passam cerca de seis horas por dia dentro de seus quartos, geralmente conectados \u00e0s redes sociais<\/a>, e com s\u00e9rios problemas de conviv\u00eancia entre os seus pares<\/a> e tamb\u00e9m com os adultos com os quais convivem.\u00a0De modo geral, s\u00e3o pessoas que pertencem a uma classe social mais favorecida.<\/p>\n\n\n\n
Hugo os definiu como \u201ca gera\u00e7\u00e3o do quarto\u201d. V\u00edtimas de bullying, cyberbullying e outras viol\u00eancias<\/a>, geralmente na escola, eles vivenciam nesse c\u00f4modo da casa diversas formas de sofrimento - de transtornos alimentares a ansiedade, depress\u00e3o e at\u00e9 mesmo suic\u00eddio<\/a>. <\/p>\n\n\n\n
\u201cA gera\u00e7\u00e3o do quarto adverte-nos que as fam\u00edlias e as escolas precisam \"escutar\" meninos e meninas e rever posturas e procedimentos, bem como formas de educar e jeitos de orientar\u201d, afirma Hugo, no livro \u201cA gera\u00e7\u00e3o do quarto - quando as crian\u00e7as nos ensinam a amar\u201d. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
A obra \u00e9 fruto de uma pesquisa que ouviu 3.115 crian\u00e7as e adolescentes, de escolas p\u00fablicas e, principalmente, privadas, de cinco capitais do pa\u00eds. \u00c9 um grupo que retrata nitidamente os jovens da sociedade contempor\u00e2nea. \"Tenho retornos de professores e professoras que me diziam: \"olha isso que voc\u00ea disse acontece exatamente assim na minha escola\", afirmou Hugo. <\/p>\n\n\n\n
Segundo ele, a fragilidade dessa gera\u00e7\u00e3o revela a fragilidade dos pais e das m\u00e3es. \u201cN\u00e3o s\u00e3o s\u00f3 as crian\u00e7as e os adolescentes que est\u00e3o no quarto \u2014 os adultos tamb\u00e9m est\u00e3o. O quarto \u00e9 a met\u00e1fora da fam\u00edlia que n\u00e3o dialoga, mas grita; da escola que n\u00e3o acolhe, mas exige o desempenho das notas\u201d, afirma Humberto da Silva Miranda, doutor em Hist\u00f3ria das Inf\u00e2ncias, no pref\u00e1cio do livro. <\/p>\n\n\n\n
$\"\"$
Hugo Monteiro Ferreira<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n
A seguir, leia a entrevista que o autor concedeu \u00e0 Canguru News<\/strong>. Hugo \u00e9 professor do departamento de Educa\u00e7\u00e3o e do Programa de P\u00f3s-Gradua\u00e7\u00e3o em Educa\u00e7\u00e3o, Culturas e Identidades, ambos da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Na mesma institui\u00e7\u00e3o, ele coordena o N\u00facleo do Cuidado Humano e o Grupo de Estudos da Transdisciplinaridade, da Inf\u00e2ncia e da Juventude (GETIJ).<\/p>\n\n\n\n
Qual o perfil da gera\u00e7\u00e3o do quarto?<\/h2>\n\n\n\n
S\u00e3o crian\u00e7as e adolescentes, entre 11 e 16 anos, que passam mais de 6 horas por dia dentro do quarto, usando excessivamente as redes sociais digitais, e j\u00e1 sofreram algum tipo de viol\u00eancia, como bullying e cyberbullying, geralmente ocorrida na escola. Eles t\u00eam sintomatologias de psicopatologias as mais diversas, com predomin\u00e2ncia para depress\u00e3o, transtornos obsessivos compulsivos, transtornos alimentares, com predomin\u00e2ncia de anorexia e bulimia, transtorno de ansiedade, uso abusivo de \u00e1lcool, de maconha ou drogas qu\u00edmicas e dist\u00farbios de sono. E no campo da autodestrui\u00e7\u00e3o, praticam a autoles\u00e3o, sem inten\u00e7\u00e3o suicida, e alguns t\u00eam idea\u00e7\u00e3o suicida e tentaram suic\u00eddio mais de uma vez, esse \u00e9 o perfil da gera\u00e7\u00e3o do quarto.<\/p>\n\n\n\n
Como foi feita a pesquisa?<\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa foi feita entre 2017 e 2019, com alunos de escolas p\u00fablicas e privadas de cinco capitais brasileiras \u2014 Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Macei\u00f3 e Natal. Inicialmente, foi aplicado um question\u00e1rio online para 3.115 crian\u00e7as e adolescentes, e a partir das respostas foi feito um recorte com 238 jovens, dos quais a grande maioria, 70%, s\u00e3o de escolas privadas, e fazem parte da classe m\u00e9dia e classe m\u00e9dia alta. Os resultados mostraram que 75% dos 3.115 alunos est\u00e3o com a sa\u00fade mental abalada, embora nem todos apresentem sintomatologia psicopatol\u00f3gica. N\u00e3o publiquei nenhum artigo sobre o estudo porque desde o in\u00edcio tive a inten\u00e7\u00e3o de fazer um livro, que ficou pronto em 2020. De l\u00e1 para c\u00e1, a obra passou por revis\u00f5es, sendo publicada agora, em 2022. Ressalto que a gera\u00e7\u00e3o do quarto n\u00e3o foi criada na pandemia, mas sofreu na pandemia duas vezes mais pela situa\u00e7\u00e3o de vulnerabilidade em que se encontrava. <\/p>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 um retrato da juventude brasileira? <\/h2>\n\n\n\n
Eu fiz um recorte, mas todas as pessoas que mantiveram contato comigo e n\u00e3o estiveram no recorte da pesquisa se identificaram com ela. Tenho retornos de professores e professoras que me diziam: \"olha isso que voc\u00ea disse acontece exatamente assim na minha escola\". As pessoas se identificam porque tem uma verossimilhan\u00e7a. Muitas dizem: \"ah, tenho um filho, uma filha, que tamb\u00e9m est\u00e1 no quarto\". Se voc\u00ea for em qualquer escola, infelizmente ir\u00e1 encontrar algo semelhante.<\/p>\n\n\n\n
Como entender os problemas que essa gera\u00e7\u00e3o enfrenta, quais s\u00e3o suas origens?<\/h2>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 forjada, criada dentro de casa, \u00e9 a fam\u00edlia quem cria essa gera\u00e7\u00e3o, n\u00e3o \u00e9 a escola, a escola ajuda a manter, a fazer a manuten\u00e7\u00e3o do sofrimento, mas a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 produto de uma fam\u00edlia no quarto tamb\u00e9m, uma fam\u00edlia isolada, adoecida, de pouco di\u00e1logo, violenta. A viol\u00eancia num sentido amplo, n\u00e3o s\u00f3 f\u00edsica, psicol\u00f3gica, mas uma viol\u00eancia simb\u00f3lica, h\u00e1 muito movimento de viol\u00eancia dentro dessas casas. A viol\u00eancia simb\u00f3lica se expressa nas nuances, na organiza\u00e7\u00e3o, no establishment<\/em>, c\u00f3digos de comportamentos. Por exemplo, entrevistei meninos de 15, 16 anos, que eram gays, e na casa havia uma esp\u00e9cie de heteronormatividade, n\u00e3o era dito isso, mas havia a heteronormatividade como conduta, regra. \u00c9 isso que temos visto dentro dessas fam\u00edlias, s\u00e3o fam\u00edlias um tanto quanto provocativas e provocadoras dessa viol\u00eancia simb\u00f3lica. <\/p>\n\n\n\n
\u00c9 uma situa\u00e7\u00e3o muito preocupante, n\u00e3o? <\/h2>\n\n\n\n
A experi\u00eancia do quarto \u00e9 terr\u00edvel, porque n\u00e3o \u00e9 uma esp\u00e9cie de ref\u00fagio para aquietar mente, \u00e9 uma experi\u00eancia de ansiedade da mente, uma mente com probabilidades das mais diversas. <\/p>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 violentada, ela tamb\u00e9m vai violentar. \u00c9 importante observar isso. <\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Eu me preocupo muito porque parece que a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 meio que uma matriz de pequenos e pequenas curingas, do personagem do Batman. N\u00f3s estamos formando gera\u00e7\u00f5es violentas, e essa viol\u00eancia pode ser contra si, os \u00edndices de suic\u00eddio na adolesc\u00eancia n\u00e3o s\u00e3o m\u00ednimos. No Brasil, infelizmente, desde 2016, que eles aumentam, mas n\u00f3s tamb\u00e9m temos criado pessoas, em pa\u00edses como os Estados Unidos, que quando t\u00eam acesso a armas, criam e organizam massacres como esses que vimos nas escolas americanas. O perfil e a biografia desses adolescentes se assemelha \u00e0 gera\u00e7\u00e3o do quarto. \u00c9 preocupante, porque n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 o adoecimento ps\u00edquico, mas \u00e9 a produ\u00e7\u00e3o de uma comunidade psiquicamente adoecida, que tem na viol\u00eancia a gram\u00e1tica da sua sintaxe comunicacional, ou seja, a socializa\u00e7\u00e3o \u00e9 violenta.<\/p>\n\n\n\n
Muitas vezes, \u00e9 poss\u00edvel que voc\u00ea tenha pessoas que acham que s\u00e3o excelentes m\u00e3es e pais, mas que imprimem uma norma, uma conduta, um modelo que impede que o outro seja o que pode ser. Vi muito isso, adolescentes dizendo \u201ceu n\u00e3o consigo, para minha m\u00e3e nem para o meu pai, ser o que realmente sou, o que realmente gosto, tenho que mentir, me fazer ser o que n\u00e3o sou, criar um perfil falso\u201d. A viol\u00eancia simb\u00f3lica est\u00e1 muito nesse campo, no religioso, al\u00e9m da viol\u00eancia f\u00edsica e psicol\u00f3gica.<\/p>\n\n\n\n
<\/p>\n\n\n\n
H\u00e1 caracter\u00edsticas em comum entre os pais dessa gera\u00e7\u00e3o?<\/h2>\n\n\n\n
S\u00e3o pessoas que aprenderam com os modelos anteriores como devem proceder, como educar e como deve ser a rela\u00e7\u00e3o entre pais e filhos, e eles terminam agindo em nome desse bem-estar. Eles querem o bem dos filhos, n\u00e3o desejam o mal, mas \u00e9 um bem meio que projetado, n\u00e3o \u00e9 um bem presente, \u00e9 o bem do amanh\u00e3. Eu quero que meu filho esteja bem, mas para isso ele precisa seguir uma regra, uma norma, uma conduta, um padr\u00e3o, uma organiza\u00e7\u00e3o. Se ele n\u00e3o segue, eu n\u00e3o consigo ser m\u00e3e, pai dele, n\u00e3o consigo estabelecer uma rela\u00e7\u00e3o afetiva, de di\u00e1logo, e come\u00e7o a entrar em conflito.<\/p>\n\n\n\n
S\u00e3o pais que rejeitam os filhos? <\/h2>\n\n\n\n
Essa gera\u00e7\u00e3o mostra que os pais, se n\u00e3o h\u00e1 um modelo estabelecido, eles n\u00e3o se disp\u00f5em a aprender com o que eles veem na realidade, \u00e9 quase que um filho abstrato. Quando o filho real come\u00e7a a emergir e mostrar suas caracter\u00edsticas, os pais come\u00e7am a estranhar aquilo e n\u00e3o entram em processo de di\u00e1logo, se afastam. \u00c9 esse afastamento, esse vazio, que cria a gera\u00e7\u00e3o do quarto. Por isso afirmo que \u00e9 na matriz familiar que a gera\u00e7\u00e3o \u00e9 gerada, quer dizer, os pais n\u00e3o conseguem observar, de modo geral, a emerg\u00eancia dos humanos que eles mesmos criaram. Eles t\u00eam o humano projetado, \u00e9 quase um molde de um humano. Quando vem uma orienta\u00e7\u00e3o sexual ou um g\u00eanero que n\u00e3o \u00e9 norma, causa um impacto. <\/p>\n\n\n\n
Claro que \u00e9 menos impactante quando o filho diz que n\u00e3o quer ser m\u00e9dico, mas sim ator, pode haver resist\u00eancia mas n\u00e3o t\u00e3o intensa como quando voc\u00ea diz que \u00e9 gay, isso causa um embara\u00e7o. Mas n\u00e3o gosto de condenar os pais e as m\u00e3es, porque acho que eles est\u00e3o envolvidos nesse processo, eles querem acertar, ao menos, os que t\u00eam paternagem e maternagem, que chamo de esp\u00edrito de pai e m\u00e3e. Os que n\u00e3o t\u00eam, esses simplesmente geram os filhos, est\u00e3o ali numa esp\u00e9cie de playground de criar filhos. Mas os que t\u00eam paternagem, eles v\u00e3o tentando encontrar e conseguem, ent\u00e3o nesse caso, essa fissura, esse vazio que se abriu \u00e9 reduzido e a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 compreendida. <\/p>\n\n\n\n
Os pais sabem que t\u00eam um problema em casa?<\/h2>\n\n\n\n
Eles n\u00e3o t\u00eam conhecimento, porque a gera\u00e7\u00e3o do quarto cognitivamente n\u00e3o tem problema com boletim escolar. Essa gera\u00e7\u00e3o chega na universidade. Essa causa-consequ\u00eancia que a gente confabulou e afirmou tantas vezes que, por exemplo, vai ter problemas na escola, no rendimento escolar, n\u00e3o \u00e9 um sinal, a gera\u00e7\u00e3o do quarto tem um boletim escolar azul,<\/strong> e os pais n\u00e3o percebem. Eles acham que faz parte da vida estar no quarto.<\/strong> Muitos me dizem isso, \u201cah mas meu filho est\u00e1 no quarto j\u00e1 h\u00e1 tanto tempo que nem me dava conta\u201d. Eles come\u00e7am a se dar conta quando a crian\u00e7a ou o adolescente come\u00e7a a se cortar, quando come\u00e7am a gritar em sil\u00eancio, a\u00ed os pais alertam, mas at\u00e9 ent\u00e3o, n\u00e3o. Chamam para jantar, quando conseguem, lembrando que pais contempor\u00e2neos vivem muito fora de casa, trabalham muito, com finalidade de dar um futuro para os filhos.  <\/p>\n\n\n\n
Ou seja, o esfor\u00e7o dos pais para garantir uma boa estrutura familiar acaba por distanci\u00e1-los dos filhos?<\/h2>\n\n\n\n
\u00c9 a alternativa que se deu para a fam\u00edlia. Num pa\u00eds de mais de 210 milh\u00f5es de pessoas, n\u00e3o \u00e9 todo mundo que para e reflete sobre o que \u00e9 ser uma fam\u00edlia. Para os que est\u00e3o abaixo da linha da mis\u00e9ria tem que pensar muito como se recupera. H\u00e1 uma quest\u00e3o importante: o fen\u00f4meno da gera\u00e7\u00e3o do quarto se d\u00e1 em todas as classes sociais, mas as estrat\u00e9gias trabalhadas mudam. Tem muitas pessoas que usam a gravidez, por exemplo, como forma de sair de uma situa\u00e7\u00e3o socioecon\u00f4mica. Engravidar pode ser uma esp\u00e9cie de promo\u00e7\u00e3o social, ou seja, o problema \u00e9 o mesmo, a dor ps\u00edquica \u00e9 a mesma, mas a maneira de lidar com ela \u00e9 diferente. <\/p>\n\n\n\n
Os jovens n\u00e3o se abrem com os pais, mas n\u00e3o se opuseram a falar com voc\u00ea?<\/h2>\n\n\n\n
Talvez o que favorece para um pesquisador como eu \u00e9 me dispor a escutar sem condenar, sem julgamento. Eu escuto para acolher e esse talvez seja um potencial que a gente possa ensinar aos pais e \u00e0s m\u00e3es, para que o filho diga o que pensa, o que acha, o que gosta e n\u00e3o gosta, se sinta confort\u00e1vel em ser diferente dos pais. Acho que as fam\u00edlias escutam julgando, comparando e sentenciando demais. As crian\u00e7as, ao contr\u00e1rio do que as pessoas pensam, s\u00e3o muito sens\u00edveis, muito cr\u00edticas, elas conseguem responder perguntas, falar sobre sentimentos com quem elas se sentem confort\u00e1veis. Al\u00e9m disso, uma das t\u00e9cnicas que utilizei, o question\u00e1rio online, me trouxe muitas respostas, porque tinha perguntas abertas. Alguns dos depoimentos que apresento no livro eu n\u00e3o ouvi, eu li. Quando n\u00e3o tenho que dizer meu nome, quem eu sou, de onde sou, qual minha idade, me sinto mais livre para falar, pedir ajuda. Foram esses depoimentos que me causaram impacto e me fizeram depois entrevistar o grupo menor por meio de rodas de conversa. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Qual o papel da escola nesse contexto?<\/h2>\n\n\n\n
Eu sou um profissional e defensor da escola, a escola para mim \u00e9 uma grande inven\u00e7\u00e3o social, cumpre papel de forma\u00e7\u00e3o, de complementaridade, sobretudo no campo do que chamamos de conhecimento cient\u00edfico. Ela tamb\u00e9m tem um papel social, porque trabalha com pessoas, organiza\u00e7\u00f5es, institui\u00e7\u00f5es, mas ela precisa ser revisitada e reformulada nos seus objetivos matriciais. A escola n\u00e3o pode querer exclusivamente formar do ponto vista cognitivo. Isso \u00e9 um equ\u00edvoco que se manifesta sobretudo nessas escolas, que insistem num modelo de concorr\u00eancia, competi\u00e7\u00e3o, ranqueamento, na nota como resposta \u00e0 aprendizagem. S\u00e3o escolas desconectadas com grandes problemas contempor\u00e2neos, como a sobreviv\u00eancia do Planeta Terra. Temos um planeta amea\u00e7ado de desertifica\u00e7\u00e3o, de aus\u00eancia de comida, amea\u00e7ado no campo dos povos origin\u00e1rios, ent\u00e3o essas s\u00e3o preocupa\u00e7\u00f5es que a escola deve ter. <\/p>\n\n\n\n
Outra preocupa\u00e7\u00e3o \u00e9 a diversidade, temos uma sociedade que se mostra violenta com as minorias, racista e mis\u00f3gina. As mulheres sofrem muito nessa sociedade. A escola n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 para discutir f\u00f3rmulas qu\u00edmicas, biol\u00f3gicas, equa\u00e7\u00f5es matem\u00e1ticas, sintaxe da l\u00edngua. <\/p>\n\n\n\n
A escola \u00e9 para ajudar a usar o conhecimento cient\u00edfico na melhoria da qualidade de vida das pessoas, da minha e dos outros. <\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Ent\u00e3o se ela n\u00e3o faz isso, se insiste na concorr\u00eancia, em colocar aqueles que s\u00e3o bons e n\u00e3o s\u00e3o bons, os que s\u00e3o inteligentes e os que n\u00e3o s\u00e3o inteligentes, e ela tem insistido, ela ajuda a adoecer. \u00c9 o que digo no livro. <\/p>\n\n\n\n
O que dizer aos pais e m\u00e3es da gera\u00e7\u00e3o do quarto?<\/h2>\n\n\n\n
Os filhos e as filhas v\u00e3o precisar muito mesmo dos pais. Tem dois cen\u00e1rios, um \u00e9 ajudar meu filho a n\u00e3o entrar no quarto e o outro \u00e9 ajudar o filho que j\u00e1 est\u00e1 no quarto. No livro eu falo de cinco pilares: cuidado, autoconhecimento, conviv\u00eancia, dialogicidade e amorosidade. Trabalhar a fam\u00edlia e a escola a partir dessas sustenta\u00e7\u00f5es \u00e9 preventivo, mas pode servir tamb\u00e9m para situa\u00e7\u00f5es de pessoas que j\u00e1 est\u00e3o adoecidas, neste caso, associado ao acompanhamento de um profissional da sa\u00fade mental - psic\u00f3logo, psiquiatra, psicanalista, a depender do caso.<\/p>\n\n\n\n
O pilar do cuidado<\/strong> trata sobre a import\u00e2ncia do cuidado consigo e do cuidado com o outro, o que implica tratar das quest\u00f5es relacionadas a respeito, compreens\u00e3o, conviv\u00eancia, uso abusivo de \u00e1lcool, relacionamentos abusivos, bullying, ciberbullying, uso excessivo de redes sociais digitais, entre outros aspectos.

O pilar do autoconhecimento<\/strong> trata sobre a biografia, a hist\u00f3ria de cada pessoa, a fam\u00edlia. Proponho um trabalho sobre ancestralidade, que a pessoa conhe\u00e7a sua hist\u00f3ria de vida, conhe\u00e7a seu pai, sua m\u00e3e, sua opini\u00e3o, seus gostos. Isso tem a ver com quem eu sou, do ponto de vista \u00e9tico, e vai me dar uma seguran\u00e7a para enfrentar aquilo que querem que eu seja. Eu sou isso, mas querem que eu seja aquilo. N\u00e3o escondo minhas fragilidades, sou amado, o que d\u00e1 seguran\u00e7a. N\u00e3o vou dizer para minha crian\u00e7a que a vida \u00e9 f\u00e1cil, um mar de rosas, que ela nunca vai encontrar desafios, mas vou ajud\u00e1-la e fortalec\u00ea-la para que ela possa enfrent\u00e1-los.<\/p>\n\n\n\n
No pilar da conviv\u00eancia<\/strong>, h\u00e1 uma rela\u00e7\u00e3o entre aprender a ser e aprender a conviver. Trato de situa\u00e7\u00f5es cotidianas que evocam reflex\u00f5es \u00e9ticas, morais e espirituais, para as quais a compaix\u00e3o, a empatia e a resili\u00eancia s\u00e3o habilidades necess\u00e1rias e essenciais. O exerc\u00edcio da dialogicidade<\/strong> \u00e9 realizado quando as pessoas aprendem a falar o que pensam e sentem, mas entendem que o que pensam e sentem n\u00e3o \u00e9 a \u00faltima palavra sobre a verdade. O pilar da amorosidade<\/strong> \u00e9 tratado com reflex\u00f5es e a\u00e7\u00f5es. As reflex\u00f5es geram as a\u00e7\u00f5es, e as a\u00e7\u00f5es n\u00e3o s\u00e3o realizadas de modo mec\u00e2nico. <\/p>\n\n\n\n
Os pais podem aprender com os filhos?<\/h2>\n\n\n\n
O livro n\u00e3o tem que ser uma pedra para atirar nos pais e na escola, tem que ser um acalanto. Eu acho que a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 t\u00e3o potente que nos possibilita reaprender a viver, tenho grande esperan\u00e7a na gera\u00e7\u00e3o do quarto, a mesma gera\u00e7\u00e3o que \u00e9 violenta me ensina novos modos de amor, n\u00e3o vejo a gera\u00e7\u00e3o como fracassada, que n\u00e3o deu certo, acho um absurdo dizer que \u00e9 uma gera\u00e7\u00e3o parasita, \"nem-nem\". Obviamente ela traz todas as mazelas, n\u00e3o foi a gera\u00e7\u00e3o do quarto que inventou o abuso do \u00e1lcool, a viol\u00eancia, esses foram c\u00f3digos sempre usados, mas a gera\u00e7\u00e3o do quarto est\u00e1 nos dando outras alternativas, como maior preocupa\u00e7\u00e3o sobre consumo, meio ambiente, empoderamento das meninas, orienta\u00e7\u00e3o \u00e0 quest\u00e3o de g\u00eanero. Essa gera\u00e7\u00e3o tem muita coisa a nos mostrar, n\u00e3o precisamos ter medo, podemos aprender com elas. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"A gera\u00e7\u00e3o do quarto: um retrato chocante da juventude brasileira","post_excerpt":"Ap\u00f3s ouvir mais de 3 mil crian\u00e7as e adolescentes que vivem experi\u00eancias traum\u00e1ticas em seus quartos, o pesquisador Hugo Monteiro Ferreira faz um alerta aos pais e \u00e0s escolas sobre a necessidade de mudar a forma de se relacionar com os jovens","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"a-geracao-do-quarto-o-retrato-chocante-da-juventude-brasileira","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-30 11:00:28","post_modified_gmt":"2022-08-30 14:00:28","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64515","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64369,"post_author":"4","post_date":"2022-08-23 10:54:43","post_date_gmt":"2022-08-23 13:54:43","post_content":"\n
De acordo com o Artigo 227<\/a> da Constitui\u00e7\u00e3o de 1988, as crian\u00e7as<\/a> devem ser prioridade absoluta em todas as decis\u00f5es, programas e pol\u00edticas p\u00fablicas<\/a>. Isso se torna mais relevante em ano de elei\u00e7\u00f5es, em que poderemos escolher, de forma democr\u00e1tica<\/a>, representantes<\/a> aos cargos de presidente da Rep\u00fablica, senadores, governadores, deputados federais e estaduais. <\/p>\n\n\n\n
O voto no Brasil \u00e9 obrigat\u00f3rio para todos aqueles acima de 18 anos, sendo facultativo para jovens com 16 e 17 anos, pessoas com mais de 70 anos e analfabetos. Crian\u00e7as e adolescentes<\/a> menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar<\/a>, mas isso n\u00e3o quer dizer que n\u00e3o devam estar inclu\u00eddos nos planos dos diferentes representantes pol\u00edticos. Muito pelo contr\u00e1rio.<\/p>\n\n\n\n
Diversos estudos j\u00e1 comprovaram que investir na primeira inf\u00e2ncia<\/a> \u00e9 a melhor maneira de reduzir desigualdades e construir uma sociedade com condi\u00e7\u00f5es sociais e ambientais sustent\u00e1veis.<\/p>\n\n\n\n
Cabe a n\u00f3s, adultos, escolher nas elei\u00e7\u00f5es candidatos que contemplem as crian\u00e7as em projetos e iniciativas diversas. Abaixo, veja 5 motivos que tornam urgente a valoriza\u00e7\u00e3o de projetos para a inf\u00e2ncia e juventude nas campanhas \u00e0s elei\u00e7\u00f5es de 2022. A lista \u00e9 do portal Lunetas, espa\u00e7o dedicado \u00e0 reflex\u00e3o sobre a inf\u00e2ncia, que recentemente lan\u00e7ou o especial \"Inf\u00e2ncias em foco: Quem vota pelas crian\u00e7as?\"<\/a>, um hub de informa\u00e7\u00e3o sobre pol\u00edtica e as inf\u00e2ncias. <\/p>\n\n\n\n
5 temas que envolvem as crian\u00e7as e que t\u00eam de estar previstos nas propostas dos candidatos \u00e0s elei\u00e7\u00f5es:<\/h2>\n\n\n\n
Fome<\/h3>\n\n\n\n
De acordo com um levantamento realizado pela Funda\u00e7\u00e3o Abrinq, cerca de 18,8 milh\u00f5es de meninos e meninas de at\u00e9 14 anos passam fome no Brasil. Essa inseguran\u00e7a alimentar traz preju\u00edzos grav\u00edssimos \u00e0s crian\u00e7as, afetando seu crescimento e o desenvolvimento f\u00edsico e cognitivo necess\u00e1rios para que consigam crescer de maneira saud\u00e1vel.<\/p>\n\n\n\n
Analfabetismo<\/h3>\n\n\n\n
H\u00e1 50 anos, a educa\u00e7\u00e3o infantil n\u00e3o era uma realidade no Brasil, no entanto, pol\u00edticas p\u00fablicas mudaram essa realidade. Ainda assim, nos \u00faltimos dois anos, o n\u00famero de crian\u00e7as de 6 e 7 anos que n\u00e3o sabem ler e escrever cresceu em 1 milh\u00e3o. Pensando no futuro e nos pr\u00f3ximos passos do Brasil relacionados \u00e0 educa\u00e7\u00e3o p\u00fablica, \u00e9 necess\u00e1rio eleger candidatos que queiram enfrentar as desigualdades sociais e lutar para que todas as crian\u00e7as e adolescentes tenham acesso \u00e0 educa\u00e7\u00e3o de qualidade.<\/p>\n\n\n\n
Trabalho Infantil<\/h3>\n\n\n\n
Atualmente, cerca de 2 milh\u00f5es de crian\u00e7as e adolescentes est\u00e3o em situa\u00e7\u00e3o de trabalho infantil no Brasil. Desse total, 66% s\u00e3o crian\u00e7as pretas ou pardas e 71% est\u00e3o na \u00e1rea urbana, de acordo com um levantamento divulgado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domic\u00edlios (PNAD Cont\u00ednua).<\/p>\n\n\n\n
Viol\u00eancia e explora\u00e7\u00e3o sexual<\/h3>\n\n\n\n
Entre 2016 e 2020, 35 mil crian\u00e7as e adolescentes, de 0 a 19 anos, foram mortos de forma violenta no Brasil e 180 mil sofreram viol\u00eancia sexual, segundo o Panorama da Viol\u00eancia Sexual contra crian\u00e7as e Adolescentes no Brasil, lan\u00e7ado pela Unicef e pelo F\u00f3rum Brasileiro de Seguran\u00e7a P\u00fablica (FBSP). Por isso, \u00e9 necess\u00e1rio eleger pessoas que tenham coragem para combater esse cen\u00e1rio e falar de assuntos como igualdade de g\u00eanero, empoderamento de meninas, viol\u00eancia sexual e femin\u00edcio.<\/p>\n\n\n\n
Moradia<\/h3>\n\n\n\n
Mais de 5 milh\u00f5es de pessoas ainda residem em domic\u00edlios sem banheiros ou sanit\u00e1rios de uso exclusivo e 9,7 milh\u00f5es vivem em condi\u00e7\u00f5es de adensamento excessivo, com mais de tr\u00eas moradores para cada dormit\u00f3rio. Este \u00e9 um assunto que n\u00e3o deve ser ignorado, j\u00e1 que todas as crian\u00e7as precisam de acesso \u00e0 moradia para viver com dignidade e poder se desenvolver em outras \u00e1reas, como lazer, educa\u00e7\u00e3o e sa\u00fade.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]  <\/p>\n","post_title":"5 motivos para priorizar as crian\u00e7as nas elei\u00e7\u00f5es de 2022","post_excerpt":"Crian\u00e7as e adolescentes menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar, mas s\u00e3o parcela importante da popula\u00e7\u00e3o e t\u00eam de estar contemplados nos projetos dos diferentes atores governamentais","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"5-motivos-para-priorizar-as-criancas-nas-eleicoes-de-2022","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-25 18:52:13","post_modified_gmt":"2022-08-25 21:52:13","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64369","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64334,"post_author":"4","post_date":"2022-08-22 15:14:51","post_date_gmt":"2022-08-22 18:14:51","post_content":"\n
O n\u00famero de crian\u00e7as e adolescente<\/a>s conectados \u00e0 internet cresceu nos \u00faltimos anos. Segundo o estudo TIC Kids Online Brasil 2021<\/a>, rec\u00e9m-divulgado, 93% ou 22,3 milh\u00f5es das crian\u00e7as e dos adolescentes<\/a> no pa\u00eds acessaram a web<\/a> em 2021, sendo que em 2019 esse percentual era de 89%. O crescimento foi impulsionado principalmente pela maior propor\u00e7\u00e3o de usu\u00e1rios na regi\u00e3o Nordeste e nas \u00e1reas rurais. <\/p>\n\n\n\n
O uso de redes sociais <\/a>pelas crian\u00e7as tamb\u00e9m tem se elevado, sendo a plataforma Tik Tok<\/a> a mais utilizada (34%), seguida pelo Instagram (33%). No Facebook, houve queda no uso de 66% para 51% no per\u00edodo citado. J\u00e1 o WhatsApp segue como a plataforma em que crian\u00e7as e adolescentes mais possuem perfil (foi de 70% em 2018 para 80% em 2021), e \u00e9 a mais difundida entre todos os estratos sociais.<\/p>\n\n\n\n
A pesquisa, conduzida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informa\u00e7\u00e3o (Cetic.br) do N\u00facleo de Informa\u00e7\u00e3o e Coordena\u00e7\u00e3o do Ponto BR (NIC.br), entrevistou 2.651 crian\u00e7as e adolescentes com idades entre 9 e 17 anos, bem como seus pais ou respons\u00e1veis, em todo o territ\u00f3rio nacional. As entrevistas aconteceram entre outubro de 2021 e mar\u00e7o de 2022, com a finalidade de investigar oportunidades e riscos relacionados \u00e0 participa\u00e7\u00e3o online desse p\u00fablico. <\/p>\n\n\n\n
Segundo o levantamento, as crian\u00e7as tamb\u00e9m est\u00e3o passando mais tempo em jogos online - seja conectadas com outros jogadores (de 57% para 66%, entre 2021 e 2019) ou n\u00e3o conectadas a eles (de 55% para 64%) -, e fazendo mais compras no ambiente digital - cresceu de 9% para 19% no mesmo per\u00edodo. <\/p>\n\n\n\n
\"Plataformas de cria\u00e7\u00e3o e compartilhamento de conte\u00fado audiovisual est\u00e3o entre as mais utilizadas por crian\u00e7as e adolescentes. Nesse contexto, a qualidade da conex\u00e3o \u00e0 Internet e dos dispositivos digitais utilizados para o acesso \u00e0 rede passam a ser determinantes para o melhor aproveitamento de oportunidades online. \u00c9 central, portanto, garantir condi\u00e7\u00f5es equitativas de conectividade para crian\u00e7as e adolescentes em diferentes contextos socioecon\u00f4micos\", aponta Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br. <\/p>\n\n\n\n
A pesquisa TIC Kids Online <\/a>detectou, ainda, que o telefone celular segue como o principal meio de conex\u00e3o \u00e0 rede nos diferentes extratos sociais. Para 53%, o celular foi o \u00fanico dispositivo usado, realidade que se verificou mais presente nas classes DE (78%) e C (52%) do que nas classes AB (18%). <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Acesso a propagandas<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
Entre as atividades multim\u00eddia, as mais acessadas pelas crian\u00e7as s\u00e3o ouvir m\u00fasica (80%), assistir a v\u00eddeos, programas, filmes ou s\u00e9ries (84%), S\u00edtios de v\u00eddeos (67%) e redes sociais (61%) est\u00e3o entre as principais plataformas em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios de internet declaram ter visto propaganda de produtos ou marcas. Pessoas ensinando como usar algum produto (62%) e abrindo embalagens -- o chamado unboxing<\/em><\/strong> - (61%) foram os principais conte\u00fados de imagem ou v\u00eddeo em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios da rede tiveram contato com divulga\u00e7\u00e3o de produtos ou marcas. Entre as principais categorias de produtos ou marcas vistas no ambiente online<\/em> est\u00e3o: <\/p>\n\n\n\n
Equipamentos eletr\u00f4nicos (60%); <\/li>
Roupas e sapatos (60%); <\/li>
Comidas, bebidas ou doces (57%); <\/li>
Videogames ou jogos (46%); <\/li>
Maquiagem e outros produtos de beleza (46%).\u00a0<\/li><\/ul>\n\n\n\nBusca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e bem-estar<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa tamb\u00e9m constatou que 32% dos jovens entre 11 e 17 anos procuram ajuda para lidar com algo ruim que vivenciaram<\/strong>, ou para falar sobre suas emo\u00e7\u00f5es<\/strong> quando se sentiram tristes. <\/p>\n\n\n\n
Entre os temas mais procurados relacionados \u00e0 sa\u00fade est\u00e3o:<\/p>\n\n\n\n
Informa\u00e7\u00f5es sobre alimenta\u00e7\u00e3o (55%);
Preven\u00e7\u00e3o e tratamento de doen\u00e7as (38%);
Exerc\u00edcios e meios para ficar em forma (36%);
Informa\u00e7\u00f5es sobre medicamentos (22%);<\/li>
Discuss\u00f5es sobre sa\u00fade sexual e educa\u00e7\u00e3o sexual (21%).<\/li><\/ul>\n\n\n\n
\"A pesquisa busca levantar evid\u00eancias que contribuam para a promo\u00e7\u00e3o de direitos e do bem-estar de crian\u00e7as e adolescentes. Desse modo, para al\u00e9m das atividades presentes na s\u00e9rie hist\u00f3rica da pesquisa, o uso da rede na busca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e apoio emocional passou a ser um tema relevante de investiga\u00e7\u00e3o\", sinaliza Barbosa.<\/p>\n\n\n\n
\"Pesquisas como a TIC Kids Online Brasil s\u00e3o de extrema relev\u00e2ncia para entendermos o cen\u00e1rio atual e fortalecermos o letramento e inclus\u00e3o digital dos mais jovens, com mais seguran\u00e7a e qualidade, quest\u00f5es intr\u00ednsecas ao trabalho realizado pelo Comit\u00ea Gestor da Internet no Brasil\", pondera Jos\u00e9 Gontijo, coordenador do CGI.br.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"] <\/p>\n","post_title":"93% dos jovens entre 9 e 17 anos usam a internet no pa\u00eds, revela pesquisa","post_excerpt":"Pesquisa TIC Kids Online Brasil 2021 tamb\u00e9m mostrou que a TikTok \u00e9 a principal rede social utilizada por crian\u00e7as e adolescentes","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"93-dos-jovens-entre-9-e-17-anos-usam-a-internet-revela-pesquisa-tic-kids-online-2021","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-23 11:24:47","post_modified_gmt":"2022-08-23 14:24:47","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64334","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"}],"next":false,"prev":true,"total_page":12},"paged":1,"column_class":"jeg_col_2o3","class":"epic_block_3"};

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Para prevenir quedas, seja de grandes alturas ou dentro de casa, nunca \u00e9 demais refor\u00e7ar: instale grades ou redes de prote\u00e7\u00e3o<\/strong> nas janelas, sacadas, varandas, mezaninos e quaisquer outros v\u00e3os que apresentem risco. Todas as janelas da resid\u00eancia devem ser teladas, at\u00e9 mesmo as dos banheiros, que costumam ficar de fora pelo tamanho reduzido. Isso vale tamb\u00e9m para as janelas de modelo basculante. A recomenda\u00e7\u00e3o \u00e9 que <\/strong>as telas sejam instaladas antes mesmo da crian\u00e7a nascer, para prevenir acidentes com beb\u00eas que se mexem e se impulsionam do colo. Se houver preocupa\u00e7\u00e3o com a limpeza das esquadrias, empresas especializadas oferecem telas remov\u00edveis como alternativa. Nas escadas internas da casa deve-se usar port\u00f5es de seguran\u00e7a no topo e base.<\/p>\n\n\n\n
Al\u00e9m da queda de altura, ambientes lisos e molhados, como o box do banheiro<\/strong>, pedem aten\u00e7\u00e3o, principalmente, de crian\u00e7as menores, que, durante o banho, devem ser supervisionadas por um adulto. Cama, sof\u00e1 e ber\u00e7o <\/strong>tamb\u00e9m s\u00e3o locais de quedas recorrentes. Os beb\u00eas, ainda que n\u00e3o tenham muita mobilidade, exigem cuidado especial, j\u00e1 que podem se machucar com gravidade ao cair desses lugares. Pais e respons\u00e1veis t\u00eam de se assegurar de que o beb\u00ea estar\u00e1 em seguran\u00e7a quando acordar, se n\u00e3o houver supervis\u00e3o no momento.<\/p>\n\n\n\n
2. Queimadura<\/h2>\n\n\n\n
Um dos ambientes da casa que oferece maior risco \u00e9 a cozinha, por isso mantenha a garotada longe do fog\u00e3o e procure cozinhar usando as bocas de tr\u00e1s, deixando os cabos das panelas virados sempre para dentro. O acesso ao g\u00e1s, \u00e0 porta do forno, \u00e0 \u00e1gua e \u00f3leo ferventes tamb\u00e9m pedem aten\u00e7\u00e3o. Outro cuidado importante: guarde f\u00f3sforos, \u00e1lcool e outros produtos inflam\u00e1veis em arm\u00e1rios trancados e longe do alcance das crian\u00e7as. O atendimento a queimaduras nunca deve ser feito em casa ou com receitas caseiras. <\/p>\n\n\n\n
O \u00e1lcool em gel<\/strong>, que se popularizou na pandemia, pode causar queimaduras em contato com o olho ou a boca, ou ainda, no caso de ingest\u00e3o, dependendo da quantidade, pode causar intoxica\u00e7\u00e3o. As embalagens desse produto devem ser deixadas longe do alcance das crian\u00e7as, para evitar o uso n\u00e3o supervisionado. A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) afirma que, para as crian\u00e7as, deve-se sempre que poss\u00edvel optar por usar \u00e1gua e sab\u00e3o na higieniza\u00e7\u00e3o das m\u00e3os, como prote\u00e7\u00e3o contra o coronav\u00edrus, deixando o uso do \u00e1lcool em gel para o uso fora de casa.<\/p>\n\n\n\n
3. Tr\u00e2nsito<\/h2>\n\n\n\n
Para prevenir acidentes, a orienta\u00e7\u00e3o \u00e9 que as crian\u00e7as andem nas ruas com supervis\u00e3o de um adulto at\u00e9 que demonstrem habilidade e capacidade de julgamento do tr\u00e2nsito, o que pode ocorrer a partir dos 10 anos de idade. Enquanto estiver caminhando na rua, segure sempre a m\u00e3o da crian\u00e7a, de forma firme e pelo pulso. N\u00e3o permita brincadeiras em locais que n\u00e3o s\u00e3o adequados, como entradas ou sa\u00eddas de garagens, quintais sem cerca, ruas ou estacionamentos.<\/p>\n\n\n\n
4. Intoxica\u00e7\u00e3o<\/h2>\n\n\n\n
Acidentes com medicamentos ou produtos t\u00f3xicos infelizmente s\u00e3o comuns. A intoxica\u00e7\u00e3o pela ingest\u00e3o, manipula\u00e7\u00e3o ou inala\u00e7\u00e3o pode ser perigosa e fatal, dependendo da \u00e1rea afetada e da toxicidade. \u00c9 importante explicar \u00e0s crian\u00e7as que os rem\u00e9dios devem ser tomados somente quando necess\u00e1rio, e evitar cham\u00e1-los por nomes de doces ou balas - alguns pais recorrem a essa t\u00e1tica para facilitar a administra\u00e7\u00e3o. Al\u00e9m disso, nunca medique sem orienta\u00e7\u00e3o m\u00e9dica ou por sugest\u00e3o de terceiros. <\/p>\n\n\n\n
Guarde as embalagens de produtos potencialmente t\u00f3xicos, como medicamentos, bebidas alco\u00f3licas, produtos de limpeza e pesticidas, logo ap\u00f3s a utiliza\u00e7\u00e3o, fora do alcance das crian\u00e7as. N\u00e3o use embalagens vazias para guardar produtos que podem ser t\u00f3xicos, mantenha-os sempre nas embalagens originais. N\u00e3o d\u00ea embalagens vazias desses produtos para as crian\u00e7as brincarem. Tampouco coloque produtos de uso dom\u00e9stico junto de alimentos e evite plantas t\u00f3xicas em casa ou no jardim, em locais de f\u00e1cil acesso para as crian\u00e7as.<\/p>\n\n\n\n
5. Sufoca\u00e7\u00e3o<\/h2>\n\n\n\n
Crian\u00e7as de at\u00e9 3 anos, que est\u00e3o na fase de experimentar o mundo e costumam levar tudo \u00e0 boca, s\u00e3o mais propensas a sofrerem acidentes relacionados \u00e0 sufoca\u00e7\u00e3o. A sufoca\u00e7\u00e3o ocorre quando h\u00e1 a cobertura total ou parcial do nariz e\/ou da boca, resultando na dificuldade ou impossibilidade de respirar. Entre beb\u00eas menores de um ano de idade, o risco de sufoca\u00e7\u00e3o \u00e9 muito alto devido a sua falta de capacidade de escaparem por si mesmos de uma situa\u00e7\u00e3o de perigo. A introdu\u00e7\u00e3o alimentar merece precau\u00e7\u00e3o e uma das orienta\u00e7\u00f5es \u00e9 n\u00e3o oferecer alimentos redondos e duros, como uva, amendoim ou outras castanhas e cenoura crua, al\u00e9m de cortar os alimentos em peda\u00e7os bem pequenos. Tamb\u00e9m \u00e9 importante aprender as manobras de desengasgo<\/a> para saber como agir nesse momento.<\/p>\n\n\n\n
Outros acidentes<\/h2>\n\n\n\n
Apesar do aumento geral dos acidentes, os casos envolvendo afogamento diminu\u00edram<\/a> em 2021. Ainda assim, \u00e9 v\u00e1lido lembrar que os pequenos menores de 4 anos podem se afogar em recipientes com at\u00e9 2,5 cm de \u00e1gua. Por isso, al\u00e9m dos cuidados com as piscinas, como a prote\u00e7\u00e3o com cercas e port\u00e3o com cadeado ou trava de seguran\u00e7a, \u00e9 preciso aten\u00e7\u00e3o com banheiras, bacias e baldes, que devem ser guardados vazios e virados para baixo. E, claro, nunca deixe crian\u00e7as sozinhas dentro ou perto da \u00e1gua, nem por um segundo!<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"Como prevenir os\u00a05 acidentes\u00a0mais perigosos\u00a0com crian\u00e7as","post_excerpt":"Pesquisa da ONG Aldeias Infantis SOS mostrou que cresceu o n\u00famero de crian\u00e7as internadas por acidentes em 2021; veja as principais medidas para evit\u00e1-los","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"como-prevenir-os-5-acidentes-mais-perigosos-com-criancas","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-09-09 08:55:11","post_modified_gmt":"2022-09-09 11:55:11","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64723","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64666,"post_author":"4","post_date":"2022-08-30 17:24:27","post_date_gmt":"2022-08-30 20:24:27","post_content":"\n
O n\u00famero de crian\u00e7as e adolescentes que se internaram<\/a>, em 2021, devido a acidentes, aumentou em compara\u00e7\u00e3o com 2020. Foram 110.341 casos de interna\u00e7\u00f5es no ano passado, na faixa et\u00e1ria de 0 a 14 anos, segundo pesquisa da ONG Aldeias Infantis SOS e do Instituto Bem Cuidar. O n\u00famero revela um crescimento de 5,3% em rela\u00e7\u00e3o ao ano anterior. <\/p>\n\n\n\n
As quedas foram a principal causa das interna\u00e7\u00f5es<\/a>, sendo respons\u00e1veis por 44% das ocorr\u00eancias, seguidas pelas queimaduras, 19%, acidentes de tr\u00e2nsito, 10%, e intoxica\u00e7\u00f5es, 5%. Em m\u00e9dia, 302 crian\u00e7as foram hospitalizadas<\/a>, por dia, por conta de algum acidente em 2021, segundo o estudo feito com informa\u00e7\u00f5es do Datasus, do Minist\u00e9rio da Sa\u00fade.<\/p>\n\n\n\n
\u201cChama muito a aten\u00e7\u00e3o, por exemplo, que a maior causa de interna\u00e7\u00e3o seja a queda<\/a>, pois a gente sabe que h\u00e1 medidas para evitar isso. \u00c9 preciso colocar tela em janelas e sacadas<\/a>, evitar deixar m\u00f3veis pr\u00f3ximo a janelas, enfim, uma s\u00e9rie de dicas que s\u00e3o importantes para que pais e adultos estejam munidos dessas informa\u00e7\u00f5es para evitar os acidentes\u201d, afirmou Erika Tonelli, especialista em Entornos Seguros e Protetores da Aldeias Infantis SOS.\u00a0<\/p>\n\n\n\n
Erika lembra que, embora os acidentes fa\u00e7am parte da vida das crian\u00e7as enquanto est\u00e3o se desenvolvendo e experienciando o mundo, a maioria deles poderiam ser evitados. \u201cAt\u00e9 90% dos acidentes poderiam ser prevenidos com medidas simples. Os pais e familiares devem estar sempre atentos aos ambientes - n\u00e3o s\u00f3 aos dom\u00e9sticos, mas tamb\u00e9m espa\u00e7os comunit\u00e1rios, parques, escolas e todos os lugares que as crian\u00e7as frequentam -, para perceber quais riscos existem e se \u00e9 preciso tomar alguma medida ou ter um olhar mais cuidadoso para elas\u201d, ressalta a especialista.<\/p>\n\n\n\n
Apesar do aumento geral dos acidentes, constatou-se que em 2021 os casos envolvendo afogamento diminu\u00edram<\/a> em 2% e sufoca\u00e7\u00e3o em 6%, quando comparado ao ano anterior.  <\/p>\n\n\n\n
O estudo tamb\u00e9m ressalta que, apesar do aumento no volume de interna\u00e7\u00f5es, os n\u00fameros de 2021 s\u00e3o menores que no per\u00edodo anterior \u00e0 pandemia. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong> <\/p>\n\n\n\n\n\n
Tipos de acidentes por idade <\/h2>\n\n\n\n
Segundo o levantamento, a faixa et\u00e1ria de 5 a 9 anos de idade \u00e9 a mais atingida pelas quedas e a que mais sofreu hospitaliza\u00e7\u00f5es em 2021 - representando 35,1% dos internados por acidentes. As crian\u00e7as com idade de 10 a 14 anos tamb\u00e9m tiveram um n\u00famero alto de interna\u00e7\u00f5es (34,2%), sendo igualmente as quedas a causa mais comum. <\/p>\n\n\n\n
J\u00e1 na faixa et\u00e1ria de 1 a 4 anos, que representa 25,6% das intera\u00e7\u00f5es, intoxica\u00e7\u00e3o e queimaduras est\u00e3o entre os principais acidentes. Menores de 1 ano representaram 5,2% das interna\u00e7\u00f5es, motivadas por acidentes como sufoca\u00e7\u00e3o, mas tamb\u00e9m queimaduras, afogamento, intoxica\u00e7\u00e3o e quedas. <\/p>\n\n\n\n
Erika relata que dependendo da faixa et\u00e1ria, a preval\u00eancia dos acidentes vai sendo alterada. Os beb\u00eas de at\u00e9 1 ano t\u00eam um n\u00famero maior de casos de sufoca\u00e7\u00e3o, porque s\u00e3o crian\u00e7as que levam coisas \u00e0 boca. J\u00e1 a intoxica\u00e7\u00e3o tem um n\u00famero bastante alto entre 1 e 4 anos, depois vem a queda, com crian\u00e7as acima de 5 anos, que exploram mais o ambiente e est\u00e3o mais expostas ao mundo externo. \"Mas isso n\u00e3o quer dizer que a gente n\u00e3o deva estar atento \u00e0s demais causas de acidentes. Mesmo a queimadura pode ser comum nos beb\u00eas durante o banho, por exemplo\u201d, explica a porta-voz da Aldeias Infantis SOS. <\/p>\n\n\n\n
Principais causas de acidentes com crian\u00e7as (0 a 14 anos)*<\/h2>\n\n\n\n
Quedas - 44%<\/li>
Queimaduras 19%<\/li>
Tr\u00e2nsito - 10%<\/li>
Intoxica\u00e7\u00f5es - 5% <\/li><\/ul>\n\n\n\n
Acidentes mais comuns por faixa et\u00e1ria<\/h2>\n\n\n\n
0 a 1 ano - Sufoca\u00e7\u00e3o<\/li>
1 a 4 anos - Intoxica\u00e7\u00e3o<\/li>
5 a 9 anos - Quedas<\/li>
10 a 14 anos - Quedas<\/li><\/ul>\n\n\n\n
*N\u00fameros consolidados pela ONG Aldeias Infantis SOS, a partir da base de dados Datasus, do Minist\u00e9rio da Sa\u00fade.<\/em><\/p>\n\n\n\n
Quedas e queimaduras<\/h2>\n\n\n\n
Os registros de quedas no Datasus incluem tanto acidentes ocorridos em casa, quanto em ambientes externos, como playgrounds e parques. Segundo Erika, n\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel afirmar qual tipo de queda \u00e9 a mais comum, mas ela avalia que tanto o maior tempo dentro de casa, durante a pandemia, quanto o incentivo \u00e0s atividades ao ar livre, ap\u00f3s o per\u00edodo de isolamento social, podem ter contribu\u00eddo para esse tipo de acidente.<\/p>\n\n\n\n
J\u00e1 em rela\u00e7\u00e3o \u00e0s queimaduras, ela diz que percebeu um leve aumento de casos, principalmente, devido ao uso recorrente de \u00e1lcool e \u00e1lcool em gel, como forma de prote\u00e7\u00e3o contra a Covid, e possivelmente tamb\u00e9m pelo uso maior de formas alternativas de combust\u00edvel na cozinha, como carv\u00e3o, \u00f3leo e querosene, devido \u00e0 piora da condi\u00e7\u00e3o econ\u00f4mica de grande parte das fam\u00edlias brasileiras. <\/p>\n\n\n\n
\u201cMesmo alimentos quentes em cima da mesa, a crian\u00e7a pode puxar e eles virarem em cima dela. \u00c9 importante tamb\u00e9m evitar tomar bebidas quentes com o filho no colo e estar atento ao risco de choque el\u00e9trico com ferro de passar roupa, com o uso do celular enquanto carrega e com instala\u00e7\u00f5es el\u00e9tricas da casa\u201d, destaca Erika.  <\/p>\n\n\n\n
Para a especialista, a precariza\u00e7\u00e3o das condi\u00e7\u00f5es de trabalhos e a exaust\u00e3o de alguns cuidadores tamb\u00e9m podem ser fatores que interferiram nos cuidados com as crian\u00e7as. Al\u00e9m disso, existe o fato de muitas delas ficarem sozinhas em casa, sem a supervis\u00e3o de um adulto, o que contribui ainda mais para o aumento de acidentes. <\/p>\n\n\n\n
Dados mostram que 1 a cada 4 crian\u00e7as acidentadas fica com sequelas permanentes durante toda a vida.<\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
\u201cQuando falamos de interna\u00e7\u00f5es, n\u00e3o \u00e9 algo simples como ralar o joelho ou cair da bicicleta, s\u00e3o causas graves e isso gera um custo tanto para o sistema de sa\u00fade quanto para a fam\u00edlia, al\u00e9m, claro, do impacto psicol\u00f3gico e emocional na crian\u00e7a\u201d, pontua Erika.<\/p>\n\n\n\n
Principais causas de mortes de crian\u00e7as por acidentes em 2020<\/h2>\n\n\n\n
Em rela\u00e7\u00e3o ao n\u00famero de mortes de crian\u00e7as por acidentes, Erika explicou que os dados mais recentes fornecidos pelo Datasus s\u00e3o de 2020, quando 3.117 crian\u00e7as de at\u00e9 14 anos de idade perderam a vida. Apesar de o tr\u00e2nsito continuar sendo a principal causa das fatalidades com 30% do total, os afogamentos e casos de sufoca\u00e7\u00e3o tamb\u00e9m registraram marcas preocupantes, com 27% e 22%, respectivamente. <\/p>\n\n\n\n
Mortes de crian\u00e7as por acidentes - 2020 <\/h3>\n\n\n\n
Tr\u00e2nsito - 30%<\/li>
Afogamentos - 27%<\/li>
Sufoca\u00e7\u00e3o - 22%<\/li><\/ul>\n\n\n\n
Apesar disso, se comparado com 2019, o n\u00famero de \u00f3bitos recuou 2%, sendo a maior redu\u00e7\u00e3o em sufoca\u00e7\u00e3o, com queda de 14%. Por outro lado, fatalidades envolvendo intoxica\u00e7\u00f5es e quedas seguiram o caminho inverso e aumentaram respectivamente 23% e 12% cada uma. Sob a \u00f3tica da faixa et\u00e1ria, crian\u00e7as de 1 a 4 anos concentram a maior taxa de mortalidade por acidentes no Brasil (32%).<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"Aumentam as interna\u00e7\u00f5es de crian\u00e7as por acidentes","post_excerpt":"Mais de 110 mil crian\u00e7as foram internadas em 2021, segundo pesquisa da ONG Aldeias Infantis SOS, devido a quedas, queimaduras e acidentes de tr\u00e2nsito, entre outras causas","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"aumentam-as-internacoes-de-criancas-por-acidentes","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-09-05 10:23:46","post_modified_gmt":"2022-09-05 13:23:46","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64666","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64515,"post_author":"4","post_date":"2022-08-25 23:30:00","post_date_gmt":"2022-08-26 02:30:00","post_content":"\n
\u201cDe boa, passo muito tempo da minha vida no quarto. T\u00e1 ligado? \u00c9 um canto s\u00f3 meu. No quarto, j\u00e1 fiz tudo. Tamb\u00e9m j\u00e1 pensei em fazer besteira.\u201d  <\/em><\/p>\n\n\n\n
\"Fico mais tempo do que no resto da casa. S\u00f3 saio pra comer, saca? Tem dia que nem pra comer. Ningu\u00e9m me pergunta nada. S\u00f3 ficaram mais preocupados, minha m\u00e3e e meu pai, quando a professora falou que me cortei.\"<\/em><\/p>\n\n\n\n
Relatos como esses fazem parte dos depoimentos que o pesquisador Hugo Monteiro Ferreira colheu para um estudo sobre o cotidiano de crian\u00e7as e adolescentes brasileiros<\/a> marcados pelo adoecimento emocional e mental<\/a>. <\/p>\n\n\n\n
S\u00e3o jovens na faixa et\u00e1ria de 11 a 18 anos de idade, que passam cerca de seis horas por dia dentro de seus quartos, geralmente conectados \u00e0s redes sociais<\/a>, e com s\u00e9rios problemas de conviv\u00eancia entre os seus pares<\/a> e tamb\u00e9m com os adultos com os quais convivem.\u00a0De modo geral, s\u00e3o pessoas que pertencem a uma classe social mais favorecida.<\/p>\n\n\n\n
Hugo os definiu como \u201ca gera\u00e7\u00e3o do quarto\u201d. V\u00edtimas de bullying, cyberbullying e outras viol\u00eancias<\/a>, geralmente na escola, eles vivenciam nesse c\u00f4modo da casa diversas formas de sofrimento - de transtornos alimentares a ansiedade, depress\u00e3o e at\u00e9 mesmo suic\u00eddio<\/a>. <\/p>\n\n\n\n
\u201cA gera\u00e7\u00e3o do quarto adverte-nos que as fam\u00edlias e as escolas precisam \"escutar\" meninos e meninas e rever posturas e procedimentos, bem como formas de educar e jeitos de orientar\u201d, afirma Hugo, no livro \u201cA gera\u00e7\u00e3o do quarto - quando as crian\u00e7as nos ensinam a amar\u201d. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
A obra \u00e9 fruto de uma pesquisa que ouviu 3.115 crian\u00e7as e adolescentes, de escolas p\u00fablicas e, principalmente, privadas, de cinco capitais do pa\u00eds. \u00c9 um grupo que retrata nitidamente os jovens da sociedade contempor\u00e2nea. \"Tenho retornos de professores e professoras que me diziam: \"olha isso que voc\u00ea disse acontece exatamente assim na minha escola\", afirmou Hugo. <\/p>\n\n\n\n
Segundo ele, a fragilidade dessa gera\u00e7\u00e3o revela a fragilidade dos pais e das m\u00e3es. \u201cN\u00e3o s\u00e3o s\u00f3 as crian\u00e7as e os adolescentes que est\u00e3o no quarto \u2014 os adultos tamb\u00e9m est\u00e3o. O quarto \u00e9 a met\u00e1fora da fam\u00edlia que n\u00e3o dialoga, mas grita; da escola que n\u00e3o acolhe, mas exige o desempenho das notas\u201d, afirma Humberto da Silva Miranda, doutor em Hist\u00f3ria das Inf\u00e2ncias, no pref\u00e1cio do livro. <\/p>\n\n\n\n
$\"\"$
Hugo Monteiro Ferreira<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n
A seguir, leia a entrevista que o autor concedeu \u00e0 Canguru News<\/strong>. Hugo \u00e9 professor do departamento de Educa\u00e7\u00e3o e do Programa de P\u00f3s-Gradua\u00e7\u00e3o em Educa\u00e7\u00e3o, Culturas e Identidades, ambos da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Na mesma institui\u00e7\u00e3o, ele coordena o N\u00facleo do Cuidado Humano e o Grupo de Estudos da Transdisciplinaridade, da Inf\u00e2ncia e da Juventude (GETIJ).<\/p>\n\n\n\n
Qual o perfil da gera\u00e7\u00e3o do quarto?<\/h2>\n\n\n\n
S\u00e3o crian\u00e7as e adolescentes, entre 11 e 16 anos, que passam mais de 6 horas por dia dentro do quarto, usando excessivamente as redes sociais digitais, e j\u00e1 sofreram algum tipo de viol\u00eancia, como bullying e cyberbullying, geralmente ocorrida na escola. Eles t\u00eam sintomatologias de psicopatologias as mais diversas, com predomin\u00e2ncia para depress\u00e3o, transtornos obsessivos compulsivos, transtornos alimentares, com predomin\u00e2ncia de anorexia e bulimia, transtorno de ansiedade, uso abusivo de \u00e1lcool, de maconha ou drogas qu\u00edmicas e dist\u00farbios de sono. E no campo da autodestrui\u00e7\u00e3o, praticam a autoles\u00e3o, sem inten\u00e7\u00e3o suicida, e alguns t\u00eam idea\u00e7\u00e3o suicida e tentaram suic\u00eddio mais de uma vez, esse \u00e9 o perfil da gera\u00e7\u00e3o do quarto.<\/p>\n\n\n\n
Como foi feita a pesquisa?<\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa foi feita entre 2017 e 2019, com alunos de escolas p\u00fablicas e privadas de cinco capitais brasileiras \u2014 Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Macei\u00f3 e Natal. Inicialmente, foi aplicado um question\u00e1rio online para 3.115 crian\u00e7as e adolescentes, e a partir das respostas foi feito um recorte com 238 jovens, dos quais a grande maioria, 70%, s\u00e3o de escolas privadas, e fazem parte da classe m\u00e9dia e classe m\u00e9dia alta. Os resultados mostraram que 75% dos 3.115 alunos est\u00e3o com a sa\u00fade mental abalada, embora nem todos apresentem sintomatologia psicopatol\u00f3gica. N\u00e3o publiquei nenhum artigo sobre o estudo porque desde o in\u00edcio tive a inten\u00e7\u00e3o de fazer um livro, que ficou pronto em 2020. De l\u00e1 para c\u00e1, a obra passou por revis\u00f5es, sendo publicada agora, em 2022. Ressalto que a gera\u00e7\u00e3o do quarto n\u00e3o foi criada na pandemia, mas sofreu na pandemia duas vezes mais pela situa\u00e7\u00e3o de vulnerabilidade em que se encontrava. <\/p>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 um retrato da juventude brasileira? <\/h2>\n\n\n\n
Eu fiz um recorte, mas todas as pessoas que mantiveram contato comigo e n\u00e3o estiveram no recorte da pesquisa se identificaram com ela. Tenho retornos de professores e professoras que me diziam: \"olha isso que voc\u00ea disse acontece exatamente assim na minha escola\". As pessoas se identificam porque tem uma verossimilhan\u00e7a. Muitas dizem: \"ah, tenho um filho, uma filha, que tamb\u00e9m est\u00e1 no quarto\". Se voc\u00ea for em qualquer escola, infelizmente ir\u00e1 encontrar algo semelhante.<\/p>\n\n\n\n
Como entender os problemas que essa gera\u00e7\u00e3o enfrenta, quais s\u00e3o suas origens?<\/h2>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 forjada, criada dentro de casa, \u00e9 a fam\u00edlia quem cria essa gera\u00e7\u00e3o, n\u00e3o \u00e9 a escola, a escola ajuda a manter, a fazer a manuten\u00e7\u00e3o do sofrimento, mas a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 produto de uma fam\u00edlia no quarto tamb\u00e9m, uma fam\u00edlia isolada, adoecida, de pouco di\u00e1logo, violenta. A viol\u00eancia num sentido amplo, n\u00e3o s\u00f3 f\u00edsica, psicol\u00f3gica, mas uma viol\u00eancia simb\u00f3lica, h\u00e1 muito movimento de viol\u00eancia dentro dessas casas. A viol\u00eancia simb\u00f3lica se expressa nas nuances, na organiza\u00e7\u00e3o, no establishment<\/em>, c\u00f3digos de comportamentos. Por exemplo, entrevistei meninos de 15, 16 anos, que eram gays, e na casa havia uma esp\u00e9cie de heteronormatividade, n\u00e3o era dito isso, mas havia a heteronormatividade como conduta, regra. \u00c9 isso que temos visto dentro dessas fam\u00edlias, s\u00e3o fam\u00edlias um tanto quanto provocativas e provocadoras dessa viol\u00eancia simb\u00f3lica. <\/p>\n\n\n\n
\u00c9 uma situa\u00e7\u00e3o muito preocupante, n\u00e3o? <\/h2>\n\n\n\n
A experi\u00eancia do quarto \u00e9 terr\u00edvel, porque n\u00e3o \u00e9 uma esp\u00e9cie de ref\u00fagio para aquietar mente, \u00e9 uma experi\u00eancia de ansiedade da mente, uma mente com probabilidades das mais diversas. <\/p>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 violentada, ela tamb\u00e9m vai violentar. \u00c9 importante observar isso. <\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Eu me preocupo muito porque parece que a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 meio que uma matriz de pequenos e pequenas curingas, do personagem do Batman. N\u00f3s estamos formando gera\u00e7\u00f5es violentas, e essa viol\u00eancia pode ser contra si, os \u00edndices de suic\u00eddio na adolesc\u00eancia n\u00e3o s\u00e3o m\u00ednimos. No Brasil, infelizmente, desde 2016, que eles aumentam, mas n\u00f3s tamb\u00e9m temos criado pessoas, em pa\u00edses como os Estados Unidos, que quando t\u00eam acesso a armas, criam e organizam massacres como esses que vimos nas escolas americanas. O perfil e a biografia desses adolescentes se assemelha \u00e0 gera\u00e7\u00e3o do quarto. \u00c9 preocupante, porque n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 o adoecimento ps\u00edquico, mas \u00e9 a produ\u00e7\u00e3o de uma comunidade psiquicamente adoecida, que tem na viol\u00eancia a gram\u00e1tica da sua sintaxe comunicacional, ou seja, a socializa\u00e7\u00e3o \u00e9 violenta.<\/p>\n\n\n\n
Muitas vezes, \u00e9 poss\u00edvel que voc\u00ea tenha pessoas que acham que s\u00e3o excelentes m\u00e3es e pais, mas que imprimem uma norma, uma conduta, um modelo que impede que o outro seja o que pode ser. Vi muito isso, adolescentes dizendo \u201ceu n\u00e3o consigo, para minha m\u00e3e nem para o meu pai, ser o que realmente sou, o que realmente gosto, tenho que mentir, me fazer ser o que n\u00e3o sou, criar um perfil falso\u201d. A viol\u00eancia simb\u00f3lica est\u00e1 muito nesse campo, no religioso, al\u00e9m da viol\u00eancia f\u00edsica e psicol\u00f3gica.<\/p>\n\n\n\n
<\/p>\n\n\n\n
H\u00e1 caracter\u00edsticas em comum entre os pais dessa gera\u00e7\u00e3o?<\/h2>\n\n\n\n
S\u00e3o pessoas que aprenderam com os modelos anteriores como devem proceder, como educar e como deve ser a rela\u00e7\u00e3o entre pais e filhos, e eles terminam agindo em nome desse bem-estar. Eles querem o bem dos filhos, n\u00e3o desejam o mal, mas \u00e9 um bem meio que projetado, n\u00e3o \u00e9 um bem presente, \u00e9 o bem do amanh\u00e3. Eu quero que meu filho esteja bem, mas para isso ele precisa seguir uma regra, uma norma, uma conduta, um padr\u00e3o, uma organiza\u00e7\u00e3o. Se ele n\u00e3o segue, eu n\u00e3o consigo ser m\u00e3e, pai dele, n\u00e3o consigo estabelecer uma rela\u00e7\u00e3o afetiva, de di\u00e1logo, e come\u00e7o a entrar em conflito.<\/p>\n\n\n\n
S\u00e3o pais que rejeitam os filhos? <\/h2>\n\n\n\n
Essa gera\u00e7\u00e3o mostra que os pais, se n\u00e3o h\u00e1 um modelo estabelecido, eles n\u00e3o se disp\u00f5em a aprender com o que eles veem na realidade, \u00e9 quase que um filho abstrato. Quando o filho real come\u00e7a a emergir e mostrar suas caracter\u00edsticas, os pais come\u00e7am a estranhar aquilo e n\u00e3o entram em processo de di\u00e1logo, se afastam. \u00c9 esse afastamento, esse vazio, que cria a gera\u00e7\u00e3o do quarto. Por isso afirmo que \u00e9 na matriz familiar que a gera\u00e7\u00e3o \u00e9 gerada, quer dizer, os pais n\u00e3o conseguem observar, de modo geral, a emerg\u00eancia dos humanos que eles mesmos criaram. Eles t\u00eam o humano projetado, \u00e9 quase um molde de um humano. Quando vem uma orienta\u00e7\u00e3o sexual ou um g\u00eanero que n\u00e3o \u00e9 norma, causa um impacto. <\/p>\n\n\n\n
Claro que \u00e9 menos impactante quando o filho diz que n\u00e3o quer ser m\u00e9dico, mas sim ator, pode haver resist\u00eancia mas n\u00e3o t\u00e3o intensa como quando voc\u00ea diz que \u00e9 gay, isso causa um embara\u00e7o. Mas n\u00e3o gosto de condenar os pais e as m\u00e3es, porque acho que eles est\u00e3o envolvidos nesse processo, eles querem acertar, ao menos, os que t\u00eam paternagem e maternagem, que chamo de esp\u00edrito de pai e m\u00e3e. Os que n\u00e3o t\u00eam, esses simplesmente geram os filhos, est\u00e3o ali numa esp\u00e9cie de playground de criar filhos. Mas os que t\u00eam paternagem, eles v\u00e3o tentando encontrar e conseguem, ent\u00e3o nesse caso, essa fissura, esse vazio que se abriu \u00e9 reduzido e a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 compreendida. <\/p>\n\n\n\n
Os pais sabem que t\u00eam um problema em casa?<\/h2>\n\n\n\n
Eles n\u00e3o t\u00eam conhecimento, porque a gera\u00e7\u00e3o do quarto cognitivamente n\u00e3o tem problema com boletim escolar. Essa gera\u00e7\u00e3o chega na universidade. Essa causa-consequ\u00eancia que a gente confabulou e afirmou tantas vezes que, por exemplo, vai ter problemas na escola, no rendimento escolar, n\u00e3o \u00e9 um sinal, a gera\u00e7\u00e3o do quarto tem um boletim escolar azul,<\/strong> e os pais n\u00e3o percebem. Eles acham que faz parte da vida estar no quarto.<\/strong> Muitos me dizem isso, \u201cah mas meu filho est\u00e1 no quarto j\u00e1 h\u00e1 tanto tempo que nem me dava conta\u201d. Eles come\u00e7am a se dar conta quando a crian\u00e7a ou o adolescente come\u00e7a a se cortar, quando come\u00e7am a gritar em sil\u00eancio, a\u00ed os pais alertam, mas at\u00e9 ent\u00e3o, n\u00e3o. Chamam para jantar, quando conseguem, lembrando que pais contempor\u00e2neos vivem muito fora de casa, trabalham muito, com finalidade de dar um futuro para os filhos.  <\/p>\n\n\n\n
Ou seja, o esfor\u00e7o dos pais para garantir uma boa estrutura familiar acaba por distanci\u00e1-los dos filhos?<\/h2>\n\n\n\n
\u00c9 a alternativa que se deu para a fam\u00edlia. Num pa\u00eds de mais de 210 milh\u00f5es de pessoas, n\u00e3o \u00e9 todo mundo que para e reflete sobre o que \u00e9 ser uma fam\u00edlia. Para os que est\u00e3o abaixo da linha da mis\u00e9ria tem que pensar muito como se recupera. H\u00e1 uma quest\u00e3o importante: o fen\u00f4meno da gera\u00e7\u00e3o do quarto se d\u00e1 em todas as classes sociais, mas as estrat\u00e9gias trabalhadas mudam. Tem muitas pessoas que usam a gravidez, por exemplo, como forma de sair de uma situa\u00e7\u00e3o socioecon\u00f4mica. Engravidar pode ser uma esp\u00e9cie de promo\u00e7\u00e3o social, ou seja, o problema \u00e9 o mesmo, a dor ps\u00edquica \u00e9 a mesma, mas a maneira de lidar com ela \u00e9 diferente. <\/p>\n\n\n\n
Os jovens n\u00e3o se abrem com os pais, mas n\u00e3o se opuseram a falar com voc\u00ea?<\/h2>\n\n\n\n
Talvez o que favorece para um pesquisador como eu \u00e9 me dispor a escutar sem condenar, sem julgamento. Eu escuto para acolher e esse talvez seja um potencial que a gente possa ensinar aos pais e \u00e0s m\u00e3es, para que o filho diga o que pensa, o que acha, o que gosta e n\u00e3o gosta, se sinta confort\u00e1vel em ser diferente dos pais. Acho que as fam\u00edlias escutam julgando, comparando e sentenciando demais. As crian\u00e7as, ao contr\u00e1rio do que as pessoas pensam, s\u00e3o muito sens\u00edveis, muito cr\u00edticas, elas conseguem responder perguntas, falar sobre sentimentos com quem elas se sentem confort\u00e1veis. Al\u00e9m disso, uma das t\u00e9cnicas que utilizei, o question\u00e1rio online, me trouxe muitas respostas, porque tinha perguntas abertas. Alguns dos depoimentos que apresento no livro eu n\u00e3o ouvi, eu li. Quando n\u00e3o tenho que dizer meu nome, quem eu sou, de onde sou, qual minha idade, me sinto mais livre para falar, pedir ajuda. Foram esses depoimentos que me causaram impacto e me fizeram depois entrevistar o grupo menor por meio de rodas de conversa. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Qual o papel da escola nesse contexto?<\/h2>\n\n\n\n
Eu sou um profissional e defensor da escola, a escola para mim \u00e9 uma grande inven\u00e7\u00e3o social, cumpre papel de forma\u00e7\u00e3o, de complementaridade, sobretudo no campo do que chamamos de conhecimento cient\u00edfico. Ela tamb\u00e9m tem um papel social, porque trabalha com pessoas, organiza\u00e7\u00f5es, institui\u00e7\u00f5es, mas ela precisa ser revisitada e reformulada nos seus objetivos matriciais. A escola n\u00e3o pode querer exclusivamente formar do ponto vista cognitivo. Isso \u00e9 um equ\u00edvoco que se manifesta sobretudo nessas escolas, que insistem num modelo de concorr\u00eancia, competi\u00e7\u00e3o, ranqueamento, na nota como resposta \u00e0 aprendizagem. S\u00e3o escolas desconectadas com grandes problemas contempor\u00e2neos, como a sobreviv\u00eancia do Planeta Terra. Temos um planeta amea\u00e7ado de desertifica\u00e7\u00e3o, de aus\u00eancia de comida, amea\u00e7ado no campo dos povos origin\u00e1rios, ent\u00e3o essas s\u00e3o preocupa\u00e7\u00f5es que a escola deve ter. <\/p>\n\n\n\n
Outra preocupa\u00e7\u00e3o \u00e9 a diversidade, temos uma sociedade que se mostra violenta com as minorias, racista e mis\u00f3gina. As mulheres sofrem muito nessa sociedade. A escola n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 para discutir f\u00f3rmulas qu\u00edmicas, biol\u00f3gicas, equa\u00e7\u00f5es matem\u00e1ticas, sintaxe da l\u00edngua. <\/p>\n\n\n\n
A escola \u00e9 para ajudar a usar o conhecimento cient\u00edfico na melhoria da qualidade de vida das pessoas, da minha e dos outros. <\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Ent\u00e3o se ela n\u00e3o faz isso, se insiste na concorr\u00eancia, em colocar aqueles que s\u00e3o bons e n\u00e3o s\u00e3o bons, os que s\u00e3o inteligentes e os que n\u00e3o s\u00e3o inteligentes, e ela tem insistido, ela ajuda a adoecer. \u00c9 o que digo no livro. <\/p>\n\n\n\n
O que dizer aos pais e m\u00e3es da gera\u00e7\u00e3o do quarto?<\/h2>\n\n\n\n
Os filhos e as filhas v\u00e3o precisar muito mesmo dos pais. Tem dois cen\u00e1rios, um \u00e9 ajudar meu filho a n\u00e3o entrar no quarto e o outro \u00e9 ajudar o filho que j\u00e1 est\u00e1 no quarto. No livro eu falo de cinco pilares: cuidado, autoconhecimento, conviv\u00eancia, dialogicidade e amorosidade. Trabalhar a fam\u00edlia e a escola a partir dessas sustenta\u00e7\u00f5es \u00e9 preventivo, mas pode servir tamb\u00e9m para situa\u00e7\u00f5es de pessoas que j\u00e1 est\u00e3o adoecidas, neste caso, associado ao acompanhamento de um profissional da sa\u00fade mental - psic\u00f3logo, psiquiatra, psicanalista, a depender do caso.<\/p>\n\n\n\n
O pilar do cuidado<\/strong> trata sobre a import\u00e2ncia do cuidado consigo e do cuidado com o outro, o que implica tratar das quest\u00f5es relacionadas a respeito, compreens\u00e3o, conviv\u00eancia, uso abusivo de \u00e1lcool, relacionamentos abusivos, bullying, ciberbullying, uso excessivo de redes sociais digitais, entre outros aspectos.

O pilar do autoconhecimento<\/strong> trata sobre a biografia, a hist\u00f3ria de cada pessoa, a fam\u00edlia. Proponho um trabalho sobre ancestralidade, que a pessoa conhe\u00e7a sua hist\u00f3ria de vida, conhe\u00e7a seu pai, sua m\u00e3e, sua opini\u00e3o, seus gostos. Isso tem a ver com quem eu sou, do ponto de vista \u00e9tico, e vai me dar uma seguran\u00e7a para enfrentar aquilo que querem que eu seja. Eu sou isso, mas querem que eu seja aquilo. N\u00e3o escondo minhas fragilidades, sou amado, o que d\u00e1 seguran\u00e7a. N\u00e3o vou dizer para minha crian\u00e7a que a vida \u00e9 f\u00e1cil, um mar de rosas, que ela nunca vai encontrar desafios, mas vou ajud\u00e1-la e fortalec\u00ea-la para que ela possa enfrent\u00e1-los.<\/p>\n\n\n\n
No pilar da conviv\u00eancia<\/strong>, h\u00e1 uma rela\u00e7\u00e3o entre aprender a ser e aprender a conviver. Trato de situa\u00e7\u00f5es cotidianas que evocam reflex\u00f5es \u00e9ticas, morais e espirituais, para as quais a compaix\u00e3o, a empatia e a resili\u00eancia s\u00e3o habilidades necess\u00e1rias e essenciais. O exerc\u00edcio da dialogicidade<\/strong> \u00e9 realizado quando as pessoas aprendem a falar o que pensam e sentem, mas entendem que o que pensam e sentem n\u00e3o \u00e9 a \u00faltima palavra sobre a verdade. O pilar da amorosidade<\/strong> \u00e9 tratado com reflex\u00f5es e a\u00e7\u00f5es. As reflex\u00f5es geram as a\u00e7\u00f5es, e as a\u00e7\u00f5es n\u00e3o s\u00e3o realizadas de modo mec\u00e2nico. <\/p>\n\n\n\n
Os pais podem aprender com os filhos?<\/h2>\n\n\n\n
O livro n\u00e3o tem que ser uma pedra para atirar nos pais e na escola, tem que ser um acalanto. Eu acho que a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 t\u00e3o potente que nos possibilita reaprender a viver, tenho grande esperan\u00e7a na gera\u00e7\u00e3o do quarto, a mesma gera\u00e7\u00e3o que \u00e9 violenta me ensina novos modos de amor, n\u00e3o vejo a gera\u00e7\u00e3o como fracassada, que n\u00e3o deu certo, acho um absurdo dizer que \u00e9 uma gera\u00e7\u00e3o parasita, \"nem-nem\". Obviamente ela traz todas as mazelas, n\u00e3o foi a gera\u00e7\u00e3o do quarto que inventou o abuso do \u00e1lcool, a viol\u00eancia, esses foram c\u00f3digos sempre usados, mas a gera\u00e7\u00e3o do quarto est\u00e1 nos dando outras alternativas, como maior preocupa\u00e7\u00e3o sobre consumo, meio ambiente, empoderamento das meninas, orienta\u00e7\u00e3o \u00e0 quest\u00e3o de g\u00eanero. Essa gera\u00e7\u00e3o tem muita coisa a nos mostrar, n\u00e3o precisamos ter medo, podemos aprender com elas. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"A gera\u00e7\u00e3o do quarto: um retrato chocante da juventude brasileira","post_excerpt":"Ap\u00f3s ouvir mais de 3 mil crian\u00e7as e adolescentes que vivem experi\u00eancias traum\u00e1ticas em seus quartos, o pesquisador Hugo Monteiro Ferreira faz um alerta aos pais e \u00e0s escolas sobre a necessidade de mudar a forma de se relacionar com os jovens","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"a-geracao-do-quarto-o-retrato-chocante-da-juventude-brasileira","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-30 11:00:28","post_modified_gmt":"2022-08-30 14:00:28","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64515","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64369,"post_author":"4","post_date":"2022-08-23 10:54:43","post_date_gmt":"2022-08-23 13:54:43","post_content":"\n
De acordo com o Artigo 227<\/a> da Constitui\u00e7\u00e3o de 1988, as crian\u00e7as<\/a> devem ser prioridade absoluta em todas as decis\u00f5es, programas e pol\u00edticas p\u00fablicas<\/a>. Isso se torna mais relevante em ano de elei\u00e7\u00f5es, em que poderemos escolher, de forma democr\u00e1tica<\/a>, representantes<\/a> aos cargos de presidente da Rep\u00fablica, senadores, governadores, deputados federais e estaduais. <\/p>\n\n\n\n
O voto no Brasil \u00e9 obrigat\u00f3rio para todos aqueles acima de 18 anos, sendo facultativo para jovens com 16 e 17 anos, pessoas com mais de 70 anos e analfabetos. Crian\u00e7as e adolescentes<\/a> menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar<\/a>, mas isso n\u00e3o quer dizer que n\u00e3o devam estar inclu\u00eddos nos planos dos diferentes representantes pol\u00edticos. Muito pelo contr\u00e1rio.<\/p>\n\n\n\n
Diversos estudos j\u00e1 comprovaram que investir na primeira inf\u00e2ncia<\/a> \u00e9 a melhor maneira de reduzir desigualdades e construir uma sociedade com condi\u00e7\u00f5es sociais e ambientais sustent\u00e1veis.<\/p>\n\n\n\n
Cabe a n\u00f3s, adultos, escolher nas elei\u00e7\u00f5es candidatos que contemplem as crian\u00e7as em projetos e iniciativas diversas. Abaixo, veja 5 motivos que tornam urgente a valoriza\u00e7\u00e3o de projetos para a inf\u00e2ncia e juventude nas campanhas \u00e0s elei\u00e7\u00f5es de 2022. A lista \u00e9 do portal Lunetas, espa\u00e7o dedicado \u00e0 reflex\u00e3o sobre a inf\u00e2ncia, que recentemente lan\u00e7ou o especial \"Inf\u00e2ncias em foco: Quem vota pelas crian\u00e7as?\"<\/a>, um hub de informa\u00e7\u00e3o sobre pol\u00edtica e as inf\u00e2ncias. <\/p>\n\n\n\n
5 temas que envolvem as crian\u00e7as e que t\u00eam de estar previstos nas propostas dos candidatos \u00e0s elei\u00e7\u00f5es:<\/h2>\n\n\n\n
Fome<\/h3>\n\n\n\n
De acordo com um levantamento realizado pela Funda\u00e7\u00e3o Abrinq, cerca de 18,8 milh\u00f5es de meninos e meninas de at\u00e9 14 anos passam fome no Brasil. Essa inseguran\u00e7a alimentar traz preju\u00edzos grav\u00edssimos \u00e0s crian\u00e7as, afetando seu crescimento e o desenvolvimento f\u00edsico e cognitivo necess\u00e1rios para que consigam crescer de maneira saud\u00e1vel.<\/p>\n\n\n\n
Analfabetismo<\/h3>\n\n\n\n
H\u00e1 50 anos, a educa\u00e7\u00e3o infantil n\u00e3o era uma realidade no Brasil, no entanto, pol\u00edticas p\u00fablicas mudaram essa realidade. Ainda assim, nos \u00faltimos dois anos, o n\u00famero de crian\u00e7as de 6 e 7 anos que n\u00e3o sabem ler e escrever cresceu em 1 milh\u00e3o. Pensando no futuro e nos pr\u00f3ximos passos do Brasil relacionados \u00e0 educa\u00e7\u00e3o p\u00fablica, \u00e9 necess\u00e1rio eleger candidatos que queiram enfrentar as desigualdades sociais e lutar para que todas as crian\u00e7as e adolescentes tenham acesso \u00e0 educa\u00e7\u00e3o de qualidade.<\/p>\n\n\n\n
Trabalho Infantil<\/h3>\n\n\n\n
Atualmente, cerca de 2 milh\u00f5es de crian\u00e7as e adolescentes est\u00e3o em situa\u00e7\u00e3o de trabalho infantil no Brasil. Desse total, 66% s\u00e3o crian\u00e7as pretas ou pardas e 71% est\u00e3o na \u00e1rea urbana, de acordo com um levantamento divulgado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domic\u00edlios (PNAD Cont\u00ednua).<\/p>\n\n\n\n
Viol\u00eancia e explora\u00e7\u00e3o sexual<\/h3>\n\n\n\n
Entre 2016 e 2020, 35 mil crian\u00e7as e adolescentes, de 0 a 19 anos, foram mortos de forma violenta no Brasil e 180 mil sofreram viol\u00eancia sexual, segundo o Panorama da Viol\u00eancia Sexual contra crian\u00e7as e Adolescentes no Brasil, lan\u00e7ado pela Unicef e pelo F\u00f3rum Brasileiro de Seguran\u00e7a P\u00fablica (FBSP). Por isso, \u00e9 necess\u00e1rio eleger pessoas que tenham coragem para combater esse cen\u00e1rio e falar de assuntos como igualdade de g\u00eanero, empoderamento de meninas, viol\u00eancia sexual e femin\u00edcio.<\/p>\n\n\n\n
Moradia<\/h3>\n\n\n\n
Mais de 5 milh\u00f5es de pessoas ainda residem em domic\u00edlios sem banheiros ou sanit\u00e1rios de uso exclusivo e 9,7 milh\u00f5es vivem em condi\u00e7\u00f5es de adensamento excessivo, com mais de tr\u00eas moradores para cada dormit\u00f3rio. Este \u00e9 um assunto que n\u00e3o deve ser ignorado, j\u00e1 que todas as crian\u00e7as precisam de acesso \u00e0 moradia para viver com dignidade e poder se desenvolver em outras \u00e1reas, como lazer, educa\u00e7\u00e3o e sa\u00fade.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]  <\/p>\n","post_title":"5 motivos para priorizar as crian\u00e7as nas elei\u00e7\u00f5es de 2022","post_excerpt":"Crian\u00e7as e adolescentes menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar, mas s\u00e3o parcela importante da popula\u00e7\u00e3o e t\u00eam de estar contemplados nos projetos dos diferentes atores governamentais","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"5-motivos-para-priorizar-as-criancas-nas-eleicoes-de-2022","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-25 18:52:13","post_modified_gmt":"2022-08-25 21:52:13","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64369","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64334,"post_author":"4","post_date":"2022-08-22 15:14:51","post_date_gmt":"2022-08-22 18:14:51","post_content":"\n
O n\u00famero de crian\u00e7as e adolescente<\/a>s conectados \u00e0 internet cresceu nos \u00faltimos anos. Segundo o estudo TIC Kids Online Brasil 2021<\/a>, rec\u00e9m-divulgado, 93% ou 22,3 milh\u00f5es das crian\u00e7as e dos adolescentes<\/a> no pa\u00eds acessaram a web<\/a> em 2021, sendo que em 2019 esse percentual era de 89%. O crescimento foi impulsionado principalmente pela maior propor\u00e7\u00e3o de usu\u00e1rios na regi\u00e3o Nordeste e nas \u00e1reas rurais. <\/p>\n\n\n\n
O uso de redes sociais <\/a>pelas crian\u00e7as tamb\u00e9m tem se elevado, sendo a plataforma Tik Tok<\/a> a mais utilizada (34%), seguida pelo Instagram (33%). No Facebook, houve queda no uso de 66% para 51% no per\u00edodo citado. J\u00e1 o WhatsApp segue como a plataforma em que crian\u00e7as e adolescentes mais possuem perfil (foi de 70% em 2018 para 80% em 2021), e \u00e9 a mais difundida entre todos os estratos sociais.<\/p>\n\n\n\n
A pesquisa, conduzida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informa\u00e7\u00e3o (Cetic.br) do N\u00facleo de Informa\u00e7\u00e3o e Coordena\u00e7\u00e3o do Ponto BR (NIC.br), entrevistou 2.651 crian\u00e7as e adolescentes com idades entre 9 e 17 anos, bem como seus pais ou respons\u00e1veis, em todo o territ\u00f3rio nacional. As entrevistas aconteceram entre outubro de 2021 e mar\u00e7o de 2022, com a finalidade de investigar oportunidades e riscos relacionados \u00e0 participa\u00e7\u00e3o online desse p\u00fablico. <\/p>\n\n\n\n
Segundo o levantamento, as crian\u00e7as tamb\u00e9m est\u00e3o passando mais tempo em jogos online - seja conectadas com outros jogadores (de 57% para 66%, entre 2021 e 2019) ou n\u00e3o conectadas a eles (de 55% para 64%) -, e fazendo mais compras no ambiente digital - cresceu de 9% para 19% no mesmo per\u00edodo. <\/p>\n\n\n\n
\"Plataformas de cria\u00e7\u00e3o e compartilhamento de conte\u00fado audiovisual est\u00e3o entre as mais utilizadas por crian\u00e7as e adolescentes. Nesse contexto, a qualidade da conex\u00e3o \u00e0 Internet e dos dispositivos digitais utilizados para o acesso \u00e0 rede passam a ser determinantes para o melhor aproveitamento de oportunidades online. \u00c9 central, portanto, garantir condi\u00e7\u00f5es equitativas de conectividade para crian\u00e7as e adolescentes em diferentes contextos socioecon\u00f4micos\", aponta Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br. <\/p>\n\n\n\n
A pesquisa TIC Kids Online <\/a>detectou, ainda, que o telefone celular segue como o principal meio de conex\u00e3o \u00e0 rede nos diferentes extratos sociais. Para 53%, o celular foi o \u00fanico dispositivo usado, realidade que se verificou mais presente nas classes DE (78%) e C (52%) do que nas classes AB (18%). <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Acesso a propagandas<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
Entre as atividades multim\u00eddia, as mais acessadas pelas crian\u00e7as s\u00e3o ouvir m\u00fasica (80%), assistir a v\u00eddeos, programas, filmes ou s\u00e9ries (84%), S\u00edtios de v\u00eddeos (67%) e redes sociais (61%) est\u00e3o entre as principais plataformas em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios de internet declaram ter visto propaganda de produtos ou marcas. Pessoas ensinando como usar algum produto (62%) e abrindo embalagens -- o chamado unboxing<\/em><\/strong> - (61%) foram os principais conte\u00fados de imagem ou v\u00eddeo em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios da rede tiveram contato com divulga\u00e7\u00e3o de produtos ou marcas. Entre as principais categorias de produtos ou marcas vistas no ambiente online<\/em> est\u00e3o: <\/p>\n\n\n\n
Equipamentos eletr\u00f4nicos (60%); <\/li>
Roupas e sapatos (60%); <\/li>
Comidas, bebidas ou doces (57%); <\/li>
Videogames ou jogos (46%); <\/li>
Maquiagem e outros produtos de beleza (46%).\u00a0<\/li><\/ul>\n\n\n\nBusca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e bem-estar<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa tamb\u00e9m constatou que 32% dos jovens entre 11 e 17 anos procuram ajuda para lidar com algo ruim que vivenciaram<\/strong>, ou para falar sobre suas emo\u00e7\u00f5es<\/strong> quando se sentiram tristes. <\/p>\n\n\n\n
Entre os temas mais procurados relacionados \u00e0 sa\u00fade est\u00e3o:<\/p>\n\n\n\n
Informa\u00e7\u00f5es sobre alimenta\u00e7\u00e3o (55%);
Preven\u00e7\u00e3o e tratamento de doen\u00e7as (38%);
Exerc\u00edcios e meios para ficar em forma (36%);
Informa\u00e7\u00f5es sobre medicamentos (22%);<\/li>
Discuss\u00f5es sobre sa\u00fade sexual e educa\u00e7\u00e3o sexual (21%).<\/li><\/ul>\n\n\n\n
\"A pesquisa busca levantar evid\u00eancias que contribuam para a promo\u00e7\u00e3o de direitos e do bem-estar de crian\u00e7as e adolescentes. Desse modo, para al\u00e9m das atividades presentes na s\u00e9rie hist\u00f3rica da pesquisa, o uso da rede na busca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e apoio emocional passou a ser um tema relevante de investiga\u00e7\u00e3o\", sinaliza Barbosa.<\/p>\n\n\n\n
\"Pesquisas como a TIC Kids Online Brasil s\u00e3o de extrema relev\u00e2ncia para entendermos o cen\u00e1rio atual e fortalecermos o letramento e inclus\u00e3o digital dos mais jovens, com mais seguran\u00e7a e qualidade, quest\u00f5es intr\u00ednsecas ao trabalho realizado pelo Comit\u00ea Gestor da Internet no Brasil\", pondera Jos\u00e9 Gontijo, coordenador do CGI.br.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
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1. Queda<\/h2>\n\n\n\n
Para prevenir quedas, seja de grandes alturas ou dentro de casa, nunca \u00e9 demais refor\u00e7ar: instale grades ou redes de prote\u00e7\u00e3o<\/strong> nas janelas, sacadas, varandas, mezaninos e quaisquer outros v\u00e3os que apresentem risco. Todas as janelas da resid\u00eancia devem ser teladas, at\u00e9 mesmo as dos banheiros, que costumam ficar de fora pelo tamanho reduzido. Isso vale tamb\u00e9m para as janelas de modelo basculante. A recomenda\u00e7\u00e3o \u00e9 que <\/strong>as telas sejam instaladas antes mesmo da crian\u00e7a nascer, para prevenir acidentes com beb\u00eas que se mexem e se impulsionam do colo. Se houver preocupa\u00e7\u00e3o com a limpeza das esquadrias, empresas especializadas oferecem telas remov\u00edveis como alternativa. Nas escadas internas da casa deve-se usar port\u00f5es de seguran\u00e7a no topo e base.<\/p>\n\n\n\n
Al\u00e9m da queda de altura, ambientes lisos e molhados, como o box do banheiro<\/strong>, pedem aten\u00e7\u00e3o, principalmente, de crian\u00e7as menores, que, durante o banho, devem ser supervisionadas por um adulto. Cama, sof\u00e1 e ber\u00e7o <\/strong>tamb\u00e9m s\u00e3o locais de quedas recorrentes. Os beb\u00eas, ainda que n\u00e3o tenham muita mobilidade, exigem cuidado especial, j\u00e1 que podem se machucar com gravidade ao cair desses lugares. Pais e respons\u00e1veis t\u00eam de se assegurar de que o beb\u00ea estar\u00e1 em seguran\u00e7a quando acordar, se n\u00e3o houver supervis\u00e3o no momento.<\/p>\n\n\n\n
2. Queimadura<\/h2>\n\n\n\n
Um dos ambientes da casa que oferece maior risco \u00e9 a cozinha, por isso mantenha a garotada longe do fog\u00e3o e procure cozinhar usando as bocas de tr\u00e1s, deixando os cabos das panelas virados sempre para dentro. O acesso ao g\u00e1s, \u00e0 porta do forno, \u00e0 \u00e1gua e \u00f3leo ferventes tamb\u00e9m pedem aten\u00e7\u00e3o. Outro cuidado importante: guarde f\u00f3sforos, \u00e1lcool e outros produtos inflam\u00e1veis em arm\u00e1rios trancados e longe do alcance das crian\u00e7as. O atendimento a queimaduras nunca deve ser feito em casa ou com receitas caseiras. <\/p>\n\n\n\n
O \u00e1lcool em gel<\/strong>, que se popularizou na pandemia, pode causar queimaduras em contato com o olho ou a boca, ou ainda, no caso de ingest\u00e3o, dependendo da quantidade, pode causar intoxica\u00e7\u00e3o. As embalagens desse produto devem ser deixadas longe do alcance das crian\u00e7as, para evitar o uso n\u00e3o supervisionado. A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) afirma que, para as crian\u00e7as, deve-se sempre que poss\u00edvel optar por usar \u00e1gua e sab\u00e3o na higieniza\u00e7\u00e3o das m\u00e3os, como prote\u00e7\u00e3o contra o coronav\u00edrus, deixando o uso do \u00e1lcool em gel para o uso fora de casa.<\/p>\n\n\n\n
3. Tr\u00e2nsito<\/h2>\n\n\n\n
Para prevenir acidentes, a orienta\u00e7\u00e3o \u00e9 que as crian\u00e7as andem nas ruas com supervis\u00e3o de um adulto at\u00e9 que demonstrem habilidade e capacidade de julgamento do tr\u00e2nsito, o que pode ocorrer a partir dos 10 anos de idade. Enquanto estiver caminhando na rua, segure sempre a m\u00e3o da crian\u00e7a, de forma firme e pelo pulso. N\u00e3o permita brincadeiras em locais que n\u00e3o s\u00e3o adequados, como entradas ou sa\u00eddas de garagens, quintais sem cerca, ruas ou estacionamentos.<\/p>\n\n\n\n
4. Intoxica\u00e7\u00e3o<\/h2>\n\n\n\n
Acidentes com medicamentos ou produtos t\u00f3xicos infelizmente s\u00e3o comuns. A intoxica\u00e7\u00e3o pela ingest\u00e3o, manipula\u00e7\u00e3o ou inala\u00e7\u00e3o pode ser perigosa e fatal, dependendo da \u00e1rea afetada e da toxicidade. \u00c9 importante explicar \u00e0s crian\u00e7as que os rem\u00e9dios devem ser tomados somente quando necess\u00e1rio, e evitar cham\u00e1-los por nomes de doces ou balas - alguns pais recorrem a essa t\u00e1tica para facilitar a administra\u00e7\u00e3o. Al\u00e9m disso, nunca medique sem orienta\u00e7\u00e3o m\u00e9dica ou por sugest\u00e3o de terceiros. <\/p>\n\n\n\n
Guarde as embalagens de produtos potencialmente t\u00f3xicos, como medicamentos, bebidas alco\u00f3licas, produtos de limpeza e pesticidas, logo ap\u00f3s a utiliza\u00e7\u00e3o, fora do alcance das crian\u00e7as. N\u00e3o use embalagens vazias para guardar produtos que podem ser t\u00f3xicos, mantenha-os sempre nas embalagens originais. N\u00e3o d\u00ea embalagens vazias desses produtos para as crian\u00e7as brincarem. Tampouco coloque produtos de uso dom\u00e9stico junto de alimentos e evite plantas t\u00f3xicas em casa ou no jardim, em locais de f\u00e1cil acesso para as crian\u00e7as.<\/p>\n\n\n\n
5. Sufoca\u00e7\u00e3o<\/h2>\n\n\n\n
Crian\u00e7as de at\u00e9 3 anos, que est\u00e3o na fase de experimentar o mundo e costumam levar tudo \u00e0 boca, s\u00e3o mais propensas a sofrerem acidentes relacionados \u00e0 sufoca\u00e7\u00e3o. A sufoca\u00e7\u00e3o ocorre quando h\u00e1 a cobertura total ou parcial do nariz e\/ou da boca, resultando na dificuldade ou impossibilidade de respirar. Entre beb\u00eas menores de um ano de idade, o risco de sufoca\u00e7\u00e3o \u00e9 muito alto devido a sua falta de capacidade de escaparem por si mesmos de uma situa\u00e7\u00e3o de perigo. A introdu\u00e7\u00e3o alimentar merece precau\u00e7\u00e3o e uma das orienta\u00e7\u00f5es \u00e9 n\u00e3o oferecer alimentos redondos e duros, como uva, amendoim ou outras castanhas e cenoura crua, al\u00e9m de cortar os alimentos em peda\u00e7os bem pequenos. Tamb\u00e9m \u00e9 importante aprender as manobras de desengasgo<\/a> para saber como agir nesse momento.<\/p>\n\n\n\n
Outros acidentes<\/h2>\n\n\n\n
Apesar do aumento geral dos acidentes, os casos envolvendo afogamento diminu\u00edram<\/a> em 2021. Ainda assim, \u00e9 v\u00e1lido lembrar que os pequenos menores de 4 anos podem se afogar em recipientes com at\u00e9 2,5 cm de \u00e1gua. Por isso, al\u00e9m dos cuidados com as piscinas, como a prote\u00e7\u00e3o com cercas e port\u00e3o com cadeado ou trava de seguran\u00e7a, \u00e9 preciso aten\u00e7\u00e3o com banheiras, bacias e baldes, que devem ser guardados vazios e virados para baixo. E, claro, nunca deixe crian\u00e7as sozinhas dentro ou perto da \u00e1gua, nem por um segundo!<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"Como prevenir os\u00a05 acidentes\u00a0mais perigosos\u00a0com crian\u00e7as","post_excerpt":"Pesquisa da ONG Aldeias Infantis SOS mostrou que cresceu o n\u00famero de crian\u00e7as internadas por acidentes em 2021; veja as principais medidas para evit\u00e1-los","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"como-prevenir-os-5-acidentes-mais-perigosos-com-criancas","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-09-09 08:55:11","post_modified_gmt":"2022-09-09 11:55:11","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64723","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64666,"post_author":"4","post_date":"2022-08-30 17:24:27","post_date_gmt":"2022-08-30 20:24:27","post_content":"\n
O n\u00famero de crian\u00e7as e adolescentes que se internaram<\/a>, em 2021, devido a acidentes, aumentou em compara\u00e7\u00e3o com 2020. Foram 110.341 casos de interna\u00e7\u00f5es no ano passado, na faixa et\u00e1ria de 0 a 14 anos, segundo pesquisa da ONG Aldeias Infantis SOS e do Instituto Bem Cuidar. O n\u00famero revela um crescimento de 5,3% em rela\u00e7\u00e3o ao ano anterior. <\/p>\n\n\n\n
As quedas foram a principal causa das interna\u00e7\u00f5es<\/a>, sendo respons\u00e1veis por 44% das ocorr\u00eancias, seguidas pelas queimaduras, 19%, acidentes de tr\u00e2nsito, 10%, e intoxica\u00e7\u00f5es, 5%. Em m\u00e9dia, 302 crian\u00e7as foram hospitalizadas<\/a>, por dia, por conta de algum acidente em 2021, segundo o estudo feito com informa\u00e7\u00f5es do Datasus, do Minist\u00e9rio da Sa\u00fade.<\/p>\n\n\n\n
\u201cChama muito a aten\u00e7\u00e3o, por exemplo, que a maior causa de interna\u00e7\u00e3o seja a queda<\/a>, pois a gente sabe que h\u00e1 medidas para evitar isso. \u00c9 preciso colocar tela em janelas e sacadas<\/a>, evitar deixar m\u00f3veis pr\u00f3ximo a janelas, enfim, uma s\u00e9rie de dicas que s\u00e3o importantes para que pais e adultos estejam munidos dessas informa\u00e7\u00f5es para evitar os acidentes\u201d, afirmou Erika Tonelli, especialista em Entornos Seguros e Protetores da Aldeias Infantis SOS.\u00a0<\/p>\n\n\n\n
Erika lembra que, embora os acidentes fa\u00e7am parte da vida das crian\u00e7as enquanto est\u00e3o se desenvolvendo e experienciando o mundo, a maioria deles poderiam ser evitados. \u201cAt\u00e9 90% dos acidentes poderiam ser prevenidos com medidas simples. Os pais e familiares devem estar sempre atentos aos ambientes - n\u00e3o s\u00f3 aos dom\u00e9sticos, mas tamb\u00e9m espa\u00e7os comunit\u00e1rios, parques, escolas e todos os lugares que as crian\u00e7as frequentam -, para perceber quais riscos existem e se \u00e9 preciso tomar alguma medida ou ter um olhar mais cuidadoso para elas\u201d, ressalta a especialista.<\/p>\n\n\n\n
Apesar do aumento geral dos acidentes, constatou-se que em 2021 os casos envolvendo afogamento diminu\u00edram<\/a> em 2% e sufoca\u00e7\u00e3o em 6%, quando comparado ao ano anterior.  <\/p>\n\n\n\n
O estudo tamb\u00e9m ressalta que, apesar do aumento no volume de interna\u00e7\u00f5es, os n\u00fameros de 2021 s\u00e3o menores que no per\u00edodo anterior \u00e0 pandemia. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong> <\/p>\n\n\n\n\n\n
Tipos de acidentes por idade <\/h2>\n\n\n\n
Segundo o levantamento, a faixa et\u00e1ria de 5 a 9 anos de idade \u00e9 a mais atingida pelas quedas e a que mais sofreu hospitaliza\u00e7\u00f5es em 2021 - representando 35,1% dos internados por acidentes. As crian\u00e7as com idade de 10 a 14 anos tamb\u00e9m tiveram um n\u00famero alto de interna\u00e7\u00f5es (34,2%), sendo igualmente as quedas a causa mais comum. <\/p>\n\n\n\n
J\u00e1 na faixa et\u00e1ria de 1 a 4 anos, que representa 25,6% das intera\u00e7\u00f5es, intoxica\u00e7\u00e3o e queimaduras est\u00e3o entre os principais acidentes. Menores de 1 ano representaram 5,2% das interna\u00e7\u00f5es, motivadas por acidentes como sufoca\u00e7\u00e3o, mas tamb\u00e9m queimaduras, afogamento, intoxica\u00e7\u00e3o e quedas. <\/p>\n\n\n\n
Erika relata que dependendo da faixa et\u00e1ria, a preval\u00eancia dos acidentes vai sendo alterada. Os beb\u00eas de at\u00e9 1 ano t\u00eam um n\u00famero maior de casos de sufoca\u00e7\u00e3o, porque s\u00e3o crian\u00e7as que levam coisas \u00e0 boca. J\u00e1 a intoxica\u00e7\u00e3o tem um n\u00famero bastante alto entre 1 e 4 anos, depois vem a queda, com crian\u00e7as acima de 5 anos, que exploram mais o ambiente e est\u00e3o mais expostas ao mundo externo. \"Mas isso n\u00e3o quer dizer que a gente n\u00e3o deva estar atento \u00e0s demais causas de acidentes. Mesmo a queimadura pode ser comum nos beb\u00eas durante o banho, por exemplo\u201d, explica a porta-voz da Aldeias Infantis SOS. <\/p>\n\n\n\n
Principais causas de acidentes com crian\u00e7as (0 a 14 anos)*<\/h2>\n\n\n\n
Quedas - 44%<\/li>
Queimaduras 19%<\/li>
Tr\u00e2nsito - 10%<\/li>
Intoxica\u00e7\u00f5es - 5% <\/li><\/ul>\n\n\n\n
Acidentes mais comuns por faixa et\u00e1ria<\/h2>\n\n\n\n
0 a 1 ano - Sufoca\u00e7\u00e3o<\/li>
1 a 4 anos - Intoxica\u00e7\u00e3o<\/li>
5 a 9 anos - Quedas<\/li>
10 a 14 anos - Quedas<\/li><\/ul>\n\n\n\n
*N\u00fameros consolidados pela ONG Aldeias Infantis SOS, a partir da base de dados Datasus, do Minist\u00e9rio da Sa\u00fade.<\/em><\/p>\n\n\n\n
Quedas e queimaduras<\/h2>\n\n\n\n
Os registros de quedas no Datasus incluem tanto acidentes ocorridos em casa, quanto em ambientes externos, como playgrounds e parques. Segundo Erika, n\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel afirmar qual tipo de queda \u00e9 a mais comum, mas ela avalia que tanto o maior tempo dentro de casa, durante a pandemia, quanto o incentivo \u00e0s atividades ao ar livre, ap\u00f3s o per\u00edodo de isolamento social, podem ter contribu\u00eddo para esse tipo de acidente.<\/p>\n\n\n\n
J\u00e1 em rela\u00e7\u00e3o \u00e0s queimaduras, ela diz que percebeu um leve aumento de casos, principalmente, devido ao uso recorrente de \u00e1lcool e \u00e1lcool em gel, como forma de prote\u00e7\u00e3o contra a Covid, e possivelmente tamb\u00e9m pelo uso maior de formas alternativas de combust\u00edvel na cozinha, como carv\u00e3o, \u00f3leo e querosene, devido \u00e0 piora da condi\u00e7\u00e3o econ\u00f4mica de grande parte das fam\u00edlias brasileiras. <\/p>\n\n\n\n
\u201cMesmo alimentos quentes em cima da mesa, a crian\u00e7a pode puxar e eles virarem em cima dela. \u00c9 importante tamb\u00e9m evitar tomar bebidas quentes com o filho no colo e estar atento ao risco de choque el\u00e9trico com ferro de passar roupa, com o uso do celular enquanto carrega e com instala\u00e7\u00f5es el\u00e9tricas da casa\u201d, destaca Erika.  <\/p>\n\n\n\n
Para a especialista, a precariza\u00e7\u00e3o das condi\u00e7\u00f5es de trabalhos e a exaust\u00e3o de alguns cuidadores tamb\u00e9m podem ser fatores que interferiram nos cuidados com as crian\u00e7as. Al\u00e9m disso, existe o fato de muitas delas ficarem sozinhas em casa, sem a supervis\u00e3o de um adulto, o que contribui ainda mais para o aumento de acidentes. <\/p>\n\n\n\n
Dados mostram que 1 a cada 4 crian\u00e7as acidentadas fica com sequelas permanentes durante toda a vida.<\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
\u201cQuando falamos de interna\u00e7\u00f5es, n\u00e3o \u00e9 algo simples como ralar o joelho ou cair da bicicleta, s\u00e3o causas graves e isso gera um custo tanto para o sistema de sa\u00fade quanto para a fam\u00edlia, al\u00e9m, claro, do impacto psicol\u00f3gico e emocional na crian\u00e7a\u201d, pontua Erika.<\/p>\n\n\n\n
Principais causas de mortes de crian\u00e7as por acidentes em 2020<\/h2>\n\n\n\n
Em rela\u00e7\u00e3o ao n\u00famero de mortes de crian\u00e7as por acidentes, Erika explicou que os dados mais recentes fornecidos pelo Datasus s\u00e3o de 2020, quando 3.117 crian\u00e7as de at\u00e9 14 anos de idade perderam a vida. Apesar de o tr\u00e2nsito continuar sendo a principal causa das fatalidades com 30% do total, os afogamentos e casos de sufoca\u00e7\u00e3o tamb\u00e9m registraram marcas preocupantes, com 27% e 22%, respectivamente. <\/p>\n\n\n\n
Mortes de crian\u00e7as por acidentes - 2020 <\/h3>\n\n\n\n
Tr\u00e2nsito - 30%<\/li>
Afogamentos - 27%<\/li>
Sufoca\u00e7\u00e3o - 22%<\/li><\/ul>\n\n\n\n
Apesar disso, se comparado com 2019, o n\u00famero de \u00f3bitos recuou 2%, sendo a maior redu\u00e7\u00e3o em sufoca\u00e7\u00e3o, com queda de 14%. Por outro lado, fatalidades envolvendo intoxica\u00e7\u00f5es e quedas seguiram o caminho inverso e aumentaram respectivamente 23% e 12% cada uma. Sob a \u00f3tica da faixa et\u00e1ria, crian\u00e7as de 1 a 4 anos concentram a maior taxa de mortalidade por acidentes no Brasil (32%).<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"Aumentam as interna\u00e7\u00f5es de crian\u00e7as por acidentes","post_excerpt":"Mais de 110 mil crian\u00e7as foram internadas em 2021, segundo pesquisa da ONG Aldeias Infantis SOS, devido a quedas, queimaduras e acidentes de tr\u00e2nsito, entre outras causas","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"aumentam-as-internacoes-de-criancas-por-acidentes","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-09-05 10:23:46","post_modified_gmt":"2022-09-05 13:23:46","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64666","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64515,"post_author":"4","post_date":"2022-08-25 23:30:00","post_date_gmt":"2022-08-26 02:30:00","post_content":"\n
\u201cDe boa, passo muito tempo da minha vida no quarto. T\u00e1 ligado? \u00c9 um canto s\u00f3 meu. No quarto, j\u00e1 fiz tudo. Tamb\u00e9m j\u00e1 pensei em fazer besteira.\u201d  <\/em><\/p>\n\n\n\n
\"Fico mais tempo do que no resto da casa. S\u00f3 saio pra comer, saca? Tem dia que nem pra comer. Ningu\u00e9m me pergunta nada. S\u00f3 ficaram mais preocupados, minha m\u00e3e e meu pai, quando a professora falou que me cortei.\"<\/em><\/p>\n\n\n\n
Relatos como esses fazem parte dos depoimentos que o pesquisador Hugo Monteiro Ferreira colheu para um estudo sobre o cotidiano de crian\u00e7as e adolescentes brasileiros<\/a> marcados pelo adoecimento emocional e mental<\/a>. <\/p>\n\n\n\n
S\u00e3o jovens na faixa et\u00e1ria de 11 a 18 anos de idade, que passam cerca de seis horas por dia dentro de seus quartos, geralmente conectados \u00e0s redes sociais<\/a>, e com s\u00e9rios problemas de conviv\u00eancia entre os seus pares<\/a> e tamb\u00e9m com os adultos com os quais convivem.\u00a0De modo geral, s\u00e3o pessoas que pertencem a uma classe social mais favorecida.<\/p>\n\n\n\n
Hugo os definiu como \u201ca gera\u00e7\u00e3o do quarto\u201d. V\u00edtimas de bullying, cyberbullying e outras viol\u00eancias<\/a>, geralmente na escola, eles vivenciam nesse c\u00f4modo da casa diversas formas de sofrimento - de transtornos alimentares a ansiedade, depress\u00e3o e at\u00e9 mesmo suic\u00eddio<\/a>. <\/p>\n\n\n\n
\u201cA gera\u00e7\u00e3o do quarto adverte-nos que as fam\u00edlias e as escolas precisam \"escutar\" meninos e meninas e rever posturas e procedimentos, bem como formas de educar e jeitos de orientar\u201d, afirma Hugo, no livro \u201cA gera\u00e7\u00e3o do quarto - quando as crian\u00e7as nos ensinam a amar\u201d. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
A obra \u00e9 fruto de uma pesquisa que ouviu 3.115 crian\u00e7as e adolescentes, de escolas p\u00fablicas e, principalmente, privadas, de cinco capitais do pa\u00eds. \u00c9 um grupo que retrata nitidamente os jovens da sociedade contempor\u00e2nea. \"Tenho retornos de professores e professoras que me diziam: \"olha isso que voc\u00ea disse acontece exatamente assim na minha escola\", afirmou Hugo. <\/p>\n\n\n\n
Segundo ele, a fragilidade dessa gera\u00e7\u00e3o revela a fragilidade dos pais e das m\u00e3es. \u201cN\u00e3o s\u00e3o s\u00f3 as crian\u00e7as e os adolescentes que est\u00e3o no quarto \u2014 os adultos tamb\u00e9m est\u00e3o. O quarto \u00e9 a met\u00e1fora da fam\u00edlia que n\u00e3o dialoga, mas grita; da escola que n\u00e3o acolhe, mas exige o desempenho das notas\u201d, afirma Humberto da Silva Miranda, doutor em Hist\u00f3ria das Inf\u00e2ncias, no pref\u00e1cio do livro. <\/p>\n\n\n\n
$\"\"$
Hugo Monteiro Ferreira<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n
A seguir, leia a entrevista que o autor concedeu \u00e0 Canguru News<\/strong>. Hugo \u00e9 professor do departamento de Educa\u00e7\u00e3o e do Programa de P\u00f3s-Gradua\u00e7\u00e3o em Educa\u00e7\u00e3o, Culturas e Identidades, ambos da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Na mesma institui\u00e7\u00e3o, ele coordena o N\u00facleo do Cuidado Humano e o Grupo de Estudos da Transdisciplinaridade, da Inf\u00e2ncia e da Juventude (GETIJ).<\/p>\n\n\n\n
Qual o perfil da gera\u00e7\u00e3o do quarto?<\/h2>\n\n\n\n
S\u00e3o crian\u00e7as e adolescentes, entre 11 e 16 anos, que passam mais de 6 horas por dia dentro do quarto, usando excessivamente as redes sociais digitais, e j\u00e1 sofreram algum tipo de viol\u00eancia, como bullying e cyberbullying, geralmente ocorrida na escola. Eles t\u00eam sintomatologias de psicopatologias as mais diversas, com predomin\u00e2ncia para depress\u00e3o, transtornos obsessivos compulsivos, transtornos alimentares, com predomin\u00e2ncia de anorexia e bulimia, transtorno de ansiedade, uso abusivo de \u00e1lcool, de maconha ou drogas qu\u00edmicas e dist\u00farbios de sono. E no campo da autodestrui\u00e7\u00e3o, praticam a autoles\u00e3o, sem inten\u00e7\u00e3o suicida, e alguns t\u00eam idea\u00e7\u00e3o suicida e tentaram suic\u00eddio mais de uma vez, esse \u00e9 o perfil da gera\u00e7\u00e3o do quarto.<\/p>\n\n\n\n
Como foi feita a pesquisa?<\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa foi feita entre 2017 e 2019, com alunos de escolas p\u00fablicas e privadas de cinco capitais brasileiras \u2014 Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Macei\u00f3 e Natal. Inicialmente, foi aplicado um question\u00e1rio online para 3.115 crian\u00e7as e adolescentes, e a partir das respostas foi feito um recorte com 238 jovens, dos quais a grande maioria, 70%, s\u00e3o de escolas privadas, e fazem parte da classe m\u00e9dia e classe m\u00e9dia alta. Os resultados mostraram que 75% dos 3.115 alunos est\u00e3o com a sa\u00fade mental abalada, embora nem todos apresentem sintomatologia psicopatol\u00f3gica. N\u00e3o publiquei nenhum artigo sobre o estudo porque desde o in\u00edcio tive a inten\u00e7\u00e3o de fazer um livro, que ficou pronto em 2020. De l\u00e1 para c\u00e1, a obra passou por revis\u00f5es, sendo publicada agora, em 2022. Ressalto que a gera\u00e7\u00e3o do quarto n\u00e3o foi criada na pandemia, mas sofreu na pandemia duas vezes mais pela situa\u00e7\u00e3o de vulnerabilidade em que se encontrava. <\/p>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 um retrato da juventude brasileira? <\/h2>\n\n\n\n
Eu fiz um recorte, mas todas as pessoas que mantiveram contato comigo e n\u00e3o estiveram no recorte da pesquisa se identificaram com ela. Tenho retornos de professores e professoras que me diziam: \"olha isso que voc\u00ea disse acontece exatamente assim na minha escola\". As pessoas se identificam porque tem uma verossimilhan\u00e7a. Muitas dizem: \"ah, tenho um filho, uma filha, que tamb\u00e9m est\u00e1 no quarto\". Se voc\u00ea for em qualquer escola, infelizmente ir\u00e1 encontrar algo semelhante.<\/p>\n\n\n\n
Como entender os problemas que essa gera\u00e7\u00e3o enfrenta, quais s\u00e3o suas origens?<\/h2>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 forjada, criada dentro de casa, \u00e9 a fam\u00edlia quem cria essa gera\u00e7\u00e3o, n\u00e3o \u00e9 a escola, a escola ajuda a manter, a fazer a manuten\u00e7\u00e3o do sofrimento, mas a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 produto de uma fam\u00edlia no quarto tamb\u00e9m, uma fam\u00edlia isolada, adoecida, de pouco di\u00e1logo, violenta. A viol\u00eancia num sentido amplo, n\u00e3o s\u00f3 f\u00edsica, psicol\u00f3gica, mas uma viol\u00eancia simb\u00f3lica, h\u00e1 muito movimento de viol\u00eancia dentro dessas casas. A viol\u00eancia simb\u00f3lica se expressa nas nuances, na organiza\u00e7\u00e3o, no establishment<\/em>, c\u00f3digos de comportamentos. Por exemplo, entrevistei meninos de 15, 16 anos, que eram gays, e na casa havia uma esp\u00e9cie de heteronormatividade, n\u00e3o era dito isso, mas havia a heteronormatividade como conduta, regra. \u00c9 isso que temos visto dentro dessas fam\u00edlias, s\u00e3o fam\u00edlias um tanto quanto provocativas e provocadoras dessa viol\u00eancia simb\u00f3lica. <\/p>\n\n\n\n
\u00c9 uma situa\u00e7\u00e3o muito preocupante, n\u00e3o? <\/h2>\n\n\n\n
A experi\u00eancia do quarto \u00e9 terr\u00edvel, porque n\u00e3o \u00e9 uma esp\u00e9cie de ref\u00fagio para aquietar mente, \u00e9 uma experi\u00eancia de ansiedade da mente, uma mente com probabilidades das mais diversas. <\/p>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 violentada, ela tamb\u00e9m vai violentar. \u00c9 importante observar isso. <\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Eu me preocupo muito porque parece que a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 meio que uma matriz de pequenos e pequenas curingas, do personagem do Batman. N\u00f3s estamos formando gera\u00e7\u00f5es violentas, e essa viol\u00eancia pode ser contra si, os \u00edndices de suic\u00eddio na adolesc\u00eancia n\u00e3o s\u00e3o m\u00ednimos. No Brasil, infelizmente, desde 2016, que eles aumentam, mas n\u00f3s tamb\u00e9m temos criado pessoas, em pa\u00edses como os Estados Unidos, que quando t\u00eam acesso a armas, criam e organizam massacres como esses que vimos nas escolas americanas. O perfil e a biografia desses adolescentes se assemelha \u00e0 gera\u00e7\u00e3o do quarto. \u00c9 preocupante, porque n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 o adoecimento ps\u00edquico, mas \u00e9 a produ\u00e7\u00e3o de uma comunidade psiquicamente adoecida, que tem na viol\u00eancia a gram\u00e1tica da sua sintaxe comunicacional, ou seja, a socializa\u00e7\u00e3o \u00e9 violenta.<\/p>\n\n\n\n
Muitas vezes, \u00e9 poss\u00edvel que voc\u00ea tenha pessoas que acham que s\u00e3o excelentes m\u00e3es e pais, mas que imprimem uma norma, uma conduta, um modelo que impede que o outro seja o que pode ser. Vi muito isso, adolescentes dizendo \u201ceu n\u00e3o consigo, para minha m\u00e3e nem para o meu pai, ser o que realmente sou, o que realmente gosto, tenho que mentir, me fazer ser o que n\u00e3o sou, criar um perfil falso\u201d. A viol\u00eancia simb\u00f3lica est\u00e1 muito nesse campo, no religioso, al\u00e9m da viol\u00eancia f\u00edsica e psicol\u00f3gica.<\/p>\n\n\n\n
<\/p>\n\n\n\n
H\u00e1 caracter\u00edsticas em comum entre os pais dessa gera\u00e7\u00e3o?<\/h2>\n\n\n\n
S\u00e3o pessoas que aprenderam com os modelos anteriores como devem proceder, como educar e como deve ser a rela\u00e7\u00e3o entre pais e filhos, e eles terminam agindo em nome desse bem-estar. Eles querem o bem dos filhos, n\u00e3o desejam o mal, mas \u00e9 um bem meio que projetado, n\u00e3o \u00e9 um bem presente, \u00e9 o bem do amanh\u00e3. Eu quero que meu filho esteja bem, mas para isso ele precisa seguir uma regra, uma norma, uma conduta, um padr\u00e3o, uma organiza\u00e7\u00e3o. Se ele n\u00e3o segue, eu n\u00e3o consigo ser m\u00e3e, pai dele, n\u00e3o consigo estabelecer uma rela\u00e7\u00e3o afetiva, de di\u00e1logo, e come\u00e7o a entrar em conflito.<\/p>\n\n\n\n
S\u00e3o pais que rejeitam os filhos? <\/h2>\n\n\n\n
Essa gera\u00e7\u00e3o mostra que os pais, se n\u00e3o h\u00e1 um modelo estabelecido, eles n\u00e3o se disp\u00f5em a aprender com o que eles veem na realidade, \u00e9 quase que um filho abstrato. Quando o filho real come\u00e7a a emergir e mostrar suas caracter\u00edsticas, os pais come\u00e7am a estranhar aquilo e n\u00e3o entram em processo de di\u00e1logo, se afastam. \u00c9 esse afastamento, esse vazio, que cria a gera\u00e7\u00e3o do quarto. Por isso afirmo que \u00e9 na matriz familiar que a gera\u00e7\u00e3o \u00e9 gerada, quer dizer, os pais n\u00e3o conseguem observar, de modo geral, a emerg\u00eancia dos humanos que eles mesmos criaram. Eles t\u00eam o humano projetado, \u00e9 quase um molde de um humano. Quando vem uma orienta\u00e7\u00e3o sexual ou um g\u00eanero que n\u00e3o \u00e9 norma, causa um impacto. <\/p>\n\n\n\n
Claro que \u00e9 menos impactante quando o filho diz que n\u00e3o quer ser m\u00e9dico, mas sim ator, pode haver resist\u00eancia mas n\u00e3o t\u00e3o intensa como quando voc\u00ea diz que \u00e9 gay, isso causa um embara\u00e7o. Mas n\u00e3o gosto de condenar os pais e as m\u00e3es, porque acho que eles est\u00e3o envolvidos nesse processo, eles querem acertar, ao menos, os que t\u00eam paternagem e maternagem, que chamo de esp\u00edrito de pai e m\u00e3e. Os que n\u00e3o t\u00eam, esses simplesmente geram os filhos, est\u00e3o ali numa esp\u00e9cie de playground de criar filhos. Mas os que t\u00eam paternagem, eles v\u00e3o tentando encontrar e conseguem, ent\u00e3o nesse caso, essa fissura, esse vazio que se abriu \u00e9 reduzido e a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 compreendida. <\/p>\n\n\n\n
Os pais sabem que t\u00eam um problema em casa?<\/h2>\n\n\n\n
Eles n\u00e3o t\u00eam conhecimento, porque a gera\u00e7\u00e3o do quarto cognitivamente n\u00e3o tem problema com boletim escolar. Essa gera\u00e7\u00e3o chega na universidade. Essa causa-consequ\u00eancia que a gente confabulou e afirmou tantas vezes que, por exemplo, vai ter problemas na escola, no rendimento escolar, n\u00e3o \u00e9 um sinal, a gera\u00e7\u00e3o do quarto tem um boletim escolar azul,<\/strong> e os pais n\u00e3o percebem. Eles acham que faz parte da vida estar no quarto.<\/strong> Muitos me dizem isso, \u201cah mas meu filho est\u00e1 no quarto j\u00e1 h\u00e1 tanto tempo que nem me dava conta\u201d. Eles come\u00e7am a se dar conta quando a crian\u00e7a ou o adolescente come\u00e7a a se cortar, quando come\u00e7am a gritar em sil\u00eancio, a\u00ed os pais alertam, mas at\u00e9 ent\u00e3o, n\u00e3o. Chamam para jantar, quando conseguem, lembrando que pais contempor\u00e2neos vivem muito fora de casa, trabalham muito, com finalidade de dar um futuro para os filhos.  <\/p>\n\n\n\n
Ou seja, o esfor\u00e7o dos pais para garantir uma boa estrutura familiar acaba por distanci\u00e1-los dos filhos?<\/h2>\n\n\n\n
\u00c9 a alternativa que se deu para a fam\u00edlia. Num pa\u00eds de mais de 210 milh\u00f5es de pessoas, n\u00e3o \u00e9 todo mundo que para e reflete sobre o que \u00e9 ser uma fam\u00edlia. Para os que est\u00e3o abaixo da linha da mis\u00e9ria tem que pensar muito como se recupera. H\u00e1 uma quest\u00e3o importante: o fen\u00f4meno da gera\u00e7\u00e3o do quarto se d\u00e1 em todas as classes sociais, mas as estrat\u00e9gias trabalhadas mudam. Tem muitas pessoas que usam a gravidez, por exemplo, como forma de sair de uma situa\u00e7\u00e3o socioecon\u00f4mica. Engravidar pode ser uma esp\u00e9cie de promo\u00e7\u00e3o social, ou seja, o problema \u00e9 o mesmo, a dor ps\u00edquica \u00e9 a mesma, mas a maneira de lidar com ela \u00e9 diferente. <\/p>\n\n\n\n
Os jovens n\u00e3o se abrem com os pais, mas n\u00e3o se opuseram a falar com voc\u00ea?<\/h2>\n\n\n\n
Talvez o que favorece para um pesquisador como eu \u00e9 me dispor a escutar sem condenar, sem julgamento. Eu escuto para acolher e esse talvez seja um potencial que a gente possa ensinar aos pais e \u00e0s m\u00e3es, para que o filho diga o que pensa, o que acha, o que gosta e n\u00e3o gosta, se sinta confort\u00e1vel em ser diferente dos pais. Acho que as fam\u00edlias escutam julgando, comparando e sentenciando demais. As crian\u00e7as, ao contr\u00e1rio do que as pessoas pensam, s\u00e3o muito sens\u00edveis, muito cr\u00edticas, elas conseguem responder perguntas, falar sobre sentimentos com quem elas se sentem confort\u00e1veis. Al\u00e9m disso, uma das t\u00e9cnicas que utilizei, o question\u00e1rio online, me trouxe muitas respostas, porque tinha perguntas abertas. Alguns dos depoimentos que apresento no livro eu n\u00e3o ouvi, eu li. Quando n\u00e3o tenho que dizer meu nome, quem eu sou, de onde sou, qual minha idade, me sinto mais livre para falar, pedir ajuda. Foram esses depoimentos que me causaram impacto e me fizeram depois entrevistar o grupo menor por meio de rodas de conversa. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Qual o papel da escola nesse contexto?<\/h2>\n\n\n\n
Eu sou um profissional e defensor da escola, a escola para mim \u00e9 uma grande inven\u00e7\u00e3o social, cumpre papel de forma\u00e7\u00e3o, de complementaridade, sobretudo no campo do que chamamos de conhecimento cient\u00edfico. Ela tamb\u00e9m tem um papel social, porque trabalha com pessoas, organiza\u00e7\u00f5es, institui\u00e7\u00f5es, mas ela precisa ser revisitada e reformulada nos seus objetivos matriciais. A escola n\u00e3o pode querer exclusivamente formar do ponto vista cognitivo. Isso \u00e9 um equ\u00edvoco que se manifesta sobretudo nessas escolas, que insistem num modelo de concorr\u00eancia, competi\u00e7\u00e3o, ranqueamento, na nota como resposta \u00e0 aprendizagem. S\u00e3o escolas desconectadas com grandes problemas contempor\u00e2neos, como a sobreviv\u00eancia do Planeta Terra. Temos um planeta amea\u00e7ado de desertifica\u00e7\u00e3o, de aus\u00eancia de comida, amea\u00e7ado no campo dos povos origin\u00e1rios, ent\u00e3o essas s\u00e3o preocupa\u00e7\u00f5es que a escola deve ter. <\/p>\n\n\n\n
Outra preocupa\u00e7\u00e3o \u00e9 a diversidade, temos uma sociedade que se mostra violenta com as minorias, racista e mis\u00f3gina. As mulheres sofrem muito nessa sociedade. A escola n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 para discutir f\u00f3rmulas qu\u00edmicas, biol\u00f3gicas, equa\u00e7\u00f5es matem\u00e1ticas, sintaxe da l\u00edngua. <\/p>\n\n\n\n
A escola \u00e9 para ajudar a usar o conhecimento cient\u00edfico na melhoria da qualidade de vida das pessoas, da minha e dos outros. <\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Ent\u00e3o se ela n\u00e3o faz isso, se insiste na concorr\u00eancia, em colocar aqueles que s\u00e3o bons e n\u00e3o s\u00e3o bons, os que s\u00e3o inteligentes e os que n\u00e3o s\u00e3o inteligentes, e ela tem insistido, ela ajuda a adoecer. \u00c9 o que digo no livro. <\/p>\n\n\n\n
O que dizer aos pais e m\u00e3es da gera\u00e7\u00e3o do quarto?<\/h2>\n\n\n\n
Os filhos e as filhas v\u00e3o precisar muito mesmo dos pais. Tem dois cen\u00e1rios, um \u00e9 ajudar meu filho a n\u00e3o entrar no quarto e o outro \u00e9 ajudar o filho que j\u00e1 est\u00e1 no quarto. No livro eu falo de cinco pilares: cuidado, autoconhecimento, conviv\u00eancia, dialogicidade e amorosidade. Trabalhar a fam\u00edlia e a escola a partir dessas sustenta\u00e7\u00f5es \u00e9 preventivo, mas pode servir tamb\u00e9m para situa\u00e7\u00f5es de pessoas que j\u00e1 est\u00e3o adoecidas, neste caso, associado ao acompanhamento de um profissional da sa\u00fade mental - psic\u00f3logo, psiquiatra, psicanalista, a depender do caso.<\/p>\n\n\n\n
O pilar do cuidado<\/strong> trata sobre a import\u00e2ncia do cuidado consigo e do cuidado com o outro, o que implica tratar das quest\u00f5es relacionadas a respeito, compreens\u00e3o, conviv\u00eancia, uso abusivo de \u00e1lcool, relacionamentos abusivos, bullying, ciberbullying, uso excessivo de redes sociais digitais, entre outros aspectos.

O pilar do autoconhecimento<\/strong> trata sobre a biografia, a hist\u00f3ria de cada pessoa, a fam\u00edlia. Proponho um trabalho sobre ancestralidade, que a pessoa conhe\u00e7a sua hist\u00f3ria de vida, conhe\u00e7a seu pai, sua m\u00e3e, sua opini\u00e3o, seus gostos. Isso tem a ver com quem eu sou, do ponto de vista \u00e9tico, e vai me dar uma seguran\u00e7a para enfrentar aquilo que querem que eu seja. Eu sou isso, mas querem que eu seja aquilo. N\u00e3o escondo minhas fragilidades, sou amado, o que d\u00e1 seguran\u00e7a. N\u00e3o vou dizer para minha crian\u00e7a que a vida \u00e9 f\u00e1cil, um mar de rosas, que ela nunca vai encontrar desafios, mas vou ajud\u00e1-la e fortalec\u00ea-la para que ela possa enfrent\u00e1-los.<\/p>\n\n\n\n
No pilar da conviv\u00eancia<\/strong>, h\u00e1 uma rela\u00e7\u00e3o entre aprender a ser e aprender a conviver. Trato de situa\u00e7\u00f5es cotidianas que evocam reflex\u00f5es \u00e9ticas, morais e espirituais, para as quais a compaix\u00e3o, a empatia e a resili\u00eancia s\u00e3o habilidades necess\u00e1rias e essenciais. O exerc\u00edcio da dialogicidade<\/strong> \u00e9 realizado quando as pessoas aprendem a falar o que pensam e sentem, mas entendem que o que pensam e sentem n\u00e3o \u00e9 a \u00faltima palavra sobre a verdade. O pilar da amorosidade<\/strong> \u00e9 tratado com reflex\u00f5es e a\u00e7\u00f5es. As reflex\u00f5es geram as a\u00e7\u00f5es, e as a\u00e7\u00f5es n\u00e3o s\u00e3o realizadas de modo mec\u00e2nico. <\/p>\n\n\n\n
Os pais podem aprender com os filhos?<\/h2>\n\n\n\n
O livro n\u00e3o tem que ser uma pedra para atirar nos pais e na escola, tem que ser um acalanto. Eu acho que a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 t\u00e3o potente que nos possibilita reaprender a viver, tenho grande esperan\u00e7a na gera\u00e7\u00e3o do quarto, a mesma gera\u00e7\u00e3o que \u00e9 violenta me ensina novos modos de amor, n\u00e3o vejo a gera\u00e7\u00e3o como fracassada, que n\u00e3o deu certo, acho um absurdo dizer que \u00e9 uma gera\u00e7\u00e3o parasita, \"nem-nem\". Obviamente ela traz todas as mazelas, n\u00e3o foi a gera\u00e7\u00e3o do quarto que inventou o abuso do \u00e1lcool, a viol\u00eancia, esses foram c\u00f3digos sempre usados, mas a gera\u00e7\u00e3o do quarto est\u00e1 nos dando outras alternativas, como maior preocupa\u00e7\u00e3o sobre consumo, meio ambiente, empoderamento das meninas, orienta\u00e7\u00e3o \u00e0 quest\u00e3o de g\u00eanero. Essa gera\u00e7\u00e3o tem muita coisa a nos mostrar, n\u00e3o precisamos ter medo, podemos aprender com elas. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"A gera\u00e7\u00e3o do quarto: um retrato chocante da juventude brasileira","post_excerpt":"Ap\u00f3s ouvir mais de 3 mil crian\u00e7as e adolescentes que vivem experi\u00eancias traum\u00e1ticas em seus quartos, o pesquisador Hugo Monteiro Ferreira faz um alerta aos pais e \u00e0s escolas sobre a necessidade de mudar a forma de se relacionar com os jovens","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"a-geracao-do-quarto-o-retrato-chocante-da-juventude-brasileira","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-30 11:00:28","post_modified_gmt":"2022-08-30 14:00:28","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64515","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64369,"post_author":"4","post_date":"2022-08-23 10:54:43","post_date_gmt":"2022-08-23 13:54:43","post_content":"\n
De acordo com o Artigo 227<\/a> da Constitui\u00e7\u00e3o de 1988, as crian\u00e7as<\/a> devem ser prioridade absoluta em todas as decis\u00f5es, programas e pol\u00edticas p\u00fablicas<\/a>. Isso se torna mais relevante em ano de elei\u00e7\u00f5es, em que poderemos escolher, de forma democr\u00e1tica<\/a>, representantes<\/a> aos cargos de presidente da Rep\u00fablica, senadores, governadores, deputados federais e estaduais. <\/p>\n\n\n\n
O voto no Brasil \u00e9 obrigat\u00f3rio para todos aqueles acima de 18 anos, sendo facultativo para jovens com 16 e 17 anos, pessoas com mais de 70 anos e analfabetos. Crian\u00e7as e adolescentes<\/a> menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar<\/a>, mas isso n\u00e3o quer dizer que n\u00e3o devam estar inclu\u00eddos nos planos dos diferentes representantes pol\u00edticos. Muito pelo contr\u00e1rio.<\/p>\n\n\n\n
Diversos estudos j\u00e1 comprovaram que investir na primeira inf\u00e2ncia<\/a> \u00e9 a melhor maneira de reduzir desigualdades e construir uma sociedade com condi\u00e7\u00f5es sociais e ambientais sustent\u00e1veis.<\/p>\n\n\n\n
Cabe a n\u00f3s, adultos, escolher nas elei\u00e7\u00f5es candidatos que contemplem as crian\u00e7as em projetos e iniciativas diversas. Abaixo, veja 5 motivos que tornam urgente a valoriza\u00e7\u00e3o de projetos para a inf\u00e2ncia e juventude nas campanhas \u00e0s elei\u00e7\u00f5es de 2022. A lista \u00e9 do portal Lunetas, espa\u00e7o dedicado \u00e0 reflex\u00e3o sobre a inf\u00e2ncia, que recentemente lan\u00e7ou o especial \"Inf\u00e2ncias em foco: Quem vota pelas crian\u00e7as?\"<\/a>, um hub de informa\u00e7\u00e3o sobre pol\u00edtica e as inf\u00e2ncias. <\/p>\n\n\n\n
5 temas que envolvem as crian\u00e7as e que t\u00eam de estar previstos nas propostas dos candidatos \u00e0s elei\u00e7\u00f5es:<\/h2>\n\n\n\n
Fome<\/h3>\n\n\n\n
De acordo com um levantamento realizado pela Funda\u00e7\u00e3o Abrinq, cerca de 18,8 milh\u00f5es de meninos e meninas de at\u00e9 14 anos passam fome no Brasil. Essa inseguran\u00e7a alimentar traz preju\u00edzos grav\u00edssimos \u00e0s crian\u00e7as, afetando seu crescimento e o desenvolvimento f\u00edsico e cognitivo necess\u00e1rios para que consigam crescer de maneira saud\u00e1vel.<\/p>\n\n\n\n
Analfabetismo<\/h3>\n\n\n\n
H\u00e1 50 anos, a educa\u00e7\u00e3o infantil n\u00e3o era uma realidade no Brasil, no entanto, pol\u00edticas p\u00fablicas mudaram essa realidade. Ainda assim, nos \u00faltimos dois anos, o n\u00famero de crian\u00e7as de 6 e 7 anos que n\u00e3o sabem ler e escrever cresceu em 1 milh\u00e3o. Pensando no futuro e nos pr\u00f3ximos passos do Brasil relacionados \u00e0 educa\u00e7\u00e3o p\u00fablica, \u00e9 necess\u00e1rio eleger candidatos que queiram enfrentar as desigualdades sociais e lutar para que todas as crian\u00e7as e adolescentes tenham acesso \u00e0 educa\u00e7\u00e3o de qualidade.<\/p>\n\n\n\n
Trabalho Infantil<\/h3>\n\n\n\n
Atualmente, cerca de 2 milh\u00f5es de crian\u00e7as e adolescentes est\u00e3o em situa\u00e7\u00e3o de trabalho infantil no Brasil. Desse total, 66% s\u00e3o crian\u00e7as pretas ou pardas e 71% est\u00e3o na \u00e1rea urbana, de acordo com um levantamento divulgado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domic\u00edlios (PNAD Cont\u00ednua).<\/p>\n\n\n\n
Viol\u00eancia e explora\u00e7\u00e3o sexual<\/h3>\n\n\n\n
Entre 2016 e 2020, 35 mil crian\u00e7as e adolescentes, de 0 a 19 anos, foram mortos de forma violenta no Brasil e 180 mil sofreram viol\u00eancia sexual, segundo o Panorama da Viol\u00eancia Sexual contra crian\u00e7as e Adolescentes no Brasil, lan\u00e7ado pela Unicef e pelo F\u00f3rum Brasileiro de Seguran\u00e7a P\u00fablica (FBSP). Por isso, \u00e9 necess\u00e1rio eleger pessoas que tenham coragem para combater esse cen\u00e1rio e falar de assuntos como igualdade de g\u00eanero, empoderamento de meninas, viol\u00eancia sexual e femin\u00edcio.<\/p>\n\n\n\n
Moradia<\/h3>\n\n\n\n
Mais de 5 milh\u00f5es de pessoas ainda residem em domic\u00edlios sem banheiros ou sanit\u00e1rios de uso exclusivo e 9,7 milh\u00f5es vivem em condi\u00e7\u00f5es de adensamento excessivo, com mais de tr\u00eas moradores para cada dormit\u00f3rio. Este \u00e9 um assunto que n\u00e3o deve ser ignorado, j\u00e1 que todas as crian\u00e7as precisam de acesso \u00e0 moradia para viver com dignidade e poder se desenvolver em outras \u00e1reas, como lazer, educa\u00e7\u00e3o e sa\u00fade.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]  <\/p>\n","post_title":"5 motivos para priorizar as crian\u00e7as nas elei\u00e7\u00f5es de 2022","post_excerpt":"Crian\u00e7as e adolescentes menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar, mas s\u00e3o parcela importante da popula\u00e7\u00e3o e t\u00eam de estar contemplados nos projetos dos diferentes atores governamentais","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"5-motivos-para-priorizar-as-criancas-nas-eleicoes-de-2022","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-25 18:52:13","post_modified_gmt":"2022-08-25 21:52:13","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64369","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64334,"post_author":"4","post_date":"2022-08-22 15:14:51","post_date_gmt":"2022-08-22 18:14:51","post_content":"\n
O n\u00famero de crian\u00e7as e adolescente<\/a>s conectados \u00e0 internet cresceu nos \u00faltimos anos. Segundo o estudo TIC Kids Online Brasil 2021<\/a>, rec\u00e9m-divulgado, 93% ou 22,3 milh\u00f5es das crian\u00e7as e dos adolescentes<\/a> no pa\u00eds acessaram a web<\/a> em 2021, sendo que em 2019 esse percentual era de 89%. O crescimento foi impulsionado principalmente pela maior propor\u00e7\u00e3o de usu\u00e1rios na regi\u00e3o Nordeste e nas \u00e1reas rurais. <\/p>\n\n\n\n
O uso de redes sociais <\/a>pelas crian\u00e7as tamb\u00e9m tem se elevado, sendo a plataforma Tik Tok<\/a> a mais utilizada (34%), seguida pelo Instagram (33%). No Facebook, houve queda no uso de 66% para 51% no per\u00edodo citado. J\u00e1 o WhatsApp segue como a plataforma em que crian\u00e7as e adolescentes mais possuem perfil (foi de 70% em 2018 para 80% em 2021), e \u00e9 a mais difundida entre todos os estratos sociais.<\/p>\n\n\n\n
A pesquisa, conduzida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informa\u00e7\u00e3o (Cetic.br) do N\u00facleo de Informa\u00e7\u00e3o e Coordena\u00e7\u00e3o do Ponto BR (NIC.br), entrevistou 2.651 crian\u00e7as e adolescentes com idades entre 9 e 17 anos, bem como seus pais ou respons\u00e1veis, em todo o territ\u00f3rio nacional. As entrevistas aconteceram entre outubro de 2021 e mar\u00e7o de 2022, com a finalidade de investigar oportunidades e riscos relacionados \u00e0 participa\u00e7\u00e3o online desse p\u00fablico. <\/p>\n\n\n\n
Segundo o levantamento, as crian\u00e7as tamb\u00e9m est\u00e3o passando mais tempo em jogos online - seja conectadas com outros jogadores (de 57% para 66%, entre 2021 e 2019) ou n\u00e3o conectadas a eles (de 55% para 64%) -, e fazendo mais compras no ambiente digital - cresceu de 9% para 19% no mesmo per\u00edodo. <\/p>\n\n\n\n
\"Plataformas de cria\u00e7\u00e3o e compartilhamento de conte\u00fado audiovisual est\u00e3o entre as mais utilizadas por crian\u00e7as e adolescentes. Nesse contexto, a qualidade da conex\u00e3o \u00e0 Internet e dos dispositivos digitais utilizados para o acesso \u00e0 rede passam a ser determinantes para o melhor aproveitamento de oportunidades online. \u00c9 central, portanto, garantir condi\u00e7\u00f5es equitativas de conectividade para crian\u00e7as e adolescentes em diferentes contextos socioecon\u00f4micos\", aponta Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br. <\/p>\n\n\n\n
A pesquisa TIC Kids Online <\/a>detectou, ainda, que o telefone celular segue como o principal meio de conex\u00e3o \u00e0 rede nos diferentes extratos sociais. Para 53%, o celular foi o \u00fanico dispositivo usado, realidade que se verificou mais presente nas classes DE (78%) e C (52%) do que nas classes AB (18%). <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Acesso a propagandas<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
Entre as atividades multim\u00eddia, as mais acessadas pelas crian\u00e7as s\u00e3o ouvir m\u00fasica (80%), assistir a v\u00eddeos, programas, filmes ou s\u00e9ries (84%), S\u00edtios de v\u00eddeos (67%) e redes sociais (61%) est\u00e3o entre as principais plataformas em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios de internet declaram ter visto propaganda de produtos ou marcas. Pessoas ensinando como usar algum produto (62%) e abrindo embalagens -- o chamado unboxing<\/em><\/strong> - (61%) foram os principais conte\u00fados de imagem ou v\u00eddeo em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios da rede tiveram contato com divulga\u00e7\u00e3o de produtos ou marcas. Entre as principais categorias de produtos ou marcas vistas no ambiente online<\/em> est\u00e3o: <\/p>\n\n\n\n
Equipamentos eletr\u00f4nicos (60%); <\/li>
Roupas e sapatos (60%); <\/li>
Comidas, bebidas ou doces (57%); <\/li>
Videogames ou jogos (46%); <\/li>
Maquiagem e outros produtos de beleza (46%).\u00a0<\/li><\/ul>\n\n\n\nBusca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e bem-estar<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa tamb\u00e9m constatou que 32% dos jovens entre 11 e 17 anos procuram ajuda para lidar com algo ruim que vivenciaram<\/strong>, ou para falar sobre suas emo\u00e7\u00f5es<\/strong> quando se sentiram tristes. <\/p>\n\n\n\n
Entre os temas mais procurados relacionados \u00e0 sa\u00fade est\u00e3o:<\/p>\n\n\n\n
Informa\u00e7\u00f5es sobre alimenta\u00e7\u00e3o (55%);
Preven\u00e7\u00e3o e tratamento de doen\u00e7as (38%);
Exerc\u00edcios e meios para ficar em forma (36%);
Informa\u00e7\u00f5es sobre medicamentos (22%);<\/li>
Discuss\u00f5es sobre sa\u00fade sexual e educa\u00e7\u00e3o sexual (21%).<\/li><\/ul>\n\n\n\n
\"A pesquisa busca levantar evid\u00eancias que contribuam para a promo\u00e7\u00e3o de direitos e do bem-estar de crian\u00e7as e adolescentes. Desse modo, para al\u00e9m das atividades presentes na s\u00e9rie hist\u00f3rica da pesquisa, o uso da rede na busca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e apoio emocional passou a ser um tema relevante de investiga\u00e7\u00e3o\", sinaliza Barbosa.<\/p>\n\n\n\n
\"Pesquisas como a TIC Kids Online Brasil s\u00e3o de extrema relev\u00e2ncia para entendermos o cen\u00e1rio atual e fortalecermos o letramento e inclus\u00e3o digital dos mais jovens, com mais seguran\u00e7a e qualidade, quest\u00f5es intr\u00ednsecas ao trabalho realizado pelo Comit\u00ea Gestor da Internet no Brasil\", pondera Jos\u00e9 Gontijo, coordenador do CGI.br.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"] <\/p>\n","post_title":"93% dos jovens entre 9 e 17 anos usam a internet no pa\u00eds, revela pesquisa","post_excerpt":"Pesquisa TIC Kids Online Brasil 2021 tamb\u00e9m mostrou que a TikTok \u00e9 a principal rede social utilizada por crian\u00e7as e adolescentes","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"93-dos-jovens-entre-9-e-17-anos-usam-a-internet-revela-pesquisa-tic-kids-online-2021","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-23 11:24:47","post_modified_gmt":"2022-08-23 14:24:47","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64334","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"}],"next":false,"prev":true,"total_page":12},"paged":1,"column_class":"jeg_col_2o3","class":"epic_block_3"};

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\n
Fonte: ONG Aldeias Infantis SOS<\/span><\/p>\n\n\n\n
1. Queda<\/h2>\n\n\n\n
Para prevenir quedas, seja de grandes alturas ou dentro de casa, nunca \u00e9 demais refor\u00e7ar: instale grades ou redes de prote\u00e7\u00e3o<\/strong> nas janelas, sacadas, varandas, mezaninos e quaisquer outros v\u00e3os que apresentem risco. Todas as janelas da resid\u00eancia devem ser teladas, at\u00e9 mesmo as dos banheiros, que costumam ficar de fora pelo tamanho reduzido. Isso vale tamb\u00e9m para as janelas de modelo basculante. A recomenda\u00e7\u00e3o \u00e9 que <\/strong>as telas sejam instaladas antes mesmo da crian\u00e7a nascer, para prevenir acidentes com beb\u00eas que se mexem e se impulsionam do colo. Se houver preocupa\u00e7\u00e3o com a limpeza das esquadrias, empresas especializadas oferecem telas remov\u00edveis como alternativa. Nas escadas internas da casa deve-se usar port\u00f5es de seguran\u00e7a no topo e base.<\/p>\n\n\n\n
Al\u00e9m da queda de altura, ambientes lisos e molhados, como o box do banheiro<\/strong>, pedem aten\u00e7\u00e3o, principalmente, de crian\u00e7as menores, que, durante o banho, devem ser supervisionadas por um adulto. Cama, sof\u00e1 e ber\u00e7o <\/strong>tamb\u00e9m s\u00e3o locais de quedas recorrentes. Os beb\u00eas, ainda que n\u00e3o tenham muita mobilidade, exigem cuidado especial, j\u00e1 que podem se machucar com gravidade ao cair desses lugares. Pais e respons\u00e1veis t\u00eam de se assegurar de que o beb\u00ea estar\u00e1 em seguran\u00e7a quando acordar, se n\u00e3o houver supervis\u00e3o no momento.<\/p>\n\n\n\n
2. Queimadura<\/h2>\n\n\n\n
Um dos ambientes da casa que oferece maior risco \u00e9 a cozinha, por isso mantenha a garotada longe do fog\u00e3o e procure cozinhar usando as bocas de tr\u00e1s, deixando os cabos das panelas virados sempre para dentro. O acesso ao g\u00e1s, \u00e0 porta do forno, \u00e0 \u00e1gua e \u00f3leo ferventes tamb\u00e9m pedem aten\u00e7\u00e3o. Outro cuidado importante: guarde f\u00f3sforos, \u00e1lcool e outros produtos inflam\u00e1veis em arm\u00e1rios trancados e longe do alcance das crian\u00e7as. O atendimento a queimaduras nunca deve ser feito em casa ou com receitas caseiras. <\/p>\n\n\n\n
O \u00e1lcool em gel<\/strong>, que se popularizou na pandemia, pode causar queimaduras em contato com o olho ou a boca, ou ainda, no caso de ingest\u00e3o, dependendo da quantidade, pode causar intoxica\u00e7\u00e3o. As embalagens desse produto devem ser deixadas longe do alcance das crian\u00e7as, para evitar o uso n\u00e3o supervisionado. A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) afirma que, para as crian\u00e7as, deve-se sempre que poss\u00edvel optar por usar \u00e1gua e sab\u00e3o na higieniza\u00e7\u00e3o das m\u00e3os, como prote\u00e7\u00e3o contra o coronav\u00edrus, deixando o uso do \u00e1lcool em gel para o uso fora de casa.<\/p>\n\n\n\n
3. Tr\u00e2nsito<\/h2>\n\n\n\n
Para prevenir acidentes, a orienta\u00e7\u00e3o \u00e9 que as crian\u00e7as andem nas ruas com supervis\u00e3o de um adulto at\u00e9 que demonstrem habilidade e capacidade de julgamento do tr\u00e2nsito, o que pode ocorrer a partir dos 10 anos de idade. Enquanto estiver caminhando na rua, segure sempre a m\u00e3o da crian\u00e7a, de forma firme e pelo pulso. N\u00e3o permita brincadeiras em locais que n\u00e3o s\u00e3o adequados, como entradas ou sa\u00eddas de garagens, quintais sem cerca, ruas ou estacionamentos.<\/p>\n\n\n\n
4. Intoxica\u00e7\u00e3o<\/h2>\n\n\n\n
Acidentes com medicamentos ou produtos t\u00f3xicos infelizmente s\u00e3o comuns. A intoxica\u00e7\u00e3o pela ingest\u00e3o, manipula\u00e7\u00e3o ou inala\u00e7\u00e3o pode ser perigosa e fatal, dependendo da \u00e1rea afetada e da toxicidade. \u00c9 importante explicar \u00e0s crian\u00e7as que os rem\u00e9dios devem ser tomados somente quando necess\u00e1rio, e evitar cham\u00e1-los por nomes de doces ou balas - alguns pais recorrem a essa t\u00e1tica para facilitar a administra\u00e7\u00e3o. Al\u00e9m disso, nunca medique sem orienta\u00e7\u00e3o m\u00e9dica ou por sugest\u00e3o de terceiros. <\/p>\n\n\n\n
Guarde as embalagens de produtos potencialmente t\u00f3xicos, como medicamentos, bebidas alco\u00f3licas, produtos de limpeza e pesticidas, logo ap\u00f3s a utiliza\u00e7\u00e3o, fora do alcance das crian\u00e7as. N\u00e3o use embalagens vazias para guardar produtos que podem ser t\u00f3xicos, mantenha-os sempre nas embalagens originais. N\u00e3o d\u00ea embalagens vazias desses produtos para as crian\u00e7as brincarem. Tampouco coloque produtos de uso dom\u00e9stico junto de alimentos e evite plantas t\u00f3xicas em casa ou no jardim, em locais de f\u00e1cil acesso para as crian\u00e7as.<\/p>\n\n\n\n
5. Sufoca\u00e7\u00e3o<\/h2>\n\n\n\n
Crian\u00e7as de at\u00e9 3 anos, que est\u00e3o na fase de experimentar o mundo e costumam levar tudo \u00e0 boca, s\u00e3o mais propensas a sofrerem acidentes relacionados \u00e0 sufoca\u00e7\u00e3o. A sufoca\u00e7\u00e3o ocorre quando h\u00e1 a cobertura total ou parcial do nariz e\/ou da boca, resultando na dificuldade ou impossibilidade de respirar. Entre beb\u00eas menores de um ano de idade, o risco de sufoca\u00e7\u00e3o \u00e9 muito alto devido a sua falta de capacidade de escaparem por si mesmos de uma situa\u00e7\u00e3o de perigo. A introdu\u00e7\u00e3o alimentar merece precau\u00e7\u00e3o e uma das orienta\u00e7\u00f5es \u00e9 n\u00e3o oferecer alimentos redondos e duros, como uva, amendoim ou outras castanhas e cenoura crua, al\u00e9m de cortar os alimentos em peda\u00e7os bem pequenos. Tamb\u00e9m \u00e9 importante aprender as manobras de desengasgo<\/a> para saber como agir nesse momento.<\/p>\n\n\n\n
Outros acidentes<\/h2>\n\n\n\n
Apesar do aumento geral dos acidentes, os casos envolvendo afogamento diminu\u00edram<\/a> em 2021. Ainda assim, \u00e9 v\u00e1lido lembrar que os pequenos menores de 4 anos podem se afogar em recipientes com at\u00e9 2,5 cm de \u00e1gua. Por isso, al\u00e9m dos cuidados com as piscinas, como a prote\u00e7\u00e3o com cercas e port\u00e3o com cadeado ou trava de seguran\u00e7a, \u00e9 preciso aten\u00e7\u00e3o com banheiras, bacias e baldes, que devem ser guardados vazios e virados para baixo. E, claro, nunca deixe crian\u00e7as sozinhas dentro ou perto da \u00e1gua, nem por um segundo!<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
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O n\u00famero de crian\u00e7as e adolescentes que se internaram<\/a>, em 2021, devido a acidentes, aumentou em compara\u00e7\u00e3o com 2020. Foram 110.341 casos de interna\u00e7\u00f5es no ano passado, na faixa et\u00e1ria de 0 a 14 anos, segundo pesquisa da ONG Aldeias Infantis SOS e do Instituto Bem Cuidar. O n\u00famero revela um crescimento de 5,3% em rela\u00e7\u00e3o ao ano anterior. <\/p>\n\n\n\n
As quedas foram a principal causa das interna\u00e7\u00f5es<\/a>, sendo respons\u00e1veis por 44% das ocorr\u00eancias, seguidas pelas queimaduras, 19%, acidentes de tr\u00e2nsito, 10%, e intoxica\u00e7\u00f5es, 5%. Em m\u00e9dia, 302 crian\u00e7as foram hospitalizadas<\/a>, por dia, por conta de algum acidente em 2021, segundo o estudo feito com informa\u00e7\u00f5es do Datasus, do Minist\u00e9rio da Sa\u00fade.<\/p>\n\n\n\n
\u201cChama muito a aten\u00e7\u00e3o, por exemplo, que a maior causa de interna\u00e7\u00e3o seja a queda<\/a>, pois a gente sabe que h\u00e1 medidas para evitar isso. \u00c9 preciso colocar tela em janelas e sacadas<\/a>, evitar deixar m\u00f3veis pr\u00f3ximo a janelas, enfim, uma s\u00e9rie de dicas que s\u00e3o importantes para que pais e adultos estejam munidos dessas informa\u00e7\u00f5es para evitar os acidentes\u201d, afirmou Erika Tonelli, especialista em Entornos Seguros e Protetores da Aldeias Infantis SOS.\u00a0<\/p>\n\n\n\n
Erika lembra que, embora os acidentes fa\u00e7am parte da vida das crian\u00e7as enquanto est\u00e3o se desenvolvendo e experienciando o mundo, a maioria deles poderiam ser evitados. \u201cAt\u00e9 90% dos acidentes poderiam ser prevenidos com medidas simples. Os pais e familiares devem estar sempre atentos aos ambientes - n\u00e3o s\u00f3 aos dom\u00e9sticos, mas tamb\u00e9m espa\u00e7os comunit\u00e1rios, parques, escolas e todos os lugares que as crian\u00e7as frequentam -, para perceber quais riscos existem e se \u00e9 preciso tomar alguma medida ou ter um olhar mais cuidadoso para elas\u201d, ressalta a especialista.<\/p>\n\n\n\n
Apesar do aumento geral dos acidentes, constatou-se que em 2021 os casos envolvendo afogamento diminu\u00edram<\/a> em 2% e sufoca\u00e7\u00e3o em 6%, quando comparado ao ano anterior.  <\/p>\n\n\n\n
O estudo tamb\u00e9m ressalta que, apesar do aumento no volume de interna\u00e7\u00f5es, os n\u00fameros de 2021 s\u00e3o menores que no per\u00edodo anterior \u00e0 pandemia. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong> <\/p>\n\n\n\n\n\n
Tipos de acidentes por idade <\/h2>\n\n\n\n
Segundo o levantamento, a faixa et\u00e1ria de 5 a 9 anos de idade \u00e9 a mais atingida pelas quedas e a que mais sofreu hospitaliza\u00e7\u00f5es em 2021 - representando 35,1% dos internados por acidentes. As crian\u00e7as com idade de 10 a 14 anos tamb\u00e9m tiveram um n\u00famero alto de interna\u00e7\u00f5es (34,2%), sendo igualmente as quedas a causa mais comum. <\/p>\n\n\n\n
J\u00e1 na faixa et\u00e1ria de 1 a 4 anos, que representa 25,6% das intera\u00e7\u00f5es, intoxica\u00e7\u00e3o e queimaduras est\u00e3o entre os principais acidentes. Menores de 1 ano representaram 5,2% das interna\u00e7\u00f5es, motivadas por acidentes como sufoca\u00e7\u00e3o, mas tamb\u00e9m queimaduras, afogamento, intoxica\u00e7\u00e3o e quedas. <\/p>\n\n\n\n
Erika relata que dependendo da faixa et\u00e1ria, a preval\u00eancia dos acidentes vai sendo alterada. Os beb\u00eas de at\u00e9 1 ano t\u00eam um n\u00famero maior de casos de sufoca\u00e7\u00e3o, porque s\u00e3o crian\u00e7as que levam coisas \u00e0 boca. J\u00e1 a intoxica\u00e7\u00e3o tem um n\u00famero bastante alto entre 1 e 4 anos, depois vem a queda, com crian\u00e7as acima de 5 anos, que exploram mais o ambiente e est\u00e3o mais expostas ao mundo externo. \"Mas isso n\u00e3o quer dizer que a gente n\u00e3o deva estar atento \u00e0s demais causas de acidentes. Mesmo a queimadura pode ser comum nos beb\u00eas durante o banho, por exemplo\u201d, explica a porta-voz da Aldeias Infantis SOS. <\/p>\n\n\n\n
Principais causas de acidentes com crian\u00e7as (0 a 14 anos)*<\/h2>\n\n\n\n
Quedas - 44%<\/li>
Queimaduras 19%<\/li>
Tr\u00e2nsito - 10%<\/li>
Intoxica\u00e7\u00f5es - 5% <\/li><\/ul>\n\n\n\n
Acidentes mais comuns por faixa et\u00e1ria<\/h2>\n\n\n\n
0 a 1 ano - Sufoca\u00e7\u00e3o<\/li>
1 a 4 anos - Intoxica\u00e7\u00e3o<\/li>
5 a 9 anos - Quedas<\/li>
10 a 14 anos - Quedas<\/li><\/ul>\n\n\n\n
*N\u00fameros consolidados pela ONG Aldeias Infantis SOS, a partir da base de dados Datasus, do Minist\u00e9rio da Sa\u00fade.<\/em><\/p>\n\n\n\n
Quedas e queimaduras<\/h2>\n\n\n\n
Os registros de quedas no Datasus incluem tanto acidentes ocorridos em casa, quanto em ambientes externos, como playgrounds e parques. Segundo Erika, n\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel afirmar qual tipo de queda \u00e9 a mais comum, mas ela avalia que tanto o maior tempo dentro de casa, durante a pandemia, quanto o incentivo \u00e0s atividades ao ar livre, ap\u00f3s o per\u00edodo de isolamento social, podem ter contribu\u00eddo para esse tipo de acidente.<\/p>\n\n\n\n
J\u00e1 em rela\u00e7\u00e3o \u00e0s queimaduras, ela diz que percebeu um leve aumento de casos, principalmente, devido ao uso recorrente de \u00e1lcool e \u00e1lcool em gel, como forma de prote\u00e7\u00e3o contra a Covid, e possivelmente tamb\u00e9m pelo uso maior de formas alternativas de combust\u00edvel na cozinha, como carv\u00e3o, \u00f3leo e querosene, devido \u00e0 piora da condi\u00e7\u00e3o econ\u00f4mica de grande parte das fam\u00edlias brasileiras. <\/p>\n\n\n\n
\u201cMesmo alimentos quentes em cima da mesa, a crian\u00e7a pode puxar e eles virarem em cima dela. \u00c9 importante tamb\u00e9m evitar tomar bebidas quentes com o filho no colo e estar atento ao risco de choque el\u00e9trico com ferro de passar roupa, com o uso do celular enquanto carrega e com instala\u00e7\u00f5es el\u00e9tricas da casa\u201d, destaca Erika.  <\/p>\n\n\n\n
Para a especialista, a precariza\u00e7\u00e3o das condi\u00e7\u00f5es de trabalhos e a exaust\u00e3o de alguns cuidadores tamb\u00e9m podem ser fatores que interferiram nos cuidados com as crian\u00e7as. Al\u00e9m disso, existe o fato de muitas delas ficarem sozinhas em casa, sem a supervis\u00e3o de um adulto, o que contribui ainda mais para o aumento de acidentes. <\/p>\n\n\n\n
Dados mostram que 1 a cada 4 crian\u00e7as acidentadas fica com sequelas permanentes durante toda a vida.<\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
\u201cQuando falamos de interna\u00e7\u00f5es, n\u00e3o \u00e9 algo simples como ralar o joelho ou cair da bicicleta, s\u00e3o causas graves e isso gera um custo tanto para o sistema de sa\u00fade quanto para a fam\u00edlia, al\u00e9m, claro, do impacto psicol\u00f3gico e emocional na crian\u00e7a\u201d, pontua Erika.<\/p>\n\n\n\n
Principais causas de mortes de crian\u00e7as por acidentes em 2020<\/h2>\n\n\n\n
Em rela\u00e7\u00e3o ao n\u00famero de mortes de crian\u00e7as por acidentes, Erika explicou que os dados mais recentes fornecidos pelo Datasus s\u00e3o de 2020, quando 3.117 crian\u00e7as de at\u00e9 14 anos de idade perderam a vida. Apesar de o tr\u00e2nsito continuar sendo a principal causa das fatalidades com 30% do total, os afogamentos e casos de sufoca\u00e7\u00e3o tamb\u00e9m registraram marcas preocupantes, com 27% e 22%, respectivamente. <\/p>\n\n\n\n
Mortes de crian\u00e7as por acidentes - 2020 <\/h3>\n\n\n\n
Tr\u00e2nsito - 30%<\/li>
Afogamentos - 27%<\/li>
Sufoca\u00e7\u00e3o - 22%<\/li><\/ul>\n\n\n\n
Apesar disso, se comparado com 2019, o n\u00famero de \u00f3bitos recuou 2%, sendo a maior redu\u00e7\u00e3o em sufoca\u00e7\u00e3o, com queda de 14%. Por outro lado, fatalidades envolvendo intoxica\u00e7\u00f5es e quedas seguiram o caminho inverso e aumentaram respectivamente 23% e 12% cada uma. Sob a \u00f3tica da faixa et\u00e1ria, crian\u00e7as de 1 a 4 anos concentram a maior taxa de mortalidade por acidentes no Brasil (32%).<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"Aumentam as interna\u00e7\u00f5es de crian\u00e7as por acidentes","post_excerpt":"Mais de 110 mil crian\u00e7as foram internadas em 2021, segundo pesquisa da ONG Aldeias Infantis SOS, devido a quedas, queimaduras e acidentes de tr\u00e2nsito, entre outras causas","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"aumentam-as-internacoes-de-criancas-por-acidentes","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-09-05 10:23:46","post_modified_gmt":"2022-09-05 13:23:46","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64666","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64515,"post_author":"4","post_date":"2022-08-25 23:30:00","post_date_gmt":"2022-08-26 02:30:00","post_content":"\n
\u201cDe boa, passo muito tempo da minha vida no quarto. T\u00e1 ligado? \u00c9 um canto s\u00f3 meu. No quarto, j\u00e1 fiz tudo. Tamb\u00e9m j\u00e1 pensei em fazer besteira.\u201d  <\/em><\/p>\n\n\n\n
\"Fico mais tempo do que no resto da casa. S\u00f3 saio pra comer, saca? Tem dia que nem pra comer. Ningu\u00e9m me pergunta nada. S\u00f3 ficaram mais preocupados, minha m\u00e3e e meu pai, quando a professora falou que me cortei.\"<\/em><\/p>\n\n\n\n
Relatos como esses fazem parte dos depoimentos que o pesquisador Hugo Monteiro Ferreira colheu para um estudo sobre o cotidiano de crian\u00e7as e adolescentes brasileiros<\/a> marcados pelo adoecimento emocional e mental<\/a>. <\/p>\n\n\n\n
S\u00e3o jovens na faixa et\u00e1ria de 11 a 18 anos de idade, que passam cerca de seis horas por dia dentro de seus quartos, geralmente conectados \u00e0s redes sociais<\/a>, e com s\u00e9rios problemas de conviv\u00eancia entre os seus pares<\/a> e tamb\u00e9m com os adultos com os quais convivem.\u00a0De modo geral, s\u00e3o pessoas que pertencem a uma classe social mais favorecida.<\/p>\n\n\n\n
Hugo os definiu como \u201ca gera\u00e7\u00e3o do quarto\u201d. V\u00edtimas de bullying, cyberbullying e outras viol\u00eancias<\/a>, geralmente na escola, eles vivenciam nesse c\u00f4modo da casa diversas formas de sofrimento - de transtornos alimentares a ansiedade, depress\u00e3o e at\u00e9 mesmo suic\u00eddio<\/a>. <\/p>\n\n\n\n
\u201cA gera\u00e7\u00e3o do quarto adverte-nos que as fam\u00edlias e as escolas precisam \"escutar\" meninos e meninas e rever posturas e procedimentos, bem como formas de educar e jeitos de orientar\u201d, afirma Hugo, no livro \u201cA gera\u00e7\u00e3o do quarto - quando as crian\u00e7as nos ensinam a amar\u201d. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
A obra \u00e9 fruto de uma pesquisa que ouviu 3.115 crian\u00e7as e adolescentes, de escolas p\u00fablicas e, principalmente, privadas, de cinco capitais do pa\u00eds. \u00c9 um grupo que retrata nitidamente os jovens da sociedade contempor\u00e2nea. \"Tenho retornos de professores e professoras que me diziam: \"olha isso que voc\u00ea disse acontece exatamente assim na minha escola\", afirmou Hugo. <\/p>\n\n\n\n
Segundo ele, a fragilidade dessa gera\u00e7\u00e3o revela a fragilidade dos pais e das m\u00e3es. \u201cN\u00e3o s\u00e3o s\u00f3 as crian\u00e7as e os adolescentes que est\u00e3o no quarto \u2014 os adultos tamb\u00e9m est\u00e3o. O quarto \u00e9 a met\u00e1fora da fam\u00edlia que n\u00e3o dialoga, mas grita; da escola que n\u00e3o acolhe, mas exige o desempenho das notas\u201d, afirma Humberto da Silva Miranda, doutor em Hist\u00f3ria das Inf\u00e2ncias, no pref\u00e1cio do livro. <\/p>\n\n\n\n
$\"\"$
Hugo Monteiro Ferreira<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n
A seguir, leia a entrevista que o autor concedeu \u00e0 Canguru News<\/strong>. Hugo \u00e9 professor do departamento de Educa\u00e7\u00e3o e do Programa de P\u00f3s-Gradua\u00e7\u00e3o em Educa\u00e7\u00e3o, Culturas e Identidades, ambos da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Na mesma institui\u00e7\u00e3o, ele coordena o N\u00facleo do Cuidado Humano e o Grupo de Estudos da Transdisciplinaridade, da Inf\u00e2ncia e da Juventude (GETIJ).<\/p>\n\n\n\n
Qual o perfil da gera\u00e7\u00e3o do quarto?<\/h2>\n\n\n\n
S\u00e3o crian\u00e7as e adolescentes, entre 11 e 16 anos, que passam mais de 6 horas por dia dentro do quarto, usando excessivamente as redes sociais digitais, e j\u00e1 sofreram algum tipo de viol\u00eancia, como bullying e cyberbullying, geralmente ocorrida na escola. Eles t\u00eam sintomatologias de psicopatologias as mais diversas, com predomin\u00e2ncia para depress\u00e3o, transtornos obsessivos compulsivos, transtornos alimentares, com predomin\u00e2ncia de anorexia e bulimia, transtorno de ansiedade, uso abusivo de \u00e1lcool, de maconha ou drogas qu\u00edmicas e dist\u00farbios de sono. E no campo da autodestrui\u00e7\u00e3o, praticam a autoles\u00e3o, sem inten\u00e7\u00e3o suicida, e alguns t\u00eam idea\u00e7\u00e3o suicida e tentaram suic\u00eddio mais de uma vez, esse \u00e9 o perfil da gera\u00e7\u00e3o do quarto.<\/p>\n\n\n\n
Como foi feita a pesquisa?<\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa foi feita entre 2017 e 2019, com alunos de escolas p\u00fablicas e privadas de cinco capitais brasileiras \u2014 Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Macei\u00f3 e Natal. Inicialmente, foi aplicado um question\u00e1rio online para 3.115 crian\u00e7as e adolescentes, e a partir das respostas foi feito um recorte com 238 jovens, dos quais a grande maioria, 70%, s\u00e3o de escolas privadas, e fazem parte da classe m\u00e9dia e classe m\u00e9dia alta. Os resultados mostraram que 75% dos 3.115 alunos est\u00e3o com a sa\u00fade mental abalada, embora nem todos apresentem sintomatologia psicopatol\u00f3gica. N\u00e3o publiquei nenhum artigo sobre o estudo porque desde o in\u00edcio tive a inten\u00e7\u00e3o de fazer um livro, que ficou pronto em 2020. De l\u00e1 para c\u00e1, a obra passou por revis\u00f5es, sendo publicada agora, em 2022. Ressalto que a gera\u00e7\u00e3o do quarto n\u00e3o foi criada na pandemia, mas sofreu na pandemia duas vezes mais pela situa\u00e7\u00e3o de vulnerabilidade em que se encontrava. <\/p>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 um retrato da juventude brasileira? <\/h2>\n\n\n\n
Eu fiz um recorte, mas todas as pessoas que mantiveram contato comigo e n\u00e3o estiveram no recorte da pesquisa se identificaram com ela. Tenho retornos de professores e professoras que me diziam: \"olha isso que voc\u00ea disse acontece exatamente assim na minha escola\". As pessoas se identificam porque tem uma verossimilhan\u00e7a. Muitas dizem: \"ah, tenho um filho, uma filha, que tamb\u00e9m est\u00e1 no quarto\". Se voc\u00ea for em qualquer escola, infelizmente ir\u00e1 encontrar algo semelhante.<\/p>\n\n\n\n
Como entender os problemas que essa gera\u00e7\u00e3o enfrenta, quais s\u00e3o suas origens?<\/h2>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 forjada, criada dentro de casa, \u00e9 a fam\u00edlia quem cria essa gera\u00e7\u00e3o, n\u00e3o \u00e9 a escola, a escola ajuda a manter, a fazer a manuten\u00e7\u00e3o do sofrimento, mas a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 produto de uma fam\u00edlia no quarto tamb\u00e9m, uma fam\u00edlia isolada, adoecida, de pouco di\u00e1logo, violenta. A viol\u00eancia num sentido amplo, n\u00e3o s\u00f3 f\u00edsica, psicol\u00f3gica, mas uma viol\u00eancia simb\u00f3lica, h\u00e1 muito movimento de viol\u00eancia dentro dessas casas. A viol\u00eancia simb\u00f3lica se expressa nas nuances, na organiza\u00e7\u00e3o, no establishment<\/em>, c\u00f3digos de comportamentos. Por exemplo, entrevistei meninos de 15, 16 anos, que eram gays, e na casa havia uma esp\u00e9cie de heteronormatividade, n\u00e3o era dito isso, mas havia a heteronormatividade como conduta, regra. \u00c9 isso que temos visto dentro dessas fam\u00edlias, s\u00e3o fam\u00edlias um tanto quanto provocativas e provocadoras dessa viol\u00eancia simb\u00f3lica. <\/p>\n\n\n\n
\u00c9 uma situa\u00e7\u00e3o muito preocupante, n\u00e3o? <\/h2>\n\n\n\n
A experi\u00eancia do quarto \u00e9 terr\u00edvel, porque n\u00e3o \u00e9 uma esp\u00e9cie de ref\u00fagio para aquietar mente, \u00e9 uma experi\u00eancia de ansiedade da mente, uma mente com probabilidades das mais diversas. <\/p>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 violentada, ela tamb\u00e9m vai violentar. \u00c9 importante observar isso. <\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Eu me preocupo muito porque parece que a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 meio que uma matriz de pequenos e pequenas curingas, do personagem do Batman. N\u00f3s estamos formando gera\u00e7\u00f5es violentas, e essa viol\u00eancia pode ser contra si, os \u00edndices de suic\u00eddio na adolesc\u00eancia n\u00e3o s\u00e3o m\u00ednimos. No Brasil, infelizmente, desde 2016, que eles aumentam, mas n\u00f3s tamb\u00e9m temos criado pessoas, em pa\u00edses como os Estados Unidos, que quando t\u00eam acesso a armas, criam e organizam massacres como esses que vimos nas escolas americanas. O perfil e a biografia desses adolescentes se assemelha \u00e0 gera\u00e7\u00e3o do quarto. \u00c9 preocupante, porque n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 o adoecimento ps\u00edquico, mas \u00e9 a produ\u00e7\u00e3o de uma comunidade psiquicamente adoecida, que tem na viol\u00eancia a gram\u00e1tica da sua sintaxe comunicacional, ou seja, a socializa\u00e7\u00e3o \u00e9 violenta.<\/p>\n\n\n\n
Muitas vezes, \u00e9 poss\u00edvel que voc\u00ea tenha pessoas que acham que s\u00e3o excelentes m\u00e3es e pais, mas que imprimem uma norma, uma conduta, um modelo que impede que o outro seja o que pode ser. Vi muito isso, adolescentes dizendo \u201ceu n\u00e3o consigo, para minha m\u00e3e nem para o meu pai, ser o que realmente sou, o que realmente gosto, tenho que mentir, me fazer ser o que n\u00e3o sou, criar um perfil falso\u201d. A viol\u00eancia simb\u00f3lica est\u00e1 muito nesse campo, no religioso, al\u00e9m da viol\u00eancia f\u00edsica e psicol\u00f3gica.<\/p>\n\n\n\n
<\/p>\n\n\n\n
H\u00e1 caracter\u00edsticas em comum entre os pais dessa gera\u00e7\u00e3o?<\/h2>\n\n\n\n
S\u00e3o pessoas que aprenderam com os modelos anteriores como devem proceder, como educar e como deve ser a rela\u00e7\u00e3o entre pais e filhos, e eles terminam agindo em nome desse bem-estar. Eles querem o bem dos filhos, n\u00e3o desejam o mal, mas \u00e9 um bem meio que projetado, n\u00e3o \u00e9 um bem presente, \u00e9 o bem do amanh\u00e3. Eu quero que meu filho esteja bem, mas para isso ele precisa seguir uma regra, uma norma, uma conduta, um padr\u00e3o, uma organiza\u00e7\u00e3o. Se ele n\u00e3o segue, eu n\u00e3o consigo ser m\u00e3e, pai dele, n\u00e3o consigo estabelecer uma rela\u00e7\u00e3o afetiva, de di\u00e1logo, e come\u00e7o a entrar em conflito.<\/p>\n\n\n\n
S\u00e3o pais que rejeitam os filhos? <\/h2>\n\n\n\n
Essa gera\u00e7\u00e3o mostra que os pais, se n\u00e3o h\u00e1 um modelo estabelecido, eles n\u00e3o se disp\u00f5em a aprender com o que eles veem na realidade, \u00e9 quase que um filho abstrato. Quando o filho real come\u00e7a a emergir e mostrar suas caracter\u00edsticas, os pais come\u00e7am a estranhar aquilo e n\u00e3o entram em processo de di\u00e1logo, se afastam. \u00c9 esse afastamento, esse vazio, que cria a gera\u00e7\u00e3o do quarto. Por isso afirmo que \u00e9 na matriz familiar que a gera\u00e7\u00e3o \u00e9 gerada, quer dizer, os pais n\u00e3o conseguem observar, de modo geral, a emerg\u00eancia dos humanos que eles mesmos criaram. Eles t\u00eam o humano projetado, \u00e9 quase um molde de um humano. Quando vem uma orienta\u00e7\u00e3o sexual ou um g\u00eanero que n\u00e3o \u00e9 norma, causa um impacto. <\/p>\n\n\n\n
Claro que \u00e9 menos impactante quando o filho diz que n\u00e3o quer ser m\u00e9dico, mas sim ator, pode haver resist\u00eancia mas n\u00e3o t\u00e3o intensa como quando voc\u00ea diz que \u00e9 gay, isso causa um embara\u00e7o. Mas n\u00e3o gosto de condenar os pais e as m\u00e3es, porque acho que eles est\u00e3o envolvidos nesse processo, eles querem acertar, ao menos, os que t\u00eam paternagem e maternagem, que chamo de esp\u00edrito de pai e m\u00e3e. Os que n\u00e3o t\u00eam, esses simplesmente geram os filhos, est\u00e3o ali numa esp\u00e9cie de playground de criar filhos. Mas os que t\u00eam paternagem, eles v\u00e3o tentando encontrar e conseguem, ent\u00e3o nesse caso, essa fissura, esse vazio que se abriu \u00e9 reduzido e a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 compreendida. <\/p>\n\n\n\n
Os pais sabem que t\u00eam um problema em casa?<\/h2>\n\n\n\n
Eles n\u00e3o t\u00eam conhecimento, porque a gera\u00e7\u00e3o do quarto cognitivamente n\u00e3o tem problema com boletim escolar. Essa gera\u00e7\u00e3o chega na universidade. Essa causa-consequ\u00eancia que a gente confabulou e afirmou tantas vezes que, por exemplo, vai ter problemas na escola, no rendimento escolar, n\u00e3o \u00e9 um sinal, a gera\u00e7\u00e3o do quarto tem um boletim escolar azul,<\/strong> e os pais n\u00e3o percebem. Eles acham que faz parte da vida estar no quarto.<\/strong> Muitos me dizem isso, \u201cah mas meu filho est\u00e1 no quarto j\u00e1 h\u00e1 tanto tempo que nem me dava conta\u201d. Eles come\u00e7am a se dar conta quando a crian\u00e7a ou o adolescente come\u00e7a a se cortar, quando come\u00e7am a gritar em sil\u00eancio, a\u00ed os pais alertam, mas at\u00e9 ent\u00e3o, n\u00e3o. Chamam para jantar, quando conseguem, lembrando que pais contempor\u00e2neos vivem muito fora de casa, trabalham muito, com finalidade de dar um futuro para os filhos.  <\/p>\n\n\n\n
Ou seja, o esfor\u00e7o dos pais para garantir uma boa estrutura familiar acaba por distanci\u00e1-los dos filhos?<\/h2>\n\n\n\n
\u00c9 a alternativa que se deu para a fam\u00edlia. Num pa\u00eds de mais de 210 milh\u00f5es de pessoas, n\u00e3o \u00e9 todo mundo que para e reflete sobre o que \u00e9 ser uma fam\u00edlia. Para os que est\u00e3o abaixo da linha da mis\u00e9ria tem que pensar muito como se recupera. H\u00e1 uma quest\u00e3o importante: o fen\u00f4meno da gera\u00e7\u00e3o do quarto se d\u00e1 em todas as classes sociais, mas as estrat\u00e9gias trabalhadas mudam. Tem muitas pessoas que usam a gravidez, por exemplo, como forma de sair de uma situa\u00e7\u00e3o socioecon\u00f4mica. Engravidar pode ser uma esp\u00e9cie de promo\u00e7\u00e3o social, ou seja, o problema \u00e9 o mesmo, a dor ps\u00edquica \u00e9 a mesma, mas a maneira de lidar com ela \u00e9 diferente. <\/p>\n\n\n\n
Os jovens n\u00e3o se abrem com os pais, mas n\u00e3o se opuseram a falar com voc\u00ea?<\/h2>\n\n\n\n
Talvez o que favorece para um pesquisador como eu \u00e9 me dispor a escutar sem condenar, sem julgamento. Eu escuto para acolher e esse talvez seja um potencial que a gente possa ensinar aos pais e \u00e0s m\u00e3es, para que o filho diga o que pensa, o que acha, o que gosta e n\u00e3o gosta, se sinta confort\u00e1vel em ser diferente dos pais. Acho que as fam\u00edlias escutam julgando, comparando e sentenciando demais. As crian\u00e7as, ao contr\u00e1rio do que as pessoas pensam, s\u00e3o muito sens\u00edveis, muito cr\u00edticas, elas conseguem responder perguntas, falar sobre sentimentos com quem elas se sentem confort\u00e1veis. Al\u00e9m disso, uma das t\u00e9cnicas que utilizei, o question\u00e1rio online, me trouxe muitas respostas, porque tinha perguntas abertas. Alguns dos depoimentos que apresento no livro eu n\u00e3o ouvi, eu li. Quando n\u00e3o tenho que dizer meu nome, quem eu sou, de onde sou, qual minha idade, me sinto mais livre para falar, pedir ajuda. Foram esses depoimentos que me causaram impacto e me fizeram depois entrevistar o grupo menor por meio de rodas de conversa. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Qual o papel da escola nesse contexto?<\/h2>\n\n\n\n
Eu sou um profissional e defensor da escola, a escola para mim \u00e9 uma grande inven\u00e7\u00e3o social, cumpre papel de forma\u00e7\u00e3o, de complementaridade, sobretudo no campo do que chamamos de conhecimento cient\u00edfico. Ela tamb\u00e9m tem um papel social, porque trabalha com pessoas, organiza\u00e7\u00f5es, institui\u00e7\u00f5es, mas ela precisa ser revisitada e reformulada nos seus objetivos matriciais. A escola n\u00e3o pode querer exclusivamente formar do ponto vista cognitivo. Isso \u00e9 um equ\u00edvoco que se manifesta sobretudo nessas escolas, que insistem num modelo de concorr\u00eancia, competi\u00e7\u00e3o, ranqueamento, na nota como resposta \u00e0 aprendizagem. S\u00e3o escolas desconectadas com grandes problemas contempor\u00e2neos, como a sobreviv\u00eancia do Planeta Terra. Temos um planeta amea\u00e7ado de desertifica\u00e7\u00e3o, de aus\u00eancia de comida, amea\u00e7ado no campo dos povos origin\u00e1rios, ent\u00e3o essas s\u00e3o preocupa\u00e7\u00f5es que a escola deve ter. <\/p>\n\n\n\n
Outra preocupa\u00e7\u00e3o \u00e9 a diversidade, temos uma sociedade que se mostra violenta com as minorias, racista e mis\u00f3gina. As mulheres sofrem muito nessa sociedade. A escola n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 para discutir f\u00f3rmulas qu\u00edmicas, biol\u00f3gicas, equa\u00e7\u00f5es matem\u00e1ticas, sintaxe da l\u00edngua. <\/p>\n\n\n\n
A escola \u00e9 para ajudar a usar o conhecimento cient\u00edfico na melhoria da qualidade de vida das pessoas, da minha e dos outros. <\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Ent\u00e3o se ela n\u00e3o faz isso, se insiste na concorr\u00eancia, em colocar aqueles que s\u00e3o bons e n\u00e3o s\u00e3o bons, os que s\u00e3o inteligentes e os que n\u00e3o s\u00e3o inteligentes, e ela tem insistido, ela ajuda a adoecer. \u00c9 o que digo no livro. <\/p>\n\n\n\n
O que dizer aos pais e m\u00e3es da gera\u00e7\u00e3o do quarto?<\/h2>\n\n\n\n
Os filhos e as filhas v\u00e3o precisar muito mesmo dos pais. Tem dois cen\u00e1rios, um \u00e9 ajudar meu filho a n\u00e3o entrar no quarto e o outro \u00e9 ajudar o filho que j\u00e1 est\u00e1 no quarto. No livro eu falo de cinco pilares: cuidado, autoconhecimento, conviv\u00eancia, dialogicidade e amorosidade. Trabalhar a fam\u00edlia e a escola a partir dessas sustenta\u00e7\u00f5es \u00e9 preventivo, mas pode servir tamb\u00e9m para situa\u00e7\u00f5es de pessoas que j\u00e1 est\u00e3o adoecidas, neste caso, associado ao acompanhamento de um profissional da sa\u00fade mental - psic\u00f3logo, psiquiatra, psicanalista, a depender do caso.<\/p>\n\n\n\n
O pilar do cuidado<\/strong> trata sobre a import\u00e2ncia do cuidado consigo e do cuidado com o outro, o que implica tratar das quest\u00f5es relacionadas a respeito, compreens\u00e3o, conviv\u00eancia, uso abusivo de \u00e1lcool, relacionamentos abusivos, bullying, ciberbullying, uso excessivo de redes sociais digitais, entre outros aspectos.

O pilar do autoconhecimento<\/strong> trata sobre a biografia, a hist\u00f3ria de cada pessoa, a fam\u00edlia. Proponho um trabalho sobre ancestralidade, que a pessoa conhe\u00e7a sua hist\u00f3ria de vida, conhe\u00e7a seu pai, sua m\u00e3e, sua opini\u00e3o, seus gostos. Isso tem a ver com quem eu sou, do ponto de vista \u00e9tico, e vai me dar uma seguran\u00e7a para enfrentar aquilo que querem que eu seja. Eu sou isso, mas querem que eu seja aquilo. N\u00e3o escondo minhas fragilidades, sou amado, o que d\u00e1 seguran\u00e7a. N\u00e3o vou dizer para minha crian\u00e7a que a vida \u00e9 f\u00e1cil, um mar de rosas, que ela nunca vai encontrar desafios, mas vou ajud\u00e1-la e fortalec\u00ea-la para que ela possa enfrent\u00e1-los.<\/p>\n\n\n\n
No pilar da conviv\u00eancia<\/strong>, h\u00e1 uma rela\u00e7\u00e3o entre aprender a ser e aprender a conviver. Trato de situa\u00e7\u00f5es cotidianas que evocam reflex\u00f5es \u00e9ticas, morais e espirituais, para as quais a compaix\u00e3o, a empatia e a resili\u00eancia s\u00e3o habilidades necess\u00e1rias e essenciais. O exerc\u00edcio da dialogicidade<\/strong> \u00e9 realizado quando as pessoas aprendem a falar o que pensam e sentem, mas entendem que o que pensam e sentem n\u00e3o \u00e9 a \u00faltima palavra sobre a verdade. O pilar da amorosidade<\/strong> \u00e9 tratado com reflex\u00f5es e a\u00e7\u00f5es. As reflex\u00f5es geram as a\u00e7\u00f5es, e as a\u00e7\u00f5es n\u00e3o s\u00e3o realizadas de modo mec\u00e2nico. <\/p>\n\n\n\n
Os pais podem aprender com os filhos?<\/h2>\n\n\n\n
O livro n\u00e3o tem que ser uma pedra para atirar nos pais e na escola, tem que ser um acalanto. Eu acho que a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 t\u00e3o potente que nos possibilita reaprender a viver, tenho grande esperan\u00e7a na gera\u00e7\u00e3o do quarto, a mesma gera\u00e7\u00e3o que \u00e9 violenta me ensina novos modos de amor, n\u00e3o vejo a gera\u00e7\u00e3o como fracassada, que n\u00e3o deu certo, acho um absurdo dizer que \u00e9 uma gera\u00e7\u00e3o parasita, \"nem-nem\". Obviamente ela traz todas as mazelas, n\u00e3o foi a gera\u00e7\u00e3o do quarto que inventou o abuso do \u00e1lcool, a viol\u00eancia, esses foram c\u00f3digos sempre usados, mas a gera\u00e7\u00e3o do quarto est\u00e1 nos dando outras alternativas, como maior preocupa\u00e7\u00e3o sobre consumo, meio ambiente, empoderamento das meninas, orienta\u00e7\u00e3o \u00e0 quest\u00e3o de g\u00eanero. Essa gera\u00e7\u00e3o tem muita coisa a nos mostrar, n\u00e3o precisamos ter medo, podemos aprender com elas. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
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De acordo com o Artigo 227<\/a> da Constitui\u00e7\u00e3o de 1988, as crian\u00e7as<\/a> devem ser prioridade absoluta em todas as decis\u00f5es, programas e pol\u00edticas p\u00fablicas<\/a>. Isso se torna mais relevante em ano de elei\u00e7\u00f5es, em que poderemos escolher, de forma democr\u00e1tica<\/a>, representantes<\/a> aos cargos de presidente da Rep\u00fablica, senadores, governadores, deputados federais e estaduais. <\/p>\n\n\n\n
O voto no Brasil \u00e9 obrigat\u00f3rio para todos aqueles acima de 18 anos, sendo facultativo para jovens com 16 e 17 anos, pessoas com mais de 70 anos e analfabetos. Crian\u00e7as e adolescentes<\/a> menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar<\/a>, mas isso n\u00e3o quer dizer que n\u00e3o devam estar inclu\u00eddos nos planos dos diferentes representantes pol\u00edticos. Muito pelo contr\u00e1rio.<\/p>\n\n\n\n
Diversos estudos j\u00e1 comprovaram que investir na primeira inf\u00e2ncia<\/a> \u00e9 a melhor maneira de reduzir desigualdades e construir uma sociedade com condi\u00e7\u00f5es sociais e ambientais sustent\u00e1veis.<\/p>\n\n\n\n
Cabe a n\u00f3s, adultos, escolher nas elei\u00e7\u00f5es candidatos que contemplem as crian\u00e7as em projetos e iniciativas diversas. Abaixo, veja 5 motivos que tornam urgente a valoriza\u00e7\u00e3o de projetos para a inf\u00e2ncia e juventude nas campanhas \u00e0s elei\u00e7\u00f5es de 2022. A lista \u00e9 do portal Lunetas, espa\u00e7o dedicado \u00e0 reflex\u00e3o sobre a inf\u00e2ncia, que recentemente lan\u00e7ou o especial \"Inf\u00e2ncias em foco: Quem vota pelas crian\u00e7as?\"<\/a>, um hub de informa\u00e7\u00e3o sobre pol\u00edtica e as inf\u00e2ncias. <\/p>\n\n\n\n
5 temas que envolvem as crian\u00e7as e que t\u00eam de estar previstos nas propostas dos candidatos \u00e0s elei\u00e7\u00f5es:<\/h2>\n\n\n\n
Fome<\/h3>\n\n\n\n
De acordo com um levantamento realizado pela Funda\u00e7\u00e3o Abrinq, cerca de 18,8 milh\u00f5es de meninos e meninas de at\u00e9 14 anos passam fome no Brasil. Essa inseguran\u00e7a alimentar traz preju\u00edzos grav\u00edssimos \u00e0s crian\u00e7as, afetando seu crescimento e o desenvolvimento f\u00edsico e cognitivo necess\u00e1rios para que consigam crescer de maneira saud\u00e1vel.<\/p>\n\n\n\n
Analfabetismo<\/h3>\n\n\n\n
H\u00e1 50 anos, a educa\u00e7\u00e3o infantil n\u00e3o era uma realidade no Brasil, no entanto, pol\u00edticas p\u00fablicas mudaram essa realidade. Ainda assim, nos \u00faltimos dois anos, o n\u00famero de crian\u00e7as de 6 e 7 anos que n\u00e3o sabem ler e escrever cresceu em 1 milh\u00e3o. Pensando no futuro e nos pr\u00f3ximos passos do Brasil relacionados \u00e0 educa\u00e7\u00e3o p\u00fablica, \u00e9 necess\u00e1rio eleger candidatos que queiram enfrentar as desigualdades sociais e lutar para que todas as crian\u00e7as e adolescentes tenham acesso \u00e0 educa\u00e7\u00e3o de qualidade.<\/p>\n\n\n\n
Trabalho Infantil<\/h3>\n\n\n\n
Atualmente, cerca de 2 milh\u00f5es de crian\u00e7as e adolescentes est\u00e3o em situa\u00e7\u00e3o de trabalho infantil no Brasil. Desse total, 66% s\u00e3o crian\u00e7as pretas ou pardas e 71% est\u00e3o na \u00e1rea urbana, de acordo com um levantamento divulgado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domic\u00edlios (PNAD Cont\u00ednua).<\/p>\n\n\n\n
Viol\u00eancia e explora\u00e7\u00e3o sexual<\/h3>\n\n\n\n
Entre 2016 e 2020, 35 mil crian\u00e7as e adolescentes, de 0 a 19 anos, foram mortos de forma violenta no Brasil e 180 mil sofreram viol\u00eancia sexual, segundo o Panorama da Viol\u00eancia Sexual contra crian\u00e7as e Adolescentes no Brasil, lan\u00e7ado pela Unicef e pelo F\u00f3rum Brasileiro de Seguran\u00e7a P\u00fablica (FBSP). Por isso, \u00e9 necess\u00e1rio eleger pessoas que tenham coragem para combater esse cen\u00e1rio e falar de assuntos como igualdade de g\u00eanero, empoderamento de meninas, viol\u00eancia sexual e femin\u00edcio.<\/p>\n\n\n\n
Moradia<\/h3>\n\n\n\n
Mais de 5 milh\u00f5es de pessoas ainda residem em domic\u00edlios sem banheiros ou sanit\u00e1rios de uso exclusivo e 9,7 milh\u00f5es vivem em condi\u00e7\u00f5es de adensamento excessivo, com mais de tr\u00eas moradores para cada dormit\u00f3rio. Este \u00e9 um assunto que n\u00e3o deve ser ignorado, j\u00e1 que todas as crian\u00e7as precisam de acesso \u00e0 moradia para viver com dignidade e poder se desenvolver em outras \u00e1reas, como lazer, educa\u00e7\u00e3o e sa\u00fade.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]  <\/p>\n","post_title":"5 motivos para priorizar as crian\u00e7as nas elei\u00e7\u00f5es de 2022","post_excerpt":"Crian\u00e7as e adolescentes menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar, mas s\u00e3o parcela importante da popula\u00e7\u00e3o e t\u00eam de estar contemplados nos projetos dos diferentes atores governamentais","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"5-motivos-para-priorizar-as-criancas-nas-eleicoes-de-2022","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-25 18:52:13","post_modified_gmt":"2022-08-25 21:52:13","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64369","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64334,"post_author":"4","post_date":"2022-08-22 15:14:51","post_date_gmt":"2022-08-22 18:14:51","post_content":"\n
O n\u00famero de crian\u00e7as e adolescente<\/a>s conectados \u00e0 internet cresceu nos \u00faltimos anos. Segundo o estudo TIC Kids Online Brasil 2021<\/a>, rec\u00e9m-divulgado, 93% ou 22,3 milh\u00f5es das crian\u00e7as e dos adolescentes<\/a> no pa\u00eds acessaram a web<\/a> em 2021, sendo que em 2019 esse percentual era de 89%. O crescimento foi impulsionado principalmente pela maior propor\u00e7\u00e3o de usu\u00e1rios na regi\u00e3o Nordeste e nas \u00e1reas rurais. <\/p>\n\n\n\n
O uso de redes sociais <\/a>pelas crian\u00e7as tamb\u00e9m tem se elevado, sendo a plataforma Tik Tok<\/a> a mais utilizada (34%), seguida pelo Instagram (33%). No Facebook, houve queda no uso de 66% para 51% no per\u00edodo citado. J\u00e1 o WhatsApp segue como a plataforma em que crian\u00e7as e adolescentes mais possuem perfil (foi de 70% em 2018 para 80% em 2021), e \u00e9 a mais difundida entre todos os estratos sociais.<\/p>\n\n\n\n
A pesquisa, conduzida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informa\u00e7\u00e3o (Cetic.br) do N\u00facleo de Informa\u00e7\u00e3o e Coordena\u00e7\u00e3o do Ponto BR (NIC.br), entrevistou 2.651 crian\u00e7as e adolescentes com idades entre 9 e 17 anos, bem como seus pais ou respons\u00e1veis, em todo o territ\u00f3rio nacional. As entrevistas aconteceram entre outubro de 2021 e mar\u00e7o de 2022, com a finalidade de investigar oportunidades e riscos relacionados \u00e0 participa\u00e7\u00e3o online desse p\u00fablico. <\/p>\n\n\n\n
Segundo o levantamento, as crian\u00e7as tamb\u00e9m est\u00e3o passando mais tempo em jogos online - seja conectadas com outros jogadores (de 57% para 66%, entre 2021 e 2019) ou n\u00e3o conectadas a eles (de 55% para 64%) -, e fazendo mais compras no ambiente digital - cresceu de 9% para 19% no mesmo per\u00edodo. <\/p>\n\n\n\n
\"Plataformas de cria\u00e7\u00e3o e compartilhamento de conte\u00fado audiovisual est\u00e3o entre as mais utilizadas por crian\u00e7as e adolescentes. Nesse contexto, a qualidade da conex\u00e3o \u00e0 Internet e dos dispositivos digitais utilizados para o acesso \u00e0 rede passam a ser determinantes para o melhor aproveitamento de oportunidades online. \u00c9 central, portanto, garantir condi\u00e7\u00f5es equitativas de conectividade para crian\u00e7as e adolescentes em diferentes contextos socioecon\u00f4micos\", aponta Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br. <\/p>\n\n\n\n
A pesquisa TIC Kids Online <\/a>detectou, ainda, que o telefone celular segue como o principal meio de conex\u00e3o \u00e0 rede nos diferentes extratos sociais. Para 53%, o celular foi o \u00fanico dispositivo usado, realidade que se verificou mais presente nas classes DE (78%) e C (52%) do que nas classes AB (18%). <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Acesso a propagandas<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
Entre as atividades multim\u00eddia, as mais acessadas pelas crian\u00e7as s\u00e3o ouvir m\u00fasica (80%), assistir a v\u00eddeos, programas, filmes ou s\u00e9ries (84%), S\u00edtios de v\u00eddeos (67%) e redes sociais (61%) est\u00e3o entre as principais plataformas em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios de internet declaram ter visto propaganda de produtos ou marcas. Pessoas ensinando como usar algum produto (62%) e abrindo embalagens -- o chamado unboxing<\/em><\/strong> - (61%) foram os principais conte\u00fados de imagem ou v\u00eddeo em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios da rede tiveram contato com divulga\u00e7\u00e3o de produtos ou marcas. Entre as principais categorias de produtos ou marcas vistas no ambiente online<\/em> est\u00e3o: <\/p>\n\n\n\n
Equipamentos eletr\u00f4nicos (60%); <\/li>
Roupas e sapatos (60%); <\/li>
Comidas, bebidas ou doces (57%); <\/li>
Videogames ou jogos (46%); <\/li>
Maquiagem e outros produtos de beleza (46%).\u00a0<\/li><\/ul>\n\n\n\nBusca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e bem-estar<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa tamb\u00e9m constatou que 32% dos jovens entre 11 e 17 anos procuram ajuda para lidar com algo ruim que vivenciaram<\/strong>, ou para falar sobre suas emo\u00e7\u00f5es<\/strong> quando se sentiram tristes. <\/p>\n\n\n\n
Entre os temas mais procurados relacionados \u00e0 sa\u00fade est\u00e3o:<\/p>\n\n\n\n
Informa\u00e7\u00f5es sobre alimenta\u00e7\u00e3o (55%);
Preven\u00e7\u00e3o e tratamento de doen\u00e7as (38%);
Exerc\u00edcios e meios para ficar em forma (36%);
Informa\u00e7\u00f5es sobre medicamentos (22%);<\/li>
Discuss\u00f5es sobre sa\u00fade sexual e educa\u00e7\u00e3o sexual (21%).<\/li><\/ul>\n\n\n\n
\"A pesquisa busca levantar evid\u00eancias que contribuam para a promo\u00e7\u00e3o de direitos e do bem-estar de crian\u00e7as e adolescentes. Desse modo, para al\u00e9m das atividades presentes na s\u00e9rie hist\u00f3rica da pesquisa, o uso da rede na busca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e apoio emocional passou a ser um tema relevante de investiga\u00e7\u00e3o\", sinaliza Barbosa.<\/p>\n\n\n\n
\"Pesquisas como a TIC Kids Online Brasil s\u00e3o de extrema relev\u00e2ncia para entendermos o cen\u00e1rio atual e fortalecermos o letramento e inclus\u00e3o digital dos mais jovens, com mais seguran\u00e7a e qualidade, quest\u00f5es intr\u00ednsecas ao trabalho realizado pelo Comit\u00ea Gestor da Internet no Brasil\", pondera Jos\u00e9 Gontijo, coordenador do CGI.br.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
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\n
Queda<\/strong> \u2013 respons\u00e1vel por 44% dos acidentes<\/strong> - 48.387 interna\u00e7\u00f5es <\/mark><\/li>
Queimadura<\/strong> - respons\u00e1vel por 19% dos acidentes<\/strong> - 21.100 interna\u00e7\u00f5es<\/mark><\/li>
Tr\u00e2nsito<\/strong> \u2013 respons\u00e1vel por 10% dos acidentes<\/strong> - 11.172 crian\u00e7as interna\u00e7\u00f5es<\/mark><\/li>
Intoxica\u00e7\u00f5es<\/strong> \u2013 respons\u00e1vel por 5%\u00a0dos acidentes<\/strong> - 4.151 crian\u00e7as interna\u00e7\u00f5es<\/mark><\/li>
Sufoca\u00e7\u00e3o<\/strong> - respons\u00e1vel por 0,43% dos acidentes<\/strong> - 479 crian\u00e7as interna\u00e7\u00f5es<\/mark><\/li><\/ol>\n\n\n\n
Fonte: ONG Aldeias Infantis SOS<\/span><\/p>\n\n\n\n
1. Queda<\/h2>\n\n\n\n
Para prevenir quedas, seja de grandes alturas ou dentro de casa, nunca \u00e9 demais refor\u00e7ar: instale grades ou redes de prote\u00e7\u00e3o<\/strong> nas janelas, sacadas, varandas, mezaninos e quaisquer outros v\u00e3os que apresentem risco. Todas as janelas da resid\u00eancia devem ser teladas, at\u00e9 mesmo as dos banheiros, que costumam ficar de fora pelo tamanho reduzido. Isso vale tamb\u00e9m para as janelas de modelo basculante. A recomenda\u00e7\u00e3o \u00e9 que <\/strong>as telas sejam instaladas antes mesmo da crian\u00e7a nascer, para prevenir acidentes com beb\u00eas que se mexem e se impulsionam do colo. Se houver preocupa\u00e7\u00e3o com a limpeza das esquadrias, empresas especializadas oferecem telas remov\u00edveis como alternativa. Nas escadas internas da casa deve-se usar port\u00f5es de seguran\u00e7a no topo e base.<\/p>\n\n\n\n
Al\u00e9m da queda de altura, ambientes lisos e molhados, como o box do banheiro<\/strong>, pedem aten\u00e7\u00e3o, principalmente, de crian\u00e7as menores, que, durante o banho, devem ser supervisionadas por um adulto. Cama, sof\u00e1 e ber\u00e7o <\/strong>tamb\u00e9m s\u00e3o locais de quedas recorrentes. Os beb\u00eas, ainda que n\u00e3o tenham muita mobilidade, exigem cuidado especial, j\u00e1 que podem se machucar com gravidade ao cair desses lugares. Pais e respons\u00e1veis t\u00eam de se assegurar de que o beb\u00ea estar\u00e1 em seguran\u00e7a quando acordar, se n\u00e3o houver supervis\u00e3o no momento.<\/p>\n\n\n\n
2. Queimadura<\/h2>\n\n\n\n
Um dos ambientes da casa que oferece maior risco \u00e9 a cozinha, por isso mantenha a garotada longe do fog\u00e3o e procure cozinhar usando as bocas de tr\u00e1s, deixando os cabos das panelas virados sempre para dentro. O acesso ao g\u00e1s, \u00e0 porta do forno, \u00e0 \u00e1gua e \u00f3leo ferventes tamb\u00e9m pedem aten\u00e7\u00e3o. Outro cuidado importante: guarde f\u00f3sforos, \u00e1lcool e outros produtos inflam\u00e1veis em arm\u00e1rios trancados e longe do alcance das crian\u00e7as. O atendimento a queimaduras nunca deve ser feito em casa ou com receitas caseiras. <\/p>\n\n\n\n
O \u00e1lcool em gel<\/strong>, que se popularizou na pandemia, pode causar queimaduras em contato com o olho ou a boca, ou ainda, no caso de ingest\u00e3o, dependendo da quantidade, pode causar intoxica\u00e7\u00e3o. As embalagens desse produto devem ser deixadas longe do alcance das crian\u00e7as, para evitar o uso n\u00e3o supervisionado. A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) afirma que, para as crian\u00e7as, deve-se sempre que poss\u00edvel optar por usar \u00e1gua e sab\u00e3o na higieniza\u00e7\u00e3o das m\u00e3os, como prote\u00e7\u00e3o contra o coronav\u00edrus, deixando o uso do \u00e1lcool em gel para o uso fora de casa.<\/p>\n\n\n\n
3. Tr\u00e2nsito<\/h2>\n\n\n\n
Para prevenir acidentes, a orienta\u00e7\u00e3o \u00e9 que as crian\u00e7as andem nas ruas com supervis\u00e3o de um adulto at\u00e9 que demonstrem habilidade e capacidade de julgamento do tr\u00e2nsito, o que pode ocorrer a partir dos 10 anos de idade. Enquanto estiver caminhando na rua, segure sempre a m\u00e3o da crian\u00e7a, de forma firme e pelo pulso. N\u00e3o permita brincadeiras em locais que n\u00e3o s\u00e3o adequados, como entradas ou sa\u00eddas de garagens, quintais sem cerca, ruas ou estacionamentos.<\/p>\n\n\n\n
4. Intoxica\u00e7\u00e3o<\/h2>\n\n\n\n
Acidentes com medicamentos ou produtos t\u00f3xicos infelizmente s\u00e3o comuns. A intoxica\u00e7\u00e3o pela ingest\u00e3o, manipula\u00e7\u00e3o ou inala\u00e7\u00e3o pode ser perigosa e fatal, dependendo da \u00e1rea afetada e da toxicidade. \u00c9 importante explicar \u00e0s crian\u00e7as que os rem\u00e9dios devem ser tomados somente quando necess\u00e1rio, e evitar cham\u00e1-los por nomes de doces ou balas - alguns pais recorrem a essa t\u00e1tica para facilitar a administra\u00e7\u00e3o. Al\u00e9m disso, nunca medique sem orienta\u00e7\u00e3o m\u00e9dica ou por sugest\u00e3o de terceiros. <\/p>\n\n\n\n
Guarde as embalagens de produtos potencialmente t\u00f3xicos, como medicamentos, bebidas alco\u00f3licas, produtos de limpeza e pesticidas, logo ap\u00f3s a utiliza\u00e7\u00e3o, fora do alcance das crian\u00e7as. N\u00e3o use embalagens vazias para guardar produtos que podem ser t\u00f3xicos, mantenha-os sempre nas embalagens originais. N\u00e3o d\u00ea embalagens vazias desses produtos para as crian\u00e7as brincarem. Tampouco coloque produtos de uso dom\u00e9stico junto de alimentos e evite plantas t\u00f3xicas em casa ou no jardim, em locais de f\u00e1cil acesso para as crian\u00e7as.<\/p>\n\n\n\n
5. Sufoca\u00e7\u00e3o<\/h2>\n\n\n\n
Crian\u00e7as de at\u00e9 3 anos, que est\u00e3o na fase de experimentar o mundo e costumam levar tudo \u00e0 boca, s\u00e3o mais propensas a sofrerem acidentes relacionados \u00e0 sufoca\u00e7\u00e3o. A sufoca\u00e7\u00e3o ocorre quando h\u00e1 a cobertura total ou parcial do nariz e\/ou da boca, resultando na dificuldade ou impossibilidade de respirar. Entre beb\u00eas menores de um ano de idade, o risco de sufoca\u00e7\u00e3o \u00e9 muito alto devido a sua falta de capacidade de escaparem por si mesmos de uma situa\u00e7\u00e3o de perigo. A introdu\u00e7\u00e3o alimentar merece precau\u00e7\u00e3o e uma das orienta\u00e7\u00f5es \u00e9 n\u00e3o oferecer alimentos redondos e duros, como uva, amendoim ou outras castanhas e cenoura crua, al\u00e9m de cortar os alimentos em peda\u00e7os bem pequenos. Tamb\u00e9m \u00e9 importante aprender as manobras de desengasgo<\/a> para saber como agir nesse momento.<\/p>\n\n\n\n
Outros acidentes<\/h2>\n\n\n\n
Apesar do aumento geral dos acidentes, os casos envolvendo afogamento diminu\u00edram<\/a> em 2021. Ainda assim, \u00e9 v\u00e1lido lembrar que os pequenos menores de 4 anos podem se afogar em recipientes com at\u00e9 2,5 cm de \u00e1gua. Por isso, al\u00e9m dos cuidados com as piscinas, como a prote\u00e7\u00e3o com cercas e port\u00e3o com cadeado ou trava de seguran\u00e7a, \u00e9 preciso aten\u00e7\u00e3o com banheiras, bacias e baldes, que devem ser guardados vazios e virados para baixo. E, claro, nunca deixe crian\u00e7as sozinhas dentro ou perto da \u00e1gua, nem por um segundo!<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"Como prevenir os\u00a05 acidentes\u00a0mais perigosos\u00a0com crian\u00e7as","post_excerpt":"Pesquisa da ONG Aldeias Infantis SOS mostrou que cresceu o n\u00famero de crian\u00e7as internadas por acidentes em 2021; veja as principais medidas para evit\u00e1-los","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"como-prevenir-os-5-acidentes-mais-perigosos-com-criancas","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-09-09 08:55:11","post_modified_gmt":"2022-09-09 11:55:11","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64723","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64666,"post_author":"4","post_date":"2022-08-30 17:24:27","post_date_gmt":"2022-08-30 20:24:27","post_content":"\n
O n\u00famero de crian\u00e7as e adolescentes que se internaram<\/a>, em 2021, devido a acidentes, aumentou em compara\u00e7\u00e3o com 2020. Foram 110.341 casos de interna\u00e7\u00f5es no ano passado, na faixa et\u00e1ria de 0 a 14 anos, segundo pesquisa da ONG Aldeias Infantis SOS e do Instituto Bem Cuidar. O n\u00famero revela um crescimento de 5,3% em rela\u00e7\u00e3o ao ano anterior. <\/p>\n\n\n\n
As quedas foram a principal causa das interna\u00e7\u00f5es<\/a>, sendo respons\u00e1veis por 44% das ocorr\u00eancias, seguidas pelas queimaduras, 19%, acidentes de tr\u00e2nsito, 10%, e intoxica\u00e7\u00f5es, 5%. Em m\u00e9dia, 302 crian\u00e7as foram hospitalizadas<\/a>, por dia, por conta de algum acidente em 2021, segundo o estudo feito com informa\u00e7\u00f5es do Datasus, do Minist\u00e9rio da Sa\u00fade.<\/p>\n\n\n\n
\u201cChama muito a aten\u00e7\u00e3o, por exemplo, que a maior causa de interna\u00e7\u00e3o seja a queda<\/a>, pois a gente sabe que h\u00e1 medidas para evitar isso. \u00c9 preciso colocar tela em janelas e sacadas<\/a>, evitar deixar m\u00f3veis pr\u00f3ximo a janelas, enfim, uma s\u00e9rie de dicas que s\u00e3o importantes para que pais e adultos estejam munidos dessas informa\u00e7\u00f5es para evitar os acidentes\u201d, afirmou Erika Tonelli, especialista em Entornos Seguros e Protetores da Aldeias Infantis SOS.\u00a0<\/p>\n\n\n\n
Erika lembra que, embora os acidentes fa\u00e7am parte da vida das crian\u00e7as enquanto est\u00e3o se desenvolvendo e experienciando o mundo, a maioria deles poderiam ser evitados. \u201cAt\u00e9 90% dos acidentes poderiam ser prevenidos com medidas simples. Os pais e familiares devem estar sempre atentos aos ambientes - n\u00e3o s\u00f3 aos dom\u00e9sticos, mas tamb\u00e9m espa\u00e7os comunit\u00e1rios, parques, escolas e todos os lugares que as crian\u00e7as frequentam -, para perceber quais riscos existem e se \u00e9 preciso tomar alguma medida ou ter um olhar mais cuidadoso para elas\u201d, ressalta a especialista.<\/p>\n\n\n\n
Apesar do aumento geral dos acidentes, constatou-se que em 2021 os casos envolvendo afogamento diminu\u00edram<\/a> em 2% e sufoca\u00e7\u00e3o em 6%, quando comparado ao ano anterior.  <\/p>\n\n\n\n
O estudo tamb\u00e9m ressalta que, apesar do aumento no volume de interna\u00e7\u00f5es, os n\u00fameros de 2021 s\u00e3o menores que no per\u00edodo anterior \u00e0 pandemia. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong> <\/p>\n\n\n\n\n\n
Tipos de acidentes por idade <\/h2>\n\n\n\n
Segundo o levantamento, a faixa et\u00e1ria de 5 a 9 anos de idade \u00e9 a mais atingida pelas quedas e a que mais sofreu hospitaliza\u00e7\u00f5es em 2021 - representando 35,1% dos internados por acidentes. As crian\u00e7as com idade de 10 a 14 anos tamb\u00e9m tiveram um n\u00famero alto de interna\u00e7\u00f5es (34,2%), sendo igualmente as quedas a causa mais comum. <\/p>\n\n\n\n
J\u00e1 na faixa et\u00e1ria de 1 a 4 anos, que representa 25,6% das intera\u00e7\u00f5es, intoxica\u00e7\u00e3o e queimaduras est\u00e3o entre os principais acidentes. Menores de 1 ano representaram 5,2% das interna\u00e7\u00f5es, motivadas por acidentes como sufoca\u00e7\u00e3o, mas tamb\u00e9m queimaduras, afogamento, intoxica\u00e7\u00e3o e quedas. <\/p>\n\n\n\n
Erika relata que dependendo da faixa et\u00e1ria, a preval\u00eancia dos acidentes vai sendo alterada. Os beb\u00eas de at\u00e9 1 ano t\u00eam um n\u00famero maior de casos de sufoca\u00e7\u00e3o, porque s\u00e3o crian\u00e7as que levam coisas \u00e0 boca. J\u00e1 a intoxica\u00e7\u00e3o tem um n\u00famero bastante alto entre 1 e 4 anos, depois vem a queda, com crian\u00e7as acima de 5 anos, que exploram mais o ambiente e est\u00e3o mais expostas ao mundo externo. \"Mas isso n\u00e3o quer dizer que a gente n\u00e3o deva estar atento \u00e0s demais causas de acidentes. Mesmo a queimadura pode ser comum nos beb\u00eas durante o banho, por exemplo\u201d, explica a porta-voz da Aldeias Infantis SOS. <\/p>\n\n\n\n
Principais causas de acidentes com crian\u00e7as (0 a 14 anos)*<\/h2>\n\n\n\n
Quedas - 44%<\/li>
Queimaduras 19%<\/li>
Tr\u00e2nsito - 10%<\/li>
Intoxica\u00e7\u00f5es - 5% <\/li><\/ul>\n\n\n\n
Acidentes mais comuns por faixa et\u00e1ria<\/h2>\n\n\n\n
0 a 1 ano - Sufoca\u00e7\u00e3o<\/li>
1 a 4 anos - Intoxica\u00e7\u00e3o<\/li>
5 a 9 anos - Quedas<\/li>
10 a 14 anos - Quedas<\/li><\/ul>\n\n\n\n
*N\u00fameros consolidados pela ONG Aldeias Infantis SOS, a partir da base de dados Datasus, do Minist\u00e9rio da Sa\u00fade.<\/em><\/p>\n\n\n\n
Quedas e queimaduras<\/h2>\n\n\n\n
Os registros de quedas no Datasus incluem tanto acidentes ocorridos em casa, quanto em ambientes externos, como playgrounds e parques. Segundo Erika, n\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel afirmar qual tipo de queda \u00e9 a mais comum, mas ela avalia que tanto o maior tempo dentro de casa, durante a pandemia, quanto o incentivo \u00e0s atividades ao ar livre, ap\u00f3s o per\u00edodo de isolamento social, podem ter contribu\u00eddo para esse tipo de acidente.<\/p>\n\n\n\n
J\u00e1 em rela\u00e7\u00e3o \u00e0s queimaduras, ela diz que percebeu um leve aumento de casos, principalmente, devido ao uso recorrente de \u00e1lcool e \u00e1lcool em gel, como forma de prote\u00e7\u00e3o contra a Covid, e possivelmente tamb\u00e9m pelo uso maior de formas alternativas de combust\u00edvel na cozinha, como carv\u00e3o, \u00f3leo e querosene, devido \u00e0 piora da condi\u00e7\u00e3o econ\u00f4mica de grande parte das fam\u00edlias brasileiras. <\/p>\n\n\n\n
\u201cMesmo alimentos quentes em cima da mesa, a crian\u00e7a pode puxar e eles virarem em cima dela. \u00c9 importante tamb\u00e9m evitar tomar bebidas quentes com o filho no colo e estar atento ao risco de choque el\u00e9trico com ferro de passar roupa, com o uso do celular enquanto carrega e com instala\u00e7\u00f5es el\u00e9tricas da casa\u201d, destaca Erika.  <\/p>\n\n\n\n
Para a especialista, a precariza\u00e7\u00e3o das condi\u00e7\u00f5es de trabalhos e a exaust\u00e3o de alguns cuidadores tamb\u00e9m podem ser fatores que interferiram nos cuidados com as crian\u00e7as. Al\u00e9m disso, existe o fato de muitas delas ficarem sozinhas em casa, sem a supervis\u00e3o de um adulto, o que contribui ainda mais para o aumento de acidentes. <\/p>\n\n\n\n
Dados mostram que 1 a cada 4 crian\u00e7as acidentadas fica com sequelas permanentes durante toda a vida.<\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
\u201cQuando falamos de interna\u00e7\u00f5es, n\u00e3o \u00e9 algo simples como ralar o joelho ou cair da bicicleta, s\u00e3o causas graves e isso gera um custo tanto para o sistema de sa\u00fade quanto para a fam\u00edlia, al\u00e9m, claro, do impacto psicol\u00f3gico e emocional na crian\u00e7a\u201d, pontua Erika.<\/p>\n\n\n\n
Principais causas de mortes de crian\u00e7as por acidentes em 2020<\/h2>\n\n\n\n
Em rela\u00e7\u00e3o ao n\u00famero de mortes de crian\u00e7as por acidentes, Erika explicou que os dados mais recentes fornecidos pelo Datasus s\u00e3o de 2020, quando 3.117 crian\u00e7as de at\u00e9 14 anos de idade perderam a vida. Apesar de o tr\u00e2nsito continuar sendo a principal causa das fatalidades com 30% do total, os afogamentos e casos de sufoca\u00e7\u00e3o tamb\u00e9m registraram marcas preocupantes, com 27% e 22%, respectivamente. <\/p>\n\n\n\n
Mortes de crian\u00e7as por acidentes - 2020 <\/h3>\n\n\n\n
Tr\u00e2nsito - 30%<\/li>
Afogamentos - 27%<\/li>
Sufoca\u00e7\u00e3o - 22%<\/li><\/ul>\n\n\n\n
Apesar disso, se comparado com 2019, o n\u00famero de \u00f3bitos recuou 2%, sendo a maior redu\u00e7\u00e3o em sufoca\u00e7\u00e3o, com queda de 14%. Por outro lado, fatalidades envolvendo intoxica\u00e7\u00f5es e quedas seguiram o caminho inverso e aumentaram respectivamente 23% e 12% cada uma. Sob a \u00f3tica da faixa et\u00e1ria, crian\u00e7as de 1 a 4 anos concentram a maior taxa de mortalidade por acidentes no Brasil (32%).<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
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\u201cDe boa, passo muito tempo da minha vida no quarto. T\u00e1 ligado? \u00c9 um canto s\u00f3 meu. No quarto, j\u00e1 fiz tudo. Tamb\u00e9m j\u00e1 pensei em fazer besteira.\u201d  <\/em><\/p>\n\n\n\n
\"Fico mais tempo do que no resto da casa. S\u00f3 saio pra comer, saca? Tem dia que nem pra comer. Ningu\u00e9m me pergunta nada. S\u00f3 ficaram mais preocupados, minha m\u00e3e e meu pai, quando a professora falou que me cortei.\"<\/em><\/p>\n\n\n\n
Relatos como esses fazem parte dos depoimentos que o pesquisador Hugo Monteiro Ferreira colheu para um estudo sobre o cotidiano de crian\u00e7as e adolescentes brasileiros<\/a> marcados pelo adoecimento emocional e mental<\/a>. <\/p>\n\n\n\n
S\u00e3o jovens na faixa et\u00e1ria de 11 a 18 anos de idade, que passam cerca de seis horas por dia dentro de seus quartos, geralmente conectados \u00e0s redes sociais<\/a>, e com s\u00e9rios problemas de conviv\u00eancia entre os seus pares<\/a> e tamb\u00e9m com os adultos com os quais convivem.\u00a0De modo geral, s\u00e3o pessoas que pertencem a uma classe social mais favorecida.<\/p>\n\n\n\n
Hugo os definiu como \u201ca gera\u00e7\u00e3o do quarto\u201d. V\u00edtimas de bullying, cyberbullying e outras viol\u00eancias<\/a>, geralmente na escola, eles vivenciam nesse c\u00f4modo da casa diversas formas de sofrimento - de transtornos alimentares a ansiedade, depress\u00e3o e at\u00e9 mesmo suic\u00eddio<\/a>. <\/p>\n\n\n\n
\u201cA gera\u00e7\u00e3o do quarto adverte-nos que as fam\u00edlias e as escolas precisam \"escutar\" meninos e meninas e rever posturas e procedimentos, bem como formas de educar e jeitos de orientar\u201d, afirma Hugo, no livro \u201cA gera\u00e7\u00e3o do quarto - quando as crian\u00e7as nos ensinam a amar\u201d. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
A obra \u00e9 fruto de uma pesquisa que ouviu 3.115 crian\u00e7as e adolescentes, de escolas p\u00fablicas e, principalmente, privadas, de cinco capitais do pa\u00eds. \u00c9 um grupo que retrata nitidamente os jovens da sociedade contempor\u00e2nea. \"Tenho retornos de professores e professoras que me diziam: \"olha isso que voc\u00ea disse acontece exatamente assim na minha escola\", afirmou Hugo. <\/p>\n\n\n\n
Segundo ele, a fragilidade dessa gera\u00e7\u00e3o revela a fragilidade dos pais e das m\u00e3es. \u201cN\u00e3o s\u00e3o s\u00f3 as crian\u00e7as e os adolescentes que est\u00e3o no quarto \u2014 os adultos tamb\u00e9m est\u00e3o. O quarto \u00e9 a met\u00e1fora da fam\u00edlia que n\u00e3o dialoga, mas grita; da escola que n\u00e3o acolhe, mas exige o desempenho das notas\u201d, afirma Humberto da Silva Miranda, doutor em Hist\u00f3ria das Inf\u00e2ncias, no pref\u00e1cio do livro. <\/p>\n\n\n\n
$\"\"$
Hugo Monteiro Ferreira<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n
A seguir, leia a entrevista que o autor concedeu \u00e0 Canguru News<\/strong>. Hugo \u00e9 professor do departamento de Educa\u00e7\u00e3o e do Programa de P\u00f3s-Gradua\u00e7\u00e3o em Educa\u00e7\u00e3o, Culturas e Identidades, ambos da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Na mesma institui\u00e7\u00e3o, ele coordena o N\u00facleo do Cuidado Humano e o Grupo de Estudos da Transdisciplinaridade, da Inf\u00e2ncia e da Juventude (GETIJ).<\/p>\n\n\n\n
Qual o perfil da gera\u00e7\u00e3o do quarto?<\/h2>\n\n\n\n
S\u00e3o crian\u00e7as e adolescentes, entre 11 e 16 anos, que passam mais de 6 horas por dia dentro do quarto, usando excessivamente as redes sociais digitais, e j\u00e1 sofreram algum tipo de viol\u00eancia, como bullying e cyberbullying, geralmente ocorrida na escola. Eles t\u00eam sintomatologias de psicopatologias as mais diversas, com predomin\u00e2ncia para depress\u00e3o, transtornos obsessivos compulsivos, transtornos alimentares, com predomin\u00e2ncia de anorexia e bulimia, transtorno de ansiedade, uso abusivo de \u00e1lcool, de maconha ou drogas qu\u00edmicas e dist\u00farbios de sono. E no campo da autodestrui\u00e7\u00e3o, praticam a autoles\u00e3o, sem inten\u00e7\u00e3o suicida, e alguns t\u00eam idea\u00e7\u00e3o suicida e tentaram suic\u00eddio mais de uma vez, esse \u00e9 o perfil da gera\u00e7\u00e3o do quarto.<\/p>\n\n\n\n
Como foi feita a pesquisa?<\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa foi feita entre 2017 e 2019, com alunos de escolas p\u00fablicas e privadas de cinco capitais brasileiras \u2014 Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Macei\u00f3 e Natal. Inicialmente, foi aplicado um question\u00e1rio online para 3.115 crian\u00e7as e adolescentes, e a partir das respostas foi feito um recorte com 238 jovens, dos quais a grande maioria, 70%, s\u00e3o de escolas privadas, e fazem parte da classe m\u00e9dia e classe m\u00e9dia alta. Os resultados mostraram que 75% dos 3.115 alunos est\u00e3o com a sa\u00fade mental abalada, embora nem todos apresentem sintomatologia psicopatol\u00f3gica. N\u00e3o publiquei nenhum artigo sobre o estudo porque desde o in\u00edcio tive a inten\u00e7\u00e3o de fazer um livro, que ficou pronto em 2020. De l\u00e1 para c\u00e1, a obra passou por revis\u00f5es, sendo publicada agora, em 2022. Ressalto que a gera\u00e7\u00e3o do quarto n\u00e3o foi criada na pandemia, mas sofreu na pandemia duas vezes mais pela situa\u00e7\u00e3o de vulnerabilidade em que se encontrava. <\/p>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 um retrato da juventude brasileira? <\/h2>\n\n\n\n
Eu fiz um recorte, mas todas as pessoas que mantiveram contato comigo e n\u00e3o estiveram no recorte da pesquisa se identificaram com ela. Tenho retornos de professores e professoras que me diziam: \"olha isso que voc\u00ea disse acontece exatamente assim na minha escola\". As pessoas se identificam porque tem uma verossimilhan\u00e7a. Muitas dizem: \"ah, tenho um filho, uma filha, que tamb\u00e9m est\u00e1 no quarto\". Se voc\u00ea for em qualquer escola, infelizmente ir\u00e1 encontrar algo semelhante.<\/p>\n\n\n\n
Como entender os problemas que essa gera\u00e7\u00e3o enfrenta, quais s\u00e3o suas origens?<\/h2>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 forjada, criada dentro de casa, \u00e9 a fam\u00edlia quem cria essa gera\u00e7\u00e3o, n\u00e3o \u00e9 a escola, a escola ajuda a manter, a fazer a manuten\u00e7\u00e3o do sofrimento, mas a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 produto de uma fam\u00edlia no quarto tamb\u00e9m, uma fam\u00edlia isolada, adoecida, de pouco di\u00e1logo, violenta. A viol\u00eancia num sentido amplo, n\u00e3o s\u00f3 f\u00edsica, psicol\u00f3gica, mas uma viol\u00eancia simb\u00f3lica, h\u00e1 muito movimento de viol\u00eancia dentro dessas casas. A viol\u00eancia simb\u00f3lica se expressa nas nuances, na organiza\u00e7\u00e3o, no establishment<\/em>, c\u00f3digos de comportamentos. Por exemplo, entrevistei meninos de 15, 16 anos, que eram gays, e na casa havia uma esp\u00e9cie de heteronormatividade, n\u00e3o era dito isso, mas havia a heteronormatividade como conduta, regra. \u00c9 isso que temos visto dentro dessas fam\u00edlias, s\u00e3o fam\u00edlias um tanto quanto provocativas e provocadoras dessa viol\u00eancia simb\u00f3lica. <\/p>\n\n\n\n
\u00c9 uma situa\u00e7\u00e3o muito preocupante, n\u00e3o? <\/h2>\n\n\n\n
A experi\u00eancia do quarto \u00e9 terr\u00edvel, porque n\u00e3o \u00e9 uma esp\u00e9cie de ref\u00fagio para aquietar mente, \u00e9 uma experi\u00eancia de ansiedade da mente, uma mente com probabilidades das mais diversas. <\/p>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 violentada, ela tamb\u00e9m vai violentar. \u00c9 importante observar isso. <\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Eu me preocupo muito porque parece que a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 meio que uma matriz de pequenos e pequenas curingas, do personagem do Batman. N\u00f3s estamos formando gera\u00e7\u00f5es violentas, e essa viol\u00eancia pode ser contra si, os \u00edndices de suic\u00eddio na adolesc\u00eancia n\u00e3o s\u00e3o m\u00ednimos. No Brasil, infelizmente, desde 2016, que eles aumentam, mas n\u00f3s tamb\u00e9m temos criado pessoas, em pa\u00edses como os Estados Unidos, que quando t\u00eam acesso a armas, criam e organizam massacres como esses que vimos nas escolas americanas. O perfil e a biografia desses adolescentes se assemelha \u00e0 gera\u00e7\u00e3o do quarto. \u00c9 preocupante, porque n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 o adoecimento ps\u00edquico, mas \u00e9 a produ\u00e7\u00e3o de uma comunidade psiquicamente adoecida, que tem na viol\u00eancia a gram\u00e1tica da sua sintaxe comunicacional, ou seja, a socializa\u00e7\u00e3o \u00e9 violenta.<\/p>\n\n\n\n
Muitas vezes, \u00e9 poss\u00edvel que voc\u00ea tenha pessoas que acham que s\u00e3o excelentes m\u00e3es e pais, mas que imprimem uma norma, uma conduta, um modelo que impede que o outro seja o que pode ser. Vi muito isso, adolescentes dizendo \u201ceu n\u00e3o consigo, para minha m\u00e3e nem para o meu pai, ser o que realmente sou, o que realmente gosto, tenho que mentir, me fazer ser o que n\u00e3o sou, criar um perfil falso\u201d. A viol\u00eancia simb\u00f3lica est\u00e1 muito nesse campo, no religioso, al\u00e9m da viol\u00eancia f\u00edsica e psicol\u00f3gica.<\/p>\n\n\n\n
<\/p>\n\n\n\n
H\u00e1 caracter\u00edsticas em comum entre os pais dessa gera\u00e7\u00e3o?<\/h2>\n\n\n\n
S\u00e3o pessoas que aprenderam com os modelos anteriores como devem proceder, como educar e como deve ser a rela\u00e7\u00e3o entre pais e filhos, e eles terminam agindo em nome desse bem-estar. Eles querem o bem dos filhos, n\u00e3o desejam o mal, mas \u00e9 um bem meio que projetado, n\u00e3o \u00e9 um bem presente, \u00e9 o bem do amanh\u00e3. Eu quero que meu filho esteja bem, mas para isso ele precisa seguir uma regra, uma norma, uma conduta, um padr\u00e3o, uma organiza\u00e7\u00e3o. Se ele n\u00e3o segue, eu n\u00e3o consigo ser m\u00e3e, pai dele, n\u00e3o consigo estabelecer uma rela\u00e7\u00e3o afetiva, de di\u00e1logo, e come\u00e7o a entrar em conflito.<\/p>\n\n\n\n
S\u00e3o pais que rejeitam os filhos? <\/h2>\n\n\n\n
Essa gera\u00e7\u00e3o mostra que os pais, se n\u00e3o h\u00e1 um modelo estabelecido, eles n\u00e3o se disp\u00f5em a aprender com o que eles veem na realidade, \u00e9 quase que um filho abstrato. Quando o filho real come\u00e7a a emergir e mostrar suas caracter\u00edsticas, os pais come\u00e7am a estranhar aquilo e n\u00e3o entram em processo de di\u00e1logo, se afastam. \u00c9 esse afastamento, esse vazio, que cria a gera\u00e7\u00e3o do quarto. Por isso afirmo que \u00e9 na matriz familiar que a gera\u00e7\u00e3o \u00e9 gerada, quer dizer, os pais n\u00e3o conseguem observar, de modo geral, a emerg\u00eancia dos humanos que eles mesmos criaram. Eles t\u00eam o humano projetado, \u00e9 quase um molde de um humano. Quando vem uma orienta\u00e7\u00e3o sexual ou um g\u00eanero que n\u00e3o \u00e9 norma, causa um impacto. <\/p>\n\n\n\n
Claro que \u00e9 menos impactante quando o filho diz que n\u00e3o quer ser m\u00e9dico, mas sim ator, pode haver resist\u00eancia mas n\u00e3o t\u00e3o intensa como quando voc\u00ea diz que \u00e9 gay, isso causa um embara\u00e7o. Mas n\u00e3o gosto de condenar os pais e as m\u00e3es, porque acho que eles est\u00e3o envolvidos nesse processo, eles querem acertar, ao menos, os que t\u00eam paternagem e maternagem, que chamo de esp\u00edrito de pai e m\u00e3e. Os que n\u00e3o t\u00eam, esses simplesmente geram os filhos, est\u00e3o ali numa esp\u00e9cie de playground de criar filhos. Mas os que t\u00eam paternagem, eles v\u00e3o tentando encontrar e conseguem, ent\u00e3o nesse caso, essa fissura, esse vazio que se abriu \u00e9 reduzido e a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 compreendida. <\/p>\n\n\n\n
Os pais sabem que t\u00eam um problema em casa?<\/h2>\n\n\n\n
Eles n\u00e3o t\u00eam conhecimento, porque a gera\u00e7\u00e3o do quarto cognitivamente n\u00e3o tem problema com boletim escolar. Essa gera\u00e7\u00e3o chega na universidade. Essa causa-consequ\u00eancia que a gente confabulou e afirmou tantas vezes que, por exemplo, vai ter problemas na escola, no rendimento escolar, n\u00e3o \u00e9 um sinal, a gera\u00e7\u00e3o do quarto tem um boletim escolar azul,<\/strong> e os pais n\u00e3o percebem. Eles acham que faz parte da vida estar no quarto.<\/strong> Muitos me dizem isso, \u201cah mas meu filho est\u00e1 no quarto j\u00e1 h\u00e1 tanto tempo que nem me dava conta\u201d. Eles come\u00e7am a se dar conta quando a crian\u00e7a ou o adolescente come\u00e7a a se cortar, quando come\u00e7am a gritar em sil\u00eancio, a\u00ed os pais alertam, mas at\u00e9 ent\u00e3o, n\u00e3o. Chamam para jantar, quando conseguem, lembrando que pais contempor\u00e2neos vivem muito fora de casa, trabalham muito, com finalidade de dar um futuro para os filhos.  <\/p>\n\n\n\n
Ou seja, o esfor\u00e7o dos pais para garantir uma boa estrutura familiar acaba por distanci\u00e1-los dos filhos?<\/h2>\n\n\n\n
\u00c9 a alternativa que se deu para a fam\u00edlia. Num pa\u00eds de mais de 210 milh\u00f5es de pessoas, n\u00e3o \u00e9 todo mundo que para e reflete sobre o que \u00e9 ser uma fam\u00edlia. Para os que est\u00e3o abaixo da linha da mis\u00e9ria tem que pensar muito como se recupera. H\u00e1 uma quest\u00e3o importante: o fen\u00f4meno da gera\u00e7\u00e3o do quarto se d\u00e1 em todas as classes sociais, mas as estrat\u00e9gias trabalhadas mudam. Tem muitas pessoas que usam a gravidez, por exemplo, como forma de sair de uma situa\u00e7\u00e3o socioecon\u00f4mica. Engravidar pode ser uma esp\u00e9cie de promo\u00e7\u00e3o social, ou seja, o problema \u00e9 o mesmo, a dor ps\u00edquica \u00e9 a mesma, mas a maneira de lidar com ela \u00e9 diferente. <\/p>\n\n\n\n
Os jovens n\u00e3o se abrem com os pais, mas n\u00e3o se opuseram a falar com voc\u00ea?<\/h2>\n\n\n\n
Talvez o que favorece para um pesquisador como eu \u00e9 me dispor a escutar sem condenar, sem julgamento. Eu escuto para acolher e esse talvez seja um potencial que a gente possa ensinar aos pais e \u00e0s m\u00e3es, para que o filho diga o que pensa, o que acha, o que gosta e n\u00e3o gosta, se sinta confort\u00e1vel em ser diferente dos pais. Acho que as fam\u00edlias escutam julgando, comparando e sentenciando demais. As crian\u00e7as, ao contr\u00e1rio do que as pessoas pensam, s\u00e3o muito sens\u00edveis, muito cr\u00edticas, elas conseguem responder perguntas, falar sobre sentimentos com quem elas se sentem confort\u00e1veis. Al\u00e9m disso, uma das t\u00e9cnicas que utilizei, o question\u00e1rio online, me trouxe muitas respostas, porque tinha perguntas abertas. Alguns dos depoimentos que apresento no livro eu n\u00e3o ouvi, eu li. Quando n\u00e3o tenho que dizer meu nome, quem eu sou, de onde sou, qual minha idade, me sinto mais livre para falar, pedir ajuda. Foram esses depoimentos que me causaram impacto e me fizeram depois entrevistar o grupo menor por meio de rodas de conversa. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Qual o papel da escola nesse contexto?<\/h2>\n\n\n\n
Eu sou um profissional e defensor da escola, a escola para mim \u00e9 uma grande inven\u00e7\u00e3o social, cumpre papel de forma\u00e7\u00e3o, de complementaridade, sobretudo no campo do que chamamos de conhecimento cient\u00edfico. Ela tamb\u00e9m tem um papel social, porque trabalha com pessoas, organiza\u00e7\u00f5es, institui\u00e7\u00f5es, mas ela precisa ser revisitada e reformulada nos seus objetivos matriciais. A escola n\u00e3o pode querer exclusivamente formar do ponto vista cognitivo. Isso \u00e9 um equ\u00edvoco que se manifesta sobretudo nessas escolas, que insistem num modelo de concorr\u00eancia, competi\u00e7\u00e3o, ranqueamento, na nota como resposta \u00e0 aprendizagem. S\u00e3o escolas desconectadas com grandes problemas contempor\u00e2neos, como a sobreviv\u00eancia do Planeta Terra. Temos um planeta amea\u00e7ado de desertifica\u00e7\u00e3o, de aus\u00eancia de comida, amea\u00e7ado no campo dos povos origin\u00e1rios, ent\u00e3o essas s\u00e3o preocupa\u00e7\u00f5es que a escola deve ter. <\/p>\n\n\n\n
Outra preocupa\u00e7\u00e3o \u00e9 a diversidade, temos uma sociedade que se mostra violenta com as minorias, racista e mis\u00f3gina. As mulheres sofrem muito nessa sociedade. A escola n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 para discutir f\u00f3rmulas qu\u00edmicas, biol\u00f3gicas, equa\u00e7\u00f5es matem\u00e1ticas, sintaxe da l\u00edngua. <\/p>\n\n\n\n
A escola \u00e9 para ajudar a usar o conhecimento cient\u00edfico na melhoria da qualidade de vida das pessoas, da minha e dos outros. <\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Ent\u00e3o se ela n\u00e3o faz isso, se insiste na concorr\u00eancia, em colocar aqueles que s\u00e3o bons e n\u00e3o s\u00e3o bons, os que s\u00e3o inteligentes e os que n\u00e3o s\u00e3o inteligentes, e ela tem insistido, ela ajuda a adoecer. \u00c9 o que digo no livro. <\/p>\n\n\n\n
O que dizer aos pais e m\u00e3es da gera\u00e7\u00e3o do quarto?<\/h2>\n\n\n\n
Os filhos e as filhas v\u00e3o precisar muito mesmo dos pais. Tem dois cen\u00e1rios, um \u00e9 ajudar meu filho a n\u00e3o entrar no quarto e o outro \u00e9 ajudar o filho que j\u00e1 est\u00e1 no quarto. No livro eu falo de cinco pilares: cuidado, autoconhecimento, conviv\u00eancia, dialogicidade e amorosidade. Trabalhar a fam\u00edlia e a escola a partir dessas sustenta\u00e7\u00f5es \u00e9 preventivo, mas pode servir tamb\u00e9m para situa\u00e7\u00f5es de pessoas que j\u00e1 est\u00e3o adoecidas, neste caso, associado ao acompanhamento de um profissional da sa\u00fade mental - psic\u00f3logo, psiquiatra, psicanalista, a depender do caso.<\/p>\n\n\n\n
O pilar do cuidado<\/strong> trata sobre a import\u00e2ncia do cuidado consigo e do cuidado com o outro, o que implica tratar das quest\u00f5es relacionadas a respeito, compreens\u00e3o, conviv\u00eancia, uso abusivo de \u00e1lcool, relacionamentos abusivos, bullying, ciberbullying, uso excessivo de redes sociais digitais, entre outros aspectos.

O pilar do autoconhecimento<\/strong> trata sobre a biografia, a hist\u00f3ria de cada pessoa, a fam\u00edlia. Proponho um trabalho sobre ancestralidade, que a pessoa conhe\u00e7a sua hist\u00f3ria de vida, conhe\u00e7a seu pai, sua m\u00e3e, sua opini\u00e3o, seus gostos. Isso tem a ver com quem eu sou, do ponto de vista \u00e9tico, e vai me dar uma seguran\u00e7a para enfrentar aquilo que querem que eu seja. Eu sou isso, mas querem que eu seja aquilo. N\u00e3o escondo minhas fragilidades, sou amado, o que d\u00e1 seguran\u00e7a. N\u00e3o vou dizer para minha crian\u00e7a que a vida \u00e9 f\u00e1cil, um mar de rosas, que ela nunca vai encontrar desafios, mas vou ajud\u00e1-la e fortalec\u00ea-la para que ela possa enfrent\u00e1-los.<\/p>\n\n\n\n
No pilar da conviv\u00eancia<\/strong>, h\u00e1 uma rela\u00e7\u00e3o entre aprender a ser e aprender a conviver. Trato de situa\u00e7\u00f5es cotidianas que evocam reflex\u00f5es \u00e9ticas, morais e espirituais, para as quais a compaix\u00e3o, a empatia e a resili\u00eancia s\u00e3o habilidades necess\u00e1rias e essenciais. O exerc\u00edcio da dialogicidade<\/strong> \u00e9 realizado quando as pessoas aprendem a falar o que pensam e sentem, mas entendem que o que pensam e sentem n\u00e3o \u00e9 a \u00faltima palavra sobre a verdade. O pilar da amorosidade<\/strong> \u00e9 tratado com reflex\u00f5es e a\u00e7\u00f5es. As reflex\u00f5es geram as a\u00e7\u00f5es, e as a\u00e7\u00f5es n\u00e3o s\u00e3o realizadas de modo mec\u00e2nico. <\/p>\n\n\n\n
Os pais podem aprender com os filhos?<\/h2>\n\n\n\n
O livro n\u00e3o tem que ser uma pedra para atirar nos pais e na escola, tem que ser um acalanto. Eu acho que a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 t\u00e3o potente que nos possibilita reaprender a viver, tenho grande esperan\u00e7a na gera\u00e7\u00e3o do quarto, a mesma gera\u00e7\u00e3o que \u00e9 violenta me ensina novos modos de amor, n\u00e3o vejo a gera\u00e7\u00e3o como fracassada, que n\u00e3o deu certo, acho um absurdo dizer que \u00e9 uma gera\u00e7\u00e3o parasita, \"nem-nem\". Obviamente ela traz todas as mazelas, n\u00e3o foi a gera\u00e7\u00e3o do quarto que inventou o abuso do \u00e1lcool, a viol\u00eancia, esses foram c\u00f3digos sempre usados, mas a gera\u00e7\u00e3o do quarto est\u00e1 nos dando outras alternativas, como maior preocupa\u00e7\u00e3o sobre consumo, meio ambiente, empoderamento das meninas, orienta\u00e7\u00e3o \u00e0 quest\u00e3o de g\u00eanero. Essa gera\u00e7\u00e3o tem muita coisa a nos mostrar, n\u00e3o precisamos ter medo, podemos aprender com elas. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"A gera\u00e7\u00e3o do quarto: um retrato chocante da juventude brasileira","post_excerpt":"Ap\u00f3s ouvir mais de 3 mil crian\u00e7as e adolescentes que vivem experi\u00eancias traum\u00e1ticas em seus quartos, o pesquisador Hugo Monteiro Ferreira faz um alerta aos pais e \u00e0s escolas sobre a necessidade de mudar a forma de se relacionar com os jovens","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"a-geracao-do-quarto-o-retrato-chocante-da-juventude-brasileira","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-30 11:00:28","post_modified_gmt":"2022-08-30 14:00:28","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64515","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64369,"post_author":"4","post_date":"2022-08-23 10:54:43","post_date_gmt":"2022-08-23 13:54:43","post_content":"\n
De acordo com o Artigo 227<\/a> da Constitui\u00e7\u00e3o de 1988, as crian\u00e7as<\/a> devem ser prioridade absoluta em todas as decis\u00f5es, programas e pol\u00edticas p\u00fablicas<\/a>. Isso se torna mais relevante em ano de elei\u00e7\u00f5es, em que poderemos escolher, de forma democr\u00e1tica<\/a>, representantes<\/a> aos cargos de presidente da Rep\u00fablica, senadores, governadores, deputados federais e estaduais. <\/p>\n\n\n\n
O voto no Brasil \u00e9 obrigat\u00f3rio para todos aqueles acima de 18 anos, sendo facultativo para jovens com 16 e 17 anos, pessoas com mais de 70 anos e analfabetos. Crian\u00e7as e adolescentes<\/a> menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar<\/a>, mas isso n\u00e3o quer dizer que n\u00e3o devam estar inclu\u00eddos nos planos dos diferentes representantes pol\u00edticos. Muito pelo contr\u00e1rio.<\/p>\n\n\n\n
Diversos estudos j\u00e1 comprovaram que investir na primeira inf\u00e2ncia<\/a> \u00e9 a melhor maneira de reduzir desigualdades e construir uma sociedade com condi\u00e7\u00f5es sociais e ambientais sustent\u00e1veis.<\/p>\n\n\n\n
Cabe a n\u00f3s, adultos, escolher nas elei\u00e7\u00f5es candidatos que contemplem as crian\u00e7as em projetos e iniciativas diversas. Abaixo, veja 5 motivos que tornam urgente a valoriza\u00e7\u00e3o de projetos para a inf\u00e2ncia e juventude nas campanhas \u00e0s elei\u00e7\u00f5es de 2022. A lista \u00e9 do portal Lunetas, espa\u00e7o dedicado \u00e0 reflex\u00e3o sobre a inf\u00e2ncia, que recentemente lan\u00e7ou o especial \"Inf\u00e2ncias em foco: Quem vota pelas crian\u00e7as?\"<\/a>, um hub de informa\u00e7\u00e3o sobre pol\u00edtica e as inf\u00e2ncias. <\/p>\n\n\n\n
5 temas que envolvem as crian\u00e7as e que t\u00eam de estar previstos nas propostas dos candidatos \u00e0s elei\u00e7\u00f5es:<\/h2>\n\n\n\n
Fome<\/h3>\n\n\n\n
De acordo com um levantamento realizado pela Funda\u00e7\u00e3o Abrinq, cerca de 18,8 milh\u00f5es de meninos e meninas de at\u00e9 14 anos passam fome no Brasil. Essa inseguran\u00e7a alimentar traz preju\u00edzos grav\u00edssimos \u00e0s crian\u00e7as, afetando seu crescimento e o desenvolvimento f\u00edsico e cognitivo necess\u00e1rios para que consigam crescer de maneira saud\u00e1vel.<\/p>\n\n\n\n
Analfabetismo<\/h3>\n\n\n\n
H\u00e1 50 anos, a educa\u00e7\u00e3o infantil n\u00e3o era uma realidade no Brasil, no entanto, pol\u00edticas p\u00fablicas mudaram essa realidade. Ainda assim, nos \u00faltimos dois anos, o n\u00famero de crian\u00e7as de 6 e 7 anos que n\u00e3o sabem ler e escrever cresceu em 1 milh\u00e3o. Pensando no futuro e nos pr\u00f3ximos passos do Brasil relacionados \u00e0 educa\u00e7\u00e3o p\u00fablica, \u00e9 necess\u00e1rio eleger candidatos que queiram enfrentar as desigualdades sociais e lutar para que todas as crian\u00e7as e adolescentes tenham acesso \u00e0 educa\u00e7\u00e3o de qualidade.<\/p>\n\n\n\n
Trabalho Infantil<\/h3>\n\n\n\n
Atualmente, cerca de 2 milh\u00f5es de crian\u00e7as e adolescentes est\u00e3o em situa\u00e7\u00e3o de trabalho infantil no Brasil. Desse total, 66% s\u00e3o crian\u00e7as pretas ou pardas e 71% est\u00e3o na \u00e1rea urbana, de acordo com um levantamento divulgado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domic\u00edlios (PNAD Cont\u00ednua).<\/p>\n\n\n\n
Viol\u00eancia e explora\u00e7\u00e3o sexual<\/h3>\n\n\n\n
Entre 2016 e 2020, 35 mil crian\u00e7as e adolescentes, de 0 a 19 anos, foram mortos de forma violenta no Brasil e 180 mil sofreram viol\u00eancia sexual, segundo o Panorama da Viol\u00eancia Sexual contra crian\u00e7as e Adolescentes no Brasil, lan\u00e7ado pela Unicef e pelo F\u00f3rum Brasileiro de Seguran\u00e7a P\u00fablica (FBSP). Por isso, \u00e9 necess\u00e1rio eleger pessoas que tenham coragem para combater esse cen\u00e1rio e falar de assuntos como igualdade de g\u00eanero, empoderamento de meninas, viol\u00eancia sexual e femin\u00edcio.<\/p>\n\n\n\n
Moradia<\/h3>\n\n\n\n
Mais de 5 milh\u00f5es de pessoas ainda residem em domic\u00edlios sem banheiros ou sanit\u00e1rios de uso exclusivo e 9,7 milh\u00f5es vivem em condi\u00e7\u00f5es de adensamento excessivo, com mais de tr\u00eas moradores para cada dormit\u00f3rio. Este \u00e9 um assunto que n\u00e3o deve ser ignorado, j\u00e1 que todas as crian\u00e7as precisam de acesso \u00e0 moradia para viver com dignidade e poder se desenvolver em outras \u00e1reas, como lazer, educa\u00e7\u00e3o e sa\u00fade.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]  <\/p>\n","post_title":"5 motivos para priorizar as crian\u00e7as nas elei\u00e7\u00f5es de 2022","post_excerpt":"Crian\u00e7as e adolescentes menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar, mas s\u00e3o parcela importante da popula\u00e7\u00e3o e t\u00eam de estar contemplados nos projetos dos diferentes atores governamentais","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"5-motivos-para-priorizar-as-criancas-nas-eleicoes-de-2022","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-25 18:52:13","post_modified_gmt":"2022-08-25 21:52:13","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64369","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64334,"post_author":"4","post_date":"2022-08-22 15:14:51","post_date_gmt":"2022-08-22 18:14:51","post_content":"\n
O n\u00famero de crian\u00e7as e adolescente<\/a>s conectados \u00e0 internet cresceu nos \u00faltimos anos. Segundo o estudo TIC Kids Online Brasil 2021<\/a>, rec\u00e9m-divulgado, 93% ou 22,3 milh\u00f5es das crian\u00e7as e dos adolescentes<\/a> no pa\u00eds acessaram a web<\/a> em 2021, sendo que em 2019 esse percentual era de 89%. O crescimento foi impulsionado principalmente pela maior propor\u00e7\u00e3o de usu\u00e1rios na regi\u00e3o Nordeste e nas \u00e1reas rurais. <\/p>\n\n\n\n
O uso de redes sociais <\/a>pelas crian\u00e7as tamb\u00e9m tem se elevado, sendo a plataforma Tik Tok<\/a> a mais utilizada (34%), seguida pelo Instagram (33%). No Facebook, houve queda no uso de 66% para 51% no per\u00edodo citado. J\u00e1 o WhatsApp segue como a plataforma em que crian\u00e7as e adolescentes mais possuem perfil (foi de 70% em 2018 para 80% em 2021), e \u00e9 a mais difundida entre todos os estratos sociais.<\/p>\n\n\n\n
A pesquisa, conduzida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informa\u00e7\u00e3o (Cetic.br) do N\u00facleo de Informa\u00e7\u00e3o e Coordena\u00e7\u00e3o do Ponto BR (NIC.br), entrevistou 2.651 crian\u00e7as e adolescentes com idades entre 9 e 17 anos, bem como seus pais ou respons\u00e1veis, em todo o territ\u00f3rio nacional. As entrevistas aconteceram entre outubro de 2021 e mar\u00e7o de 2022, com a finalidade de investigar oportunidades e riscos relacionados \u00e0 participa\u00e7\u00e3o online desse p\u00fablico. <\/p>\n\n\n\n
Segundo o levantamento, as crian\u00e7as tamb\u00e9m est\u00e3o passando mais tempo em jogos online - seja conectadas com outros jogadores (de 57% para 66%, entre 2021 e 2019) ou n\u00e3o conectadas a eles (de 55% para 64%) -, e fazendo mais compras no ambiente digital - cresceu de 9% para 19% no mesmo per\u00edodo. <\/p>\n\n\n\n
\"Plataformas de cria\u00e7\u00e3o e compartilhamento de conte\u00fado audiovisual est\u00e3o entre as mais utilizadas por crian\u00e7as e adolescentes. Nesse contexto, a qualidade da conex\u00e3o \u00e0 Internet e dos dispositivos digitais utilizados para o acesso \u00e0 rede passam a ser determinantes para o melhor aproveitamento de oportunidades online. \u00c9 central, portanto, garantir condi\u00e7\u00f5es equitativas de conectividade para crian\u00e7as e adolescentes em diferentes contextos socioecon\u00f4micos\", aponta Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br. <\/p>\n\n\n\n
A pesquisa TIC Kids Online <\/a>detectou, ainda, que o telefone celular segue como o principal meio de conex\u00e3o \u00e0 rede nos diferentes extratos sociais. Para 53%, o celular foi o \u00fanico dispositivo usado, realidade que se verificou mais presente nas classes DE (78%) e C (52%) do que nas classes AB (18%). <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Acesso a propagandas<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
Entre as atividades multim\u00eddia, as mais acessadas pelas crian\u00e7as s\u00e3o ouvir m\u00fasica (80%), assistir a v\u00eddeos, programas, filmes ou s\u00e9ries (84%), S\u00edtios de v\u00eddeos (67%) e redes sociais (61%) est\u00e3o entre as principais plataformas em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios de internet declaram ter visto propaganda de produtos ou marcas. Pessoas ensinando como usar algum produto (62%) e abrindo embalagens -- o chamado unboxing<\/em><\/strong> - (61%) foram os principais conte\u00fados de imagem ou v\u00eddeo em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios da rede tiveram contato com divulga\u00e7\u00e3o de produtos ou marcas. Entre as principais categorias de produtos ou marcas vistas no ambiente online<\/em> est\u00e3o: <\/p>\n\n\n\n
Equipamentos eletr\u00f4nicos (60%); <\/li>
Roupas e sapatos (60%); <\/li>
Comidas, bebidas ou doces (57%); <\/li>
Videogames ou jogos (46%); <\/li>
Maquiagem e outros produtos de beleza (46%).\u00a0<\/li><\/ul>\n\n\n\nBusca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e bem-estar<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa tamb\u00e9m constatou que 32% dos jovens entre 11 e 17 anos procuram ajuda para lidar com algo ruim que vivenciaram<\/strong>, ou para falar sobre suas emo\u00e7\u00f5es<\/strong> quando se sentiram tristes. <\/p>\n\n\n\n
Entre os temas mais procurados relacionados \u00e0 sa\u00fade est\u00e3o:<\/p>\n\n\n\n
Informa\u00e7\u00f5es sobre alimenta\u00e7\u00e3o (55%);
Preven\u00e7\u00e3o e tratamento de doen\u00e7as (38%);
Exerc\u00edcios e meios para ficar em forma (36%);
Informa\u00e7\u00f5es sobre medicamentos (22%);<\/li>
Discuss\u00f5es sobre sa\u00fade sexual e educa\u00e7\u00e3o sexual (21%).<\/li><\/ul>\n\n\n\n
\"A pesquisa busca levantar evid\u00eancias que contribuam para a promo\u00e7\u00e3o de direitos e do bem-estar de crian\u00e7as e adolescentes. Desse modo, para al\u00e9m das atividades presentes na s\u00e9rie hist\u00f3rica da pesquisa, o uso da rede na busca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e apoio emocional passou a ser um tema relevante de investiga\u00e7\u00e3o\", sinaliza Barbosa.<\/p>\n\n\n\n
\"Pesquisas como a TIC Kids Online Brasil s\u00e3o de extrema relev\u00e2ncia para entendermos o cen\u00e1rio atual e fortalecermos o letramento e inclus\u00e3o digital dos mais jovens, com mais seguran\u00e7a e qualidade, quest\u00f5es intr\u00ednsecas ao trabalho realizado pelo Comit\u00ea Gestor da Internet no Brasil\", pondera Jos\u00e9 Gontijo, coordenador do CGI.br.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"] <\/p>\n","post_title":"93% dos jovens entre 9 e 17 anos usam a internet no pa\u00eds, revela pesquisa","post_excerpt":"Pesquisa TIC Kids Online Brasil 2021 tamb\u00e9m mostrou que a TikTok \u00e9 a principal rede social utilizada por crian\u00e7as e adolescentes","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"93-dos-jovens-entre-9-e-17-anos-usam-a-internet-revela-pesquisa-tic-kids-online-2021","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-23 11:24:47","post_modified_gmt":"2022-08-23 14:24:47","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64334","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"}],"next":false,"prev":true,"total_page":12},"paged":1,"column_class":"jeg_col_2o3","class":"epic_block_3"};

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As postagens renderam milhares de coment\u00e1rios de pessoas que se disseram emocionadas com as imagens. \u201cChorei quando vi o trailer e j\u00e1 sou adulta\u201d, afirmou uma mulher. J\u00e1 outra, comentou: \u201cAriel \u00e9 negra e linda, a representa\u00e7\u00e3o \u00e9 muito importante\u201d. Uma outra usu\u00e1ria escreveu: \u201cEsses v\u00eddeos me fizeram perceber que tenho uma mente t\u00e3o fechada para a mudan\u00e7a. Ver essas lindas rea\u00e7\u00f5es \u00e9 absolutamente de abrir os olhos.\u201d <\/p>\n\n\n\n
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[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"A Pequena Sereia: crian\u00e7as negras se emocionam ao verem trailer do filme","post_excerpt":"A escolha da atriz Halle Bailey para o papel principal tem gerado cr\u00edticas, mas tamb\u00e9m representatividade por parte de meninas que se identificam com a protagonista","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"filme-a-pequena-sereia-criancas-negras-se-emocionam-ao-verem-trailer-do-filme","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-09-19 17:29:21","post_modified_gmt":"2022-09-19 20:29:21","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=65062","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64913,"post_author":"4","post_date":"2022-09-09 06:40:00","post_date_gmt":"2022-09-09 09:40:00","post_content":"\n
Em m\u00e9dia, 3 em cada 10 crian\u00e7as gostariam de ser youtubers, segundo revelou um estudo da Lego<\/a>. Outra pesquisa global<\/a>, da empresa de prote\u00e7\u00e3o online McAfee, mostrou que 67% das crian\u00e7as em todo o mundo assistem a v\u00eddeos curtos no YouTube. No Brasil, esse n\u00famero \u00e9 ainda maior: 79% disseram que os v\u00eddeos s\u00e3o sua principal atividade online. Canais como Spider Slack<\/a>, Maria Clara & JP<\/a>, Natan por a\u00ed<\/a>, Felipe Neto<\/a>, Luccas Neto<\/a> e Enaldinho<\/a> aparecem nas listas de youtubers brasileiros mais vistos por crian\u00e7as e adolescentes.\u00a0<\/p>\n\n\n\n
Mas, afinal, o que esses perfis t\u00eam que fascinam tanto o p\u00fablico infantojuvenil<\/a>? Por que as crian\u00e7as criam la\u00e7os t\u00e3o fortes com as pessoas nas m\u00eddias sociais? Como n\u00f3s, pais, podemos entender esse fen\u00f4meno? Quais seus riscos? E o que fazer para manter um relacionamento seguro e saud\u00e1vel <\/a>das crian\u00e7as com o YouTube e os youtubers?<\/p>\n\n\n\n
Quem responde abaixo essas quest\u00f5es \u00e9 Bradley Bond <\/a>, pesquisador de comunica\u00e7\u00e3o da Universidade de San Diego, na Calif\u00f3rnia (EUA), que estuda os relacionamentos dos jovens com personalidades da m\u00eddia, inclusive no YouTube, que ele chama de relacionamentos \u201cparassociais\u201d. Ele tamb\u00e9m estuda as liga\u00e7\u00f5es entre exposi\u00e7\u00e3o na m\u00eddia<\/a> e auto-identidade. <\/p>\n\n\n\n
Bradley conversou com a jornalista Melinda Wenner Moyer<\/a>, especializada em paternidade e ci\u00eancia, colaboradora de ve\u00edculos como a revista Scientific American<\/em> e jornais como o The New York Times e Washington Post.<\/em> Abaixo, selecionamos alguns dos principais trechos da entrevista publicada por Melinda em sua newsletter<\/a>.<\/p>\n\n\n\n
A sensa\u00e7\u00e3o de proximidade das crian\u00e7as com os youtubers<\/h2>\n\n\n\n
Estudos sugerem que somos mais propensos a desenvolver um senso de conex\u00e3o pessoal, o sentimento de ter um amigo, com personagens e celebridades que consideramos que s\u00e3o como n\u00f3s em algum aspecto. Assim como nossos amigos da vida real, procuramos semelhan\u00e7as em outras pessoas com quem queremos desenvolver amizades, e fazemos o mesmo com os youtubers, com quem desenvolvemos relacionamentos parassociais.<\/p>\n\n\n\n
Os relacionamentos parassociais s\u00e3o os la\u00e7os socioemocionais unilaterais que criamos com pessoas que conhecemos apenas atrav\u00e9s das telas. \u00c9 uma via de m\u00e3o \u00fanica, onde nos sentimos muito pr\u00f3ximos dessas pessoas, embora n\u00e3o haja uma liga\u00e7\u00e3o s\u00f3cio-emocional m\u00fatua.<\/p>\n\n\n\n
Podemos ser iguais a eles <\/h2>\n\n\n\n
Mas h\u00e1 uma sensa\u00e7\u00e3o de que os youtubers poderiam ser como n\u00f3s \u2013 que se os conhec\u00eassemos, nos dar\u00edamos bem, poder\u00edamos convid\u00e1-los para a nossa festa de anivers\u00e1rio. E esse senso de realismo aumenta com as plataformas de m\u00eddias sociais, devido a seu formato: o vlogger preferido do seu filho no YouTube fala diretamente para a c\u00e2mera. E a maioria deles grava de sua pr\u00f3pria casa ou de um est\u00fadio personalizado. O gato pode aparecer em segundo plano ou at\u00e9 mesmo protagonizar alguns dos v\u00eddeos. Ao longo do tempo, os youtubers v\u00e3o divulgando informa\u00e7\u00f5es sobre si mesmos. E h\u00e1 essa sensa\u00e7\u00e3o de que qualquer um pode estar no YouTube. O que n\u00e3o ocorre com nossas estrelas de cinema favoritas, e nossos atores e atrizes de TV, que s\u00e3o vistos num relacionamento vertical. N\u00f3s os admiramos, mas eles est\u00e3o acima de n\u00f3s. J\u00e1 os youtubers s\u00e3o a pessoa ao lado. Quando voc\u00ea v\u00ea a sala de estar deles e v\u00ea falhas e erros no v\u00eddeo, isso os torna incrivelmente realistas \u2013 essas pessoas s\u00e3o como eu \u2013 e isso aumenta a sensa\u00e7\u00e3o de que voc\u00ea tem uma conex\u00e3o socioemocional com eles, eles s\u00e3o seus amigos. <\/p>\n\n\n\n
Eles se apresentam sem filtros<\/h2>\n\n\n\n
Temos algumas evid\u00eancias que sugerem que no YouTube em particular, mas tamb\u00e9m com influenciadores de m\u00eddia social no Instagram e no Tiktok, os jovens s\u00e3o realmente propensos a desenvolver essas conex\u00f5es parassociais, porque esses indiv\u00edduos parecem ser exatamente como s\u00e3o. <\/p>\n\n\n\n
Consequ\u00eancias negativas e positivas para as crian\u00e7as<\/h2>\n\n\n\n
Eu compararia as rela\u00e7\u00f5es parassociais com as rela\u00e7\u00f5es sociais. Ao saber que seu filho desenvolveu uma amizade com o novo garoto na escola, e voc\u00ea \u00e9 um pai consciente, voc\u00ea procurar\u00e1 saber mais sobre essa crian\u00e7a e sua fam\u00edlia, seus gostos e desgostos, que tipo de coisas seu filho faz com aquela outra crian\u00e7a. Portanto, se seu filho tem um youtuber espec\u00edfico ao qual ele est\u00e1 realmente atento, fique atento ao que esse youtuber est\u00e1 postando, para saber a que tipo de conte\u00fado seu filho est\u00e1 sendo exposto.<\/p>\n\n\n\n
Podemos aprender com as rela\u00e7\u00f5es parassociais assim como aprendemos com as rela\u00e7\u00f5es sociais, e isso tem demonstrado ter consequ\u00eancias positivas e negativas<\/a>. Quando celebridades divulgam desafios de sa\u00fade mental que vivenciaram, por exemplo, isso tem se mostrado realmente eficaz para desestigmatizar a doen\u00e7a mental, para aumentar as buscas por recursos relacionados \u00e0 sa\u00fade mental. Ent\u00e3o eles podem ter efeitos realmente positivos. Quando estamos envolvidos nesses relacionamentos, nos quais sentimos que eles s\u00e3o nossos amigos, \u00e9 mais prov\u00e1vel que imitemos seus comportamentos, imitamos suas atitudes, sejam elas boas ou ruins. Ent\u00e3o, eu argumentaria que os riscos dependem do conte\u00fado.<\/p>\n\n\n\n
Como acompanhar os conte\u00fados frente \u00e0 falta de tempo dos pais<\/h2>\n\n\n\n
A maneira mais f\u00e1cil de fazer isso, na minha opini\u00e3o, seria assistir aos v\u00eddeos \u201cmais populares\u201d. Esses s\u00e3o, provavelmente, os mais influentes e mostrar\u00e3o quantas pessoas os viram. Ou, se voc\u00ea tiver sua pr\u00f3pria conta no YouTube e for amigo de seu filho na plataforma, poder\u00e1 encontrar os v\u00eddeos que seus filhos comentaram. Isso pode lhe dar pelo menos uma no\u00e7\u00e3o de que tipos de coisas est\u00e3o chamando a aten\u00e7\u00e3o de seu filho.<\/p>\n\n\n\n
\u00c9 imposs\u00edvel apenas sentar e assistir a todo o conte\u00fado de um criador de conte\u00fado espec\u00edfico e ainda continuar o seu dia. Mas existem t\u00e1ticas que voc\u00ea pode usar para obter uma amostra e pelo menos ter uma no\u00e7\u00e3o do tipo de coisas a que seus filhos est\u00e3o expostos.<\/p>\n\n\n\n
Casos de morte de youtubers, como o Technoblade<\/a><\/h2>\n\n\n\n
A resposta apropriada \u00e9 validar as emo\u00e7\u00f5es das crian\u00e7as. Pense na conex\u00e3o que seu filho tem com algu\u00e9m que nunca conheceu na vida real como uma parte importante de sua rede social. Portanto, perder essa conex\u00e3o deve ser tratado da mesma forma que quando o melhor amigo de seu filho se muda para uma nova cidade ou o cachorro da fam\u00edlia morre. Abordamos isso atrav\u00e9s da valida\u00e7\u00e3o, da escuta, do envolvimento com seu filho.<\/p>\n\n\n\n
Uma resposta muito comum, entre os adultos, \u00e9 dizer: \u201cPor que voc\u00ea est\u00e1 incomodado? N\u00e3o h\u00e1 raz\u00e3o para voc\u00ea se incomodar com isso. Voc\u00ea nem conhece essa pessoa.\u201d Ou: \u201cExistem outros youtubers que postam a mesma coisa\u201d. Mas isso \u00e9 como dizer a algu\u00e9m que voc\u00ea pode facilmente substituir um amigo ou um cachorro da fam\u00edlia. As conex\u00f5es parassociais s\u00e3o genuinamente parte da rede social de algu\u00e9m. Eles s\u00e3o partes saud\u00e1veis \u200b\u200bda nossa rede social. N\u00f3s prosperamos em conex\u00f5es com outras pessoas, sejam elas cara a cara ou atrav\u00e9s de telas. E assim, quando perdemos essas conex\u00f5es, experimentamos uma dor real. H\u00e1 pesquisas com adultos que sugerem que esse \u00e9 o caso \u2013 que realmente passamos pelos est\u00e1gios do luto quando perdemos personagens ou celebridades favoritas.<\/p>\n\n\n\n
A influ\u00eancia da pandemia sobre esses relacionamentos<\/h2>\n\n\n\n
Uma pesquisa <\/a>que eu fiz na pandemia mostrou que as rela\u00e7\u00f5es parassociais dos adultos se tornaram mais fortes nesse per\u00edodo, particularmente para quem mantinha contato com os amigos (reais) por meio de telas. Aqueles que passaram a fazer uma noite de jogos de amigos no Zoom ou conversas di\u00e1rias via FaceTime \u2013 esses indiv\u00edduos tiveram um aumento nos seus relacionamentos parassociais. Isso pode acontecer com os jovens tamb\u00e9m \u2013 com crian\u00e7as cujo hor\u00e1rio escolar era online, que viam seus colegas e professores atrav\u00e9s de telas.<\/p>\n\n\n\n
As causas do aumento das rela\u00e7\u00f5es parassociais<\/h2>\n\n\n\n
O que eu argumentei que pode estar acontecendo \u00e9 que os limites que separam nossas rela\u00e7\u00f5es parassociais de nossas rela\u00e7\u00f5es sociais foram borrados durante a pandemia, porque perdemos essa conex\u00e3o cara a cara. Perdemos o que chamamos de \u201cpresen\u00e7a social\u201d. Ent\u00e3o o toque f\u00edsico, o cheiro, as coisas que tornam a intera\u00e7\u00e3o cara a cara \u00fanica nas telas, meio que se foram. Quando lidamos com todas as pessoas que s\u00e3o importantes em nossas vidas - nossa fam\u00edlia, nossos amigos, nossos professores - por meio de telas, isso confunde cognitivamente as linhas entre algu\u00e9m que s\u00f3 conhecemos atrav\u00e9s de telas e algu\u00e9m que conhecemos pessoalmente.<\/p>\n\n\n\n
As rela\u00e7\u00f5es parassociais entre pr\u00e9-adolescentes LGBTQ<\/h2>\n\n\n\n
Isso tamb\u00e9m ocorreu com crian\u00e7as que t\u00eam algum tipo de identidade marginalizada. Um estudo com pr\u00e9-adolescentes LGBTQ mostrou que as rela\u00e7\u00f5es parassociais se tornaram mais fortes durante a pandemia, dada a import\u00e2ncia das conex\u00f5es sociais nesse per\u00edodo de desenvolvimento da identidade para jovens desse perfil. Quando eles perderam essas conex\u00f5es cara a cara, eles confiaram muito em suas conex\u00f5es na tela para compensar essa perda.<\/p>\n\n\n\n
Como chegar a um equil\u00edbrio entre pr\u00f3s e contras dos youtubers<\/h2>\n\n\n\n
\u00c9 preciso distinguir entre o componente socioemocional do relacionamento de uma pessoa e o componente de marketing desses relacionamentos parassociais. As ind\u00fastrias de publicidade e marketing est\u00e3o percebendo que, se virmos esses indiv\u00edduos como nossos amigos, quem melhor para anunciar um produto para n\u00f3s? Ou quem melhor para promover uma determinada ideia ou atitude? Acho que pode haver um equil\u00edbrio entre validar o desenvolvimento da identidade de uma crian\u00e7a ou a conex\u00e3o emocional com um personagem em particular, enquanto ainda tentamos injetar alfabetiza\u00e7\u00e3o midi\u00e1tica no que diz respeito \u00e0 log\u00edstica e aos fundamentos de como essas plataformas funcionam. Portanto, isso significa abordar que talvez haja um motivo de marca ou um motivo de marketing para que uma celebridade precise se envolver nesses comportamentos, e voc\u00ea pode falar sobre eles sem insultar sua conex\u00e3o emocional com esse youtuber. Mas exige que o pai tenha essa informa\u00e7\u00e3o [sobre o vlogger]. E muitas vezes, as crian\u00e7as sabem mais sobre a plataforma do que os pais.<\/p>\n\n\n\n
Media\u00e7\u00e3o ativa x media\u00e7\u00e3o restritiva<\/h2>\n\n\n\n
H\u00e1 uma literatura bastante forte no campo infantil e midi\u00e1tico que examina o que chamamos de \u201cmedia\u00e7\u00e3o ativa\u201d versus \u201cmedia\u00e7\u00e3o restritiva\u201d. A media\u00e7\u00e3o restritiva seria criar regras, limites e par\u00e2metros e dizer ao seu filho que ele deve se encaixar neles. A media\u00e7\u00e3o ativa \u00e9 quando os pais est\u00e3o envolvidos, e isso pode at\u00e9 ser t\u00e3o simples quanto discutir por que um determinado programa de televis\u00e3o pode n\u00e3o ser o mais apropriado e por que esses outros programas podem ser igualmente divertidos e melhores de assistir. No dom\u00ednio da m\u00eddia social, o envolvimento ativo tamb\u00e9m pode ser definido como jogar junto e tentar entender fazendo e mostrando ao seu filho que essas plataformas podem ser usadas adequadamente e para o bem.<\/p>\n\n\n\n
Conscientiza\u00e7\u00e3o do tempo<\/h2>\n\n\n\n
Muitas vezes, o tempo \u00e9 uma das coisas que mais preocupam os pais \u2013 a quantidade de tempo que seus filhos passam em uma plataforma. Isso \u00e9 outra coisa que a pesquisa sugere que a media\u00e7\u00e3o ativa pode ajudar a navegar. Voc\u00ea pode dizer: \u201cO que voc\u00ea ganha com esta plataforma? Que outras coisas poderiam satisfazer essa necessidade que voc\u00ea tem?\u201d Fale atrav\u00e9s dessas coisas, em vez de criar regras. Muitas pesquisas dizem que a media\u00e7\u00e3o ativa \u00e9 muito mais eficaz do que a media\u00e7\u00e3o restritiva.<\/p>\n\n\n\n
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[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"O fasc\u00ednio das crian\u00e7as pelos youtubers","post_excerpt":"Estudo feito pela Lego j\u00e1 mostrou que 3 em cada 10 crian\u00e7as gostariam de ser youtubers. Afinal, o que leva as crian\u00e7as a curtirem tanto essas celebridades? E o que fazer para garantir a seguran\u00e7a dos pequenos nesses relacionamentos virtuais?","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"o-fascinio-das-criancas-pelos-youtubers","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-09-12 15:56:25","post_modified_gmt":"2022-09-12 18:56:25","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64913","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64765,"post_author":"4","post_date":"2022-09-02 00:06:45","post_date_gmt":"2022-09-02 03:06:45","post_content":"\n
Esse ano \u00e9 comemorado o Bicenten\u00e1rio da Independ\u00eancia do Brasil e o Caminhos do Mar \u00e9 parte da \u201crota da Independ\u00eancia\u201d, caminho percorrido por D. Pedro I, em 1822, na subida do litoral ao Ipiranga, em S\u00e3o Paulo. O passeio, localizado no Parque Estadual da Serra do Mar, tem entrada tanto em S\u00e3o Bernardo do Campo quanto em Cubat\u00e3o, \u00e9 uma boa op\u00e7\u00e3o de passeio para aproveitar o feriado de 7 de setembro. <\/p>\n\n\n\n
A caminhada permite conhecer monumentos que contam a hist\u00f3ria do pa\u00eds, erguidos em 1922, para celebrar o centen\u00e1rio do grito do Ipiranga. Planta\u00e7\u00e3o de mudas de \u00e1rvores, conta\u00e7\u00e3o de hist\u00f3rias, atra\u00e7\u00f5es musicais, caminhada simb\u00f3lica, encena\u00e7\u00e3o teatral, ca\u00e7a ao tesouro e oficinas de restauro s\u00e3o algumas das atividades previstas ao longo do passeio, que acontecer\u00e3o at\u00e9 25 de setembro. <\/p>\n\n\n\n
Al\u00e9m de divers\u00e3o para toda a fam\u00edlia, a programa\u00e7\u00e3o foi pensada de modo a incentivar a educa\u00e7\u00e3o ambiental e hist\u00f3rica e a integra\u00e7\u00e3o dos visitantes do parque com a natureza. As a\u00e7\u00f5es estar\u00e3o presentes ao longo do Roteiro Hist\u00f3rico (8 km), trilha asfaltada da Estrada Velha de Santos e tamb\u00e9m do Roteiro Ecotur\u00edstico (3,5 km), trilha pavimentada em pedras da Cal\u00e7ada do Lorena. Os mais aventureiros podem ainda agendar antecipadamente a visita para realizar o Roteiro Aventura (4.5 km) pela trilha da Cachoeira da Torre.<\/p>\n\n\n\n
PROGRAMA\u00c7\u00c3O*<\/strong>:<\/p>\n\n\n\n
Plantio de Mudas<\/strong><\/p>\n\n\n\n
Com apoio de esp\u00e1tulas, regador e mudas, as crian\u00e7as ter\u00e3o a oportunidade de plantar mudas nativas de esp\u00e9cies da Mata Atl\u00e2ntica, presentes no Caminhos do Mar, em um local preparado para isso e futuramente acompanhar a evolu\u00e7\u00e3o de sua planta\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n
Ca\u00e7a ao Tesouro<\/strong><\/p>\n\n\n\n
Atividade l\u00fadica, educacional-hist\u00f3rica-ambiental que envolver\u00e1 adultos e crian\u00e7as na Cal\u00e7ada do Lorena. D. Pedro I precisa subir a serra para dar o grito de independ\u00eancia do Brasil. Distra\u00eddo com a beleza da Baixada Santista, ele perde o mapa no meio do caminho. Nossos pequenos visitantes precisam ajud\u00e1-lo e quem achar e devolver o mapa \u00e0 D. Pedro I, ganhar\u00e1 uma recompensa!<\/p>\n\n\n\n
Espet\u00e1culos Musicais<\/strong><\/p>\n\n\n\n
Apresenta\u00e7\u00f5es musicais e art\u00edsticas voltadas para o p\u00fablico familiar e infantil.<\/p>\n\n\n\n
Oficinas Infantis<\/strong><\/p>\n\n\n\n
Ser\u00e3o realizadas oficinas de gravetos, estimulando a criatividade das crian\u00e7as criando bonecos com os materiais que s\u00e3o encontrados no pr\u00f3prio parque, pintura de imagens com elementos da natureza, fauna, flora e as lindas vistas da Mata Atl\u00e2ntica e oficinas de reciclagem, produzindo pe\u00e7as art\u00edsticas e utens\u00edlios a partir de materiais reutilizados.<\/p>\n\n\n\n
Conta\u00e7\u00e3o de Hist\u00f3rias<\/strong><\/p>\n\n\n\n
Artistas reproduzir\u00e3o hist\u00f3rias cl\u00e1ssicas, autorais e recontar\u00e3o a hist\u00f3ria do pa\u00eds de forma l\u00fadica.<\/p>\n\n\n\n
Caminhada Simb\u00f3lica com D. Pedro I<\/strong><\/p>\n\n\n\n
Encena\u00e7\u00e3o do 7 de setembro com a Caminhada Simb\u00f3lica, refazendo o percurso com D. Pedro I (presen\u00e7a de um ator caracterizado), percorrendo a Cal\u00e7ada do Lorena junto aos visitantes.<\/p>\n\n\n\n
Encena\u00e7\u00e3o Teatral<\/strong><\/p>\n\n\n\n
Apresenta\u00e7\u00e3o do espet\u00e1culo \u201c1822 \u2013 As trilhas do Imp\u00e9rio do Brasil\u201d<\/p>\n\n\n\n
A pe\u00e7a conta como se deu a Proclama\u00e7\u00e3o da Independ\u00eancia do Brasil de Portugal em 1822, a partir dos personagens centrais: Imperador Dom Pedro I, Imperatriz Leopoldina e do santista Jos\u00e9 Bonif\u00e1cio, al\u00e9m de outras figuras hist\u00f3ricas que contribu\u00edram para este evento.<\/p>\n\n\n\n
Apresenta\u00e7\u00e3o do espet\u00e1culo \u201cCrep\u00fasculo Cubatense\u201d<\/p>\n\n\n\n
O espet\u00e1culo, a partir da linguagem de teatro de rua, de forma itinerante e com interven\u00e7\u00f5es c\u00eanicas e musicais, r\u00e1pidas e din\u00e2micas, provoca uma reflex\u00e3o sobre a Independ\u00eancia do Brasil, seu legado e sua m\u00faltipla import\u00e2ncia cultural. O cortejo ser\u00e1 guiado por artistas em uma caminhada de observa\u00e7\u00e3o, aprecia\u00e7\u00e3o da natureza e dos monumentos do parque, trazendo \u00e0 tona a mem\u00f3ria sobre a Hist\u00f3ria do Brasil.<\/p>\n\n\n\n
Oficinas de Restauro<\/strong><\/p>\n\n\n\n
As oficinas oferecem informa\u00e7\u00f5es sobre o restauro, a contextualiza\u00e7\u00e3o hist\u00f3rico-cultural, envolvendo a atua\u00e7\u00e3o de Gerardo Saras\u00e1 nos anos 80 e a pr\u00e1tica de zeladoria no Caminhos do Mar, ensinando os m\u00e9todos e t\u00e9cnicas utilizadas.<\/p>\n\n\n\n
Pega Pega Ecol\u00f3gico<\/strong><\/p>\n\n\n\n
As crian\u00e7as ser\u00e3o divididas em dois grupos: um representar\u00e1 os animais e os outros os abrigos. Ao longo do jogo, cat\u00e1strofes ambientais e preda\u00e7\u00e3o ser\u00e3o os problemas que os participantes ter\u00e3o que enfrentar para ser o vencedor.<\/p>\n\n\n\n

<\/em>*As atividades poder\u00e3o sofrer altera\u00e7\u00f5es de dia e\/ou hor\u00e1rio e local a qualquer momento, devido \u00e0s condi\u00e7\u00f5es meteorol\u00f3gicas. A programa\u00e7\u00e3o completa e atualizada das a\u00e7\u00f5es pode ser conferida na p\u00e1gina Bicenten\u00e1rio do site: www.caminhosdomar.com.br\/bicentenario\/<\/a><\/p>\n\n\n\n
SERVI\u00c7O:<\/u><\/strong><\/p>\n\n\n\n
Caminhos do Mar<\/strong>
Para compra de ingressos, acesse: www.caminhosdomar.com.br<\/a><\/p>\n\n\n\n
Programa\u00e7\u00e3o Bicenten\u00e1rio da Independ\u00eancia:<\/strong>
At\u00e9 25 de setembro, sempre aos s\u00e1bados e domingos, exceto na semana entre 3 e 11 de setembro, quando as atividades ser\u00e3o di\u00e1rias.<\/p>\n\n\n\n
Hor\u00e1rio:<\/strong> 8h \u00e0s 17h \u2013 funcionamento do parque
Para hor\u00e1rios das atividades, acesse agenda no site www.caminhosdomar.com.br\/bicentenario\/<\/a>
Valor do Ingresso: <\/strong>R$ 40,00 (inteira)\/R$ 20,00 (meia)
Valor Avulso do Transporte Interno \u2013 R$ 35,00 (vendido exclusivamente nas bilheterias locais e mediante disponibilidade.)
Combos Promocionais (vendidos exclusivamente atrav\u00e9s do site)     <\/strong>
R$ 50,00 (Inteira e transporte interno)
R$ 42,50 (Meia e transporte interno)     <\/p>\n\n\n\n
Endere\u00e7o:<\/strong><\/p>\n\n\n\n
Portaria de entrada por S\u00e3o Bernardo do Campo:
<\/strong>\u2022 SP-148 Estrada Caminho do Mar, Km 42 - Alto da Serra - S\u00e3o Bernardo do Campo\/ SP<\/p>\n\n\n\n
Portaria de entrada por Cubat\u00e3o:
<\/strong>\u2022 SP-148 Estrada Caminho do Mar, Km 50 - Cruzeiro Quinhentista - Cubat\u00e3o\/SP<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n","post_title":"Caminhos do Mar \u00e9 op\u00e7\u00e3o de passeio no feriado de 7 de setembro","post_excerpt":"Parte da Rota da Independ\u00eancia, a atra\u00e7\u00e3o fica no Parque Estadual Serra do Mar e tem entradas em S\u00e3o Bernardo do Campo e em Cubat\u00e3o; veja programa\u00e7\u00e3o para o m\u00eas de setembro","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"caminhos-do-mar-e-opcao-de-passeio-no-feriado-da-independencia","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-09-05 10:28:19","post_modified_gmt":"2022-09-05 13:28:19","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64765","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64760,"post_author":"4","post_date":"2022-09-02 00:05:00","post_date_gmt":"2022-09-02 03:05:00","post_content":"\n
Chegaram \u00e0s bancas os \u00e1lbuns da Copa do Mundo 2022 e com eles voltou o h\u00e1bito de colecionar e trocar figurinhas. Al\u00e9m de poder aprender mais sobre as 32 sele\u00e7\u00f5es mundiais, est\u00e1dios e cidades-sede do evento em Qatar, a cole\u00e7\u00e3o tamb\u00e9m traz outros benef\u00edcios para a crian\u00e7ada. \u201cA partir dessa onda, \u00e9 poss\u00edvel focar no desenvolvimento de habilidades sociais\u201d, afirma Filipe Colombini, psic\u00f3logo e fundador da Equipe AT, empresa com foco em Acompanhamento Terap\u00eautico . \u201cA troca de figurinhas pode ser um momento importante de intera\u00e7\u00e3o social e comunica\u00e7\u00e3o, ajudando as pessoas a formarem grupos de amizade\u201d, completa o especialista. A seguir, o psic\u00f3logo lista alguns dos benef\u00edcios que as cole\u00e7\u00f5es de figurinhas podem trazer. <\/p>\n\n\n\n
4 motivos para incentivar as crian\u00e7as a colecionar \u00e1lbuns de figurinhas<\/h2>\n\n\n\n
1. Participar do assunto do momento:<\/strong> \u201cTodo ano de Copa, sabemos que o \u00e1lbum de figurinhas \u00e9 um dos assuntos mais comentados. Por isso, incentivar que seu filho participe desse movimento faz com que ele amplie suas oportunidades de contato social\u201d, diz o psic\u00f3logo. \u201cMuitas vezes, s\u00f3 um assunto ou interesse em comum com outra pessoa pode diminuir muitas \u2018travas\u2019 para algu\u00e9m que tem alguma dificuldade para interagir em grupos, socialmente\u201d, conclui.<\/p>\n\n\n\n
2. Desenvolver a organiza\u00e7\u00e3o:<\/strong> \u201cFazer cole\u00e7\u00f5es tamb\u00e9m ajuda a desenvolver as fun\u00e7\u00f5es executivas, respons\u00e1veis pela capacidade de planejar e se organizar. O interesse em completar o \u00e1lbum pode fazer com que a crian\u00e7a passe por situa\u00e7\u00f5es de resolu\u00e7\u00e3o de problemas e crie estrat\u00e9gias, aprimorando muitas fun\u00e7\u00f5es cognitivas\u201d, explica Filipe Colombini.<\/p>\n\n\n\n
3. Conhecer novas pessoas:<\/strong> \u201cEssas trocas tamb\u00e9m juntam grupos de pessoas que talvez nem se conhecessem em outras ocasi\u00f5es. Isso \u00e9 importante para ampliar as turmas de conv\u00edvio social, o que ajuda a desenvolver habilidades sociais e garante mais oportunidades de lazer e divers\u00e3o para seu filho\u201d, diz o especialista.<\/p>\n\n\n\n
4. Ensinar a paci\u00eancia: <\/strong>\u201cO objetivo final \u00e9 completar o \u00e1lbum, por\u00e9m, para isso \u00e9 necess\u00e1rio todo um processo. Isso \u00e9 importante para inserir no\u00e7\u00f5es importantes para seu filho, como a paci\u00eancia e a autorregula\u00e7\u00e3o. Al\u00e9m disso, fazer essa cole\u00e7\u00e3o tamb\u00e9m ajuda a crian\u00e7a a lidar com algumas frustra\u00e7\u00f5es, potencializando a intelig\u00eancia emocional e outras capacidades importantes no desenvolvimento\u201d, afirma Colombini.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"\u00c1lbum da Copa: como a cole\u00e7\u00e3o pode ajudar a desenvolver habilidades sociais","post_excerpt":"\u00c0 venda nas bancas, o \u00e1lbum da Copa do Mundo de Qatar j\u00e1 virou febre entre as crian\u00e7as; para o psic\u00f3logo Filipe Colombini, a troca de figurinhas favorece a intera\u00e7\u00e3o social e a comunica\u00e7\u00e3o","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"album-da-copa-como-a-colecao-pode-ajudar-a-desenvolver-habilidades-sociais","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-09-08 09:08:16","post_modified_gmt":"2022-09-08 12:08:16","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64760","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64745,"post_author":"4","post_date":"2022-09-01 22:59:29","post_date_gmt":"2022-09-02 01:59:29","post_content":"\n
A compreens\u00e3o de que a inf\u00e2ncia \u00e9 uma fase determinante para o desenvolvimento saud\u00e1vel das crian\u00e7as tem feito com que os pais busquem cada vez mais informa\u00e7\u00f5es e ferramentas que os ajudem na cria\u00e7\u00e3o dos filhos<\/a>. Nesse contexto, tem crescido tamb\u00e9m a demanda por profissionais de educa\u00e7\u00e3o parental<\/a> que atuam na orienta\u00e7\u00e3o das fam\u00edlias. Muitos deles estar\u00e3o reunidos no 3\u00b0 Congresso Internacional de Educa\u00e7\u00e3o Parental<\/a>, que ser\u00e1 realizado em S\u00e3o Paulo, nos dias 24, 25 e 26 de novembro, com alguns dos principais experts do Brasil e do mundo no tema. <\/p>\n\n\n\n
\u201cCriado em 2020, o Congresso Internacional de Educa\u00e7\u00e3o Parental \u00e9 mais do que um evento. Ele \u00e9 um movimento de profissionai<\/a>s que querem ver a educa\u00e7\u00e3o parental levada a s\u00e9rio no Brasil. S\u00e3o profissionais que acreditam que a transforma\u00e7\u00e3o da sociedade come\u00e7a em casa, pela transforma\u00e7\u00e3o das fam\u00edlias\u201d, afirma Ivana Moreira, fundadora da Canguru News , <\/strong>co-organizadora do evento junto com a Parent Coaching<\/a>, que oferece forma\u00e7\u00e3o a profissionais que atuam com pais e filhos.<\/p>\n\n\n\n
Ela destaca que, em apenas dois anos, o evento ganhou o respeito das maiores autoridades em estudos da parentalidade. \u201cProva disso \u00e9 a presen\u00e7a neste ano de um dos nomes mais respeitados mundialmente, o do psiquiatra e escritor americano Daniel Siegel<\/strong>\u201d, ressalta Ivana.<\/p>\n\n\n\n
Professor e pesquisador da Escola de Medicina da Universidade das Calif\u00f3rnia (UCLA), Siegel \u00e9 autor de in\u00fameras obras, que s\u00e3o refer\u00eancia nas quest\u00f5es da parentalidade, como o best-seller O c\u00e9rebro da crian\u00e7a. \u201cA parentalidade imperfeita\u201d, \u00e9 o foco da palestra que ele dar\u00e1 no congresso, na sexta-feira (25), \u00e0 tarde.<\/p>\n\n\n\n
Para a abertura do evento, na quinta-feira (24), est\u00e1 confirmada a apresenta\u00e7\u00e3o do psic\u00f3logo e escritor paraibano Rossandro Klinjey<\/strong>, que ir\u00e1 falar sobre o poder da parentalidade. Refer\u00eancia na \u00e1rea educacional e especialista em desenvolvimento humano, Rossandro costuma dizer que n\u00e3o h\u00e1 receita de bolo para educar os filhos e \u00e9 preciso construir compet\u00eancias para se tornar um pai educador.<\/p>\n\n\n\n
Na palestra seguinte, a atriz e educadora parental Magda Figueiredo<\/strong>, que ministra cursos sobre letramento racial, debater\u00e1 sobre o papel dos educadores no combate ao racismo e ao preconceito.<\/p>\n\n\n\n
J\u00e1 o pesquisador social ingl\u00eas Dominic Barter,<\/strong> que vive h\u00e1 quase 30 anos no Brasil, falar\u00e1 sobre seu trabalho de media\u00e7\u00e3o de conflitos por meio da comunica\u00e7\u00e3o n\u00e3o violenta, na sexta-feira (25). <\/p>\n\n\n\n
No \u00faltimo dia do evento, s\u00e1bado (26), ser\u00e3o tratados temas como transtornos, depress\u00e3o e suic\u00eddio na inf\u00e2ncia e na adolesc\u00eancia, com o pediatra e neurobiologista infantil Clay Brites <\/strong>e o hebiatra Felipe Fortes<\/strong>. Crian\u00e7as desafiadoras s\u00e3o o foco das apresenta\u00e7\u00f5es da psicopedagoga Isa Minatel <\/strong>e da coach e formadora sueca Mikaela Oven<\/strong>.<\/p>\n\n\n\n
Ainda, os estudos da neuroci\u00eancia e sua rela\u00e7\u00e3o com a cria\u00e7\u00e3o dos filhos ser\u00e3o explorados pela neurologista pediatra Liubiana Arantes <\/strong>e a psicopedagoga e psicomotricista Luciana Brites<\/strong>. Para a confer\u00eancia de encerramento, a comunicadora e escritora Cris P\u00e0z<\/strong> debater\u00e1 a import\u00e2ncia do autoconhecimento.<\/p>\n\n\n\n
Para a programa\u00e7\u00e3o completa do evento, ingressos e outras informa\u00e7\u00f5es acesse o site oficial do congresso<\/a>. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"Daniel Siegel e Rossandro Klinjey s\u00e3o destaque em congresso educa\u00e7\u00e3o parental","post_excerpt":"Evento ocorre em S\u00e3o Paulo, no m\u00eas de novembro, e j\u00e1 est\u00e1 com as inscri\u00e7\u00f5es abertas; conhe\u00e7a alguns dos principais palestrantes confirmados ","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"daniel-siegel-e-rossandro-klinjey-sao-destaque-em-congresso-de-educacao-parental","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-09-08 09:04:57","post_modified_gmt":"2022-09-08 12:04:57","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64745","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64723,"post_author":"4","post_date":"2022-09-01 21:45:07","post_date_gmt":"2022-09-02 00:45:07","post_content":"\n
Dados rec\u00e9m divulgados<\/a> pela ONG Aldeias Infantis mostram que o n\u00famero de crian\u00e7as e adolescentes internados<\/a>, em 2021, devido a acidentes, aumentou 5,3% em compara\u00e7\u00e3o com 2020. Foram 110.341 casos de interna\u00e7\u00f5es no ano passado, na faixa et\u00e1ria de 0 a 14 anos, por motivos como queda, queimadura, acidente de tr\u00e2nsito, intoxica\u00e7\u00e3o e sufoca\u00e7\u00e3o<\/a>.\u00a0<\/p>\n\n\n\n
\u201cQuando falamos de interna\u00e7\u00f5es, n\u00e3o \u00e9 algo simples como ralar o joelho ou cair da bicicleta, s\u00e3o causas graves <\/a>e isso gera um custo tanto para o sistema de sa\u00fade quanto para a fam\u00edlia, al\u00e9m, claro, do impacto psicol\u00f3gico e emocional na crian\u00e7a\u201d, afirma Erika Tonelli, especialista em Entornos Seguros e Protetores da Aldeias Infantis SOS.<\/p>\n\n\n\n
O mais triste \u00e9 saber que a maioria dos acidentes n\u00e3o s\u00e3o uma fatalidade, pelo contr\u00e1rio: estudos americanos afirmam que medidas simples de preven\u00e7\u00e3o podem evitar at\u00e9 90% dos acidentes. A seguir, veja as principais recomenda\u00e7\u00f5es para prevenir os cinco acidentes mais comuns ocorridos no ano passado.   <\/p>\n\n\n\n
Principais acidentes com crian\u00e7as em 2021<\/h2>\n\n\n\n
Queda<\/strong> \u2013 respons\u00e1vel por 44% dos acidentes<\/strong> - 48.387 interna\u00e7\u00f5es <\/mark><\/li>
Queimadura<\/strong> - respons\u00e1vel por 19% dos acidentes<\/strong> - 21.100 interna\u00e7\u00f5es<\/mark><\/li>
Tr\u00e2nsito<\/strong> \u2013 respons\u00e1vel por 10% dos acidentes<\/strong> - 11.172 crian\u00e7as interna\u00e7\u00f5es<\/mark><\/li>
Intoxica\u00e7\u00f5es<\/strong> \u2013 respons\u00e1vel por 5%\u00a0dos acidentes<\/strong> - 4.151 crian\u00e7as interna\u00e7\u00f5es<\/mark><\/li>
Sufoca\u00e7\u00e3o<\/strong> - respons\u00e1vel por 0,43% dos acidentes<\/strong> - 479 crian\u00e7as interna\u00e7\u00f5es<\/mark><\/li><\/ol>\n\n\n\n
Fonte: ONG Aldeias Infantis SOS<\/span><\/p>\n\n\n\n
1. Queda<\/h2>\n\n\n\n
Para prevenir quedas, seja de grandes alturas ou dentro de casa, nunca \u00e9 demais refor\u00e7ar: instale grades ou redes de prote\u00e7\u00e3o<\/strong> nas janelas, sacadas, varandas, mezaninos e quaisquer outros v\u00e3os que apresentem risco. Todas as janelas da resid\u00eancia devem ser teladas, at\u00e9 mesmo as dos banheiros, que costumam ficar de fora pelo tamanho reduzido. Isso vale tamb\u00e9m para as janelas de modelo basculante. A recomenda\u00e7\u00e3o \u00e9 que <\/strong>as telas sejam instaladas antes mesmo da crian\u00e7a nascer, para prevenir acidentes com beb\u00eas que se mexem e se impulsionam do colo. Se houver preocupa\u00e7\u00e3o com a limpeza das esquadrias, empresas especializadas oferecem telas remov\u00edveis como alternativa. Nas escadas internas da casa deve-se usar port\u00f5es de seguran\u00e7a no topo e base.<\/p>\n\n\n\n
Al\u00e9m da queda de altura, ambientes lisos e molhados, como o box do banheiro<\/strong>, pedem aten\u00e7\u00e3o, principalmente, de crian\u00e7as menores, que, durante o banho, devem ser supervisionadas por um adulto. Cama, sof\u00e1 e ber\u00e7o <\/strong>tamb\u00e9m s\u00e3o locais de quedas recorrentes. Os beb\u00eas, ainda que n\u00e3o tenham muita mobilidade, exigem cuidado especial, j\u00e1 que podem se machucar com gravidade ao cair desses lugares. Pais e respons\u00e1veis t\u00eam de se assegurar de que o beb\u00ea estar\u00e1 em seguran\u00e7a quando acordar, se n\u00e3o houver supervis\u00e3o no momento.<\/p>\n\n\n\n
2. Queimadura<\/h2>\n\n\n\n
Um dos ambientes da casa que oferece maior risco \u00e9 a cozinha, por isso mantenha a garotada longe do fog\u00e3o e procure cozinhar usando as bocas de tr\u00e1s, deixando os cabos das panelas virados sempre para dentro. O acesso ao g\u00e1s, \u00e0 porta do forno, \u00e0 \u00e1gua e \u00f3leo ferventes tamb\u00e9m pedem aten\u00e7\u00e3o. Outro cuidado importante: guarde f\u00f3sforos, \u00e1lcool e outros produtos inflam\u00e1veis em arm\u00e1rios trancados e longe do alcance das crian\u00e7as. O atendimento a queimaduras nunca deve ser feito em casa ou com receitas caseiras. <\/p>\n\n\n\n
O \u00e1lcool em gel<\/strong>, que se popularizou na pandemia, pode causar queimaduras em contato com o olho ou a boca, ou ainda, no caso de ingest\u00e3o, dependendo da quantidade, pode causar intoxica\u00e7\u00e3o. As embalagens desse produto devem ser deixadas longe do alcance das crian\u00e7as, para evitar o uso n\u00e3o supervisionado. A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) afirma que, para as crian\u00e7as, deve-se sempre que poss\u00edvel optar por usar \u00e1gua e sab\u00e3o na higieniza\u00e7\u00e3o das m\u00e3os, como prote\u00e7\u00e3o contra o coronav\u00edrus, deixando o uso do \u00e1lcool em gel para o uso fora de casa.<\/p>\n\n\n\n
3. Tr\u00e2nsito<\/h2>\n\n\n\n
Para prevenir acidentes, a orienta\u00e7\u00e3o \u00e9 que as crian\u00e7as andem nas ruas com supervis\u00e3o de um adulto at\u00e9 que demonstrem habilidade e capacidade de julgamento do tr\u00e2nsito, o que pode ocorrer a partir dos 10 anos de idade. Enquanto estiver caminhando na rua, segure sempre a m\u00e3o da crian\u00e7a, de forma firme e pelo pulso. N\u00e3o permita brincadeiras em locais que n\u00e3o s\u00e3o adequados, como entradas ou sa\u00eddas de garagens, quintais sem cerca, ruas ou estacionamentos.<\/p>\n\n\n\n
4. Intoxica\u00e7\u00e3o<\/h2>\n\n\n\n
Acidentes com medicamentos ou produtos t\u00f3xicos infelizmente s\u00e3o comuns. A intoxica\u00e7\u00e3o pela ingest\u00e3o, manipula\u00e7\u00e3o ou inala\u00e7\u00e3o pode ser perigosa e fatal, dependendo da \u00e1rea afetada e da toxicidade. \u00c9 importante explicar \u00e0s crian\u00e7as que os rem\u00e9dios devem ser tomados somente quando necess\u00e1rio, e evitar cham\u00e1-los por nomes de doces ou balas - alguns pais recorrem a essa t\u00e1tica para facilitar a administra\u00e7\u00e3o. Al\u00e9m disso, nunca medique sem orienta\u00e7\u00e3o m\u00e9dica ou por sugest\u00e3o de terceiros. <\/p>\n\n\n\n
Guarde as embalagens de produtos potencialmente t\u00f3xicos, como medicamentos, bebidas alco\u00f3licas, produtos de limpeza e pesticidas, logo ap\u00f3s a utiliza\u00e7\u00e3o, fora do alcance das crian\u00e7as. N\u00e3o use embalagens vazias para guardar produtos que podem ser t\u00f3xicos, mantenha-os sempre nas embalagens originais. N\u00e3o d\u00ea embalagens vazias desses produtos para as crian\u00e7as brincarem. Tampouco coloque produtos de uso dom\u00e9stico junto de alimentos e evite plantas t\u00f3xicas em casa ou no jardim, em locais de f\u00e1cil acesso para as crian\u00e7as.<\/p>\n\n\n\n
5. Sufoca\u00e7\u00e3o<\/h2>\n\n\n\n
Crian\u00e7as de at\u00e9 3 anos, que est\u00e3o na fase de experimentar o mundo e costumam levar tudo \u00e0 boca, s\u00e3o mais propensas a sofrerem acidentes relacionados \u00e0 sufoca\u00e7\u00e3o. A sufoca\u00e7\u00e3o ocorre quando h\u00e1 a cobertura total ou parcial do nariz e\/ou da boca, resultando na dificuldade ou impossibilidade de respirar. Entre beb\u00eas menores de um ano de idade, o risco de sufoca\u00e7\u00e3o \u00e9 muito alto devido a sua falta de capacidade de escaparem por si mesmos de uma situa\u00e7\u00e3o de perigo. A introdu\u00e7\u00e3o alimentar merece precau\u00e7\u00e3o e uma das orienta\u00e7\u00f5es \u00e9 n\u00e3o oferecer alimentos redondos e duros, como uva, amendoim ou outras castanhas e cenoura crua, al\u00e9m de cortar os alimentos em peda\u00e7os bem pequenos. Tamb\u00e9m \u00e9 importante aprender as manobras de desengasgo<\/a> para saber como agir nesse momento.<\/p>\n\n\n\n
Outros acidentes<\/h2>\n\n\n\n
Apesar do aumento geral dos acidentes, os casos envolvendo afogamento diminu\u00edram<\/a> em 2021. Ainda assim, \u00e9 v\u00e1lido lembrar que os pequenos menores de 4 anos podem se afogar em recipientes com at\u00e9 2,5 cm de \u00e1gua. Por isso, al\u00e9m dos cuidados com as piscinas, como a prote\u00e7\u00e3o com cercas e port\u00e3o com cadeado ou trava de seguran\u00e7a, \u00e9 preciso aten\u00e7\u00e3o com banheiras, bacias e baldes, que devem ser guardados vazios e virados para baixo. E, claro, nunca deixe crian\u00e7as sozinhas dentro ou perto da \u00e1gua, nem por um segundo!<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"Como prevenir os\u00a05 acidentes\u00a0mais perigosos\u00a0com crian\u00e7as","post_excerpt":"Pesquisa da ONG Aldeias Infantis SOS mostrou que cresceu o n\u00famero de crian\u00e7as internadas por acidentes em 2021; veja as principais medidas para evit\u00e1-los","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"como-prevenir-os-5-acidentes-mais-perigosos-com-criancas","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-09-09 08:55:11","post_modified_gmt":"2022-09-09 11:55:11","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64723","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64666,"post_author":"4","post_date":"2022-08-30 17:24:27","post_date_gmt":"2022-08-30 20:24:27","post_content":"\n
O n\u00famero de crian\u00e7as e adolescentes que se internaram<\/a>, em 2021, devido a acidentes, aumentou em compara\u00e7\u00e3o com 2020. Foram 110.341 casos de interna\u00e7\u00f5es no ano passado, na faixa et\u00e1ria de 0 a 14 anos, segundo pesquisa da ONG Aldeias Infantis SOS e do Instituto Bem Cuidar. O n\u00famero revela um crescimento de 5,3% em rela\u00e7\u00e3o ao ano anterior. <\/p>\n\n\n\n
As quedas foram a principal causa das interna\u00e7\u00f5es<\/a>, sendo respons\u00e1veis por 44% das ocorr\u00eancias, seguidas pelas queimaduras, 19%, acidentes de tr\u00e2nsito, 10%, e intoxica\u00e7\u00f5es, 5%. Em m\u00e9dia, 302 crian\u00e7as foram hospitalizadas<\/a>, por dia, por conta de algum acidente em 2021, segundo o estudo feito com informa\u00e7\u00f5es do Datasus, do Minist\u00e9rio da Sa\u00fade.<\/p>\n\n\n\n
\u201cChama muito a aten\u00e7\u00e3o, por exemplo, que a maior causa de interna\u00e7\u00e3o seja a queda<\/a>, pois a gente sabe que h\u00e1 medidas para evitar isso. \u00c9 preciso colocar tela em janelas e sacadas<\/a>, evitar deixar m\u00f3veis pr\u00f3ximo a janelas, enfim, uma s\u00e9rie de dicas que s\u00e3o importantes para que pais e adultos estejam munidos dessas informa\u00e7\u00f5es para evitar os acidentes\u201d, afirmou Erika Tonelli, especialista em Entornos Seguros e Protetores da Aldeias Infantis SOS.\u00a0<\/p>\n\n\n\n
Erika lembra que, embora os acidentes fa\u00e7am parte da vida das crian\u00e7as enquanto est\u00e3o se desenvolvendo e experienciando o mundo, a maioria deles poderiam ser evitados. \u201cAt\u00e9 90% dos acidentes poderiam ser prevenidos com medidas simples. Os pais e familiares devem estar sempre atentos aos ambientes - n\u00e3o s\u00f3 aos dom\u00e9sticos, mas tamb\u00e9m espa\u00e7os comunit\u00e1rios, parques, escolas e todos os lugares que as crian\u00e7as frequentam -, para perceber quais riscos existem e se \u00e9 preciso tomar alguma medida ou ter um olhar mais cuidadoso para elas\u201d, ressalta a especialista.<\/p>\n\n\n\n
Apesar do aumento geral dos acidentes, constatou-se que em 2021 os casos envolvendo afogamento diminu\u00edram<\/a> em 2% e sufoca\u00e7\u00e3o em 6%, quando comparado ao ano anterior.  <\/p>\n\n\n\n
O estudo tamb\u00e9m ressalta que, apesar do aumento no volume de interna\u00e7\u00f5es, os n\u00fameros de 2021 s\u00e3o menores que no per\u00edodo anterior \u00e0 pandemia. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong> <\/p>\n\n\n\n\n\n
Tipos de acidentes por idade <\/h2>\n\n\n\n
Segundo o levantamento, a faixa et\u00e1ria de 5 a 9 anos de idade \u00e9 a mais atingida pelas quedas e a que mais sofreu hospitaliza\u00e7\u00f5es em 2021 - representando 35,1% dos internados por acidentes. As crian\u00e7as com idade de 10 a 14 anos tamb\u00e9m tiveram um n\u00famero alto de interna\u00e7\u00f5es (34,2%), sendo igualmente as quedas a causa mais comum. <\/p>\n\n\n\n
J\u00e1 na faixa et\u00e1ria de 1 a 4 anos, que representa 25,6% das intera\u00e7\u00f5es, intoxica\u00e7\u00e3o e queimaduras est\u00e3o entre os principais acidentes. Menores de 1 ano representaram 5,2% das interna\u00e7\u00f5es, motivadas por acidentes como sufoca\u00e7\u00e3o, mas tamb\u00e9m queimaduras, afogamento, intoxica\u00e7\u00e3o e quedas. <\/p>\n\n\n\n
Erika relata que dependendo da faixa et\u00e1ria, a preval\u00eancia dos acidentes vai sendo alterada. Os beb\u00eas de at\u00e9 1 ano t\u00eam um n\u00famero maior de casos de sufoca\u00e7\u00e3o, porque s\u00e3o crian\u00e7as que levam coisas \u00e0 boca. J\u00e1 a intoxica\u00e7\u00e3o tem um n\u00famero bastante alto entre 1 e 4 anos, depois vem a queda, com crian\u00e7as acima de 5 anos, que exploram mais o ambiente e est\u00e3o mais expostas ao mundo externo. \"Mas isso n\u00e3o quer dizer que a gente n\u00e3o deva estar atento \u00e0s demais causas de acidentes. Mesmo a queimadura pode ser comum nos beb\u00eas durante o banho, por exemplo\u201d, explica a porta-voz da Aldeias Infantis SOS. <\/p>\n\n\n\n
Principais causas de acidentes com crian\u00e7as (0 a 14 anos)*<\/h2>\n\n\n\n
Quedas - 44%<\/li>
Queimaduras 19%<\/li>
Tr\u00e2nsito - 10%<\/li>
Intoxica\u00e7\u00f5es - 5% <\/li><\/ul>\n\n\n\n
Acidentes mais comuns por faixa et\u00e1ria<\/h2>\n\n\n\n
0 a 1 ano - Sufoca\u00e7\u00e3o<\/li>
1 a 4 anos - Intoxica\u00e7\u00e3o<\/li>
5 a 9 anos - Quedas<\/li>
10 a 14 anos - Quedas<\/li><\/ul>\n\n\n\n
*N\u00fameros consolidados pela ONG Aldeias Infantis SOS, a partir da base de dados Datasus, do Minist\u00e9rio da Sa\u00fade.<\/em><\/p>\n\n\n\n
Quedas e queimaduras<\/h2>\n\n\n\n
Os registros de quedas no Datasus incluem tanto acidentes ocorridos em casa, quanto em ambientes externos, como playgrounds e parques. Segundo Erika, n\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel afirmar qual tipo de queda \u00e9 a mais comum, mas ela avalia que tanto o maior tempo dentro de casa, durante a pandemia, quanto o incentivo \u00e0s atividades ao ar livre, ap\u00f3s o per\u00edodo de isolamento social, podem ter contribu\u00eddo para esse tipo de acidente.<\/p>\n\n\n\n
J\u00e1 em rela\u00e7\u00e3o \u00e0s queimaduras, ela diz que percebeu um leve aumento de casos, principalmente, devido ao uso recorrente de \u00e1lcool e \u00e1lcool em gel, como forma de prote\u00e7\u00e3o contra a Covid, e possivelmente tamb\u00e9m pelo uso maior de formas alternativas de combust\u00edvel na cozinha, como carv\u00e3o, \u00f3leo e querosene, devido \u00e0 piora da condi\u00e7\u00e3o econ\u00f4mica de grande parte das fam\u00edlias brasileiras. <\/p>\n\n\n\n
\u201cMesmo alimentos quentes em cima da mesa, a crian\u00e7a pode puxar e eles virarem em cima dela. \u00c9 importante tamb\u00e9m evitar tomar bebidas quentes com o filho no colo e estar atento ao risco de choque el\u00e9trico com ferro de passar roupa, com o uso do celular enquanto carrega e com instala\u00e7\u00f5es el\u00e9tricas da casa\u201d, destaca Erika.  <\/p>\n\n\n\n
Para a especialista, a precariza\u00e7\u00e3o das condi\u00e7\u00f5es de trabalhos e a exaust\u00e3o de alguns cuidadores tamb\u00e9m podem ser fatores que interferiram nos cuidados com as crian\u00e7as. Al\u00e9m disso, existe o fato de muitas delas ficarem sozinhas em casa, sem a supervis\u00e3o de um adulto, o que contribui ainda mais para o aumento de acidentes. <\/p>\n\n\n\n
Dados mostram que 1 a cada 4 crian\u00e7as acidentadas fica com sequelas permanentes durante toda a vida.<\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
\u201cQuando falamos de interna\u00e7\u00f5es, n\u00e3o \u00e9 algo simples como ralar o joelho ou cair da bicicleta, s\u00e3o causas graves e isso gera um custo tanto para o sistema de sa\u00fade quanto para a fam\u00edlia, al\u00e9m, claro, do impacto psicol\u00f3gico e emocional na crian\u00e7a\u201d, pontua Erika.<\/p>\n\n\n\n
Principais causas de mortes de crian\u00e7as por acidentes em 2020<\/h2>\n\n\n\n
Em rela\u00e7\u00e3o ao n\u00famero de mortes de crian\u00e7as por acidentes, Erika explicou que os dados mais recentes fornecidos pelo Datasus s\u00e3o de 2020, quando 3.117 crian\u00e7as de at\u00e9 14 anos de idade perderam a vida. Apesar de o tr\u00e2nsito continuar sendo a principal causa das fatalidades com 30% do total, os afogamentos e casos de sufoca\u00e7\u00e3o tamb\u00e9m registraram marcas preocupantes, com 27% e 22%, respectivamente. <\/p>\n\n\n\n
Mortes de crian\u00e7as por acidentes - 2020 <\/h3>\n\n\n\n
Tr\u00e2nsito - 30%<\/li>
Afogamentos - 27%<\/li>
Sufoca\u00e7\u00e3o - 22%<\/li><\/ul>\n\n\n\n
Apesar disso, se comparado com 2019, o n\u00famero de \u00f3bitos recuou 2%, sendo a maior redu\u00e7\u00e3o em sufoca\u00e7\u00e3o, com queda de 14%. Por outro lado, fatalidades envolvendo intoxica\u00e7\u00f5es e quedas seguiram o caminho inverso e aumentaram respectivamente 23% e 12% cada uma. Sob a \u00f3tica da faixa et\u00e1ria, crian\u00e7as de 1 a 4 anos concentram a maior taxa de mortalidade por acidentes no Brasil (32%).<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"Aumentam as interna\u00e7\u00f5es de crian\u00e7as por acidentes","post_excerpt":"Mais de 110 mil crian\u00e7as foram internadas em 2021, segundo pesquisa da ONG Aldeias Infantis SOS, devido a quedas, queimaduras e acidentes de tr\u00e2nsito, entre outras causas","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"aumentam-as-internacoes-de-criancas-por-acidentes","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-09-05 10:23:46","post_modified_gmt":"2022-09-05 13:23:46","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64666","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64515,"post_author":"4","post_date":"2022-08-25 23:30:00","post_date_gmt":"2022-08-26 02:30:00","post_content":"\n
\u201cDe boa, passo muito tempo da minha vida no quarto. T\u00e1 ligado? \u00c9 um canto s\u00f3 meu. No quarto, j\u00e1 fiz tudo. Tamb\u00e9m j\u00e1 pensei em fazer besteira.\u201d  <\/em><\/p>\n\n\n\n
\"Fico mais tempo do que no resto da casa. S\u00f3 saio pra comer, saca? Tem dia que nem pra comer. Ningu\u00e9m me pergunta nada. S\u00f3 ficaram mais preocupados, minha m\u00e3e e meu pai, quando a professora falou que me cortei.\"<\/em><\/p>\n\n\n\n
Relatos como esses fazem parte dos depoimentos que o pesquisador Hugo Monteiro Ferreira colheu para um estudo sobre o cotidiano de crian\u00e7as e adolescentes brasileiros<\/a> marcados pelo adoecimento emocional e mental<\/a>. <\/p>\n\n\n\n
S\u00e3o jovens na faixa et\u00e1ria de 11 a 18 anos de idade, que passam cerca de seis horas por dia dentro de seus quartos, geralmente conectados \u00e0s redes sociais<\/a>, e com s\u00e9rios problemas de conviv\u00eancia entre os seus pares<\/a> e tamb\u00e9m com os adultos com os quais convivem.\u00a0De modo geral, s\u00e3o pessoas que pertencem a uma classe social mais favorecida.<\/p>\n\n\n\n
Hugo os definiu como \u201ca gera\u00e7\u00e3o do quarto\u201d. V\u00edtimas de bullying, cyberbullying e outras viol\u00eancias<\/a>, geralmente na escola, eles vivenciam nesse c\u00f4modo da casa diversas formas de sofrimento - de transtornos alimentares a ansiedade, depress\u00e3o e at\u00e9 mesmo suic\u00eddio<\/a>. <\/p>\n\n\n\n
\u201cA gera\u00e7\u00e3o do quarto adverte-nos que as fam\u00edlias e as escolas precisam \"escutar\" meninos e meninas e rever posturas e procedimentos, bem como formas de educar e jeitos de orientar\u201d, afirma Hugo, no livro \u201cA gera\u00e7\u00e3o do quarto - quando as crian\u00e7as nos ensinam a amar\u201d. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
A obra \u00e9 fruto de uma pesquisa que ouviu 3.115 crian\u00e7as e adolescentes, de escolas p\u00fablicas e, principalmente, privadas, de cinco capitais do pa\u00eds. \u00c9 um grupo que retrata nitidamente os jovens da sociedade contempor\u00e2nea. \"Tenho retornos de professores e professoras que me diziam: \"olha isso que voc\u00ea disse acontece exatamente assim na minha escola\", afirmou Hugo. <\/p>\n\n\n\n
Segundo ele, a fragilidade dessa gera\u00e7\u00e3o revela a fragilidade dos pais e das m\u00e3es. \u201cN\u00e3o s\u00e3o s\u00f3 as crian\u00e7as e os adolescentes que est\u00e3o no quarto \u2014 os adultos tamb\u00e9m est\u00e3o. O quarto \u00e9 a met\u00e1fora da fam\u00edlia que n\u00e3o dialoga, mas grita; da escola que n\u00e3o acolhe, mas exige o desempenho das notas\u201d, afirma Humberto da Silva Miranda, doutor em Hist\u00f3ria das Inf\u00e2ncias, no pref\u00e1cio do livro. <\/p>\n\n\n\n
$\"\"$
Hugo Monteiro Ferreira<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n
A seguir, leia a entrevista que o autor concedeu \u00e0 Canguru News<\/strong>. Hugo \u00e9 professor do departamento de Educa\u00e7\u00e3o e do Programa de P\u00f3s-Gradua\u00e7\u00e3o em Educa\u00e7\u00e3o, Culturas e Identidades, ambos da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Na mesma institui\u00e7\u00e3o, ele coordena o N\u00facleo do Cuidado Humano e o Grupo de Estudos da Transdisciplinaridade, da Inf\u00e2ncia e da Juventude (GETIJ).<\/p>\n\n\n\n
Qual o perfil da gera\u00e7\u00e3o do quarto?<\/h2>\n\n\n\n
S\u00e3o crian\u00e7as e adolescentes, entre 11 e 16 anos, que passam mais de 6 horas por dia dentro do quarto, usando excessivamente as redes sociais digitais, e j\u00e1 sofreram algum tipo de viol\u00eancia, como bullying e cyberbullying, geralmente ocorrida na escola. Eles t\u00eam sintomatologias de psicopatologias as mais diversas, com predomin\u00e2ncia para depress\u00e3o, transtornos obsessivos compulsivos, transtornos alimentares, com predomin\u00e2ncia de anorexia e bulimia, transtorno de ansiedade, uso abusivo de \u00e1lcool, de maconha ou drogas qu\u00edmicas e dist\u00farbios de sono. E no campo da autodestrui\u00e7\u00e3o, praticam a autoles\u00e3o, sem inten\u00e7\u00e3o suicida, e alguns t\u00eam idea\u00e7\u00e3o suicida e tentaram suic\u00eddio mais de uma vez, esse \u00e9 o perfil da gera\u00e7\u00e3o do quarto.<\/p>\n\n\n\n
Como foi feita a pesquisa?<\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa foi feita entre 2017 e 2019, com alunos de escolas p\u00fablicas e privadas de cinco capitais brasileiras \u2014 Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Macei\u00f3 e Natal. Inicialmente, foi aplicado um question\u00e1rio online para 3.115 crian\u00e7as e adolescentes, e a partir das respostas foi feito um recorte com 238 jovens, dos quais a grande maioria, 70%, s\u00e3o de escolas privadas, e fazem parte da classe m\u00e9dia e classe m\u00e9dia alta. Os resultados mostraram que 75% dos 3.115 alunos est\u00e3o com a sa\u00fade mental abalada, embora nem todos apresentem sintomatologia psicopatol\u00f3gica. N\u00e3o publiquei nenhum artigo sobre o estudo porque desde o in\u00edcio tive a inten\u00e7\u00e3o de fazer um livro, que ficou pronto em 2020. De l\u00e1 para c\u00e1, a obra passou por revis\u00f5es, sendo publicada agora, em 2022. Ressalto que a gera\u00e7\u00e3o do quarto n\u00e3o foi criada na pandemia, mas sofreu na pandemia duas vezes mais pela situa\u00e7\u00e3o de vulnerabilidade em que se encontrava. <\/p>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 um retrato da juventude brasileira? <\/h2>\n\n\n\n
Eu fiz um recorte, mas todas as pessoas que mantiveram contato comigo e n\u00e3o estiveram no recorte da pesquisa se identificaram com ela. Tenho retornos de professores e professoras que me diziam: \"olha isso que voc\u00ea disse acontece exatamente assim na minha escola\". As pessoas se identificam porque tem uma verossimilhan\u00e7a. Muitas dizem: \"ah, tenho um filho, uma filha, que tamb\u00e9m est\u00e1 no quarto\". Se voc\u00ea for em qualquer escola, infelizmente ir\u00e1 encontrar algo semelhante.<\/p>\n\n\n\n
Como entender os problemas que essa gera\u00e7\u00e3o enfrenta, quais s\u00e3o suas origens?<\/h2>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 forjada, criada dentro de casa, \u00e9 a fam\u00edlia quem cria essa gera\u00e7\u00e3o, n\u00e3o \u00e9 a escola, a escola ajuda a manter, a fazer a manuten\u00e7\u00e3o do sofrimento, mas a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 produto de uma fam\u00edlia no quarto tamb\u00e9m, uma fam\u00edlia isolada, adoecida, de pouco di\u00e1logo, violenta. A viol\u00eancia num sentido amplo, n\u00e3o s\u00f3 f\u00edsica, psicol\u00f3gica, mas uma viol\u00eancia simb\u00f3lica, h\u00e1 muito movimento de viol\u00eancia dentro dessas casas. A viol\u00eancia simb\u00f3lica se expressa nas nuances, na organiza\u00e7\u00e3o, no establishment<\/em>, c\u00f3digos de comportamentos. Por exemplo, entrevistei meninos de 15, 16 anos, que eram gays, e na casa havia uma esp\u00e9cie de heteronormatividade, n\u00e3o era dito isso, mas havia a heteronormatividade como conduta, regra. \u00c9 isso que temos visto dentro dessas fam\u00edlias, s\u00e3o fam\u00edlias um tanto quanto provocativas e provocadoras dessa viol\u00eancia simb\u00f3lica. <\/p>\n\n\n\n
\u00c9 uma situa\u00e7\u00e3o muito preocupante, n\u00e3o? <\/h2>\n\n\n\n
A experi\u00eancia do quarto \u00e9 terr\u00edvel, porque n\u00e3o \u00e9 uma esp\u00e9cie de ref\u00fagio para aquietar mente, \u00e9 uma experi\u00eancia de ansiedade da mente, uma mente com probabilidades das mais diversas. <\/p>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 violentada, ela tamb\u00e9m vai violentar. \u00c9 importante observar isso. <\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Eu me preocupo muito porque parece que a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 meio que uma matriz de pequenos e pequenas curingas, do personagem do Batman. N\u00f3s estamos formando gera\u00e7\u00f5es violentas, e essa viol\u00eancia pode ser contra si, os \u00edndices de suic\u00eddio na adolesc\u00eancia n\u00e3o s\u00e3o m\u00ednimos. No Brasil, infelizmente, desde 2016, que eles aumentam, mas n\u00f3s tamb\u00e9m temos criado pessoas, em pa\u00edses como os Estados Unidos, que quando t\u00eam acesso a armas, criam e organizam massacres como esses que vimos nas escolas americanas. O perfil e a biografia desses adolescentes se assemelha \u00e0 gera\u00e7\u00e3o do quarto. \u00c9 preocupante, porque n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 o adoecimento ps\u00edquico, mas \u00e9 a produ\u00e7\u00e3o de uma comunidade psiquicamente adoecida, que tem na viol\u00eancia a gram\u00e1tica da sua sintaxe comunicacional, ou seja, a socializa\u00e7\u00e3o \u00e9 violenta.<\/p>\n\n\n\n
Muitas vezes, \u00e9 poss\u00edvel que voc\u00ea tenha pessoas que acham que s\u00e3o excelentes m\u00e3es e pais, mas que imprimem uma norma, uma conduta, um modelo que impede que o outro seja o que pode ser. Vi muito isso, adolescentes dizendo \u201ceu n\u00e3o consigo, para minha m\u00e3e nem para o meu pai, ser o que realmente sou, o que realmente gosto, tenho que mentir, me fazer ser o que n\u00e3o sou, criar um perfil falso\u201d. A viol\u00eancia simb\u00f3lica est\u00e1 muito nesse campo, no religioso, al\u00e9m da viol\u00eancia f\u00edsica e psicol\u00f3gica.<\/p>\n\n\n\n
<\/p>\n\n\n\n
H\u00e1 caracter\u00edsticas em comum entre os pais dessa gera\u00e7\u00e3o?<\/h2>\n\n\n\n
S\u00e3o pessoas que aprenderam com os modelos anteriores como devem proceder, como educar e como deve ser a rela\u00e7\u00e3o entre pais e filhos, e eles terminam agindo em nome desse bem-estar. Eles querem o bem dos filhos, n\u00e3o desejam o mal, mas \u00e9 um bem meio que projetado, n\u00e3o \u00e9 um bem presente, \u00e9 o bem do amanh\u00e3. Eu quero que meu filho esteja bem, mas para isso ele precisa seguir uma regra, uma norma, uma conduta, um padr\u00e3o, uma organiza\u00e7\u00e3o. Se ele n\u00e3o segue, eu n\u00e3o consigo ser m\u00e3e, pai dele, n\u00e3o consigo estabelecer uma rela\u00e7\u00e3o afetiva, de di\u00e1logo, e come\u00e7o a entrar em conflito.<\/p>\n\n\n\n
S\u00e3o pais que rejeitam os filhos? <\/h2>\n\n\n\n
Essa gera\u00e7\u00e3o mostra que os pais, se n\u00e3o h\u00e1 um modelo estabelecido, eles n\u00e3o se disp\u00f5em a aprender com o que eles veem na realidade, \u00e9 quase que um filho abstrato. Quando o filho real come\u00e7a a emergir e mostrar suas caracter\u00edsticas, os pais come\u00e7am a estranhar aquilo e n\u00e3o entram em processo de di\u00e1logo, se afastam. \u00c9 esse afastamento, esse vazio, que cria a gera\u00e7\u00e3o do quarto. Por isso afirmo que \u00e9 na matriz familiar que a gera\u00e7\u00e3o \u00e9 gerada, quer dizer, os pais n\u00e3o conseguem observar, de modo geral, a emerg\u00eancia dos humanos que eles mesmos criaram. Eles t\u00eam o humano projetado, \u00e9 quase um molde de um humano. Quando vem uma orienta\u00e7\u00e3o sexual ou um g\u00eanero que n\u00e3o \u00e9 norma, causa um impacto. <\/p>\n\n\n\n
Claro que \u00e9 menos impactante quando o filho diz que n\u00e3o quer ser m\u00e9dico, mas sim ator, pode haver resist\u00eancia mas n\u00e3o t\u00e3o intensa como quando voc\u00ea diz que \u00e9 gay, isso causa um embara\u00e7o. Mas n\u00e3o gosto de condenar os pais e as m\u00e3es, porque acho que eles est\u00e3o envolvidos nesse processo, eles querem acertar, ao menos, os que t\u00eam paternagem e maternagem, que chamo de esp\u00edrito de pai e m\u00e3e. Os que n\u00e3o t\u00eam, esses simplesmente geram os filhos, est\u00e3o ali numa esp\u00e9cie de playground de criar filhos. Mas os que t\u00eam paternagem, eles v\u00e3o tentando encontrar e conseguem, ent\u00e3o nesse caso, essa fissura, esse vazio que se abriu \u00e9 reduzido e a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 compreendida. <\/p>\n\n\n\n
Os pais sabem que t\u00eam um problema em casa?<\/h2>\n\n\n\n
Eles n\u00e3o t\u00eam conhecimento, porque a gera\u00e7\u00e3o do quarto cognitivamente n\u00e3o tem problema com boletim escolar. Essa gera\u00e7\u00e3o chega na universidade. Essa causa-consequ\u00eancia que a gente confabulou e afirmou tantas vezes que, por exemplo, vai ter problemas na escola, no rendimento escolar, n\u00e3o \u00e9 um sinal, a gera\u00e7\u00e3o do quarto tem um boletim escolar azul,<\/strong> e os pais n\u00e3o percebem. Eles acham que faz parte da vida estar no quarto.<\/strong> Muitos me dizem isso, \u201cah mas meu filho est\u00e1 no quarto j\u00e1 h\u00e1 tanto tempo que nem me dava conta\u201d. Eles come\u00e7am a se dar conta quando a crian\u00e7a ou o adolescente come\u00e7a a se cortar, quando come\u00e7am a gritar em sil\u00eancio, a\u00ed os pais alertam, mas at\u00e9 ent\u00e3o, n\u00e3o. Chamam para jantar, quando conseguem, lembrando que pais contempor\u00e2neos vivem muito fora de casa, trabalham muito, com finalidade de dar um futuro para os filhos.  <\/p>\n\n\n\n
Ou seja, o esfor\u00e7o dos pais para garantir uma boa estrutura familiar acaba por distanci\u00e1-los dos filhos?<\/h2>\n\n\n\n
\u00c9 a alternativa que se deu para a fam\u00edlia. Num pa\u00eds de mais de 210 milh\u00f5es de pessoas, n\u00e3o \u00e9 todo mundo que para e reflete sobre o que \u00e9 ser uma fam\u00edlia. Para os que est\u00e3o abaixo da linha da mis\u00e9ria tem que pensar muito como se recupera. H\u00e1 uma quest\u00e3o importante: o fen\u00f4meno da gera\u00e7\u00e3o do quarto se d\u00e1 em todas as classes sociais, mas as estrat\u00e9gias trabalhadas mudam. Tem muitas pessoas que usam a gravidez, por exemplo, como forma de sair de uma situa\u00e7\u00e3o socioecon\u00f4mica. Engravidar pode ser uma esp\u00e9cie de promo\u00e7\u00e3o social, ou seja, o problema \u00e9 o mesmo, a dor ps\u00edquica \u00e9 a mesma, mas a maneira de lidar com ela \u00e9 diferente. <\/p>\n\n\n\n
Os jovens n\u00e3o se abrem com os pais, mas n\u00e3o se opuseram a falar com voc\u00ea?<\/h2>\n\n\n\n
Talvez o que favorece para um pesquisador como eu \u00e9 me dispor a escutar sem condenar, sem julgamento. Eu escuto para acolher e esse talvez seja um potencial que a gente possa ensinar aos pais e \u00e0s m\u00e3es, para que o filho diga o que pensa, o que acha, o que gosta e n\u00e3o gosta, se sinta confort\u00e1vel em ser diferente dos pais. Acho que as fam\u00edlias escutam julgando, comparando e sentenciando demais. As crian\u00e7as, ao contr\u00e1rio do que as pessoas pensam, s\u00e3o muito sens\u00edveis, muito cr\u00edticas, elas conseguem responder perguntas, falar sobre sentimentos com quem elas se sentem confort\u00e1veis. Al\u00e9m disso, uma das t\u00e9cnicas que utilizei, o question\u00e1rio online, me trouxe muitas respostas, porque tinha perguntas abertas. Alguns dos depoimentos que apresento no livro eu n\u00e3o ouvi, eu li. Quando n\u00e3o tenho que dizer meu nome, quem eu sou, de onde sou, qual minha idade, me sinto mais livre para falar, pedir ajuda. Foram esses depoimentos que me causaram impacto e me fizeram depois entrevistar o grupo menor por meio de rodas de conversa. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Qual o papel da escola nesse contexto?<\/h2>\n\n\n\n
Eu sou um profissional e defensor da escola, a escola para mim \u00e9 uma grande inven\u00e7\u00e3o social, cumpre papel de forma\u00e7\u00e3o, de complementaridade, sobretudo no campo do que chamamos de conhecimento cient\u00edfico. Ela tamb\u00e9m tem um papel social, porque trabalha com pessoas, organiza\u00e7\u00f5es, institui\u00e7\u00f5es, mas ela precisa ser revisitada e reformulada nos seus objetivos matriciais. A escola n\u00e3o pode querer exclusivamente formar do ponto vista cognitivo. Isso \u00e9 um equ\u00edvoco que se manifesta sobretudo nessas escolas, que insistem num modelo de concorr\u00eancia, competi\u00e7\u00e3o, ranqueamento, na nota como resposta \u00e0 aprendizagem. S\u00e3o escolas desconectadas com grandes problemas contempor\u00e2neos, como a sobreviv\u00eancia do Planeta Terra. Temos um planeta amea\u00e7ado de desertifica\u00e7\u00e3o, de aus\u00eancia de comida, amea\u00e7ado no campo dos povos origin\u00e1rios, ent\u00e3o essas s\u00e3o preocupa\u00e7\u00f5es que a escola deve ter. <\/p>\n\n\n\n
Outra preocupa\u00e7\u00e3o \u00e9 a diversidade, temos uma sociedade que se mostra violenta com as minorias, racista e mis\u00f3gina. As mulheres sofrem muito nessa sociedade. A escola n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 para discutir f\u00f3rmulas qu\u00edmicas, biol\u00f3gicas, equa\u00e7\u00f5es matem\u00e1ticas, sintaxe da l\u00edngua. <\/p>\n\n\n\n
A escola \u00e9 para ajudar a usar o conhecimento cient\u00edfico na melhoria da qualidade de vida das pessoas, da minha e dos outros. <\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Ent\u00e3o se ela n\u00e3o faz isso, se insiste na concorr\u00eancia, em colocar aqueles que s\u00e3o bons e n\u00e3o s\u00e3o bons, os que s\u00e3o inteligentes e os que n\u00e3o s\u00e3o inteligentes, e ela tem insistido, ela ajuda a adoecer. \u00c9 o que digo no livro. <\/p>\n\n\n\n
O que dizer aos pais e m\u00e3es da gera\u00e7\u00e3o do quarto?<\/h2>\n\n\n\n
Os filhos e as filhas v\u00e3o precisar muito mesmo dos pais. Tem dois cen\u00e1rios, um \u00e9 ajudar meu filho a n\u00e3o entrar no quarto e o outro \u00e9 ajudar o filho que j\u00e1 est\u00e1 no quarto. No livro eu falo de cinco pilares: cuidado, autoconhecimento, conviv\u00eancia, dialogicidade e amorosidade. Trabalhar a fam\u00edlia e a escola a partir dessas sustenta\u00e7\u00f5es \u00e9 preventivo, mas pode servir tamb\u00e9m para situa\u00e7\u00f5es de pessoas que j\u00e1 est\u00e3o adoecidas, neste caso, associado ao acompanhamento de um profissional da sa\u00fade mental - psic\u00f3logo, psiquiatra, psicanalista, a depender do caso.<\/p>\n\n\n\n
O pilar do cuidado<\/strong> trata sobre a import\u00e2ncia do cuidado consigo e do cuidado com o outro, o que implica tratar das quest\u00f5es relacionadas a respeito, compreens\u00e3o, conviv\u00eancia, uso abusivo de \u00e1lcool, relacionamentos abusivos, bullying, ciberbullying, uso excessivo de redes sociais digitais, entre outros aspectos.

O pilar do autoconhecimento<\/strong> trata sobre a biografia, a hist\u00f3ria de cada pessoa, a fam\u00edlia. Proponho um trabalho sobre ancestralidade, que a pessoa conhe\u00e7a sua hist\u00f3ria de vida, conhe\u00e7a seu pai, sua m\u00e3e, sua opini\u00e3o, seus gostos. Isso tem a ver com quem eu sou, do ponto de vista \u00e9tico, e vai me dar uma seguran\u00e7a para enfrentar aquilo que querem que eu seja. Eu sou isso, mas querem que eu seja aquilo. N\u00e3o escondo minhas fragilidades, sou amado, o que d\u00e1 seguran\u00e7a. N\u00e3o vou dizer para minha crian\u00e7a que a vida \u00e9 f\u00e1cil, um mar de rosas, que ela nunca vai encontrar desafios, mas vou ajud\u00e1-la e fortalec\u00ea-la para que ela possa enfrent\u00e1-los.<\/p>\n\n\n\n
No pilar da conviv\u00eancia<\/strong>, h\u00e1 uma rela\u00e7\u00e3o entre aprender a ser e aprender a conviver. Trato de situa\u00e7\u00f5es cotidianas que evocam reflex\u00f5es \u00e9ticas, morais e espirituais, para as quais a compaix\u00e3o, a empatia e a resili\u00eancia s\u00e3o habilidades necess\u00e1rias e essenciais. O exerc\u00edcio da dialogicidade<\/strong> \u00e9 realizado quando as pessoas aprendem a falar o que pensam e sentem, mas entendem que o que pensam e sentem n\u00e3o \u00e9 a \u00faltima palavra sobre a verdade. O pilar da amorosidade<\/strong> \u00e9 tratado com reflex\u00f5es e a\u00e7\u00f5es. As reflex\u00f5es geram as a\u00e7\u00f5es, e as a\u00e7\u00f5es n\u00e3o s\u00e3o realizadas de modo mec\u00e2nico. <\/p>\n\n\n\n
Os pais podem aprender com os filhos?<\/h2>\n\n\n\n
O livro n\u00e3o tem que ser uma pedra para atirar nos pais e na escola, tem que ser um acalanto. Eu acho que a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 t\u00e3o potente que nos possibilita reaprender a viver, tenho grande esperan\u00e7a na gera\u00e7\u00e3o do quarto, a mesma gera\u00e7\u00e3o que \u00e9 violenta me ensina novos modos de amor, n\u00e3o vejo a gera\u00e7\u00e3o como fracassada, que n\u00e3o deu certo, acho um absurdo dizer que \u00e9 uma gera\u00e7\u00e3o parasita, \"nem-nem\". Obviamente ela traz todas as mazelas, n\u00e3o foi a gera\u00e7\u00e3o do quarto que inventou o abuso do \u00e1lcool, a viol\u00eancia, esses foram c\u00f3digos sempre usados, mas a gera\u00e7\u00e3o do quarto est\u00e1 nos dando outras alternativas, como maior preocupa\u00e7\u00e3o sobre consumo, meio ambiente, empoderamento das meninas, orienta\u00e7\u00e3o \u00e0 quest\u00e3o de g\u00eanero. Essa gera\u00e7\u00e3o tem muita coisa a nos mostrar, n\u00e3o precisamos ter medo, podemos aprender com elas. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"A gera\u00e7\u00e3o do quarto: um retrato chocante da juventude brasileira","post_excerpt":"Ap\u00f3s ouvir mais de 3 mil crian\u00e7as e adolescentes que vivem experi\u00eancias traum\u00e1ticas em seus quartos, o pesquisador Hugo Monteiro Ferreira faz um alerta aos pais e \u00e0s escolas sobre a necessidade de mudar a forma de se relacionar com os jovens","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"a-geracao-do-quarto-o-retrato-chocante-da-juventude-brasileira","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-30 11:00:28","post_modified_gmt":"2022-08-30 14:00:28","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64515","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64369,"post_author":"4","post_date":"2022-08-23 10:54:43","post_date_gmt":"2022-08-23 13:54:43","post_content":"\n
De acordo com o Artigo 227<\/a> da Constitui\u00e7\u00e3o de 1988, as crian\u00e7as<\/a> devem ser prioridade absoluta em todas as decis\u00f5es, programas e pol\u00edticas p\u00fablicas<\/a>. Isso se torna mais relevante em ano de elei\u00e7\u00f5es, em que poderemos escolher, de forma democr\u00e1tica<\/a>, representantes<\/a> aos cargos de presidente da Rep\u00fablica, senadores, governadores, deputados federais e estaduais. <\/p>\n\n\n\n
O voto no Brasil \u00e9 obrigat\u00f3rio para todos aqueles acima de 18 anos, sendo facultativo para jovens com 16 e 17 anos, pessoas com mais de 70 anos e analfabetos. Crian\u00e7as e adolescentes<\/a> menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar<\/a>, mas isso n\u00e3o quer dizer que n\u00e3o devam estar inclu\u00eddos nos planos dos diferentes representantes pol\u00edticos. Muito pelo contr\u00e1rio.<\/p>\n\n\n\n
Diversos estudos j\u00e1 comprovaram que investir na primeira inf\u00e2ncia<\/a> \u00e9 a melhor maneira de reduzir desigualdades e construir uma sociedade com condi\u00e7\u00f5es sociais e ambientais sustent\u00e1veis.<\/p>\n\n\n\n
Cabe a n\u00f3s, adultos, escolher nas elei\u00e7\u00f5es candidatos que contemplem as crian\u00e7as em projetos e iniciativas diversas. Abaixo, veja 5 motivos que tornam urgente a valoriza\u00e7\u00e3o de projetos para a inf\u00e2ncia e juventude nas campanhas \u00e0s elei\u00e7\u00f5es de 2022. A lista \u00e9 do portal Lunetas, espa\u00e7o dedicado \u00e0 reflex\u00e3o sobre a inf\u00e2ncia, que recentemente lan\u00e7ou o especial \"Inf\u00e2ncias em foco: Quem vota pelas crian\u00e7as?\"<\/a>, um hub de informa\u00e7\u00e3o sobre pol\u00edtica e as inf\u00e2ncias. <\/p>\n\n\n\n
5 temas que envolvem as crian\u00e7as e que t\u00eam de estar previstos nas propostas dos candidatos \u00e0s elei\u00e7\u00f5es:<\/h2>\n\n\n\n
Fome<\/h3>\n\n\n\n
De acordo com um levantamento realizado pela Funda\u00e7\u00e3o Abrinq, cerca de 18,8 milh\u00f5es de meninos e meninas de at\u00e9 14 anos passam fome no Brasil. Essa inseguran\u00e7a alimentar traz preju\u00edzos grav\u00edssimos \u00e0s crian\u00e7as, afetando seu crescimento e o desenvolvimento f\u00edsico e cognitivo necess\u00e1rios para que consigam crescer de maneira saud\u00e1vel.<\/p>\n\n\n\n
Analfabetismo<\/h3>\n\n\n\n
H\u00e1 50 anos, a educa\u00e7\u00e3o infantil n\u00e3o era uma realidade no Brasil, no entanto, pol\u00edticas p\u00fablicas mudaram essa realidade. Ainda assim, nos \u00faltimos dois anos, o n\u00famero de crian\u00e7as de 6 e 7 anos que n\u00e3o sabem ler e escrever cresceu em 1 milh\u00e3o. Pensando no futuro e nos pr\u00f3ximos passos do Brasil relacionados \u00e0 educa\u00e7\u00e3o p\u00fablica, \u00e9 necess\u00e1rio eleger candidatos que queiram enfrentar as desigualdades sociais e lutar para que todas as crian\u00e7as e adolescentes tenham acesso \u00e0 educa\u00e7\u00e3o de qualidade.<\/p>\n\n\n\n
Trabalho Infantil<\/h3>\n\n\n\n
Atualmente, cerca de 2 milh\u00f5es de crian\u00e7as e adolescentes est\u00e3o em situa\u00e7\u00e3o de trabalho infantil no Brasil. Desse total, 66% s\u00e3o crian\u00e7as pretas ou pardas e 71% est\u00e3o na \u00e1rea urbana, de acordo com um levantamento divulgado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domic\u00edlios (PNAD Cont\u00ednua).<\/p>\n\n\n\n
Viol\u00eancia e explora\u00e7\u00e3o sexual<\/h3>\n\n\n\n
Entre 2016 e 2020, 35 mil crian\u00e7as e adolescentes, de 0 a 19 anos, foram mortos de forma violenta no Brasil e 180 mil sofreram viol\u00eancia sexual, segundo o Panorama da Viol\u00eancia Sexual contra crian\u00e7as e Adolescentes no Brasil, lan\u00e7ado pela Unicef e pelo F\u00f3rum Brasileiro de Seguran\u00e7a P\u00fablica (FBSP). Por isso, \u00e9 necess\u00e1rio eleger pessoas que tenham coragem para combater esse cen\u00e1rio e falar de assuntos como igualdade de g\u00eanero, empoderamento de meninas, viol\u00eancia sexual e femin\u00edcio.<\/p>\n\n\n\n
Moradia<\/h3>\n\n\n\n
Mais de 5 milh\u00f5es de pessoas ainda residem em domic\u00edlios sem banheiros ou sanit\u00e1rios de uso exclusivo e 9,7 milh\u00f5es vivem em condi\u00e7\u00f5es de adensamento excessivo, com mais de tr\u00eas moradores para cada dormit\u00f3rio. Este \u00e9 um assunto que n\u00e3o deve ser ignorado, j\u00e1 que todas as crian\u00e7as precisam de acesso \u00e0 moradia para viver com dignidade e poder se desenvolver em outras \u00e1reas, como lazer, educa\u00e7\u00e3o e sa\u00fade.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]  <\/p>\n","post_title":"5 motivos para priorizar as crian\u00e7as nas elei\u00e7\u00f5es de 2022","post_excerpt":"Crian\u00e7as e adolescentes menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar, mas s\u00e3o parcela importante da popula\u00e7\u00e3o e t\u00eam de estar contemplados nos projetos dos diferentes atores governamentais","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"5-motivos-para-priorizar-as-criancas-nas-eleicoes-de-2022","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-25 18:52:13","post_modified_gmt":"2022-08-25 21:52:13","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64369","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64334,"post_author":"4","post_date":"2022-08-22 15:14:51","post_date_gmt":"2022-08-22 18:14:51","post_content":"\n
O n\u00famero de crian\u00e7as e adolescente<\/a>s conectados \u00e0 internet cresceu nos \u00faltimos anos. Segundo o estudo TIC Kids Online Brasil 2021<\/a>, rec\u00e9m-divulgado, 93% ou 22,3 milh\u00f5es das crian\u00e7as e dos adolescentes<\/a> no pa\u00eds acessaram a web<\/a> em 2021, sendo que em 2019 esse percentual era de 89%. O crescimento foi impulsionado principalmente pela maior propor\u00e7\u00e3o de usu\u00e1rios na regi\u00e3o Nordeste e nas \u00e1reas rurais. <\/p>\n\n\n\n
O uso de redes sociais <\/a>pelas crian\u00e7as tamb\u00e9m tem se elevado, sendo a plataforma Tik Tok<\/a> a mais utilizada (34%), seguida pelo Instagram (33%). No Facebook, houve queda no uso de 66% para 51% no per\u00edodo citado. J\u00e1 o WhatsApp segue como a plataforma em que crian\u00e7as e adolescentes mais possuem perfil (foi de 70% em 2018 para 80% em 2021), e \u00e9 a mais difundida entre todos os estratos sociais.<\/p>\n\n\n\n
A pesquisa, conduzida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informa\u00e7\u00e3o (Cetic.br) do N\u00facleo de Informa\u00e7\u00e3o e Coordena\u00e7\u00e3o do Ponto BR (NIC.br), entrevistou 2.651 crian\u00e7as e adolescentes com idades entre 9 e 17 anos, bem como seus pais ou respons\u00e1veis, em todo o territ\u00f3rio nacional. As entrevistas aconteceram entre outubro de 2021 e mar\u00e7o de 2022, com a finalidade de investigar oportunidades e riscos relacionados \u00e0 participa\u00e7\u00e3o online desse p\u00fablico. <\/p>\n\n\n\n
Segundo o levantamento, as crian\u00e7as tamb\u00e9m est\u00e3o passando mais tempo em jogos online - seja conectadas com outros jogadores (de 57% para 66%, entre 2021 e 2019) ou n\u00e3o conectadas a eles (de 55% para 64%) -, e fazendo mais compras no ambiente digital - cresceu de 9% para 19% no mesmo per\u00edodo. <\/p>\n\n\n\n
\"Plataformas de cria\u00e7\u00e3o e compartilhamento de conte\u00fado audiovisual est\u00e3o entre as mais utilizadas por crian\u00e7as e adolescentes. Nesse contexto, a qualidade da conex\u00e3o \u00e0 Internet e dos dispositivos digitais utilizados para o acesso \u00e0 rede passam a ser determinantes para o melhor aproveitamento de oportunidades online. \u00c9 central, portanto, garantir condi\u00e7\u00f5es equitativas de conectividade para crian\u00e7as e adolescentes em diferentes contextos socioecon\u00f4micos\", aponta Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br. <\/p>\n\n\n\n
A pesquisa TIC Kids Online <\/a>detectou, ainda, que o telefone celular segue como o principal meio de conex\u00e3o \u00e0 rede nos diferentes extratos sociais. Para 53%, o celular foi o \u00fanico dispositivo usado, realidade que se verificou mais presente nas classes DE (78%) e C (52%) do que nas classes AB (18%). <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Acesso a propagandas<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
Entre as atividades multim\u00eddia, as mais acessadas pelas crian\u00e7as s\u00e3o ouvir m\u00fasica (80%), assistir a v\u00eddeos, programas, filmes ou s\u00e9ries (84%), S\u00edtios de v\u00eddeos (67%) e redes sociais (61%) est\u00e3o entre as principais plataformas em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios de internet declaram ter visto propaganda de produtos ou marcas. Pessoas ensinando como usar algum produto (62%) e abrindo embalagens -- o chamado unboxing<\/em><\/strong> - (61%) foram os principais conte\u00fados de imagem ou v\u00eddeo em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios da rede tiveram contato com divulga\u00e7\u00e3o de produtos ou marcas. Entre as principais categorias de produtos ou marcas vistas no ambiente online<\/em> est\u00e3o: <\/p>\n\n\n\n
Equipamentos eletr\u00f4nicos (60%); <\/li>
Roupas e sapatos (60%); <\/li>
Comidas, bebidas ou doces (57%); <\/li>
Videogames ou jogos (46%); <\/li>
Maquiagem e outros produtos de beleza (46%).\u00a0<\/li><\/ul>\n\n\n\nBusca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e bem-estar<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa tamb\u00e9m constatou que 32% dos jovens entre 11 e 17 anos procuram ajuda para lidar com algo ruim que vivenciaram<\/strong>, ou para falar sobre suas emo\u00e7\u00f5es<\/strong> quando se sentiram tristes. <\/p>\n\n\n\n
Entre os temas mais procurados relacionados \u00e0 sa\u00fade est\u00e3o:<\/p>\n\n\n\n
Informa\u00e7\u00f5es sobre alimenta\u00e7\u00e3o (55%);
Preven\u00e7\u00e3o e tratamento de doen\u00e7as (38%);
Exerc\u00edcios e meios para ficar em forma (36%);
Informa\u00e7\u00f5es sobre medicamentos (22%);<\/li>
Discuss\u00f5es sobre sa\u00fade sexual e educa\u00e7\u00e3o sexual (21%).<\/li><\/ul>\n\n\n\n
\"A pesquisa busca levantar evid\u00eancias que contribuam para a promo\u00e7\u00e3o de direitos e do bem-estar de crian\u00e7as e adolescentes. Desse modo, para al\u00e9m das atividades presentes na s\u00e9rie hist\u00f3rica da pesquisa, o uso da rede na busca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e apoio emocional passou a ser um tema relevante de investiga\u00e7\u00e3o\", sinaliza Barbosa.<\/p>\n\n\n\n
\"Pesquisas como a TIC Kids Online Brasil s\u00e3o de extrema relev\u00e2ncia para entendermos o cen\u00e1rio atual e fortalecermos o letramento e inclus\u00e3o digital dos mais jovens, com mais seguran\u00e7a e qualidade, quest\u00f5es intr\u00ednsecas ao trabalho realizado pelo Comit\u00ea Gestor da Internet no Brasil\", pondera Jos\u00e9 Gontijo, coordenador do CGI.br.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
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\u201cObrigado Disney por fazer meus filhos se sentirem vistos\u201d, disse um pai que gravou as tr\u00eas filhas assistindo ao trailer<\/a>. Ao ver as imagens do trailer, uma delas questiona: \u201cela \u00e9 negra?\u201d E, em seguida, a menina levanta a m\u00e3o numa celebra\u00e7\u00e3o de vit\u00f3ria.\u00a0<\/p>\n\n\n\n
As postagens renderam milhares de coment\u00e1rios de pessoas que se disseram emocionadas com as imagens. \u201cChorei quando vi o trailer e j\u00e1 sou adulta\u201d, afirmou uma mulher. J\u00e1 outra, comentou: \u201cAriel \u00e9 negra e linda, a representa\u00e7\u00e3o \u00e9 muito importante\u201d. Uma outra usu\u00e1ria escreveu: \u201cEsses v\u00eddeos me fizeram perceber que tenho uma mente t\u00e3o fechada para a mudan\u00e7a. Ver essas lindas rea\u00e7\u00f5es \u00e9 absolutamente de abrir os olhos.\u201d <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"A Pequena Sereia: crian\u00e7as negras se emocionam ao verem trailer do filme","post_excerpt":"A escolha da atriz Halle Bailey para o papel principal tem gerado cr\u00edticas, mas tamb\u00e9m representatividade por parte de meninas que se identificam com a protagonista","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"filme-a-pequena-sereia-criancas-negras-se-emocionam-ao-verem-trailer-do-filme","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-09-19 17:29:21","post_modified_gmt":"2022-09-19 20:29:21","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=65062","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64913,"post_author":"4","post_date":"2022-09-09 06:40:00","post_date_gmt":"2022-09-09 09:40:00","post_content":"\n
Em m\u00e9dia, 3 em cada 10 crian\u00e7as gostariam de ser youtubers, segundo revelou um estudo da Lego<\/a>. Outra pesquisa global<\/a>, da empresa de prote\u00e7\u00e3o online McAfee, mostrou que 67% das crian\u00e7as em todo o mundo assistem a v\u00eddeos curtos no YouTube. No Brasil, esse n\u00famero \u00e9 ainda maior: 79% disseram que os v\u00eddeos s\u00e3o sua principal atividade online. Canais como Spider Slack<\/a>, Maria Clara & JP<\/a>, Natan por a\u00ed<\/a>, Felipe Neto<\/a>, Luccas Neto<\/a> e Enaldinho<\/a> aparecem nas listas de youtubers brasileiros mais vistos por crian\u00e7as e adolescentes.\u00a0<\/p>\n\n\n\n
Mas, afinal, o que esses perfis t\u00eam que fascinam tanto o p\u00fablico infantojuvenil<\/a>? Por que as crian\u00e7as criam la\u00e7os t\u00e3o fortes com as pessoas nas m\u00eddias sociais? Como n\u00f3s, pais, podemos entender esse fen\u00f4meno? Quais seus riscos? E o que fazer para manter um relacionamento seguro e saud\u00e1vel <\/a>das crian\u00e7as com o YouTube e os youtubers?<\/p>\n\n\n\n
Quem responde abaixo essas quest\u00f5es \u00e9 Bradley Bond <\/a>, pesquisador de comunica\u00e7\u00e3o da Universidade de San Diego, na Calif\u00f3rnia (EUA), que estuda os relacionamentos dos jovens com personalidades da m\u00eddia, inclusive no YouTube, que ele chama de relacionamentos \u201cparassociais\u201d. Ele tamb\u00e9m estuda as liga\u00e7\u00f5es entre exposi\u00e7\u00e3o na m\u00eddia<\/a> e auto-identidade. <\/p>\n\n\n\n
Bradley conversou com a jornalista Melinda Wenner Moyer<\/a>, especializada em paternidade e ci\u00eancia, colaboradora de ve\u00edculos como a revista Scientific American<\/em> e jornais como o The New York Times e Washington Post.<\/em> Abaixo, selecionamos alguns dos principais trechos da entrevista publicada por Melinda em sua newsletter<\/a>.<\/p>\n\n\n\n
A sensa\u00e7\u00e3o de proximidade das crian\u00e7as com os youtubers<\/h2>\n\n\n\n
Estudos sugerem que somos mais propensos a desenvolver um senso de conex\u00e3o pessoal, o sentimento de ter um amigo, com personagens e celebridades que consideramos que s\u00e3o como n\u00f3s em algum aspecto. Assim como nossos amigos da vida real, procuramos semelhan\u00e7as em outras pessoas com quem queremos desenvolver amizades, e fazemos o mesmo com os youtubers, com quem desenvolvemos relacionamentos parassociais.<\/p>\n\n\n\n
Os relacionamentos parassociais s\u00e3o os la\u00e7os socioemocionais unilaterais que criamos com pessoas que conhecemos apenas atrav\u00e9s das telas. \u00c9 uma via de m\u00e3o \u00fanica, onde nos sentimos muito pr\u00f3ximos dessas pessoas, embora n\u00e3o haja uma liga\u00e7\u00e3o s\u00f3cio-emocional m\u00fatua.<\/p>\n\n\n\n
Podemos ser iguais a eles <\/h2>\n\n\n\n
Mas h\u00e1 uma sensa\u00e7\u00e3o de que os youtubers poderiam ser como n\u00f3s \u2013 que se os conhec\u00eassemos, nos dar\u00edamos bem, poder\u00edamos convid\u00e1-los para a nossa festa de anivers\u00e1rio. E esse senso de realismo aumenta com as plataformas de m\u00eddias sociais, devido a seu formato: o vlogger preferido do seu filho no YouTube fala diretamente para a c\u00e2mera. E a maioria deles grava de sua pr\u00f3pria casa ou de um est\u00fadio personalizado. O gato pode aparecer em segundo plano ou at\u00e9 mesmo protagonizar alguns dos v\u00eddeos. Ao longo do tempo, os youtubers v\u00e3o divulgando informa\u00e7\u00f5es sobre si mesmos. E h\u00e1 essa sensa\u00e7\u00e3o de que qualquer um pode estar no YouTube. O que n\u00e3o ocorre com nossas estrelas de cinema favoritas, e nossos atores e atrizes de TV, que s\u00e3o vistos num relacionamento vertical. N\u00f3s os admiramos, mas eles est\u00e3o acima de n\u00f3s. J\u00e1 os youtubers s\u00e3o a pessoa ao lado. Quando voc\u00ea v\u00ea a sala de estar deles e v\u00ea falhas e erros no v\u00eddeo, isso os torna incrivelmente realistas \u2013 essas pessoas s\u00e3o como eu \u2013 e isso aumenta a sensa\u00e7\u00e3o de que voc\u00ea tem uma conex\u00e3o socioemocional com eles, eles s\u00e3o seus amigos. <\/p>\n\n\n\n
Eles se apresentam sem filtros<\/h2>\n\n\n\n
Temos algumas evid\u00eancias que sugerem que no YouTube em particular, mas tamb\u00e9m com influenciadores de m\u00eddia social no Instagram e no Tiktok, os jovens s\u00e3o realmente propensos a desenvolver essas conex\u00f5es parassociais, porque esses indiv\u00edduos parecem ser exatamente como s\u00e3o. <\/p>\n\n\n\n
Consequ\u00eancias negativas e positivas para as crian\u00e7as<\/h2>\n\n\n\n
Eu compararia as rela\u00e7\u00f5es parassociais com as rela\u00e7\u00f5es sociais. Ao saber que seu filho desenvolveu uma amizade com o novo garoto na escola, e voc\u00ea \u00e9 um pai consciente, voc\u00ea procurar\u00e1 saber mais sobre essa crian\u00e7a e sua fam\u00edlia, seus gostos e desgostos, que tipo de coisas seu filho faz com aquela outra crian\u00e7a. Portanto, se seu filho tem um youtuber espec\u00edfico ao qual ele est\u00e1 realmente atento, fique atento ao que esse youtuber est\u00e1 postando, para saber a que tipo de conte\u00fado seu filho est\u00e1 sendo exposto.<\/p>\n\n\n\n
Podemos aprender com as rela\u00e7\u00f5es parassociais assim como aprendemos com as rela\u00e7\u00f5es sociais, e isso tem demonstrado ter consequ\u00eancias positivas e negativas<\/a>. Quando celebridades divulgam desafios de sa\u00fade mental que vivenciaram, por exemplo, isso tem se mostrado realmente eficaz para desestigmatizar a doen\u00e7a mental, para aumentar as buscas por recursos relacionados \u00e0 sa\u00fade mental. Ent\u00e3o eles podem ter efeitos realmente positivos. Quando estamos envolvidos nesses relacionamentos, nos quais sentimos que eles s\u00e3o nossos amigos, \u00e9 mais prov\u00e1vel que imitemos seus comportamentos, imitamos suas atitudes, sejam elas boas ou ruins. Ent\u00e3o, eu argumentaria que os riscos dependem do conte\u00fado.<\/p>\n\n\n\n
Como acompanhar os conte\u00fados frente \u00e0 falta de tempo dos pais<\/h2>\n\n\n\n
A maneira mais f\u00e1cil de fazer isso, na minha opini\u00e3o, seria assistir aos v\u00eddeos \u201cmais populares\u201d. Esses s\u00e3o, provavelmente, os mais influentes e mostrar\u00e3o quantas pessoas os viram. Ou, se voc\u00ea tiver sua pr\u00f3pria conta no YouTube e for amigo de seu filho na plataforma, poder\u00e1 encontrar os v\u00eddeos que seus filhos comentaram. Isso pode lhe dar pelo menos uma no\u00e7\u00e3o de que tipos de coisas est\u00e3o chamando a aten\u00e7\u00e3o de seu filho.<\/p>\n\n\n\n
\u00c9 imposs\u00edvel apenas sentar e assistir a todo o conte\u00fado de um criador de conte\u00fado espec\u00edfico e ainda continuar o seu dia. Mas existem t\u00e1ticas que voc\u00ea pode usar para obter uma amostra e pelo menos ter uma no\u00e7\u00e3o do tipo de coisas a que seus filhos est\u00e3o expostos.<\/p>\n\n\n\n
Casos de morte de youtubers, como o Technoblade<\/a><\/h2>\n\n\n\n
A resposta apropriada \u00e9 validar as emo\u00e7\u00f5es das crian\u00e7as. Pense na conex\u00e3o que seu filho tem com algu\u00e9m que nunca conheceu na vida real como uma parte importante de sua rede social. Portanto, perder essa conex\u00e3o deve ser tratado da mesma forma que quando o melhor amigo de seu filho se muda para uma nova cidade ou o cachorro da fam\u00edlia morre. Abordamos isso atrav\u00e9s da valida\u00e7\u00e3o, da escuta, do envolvimento com seu filho.<\/p>\n\n\n\n
Uma resposta muito comum, entre os adultos, \u00e9 dizer: \u201cPor que voc\u00ea est\u00e1 incomodado? N\u00e3o h\u00e1 raz\u00e3o para voc\u00ea se incomodar com isso. Voc\u00ea nem conhece essa pessoa.\u201d Ou: \u201cExistem outros youtubers que postam a mesma coisa\u201d. Mas isso \u00e9 como dizer a algu\u00e9m que voc\u00ea pode facilmente substituir um amigo ou um cachorro da fam\u00edlia. As conex\u00f5es parassociais s\u00e3o genuinamente parte da rede social de algu\u00e9m. Eles s\u00e3o partes saud\u00e1veis \u200b\u200bda nossa rede social. N\u00f3s prosperamos em conex\u00f5es com outras pessoas, sejam elas cara a cara ou atrav\u00e9s de telas. E assim, quando perdemos essas conex\u00f5es, experimentamos uma dor real. H\u00e1 pesquisas com adultos que sugerem que esse \u00e9 o caso \u2013 que realmente passamos pelos est\u00e1gios do luto quando perdemos personagens ou celebridades favoritas.<\/p>\n\n\n\n
A influ\u00eancia da pandemia sobre esses relacionamentos<\/h2>\n\n\n\n
Uma pesquisa <\/a>que eu fiz na pandemia mostrou que as rela\u00e7\u00f5es parassociais dos adultos se tornaram mais fortes nesse per\u00edodo, particularmente para quem mantinha contato com os amigos (reais) por meio de telas. Aqueles que passaram a fazer uma noite de jogos de amigos no Zoom ou conversas di\u00e1rias via FaceTime \u2013 esses indiv\u00edduos tiveram um aumento nos seus relacionamentos parassociais. Isso pode acontecer com os jovens tamb\u00e9m \u2013 com crian\u00e7as cujo hor\u00e1rio escolar era online, que viam seus colegas e professores atrav\u00e9s de telas.<\/p>\n\n\n\n
As causas do aumento das rela\u00e7\u00f5es parassociais<\/h2>\n\n\n\n
O que eu argumentei que pode estar acontecendo \u00e9 que os limites que separam nossas rela\u00e7\u00f5es parassociais de nossas rela\u00e7\u00f5es sociais foram borrados durante a pandemia, porque perdemos essa conex\u00e3o cara a cara. Perdemos o que chamamos de \u201cpresen\u00e7a social\u201d. Ent\u00e3o o toque f\u00edsico, o cheiro, as coisas que tornam a intera\u00e7\u00e3o cara a cara \u00fanica nas telas, meio que se foram. Quando lidamos com todas as pessoas que s\u00e3o importantes em nossas vidas - nossa fam\u00edlia, nossos amigos, nossos professores - por meio de telas, isso confunde cognitivamente as linhas entre algu\u00e9m que s\u00f3 conhecemos atrav\u00e9s de telas e algu\u00e9m que conhecemos pessoalmente.<\/p>\n\n\n\n
As rela\u00e7\u00f5es parassociais entre pr\u00e9-adolescentes LGBTQ<\/h2>\n\n\n\n
Isso tamb\u00e9m ocorreu com crian\u00e7as que t\u00eam algum tipo de identidade marginalizada. Um estudo com pr\u00e9-adolescentes LGBTQ mostrou que as rela\u00e7\u00f5es parassociais se tornaram mais fortes durante a pandemia, dada a import\u00e2ncia das conex\u00f5es sociais nesse per\u00edodo de desenvolvimento da identidade para jovens desse perfil. Quando eles perderam essas conex\u00f5es cara a cara, eles confiaram muito em suas conex\u00f5es na tela para compensar essa perda.<\/p>\n\n\n\n
Como chegar a um equil\u00edbrio entre pr\u00f3s e contras dos youtubers<\/h2>\n\n\n\n
\u00c9 preciso distinguir entre o componente socioemocional do relacionamento de uma pessoa e o componente de marketing desses relacionamentos parassociais. As ind\u00fastrias de publicidade e marketing est\u00e3o percebendo que, se virmos esses indiv\u00edduos como nossos amigos, quem melhor para anunciar um produto para n\u00f3s? Ou quem melhor para promover uma determinada ideia ou atitude? Acho que pode haver um equil\u00edbrio entre validar o desenvolvimento da identidade de uma crian\u00e7a ou a conex\u00e3o emocional com um personagem em particular, enquanto ainda tentamos injetar alfabetiza\u00e7\u00e3o midi\u00e1tica no que diz respeito \u00e0 log\u00edstica e aos fundamentos de como essas plataformas funcionam. Portanto, isso significa abordar que talvez haja um motivo de marca ou um motivo de marketing para que uma celebridade precise se envolver nesses comportamentos, e voc\u00ea pode falar sobre eles sem insultar sua conex\u00e3o emocional com esse youtuber. Mas exige que o pai tenha essa informa\u00e7\u00e3o [sobre o vlogger]. E muitas vezes, as crian\u00e7as sabem mais sobre a plataforma do que os pais.<\/p>\n\n\n\n
Media\u00e7\u00e3o ativa x media\u00e7\u00e3o restritiva<\/h2>\n\n\n\n
H\u00e1 uma literatura bastante forte no campo infantil e midi\u00e1tico que examina o que chamamos de \u201cmedia\u00e7\u00e3o ativa\u201d versus \u201cmedia\u00e7\u00e3o restritiva\u201d. A media\u00e7\u00e3o restritiva seria criar regras, limites e par\u00e2metros e dizer ao seu filho que ele deve se encaixar neles. A media\u00e7\u00e3o ativa \u00e9 quando os pais est\u00e3o envolvidos, e isso pode at\u00e9 ser t\u00e3o simples quanto discutir por que um determinado programa de televis\u00e3o pode n\u00e3o ser o mais apropriado e por que esses outros programas podem ser igualmente divertidos e melhores de assistir. No dom\u00ednio da m\u00eddia social, o envolvimento ativo tamb\u00e9m pode ser definido como jogar junto e tentar entender fazendo e mostrando ao seu filho que essas plataformas podem ser usadas adequadamente e para o bem.<\/p>\n\n\n\n
Conscientiza\u00e7\u00e3o do tempo<\/h2>\n\n\n\n
Muitas vezes, o tempo \u00e9 uma das coisas que mais preocupam os pais \u2013 a quantidade de tempo que seus filhos passam em uma plataforma. Isso \u00e9 outra coisa que a pesquisa sugere que a media\u00e7\u00e3o ativa pode ajudar a navegar. Voc\u00ea pode dizer: \u201cO que voc\u00ea ganha com esta plataforma? Que outras coisas poderiam satisfazer essa necessidade que voc\u00ea tem?\u201d Fale atrav\u00e9s dessas coisas, em vez de criar regras. Muitas pesquisas dizem que a media\u00e7\u00e3o ativa \u00e9 muito mais eficaz do que a media\u00e7\u00e3o restritiva.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"O fasc\u00ednio das crian\u00e7as pelos youtubers","post_excerpt":"Estudo feito pela Lego j\u00e1 mostrou que 3 em cada 10 crian\u00e7as gostariam de ser youtubers. Afinal, o que leva as crian\u00e7as a curtirem tanto essas celebridades? E o que fazer para garantir a seguran\u00e7a dos pequenos nesses relacionamentos virtuais?","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"o-fascinio-das-criancas-pelos-youtubers","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-09-12 15:56:25","post_modified_gmt":"2022-09-12 18:56:25","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64913","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64765,"post_author":"4","post_date":"2022-09-02 00:06:45","post_date_gmt":"2022-09-02 03:06:45","post_content":"\n
Esse ano \u00e9 comemorado o Bicenten\u00e1rio da Independ\u00eancia do Brasil e o Caminhos do Mar \u00e9 parte da \u201crota da Independ\u00eancia\u201d, caminho percorrido por D. Pedro I, em 1822, na subida do litoral ao Ipiranga, em S\u00e3o Paulo. O passeio, localizado no Parque Estadual da Serra do Mar, tem entrada tanto em S\u00e3o Bernardo do Campo quanto em Cubat\u00e3o, \u00e9 uma boa op\u00e7\u00e3o de passeio para aproveitar o feriado de 7 de setembro. <\/p>\n\n\n\n
A caminhada permite conhecer monumentos que contam a hist\u00f3ria do pa\u00eds, erguidos em 1922, para celebrar o centen\u00e1rio do grito do Ipiranga. Planta\u00e7\u00e3o de mudas de \u00e1rvores, conta\u00e7\u00e3o de hist\u00f3rias, atra\u00e7\u00f5es musicais, caminhada simb\u00f3lica, encena\u00e7\u00e3o teatral, ca\u00e7a ao tesouro e oficinas de restauro s\u00e3o algumas das atividades previstas ao longo do passeio, que acontecer\u00e3o at\u00e9 25 de setembro. <\/p>\n\n\n\n
Al\u00e9m de divers\u00e3o para toda a fam\u00edlia, a programa\u00e7\u00e3o foi pensada de modo a incentivar a educa\u00e7\u00e3o ambiental e hist\u00f3rica e a integra\u00e7\u00e3o dos visitantes do parque com a natureza. As a\u00e7\u00f5es estar\u00e3o presentes ao longo do Roteiro Hist\u00f3rico (8 km), trilha asfaltada da Estrada Velha de Santos e tamb\u00e9m do Roteiro Ecotur\u00edstico (3,5 km), trilha pavimentada em pedras da Cal\u00e7ada do Lorena. Os mais aventureiros podem ainda agendar antecipadamente a visita para realizar o Roteiro Aventura (4.5 km) pela trilha da Cachoeira da Torre.<\/p>\n\n\n\n
PROGRAMA\u00c7\u00c3O*<\/strong>:<\/p>\n\n\n\n
Plantio de Mudas<\/strong><\/p>\n\n\n\n
Com apoio de esp\u00e1tulas, regador e mudas, as crian\u00e7as ter\u00e3o a oportunidade de plantar mudas nativas de esp\u00e9cies da Mata Atl\u00e2ntica, presentes no Caminhos do Mar, em um local preparado para isso e futuramente acompanhar a evolu\u00e7\u00e3o de sua planta\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n
Ca\u00e7a ao Tesouro<\/strong><\/p>\n\n\n\n
Atividade l\u00fadica, educacional-hist\u00f3rica-ambiental que envolver\u00e1 adultos e crian\u00e7as na Cal\u00e7ada do Lorena. D. Pedro I precisa subir a serra para dar o grito de independ\u00eancia do Brasil. Distra\u00eddo com a beleza da Baixada Santista, ele perde o mapa no meio do caminho. Nossos pequenos visitantes precisam ajud\u00e1-lo e quem achar e devolver o mapa \u00e0 D. Pedro I, ganhar\u00e1 uma recompensa!<\/p>\n\n\n\n
Espet\u00e1culos Musicais<\/strong><\/p>\n\n\n\n
Apresenta\u00e7\u00f5es musicais e art\u00edsticas voltadas para o p\u00fablico familiar e infantil.<\/p>\n\n\n\n
Oficinas Infantis<\/strong><\/p>\n\n\n\n
Ser\u00e3o realizadas oficinas de gravetos, estimulando a criatividade das crian\u00e7as criando bonecos com os materiais que s\u00e3o encontrados no pr\u00f3prio parque, pintura de imagens com elementos da natureza, fauna, flora e as lindas vistas da Mata Atl\u00e2ntica e oficinas de reciclagem, produzindo pe\u00e7as art\u00edsticas e utens\u00edlios a partir de materiais reutilizados.<\/p>\n\n\n\n
Conta\u00e7\u00e3o de Hist\u00f3rias<\/strong><\/p>\n\n\n\n
Artistas reproduzir\u00e3o hist\u00f3rias cl\u00e1ssicas, autorais e recontar\u00e3o a hist\u00f3ria do pa\u00eds de forma l\u00fadica.<\/p>\n\n\n\n
Caminhada Simb\u00f3lica com D. Pedro I<\/strong><\/p>\n\n\n\n
Encena\u00e7\u00e3o do 7 de setembro com a Caminhada Simb\u00f3lica, refazendo o percurso com D. Pedro I (presen\u00e7a de um ator caracterizado), percorrendo a Cal\u00e7ada do Lorena junto aos visitantes.<\/p>\n\n\n\n
Encena\u00e7\u00e3o Teatral<\/strong><\/p>\n\n\n\n
Apresenta\u00e7\u00e3o do espet\u00e1culo \u201c1822 \u2013 As trilhas do Imp\u00e9rio do Brasil\u201d<\/p>\n\n\n\n
A pe\u00e7a conta como se deu a Proclama\u00e7\u00e3o da Independ\u00eancia do Brasil de Portugal em 1822, a partir dos personagens centrais: Imperador Dom Pedro I, Imperatriz Leopoldina e do santista Jos\u00e9 Bonif\u00e1cio, al\u00e9m de outras figuras hist\u00f3ricas que contribu\u00edram para este evento.<\/p>\n\n\n\n
Apresenta\u00e7\u00e3o do espet\u00e1culo \u201cCrep\u00fasculo Cubatense\u201d<\/p>\n\n\n\n
O espet\u00e1culo, a partir da linguagem de teatro de rua, de forma itinerante e com interven\u00e7\u00f5es c\u00eanicas e musicais, r\u00e1pidas e din\u00e2micas, provoca uma reflex\u00e3o sobre a Independ\u00eancia do Brasil, seu legado e sua m\u00faltipla import\u00e2ncia cultural. O cortejo ser\u00e1 guiado por artistas em uma caminhada de observa\u00e7\u00e3o, aprecia\u00e7\u00e3o da natureza e dos monumentos do parque, trazendo \u00e0 tona a mem\u00f3ria sobre a Hist\u00f3ria do Brasil.<\/p>\n\n\n\n
Oficinas de Restauro<\/strong><\/p>\n\n\n\n
As oficinas oferecem informa\u00e7\u00f5es sobre o restauro, a contextualiza\u00e7\u00e3o hist\u00f3rico-cultural, envolvendo a atua\u00e7\u00e3o de Gerardo Saras\u00e1 nos anos 80 e a pr\u00e1tica de zeladoria no Caminhos do Mar, ensinando os m\u00e9todos e t\u00e9cnicas utilizadas.<\/p>\n\n\n\n
Pega Pega Ecol\u00f3gico<\/strong><\/p>\n\n\n\n
As crian\u00e7as ser\u00e3o divididas em dois grupos: um representar\u00e1 os animais e os outros os abrigos. Ao longo do jogo, cat\u00e1strofes ambientais e preda\u00e7\u00e3o ser\u00e3o os problemas que os participantes ter\u00e3o que enfrentar para ser o vencedor.<\/p>\n\n\n\n

<\/em>*As atividades poder\u00e3o sofrer altera\u00e7\u00f5es de dia e\/ou hor\u00e1rio e local a qualquer momento, devido \u00e0s condi\u00e7\u00f5es meteorol\u00f3gicas. A programa\u00e7\u00e3o completa e atualizada das a\u00e7\u00f5es pode ser conferida na p\u00e1gina Bicenten\u00e1rio do site: www.caminhosdomar.com.br\/bicentenario\/<\/a><\/p>\n\n\n\n
SERVI\u00c7O:<\/u><\/strong><\/p>\n\n\n\n
Caminhos do Mar<\/strong>
Para compra de ingressos, acesse: www.caminhosdomar.com.br<\/a><\/p>\n\n\n\n
Programa\u00e7\u00e3o Bicenten\u00e1rio da Independ\u00eancia:<\/strong>
At\u00e9 25 de setembro, sempre aos s\u00e1bados e domingos, exceto na semana entre 3 e 11 de setembro, quando as atividades ser\u00e3o di\u00e1rias.<\/p>\n\n\n\n
Hor\u00e1rio:<\/strong> 8h \u00e0s 17h \u2013 funcionamento do parque
Para hor\u00e1rios das atividades, acesse agenda no site www.caminhosdomar.com.br\/bicentenario\/<\/a>
Valor do Ingresso: <\/strong>R$ 40,00 (inteira)\/R$ 20,00 (meia)
Valor Avulso do Transporte Interno \u2013 R$ 35,00 (vendido exclusivamente nas bilheterias locais e mediante disponibilidade.)
Combos Promocionais (vendidos exclusivamente atrav\u00e9s do site)     <\/strong>
R$ 50,00 (Inteira e transporte interno)
R$ 42,50 (Meia e transporte interno)     <\/p>\n\n\n\n
Endere\u00e7o:<\/strong><\/p>\n\n\n\n
Portaria de entrada por S\u00e3o Bernardo do Campo:
<\/strong>\u2022 SP-148 Estrada Caminho do Mar, Km 42 - Alto da Serra - S\u00e3o Bernardo do Campo\/ SP<\/p>\n\n\n\n
Portaria de entrada por Cubat\u00e3o:
<\/strong>\u2022 SP-148 Estrada Caminho do Mar, Km 50 - Cruzeiro Quinhentista - Cubat\u00e3o\/SP<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n","post_title":"Caminhos do Mar \u00e9 op\u00e7\u00e3o de passeio no feriado de 7 de setembro","post_excerpt":"Parte da Rota da Independ\u00eancia, a atra\u00e7\u00e3o fica no Parque Estadual Serra do Mar e tem entradas em S\u00e3o Bernardo do Campo e em Cubat\u00e3o; veja programa\u00e7\u00e3o para o m\u00eas de setembro","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"caminhos-do-mar-e-opcao-de-passeio-no-feriado-da-independencia","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-09-05 10:28:19","post_modified_gmt":"2022-09-05 13:28:19","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64765","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64760,"post_author":"4","post_date":"2022-09-02 00:05:00","post_date_gmt":"2022-09-02 03:05:00","post_content":"\n
Chegaram \u00e0s bancas os \u00e1lbuns da Copa do Mundo 2022 e com eles voltou o h\u00e1bito de colecionar e trocar figurinhas. Al\u00e9m de poder aprender mais sobre as 32 sele\u00e7\u00f5es mundiais, est\u00e1dios e cidades-sede do evento em Qatar, a cole\u00e7\u00e3o tamb\u00e9m traz outros benef\u00edcios para a crian\u00e7ada. \u201cA partir dessa onda, \u00e9 poss\u00edvel focar no desenvolvimento de habilidades sociais\u201d, afirma Filipe Colombini, psic\u00f3logo e fundador da Equipe AT, empresa com foco em Acompanhamento Terap\u00eautico . \u201cA troca de figurinhas pode ser um momento importante de intera\u00e7\u00e3o social e comunica\u00e7\u00e3o, ajudando as pessoas a formarem grupos de amizade\u201d, completa o especialista. A seguir, o psic\u00f3logo lista alguns dos benef\u00edcios que as cole\u00e7\u00f5es de figurinhas podem trazer. <\/p>\n\n\n\n
4 motivos para incentivar as crian\u00e7as a colecionar \u00e1lbuns de figurinhas<\/h2>\n\n\n\n
1. Participar do assunto do momento:<\/strong> \u201cTodo ano de Copa, sabemos que o \u00e1lbum de figurinhas \u00e9 um dos assuntos mais comentados. Por isso, incentivar que seu filho participe desse movimento faz com que ele amplie suas oportunidades de contato social\u201d, diz o psic\u00f3logo. \u201cMuitas vezes, s\u00f3 um assunto ou interesse em comum com outra pessoa pode diminuir muitas \u2018travas\u2019 para algu\u00e9m que tem alguma dificuldade para interagir em grupos, socialmente\u201d, conclui.<\/p>\n\n\n\n
2. Desenvolver a organiza\u00e7\u00e3o:<\/strong> \u201cFazer cole\u00e7\u00f5es tamb\u00e9m ajuda a desenvolver as fun\u00e7\u00f5es executivas, respons\u00e1veis pela capacidade de planejar e se organizar. O interesse em completar o \u00e1lbum pode fazer com que a crian\u00e7a passe por situa\u00e7\u00f5es de resolu\u00e7\u00e3o de problemas e crie estrat\u00e9gias, aprimorando muitas fun\u00e7\u00f5es cognitivas\u201d, explica Filipe Colombini.<\/p>\n\n\n\n
3. Conhecer novas pessoas:<\/strong> \u201cEssas trocas tamb\u00e9m juntam grupos de pessoas que talvez nem se conhecessem em outras ocasi\u00f5es. Isso \u00e9 importante para ampliar as turmas de conv\u00edvio social, o que ajuda a desenvolver habilidades sociais e garante mais oportunidades de lazer e divers\u00e3o para seu filho\u201d, diz o especialista.<\/p>\n\n\n\n
4. Ensinar a paci\u00eancia: <\/strong>\u201cO objetivo final \u00e9 completar o \u00e1lbum, por\u00e9m, para isso \u00e9 necess\u00e1rio todo um processo. Isso \u00e9 importante para inserir no\u00e7\u00f5es importantes para seu filho, como a paci\u00eancia e a autorregula\u00e7\u00e3o. Al\u00e9m disso, fazer essa cole\u00e7\u00e3o tamb\u00e9m ajuda a crian\u00e7a a lidar com algumas frustra\u00e7\u00f5es, potencializando a intelig\u00eancia emocional e outras capacidades importantes no desenvolvimento\u201d, afirma Colombini.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"\u00c1lbum da Copa: como a cole\u00e7\u00e3o pode ajudar a desenvolver habilidades sociais","post_excerpt":"\u00c0 venda nas bancas, o \u00e1lbum da Copa do Mundo de Qatar j\u00e1 virou febre entre as crian\u00e7as; para o psic\u00f3logo Filipe Colombini, a troca de figurinhas favorece a intera\u00e7\u00e3o social e a comunica\u00e7\u00e3o","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"album-da-copa-como-a-colecao-pode-ajudar-a-desenvolver-habilidades-sociais","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-09-08 09:08:16","post_modified_gmt":"2022-09-08 12:08:16","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64760","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64745,"post_author":"4","post_date":"2022-09-01 22:59:29","post_date_gmt":"2022-09-02 01:59:29","post_content":"\n
A compreens\u00e3o de que a inf\u00e2ncia \u00e9 uma fase determinante para o desenvolvimento saud\u00e1vel das crian\u00e7as tem feito com que os pais busquem cada vez mais informa\u00e7\u00f5es e ferramentas que os ajudem na cria\u00e7\u00e3o dos filhos<\/a>. Nesse contexto, tem crescido tamb\u00e9m a demanda por profissionais de educa\u00e7\u00e3o parental<\/a> que atuam na orienta\u00e7\u00e3o das fam\u00edlias. Muitos deles estar\u00e3o reunidos no 3\u00b0 Congresso Internacional de Educa\u00e7\u00e3o Parental<\/a>, que ser\u00e1 realizado em S\u00e3o Paulo, nos dias 24, 25 e 26 de novembro, com alguns dos principais experts do Brasil e do mundo no tema. <\/p>\n\n\n\n
\u201cCriado em 2020, o Congresso Internacional de Educa\u00e7\u00e3o Parental \u00e9 mais do que um evento. Ele \u00e9 um movimento de profissionai<\/a>s que querem ver a educa\u00e7\u00e3o parental levada a s\u00e9rio no Brasil. S\u00e3o profissionais que acreditam que a transforma\u00e7\u00e3o da sociedade come\u00e7a em casa, pela transforma\u00e7\u00e3o das fam\u00edlias\u201d, afirma Ivana Moreira, fundadora da Canguru News , <\/strong>co-organizadora do evento junto com a Parent Coaching<\/a>, que oferece forma\u00e7\u00e3o a profissionais que atuam com pais e filhos.<\/p>\n\n\n\n
Ela destaca que, em apenas dois anos, o evento ganhou o respeito das maiores autoridades em estudos da parentalidade. \u201cProva disso \u00e9 a presen\u00e7a neste ano de um dos nomes mais respeitados mundialmente, o do psiquiatra e escritor americano Daniel Siegel<\/strong>\u201d, ressalta Ivana.<\/p>\n\n\n\n
Professor e pesquisador da Escola de Medicina da Universidade das Calif\u00f3rnia (UCLA), Siegel \u00e9 autor de in\u00fameras obras, que s\u00e3o refer\u00eancia nas quest\u00f5es da parentalidade, como o best-seller O c\u00e9rebro da crian\u00e7a. \u201cA parentalidade imperfeita\u201d, \u00e9 o foco da palestra que ele dar\u00e1 no congresso, na sexta-feira (25), \u00e0 tarde.<\/p>\n\n\n\n
Para a abertura do evento, na quinta-feira (24), est\u00e1 confirmada a apresenta\u00e7\u00e3o do psic\u00f3logo e escritor paraibano Rossandro Klinjey<\/strong>, que ir\u00e1 falar sobre o poder da parentalidade. Refer\u00eancia na \u00e1rea educacional e especialista em desenvolvimento humano, Rossandro costuma dizer que n\u00e3o h\u00e1 receita de bolo para educar os filhos e \u00e9 preciso construir compet\u00eancias para se tornar um pai educador.<\/p>\n\n\n\n
Na palestra seguinte, a atriz e educadora parental Magda Figueiredo<\/strong>, que ministra cursos sobre letramento racial, debater\u00e1 sobre o papel dos educadores no combate ao racismo e ao preconceito.<\/p>\n\n\n\n
J\u00e1 o pesquisador social ingl\u00eas Dominic Barter,<\/strong> que vive h\u00e1 quase 30 anos no Brasil, falar\u00e1 sobre seu trabalho de media\u00e7\u00e3o de conflitos por meio da comunica\u00e7\u00e3o n\u00e3o violenta, na sexta-feira (25). <\/p>\n\n\n\n
No \u00faltimo dia do evento, s\u00e1bado (26), ser\u00e3o tratados temas como transtornos, depress\u00e3o e suic\u00eddio na inf\u00e2ncia e na adolesc\u00eancia, com o pediatra e neurobiologista infantil Clay Brites <\/strong>e o hebiatra Felipe Fortes<\/strong>. Crian\u00e7as desafiadoras s\u00e3o o foco das apresenta\u00e7\u00f5es da psicopedagoga Isa Minatel <\/strong>e da coach e formadora sueca Mikaela Oven<\/strong>.<\/p>\n\n\n\n
Ainda, os estudos da neuroci\u00eancia e sua rela\u00e7\u00e3o com a cria\u00e7\u00e3o dos filhos ser\u00e3o explorados pela neurologista pediatra Liubiana Arantes <\/strong>e a psicopedagoga e psicomotricista Luciana Brites<\/strong>. Para a confer\u00eancia de encerramento, a comunicadora e escritora Cris P\u00e0z<\/strong> debater\u00e1 a import\u00e2ncia do autoconhecimento.<\/p>\n\n\n\n
Para a programa\u00e7\u00e3o completa do evento, ingressos e outras informa\u00e7\u00f5es acesse o site oficial do congresso<\/a>. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"Daniel Siegel e Rossandro Klinjey s\u00e3o destaque em congresso educa\u00e7\u00e3o parental","post_excerpt":"Evento ocorre em S\u00e3o Paulo, no m\u00eas de novembro, e j\u00e1 est\u00e1 com as inscri\u00e7\u00f5es abertas; conhe\u00e7a alguns dos principais palestrantes confirmados ","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"daniel-siegel-e-rossandro-klinjey-sao-destaque-em-congresso-de-educacao-parental","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-09-08 09:04:57","post_modified_gmt":"2022-09-08 12:04:57","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64745","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64723,"post_author":"4","post_date":"2022-09-01 21:45:07","post_date_gmt":"2022-09-02 00:45:07","post_content":"\n
Dados rec\u00e9m divulgados<\/a> pela ONG Aldeias Infantis mostram que o n\u00famero de crian\u00e7as e adolescentes internados<\/a>, em 2021, devido a acidentes, aumentou 5,3% em compara\u00e7\u00e3o com 2020. Foram 110.341 casos de interna\u00e7\u00f5es no ano passado, na faixa et\u00e1ria de 0 a 14 anos, por motivos como queda, queimadura, acidente de tr\u00e2nsito, intoxica\u00e7\u00e3o e sufoca\u00e7\u00e3o<\/a>.\u00a0<\/p>\n\n\n\n
\u201cQuando falamos de interna\u00e7\u00f5es, n\u00e3o \u00e9 algo simples como ralar o joelho ou cair da bicicleta, s\u00e3o causas graves <\/a>e isso gera um custo tanto para o sistema de sa\u00fade quanto para a fam\u00edlia, al\u00e9m, claro, do impacto psicol\u00f3gico e emocional na crian\u00e7a\u201d, afirma Erika Tonelli, especialista em Entornos Seguros e Protetores da Aldeias Infantis SOS.<\/p>\n\n\n\n
O mais triste \u00e9 saber que a maioria dos acidentes n\u00e3o s\u00e3o uma fatalidade, pelo contr\u00e1rio: estudos americanos afirmam que medidas simples de preven\u00e7\u00e3o podem evitar at\u00e9 90% dos acidentes. A seguir, veja as principais recomenda\u00e7\u00f5es para prevenir os cinco acidentes mais comuns ocorridos no ano passado.   <\/p>\n\n\n\n
Principais acidentes com crian\u00e7as em 2021<\/h2>\n\n\n\n
Queda<\/strong> \u2013 respons\u00e1vel por 44% dos acidentes<\/strong> - 48.387 interna\u00e7\u00f5es <\/mark><\/li>
Queimadura<\/strong> - respons\u00e1vel por 19% dos acidentes<\/strong> - 21.100 interna\u00e7\u00f5es<\/mark><\/li>
Tr\u00e2nsito<\/strong> \u2013 respons\u00e1vel por 10% dos acidentes<\/strong> - 11.172 crian\u00e7as interna\u00e7\u00f5es<\/mark><\/li>
Intoxica\u00e7\u00f5es<\/strong> \u2013 respons\u00e1vel por 5%\u00a0dos acidentes<\/strong> - 4.151 crian\u00e7as interna\u00e7\u00f5es<\/mark><\/li>
Sufoca\u00e7\u00e3o<\/strong> - respons\u00e1vel por 0,43% dos acidentes<\/strong> - 479 crian\u00e7as interna\u00e7\u00f5es<\/mark><\/li><\/ol>\n\n\n\n
Fonte: ONG Aldeias Infantis SOS<\/span><\/p>\n\n\n\n
1. Queda<\/h2>\n\n\n\n
Para prevenir quedas, seja de grandes alturas ou dentro de casa, nunca \u00e9 demais refor\u00e7ar: instale grades ou redes de prote\u00e7\u00e3o<\/strong> nas janelas, sacadas, varandas, mezaninos e quaisquer outros v\u00e3os que apresentem risco. Todas as janelas da resid\u00eancia devem ser teladas, at\u00e9 mesmo as dos banheiros, que costumam ficar de fora pelo tamanho reduzido. Isso vale tamb\u00e9m para as janelas de modelo basculante. A recomenda\u00e7\u00e3o \u00e9 que <\/strong>as telas sejam instaladas antes mesmo da crian\u00e7a nascer, para prevenir acidentes com beb\u00eas que se mexem e se impulsionam do colo. Se houver preocupa\u00e7\u00e3o com a limpeza das esquadrias, empresas especializadas oferecem telas remov\u00edveis como alternativa. Nas escadas internas da casa deve-se usar port\u00f5es de seguran\u00e7a no topo e base.<\/p>\n\n\n\n
Al\u00e9m da queda de altura, ambientes lisos e molhados, como o box do banheiro<\/strong>, pedem aten\u00e7\u00e3o, principalmente, de crian\u00e7as menores, que, durante o banho, devem ser supervisionadas por um adulto. Cama, sof\u00e1 e ber\u00e7o <\/strong>tamb\u00e9m s\u00e3o locais de quedas recorrentes. Os beb\u00eas, ainda que n\u00e3o tenham muita mobilidade, exigem cuidado especial, j\u00e1 que podem se machucar com gravidade ao cair desses lugares. Pais e respons\u00e1veis t\u00eam de se assegurar de que o beb\u00ea estar\u00e1 em seguran\u00e7a quando acordar, se n\u00e3o houver supervis\u00e3o no momento.<\/p>\n\n\n\n
2. Queimadura<\/h2>\n\n\n\n
Um dos ambientes da casa que oferece maior risco \u00e9 a cozinha, por isso mantenha a garotada longe do fog\u00e3o e procure cozinhar usando as bocas de tr\u00e1s, deixando os cabos das panelas virados sempre para dentro. O acesso ao g\u00e1s, \u00e0 porta do forno, \u00e0 \u00e1gua e \u00f3leo ferventes tamb\u00e9m pedem aten\u00e7\u00e3o. Outro cuidado importante: guarde f\u00f3sforos, \u00e1lcool e outros produtos inflam\u00e1veis em arm\u00e1rios trancados e longe do alcance das crian\u00e7as. O atendimento a queimaduras nunca deve ser feito em casa ou com receitas caseiras. <\/p>\n\n\n\n
O \u00e1lcool em gel<\/strong>, que se popularizou na pandemia, pode causar queimaduras em contato com o olho ou a boca, ou ainda, no caso de ingest\u00e3o, dependendo da quantidade, pode causar intoxica\u00e7\u00e3o. As embalagens desse produto devem ser deixadas longe do alcance das crian\u00e7as, para evitar o uso n\u00e3o supervisionado. A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) afirma que, para as crian\u00e7as, deve-se sempre que poss\u00edvel optar por usar \u00e1gua e sab\u00e3o na higieniza\u00e7\u00e3o das m\u00e3os, como prote\u00e7\u00e3o contra o coronav\u00edrus, deixando o uso do \u00e1lcool em gel para o uso fora de casa.<\/p>\n\n\n\n
3. Tr\u00e2nsito<\/h2>\n\n\n\n
Para prevenir acidentes, a orienta\u00e7\u00e3o \u00e9 que as crian\u00e7as andem nas ruas com supervis\u00e3o de um adulto at\u00e9 que demonstrem habilidade e capacidade de julgamento do tr\u00e2nsito, o que pode ocorrer a partir dos 10 anos de idade. Enquanto estiver caminhando na rua, segure sempre a m\u00e3o da crian\u00e7a, de forma firme e pelo pulso. N\u00e3o permita brincadeiras em locais que n\u00e3o s\u00e3o adequados, como entradas ou sa\u00eddas de garagens, quintais sem cerca, ruas ou estacionamentos.<\/p>\n\n\n\n
4. Intoxica\u00e7\u00e3o<\/h2>\n\n\n\n
Acidentes com medicamentos ou produtos t\u00f3xicos infelizmente s\u00e3o comuns. A intoxica\u00e7\u00e3o pela ingest\u00e3o, manipula\u00e7\u00e3o ou inala\u00e7\u00e3o pode ser perigosa e fatal, dependendo da \u00e1rea afetada e da toxicidade. \u00c9 importante explicar \u00e0s crian\u00e7as que os rem\u00e9dios devem ser tomados somente quando necess\u00e1rio, e evitar cham\u00e1-los por nomes de doces ou balas - alguns pais recorrem a essa t\u00e1tica para facilitar a administra\u00e7\u00e3o. Al\u00e9m disso, nunca medique sem orienta\u00e7\u00e3o m\u00e9dica ou por sugest\u00e3o de terceiros. <\/p>\n\n\n\n
Guarde as embalagens de produtos potencialmente t\u00f3xicos, como medicamentos, bebidas alco\u00f3licas, produtos de limpeza e pesticidas, logo ap\u00f3s a utiliza\u00e7\u00e3o, fora do alcance das crian\u00e7as. N\u00e3o use embalagens vazias para guardar produtos que podem ser t\u00f3xicos, mantenha-os sempre nas embalagens originais. N\u00e3o d\u00ea embalagens vazias desses produtos para as crian\u00e7as brincarem. Tampouco coloque produtos de uso dom\u00e9stico junto de alimentos e evite plantas t\u00f3xicas em casa ou no jardim, em locais de f\u00e1cil acesso para as crian\u00e7as.<\/p>\n\n\n\n
5. Sufoca\u00e7\u00e3o<\/h2>\n\n\n\n
Crian\u00e7as de at\u00e9 3 anos, que est\u00e3o na fase de experimentar o mundo e costumam levar tudo \u00e0 boca, s\u00e3o mais propensas a sofrerem acidentes relacionados \u00e0 sufoca\u00e7\u00e3o. A sufoca\u00e7\u00e3o ocorre quando h\u00e1 a cobertura total ou parcial do nariz e\/ou da boca, resultando na dificuldade ou impossibilidade de respirar. Entre beb\u00eas menores de um ano de idade, o risco de sufoca\u00e7\u00e3o \u00e9 muito alto devido a sua falta de capacidade de escaparem por si mesmos de uma situa\u00e7\u00e3o de perigo. A introdu\u00e7\u00e3o alimentar merece precau\u00e7\u00e3o e uma das orienta\u00e7\u00f5es \u00e9 n\u00e3o oferecer alimentos redondos e duros, como uva, amendoim ou outras castanhas e cenoura crua, al\u00e9m de cortar os alimentos em peda\u00e7os bem pequenos. Tamb\u00e9m \u00e9 importante aprender as manobras de desengasgo<\/a> para saber como agir nesse momento.<\/p>\n\n\n\n
Outros acidentes<\/h2>\n\n\n\n
Apesar do aumento geral dos acidentes, os casos envolvendo afogamento diminu\u00edram<\/a> em 2021. Ainda assim, \u00e9 v\u00e1lido lembrar que os pequenos menores de 4 anos podem se afogar em recipientes com at\u00e9 2,5 cm de \u00e1gua. Por isso, al\u00e9m dos cuidados com as piscinas, como a prote\u00e7\u00e3o com cercas e port\u00e3o com cadeado ou trava de seguran\u00e7a, \u00e9 preciso aten\u00e7\u00e3o com banheiras, bacias e baldes, que devem ser guardados vazios e virados para baixo. E, claro, nunca deixe crian\u00e7as sozinhas dentro ou perto da \u00e1gua, nem por um segundo!<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"Como prevenir os\u00a05 acidentes\u00a0mais perigosos\u00a0com crian\u00e7as","post_excerpt":"Pesquisa da ONG Aldeias Infantis SOS mostrou que cresceu o n\u00famero de crian\u00e7as internadas por acidentes em 2021; veja as principais medidas para evit\u00e1-los","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"como-prevenir-os-5-acidentes-mais-perigosos-com-criancas","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-09-09 08:55:11","post_modified_gmt":"2022-09-09 11:55:11","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64723","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64666,"post_author":"4","post_date":"2022-08-30 17:24:27","post_date_gmt":"2022-08-30 20:24:27","post_content":"\n
O n\u00famero de crian\u00e7as e adolescentes que se internaram<\/a>, em 2021, devido a acidentes, aumentou em compara\u00e7\u00e3o com 2020. Foram 110.341 casos de interna\u00e7\u00f5es no ano passado, na faixa et\u00e1ria de 0 a 14 anos, segundo pesquisa da ONG Aldeias Infantis SOS e do Instituto Bem Cuidar. O n\u00famero revela um crescimento de 5,3% em rela\u00e7\u00e3o ao ano anterior. <\/p>\n\n\n\n
As quedas foram a principal causa das interna\u00e7\u00f5es<\/a>, sendo respons\u00e1veis por 44% das ocorr\u00eancias, seguidas pelas queimaduras, 19%, acidentes de tr\u00e2nsito, 10%, e intoxica\u00e7\u00f5es, 5%. Em m\u00e9dia, 302 crian\u00e7as foram hospitalizadas<\/a>, por dia, por conta de algum acidente em 2021, segundo o estudo feito com informa\u00e7\u00f5es do Datasus, do Minist\u00e9rio da Sa\u00fade.<\/p>\n\n\n\n
\u201cChama muito a aten\u00e7\u00e3o, por exemplo, que a maior causa de interna\u00e7\u00e3o seja a queda<\/a>, pois a gente sabe que h\u00e1 medidas para evitar isso. \u00c9 preciso colocar tela em janelas e sacadas<\/a>, evitar deixar m\u00f3veis pr\u00f3ximo a janelas, enfim, uma s\u00e9rie de dicas que s\u00e3o importantes para que pais e adultos estejam munidos dessas informa\u00e7\u00f5es para evitar os acidentes\u201d, afirmou Erika Tonelli, especialista em Entornos Seguros e Protetores da Aldeias Infantis SOS.\u00a0<\/p>\n\n\n\n
Erika lembra que, embora os acidentes fa\u00e7am parte da vida das crian\u00e7as enquanto est\u00e3o se desenvolvendo e experienciando o mundo, a maioria deles poderiam ser evitados. \u201cAt\u00e9 90% dos acidentes poderiam ser prevenidos com medidas simples. Os pais e familiares devem estar sempre atentos aos ambientes - n\u00e3o s\u00f3 aos dom\u00e9sticos, mas tamb\u00e9m espa\u00e7os comunit\u00e1rios, parques, escolas e todos os lugares que as crian\u00e7as frequentam -, para perceber quais riscos existem e se \u00e9 preciso tomar alguma medida ou ter um olhar mais cuidadoso para elas\u201d, ressalta a especialista.<\/p>\n\n\n\n
Apesar do aumento geral dos acidentes, constatou-se que em 2021 os casos envolvendo afogamento diminu\u00edram<\/a> em 2% e sufoca\u00e7\u00e3o em 6%, quando comparado ao ano anterior.  <\/p>\n\n\n\n
O estudo tamb\u00e9m ressalta que, apesar do aumento no volume de interna\u00e7\u00f5es, os n\u00fameros de 2021 s\u00e3o menores que no per\u00edodo anterior \u00e0 pandemia. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong> <\/p>\n\n\n\n\n\n
Tipos de acidentes por idade <\/h2>\n\n\n\n
Segundo o levantamento, a faixa et\u00e1ria de 5 a 9 anos de idade \u00e9 a mais atingida pelas quedas e a que mais sofreu hospitaliza\u00e7\u00f5es em 2021 - representando 35,1% dos internados por acidentes. As crian\u00e7as com idade de 10 a 14 anos tamb\u00e9m tiveram um n\u00famero alto de interna\u00e7\u00f5es (34,2%), sendo igualmente as quedas a causa mais comum. <\/p>\n\n\n\n
J\u00e1 na faixa et\u00e1ria de 1 a 4 anos, que representa 25,6% das intera\u00e7\u00f5es, intoxica\u00e7\u00e3o e queimaduras est\u00e3o entre os principais acidentes. Menores de 1 ano representaram 5,2% das interna\u00e7\u00f5es, motivadas por acidentes como sufoca\u00e7\u00e3o, mas tamb\u00e9m queimaduras, afogamento, intoxica\u00e7\u00e3o e quedas. <\/p>\n\n\n\n
Erika relata que dependendo da faixa et\u00e1ria, a preval\u00eancia dos acidentes vai sendo alterada. Os beb\u00eas de at\u00e9 1 ano t\u00eam um n\u00famero maior de casos de sufoca\u00e7\u00e3o, porque s\u00e3o crian\u00e7as que levam coisas \u00e0 boca. J\u00e1 a intoxica\u00e7\u00e3o tem um n\u00famero bastante alto entre 1 e 4 anos, depois vem a queda, com crian\u00e7as acima de 5 anos, que exploram mais o ambiente e est\u00e3o mais expostas ao mundo externo. \"Mas isso n\u00e3o quer dizer que a gente n\u00e3o deva estar atento \u00e0s demais causas de acidentes. Mesmo a queimadura pode ser comum nos beb\u00eas durante o banho, por exemplo\u201d, explica a porta-voz da Aldeias Infantis SOS. <\/p>\n\n\n\n
Principais causas de acidentes com crian\u00e7as (0 a 14 anos)*<\/h2>\n\n\n\n
Quedas - 44%<\/li>
Queimaduras 19%<\/li>
Tr\u00e2nsito - 10%<\/li>
Intoxica\u00e7\u00f5es - 5% <\/li><\/ul>\n\n\n\n
Acidentes mais comuns por faixa et\u00e1ria<\/h2>\n\n\n\n
0 a 1 ano - Sufoca\u00e7\u00e3o<\/li>
1 a 4 anos - Intoxica\u00e7\u00e3o<\/li>
5 a 9 anos - Quedas<\/li>
10 a 14 anos - Quedas<\/li><\/ul>\n\n\n\n
*N\u00fameros consolidados pela ONG Aldeias Infantis SOS, a partir da base de dados Datasus, do Minist\u00e9rio da Sa\u00fade.<\/em><\/p>\n\n\n\n
Quedas e queimaduras<\/h2>\n\n\n\n
Os registros de quedas no Datasus incluem tanto acidentes ocorridos em casa, quanto em ambientes externos, como playgrounds e parques. Segundo Erika, n\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel afirmar qual tipo de queda \u00e9 a mais comum, mas ela avalia que tanto o maior tempo dentro de casa, durante a pandemia, quanto o incentivo \u00e0s atividades ao ar livre, ap\u00f3s o per\u00edodo de isolamento social, podem ter contribu\u00eddo para esse tipo de acidente.<\/p>\n\n\n\n
J\u00e1 em rela\u00e7\u00e3o \u00e0s queimaduras, ela diz que percebeu um leve aumento de casos, principalmente, devido ao uso recorrente de \u00e1lcool e \u00e1lcool em gel, como forma de prote\u00e7\u00e3o contra a Covid, e possivelmente tamb\u00e9m pelo uso maior de formas alternativas de combust\u00edvel na cozinha, como carv\u00e3o, \u00f3leo e querosene, devido \u00e0 piora da condi\u00e7\u00e3o econ\u00f4mica de grande parte das fam\u00edlias brasileiras. <\/p>\n\n\n\n
\u201cMesmo alimentos quentes em cima da mesa, a crian\u00e7a pode puxar e eles virarem em cima dela. \u00c9 importante tamb\u00e9m evitar tomar bebidas quentes com o filho no colo e estar atento ao risco de choque el\u00e9trico com ferro de passar roupa, com o uso do celular enquanto carrega e com instala\u00e7\u00f5es el\u00e9tricas da casa\u201d, destaca Erika.  <\/p>\n\n\n\n
Para a especialista, a precariza\u00e7\u00e3o das condi\u00e7\u00f5es de trabalhos e a exaust\u00e3o de alguns cuidadores tamb\u00e9m podem ser fatores que interferiram nos cuidados com as crian\u00e7as. Al\u00e9m disso, existe o fato de muitas delas ficarem sozinhas em casa, sem a supervis\u00e3o de um adulto, o que contribui ainda mais para o aumento de acidentes. <\/p>\n\n\n\n
Dados mostram que 1 a cada 4 crian\u00e7as acidentadas fica com sequelas permanentes durante toda a vida.<\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
\u201cQuando falamos de interna\u00e7\u00f5es, n\u00e3o \u00e9 algo simples como ralar o joelho ou cair da bicicleta, s\u00e3o causas graves e isso gera um custo tanto para o sistema de sa\u00fade quanto para a fam\u00edlia, al\u00e9m, claro, do impacto psicol\u00f3gico e emocional na crian\u00e7a\u201d, pontua Erika.<\/p>\n\n\n\n
Principais causas de mortes de crian\u00e7as por acidentes em 2020<\/h2>\n\n\n\n
Em rela\u00e7\u00e3o ao n\u00famero de mortes de crian\u00e7as por acidentes, Erika explicou que os dados mais recentes fornecidos pelo Datasus s\u00e3o de 2020, quando 3.117 crian\u00e7as de at\u00e9 14 anos de idade perderam a vida. Apesar de o tr\u00e2nsito continuar sendo a principal causa das fatalidades com 30% do total, os afogamentos e casos de sufoca\u00e7\u00e3o tamb\u00e9m registraram marcas preocupantes, com 27% e 22%, respectivamente. <\/p>\n\n\n\n
Mortes de crian\u00e7as por acidentes - 2020 <\/h3>\n\n\n\n
Tr\u00e2nsito - 30%<\/li>
Afogamentos - 27%<\/li>
Sufoca\u00e7\u00e3o - 22%<\/li><\/ul>\n\n\n\n
Apesar disso, se comparado com 2019, o n\u00famero de \u00f3bitos recuou 2%, sendo a maior redu\u00e7\u00e3o em sufoca\u00e7\u00e3o, com queda de 14%. Por outro lado, fatalidades envolvendo intoxica\u00e7\u00f5es e quedas seguiram o caminho inverso e aumentaram respectivamente 23% e 12% cada uma. Sob a \u00f3tica da faixa et\u00e1ria, crian\u00e7as de 1 a 4 anos concentram a maior taxa de mortalidade por acidentes no Brasil (32%).<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"Aumentam as interna\u00e7\u00f5es de crian\u00e7as por acidentes","post_excerpt":"Mais de 110 mil crian\u00e7as foram internadas em 2021, segundo pesquisa da ONG Aldeias Infantis SOS, devido a quedas, queimaduras e acidentes de tr\u00e2nsito, entre outras causas","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"aumentam-as-internacoes-de-criancas-por-acidentes","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-09-05 10:23:46","post_modified_gmt":"2022-09-05 13:23:46","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64666","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64515,"post_author":"4","post_date":"2022-08-25 23:30:00","post_date_gmt":"2022-08-26 02:30:00","post_content":"\n
\u201cDe boa, passo muito tempo da minha vida no quarto. T\u00e1 ligado? \u00c9 um canto s\u00f3 meu. No quarto, j\u00e1 fiz tudo. Tamb\u00e9m j\u00e1 pensei em fazer besteira.\u201d  <\/em><\/p>\n\n\n\n
\"Fico mais tempo do que no resto da casa. S\u00f3 saio pra comer, saca? Tem dia que nem pra comer. Ningu\u00e9m me pergunta nada. S\u00f3 ficaram mais preocupados, minha m\u00e3e e meu pai, quando a professora falou que me cortei.\"<\/em><\/p>\n\n\n\n
Relatos como esses fazem parte dos depoimentos que o pesquisador Hugo Monteiro Ferreira colheu para um estudo sobre o cotidiano de crian\u00e7as e adolescentes brasileiros<\/a> marcados pelo adoecimento emocional e mental<\/a>. <\/p>\n\n\n\n
S\u00e3o jovens na faixa et\u00e1ria de 11 a 18 anos de idade, que passam cerca de seis horas por dia dentro de seus quartos, geralmente conectados \u00e0s redes sociais<\/a>, e com s\u00e9rios problemas de conviv\u00eancia entre os seus pares<\/a> e tamb\u00e9m com os adultos com os quais convivem.\u00a0De modo geral, s\u00e3o pessoas que pertencem a uma classe social mais favorecida.<\/p>\n\n\n\n
Hugo os definiu como \u201ca gera\u00e7\u00e3o do quarto\u201d. V\u00edtimas de bullying, cyberbullying e outras viol\u00eancias<\/a>, geralmente na escola, eles vivenciam nesse c\u00f4modo da casa diversas formas de sofrimento - de transtornos alimentares a ansiedade, depress\u00e3o e at\u00e9 mesmo suic\u00eddio<\/a>. <\/p>\n\n\n\n
\u201cA gera\u00e7\u00e3o do quarto adverte-nos que as fam\u00edlias e as escolas precisam \"escutar\" meninos e meninas e rever posturas e procedimentos, bem como formas de educar e jeitos de orientar\u201d, afirma Hugo, no livro \u201cA gera\u00e7\u00e3o do quarto - quando as crian\u00e7as nos ensinam a amar\u201d. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
A obra \u00e9 fruto de uma pesquisa que ouviu 3.115 crian\u00e7as e adolescentes, de escolas p\u00fablicas e, principalmente, privadas, de cinco capitais do pa\u00eds. \u00c9 um grupo que retrata nitidamente os jovens da sociedade contempor\u00e2nea. \"Tenho retornos de professores e professoras que me diziam: \"olha isso que voc\u00ea disse acontece exatamente assim na minha escola\", afirmou Hugo. <\/p>\n\n\n\n
Segundo ele, a fragilidade dessa gera\u00e7\u00e3o revela a fragilidade dos pais e das m\u00e3es. \u201cN\u00e3o s\u00e3o s\u00f3 as crian\u00e7as e os adolescentes que est\u00e3o no quarto \u2014 os adultos tamb\u00e9m est\u00e3o. O quarto \u00e9 a met\u00e1fora da fam\u00edlia que n\u00e3o dialoga, mas grita; da escola que n\u00e3o acolhe, mas exige o desempenho das notas\u201d, afirma Humberto da Silva Miranda, doutor em Hist\u00f3ria das Inf\u00e2ncias, no pref\u00e1cio do livro. <\/p>\n\n\n\n
$\"\"$
Hugo Monteiro Ferreira<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n
A seguir, leia a entrevista que o autor concedeu \u00e0 Canguru News<\/strong>. Hugo \u00e9 professor do departamento de Educa\u00e7\u00e3o e do Programa de P\u00f3s-Gradua\u00e7\u00e3o em Educa\u00e7\u00e3o, Culturas e Identidades, ambos da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Na mesma institui\u00e7\u00e3o, ele coordena o N\u00facleo do Cuidado Humano e o Grupo de Estudos da Transdisciplinaridade, da Inf\u00e2ncia e da Juventude (GETIJ).<\/p>\n\n\n\n
Qual o perfil da gera\u00e7\u00e3o do quarto?<\/h2>\n\n\n\n
S\u00e3o crian\u00e7as e adolescentes, entre 11 e 16 anos, que passam mais de 6 horas por dia dentro do quarto, usando excessivamente as redes sociais digitais, e j\u00e1 sofreram algum tipo de viol\u00eancia, como bullying e cyberbullying, geralmente ocorrida na escola. Eles t\u00eam sintomatologias de psicopatologias as mais diversas, com predomin\u00e2ncia para depress\u00e3o, transtornos obsessivos compulsivos, transtornos alimentares, com predomin\u00e2ncia de anorexia e bulimia, transtorno de ansiedade, uso abusivo de \u00e1lcool, de maconha ou drogas qu\u00edmicas e dist\u00farbios de sono. E no campo da autodestrui\u00e7\u00e3o, praticam a autoles\u00e3o, sem inten\u00e7\u00e3o suicida, e alguns t\u00eam idea\u00e7\u00e3o suicida e tentaram suic\u00eddio mais de uma vez, esse \u00e9 o perfil da gera\u00e7\u00e3o do quarto.<\/p>\n\n\n\n
Como foi feita a pesquisa?<\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa foi feita entre 2017 e 2019, com alunos de escolas p\u00fablicas e privadas de cinco capitais brasileiras \u2014 Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Macei\u00f3 e Natal. Inicialmente, foi aplicado um question\u00e1rio online para 3.115 crian\u00e7as e adolescentes, e a partir das respostas foi feito um recorte com 238 jovens, dos quais a grande maioria, 70%, s\u00e3o de escolas privadas, e fazem parte da classe m\u00e9dia e classe m\u00e9dia alta. Os resultados mostraram que 75% dos 3.115 alunos est\u00e3o com a sa\u00fade mental abalada, embora nem todos apresentem sintomatologia psicopatol\u00f3gica. N\u00e3o publiquei nenhum artigo sobre o estudo porque desde o in\u00edcio tive a inten\u00e7\u00e3o de fazer um livro, que ficou pronto em 2020. De l\u00e1 para c\u00e1, a obra passou por revis\u00f5es, sendo publicada agora, em 2022. Ressalto que a gera\u00e7\u00e3o do quarto n\u00e3o foi criada na pandemia, mas sofreu na pandemia duas vezes mais pela situa\u00e7\u00e3o de vulnerabilidade em que se encontrava. <\/p>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 um retrato da juventude brasileira? <\/h2>\n\n\n\n
Eu fiz um recorte, mas todas as pessoas que mantiveram contato comigo e n\u00e3o estiveram no recorte da pesquisa se identificaram com ela. Tenho retornos de professores e professoras que me diziam: \"olha isso que voc\u00ea disse acontece exatamente assim na minha escola\". As pessoas se identificam porque tem uma verossimilhan\u00e7a. Muitas dizem: \"ah, tenho um filho, uma filha, que tamb\u00e9m est\u00e1 no quarto\". Se voc\u00ea for em qualquer escola, infelizmente ir\u00e1 encontrar algo semelhante.<\/p>\n\n\n\n
Como entender os problemas que essa gera\u00e7\u00e3o enfrenta, quais s\u00e3o suas origens?<\/h2>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 forjada, criada dentro de casa, \u00e9 a fam\u00edlia quem cria essa gera\u00e7\u00e3o, n\u00e3o \u00e9 a escola, a escola ajuda a manter, a fazer a manuten\u00e7\u00e3o do sofrimento, mas a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 produto de uma fam\u00edlia no quarto tamb\u00e9m, uma fam\u00edlia isolada, adoecida, de pouco di\u00e1logo, violenta. A viol\u00eancia num sentido amplo, n\u00e3o s\u00f3 f\u00edsica, psicol\u00f3gica, mas uma viol\u00eancia simb\u00f3lica, h\u00e1 muito movimento de viol\u00eancia dentro dessas casas. A viol\u00eancia simb\u00f3lica se expressa nas nuances, na organiza\u00e7\u00e3o, no establishment<\/em>, c\u00f3digos de comportamentos. Por exemplo, entrevistei meninos de 15, 16 anos, que eram gays, e na casa havia uma esp\u00e9cie de heteronormatividade, n\u00e3o era dito isso, mas havia a heteronormatividade como conduta, regra. \u00c9 isso que temos visto dentro dessas fam\u00edlias, s\u00e3o fam\u00edlias um tanto quanto provocativas e provocadoras dessa viol\u00eancia simb\u00f3lica. <\/p>\n\n\n\n
\u00c9 uma situa\u00e7\u00e3o muito preocupante, n\u00e3o? <\/h2>\n\n\n\n
A experi\u00eancia do quarto \u00e9 terr\u00edvel, porque n\u00e3o \u00e9 uma esp\u00e9cie de ref\u00fagio para aquietar mente, \u00e9 uma experi\u00eancia de ansiedade da mente, uma mente com probabilidades das mais diversas. <\/p>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 violentada, ela tamb\u00e9m vai violentar. \u00c9 importante observar isso. <\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Eu me preocupo muito porque parece que a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 meio que uma matriz de pequenos e pequenas curingas, do personagem do Batman. N\u00f3s estamos formando gera\u00e7\u00f5es violentas, e essa viol\u00eancia pode ser contra si, os \u00edndices de suic\u00eddio na adolesc\u00eancia n\u00e3o s\u00e3o m\u00ednimos. No Brasil, infelizmente, desde 2016, que eles aumentam, mas n\u00f3s tamb\u00e9m temos criado pessoas, em pa\u00edses como os Estados Unidos, que quando t\u00eam acesso a armas, criam e organizam massacres como esses que vimos nas escolas americanas. O perfil e a biografia desses adolescentes se assemelha \u00e0 gera\u00e7\u00e3o do quarto. \u00c9 preocupante, porque n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 o adoecimento ps\u00edquico, mas \u00e9 a produ\u00e7\u00e3o de uma comunidade psiquicamente adoecida, que tem na viol\u00eancia a gram\u00e1tica da sua sintaxe comunicacional, ou seja, a socializa\u00e7\u00e3o \u00e9 violenta.<\/p>\n\n\n\n
Muitas vezes, \u00e9 poss\u00edvel que voc\u00ea tenha pessoas que acham que s\u00e3o excelentes m\u00e3es e pais, mas que imprimem uma norma, uma conduta, um modelo que impede que o outro seja o que pode ser. Vi muito isso, adolescentes dizendo \u201ceu n\u00e3o consigo, para minha m\u00e3e nem para o meu pai, ser o que realmente sou, o que realmente gosto, tenho que mentir, me fazer ser o que n\u00e3o sou, criar um perfil falso\u201d. A viol\u00eancia simb\u00f3lica est\u00e1 muito nesse campo, no religioso, al\u00e9m da viol\u00eancia f\u00edsica e psicol\u00f3gica.<\/p>\n\n\n\n
<\/p>\n\n\n\n
H\u00e1 caracter\u00edsticas em comum entre os pais dessa gera\u00e7\u00e3o?<\/h2>\n\n\n\n
S\u00e3o pessoas que aprenderam com os modelos anteriores como devem proceder, como educar e como deve ser a rela\u00e7\u00e3o entre pais e filhos, e eles terminam agindo em nome desse bem-estar. Eles querem o bem dos filhos, n\u00e3o desejam o mal, mas \u00e9 um bem meio que projetado, n\u00e3o \u00e9 um bem presente, \u00e9 o bem do amanh\u00e3. Eu quero que meu filho esteja bem, mas para isso ele precisa seguir uma regra, uma norma, uma conduta, um padr\u00e3o, uma organiza\u00e7\u00e3o. Se ele n\u00e3o segue, eu n\u00e3o consigo ser m\u00e3e, pai dele, n\u00e3o consigo estabelecer uma rela\u00e7\u00e3o afetiva, de di\u00e1logo, e come\u00e7o a entrar em conflito.<\/p>\n\n\n\n
S\u00e3o pais que rejeitam os filhos? <\/h2>\n\n\n\n
Essa gera\u00e7\u00e3o mostra que os pais, se n\u00e3o h\u00e1 um modelo estabelecido, eles n\u00e3o se disp\u00f5em a aprender com o que eles veem na realidade, \u00e9 quase que um filho abstrato. Quando o filho real come\u00e7a a emergir e mostrar suas caracter\u00edsticas, os pais come\u00e7am a estranhar aquilo e n\u00e3o entram em processo de di\u00e1logo, se afastam. \u00c9 esse afastamento, esse vazio, que cria a gera\u00e7\u00e3o do quarto. Por isso afirmo que \u00e9 na matriz familiar que a gera\u00e7\u00e3o \u00e9 gerada, quer dizer, os pais n\u00e3o conseguem observar, de modo geral, a emerg\u00eancia dos humanos que eles mesmos criaram. Eles t\u00eam o humano projetado, \u00e9 quase um molde de um humano. Quando vem uma orienta\u00e7\u00e3o sexual ou um g\u00eanero que n\u00e3o \u00e9 norma, causa um impacto. <\/p>\n\n\n\n
Claro que \u00e9 menos impactante quando o filho diz que n\u00e3o quer ser m\u00e9dico, mas sim ator, pode haver resist\u00eancia mas n\u00e3o t\u00e3o intensa como quando voc\u00ea diz que \u00e9 gay, isso causa um embara\u00e7o. Mas n\u00e3o gosto de condenar os pais e as m\u00e3es, porque acho que eles est\u00e3o envolvidos nesse processo, eles querem acertar, ao menos, os que t\u00eam paternagem e maternagem, que chamo de esp\u00edrito de pai e m\u00e3e. Os que n\u00e3o t\u00eam, esses simplesmente geram os filhos, est\u00e3o ali numa esp\u00e9cie de playground de criar filhos. Mas os que t\u00eam paternagem, eles v\u00e3o tentando encontrar e conseguem, ent\u00e3o nesse caso, essa fissura, esse vazio que se abriu \u00e9 reduzido e a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 compreendida. <\/p>\n\n\n\n
Os pais sabem que t\u00eam um problema em casa?<\/h2>\n\n\n\n
Eles n\u00e3o t\u00eam conhecimento, porque a gera\u00e7\u00e3o do quarto cognitivamente n\u00e3o tem problema com boletim escolar. Essa gera\u00e7\u00e3o chega na universidade. Essa causa-consequ\u00eancia que a gente confabulou e afirmou tantas vezes que, por exemplo, vai ter problemas na escola, no rendimento escolar, n\u00e3o \u00e9 um sinal, a gera\u00e7\u00e3o do quarto tem um boletim escolar azul,<\/strong> e os pais n\u00e3o percebem. Eles acham que faz parte da vida estar no quarto.<\/strong> Muitos me dizem isso, \u201cah mas meu filho est\u00e1 no quarto j\u00e1 h\u00e1 tanto tempo que nem me dava conta\u201d. Eles come\u00e7am a se dar conta quando a crian\u00e7a ou o adolescente come\u00e7a a se cortar, quando come\u00e7am a gritar em sil\u00eancio, a\u00ed os pais alertam, mas at\u00e9 ent\u00e3o, n\u00e3o. Chamam para jantar, quando conseguem, lembrando que pais contempor\u00e2neos vivem muito fora de casa, trabalham muito, com finalidade de dar um futuro para os filhos.  <\/p>\n\n\n\n
Ou seja, o esfor\u00e7o dos pais para garantir uma boa estrutura familiar acaba por distanci\u00e1-los dos filhos?<\/h2>\n\n\n\n
\u00c9 a alternativa que se deu para a fam\u00edlia. Num pa\u00eds de mais de 210 milh\u00f5es de pessoas, n\u00e3o \u00e9 todo mundo que para e reflete sobre o que \u00e9 ser uma fam\u00edlia. Para os que est\u00e3o abaixo da linha da mis\u00e9ria tem que pensar muito como se recupera. H\u00e1 uma quest\u00e3o importante: o fen\u00f4meno da gera\u00e7\u00e3o do quarto se d\u00e1 em todas as classes sociais, mas as estrat\u00e9gias trabalhadas mudam. Tem muitas pessoas que usam a gravidez, por exemplo, como forma de sair de uma situa\u00e7\u00e3o socioecon\u00f4mica. Engravidar pode ser uma esp\u00e9cie de promo\u00e7\u00e3o social, ou seja, o problema \u00e9 o mesmo, a dor ps\u00edquica \u00e9 a mesma, mas a maneira de lidar com ela \u00e9 diferente. <\/p>\n\n\n\n
Os jovens n\u00e3o se abrem com os pais, mas n\u00e3o se opuseram a falar com voc\u00ea?<\/h2>\n\n\n\n
Talvez o que favorece para um pesquisador como eu \u00e9 me dispor a escutar sem condenar, sem julgamento. Eu escuto para acolher e esse talvez seja um potencial que a gente possa ensinar aos pais e \u00e0s m\u00e3es, para que o filho diga o que pensa, o que acha, o que gosta e n\u00e3o gosta, se sinta confort\u00e1vel em ser diferente dos pais. Acho que as fam\u00edlias escutam julgando, comparando e sentenciando demais. As crian\u00e7as, ao contr\u00e1rio do que as pessoas pensam, s\u00e3o muito sens\u00edveis, muito cr\u00edticas, elas conseguem responder perguntas, falar sobre sentimentos com quem elas se sentem confort\u00e1veis. Al\u00e9m disso, uma das t\u00e9cnicas que utilizei, o question\u00e1rio online, me trouxe muitas respostas, porque tinha perguntas abertas. Alguns dos depoimentos que apresento no livro eu n\u00e3o ouvi, eu li. Quando n\u00e3o tenho que dizer meu nome, quem eu sou, de onde sou, qual minha idade, me sinto mais livre para falar, pedir ajuda. Foram esses depoimentos que me causaram impacto e me fizeram depois entrevistar o grupo menor por meio de rodas de conversa. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Qual o papel da escola nesse contexto?<\/h2>\n\n\n\n
Eu sou um profissional e defensor da escola, a escola para mim \u00e9 uma grande inven\u00e7\u00e3o social, cumpre papel de forma\u00e7\u00e3o, de complementaridade, sobretudo no campo do que chamamos de conhecimento cient\u00edfico. Ela tamb\u00e9m tem um papel social, porque trabalha com pessoas, organiza\u00e7\u00f5es, institui\u00e7\u00f5es, mas ela precisa ser revisitada e reformulada nos seus objetivos matriciais. A escola n\u00e3o pode querer exclusivamente formar do ponto vista cognitivo. Isso \u00e9 um equ\u00edvoco que se manifesta sobretudo nessas escolas, que insistem num modelo de concorr\u00eancia, competi\u00e7\u00e3o, ranqueamento, na nota como resposta \u00e0 aprendizagem. S\u00e3o escolas desconectadas com grandes problemas contempor\u00e2neos, como a sobreviv\u00eancia do Planeta Terra. Temos um planeta amea\u00e7ado de desertifica\u00e7\u00e3o, de aus\u00eancia de comida, amea\u00e7ado no campo dos povos origin\u00e1rios, ent\u00e3o essas s\u00e3o preocupa\u00e7\u00f5es que a escola deve ter. <\/p>\n\n\n\n
Outra preocupa\u00e7\u00e3o \u00e9 a diversidade, temos uma sociedade que se mostra violenta com as minorias, racista e mis\u00f3gina. As mulheres sofrem muito nessa sociedade. A escola n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 para discutir f\u00f3rmulas qu\u00edmicas, biol\u00f3gicas, equa\u00e7\u00f5es matem\u00e1ticas, sintaxe da l\u00edngua. <\/p>\n\n\n\n
A escola \u00e9 para ajudar a usar o conhecimento cient\u00edfico na melhoria da qualidade de vida das pessoas, da minha e dos outros. <\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Ent\u00e3o se ela n\u00e3o faz isso, se insiste na concorr\u00eancia, em colocar aqueles que s\u00e3o bons e n\u00e3o s\u00e3o bons, os que s\u00e3o inteligentes e os que n\u00e3o s\u00e3o inteligentes, e ela tem insistido, ela ajuda a adoecer. \u00c9 o que digo no livro. <\/p>\n\n\n\n
O que dizer aos pais e m\u00e3es da gera\u00e7\u00e3o do quarto?<\/h2>\n\n\n\n
Os filhos e as filhas v\u00e3o precisar muito mesmo dos pais. Tem dois cen\u00e1rios, um \u00e9 ajudar meu filho a n\u00e3o entrar no quarto e o outro \u00e9 ajudar o filho que j\u00e1 est\u00e1 no quarto. No livro eu falo de cinco pilares: cuidado, autoconhecimento, conviv\u00eancia, dialogicidade e amorosidade. Trabalhar a fam\u00edlia e a escola a partir dessas sustenta\u00e7\u00f5es \u00e9 preventivo, mas pode servir tamb\u00e9m para situa\u00e7\u00f5es de pessoas que j\u00e1 est\u00e3o adoecidas, neste caso, associado ao acompanhamento de um profissional da sa\u00fade mental - psic\u00f3logo, psiquiatra, psicanalista, a depender do caso.<\/p>\n\n\n\n
O pilar do cuidado<\/strong> trata sobre a import\u00e2ncia do cuidado consigo e do cuidado com o outro, o que implica tratar das quest\u00f5es relacionadas a respeito, compreens\u00e3o, conviv\u00eancia, uso abusivo de \u00e1lcool, relacionamentos abusivos, bullying, ciberbullying, uso excessivo de redes sociais digitais, entre outros aspectos.

O pilar do autoconhecimento<\/strong> trata sobre a biografia, a hist\u00f3ria de cada pessoa, a fam\u00edlia. Proponho um trabalho sobre ancestralidade, que a pessoa conhe\u00e7a sua hist\u00f3ria de vida, conhe\u00e7a seu pai, sua m\u00e3e, sua opini\u00e3o, seus gostos. Isso tem a ver com quem eu sou, do ponto de vista \u00e9tico, e vai me dar uma seguran\u00e7a para enfrentar aquilo que querem que eu seja. Eu sou isso, mas querem que eu seja aquilo. N\u00e3o escondo minhas fragilidades, sou amado, o que d\u00e1 seguran\u00e7a. N\u00e3o vou dizer para minha crian\u00e7a que a vida \u00e9 f\u00e1cil, um mar de rosas, que ela nunca vai encontrar desafios, mas vou ajud\u00e1-la e fortalec\u00ea-la para que ela possa enfrent\u00e1-los.<\/p>\n\n\n\n
No pilar da conviv\u00eancia<\/strong>, h\u00e1 uma rela\u00e7\u00e3o entre aprender a ser e aprender a conviver. Trato de situa\u00e7\u00f5es cotidianas que evocam reflex\u00f5es \u00e9ticas, morais e espirituais, para as quais a compaix\u00e3o, a empatia e a resili\u00eancia s\u00e3o habilidades necess\u00e1rias e essenciais. O exerc\u00edcio da dialogicidade<\/strong> \u00e9 realizado quando as pessoas aprendem a falar o que pensam e sentem, mas entendem que o que pensam e sentem n\u00e3o \u00e9 a \u00faltima palavra sobre a verdade. O pilar da amorosidade<\/strong> \u00e9 tratado com reflex\u00f5es e a\u00e7\u00f5es. As reflex\u00f5es geram as a\u00e7\u00f5es, e as a\u00e7\u00f5es n\u00e3o s\u00e3o realizadas de modo mec\u00e2nico. <\/p>\n\n\n\n
Os pais podem aprender com os filhos?<\/h2>\n\n\n\n
O livro n\u00e3o tem que ser uma pedra para atirar nos pais e na escola, tem que ser um acalanto. Eu acho que a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 t\u00e3o potente que nos possibilita reaprender a viver, tenho grande esperan\u00e7a na gera\u00e7\u00e3o do quarto, a mesma gera\u00e7\u00e3o que \u00e9 violenta me ensina novos modos de amor, n\u00e3o vejo a gera\u00e7\u00e3o como fracassada, que n\u00e3o deu certo, acho um absurdo dizer que \u00e9 uma gera\u00e7\u00e3o parasita, \"nem-nem\". Obviamente ela traz todas as mazelas, n\u00e3o foi a gera\u00e7\u00e3o do quarto que inventou o abuso do \u00e1lcool, a viol\u00eancia, esses foram c\u00f3digos sempre usados, mas a gera\u00e7\u00e3o do quarto est\u00e1 nos dando outras alternativas, como maior preocupa\u00e7\u00e3o sobre consumo, meio ambiente, empoderamento das meninas, orienta\u00e7\u00e3o \u00e0 quest\u00e3o de g\u00eanero. Essa gera\u00e7\u00e3o tem muita coisa a nos mostrar, n\u00e3o precisamos ter medo, podemos aprender com elas. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"A gera\u00e7\u00e3o do quarto: um retrato chocante da juventude brasileira","post_excerpt":"Ap\u00f3s ouvir mais de 3 mil crian\u00e7as e adolescentes que vivem experi\u00eancias traum\u00e1ticas em seus quartos, o pesquisador Hugo Monteiro Ferreira faz um alerta aos pais e \u00e0s escolas sobre a necessidade de mudar a forma de se relacionar com os jovens","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"a-geracao-do-quarto-o-retrato-chocante-da-juventude-brasileira","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-30 11:00:28","post_modified_gmt":"2022-08-30 14:00:28","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64515","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64369,"post_author":"4","post_date":"2022-08-23 10:54:43","post_date_gmt":"2022-08-23 13:54:43","post_content":"\n
De acordo com o Artigo 227<\/a> da Constitui\u00e7\u00e3o de 1988, as crian\u00e7as<\/a> devem ser prioridade absoluta em todas as decis\u00f5es, programas e pol\u00edticas p\u00fablicas<\/a>. Isso se torna mais relevante em ano de elei\u00e7\u00f5es, em que poderemos escolher, de forma democr\u00e1tica<\/a>, representantes<\/a> aos cargos de presidente da Rep\u00fablica, senadores, governadores, deputados federais e estaduais. <\/p>\n\n\n\n
O voto no Brasil \u00e9 obrigat\u00f3rio para todos aqueles acima de 18 anos, sendo facultativo para jovens com 16 e 17 anos, pessoas com mais de 70 anos e analfabetos. Crian\u00e7as e adolescentes<\/a> menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar<\/a>, mas isso n\u00e3o quer dizer que n\u00e3o devam estar inclu\u00eddos nos planos dos diferentes representantes pol\u00edticos. Muito pelo contr\u00e1rio.<\/p>\n\n\n\n
Diversos estudos j\u00e1 comprovaram que investir na primeira inf\u00e2ncia<\/a> \u00e9 a melhor maneira de reduzir desigualdades e construir uma sociedade com condi\u00e7\u00f5es sociais e ambientais sustent\u00e1veis.<\/p>\n\n\n\n
Cabe a n\u00f3s, adultos, escolher nas elei\u00e7\u00f5es candidatos que contemplem as crian\u00e7as em projetos e iniciativas diversas. Abaixo, veja 5 motivos que tornam urgente a valoriza\u00e7\u00e3o de projetos para a inf\u00e2ncia e juventude nas campanhas \u00e0s elei\u00e7\u00f5es de 2022. A lista \u00e9 do portal Lunetas, espa\u00e7o dedicado \u00e0 reflex\u00e3o sobre a inf\u00e2ncia, que recentemente lan\u00e7ou o especial \"Inf\u00e2ncias em foco: Quem vota pelas crian\u00e7as?\"<\/a>, um hub de informa\u00e7\u00e3o sobre pol\u00edtica e as inf\u00e2ncias. <\/p>\n\n\n\n
5 temas que envolvem as crian\u00e7as e que t\u00eam de estar previstos nas propostas dos candidatos \u00e0s elei\u00e7\u00f5es:<\/h2>\n\n\n\n
Fome<\/h3>\n\n\n\n
De acordo com um levantamento realizado pela Funda\u00e7\u00e3o Abrinq, cerca de 18,8 milh\u00f5es de meninos e meninas de at\u00e9 14 anos passam fome no Brasil. Essa inseguran\u00e7a alimentar traz preju\u00edzos grav\u00edssimos \u00e0s crian\u00e7as, afetando seu crescimento e o desenvolvimento f\u00edsico e cognitivo necess\u00e1rios para que consigam crescer de maneira saud\u00e1vel.<\/p>\n\n\n\n
Analfabetismo<\/h3>\n\n\n\n
H\u00e1 50 anos, a educa\u00e7\u00e3o infantil n\u00e3o era uma realidade no Brasil, no entanto, pol\u00edticas p\u00fablicas mudaram essa realidade. Ainda assim, nos \u00faltimos dois anos, o n\u00famero de crian\u00e7as de 6 e 7 anos que n\u00e3o sabem ler e escrever cresceu em 1 milh\u00e3o. Pensando no futuro e nos pr\u00f3ximos passos do Brasil relacionados \u00e0 educa\u00e7\u00e3o p\u00fablica, \u00e9 necess\u00e1rio eleger candidatos que queiram enfrentar as desigualdades sociais e lutar para que todas as crian\u00e7as e adolescentes tenham acesso \u00e0 educa\u00e7\u00e3o de qualidade.<\/p>\n\n\n\n
Trabalho Infantil<\/h3>\n\n\n\n
Atualmente, cerca de 2 milh\u00f5es de crian\u00e7as e adolescentes est\u00e3o em situa\u00e7\u00e3o de trabalho infantil no Brasil. Desse total, 66% s\u00e3o crian\u00e7as pretas ou pardas e 71% est\u00e3o na \u00e1rea urbana, de acordo com um levantamento divulgado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domic\u00edlios (PNAD Cont\u00ednua).<\/p>\n\n\n\n
Viol\u00eancia e explora\u00e7\u00e3o sexual<\/h3>\n\n\n\n
Entre 2016 e 2020, 35 mil crian\u00e7as e adolescentes, de 0 a 19 anos, foram mortos de forma violenta no Brasil e 180 mil sofreram viol\u00eancia sexual, segundo o Panorama da Viol\u00eancia Sexual contra crian\u00e7as e Adolescentes no Brasil, lan\u00e7ado pela Unicef e pelo F\u00f3rum Brasileiro de Seguran\u00e7a P\u00fablica (FBSP). Por isso, \u00e9 necess\u00e1rio eleger pessoas que tenham coragem para combater esse cen\u00e1rio e falar de assuntos como igualdade de g\u00eanero, empoderamento de meninas, viol\u00eancia sexual e femin\u00edcio.<\/p>\n\n\n\n
Moradia<\/h3>\n\n\n\n
Mais de 5 milh\u00f5es de pessoas ainda residem em domic\u00edlios sem banheiros ou sanit\u00e1rios de uso exclusivo e 9,7 milh\u00f5es vivem em condi\u00e7\u00f5es de adensamento excessivo, com mais de tr\u00eas moradores para cada dormit\u00f3rio. Este \u00e9 um assunto que n\u00e3o deve ser ignorado, j\u00e1 que todas as crian\u00e7as precisam de acesso \u00e0 moradia para viver com dignidade e poder se desenvolver em outras \u00e1reas, como lazer, educa\u00e7\u00e3o e sa\u00fade.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]  <\/p>\n","post_title":"5 motivos para priorizar as crian\u00e7as nas elei\u00e7\u00f5es de 2022","post_excerpt":"Crian\u00e7as e adolescentes menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar, mas s\u00e3o parcela importante da popula\u00e7\u00e3o e t\u00eam de estar contemplados nos projetos dos diferentes atores governamentais","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"5-motivos-para-priorizar-as-criancas-nas-eleicoes-de-2022","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-25 18:52:13","post_modified_gmt":"2022-08-25 21:52:13","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64369","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64334,"post_author":"4","post_date":"2022-08-22 15:14:51","post_date_gmt":"2022-08-22 18:14:51","post_content":"\n
O n\u00famero de crian\u00e7as e adolescente<\/a>s conectados \u00e0 internet cresceu nos \u00faltimos anos. Segundo o estudo TIC Kids Online Brasil 2021<\/a>, rec\u00e9m-divulgado, 93% ou 22,3 milh\u00f5es das crian\u00e7as e dos adolescentes<\/a> no pa\u00eds acessaram a web<\/a> em 2021, sendo que em 2019 esse percentual era de 89%. O crescimento foi impulsionado principalmente pela maior propor\u00e7\u00e3o de usu\u00e1rios na regi\u00e3o Nordeste e nas \u00e1reas rurais. <\/p>\n\n\n\n
O uso de redes sociais <\/a>pelas crian\u00e7as tamb\u00e9m tem se elevado, sendo a plataforma Tik Tok<\/a> a mais utilizada (34%), seguida pelo Instagram (33%). No Facebook, houve queda no uso de 66% para 51% no per\u00edodo citado. J\u00e1 o WhatsApp segue como a plataforma em que crian\u00e7as e adolescentes mais possuem perfil (foi de 70% em 2018 para 80% em 2021), e \u00e9 a mais difundida entre todos os estratos sociais.<\/p>\n\n\n\n
A pesquisa, conduzida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informa\u00e7\u00e3o (Cetic.br) do N\u00facleo de Informa\u00e7\u00e3o e Coordena\u00e7\u00e3o do Ponto BR (NIC.br), entrevistou 2.651 crian\u00e7as e adolescentes com idades entre 9 e 17 anos, bem como seus pais ou respons\u00e1veis, em todo o territ\u00f3rio nacional. As entrevistas aconteceram entre outubro de 2021 e mar\u00e7o de 2022, com a finalidade de investigar oportunidades e riscos relacionados \u00e0 participa\u00e7\u00e3o online desse p\u00fablico. <\/p>\n\n\n\n
Segundo o levantamento, as crian\u00e7as tamb\u00e9m est\u00e3o passando mais tempo em jogos online - seja conectadas com outros jogadores (de 57% para 66%, entre 2021 e 2019) ou n\u00e3o conectadas a eles (de 55% para 64%) -, e fazendo mais compras no ambiente digital - cresceu de 9% para 19% no mesmo per\u00edodo. <\/p>\n\n\n\n
\"Plataformas de cria\u00e7\u00e3o e compartilhamento de conte\u00fado audiovisual est\u00e3o entre as mais utilizadas por crian\u00e7as e adolescentes. Nesse contexto, a qualidade da conex\u00e3o \u00e0 Internet e dos dispositivos digitais utilizados para o acesso \u00e0 rede passam a ser determinantes para o melhor aproveitamento de oportunidades online. \u00c9 central, portanto, garantir condi\u00e7\u00f5es equitativas de conectividade para crian\u00e7as e adolescentes em diferentes contextos socioecon\u00f4micos\", aponta Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br. <\/p>\n\n\n\n
A pesquisa TIC Kids Online <\/a>detectou, ainda, que o telefone celular segue como o principal meio de conex\u00e3o \u00e0 rede nos diferentes extratos sociais. Para 53%, o celular foi o \u00fanico dispositivo usado, realidade que se verificou mais presente nas classes DE (78%) e C (52%) do que nas classes AB (18%). <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Acesso a propagandas<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
Entre as atividades multim\u00eddia, as mais acessadas pelas crian\u00e7as s\u00e3o ouvir m\u00fasica (80%), assistir a v\u00eddeos, programas, filmes ou s\u00e9ries (84%), S\u00edtios de v\u00eddeos (67%) e redes sociais (61%) est\u00e3o entre as principais plataformas em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios de internet declaram ter visto propaganda de produtos ou marcas. Pessoas ensinando como usar algum produto (62%) e abrindo embalagens -- o chamado unboxing<\/em><\/strong> - (61%) foram os principais conte\u00fados de imagem ou v\u00eddeo em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios da rede tiveram contato com divulga\u00e7\u00e3o de produtos ou marcas. Entre as principais categorias de produtos ou marcas vistas no ambiente online<\/em> est\u00e3o: <\/p>\n\n\n\n
Equipamentos eletr\u00f4nicos (60%); <\/li>
Roupas e sapatos (60%); <\/li>
Comidas, bebidas ou doces (57%); <\/li>
Videogames ou jogos (46%); <\/li>
Maquiagem e outros produtos de beleza (46%).\u00a0<\/li><\/ul>\n\n\n\nBusca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e bem-estar<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa tamb\u00e9m constatou que 32% dos jovens entre 11 e 17 anos procuram ajuda para lidar com algo ruim que vivenciaram<\/strong>, ou para falar sobre suas emo\u00e7\u00f5es<\/strong> quando se sentiram tristes. <\/p>\n\n\n\n
Entre os temas mais procurados relacionados \u00e0 sa\u00fade est\u00e3o:<\/p>\n\n\n\n
Informa\u00e7\u00f5es sobre alimenta\u00e7\u00e3o (55%);
Preven\u00e7\u00e3o e tratamento de doen\u00e7as (38%);
Exerc\u00edcios e meios para ficar em forma (36%);
Informa\u00e7\u00f5es sobre medicamentos (22%);<\/li>
Discuss\u00f5es sobre sa\u00fade sexual e educa\u00e7\u00e3o sexual (21%).<\/li><\/ul>\n\n\n\n
\"A pesquisa busca levantar evid\u00eancias que contribuam para a promo\u00e7\u00e3o de direitos e do bem-estar de crian\u00e7as e adolescentes. Desse modo, para al\u00e9m das atividades presentes na s\u00e9rie hist\u00f3rica da pesquisa, o uso da rede na busca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e apoio emocional passou a ser um tema relevante de investiga\u00e7\u00e3o\", sinaliza Barbosa.<\/p>\n\n\n\n
\"Pesquisas como a TIC Kids Online Brasil s\u00e3o de extrema relev\u00e2ncia para entendermos o cen\u00e1rio atual e fortalecermos o letramento e inclus\u00e3o digital dos mais jovens, com mais seguran\u00e7a e qualidade, quest\u00f5es intr\u00ednsecas ao trabalho realizado pelo Comit\u00ea Gestor da Internet no Brasil\", pondera Jos\u00e9 Gontijo, coordenador do CGI.br.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"] <\/p>\n","post_title":"93% dos jovens entre 9 e 17 anos usam a internet no pa\u00eds, revela pesquisa","post_excerpt":"Pesquisa TIC Kids Online Brasil 2021 tamb\u00e9m mostrou que a TikTok \u00e9 a principal rede social utilizada por crian\u00e7as e adolescentes","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"93-dos-jovens-entre-9-e-17-anos-usam-a-internet-revela-pesquisa-tic-kids-online-2021","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-23 11:24:47","post_modified_gmt":"2022-08-23 14:24:47","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64334","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"}],"next":false,"prev":true,"total_page":12},"paged":1,"column_class":"jeg_col_2o3","class":"epic_block_3"};

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Em outra postagem<\/a> da plataforma, que j\u00e1 tem 1,6 milh\u00e3o de visualiza\u00e7\u00f5es, uma menina de 3 anos, que estava deitada no sof\u00e1, levanta para observar melhor, ao ver a personagem negra na TV. Ela diz: \u201cAriel \u00e9 negra! Ariel negra \u00e9 fofa\u201d.\u00a0<\/p>\n\n\n\n
\u201cObrigado Disney por fazer meus filhos se sentirem vistos\u201d, disse um pai que gravou as tr\u00eas filhas assistindo ao trailer<\/a>. Ao ver as imagens do trailer, uma delas questiona: \u201cela \u00e9 negra?\u201d E, em seguida, a menina levanta a m\u00e3o numa celebra\u00e7\u00e3o de vit\u00f3ria.\u00a0<\/p>\n\n\n\n
As postagens renderam milhares de coment\u00e1rios de pessoas que se disseram emocionadas com as imagens. \u201cChorei quando vi o trailer e j\u00e1 sou adulta\u201d, afirmou uma mulher. J\u00e1 outra, comentou: \u201cAriel \u00e9 negra e linda, a representa\u00e7\u00e3o \u00e9 muito importante\u201d. Uma outra usu\u00e1ria escreveu: \u201cEsses v\u00eddeos me fizeram perceber que tenho uma mente t\u00e3o fechada para a mudan\u00e7a. Ver essas lindas rea\u00e7\u00f5es \u00e9 absolutamente de abrir os olhos.\u201d <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"A Pequena Sereia: crian\u00e7as negras se emocionam ao verem trailer do filme","post_excerpt":"A escolha da atriz Halle Bailey para o papel principal tem gerado cr\u00edticas, mas tamb\u00e9m representatividade por parte de meninas que se identificam com a protagonista","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"filme-a-pequena-sereia-criancas-negras-se-emocionam-ao-verem-trailer-do-filme","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-09-19 17:29:21","post_modified_gmt":"2022-09-19 20:29:21","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=65062","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64913,"post_author":"4","post_date":"2022-09-09 06:40:00","post_date_gmt":"2022-09-09 09:40:00","post_content":"\n
Em m\u00e9dia, 3 em cada 10 crian\u00e7as gostariam de ser youtubers, segundo revelou um estudo da Lego<\/a>. Outra pesquisa global<\/a>, da empresa de prote\u00e7\u00e3o online McAfee, mostrou que 67% das crian\u00e7as em todo o mundo assistem a v\u00eddeos curtos no YouTube. No Brasil, esse n\u00famero \u00e9 ainda maior: 79% disseram que os v\u00eddeos s\u00e3o sua principal atividade online. Canais como Spider Slack<\/a>, Maria Clara & JP<\/a>, Natan por a\u00ed<\/a>, Felipe Neto<\/a>, Luccas Neto<\/a> e Enaldinho<\/a> aparecem nas listas de youtubers brasileiros mais vistos por crian\u00e7as e adolescentes.\u00a0<\/p>\n\n\n\n
Mas, afinal, o que esses perfis t\u00eam que fascinam tanto o p\u00fablico infantojuvenil<\/a>? Por que as crian\u00e7as criam la\u00e7os t\u00e3o fortes com as pessoas nas m\u00eddias sociais? Como n\u00f3s, pais, podemos entender esse fen\u00f4meno? Quais seus riscos? E o que fazer para manter um relacionamento seguro e saud\u00e1vel <\/a>das crian\u00e7as com o YouTube e os youtubers?<\/p>\n\n\n\n
Quem responde abaixo essas quest\u00f5es \u00e9 Bradley Bond <\/a>, pesquisador de comunica\u00e7\u00e3o da Universidade de San Diego, na Calif\u00f3rnia (EUA), que estuda os relacionamentos dos jovens com personalidades da m\u00eddia, inclusive no YouTube, que ele chama de relacionamentos \u201cparassociais\u201d. Ele tamb\u00e9m estuda as liga\u00e7\u00f5es entre exposi\u00e7\u00e3o na m\u00eddia<\/a> e auto-identidade. <\/p>\n\n\n\n
Bradley conversou com a jornalista Melinda Wenner Moyer<\/a>, especializada em paternidade e ci\u00eancia, colaboradora de ve\u00edculos como a revista Scientific American<\/em> e jornais como o The New York Times e Washington Post.<\/em> Abaixo, selecionamos alguns dos principais trechos da entrevista publicada por Melinda em sua newsletter<\/a>.<\/p>\n\n\n\n
A sensa\u00e7\u00e3o de proximidade das crian\u00e7as com os youtubers<\/h2>\n\n\n\n
Estudos sugerem que somos mais propensos a desenvolver um senso de conex\u00e3o pessoal, o sentimento de ter um amigo, com personagens e celebridades que consideramos que s\u00e3o como n\u00f3s em algum aspecto. Assim como nossos amigos da vida real, procuramos semelhan\u00e7as em outras pessoas com quem queremos desenvolver amizades, e fazemos o mesmo com os youtubers, com quem desenvolvemos relacionamentos parassociais.<\/p>\n\n\n\n
Os relacionamentos parassociais s\u00e3o os la\u00e7os socioemocionais unilaterais que criamos com pessoas que conhecemos apenas atrav\u00e9s das telas. \u00c9 uma via de m\u00e3o \u00fanica, onde nos sentimos muito pr\u00f3ximos dessas pessoas, embora n\u00e3o haja uma liga\u00e7\u00e3o s\u00f3cio-emocional m\u00fatua.<\/p>\n\n\n\n
Podemos ser iguais a eles <\/h2>\n\n\n\n
Mas h\u00e1 uma sensa\u00e7\u00e3o de que os youtubers poderiam ser como n\u00f3s \u2013 que se os conhec\u00eassemos, nos dar\u00edamos bem, poder\u00edamos convid\u00e1-los para a nossa festa de anivers\u00e1rio. E esse senso de realismo aumenta com as plataformas de m\u00eddias sociais, devido a seu formato: o vlogger preferido do seu filho no YouTube fala diretamente para a c\u00e2mera. E a maioria deles grava de sua pr\u00f3pria casa ou de um est\u00fadio personalizado. O gato pode aparecer em segundo plano ou at\u00e9 mesmo protagonizar alguns dos v\u00eddeos. Ao longo do tempo, os youtubers v\u00e3o divulgando informa\u00e7\u00f5es sobre si mesmos. E h\u00e1 essa sensa\u00e7\u00e3o de que qualquer um pode estar no YouTube. O que n\u00e3o ocorre com nossas estrelas de cinema favoritas, e nossos atores e atrizes de TV, que s\u00e3o vistos num relacionamento vertical. N\u00f3s os admiramos, mas eles est\u00e3o acima de n\u00f3s. J\u00e1 os youtubers s\u00e3o a pessoa ao lado. Quando voc\u00ea v\u00ea a sala de estar deles e v\u00ea falhas e erros no v\u00eddeo, isso os torna incrivelmente realistas \u2013 essas pessoas s\u00e3o como eu \u2013 e isso aumenta a sensa\u00e7\u00e3o de que voc\u00ea tem uma conex\u00e3o socioemocional com eles, eles s\u00e3o seus amigos. <\/p>\n\n\n\n
Eles se apresentam sem filtros<\/h2>\n\n\n\n
Temos algumas evid\u00eancias que sugerem que no YouTube em particular, mas tamb\u00e9m com influenciadores de m\u00eddia social no Instagram e no Tiktok, os jovens s\u00e3o realmente propensos a desenvolver essas conex\u00f5es parassociais, porque esses indiv\u00edduos parecem ser exatamente como s\u00e3o. <\/p>\n\n\n\n
Consequ\u00eancias negativas e positivas para as crian\u00e7as<\/h2>\n\n\n\n
Eu compararia as rela\u00e7\u00f5es parassociais com as rela\u00e7\u00f5es sociais. Ao saber que seu filho desenvolveu uma amizade com o novo garoto na escola, e voc\u00ea \u00e9 um pai consciente, voc\u00ea procurar\u00e1 saber mais sobre essa crian\u00e7a e sua fam\u00edlia, seus gostos e desgostos, que tipo de coisas seu filho faz com aquela outra crian\u00e7a. Portanto, se seu filho tem um youtuber espec\u00edfico ao qual ele est\u00e1 realmente atento, fique atento ao que esse youtuber est\u00e1 postando, para saber a que tipo de conte\u00fado seu filho est\u00e1 sendo exposto.<\/p>\n\n\n\n
Podemos aprender com as rela\u00e7\u00f5es parassociais assim como aprendemos com as rela\u00e7\u00f5es sociais, e isso tem demonstrado ter consequ\u00eancias positivas e negativas<\/a>. Quando celebridades divulgam desafios de sa\u00fade mental que vivenciaram, por exemplo, isso tem se mostrado realmente eficaz para desestigmatizar a doen\u00e7a mental, para aumentar as buscas por recursos relacionados \u00e0 sa\u00fade mental. Ent\u00e3o eles podem ter efeitos realmente positivos. Quando estamos envolvidos nesses relacionamentos, nos quais sentimos que eles s\u00e3o nossos amigos, \u00e9 mais prov\u00e1vel que imitemos seus comportamentos, imitamos suas atitudes, sejam elas boas ou ruins. Ent\u00e3o, eu argumentaria que os riscos dependem do conte\u00fado.<\/p>\n\n\n\n
Como acompanhar os conte\u00fados frente \u00e0 falta de tempo dos pais<\/h2>\n\n\n\n
A maneira mais f\u00e1cil de fazer isso, na minha opini\u00e3o, seria assistir aos v\u00eddeos \u201cmais populares\u201d. Esses s\u00e3o, provavelmente, os mais influentes e mostrar\u00e3o quantas pessoas os viram. Ou, se voc\u00ea tiver sua pr\u00f3pria conta no YouTube e for amigo de seu filho na plataforma, poder\u00e1 encontrar os v\u00eddeos que seus filhos comentaram. Isso pode lhe dar pelo menos uma no\u00e7\u00e3o de que tipos de coisas est\u00e3o chamando a aten\u00e7\u00e3o de seu filho.<\/p>\n\n\n\n
\u00c9 imposs\u00edvel apenas sentar e assistir a todo o conte\u00fado de um criador de conte\u00fado espec\u00edfico e ainda continuar o seu dia. Mas existem t\u00e1ticas que voc\u00ea pode usar para obter uma amostra e pelo menos ter uma no\u00e7\u00e3o do tipo de coisas a que seus filhos est\u00e3o expostos.<\/p>\n\n\n\n
Casos de morte de youtubers, como o Technoblade<\/a><\/h2>\n\n\n\n
A resposta apropriada \u00e9 validar as emo\u00e7\u00f5es das crian\u00e7as. Pense na conex\u00e3o que seu filho tem com algu\u00e9m que nunca conheceu na vida real como uma parte importante de sua rede social. Portanto, perder essa conex\u00e3o deve ser tratado da mesma forma que quando o melhor amigo de seu filho se muda para uma nova cidade ou o cachorro da fam\u00edlia morre. Abordamos isso atrav\u00e9s da valida\u00e7\u00e3o, da escuta, do envolvimento com seu filho.<\/p>\n\n\n\n
Uma resposta muito comum, entre os adultos, \u00e9 dizer: \u201cPor que voc\u00ea est\u00e1 incomodado? N\u00e3o h\u00e1 raz\u00e3o para voc\u00ea se incomodar com isso. Voc\u00ea nem conhece essa pessoa.\u201d Ou: \u201cExistem outros youtubers que postam a mesma coisa\u201d. Mas isso \u00e9 como dizer a algu\u00e9m que voc\u00ea pode facilmente substituir um amigo ou um cachorro da fam\u00edlia. As conex\u00f5es parassociais s\u00e3o genuinamente parte da rede social de algu\u00e9m. Eles s\u00e3o partes saud\u00e1veis \u200b\u200bda nossa rede social. N\u00f3s prosperamos em conex\u00f5es com outras pessoas, sejam elas cara a cara ou atrav\u00e9s de telas. E assim, quando perdemos essas conex\u00f5es, experimentamos uma dor real. H\u00e1 pesquisas com adultos que sugerem que esse \u00e9 o caso \u2013 que realmente passamos pelos est\u00e1gios do luto quando perdemos personagens ou celebridades favoritas.<\/p>\n\n\n\n
A influ\u00eancia da pandemia sobre esses relacionamentos<\/h2>\n\n\n\n
Uma pesquisa <\/a>que eu fiz na pandemia mostrou que as rela\u00e7\u00f5es parassociais dos adultos se tornaram mais fortes nesse per\u00edodo, particularmente para quem mantinha contato com os amigos (reais) por meio de telas. Aqueles que passaram a fazer uma noite de jogos de amigos no Zoom ou conversas di\u00e1rias via FaceTime \u2013 esses indiv\u00edduos tiveram um aumento nos seus relacionamentos parassociais. Isso pode acontecer com os jovens tamb\u00e9m \u2013 com crian\u00e7as cujo hor\u00e1rio escolar era online, que viam seus colegas e professores atrav\u00e9s de telas.<\/p>\n\n\n\n
As causas do aumento das rela\u00e7\u00f5es parassociais<\/h2>\n\n\n\n
O que eu argumentei que pode estar acontecendo \u00e9 que os limites que separam nossas rela\u00e7\u00f5es parassociais de nossas rela\u00e7\u00f5es sociais foram borrados durante a pandemia, porque perdemos essa conex\u00e3o cara a cara. Perdemos o que chamamos de \u201cpresen\u00e7a social\u201d. Ent\u00e3o o toque f\u00edsico, o cheiro, as coisas que tornam a intera\u00e7\u00e3o cara a cara \u00fanica nas telas, meio que se foram. Quando lidamos com todas as pessoas que s\u00e3o importantes em nossas vidas - nossa fam\u00edlia, nossos amigos, nossos professores - por meio de telas, isso confunde cognitivamente as linhas entre algu\u00e9m que s\u00f3 conhecemos atrav\u00e9s de telas e algu\u00e9m que conhecemos pessoalmente.<\/p>\n\n\n\n
As rela\u00e7\u00f5es parassociais entre pr\u00e9-adolescentes LGBTQ<\/h2>\n\n\n\n
Isso tamb\u00e9m ocorreu com crian\u00e7as que t\u00eam algum tipo de identidade marginalizada. Um estudo com pr\u00e9-adolescentes LGBTQ mostrou que as rela\u00e7\u00f5es parassociais se tornaram mais fortes durante a pandemia, dada a import\u00e2ncia das conex\u00f5es sociais nesse per\u00edodo de desenvolvimento da identidade para jovens desse perfil. Quando eles perderam essas conex\u00f5es cara a cara, eles confiaram muito em suas conex\u00f5es na tela para compensar essa perda.<\/p>\n\n\n\n
Como chegar a um equil\u00edbrio entre pr\u00f3s e contras dos youtubers<\/h2>\n\n\n\n
\u00c9 preciso distinguir entre o componente socioemocional do relacionamento de uma pessoa e o componente de marketing desses relacionamentos parassociais. As ind\u00fastrias de publicidade e marketing est\u00e3o percebendo que, se virmos esses indiv\u00edduos como nossos amigos, quem melhor para anunciar um produto para n\u00f3s? Ou quem melhor para promover uma determinada ideia ou atitude? Acho que pode haver um equil\u00edbrio entre validar o desenvolvimento da identidade de uma crian\u00e7a ou a conex\u00e3o emocional com um personagem em particular, enquanto ainda tentamos injetar alfabetiza\u00e7\u00e3o midi\u00e1tica no que diz respeito \u00e0 log\u00edstica e aos fundamentos de como essas plataformas funcionam. Portanto, isso significa abordar que talvez haja um motivo de marca ou um motivo de marketing para que uma celebridade precise se envolver nesses comportamentos, e voc\u00ea pode falar sobre eles sem insultar sua conex\u00e3o emocional com esse youtuber. Mas exige que o pai tenha essa informa\u00e7\u00e3o [sobre o vlogger]. E muitas vezes, as crian\u00e7as sabem mais sobre a plataforma do que os pais.<\/p>\n\n\n\n
Media\u00e7\u00e3o ativa x media\u00e7\u00e3o restritiva<\/h2>\n\n\n\n
H\u00e1 uma literatura bastante forte no campo infantil e midi\u00e1tico que examina o que chamamos de \u201cmedia\u00e7\u00e3o ativa\u201d versus \u201cmedia\u00e7\u00e3o restritiva\u201d. A media\u00e7\u00e3o restritiva seria criar regras, limites e par\u00e2metros e dizer ao seu filho que ele deve se encaixar neles. A media\u00e7\u00e3o ativa \u00e9 quando os pais est\u00e3o envolvidos, e isso pode at\u00e9 ser t\u00e3o simples quanto discutir por que um determinado programa de televis\u00e3o pode n\u00e3o ser o mais apropriado e por que esses outros programas podem ser igualmente divertidos e melhores de assistir. No dom\u00ednio da m\u00eddia social, o envolvimento ativo tamb\u00e9m pode ser definido como jogar junto e tentar entender fazendo e mostrando ao seu filho que essas plataformas podem ser usadas adequadamente e para o bem.<\/p>\n\n\n\n
Conscientiza\u00e7\u00e3o do tempo<\/h2>\n\n\n\n
Muitas vezes, o tempo \u00e9 uma das coisas que mais preocupam os pais \u2013 a quantidade de tempo que seus filhos passam em uma plataforma. Isso \u00e9 outra coisa que a pesquisa sugere que a media\u00e7\u00e3o ativa pode ajudar a navegar. Voc\u00ea pode dizer: \u201cO que voc\u00ea ganha com esta plataforma? Que outras coisas poderiam satisfazer essa necessidade que voc\u00ea tem?\u201d Fale atrav\u00e9s dessas coisas, em vez de criar regras. Muitas pesquisas dizem que a media\u00e7\u00e3o ativa \u00e9 muito mais eficaz do que a media\u00e7\u00e3o restritiva.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"O fasc\u00ednio das crian\u00e7as pelos youtubers","post_excerpt":"Estudo feito pela Lego j\u00e1 mostrou que 3 em cada 10 crian\u00e7as gostariam de ser youtubers. Afinal, o que leva as crian\u00e7as a curtirem tanto essas celebridades? E o que fazer para garantir a seguran\u00e7a dos pequenos nesses relacionamentos virtuais?","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"o-fascinio-das-criancas-pelos-youtubers","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-09-12 15:56:25","post_modified_gmt":"2022-09-12 18:56:25","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64913","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64765,"post_author":"4","post_date":"2022-09-02 00:06:45","post_date_gmt":"2022-09-02 03:06:45","post_content":"\n
Esse ano \u00e9 comemorado o Bicenten\u00e1rio da Independ\u00eancia do Brasil e o Caminhos do Mar \u00e9 parte da \u201crota da Independ\u00eancia\u201d, caminho percorrido por D. Pedro I, em 1822, na subida do litoral ao Ipiranga, em S\u00e3o Paulo. O passeio, localizado no Parque Estadual da Serra do Mar, tem entrada tanto em S\u00e3o Bernardo do Campo quanto em Cubat\u00e3o, \u00e9 uma boa op\u00e7\u00e3o de passeio para aproveitar o feriado de 7 de setembro. <\/p>\n\n\n\n
A caminhada permite conhecer monumentos que contam a hist\u00f3ria do pa\u00eds, erguidos em 1922, para celebrar o centen\u00e1rio do grito do Ipiranga. Planta\u00e7\u00e3o de mudas de \u00e1rvores, conta\u00e7\u00e3o de hist\u00f3rias, atra\u00e7\u00f5es musicais, caminhada simb\u00f3lica, encena\u00e7\u00e3o teatral, ca\u00e7a ao tesouro e oficinas de restauro s\u00e3o algumas das atividades previstas ao longo do passeio, que acontecer\u00e3o at\u00e9 25 de setembro. <\/p>\n\n\n\n
Al\u00e9m de divers\u00e3o para toda a fam\u00edlia, a programa\u00e7\u00e3o foi pensada de modo a incentivar a educa\u00e7\u00e3o ambiental e hist\u00f3rica e a integra\u00e7\u00e3o dos visitantes do parque com a natureza. As a\u00e7\u00f5es estar\u00e3o presentes ao longo do Roteiro Hist\u00f3rico (8 km), trilha asfaltada da Estrada Velha de Santos e tamb\u00e9m do Roteiro Ecotur\u00edstico (3,5 km), trilha pavimentada em pedras da Cal\u00e7ada do Lorena. Os mais aventureiros podem ainda agendar antecipadamente a visita para realizar o Roteiro Aventura (4.5 km) pela trilha da Cachoeira da Torre.<\/p>\n\n\n\n
PROGRAMA\u00c7\u00c3O*<\/strong>:<\/p>\n\n\n\n
Plantio de Mudas<\/strong><\/p>\n\n\n\n
Com apoio de esp\u00e1tulas, regador e mudas, as crian\u00e7as ter\u00e3o a oportunidade de plantar mudas nativas de esp\u00e9cies da Mata Atl\u00e2ntica, presentes no Caminhos do Mar, em um local preparado para isso e futuramente acompanhar a evolu\u00e7\u00e3o de sua planta\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n
Ca\u00e7a ao Tesouro<\/strong><\/p>\n\n\n\n
Atividade l\u00fadica, educacional-hist\u00f3rica-ambiental que envolver\u00e1 adultos e crian\u00e7as na Cal\u00e7ada do Lorena. D. Pedro I precisa subir a serra para dar o grito de independ\u00eancia do Brasil. Distra\u00eddo com a beleza da Baixada Santista, ele perde o mapa no meio do caminho. Nossos pequenos visitantes precisam ajud\u00e1-lo e quem achar e devolver o mapa \u00e0 D. Pedro I, ganhar\u00e1 uma recompensa!<\/p>\n\n\n\n
Espet\u00e1culos Musicais<\/strong><\/p>\n\n\n\n
Apresenta\u00e7\u00f5es musicais e art\u00edsticas voltadas para o p\u00fablico familiar e infantil.<\/p>\n\n\n\n
Oficinas Infantis<\/strong><\/p>\n\n\n\n
Ser\u00e3o realizadas oficinas de gravetos, estimulando a criatividade das crian\u00e7as criando bonecos com os materiais que s\u00e3o encontrados no pr\u00f3prio parque, pintura de imagens com elementos da natureza, fauna, flora e as lindas vistas da Mata Atl\u00e2ntica e oficinas de reciclagem, produzindo pe\u00e7as art\u00edsticas e utens\u00edlios a partir de materiais reutilizados.<\/p>\n\n\n\n
Conta\u00e7\u00e3o de Hist\u00f3rias<\/strong><\/p>\n\n\n\n
Artistas reproduzir\u00e3o hist\u00f3rias cl\u00e1ssicas, autorais e recontar\u00e3o a hist\u00f3ria do pa\u00eds de forma l\u00fadica.<\/p>\n\n\n\n
Caminhada Simb\u00f3lica com D. Pedro I<\/strong><\/p>\n\n\n\n
Encena\u00e7\u00e3o do 7 de setembro com a Caminhada Simb\u00f3lica, refazendo o percurso com D. Pedro I (presen\u00e7a de um ator caracterizado), percorrendo a Cal\u00e7ada do Lorena junto aos visitantes.<\/p>\n\n\n\n
Encena\u00e7\u00e3o Teatral<\/strong><\/p>\n\n\n\n
Apresenta\u00e7\u00e3o do espet\u00e1culo \u201c1822 \u2013 As trilhas do Imp\u00e9rio do Brasil\u201d<\/p>\n\n\n\n
A pe\u00e7a conta como se deu a Proclama\u00e7\u00e3o da Independ\u00eancia do Brasil de Portugal em 1822, a partir dos personagens centrais: Imperador Dom Pedro I, Imperatriz Leopoldina e do santista Jos\u00e9 Bonif\u00e1cio, al\u00e9m de outras figuras hist\u00f3ricas que contribu\u00edram para este evento.<\/p>\n\n\n\n
Apresenta\u00e7\u00e3o do espet\u00e1culo \u201cCrep\u00fasculo Cubatense\u201d<\/p>\n\n\n\n
O espet\u00e1culo, a partir da linguagem de teatro de rua, de forma itinerante e com interven\u00e7\u00f5es c\u00eanicas e musicais, r\u00e1pidas e din\u00e2micas, provoca uma reflex\u00e3o sobre a Independ\u00eancia do Brasil, seu legado e sua m\u00faltipla import\u00e2ncia cultural. O cortejo ser\u00e1 guiado por artistas em uma caminhada de observa\u00e7\u00e3o, aprecia\u00e7\u00e3o da natureza e dos monumentos do parque, trazendo \u00e0 tona a mem\u00f3ria sobre a Hist\u00f3ria do Brasil.<\/p>\n\n\n\n
Oficinas de Restauro<\/strong><\/p>\n\n\n\n
As oficinas oferecem informa\u00e7\u00f5es sobre o restauro, a contextualiza\u00e7\u00e3o hist\u00f3rico-cultural, envolvendo a atua\u00e7\u00e3o de Gerardo Saras\u00e1 nos anos 80 e a pr\u00e1tica de zeladoria no Caminhos do Mar, ensinando os m\u00e9todos e t\u00e9cnicas utilizadas.<\/p>\n\n\n\n
Pega Pega Ecol\u00f3gico<\/strong><\/p>\n\n\n\n
As crian\u00e7as ser\u00e3o divididas em dois grupos: um representar\u00e1 os animais e os outros os abrigos. Ao longo do jogo, cat\u00e1strofes ambientais e preda\u00e7\u00e3o ser\u00e3o os problemas que os participantes ter\u00e3o que enfrentar para ser o vencedor.<\/p>\n\n\n\n

<\/em>*As atividades poder\u00e3o sofrer altera\u00e7\u00f5es de dia e\/ou hor\u00e1rio e local a qualquer momento, devido \u00e0s condi\u00e7\u00f5es meteorol\u00f3gicas. A programa\u00e7\u00e3o completa e atualizada das a\u00e7\u00f5es pode ser conferida na p\u00e1gina Bicenten\u00e1rio do site: www.caminhosdomar.com.br\/bicentenario\/<\/a><\/p>\n\n\n\n
SERVI\u00c7O:<\/u><\/strong><\/p>\n\n\n\n
Caminhos do Mar<\/strong>
Para compra de ingressos, acesse: www.caminhosdomar.com.br<\/a><\/p>\n\n\n\n
Programa\u00e7\u00e3o Bicenten\u00e1rio da Independ\u00eancia:<\/strong>
At\u00e9 25 de setembro, sempre aos s\u00e1bados e domingos, exceto na semana entre 3 e 11 de setembro, quando as atividades ser\u00e3o di\u00e1rias.<\/p>\n\n\n\n
Hor\u00e1rio:<\/strong> 8h \u00e0s 17h \u2013 funcionamento do parque
Para hor\u00e1rios das atividades, acesse agenda no site www.caminhosdomar.com.br\/bicentenario\/<\/a>
Valor do Ingresso: <\/strong>R$ 40,00 (inteira)\/R$ 20,00 (meia)
Valor Avulso do Transporte Interno \u2013 R$ 35,00 (vendido exclusivamente nas bilheterias locais e mediante disponibilidade.)
Combos Promocionais (vendidos exclusivamente atrav\u00e9s do site)     <\/strong>
R$ 50,00 (Inteira e transporte interno)
R$ 42,50 (Meia e transporte interno)     <\/p>\n\n\n\n
Endere\u00e7o:<\/strong><\/p>\n\n\n\n
Portaria de entrada por S\u00e3o Bernardo do Campo:
<\/strong>\u2022 SP-148 Estrada Caminho do Mar, Km 42 - Alto da Serra - S\u00e3o Bernardo do Campo\/ SP<\/p>\n\n\n\n
Portaria de entrada por Cubat\u00e3o:
<\/strong>\u2022 SP-148 Estrada Caminho do Mar, Km 50 - Cruzeiro Quinhentista - Cubat\u00e3o\/SP<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n","post_title":"Caminhos do Mar \u00e9 op\u00e7\u00e3o de passeio no feriado de 7 de setembro","post_excerpt":"Parte da Rota da Independ\u00eancia, a atra\u00e7\u00e3o fica no Parque Estadual Serra do Mar e tem entradas em S\u00e3o Bernardo do Campo e em Cubat\u00e3o; veja programa\u00e7\u00e3o para o m\u00eas de setembro","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"caminhos-do-mar-e-opcao-de-passeio-no-feriado-da-independencia","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-09-05 10:28:19","post_modified_gmt":"2022-09-05 13:28:19","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64765","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64760,"post_author":"4","post_date":"2022-09-02 00:05:00","post_date_gmt":"2022-09-02 03:05:00","post_content":"\n
Chegaram \u00e0s bancas os \u00e1lbuns da Copa do Mundo 2022 e com eles voltou o h\u00e1bito de colecionar e trocar figurinhas. Al\u00e9m de poder aprender mais sobre as 32 sele\u00e7\u00f5es mundiais, est\u00e1dios e cidades-sede do evento em Qatar, a cole\u00e7\u00e3o tamb\u00e9m traz outros benef\u00edcios para a crian\u00e7ada. \u201cA partir dessa onda, \u00e9 poss\u00edvel focar no desenvolvimento de habilidades sociais\u201d, afirma Filipe Colombini, psic\u00f3logo e fundador da Equipe AT, empresa com foco em Acompanhamento Terap\u00eautico . \u201cA troca de figurinhas pode ser um momento importante de intera\u00e7\u00e3o social e comunica\u00e7\u00e3o, ajudando as pessoas a formarem grupos de amizade\u201d, completa o especialista. A seguir, o psic\u00f3logo lista alguns dos benef\u00edcios que as cole\u00e7\u00f5es de figurinhas podem trazer. <\/p>\n\n\n\n
4 motivos para incentivar as crian\u00e7as a colecionar \u00e1lbuns de figurinhas<\/h2>\n\n\n\n
1. Participar do assunto do momento:<\/strong> \u201cTodo ano de Copa, sabemos que o \u00e1lbum de figurinhas \u00e9 um dos assuntos mais comentados. Por isso, incentivar que seu filho participe desse movimento faz com que ele amplie suas oportunidades de contato social\u201d, diz o psic\u00f3logo. \u201cMuitas vezes, s\u00f3 um assunto ou interesse em comum com outra pessoa pode diminuir muitas \u2018travas\u2019 para algu\u00e9m que tem alguma dificuldade para interagir em grupos, socialmente\u201d, conclui.<\/p>\n\n\n\n
2. Desenvolver a organiza\u00e7\u00e3o:<\/strong> \u201cFazer cole\u00e7\u00f5es tamb\u00e9m ajuda a desenvolver as fun\u00e7\u00f5es executivas, respons\u00e1veis pela capacidade de planejar e se organizar. O interesse em completar o \u00e1lbum pode fazer com que a crian\u00e7a passe por situa\u00e7\u00f5es de resolu\u00e7\u00e3o de problemas e crie estrat\u00e9gias, aprimorando muitas fun\u00e7\u00f5es cognitivas\u201d, explica Filipe Colombini.<\/p>\n\n\n\n
3. Conhecer novas pessoas:<\/strong> \u201cEssas trocas tamb\u00e9m juntam grupos de pessoas que talvez nem se conhecessem em outras ocasi\u00f5es. Isso \u00e9 importante para ampliar as turmas de conv\u00edvio social, o que ajuda a desenvolver habilidades sociais e garante mais oportunidades de lazer e divers\u00e3o para seu filho\u201d, diz o especialista.<\/p>\n\n\n\n
4. Ensinar a paci\u00eancia: <\/strong>\u201cO objetivo final \u00e9 completar o \u00e1lbum, por\u00e9m, para isso \u00e9 necess\u00e1rio todo um processo. Isso \u00e9 importante para inserir no\u00e7\u00f5es importantes para seu filho, como a paci\u00eancia e a autorregula\u00e7\u00e3o. Al\u00e9m disso, fazer essa cole\u00e7\u00e3o tamb\u00e9m ajuda a crian\u00e7a a lidar com algumas frustra\u00e7\u00f5es, potencializando a intelig\u00eancia emocional e outras capacidades importantes no desenvolvimento\u201d, afirma Colombini.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"\u00c1lbum da Copa: como a cole\u00e7\u00e3o pode ajudar a desenvolver habilidades sociais","post_excerpt":"\u00c0 venda nas bancas, o \u00e1lbum da Copa do Mundo de Qatar j\u00e1 virou febre entre as crian\u00e7as; para o psic\u00f3logo Filipe Colombini, a troca de figurinhas favorece a intera\u00e7\u00e3o social e a comunica\u00e7\u00e3o","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"album-da-copa-como-a-colecao-pode-ajudar-a-desenvolver-habilidades-sociais","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-09-08 09:08:16","post_modified_gmt":"2022-09-08 12:08:16","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64760","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64745,"post_author":"4","post_date":"2022-09-01 22:59:29","post_date_gmt":"2022-09-02 01:59:29","post_content":"\n
A compreens\u00e3o de que a inf\u00e2ncia \u00e9 uma fase determinante para o desenvolvimento saud\u00e1vel das crian\u00e7as tem feito com que os pais busquem cada vez mais informa\u00e7\u00f5es e ferramentas que os ajudem na cria\u00e7\u00e3o dos filhos<\/a>. Nesse contexto, tem crescido tamb\u00e9m a demanda por profissionais de educa\u00e7\u00e3o parental<\/a> que atuam na orienta\u00e7\u00e3o das fam\u00edlias. Muitos deles estar\u00e3o reunidos no 3\u00b0 Congresso Internacional de Educa\u00e7\u00e3o Parental<\/a>, que ser\u00e1 realizado em S\u00e3o Paulo, nos dias 24, 25 e 26 de novembro, com alguns dos principais experts do Brasil e do mundo no tema. <\/p>\n\n\n\n
\u201cCriado em 2020, o Congresso Internacional de Educa\u00e7\u00e3o Parental \u00e9 mais do que um evento. Ele \u00e9 um movimento de profissionai<\/a>s que querem ver a educa\u00e7\u00e3o parental levada a s\u00e9rio no Brasil. S\u00e3o profissionais que acreditam que a transforma\u00e7\u00e3o da sociedade come\u00e7a em casa, pela transforma\u00e7\u00e3o das fam\u00edlias\u201d, afirma Ivana Moreira, fundadora da Canguru News , <\/strong>co-organizadora do evento junto com a Parent Coaching<\/a>, que oferece forma\u00e7\u00e3o a profissionais que atuam com pais e filhos.<\/p>\n\n\n\n
Ela destaca que, em apenas dois anos, o evento ganhou o respeito das maiores autoridades em estudos da parentalidade. \u201cProva disso \u00e9 a presen\u00e7a neste ano de um dos nomes mais respeitados mundialmente, o do psiquiatra e escritor americano Daniel Siegel<\/strong>\u201d, ressalta Ivana.<\/p>\n\n\n\n
Professor e pesquisador da Escola de Medicina da Universidade das Calif\u00f3rnia (UCLA), Siegel \u00e9 autor de in\u00fameras obras, que s\u00e3o refer\u00eancia nas quest\u00f5es da parentalidade, como o best-seller O c\u00e9rebro da crian\u00e7a. \u201cA parentalidade imperfeita\u201d, \u00e9 o foco da palestra que ele dar\u00e1 no congresso, na sexta-feira (25), \u00e0 tarde.<\/p>\n\n\n\n
Para a abertura do evento, na quinta-feira (24), est\u00e1 confirmada a apresenta\u00e7\u00e3o do psic\u00f3logo e escritor paraibano Rossandro Klinjey<\/strong>, que ir\u00e1 falar sobre o poder da parentalidade. Refer\u00eancia na \u00e1rea educacional e especialista em desenvolvimento humano, Rossandro costuma dizer que n\u00e3o h\u00e1 receita de bolo para educar os filhos e \u00e9 preciso construir compet\u00eancias para se tornar um pai educador.<\/p>\n\n\n\n
Na palestra seguinte, a atriz e educadora parental Magda Figueiredo<\/strong>, que ministra cursos sobre letramento racial, debater\u00e1 sobre o papel dos educadores no combate ao racismo e ao preconceito.<\/p>\n\n\n\n
J\u00e1 o pesquisador social ingl\u00eas Dominic Barter,<\/strong> que vive h\u00e1 quase 30 anos no Brasil, falar\u00e1 sobre seu trabalho de media\u00e7\u00e3o de conflitos por meio da comunica\u00e7\u00e3o n\u00e3o violenta, na sexta-feira (25). <\/p>\n\n\n\n
No \u00faltimo dia do evento, s\u00e1bado (26), ser\u00e3o tratados temas como transtornos, depress\u00e3o e suic\u00eddio na inf\u00e2ncia e na adolesc\u00eancia, com o pediatra e neurobiologista infantil Clay Brites <\/strong>e o hebiatra Felipe Fortes<\/strong>. Crian\u00e7as desafiadoras s\u00e3o o foco das apresenta\u00e7\u00f5es da psicopedagoga Isa Minatel <\/strong>e da coach e formadora sueca Mikaela Oven<\/strong>.<\/p>\n\n\n\n
Ainda, os estudos da neuroci\u00eancia e sua rela\u00e7\u00e3o com a cria\u00e7\u00e3o dos filhos ser\u00e3o explorados pela neurologista pediatra Liubiana Arantes <\/strong>e a psicopedagoga e psicomotricista Luciana Brites<\/strong>. Para a confer\u00eancia de encerramento, a comunicadora e escritora Cris P\u00e0z<\/strong> debater\u00e1 a import\u00e2ncia do autoconhecimento.<\/p>\n\n\n\n
Para a programa\u00e7\u00e3o completa do evento, ingressos e outras informa\u00e7\u00f5es acesse o site oficial do congresso<\/a>. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"Daniel Siegel e Rossandro Klinjey s\u00e3o destaque em congresso educa\u00e7\u00e3o parental","post_excerpt":"Evento ocorre em S\u00e3o Paulo, no m\u00eas de novembro, e j\u00e1 est\u00e1 com as inscri\u00e7\u00f5es abertas; conhe\u00e7a alguns dos principais palestrantes confirmados ","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"daniel-siegel-e-rossandro-klinjey-sao-destaque-em-congresso-de-educacao-parental","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-09-08 09:04:57","post_modified_gmt":"2022-09-08 12:04:57","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64745","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64723,"post_author":"4","post_date":"2022-09-01 21:45:07","post_date_gmt":"2022-09-02 00:45:07","post_content":"\n
Dados rec\u00e9m divulgados<\/a> pela ONG Aldeias Infantis mostram que o n\u00famero de crian\u00e7as e adolescentes internados<\/a>, em 2021, devido a acidentes, aumentou 5,3% em compara\u00e7\u00e3o com 2020. Foram 110.341 casos de interna\u00e7\u00f5es no ano passado, na faixa et\u00e1ria de 0 a 14 anos, por motivos como queda, queimadura, acidente de tr\u00e2nsito, intoxica\u00e7\u00e3o e sufoca\u00e7\u00e3o<\/a>.\u00a0<\/p>\n\n\n\n
\u201cQuando falamos de interna\u00e7\u00f5es, n\u00e3o \u00e9 algo simples como ralar o joelho ou cair da bicicleta, s\u00e3o causas graves <\/a>e isso gera um custo tanto para o sistema de sa\u00fade quanto para a fam\u00edlia, al\u00e9m, claro, do impacto psicol\u00f3gico e emocional na crian\u00e7a\u201d, afirma Erika Tonelli, especialista em Entornos Seguros e Protetores da Aldeias Infantis SOS.<\/p>\n\n\n\n
O mais triste \u00e9 saber que a maioria dos acidentes n\u00e3o s\u00e3o uma fatalidade, pelo contr\u00e1rio: estudos americanos afirmam que medidas simples de preven\u00e7\u00e3o podem evitar at\u00e9 90% dos acidentes. A seguir, veja as principais recomenda\u00e7\u00f5es para prevenir os cinco acidentes mais comuns ocorridos no ano passado.   <\/p>\n\n\n\n
Principais acidentes com crian\u00e7as em 2021<\/h2>\n\n\n\n
Queda<\/strong> \u2013 respons\u00e1vel por 44% dos acidentes<\/strong> - 48.387 interna\u00e7\u00f5es <\/mark><\/li>
Queimadura<\/strong> - respons\u00e1vel por 19% dos acidentes<\/strong> - 21.100 interna\u00e7\u00f5es<\/mark><\/li>
Tr\u00e2nsito<\/strong> \u2013 respons\u00e1vel por 10% dos acidentes<\/strong> - 11.172 crian\u00e7as interna\u00e7\u00f5es<\/mark><\/li>
Intoxica\u00e7\u00f5es<\/strong> \u2013 respons\u00e1vel por 5%\u00a0dos acidentes<\/strong> - 4.151 crian\u00e7as interna\u00e7\u00f5es<\/mark><\/li>
Sufoca\u00e7\u00e3o<\/strong> - respons\u00e1vel por 0,43% dos acidentes<\/strong> - 479 crian\u00e7as interna\u00e7\u00f5es<\/mark><\/li><\/ol>\n\n\n\n
Fonte: ONG Aldeias Infantis SOS<\/span><\/p>\n\n\n\n
1. Queda<\/h2>\n\n\n\n
Para prevenir quedas, seja de grandes alturas ou dentro de casa, nunca \u00e9 demais refor\u00e7ar: instale grades ou redes de prote\u00e7\u00e3o<\/strong> nas janelas, sacadas, varandas, mezaninos e quaisquer outros v\u00e3os que apresentem risco. Todas as janelas da resid\u00eancia devem ser teladas, at\u00e9 mesmo as dos banheiros, que costumam ficar de fora pelo tamanho reduzido. Isso vale tamb\u00e9m para as janelas de modelo basculante. A recomenda\u00e7\u00e3o \u00e9 que <\/strong>as telas sejam instaladas antes mesmo da crian\u00e7a nascer, para prevenir acidentes com beb\u00eas que se mexem e se impulsionam do colo. Se houver preocupa\u00e7\u00e3o com a limpeza das esquadrias, empresas especializadas oferecem telas remov\u00edveis como alternativa. Nas escadas internas da casa deve-se usar port\u00f5es de seguran\u00e7a no topo e base.<\/p>\n\n\n\n
Al\u00e9m da queda de altura, ambientes lisos e molhados, como o box do banheiro<\/strong>, pedem aten\u00e7\u00e3o, principalmente, de crian\u00e7as menores, que, durante o banho, devem ser supervisionadas por um adulto. Cama, sof\u00e1 e ber\u00e7o <\/strong>tamb\u00e9m s\u00e3o locais de quedas recorrentes. Os beb\u00eas, ainda que n\u00e3o tenham muita mobilidade, exigem cuidado especial, j\u00e1 que podem se machucar com gravidade ao cair desses lugares. Pais e respons\u00e1veis t\u00eam de se assegurar de que o beb\u00ea estar\u00e1 em seguran\u00e7a quando acordar, se n\u00e3o houver supervis\u00e3o no momento.<\/p>\n\n\n\n
2. Queimadura<\/h2>\n\n\n\n
Um dos ambientes da casa que oferece maior risco \u00e9 a cozinha, por isso mantenha a garotada longe do fog\u00e3o e procure cozinhar usando as bocas de tr\u00e1s, deixando os cabos das panelas virados sempre para dentro. O acesso ao g\u00e1s, \u00e0 porta do forno, \u00e0 \u00e1gua e \u00f3leo ferventes tamb\u00e9m pedem aten\u00e7\u00e3o. Outro cuidado importante: guarde f\u00f3sforos, \u00e1lcool e outros produtos inflam\u00e1veis em arm\u00e1rios trancados e longe do alcance das crian\u00e7as. O atendimento a queimaduras nunca deve ser feito em casa ou com receitas caseiras. <\/p>\n\n\n\n
O \u00e1lcool em gel<\/strong>, que se popularizou na pandemia, pode causar queimaduras em contato com o olho ou a boca, ou ainda, no caso de ingest\u00e3o, dependendo da quantidade, pode causar intoxica\u00e7\u00e3o. As embalagens desse produto devem ser deixadas longe do alcance das crian\u00e7as, para evitar o uso n\u00e3o supervisionado. A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) afirma que, para as crian\u00e7as, deve-se sempre que poss\u00edvel optar por usar \u00e1gua e sab\u00e3o na higieniza\u00e7\u00e3o das m\u00e3os, como prote\u00e7\u00e3o contra o coronav\u00edrus, deixando o uso do \u00e1lcool em gel para o uso fora de casa.<\/p>\n\n\n\n
3. Tr\u00e2nsito<\/h2>\n\n\n\n
Para prevenir acidentes, a orienta\u00e7\u00e3o \u00e9 que as crian\u00e7as andem nas ruas com supervis\u00e3o de um adulto at\u00e9 que demonstrem habilidade e capacidade de julgamento do tr\u00e2nsito, o que pode ocorrer a partir dos 10 anos de idade. Enquanto estiver caminhando na rua, segure sempre a m\u00e3o da crian\u00e7a, de forma firme e pelo pulso. N\u00e3o permita brincadeiras em locais que n\u00e3o s\u00e3o adequados, como entradas ou sa\u00eddas de garagens, quintais sem cerca, ruas ou estacionamentos.<\/p>\n\n\n\n
4. Intoxica\u00e7\u00e3o<\/h2>\n\n\n\n
Acidentes com medicamentos ou produtos t\u00f3xicos infelizmente s\u00e3o comuns. A intoxica\u00e7\u00e3o pela ingest\u00e3o, manipula\u00e7\u00e3o ou inala\u00e7\u00e3o pode ser perigosa e fatal, dependendo da \u00e1rea afetada e da toxicidade. \u00c9 importante explicar \u00e0s crian\u00e7as que os rem\u00e9dios devem ser tomados somente quando necess\u00e1rio, e evitar cham\u00e1-los por nomes de doces ou balas - alguns pais recorrem a essa t\u00e1tica para facilitar a administra\u00e7\u00e3o. Al\u00e9m disso, nunca medique sem orienta\u00e7\u00e3o m\u00e9dica ou por sugest\u00e3o de terceiros. <\/p>\n\n\n\n
Guarde as embalagens de produtos potencialmente t\u00f3xicos, como medicamentos, bebidas alco\u00f3licas, produtos de limpeza e pesticidas, logo ap\u00f3s a utiliza\u00e7\u00e3o, fora do alcance das crian\u00e7as. N\u00e3o use embalagens vazias para guardar produtos que podem ser t\u00f3xicos, mantenha-os sempre nas embalagens originais. N\u00e3o d\u00ea embalagens vazias desses produtos para as crian\u00e7as brincarem. Tampouco coloque produtos de uso dom\u00e9stico junto de alimentos e evite plantas t\u00f3xicas em casa ou no jardim, em locais de f\u00e1cil acesso para as crian\u00e7as.<\/p>\n\n\n\n
5. Sufoca\u00e7\u00e3o<\/h2>\n\n\n\n
Crian\u00e7as de at\u00e9 3 anos, que est\u00e3o na fase de experimentar o mundo e costumam levar tudo \u00e0 boca, s\u00e3o mais propensas a sofrerem acidentes relacionados \u00e0 sufoca\u00e7\u00e3o. A sufoca\u00e7\u00e3o ocorre quando h\u00e1 a cobertura total ou parcial do nariz e\/ou da boca, resultando na dificuldade ou impossibilidade de respirar. Entre beb\u00eas menores de um ano de idade, o risco de sufoca\u00e7\u00e3o \u00e9 muito alto devido a sua falta de capacidade de escaparem por si mesmos de uma situa\u00e7\u00e3o de perigo. A introdu\u00e7\u00e3o alimentar merece precau\u00e7\u00e3o e uma das orienta\u00e7\u00f5es \u00e9 n\u00e3o oferecer alimentos redondos e duros, como uva, amendoim ou outras castanhas e cenoura crua, al\u00e9m de cortar os alimentos em peda\u00e7os bem pequenos. Tamb\u00e9m \u00e9 importante aprender as manobras de desengasgo<\/a> para saber como agir nesse momento.<\/p>\n\n\n\n
Outros acidentes<\/h2>\n\n\n\n
Apesar do aumento geral dos acidentes, os casos envolvendo afogamento diminu\u00edram<\/a> em 2021. Ainda assim, \u00e9 v\u00e1lido lembrar que os pequenos menores de 4 anos podem se afogar em recipientes com at\u00e9 2,5 cm de \u00e1gua. Por isso, al\u00e9m dos cuidados com as piscinas, como a prote\u00e7\u00e3o com cercas e port\u00e3o com cadeado ou trava de seguran\u00e7a, \u00e9 preciso aten\u00e7\u00e3o com banheiras, bacias e baldes, que devem ser guardados vazios e virados para baixo. E, claro, nunca deixe crian\u00e7as sozinhas dentro ou perto da \u00e1gua, nem por um segundo!<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
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O n\u00famero de crian\u00e7as e adolescentes que se internaram<\/a>, em 2021, devido a acidentes, aumentou em compara\u00e7\u00e3o com 2020. Foram 110.341 casos de interna\u00e7\u00f5es no ano passado, na faixa et\u00e1ria de 0 a 14 anos, segundo pesquisa da ONG Aldeias Infantis SOS e do Instituto Bem Cuidar. O n\u00famero revela um crescimento de 5,3% em rela\u00e7\u00e3o ao ano anterior. <\/p>\n\n\n\n
As quedas foram a principal causa das interna\u00e7\u00f5es<\/a>, sendo respons\u00e1veis por 44% das ocorr\u00eancias, seguidas pelas queimaduras, 19%, acidentes de tr\u00e2nsito, 10%, e intoxica\u00e7\u00f5es, 5%. Em m\u00e9dia, 302 crian\u00e7as foram hospitalizadas<\/a>, por dia, por conta de algum acidente em 2021, segundo o estudo feito com informa\u00e7\u00f5es do Datasus, do Minist\u00e9rio da Sa\u00fade.<\/p>\n\n\n\n
\u201cChama muito a aten\u00e7\u00e3o, por exemplo, que a maior causa de interna\u00e7\u00e3o seja a queda<\/a>, pois a gente sabe que h\u00e1 medidas para evitar isso. \u00c9 preciso colocar tela em janelas e sacadas<\/a>, evitar deixar m\u00f3veis pr\u00f3ximo a janelas, enfim, uma s\u00e9rie de dicas que s\u00e3o importantes para que pais e adultos estejam munidos dessas informa\u00e7\u00f5es para evitar os acidentes\u201d, afirmou Erika Tonelli, especialista em Entornos Seguros e Protetores da Aldeias Infantis SOS.\u00a0<\/p>\n\n\n\n
Erika lembra que, embora os acidentes fa\u00e7am parte da vida das crian\u00e7as enquanto est\u00e3o se desenvolvendo e experienciando o mundo, a maioria deles poderiam ser evitados. \u201cAt\u00e9 90% dos acidentes poderiam ser prevenidos com medidas simples. Os pais e familiares devem estar sempre atentos aos ambientes - n\u00e3o s\u00f3 aos dom\u00e9sticos, mas tamb\u00e9m espa\u00e7os comunit\u00e1rios, parques, escolas e todos os lugares que as crian\u00e7as frequentam -, para perceber quais riscos existem e se \u00e9 preciso tomar alguma medida ou ter um olhar mais cuidadoso para elas\u201d, ressalta a especialista.<\/p>\n\n\n\n
Apesar do aumento geral dos acidentes, constatou-se que em 2021 os casos envolvendo afogamento diminu\u00edram<\/a> em 2% e sufoca\u00e7\u00e3o em 6%, quando comparado ao ano anterior.  <\/p>\n\n\n\n
O estudo tamb\u00e9m ressalta que, apesar do aumento no volume de interna\u00e7\u00f5es, os n\u00fameros de 2021 s\u00e3o menores que no per\u00edodo anterior \u00e0 pandemia. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong> <\/p>\n\n\n\n\n\n
Tipos de acidentes por idade <\/h2>\n\n\n\n
Segundo o levantamento, a faixa et\u00e1ria de 5 a 9 anos de idade \u00e9 a mais atingida pelas quedas e a que mais sofreu hospitaliza\u00e7\u00f5es em 2021 - representando 35,1% dos internados por acidentes. As crian\u00e7as com idade de 10 a 14 anos tamb\u00e9m tiveram um n\u00famero alto de interna\u00e7\u00f5es (34,2%), sendo igualmente as quedas a causa mais comum. <\/p>\n\n\n\n
J\u00e1 na faixa et\u00e1ria de 1 a 4 anos, que representa 25,6% das intera\u00e7\u00f5es, intoxica\u00e7\u00e3o e queimaduras est\u00e3o entre os principais acidentes. Menores de 1 ano representaram 5,2% das interna\u00e7\u00f5es, motivadas por acidentes como sufoca\u00e7\u00e3o, mas tamb\u00e9m queimaduras, afogamento, intoxica\u00e7\u00e3o e quedas. <\/p>\n\n\n\n
Erika relata que dependendo da faixa et\u00e1ria, a preval\u00eancia dos acidentes vai sendo alterada. Os beb\u00eas de at\u00e9 1 ano t\u00eam um n\u00famero maior de casos de sufoca\u00e7\u00e3o, porque s\u00e3o crian\u00e7as que levam coisas \u00e0 boca. J\u00e1 a intoxica\u00e7\u00e3o tem um n\u00famero bastante alto entre 1 e 4 anos, depois vem a queda, com crian\u00e7as acima de 5 anos, que exploram mais o ambiente e est\u00e3o mais expostas ao mundo externo. \"Mas isso n\u00e3o quer dizer que a gente n\u00e3o deva estar atento \u00e0s demais causas de acidentes. Mesmo a queimadura pode ser comum nos beb\u00eas durante o banho, por exemplo\u201d, explica a porta-voz da Aldeias Infantis SOS. <\/p>\n\n\n\n
Principais causas de acidentes com crian\u00e7as (0 a 14 anos)*<\/h2>\n\n\n\n
Quedas - 44%<\/li>
Queimaduras 19%<\/li>
Tr\u00e2nsito - 10%<\/li>
Intoxica\u00e7\u00f5es - 5% <\/li><\/ul>\n\n\n\n
Acidentes mais comuns por faixa et\u00e1ria<\/h2>\n\n\n\n
0 a 1 ano - Sufoca\u00e7\u00e3o<\/li>
1 a 4 anos - Intoxica\u00e7\u00e3o<\/li>
5 a 9 anos - Quedas<\/li>
10 a 14 anos - Quedas<\/li><\/ul>\n\n\n\n
*N\u00fameros consolidados pela ONG Aldeias Infantis SOS, a partir da base de dados Datasus, do Minist\u00e9rio da Sa\u00fade.<\/em><\/p>\n\n\n\n
Quedas e queimaduras<\/h2>\n\n\n\n
Os registros de quedas no Datasus incluem tanto acidentes ocorridos em casa, quanto em ambientes externos, como playgrounds e parques. Segundo Erika, n\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel afirmar qual tipo de queda \u00e9 a mais comum, mas ela avalia que tanto o maior tempo dentro de casa, durante a pandemia, quanto o incentivo \u00e0s atividades ao ar livre, ap\u00f3s o per\u00edodo de isolamento social, podem ter contribu\u00eddo para esse tipo de acidente.<\/p>\n\n\n\n
J\u00e1 em rela\u00e7\u00e3o \u00e0s queimaduras, ela diz que percebeu um leve aumento de casos, principalmente, devido ao uso recorrente de \u00e1lcool e \u00e1lcool em gel, como forma de prote\u00e7\u00e3o contra a Covid, e possivelmente tamb\u00e9m pelo uso maior de formas alternativas de combust\u00edvel na cozinha, como carv\u00e3o, \u00f3leo e querosene, devido \u00e0 piora da condi\u00e7\u00e3o econ\u00f4mica de grande parte das fam\u00edlias brasileiras. <\/p>\n\n\n\n
\u201cMesmo alimentos quentes em cima da mesa, a crian\u00e7a pode puxar e eles virarem em cima dela. \u00c9 importante tamb\u00e9m evitar tomar bebidas quentes com o filho no colo e estar atento ao risco de choque el\u00e9trico com ferro de passar roupa, com o uso do celular enquanto carrega e com instala\u00e7\u00f5es el\u00e9tricas da casa\u201d, destaca Erika.  <\/p>\n\n\n\n
Para a especialista, a precariza\u00e7\u00e3o das condi\u00e7\u00f5es de trabalhos e a exaust\u00e3o de alguns cuidadores tamb\u00e9m podem ser fatores que interferiram nos cuidados com as crian\u00e7as. Al\u00e9m disso, existe o fato de muitas delas ficarem sozinhas em casa, sem a supervis\u00e3o de um adulto, o que contribui ainda mais para o aumento de acidentes. <\/p>\n\n\n\n
Dados mostram que 1 a cada 4 crian\u00e7as acidentadas fica com sequelas permanentes durante toda a vida.<\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
\u201cQuando falamos de interna\u00e7\u00f5es, n\u00e3o \u00e9 algo simples como ralar o joelho ou cair da bicicleta, s\u00e3o causas graves e isso gera um custo tanto para o sistema de sa\u00fade quanto para a fam\u00edlia, al\u00e9m, claro, do impacto psicol\u00f3gico e emocional na crian\u00e7a\u201d, pontua Erika.<\/p>\n\n\n\n
Principais causas de mortes de crian\u00e7as por acidentes em 2020<\/h2>\n\n\n\n
Em rela\u00e7\u00e3o ao n\u00famero de mortes de crian\u00e7as por acidentes, Erika explicou que os dados mais recentes fornecidos pelo Datasus s\u00e3o de 2020, quando 3.117 crian\u00e7as de at\u00e9 14 anos de idade perderam a vida. Apesar de o tr\u00e2nsito continuar sendo a principal causa das fatalidades com 30% do total, os afogamentos e casos de sufoca\u00e7\u00e3o tamb\u00e9m registraram marcas preocupantes, com 27% e 22%, respectivamente. <\/p>\n\n\n\n
Mortes de crian\u00e7as por acidentes - 2020 <\/h3>\n\n\n\n
Tr\u00e2nsito - 30%<\/li>
Afogamentos - 27%<\/li>
Sufoca\u00e7\u00e3o - 22%<\/li><\/ul>\n\n\n\n
Apesar disso, se comparado com 2019, o n\u00famero de \u00f3bitos recuou 2%, sendo a maior redu\u00e7\u00e3o em sufoca\u00e7\u00e3o, com queda de 14%. Por outro lado, fatalidades envolvendo intoxica\u00e7\u00f5es e quedas seguiram o caminho inverso e aumentaram respectivamente 23% e 12% cada uma. Sob a \u00f3tica da faixa et\u00e1ria, crian\u00e7as de 1 a 4 anos concentram a maior taxa de mortalidade por acidentes no Brasil (32%).<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
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\u201cDe boa, passo muito tempo da minha vida no quarto. T\u00e1 ligado? \u00c9 um canto s\u00f3 meu. No quarto, j\u00e1 fiz tudo. Tamb\u00e9m j\u00e1 pensei em fazer besteira.\u201d  <\/em><\/p>\n\n\n\n
\"Fico mais tempo do que no resto da casa. S\u00f3 saio pra comer, saca? Tem dia que nem pra comer. Ningu\u00e9m me pergunta nada. S\u00f3 ficaram mais preocupados, minha m\u00e3e e meu pai, quando a professora falou que me cortei.\"<\/em><\/p>\n\n\n\n
Relatos como esses fazem parte dos depoimentos que o pesquisador Hugo Monteiro Ferreira colheu para um estudo sobre o cotidiano de crian\u00e7as e adolescentes brasileiros<\/a> marcados pelo adoecimento emocional e mental<\/a>. <\/p>\n\n\n\n
S\u00e3o jovens na faixa et\u00e1ria de 11 a 18 anos de idade, que passam cerca de seis horas por dia dentro de seus quartos, geralmente conectados \u00e0s redes sociais<\/a>, e com s\u00e9rios problemas de conviv\u00eancia entre os seus pares<\/a> e tamb\u00e9m com os adultos com os quais convivem.\u00a0De modo geral, s\u00e3o pessoas que pertencem a uma classe social mais favorecida.<\/p>\n\n\n\n
Hugo os definiu como \u201ca gera\u00e7\u00e3o do quarto\u201d. V\u00edtimas de bullying, cyberbullying e outras viol\u00eancias<\/a>, geralmente na escola, eles vivenciam nesse c\u00f4modo da casa diversas formas de sofrimento - de transtornos alimentares a ansiedade, depress\u00e3o e at\u00e9 mesmo suic\u00eddio<\/a>. <\/p>\n\n\n\n
\u201cA gera\u00e7\u00e3o do quarto adverte-nos que as fam\u00edlias e as escolas precisam \"escutar\" meninos e meninas e rever posturas e procedimentos, bem como formas de educar e jeitos de orientar\u201d, afirma Hugo, no livro \u201cA gera\u00e7\u00e3o do quarto - quando as crian\u00e7as nos ensinam a amar\u201d. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
A obra \u00e9 fruto de uma pesquisa que ouviu 3.115 crian\u00e7as e adolescentes, de escolas p\u00fablicas e, principalmente, privadas, de cinco capitais do pa\u00eds. \u00c9 um grupo que retrata nitidamente os jovens da sociedade contempor\u00e2nea. \"Tenho retornos de professores e professoras que me diziam: \"olha isso que voc\u00ea disse acontece exatamente assim na minha escola\", afirmou Hugo. <\/p>\n\n\n\n
Segundo ele, a fragilidade dessa gera\u00e7\u00e3o revela a fragilidade dos pais e das m\u00e3es. \u201cN\u00e3o s\u00e3o s\u00f3 as crian\u00e7as e os adolescentes que est\u00e3o no quarto \u2014 os adultos tamb\u00e9m est\u00e3o. O quarto \u00e9 a met\u00e1fora da fam\u00edlia que n\u00e3o dialoga, mas grita; da escola que n\u00e3o acolhe, mas exige o desempenho das notas\u201d, afirma Humberto da Silva Miranda, doutor em Hist\u00f3ria das Inf\u00e2ncias, no pref\u00e1cio do livro. <\/p>\n\n\n\n
$\"\"$
Hugo Monteiro Ferreira<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n
A seguir, leia a entrevista que o autor concedeu \u00e0 Canguru News<\/strong>. Hugo \u00e9 professor do departamento de Educa\u00e7\u00e3o e do Programa de P\u00f3s-Gradua\u00e7\u00e3o em Educa\u00e7\u00e3o, Culturas e Identidades, ambos da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Na mesma institui\u00e7\u00e3o, ele coordena o N\u00facleo do Cuidado Humano e o Grupo de Estudos da Transdisciplinaridade, da Inf\u00e2ncia e da Juventude (GETIJ).<\/p>\n\n\n\n
Qual o perfil da gera\u00e7\u00e3o do quarto?<\/h2>\n\n\n\n
S\u00e3o crian\u00e7as e adolescentes, entre 11 e 16 anos, que passam mais de 6 horas por dia dentro do quarto, usando excessivamente as redes sociais digitais, e j\u00e1 sofreram algum tipo de viol\u00eancia, como bullying e cyberbullying, geralmente ocorrida na escola. Eles t\u00eam sintomatologias de psicopatologias as mais diversas, com predomin\u00e2ncia para depress\u00e3o, transtornos obsessivos compulsivos, transtornos alimentares, com predomin\u00e2ncia de anorexia e bulimia, transtorno de ansiedade, uso abusivo de \u00e1lcool, de maconha ou drogas qu\u00edmicas e dist\u00farbios de sono. E no campo da autodestrui\u00e7\u00e3o, praticam a autoles\u00e3o, sem inten\u00e7\u00e3o suicida, e alguns t\u00eam idea\u00e7\u00e3o suicida e tentaram suic\u00eddio mais de uma vez, esse \u00e9 o perfil da gera\u00e7\u00e3o do quarto.<\/p>\n\n\n\n
Como foi feita a pesquisa?<\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa foi feita entre 2017 e 2019, com alunos de escolas p\u00fablicas e privadas de cinco capitais brasileiras \u2014 Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Macei\u00f3 e Natal. Inicialmente, foi aplicado um question\u00e1rio online para 3.115 crian\u00e7as e adolescentes, e a partir das respostas foi feito um recorte com 238 jovens, dos quais a grande maioria, 70%, s\u00e3o de escolas privadas, e fazem parte da classe m\u00e9dia e classe m\u00e9dia alta. Os resultados mostraram que 75% dos 3.115 alunos est\u00e3o com a sa\u00fade mental abalada, embora nem todos apresentem sintomatologia psicopatol\u00f3gica. N\u00e3o publiquei nenhum artigo sobre o estudo porque desde o in\u00edcio tive a inten\u00e7\u00e3o de fazer um livro, que ficou pronto em 2020. De l\u00e1 para c\u00e1, a obra passou por revis\u00f5es, sendo publicada agora, em 2022. Ressalto que a gera\u00e7\u00e3o do quarto n\u00e3o foi criada na pandemia, mas sofreu na pandemia duas vezes mais pela situa\u00e7\u00e3o de vulnerabilidade em que se encontrava. <\/p>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 um retrato da juventude brasileira? <\/h2>\n\n\n\n
Eu fiz um recorte, mas todas as pessoas que mantiveram contato comigo e n\u00e3o estiveram no recorte da pesquisa se identificaram com ela. Tenho retornos de professores e professoras que me diziam: \"olha isso que voc\u00ea disse acontece exatamente assim na minha escola\". As pessoas se identificam porque tem uma verossimilhan\u00e7a. Muitas dizem: \"ah, tenho um filho, uma filha, que tamb\u00e9m est\u00e1 no quarto\". Se voc\u00ea for em qualquer escola, infelizmente ir\u00e1 encontrar algo semelhante.<\/p>\n\n\n\n
Como entender os problemas que essa gera\u00e7\u00e3o enfrenta, quais s\u00e3o suas origens?<\/h2>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 forjada, criada dentro de casa, \u00e9 a fam\u00edlia quem cria essa gera\u00e7\u00e3o, n\u00e3o \u00e9 a escola, a escola ajuda a manter, a fazer a manuten\u00e7\u00e3o do sofrimento, mas a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 produto de uma fam\u00edlia no quarto tamb\u00e9m, uma fam\u00edlia isolada, adoecida, de pouco di\u00e1logo, violenta. A viol\u00eancia num sentido amplo, n\u00e3o s\u00f3 f\u00edsica, psicol\u00f3gica, mas uma viol\u00eancia simb\u00f3lica, h\u00e1 muito movimento de viol\u00eancia dentro dessas casas. A viol\u00eancia simb\u00f3lica se expressa nas nuances, na organiza\u00e7\u00e3o, no establishment<\/em>, c\u00f3digos de comportamentos. Por exemplo, entrevistei meninos de 15, 16 anos, que eram gays, e na casa havia uma esp\u00e9cie de heteronormatividade, n\u00e3o era dito isso, mas havia a heteronormatividade como conduta, regra. \u00c9 isso que temos visto dentro dessas fam\u00edlias, s\u00e3o fam\u00edlias um tanto quanto provocativas e provocadoras dessa viol\u00eancia simb\u00f3lica. <\/p>\n\n\n\n
\u00c9 uma situa\u00e7\u00e3o muito preocupante, n\u00e3o? <\/h2>\n\n\n\n
A experi\u00eancia do quarto \u00e9 terr\u00edvel, porque n\u00e3o \u00e9 uma esp\u00e9cie de ref\u00fagio para aquietar mente, \u00e9 uma experi\u00eancia de ansiedade da mente, uma mente com probabilidades das mais diversas. <\/p>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 violentada, ela tamb\u00e9m vai violentar. \u00c9 importante observar isso. <\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Eu me preocupo muito porque parece que a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 meio que uma matriz de pequenos e pequenas curingas, do personagem do Batman. N\u00f3s estamos formando gera\u00e7\u00f5es violentas, e essa viol\u00eancia pode ser contra si, os \u00edndices de suic\u00eddio na adolesc\u00eancia n\u00e3o s\u00e3o m\u00ednimos. No Brasil, infelizmente, desde 2016, que eles aumentam, mas n\u00f3s tamb\u00e9m temos criado pessoas, em pa\u00edses como os Estados Unidos, que quando t\u00eam acesso a armas, criam e organizam massacres como esses que vimos nas escolas americanas. O perfil e a biografia desses adolescentes se assemelha \u00e0 gera\u00e7\u00e3o do quarto. \u00c9 preocupante, porque n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 o adoecimento ps\u00edquico, mas \u00e9 a produ\u00e7\u00e3o de uma comunidade psiquicamente adoecida, que tem na viol\u00eancia a gram\u00e1tica da sua sintaxe comunicacional, ou seja, a socializa\u00e7\u00e3o \u00e9 violenta.<\/p>\n\n\n\n
Muitas vezes, \u00e9 poss\u00edvel que voc\u00ea tenha pessoas que acham que s\u00e3o excelentes m\u00e3es e pais, mas que imprimem uma norma, uma conduta, um modelo que impede que o outro seja o que pode ser. Vi muito isso, adolescentes dizendo \u201ceu n\u00e3o consigo, para minha m\u00e3e nem para o meu pai, ser o que realmente sou, o que realmente gosto, tenho que mentir, me fazer ser o que n\u00e3o sou, criar um perfil falso\u201d. A viol\u00eancia simb\u00f3lica est\u00e1 muito nesse campo, no religioso, al\u00e9m da viol\u00eancia f\u00edsica e psicol\u00f3gica.<\/p>\n\n\n\n
<\/p>\n\n\n\n
H\u00e1 caracter\u00edsticas em comum entre os pais dessa gera\u00e7\u00e3o?<\/h2>\n\n\n\n
S\u00e3o pessoas que aprenderam com os modelos anteriores como devem proceder, como educar e como deve ser a rela\u00e7\u00e3o entre pais e filhos, e eles terminam agindo em nome desse bem-estar. Eles querem o bem dos filhos, n\u00e3o desejam o mal, mas \u00e9 um bem meio que projetado, n\u00e3o \u00e9 um bem presente, \u00e9 o bem do amanh\u00e3. Eu quero que meu filho esteja bem, mas para isso ele precisa seguir uma regra, uma norma, uma conduta, um padr\u00e3o, uma organiza\u00e7\u00e3o. Se ele n\u00e3o segue, eu n\u00e3o consigo ser m\u00e3e, pai dele, n\u00e3o consigo estabelecer uma rela\u00e7\u00e3o afetiva, de di\u00e1logo, e come\u00e7o a entrar em conflito.<\/p>\n\n\n\n
S\u00e3o pais que rejeitam os filhos? <\/h2>\n\n\n\n
Essa gera\u00e7\u00e3o mostra que os pais, se n\u00e3o h\u00e1 um modelo estabelecido, eles n\u00e3o se disp\u00f5em a aprender com o que eles veem na realidade, \u00e9 quase que um filho abstrato. Quando o filho real come\u00e7a a emergir e mostrar suas caracter\u00edsticas, os pais come\u00e7am a estranhar aquilo e n\u00e3o entram em processo de di\u00e1logo, se afastam. \u00c9 esse afastamento, esse vazio, que cria a gera\u00e7\u00e3o do quarto. Por isso afirmo que \u00e9 na matriz familiar que a gera\u00e7\u00e3o \u00e9 gerada, quer dizer, os pais n\u00e3o conseguem observar, de modo geral, a emerg\u00eancia dos humanos que eles mesmos criaram. Eles t\u00eam o humano projetado, \u00e9 quase um molde de um humano. Quando vem uma orienta\u00e7\u00e3o sexual ou um g\u00eanero que n\u00e3o \u00e9 norma, causa um impacto. <\/p>\n\n\n\n
Claro que \u00e9 menos impactante quando o filho diz que n\u00e3o quer ser m\u00e9dico, mas sim ator, pode haver resist\u00eancia mas n\u00e3o t\u00e3o intensa como quando voc\u00ea diz que \u00e9 gay, isso causa um embara\u00e7o. Mas n\u00e3o gosto de condenar os pais e as m\u00e3es, porque acho que eles est\u00e3o envolvidos nesse processo, eles querem acertar, ao menos, os que t\u00eam paternagem e maternagem, que chamo de esp\u00edrito de pai e m\u00e3e. Os que n\u00e3o t\u00eam, esses simplesmente geram os filhos, est\u00e3o ali numa esp\u00e9cie de playground de criar filhos. Mas os que t\u00eam paternagem, eles v\u00e3o tentando encontrar e conseguem, ent\u00e3o nesse caso, essa fissura, esse vazio que se abriu \u00e9 reduzido e a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 compreendida. <\/p>\n\n\n\n
Os pais sabem que t\u00eam um problema em casa?<\/h2>\n\n\n\n
Eles n\u00e3o t\u00eam conhecimento, porque a gera\u00e7\u00e3o do quarto cognitivamente n\u00e3o tem problema com boletim escolar. Essa gera\u00e7\u00e3o chega na universidade. Essa causa-consequ\u00eancia que a gente confabulou e afirmou tantas vezes que, por exemplo, vai ter problemas na escola, no rendimento escolar, n\u00e3o \u00e9 um sinal, a gera\u00e7\u00e3o do quarto tem um boletim escolar azul,<\/strong> e os pais n\u00e3o percebem. Eles acham que faz parte da vida estar no quarto.<\/strong> Muitos me dizem isso, \u201cah mas meu filho est\u00e1 no quarto j\u00e1 h\u00e1 tanto tempo que nem me dava conta\u201d. Eles come\u00e7am a se dar conta quando a crian\u00e7a ou o adolescente come\u00e7a a se cortar, quando come\u00e7am a gritar em sil\u00eancio, a\u00ed os pais alertam, mas at\u00e9 ent\u00e3o, n\u00e3o. Chamam para jantar, quando conseguem, lembrando que pais contempor\u00e2neos vivem muito fora de casa, trabalham muito, com finalidade de dar um futuro para os filhos.  <\/p>\n\n\n\n
Ou seja, o esfor\u00e7o dos pais para garantir uma boa estrutura familiar acaba por distanci\u00e1-los dos filhos?<\/h2>\n\n\n\n
\u00c9 a alternativa que se deu para a fam\u00edlia. Num pa\u00eds de mais de 210 milh\u00f5es de pessoas, n\u00e3o \u00e9 todo mundo que para e reflete sobre o que \u00e9 ser uma fam\u00edlia. Para os que est\u00e3o abaixo da linha da mis\u00e9ria tem que pensar muito como se recupera. H\u00e1 uma quest\u00e3o importante: o fen\u00f4meno da gera\u00e7\u00e3o do quarto se d\u00e1 em todas as classes sociais, mas as estrat\u00e9gias trabalhadas mudam. Tem muitas pessoas que usam a gravidez, por exemplo, como forma de sair de uma situa\u00e7\u00e3o socioecon\u00f4mica. Engravidar pode ser uma esp\u00e9cie de promo\u00e7\u00e3o social, ou seja, o problema \u00e9 o mesmo, a dor ps\u00edquica \u00e9 a mesma, mas a maneira de lidar com ela \u00e9 diferente. <\/p>\n\n\n\n
Os jovens n\u00e3o se abrem com os pais, mas n\u00e3o se opuseram a falar com voc\u00ea?<\/h2>\n\n\n\n
Talvez o que favorece para um pesquisador como eu \u00e9 me dispor a escutar sem condenar, sem julgamento. Eu escuto para acolher e esse talvez seja um potencial que a gente possa ensinar aos pais e \u00e0s m\u00e3es, para que o filho diga o que pensa, o que acha, o que gosta e n\u00e3o gosta, se sinta confort\u00e1vel em ser diferente dos pais. Acho que as fam\u00edlias escutam julgando, comparando e sentenciando demais. As crian\u00e7as, ao contr\u00e1rio do que as pessoas pensam, s\u00e3o muito sens\u00edveis, muito cr\u00edticas, elas conseguem responder perguntas, falar sobre sentimentos com quem elas se sentem confort\u00e1veis. Al\u00e9m disso, uma das t\u00e9cnicas que utilizei, o question\u00e1rio online, me trouxe muitas respostas, porque tinha perguntas abertas. Alguns dos depoimentos que apresento no livro eu n\u00e3o ouvi, eu li. Quando n\u00e3o tenho que dizer meu nome, quem eu sou, de onde sou, qual minha idade, me sinto mais livre para falar, pedir ajuda. Foram esses depoimentos que me causaram impacto e me fizeram depois entrevistar o grupo menor por meio de rodas de conversa. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Qual o papel da escola nesse contexto?<\/h2>\n\n\n\n
Eu sou um profissional e defensor da escola, a escola para mim \u00e9 uma grande inven\u00e7\u00e3o social, cumpre papel de forma\u00e7\u00e3o, de complementaridade, sobretudo no campo do que chamamos de conhecimento cient\u00edfico. Ela tamb\u00e9m tem um papel social, porque trabalha com pessoas, organiza\u00e7\u00f5es, institui\u00e7\u00f5es, mas ela precisa ser revisitada e reformulada nos seus objetivos matriciais. A escola n\u00e3o pode querer exclusivamente formar do ponto vista cognitivo. Isso \u00e9 um equ\u00edvoco que se manifesta sobretudo nessas escolas, que insistem num modelo de concorr\u00eancia, competi\u00e7\u00e3o, ranqueamento, na nota como resposta \u00e0 aprendizagem. S\u00e3o escolas desconectadas com grandes problemas contempor\u00e2neos, como a sobreviv\u00eancia do Planeta Terra. Temos um planeta amea\u00e7ado de desertifica\u00e7\u00e3o, de aus\u00eancia de comida, amea\u00e7ado no campo dos povos origin\u00e1rios, ent\u00e3o essas s\u00e3o preocupa\u00e7\u00f5es que a escola deve ter. <\/p>\n\n\n\n
Outra preocupa\u00e7\u00e3o \u00e9 a diversidade, temos uma sociedade que se mostra violenta com as minorias, racista e mis\u00f3gina. As mulheres sofrem muito nessa sociedade. A escola n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 para discutir f\u00f3rmulas qu\u00edmicas, biol\u00f3gicas, equa\u00e7\u00f5es matem\u00e1ticas, sintaxe da l\u00edngua. <\/p>\n\n\n\n
A escola \u00e9 para ajudar a usar o conhecimento cient\u00edfico na melhoria da qualidade de vida das pessoas, da minha e dos outros. <\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Ent\u00e3o se ela n\u00e3o faz isso, se insiste na concorr\u00eancia, em colocar aqueles que s\u00e3o bons e n\u00e3o s\u00e3o bons, os que s\u00e3o inteligentes e os que n\u00e3o s\u00e3o inteligentes, e ela tem insistido, ela ajuda a adoecer. \u00c9 o que digo no livro. <\/p>\n\n\n\n
O que dizer aos pais e m\u00e3es da gera\u00e7\u00e3o do quarto?<\/h2>\n\n\n\n
Os filhos e as filhas v\u00e3o precisar muito mesmo dos pais. Tem dois cen\u00e1rios, um \u00e9 ajudar meu filho a n\u00e3o entrar no quarto e o outro \u00e9 ajudar o filho que j\u00e1 est\u00e1 no quarto. No livro eu falo de cinco pilares: cuidado, autoconhecimento, conviv\u00eancia, dialogicidade e amorosidade. Trabalhar a fam\u00edlia e a escola a partir dessas sustenta\u00e7\u00f5es \u00e9 preventivo, mas pode servir tamb\u00e9m para situa\u00e7\u00f5es de pessoas que j\u00e1 est\u00e3o adoecidas, neste caso, associado ao acompanhamento de um profissional da sa\u00fade mental - psic\u00f3logo, psiquiatra, psicanalista, a depender do caso.<\/p>\n\n\n\n
O pilar do cuidado<\/strong> trata sobre a import\u00e2ncia do cuidado consigo e do cuidado com o outro, o que implica tratar das quest\u00f5es relacionadas a respeito, compreens\u00e3o, conviv\u00eancia, uso abusivo de \u00e1lcool, relacionamentos abusivos, bullying, ciberbullying, uso excessivo de redes sociais digitais, entre outros aspectos.

O pilar do autoconhecimento<\/strong> trata sobre a biografia, a hist\u00f3ria de cada pessoa, a fam\u00edlia. Proponho um trabalho sobre ancestralidade, que a pessoa conhe\u00e7a sua hist\u00f3ria de vida, conhe\u00e7a seu pai, sua m\u00e3e, sua opini\u00e3o, seus gostos. Isso tem a ver com quem eu sou, do ponto de vista \u00e9tico, e vai me dar uma seguran\u00e7a para enfrentar aquilo que querem que eu seja. Eu sou isso, mas querem que eu seja aquilo. N\u00e3o escondo minhas fragilidades, sou amado, o que d\u00e1 seguran\u00e7a. N\u00e3o vou dizer para minha crian\u00e7a que a vida \u00e9 f\u00e1cil, um mar de rosas, que ela nunca vai encontrar desafios, mas vou ajud\u00e1-la e fortalec\u00ea-la para que ela possa enfrent\u00e1-los.<\/p>\n\n\n\n
No pilar da conviv\u00eancia<\/strong>, h\u00e1 uma rela\u00e7\u00e3o entre aprender a ser e aprender a conviver. Trato de situa\u00e7\u00f5es cotidianas que evocam reflex\u00f5es \u00e9ticas, morais e espirituais, para as quais a compaix\u00e3o, a empatia e a resili\u00eancia s\u00e3o habilidades necess\u00e1rias e essenciais. O exerc\u00edcio da dialogicidade<\/strong> \u00e9 realizado quando as pessoas aprendem a falar o que pensam e sentem, mas entendem que o que pensam e sentem n\u00e3o \u00e9 a \u00faltima palavra sobre a verdade. O pilar da amorosidade<\/strong> \u00e9 tratado com reflex\u00f5es e a\u00e7\u00f5es. As reflex\u00f5es geram as a\u00e7\u00f5es, e as a\u00e7\u00f5es n\u00e3o s\u00e3o realizadas de modo mec\u00e2nico. <\/p>\n\n\n\n
Os pais podem aprender com os filhos?<\/h2>\n\n\n\n
O livro n\u00e3o tem que ser uma pedra para atirar nos pais e na escola, tem que ser um acalanto. Eu acho que a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 t\u00e3o potente que nos possibilita reaprender a viver, tenho grande esperan\u00e7a na gera\u00e7\u00e3o do quarto, a mesma gera\u00e7\u00e3o que \u00e9 violenta me ensina novos modos de amor, n\u00e3o vejo a gera\u00e7\u00e3o como fracassada, que n\u00e3o deu certo, acho um absurdo dizer que \u00e9 uma gera\u00e7\u00e3o parasita, \"nem-nem\". Obviamente ela traz todas as mazelas, n\u00e3o foi a gera\u00e7\u00e3o do quarto que inventou o abuso do \u00e1lcool, a viol\u00eancia, esses foram c\u00f3digos sempre usados, mas a gera\u00e7\u00e3o do quarto est\u00e1 nos dando outras alternativas, como maior preocupa\u00e7\u00e3o sobre consumo, meio ambiente, empoderamento das meninas, orienta\u00e7\u00e3o \u00e0 quest\u00e3o de g\u00eanero. Essa gera\u00e7\u00e3o tem muita coisa a nos mostrar, n\u00e3o precisamos ter medo, podemos aprender com elas. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"A gera\u00e7\u00e3o do quarto: um retrato chocante da juventude brasileira","post_excerpt":"Ap\u00f3s ouvir mais de 3 mil crian\u00e7as e adolescentes que vivem experi\u00eancias traum\u00e1ticas em seus quartos, o pesquisador Hugo Monteiro Ferreira faz um alerta aos pais e \u00e0s escolas sobre a necessidade de mudar a forma de se relacionar com os jovens","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"a-geracao-do-quarto-o-retrato-chocante-da-juventude-brasileira","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-30 11:00:28","post_modified_gmt":"2022-08-30 14:00:28","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64515","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64369,"post_author":"4","post_date":"2022-08-23 10:54:43","post_date_gmt":"2022-08-23 13:54:43","post_content":"\n
De acordo com o Artigo 227<\/a> da Constitui\u00e7\u00e3o de 1988, as crian\u00e7as<\/a> devem ser prioridade absoluta em todas as decis\u00f5es, programas e pol\u00edticas p\u00fablicas<\/a>. Isso se torna mais relevante em ano de elei\u00e7\u00f5es, em que poderemos escolher, de forma democr\u00e1tica<\/a>, representantes<\/a> aos cargos de presidente da Rep\u00fablica, senadores, governadores, deputados federais e estaduais. <\/p>\n\n\n\n
O voto no Brasil \u00e9 obrigat\u00f3rio para todos aqueles acima de 18 anos, sendo facultativo para jovens com 16 e 17 anos, pessoas com mais de 70 anos e analfabetos. Crian\u00e7as e adolescentes<\/a> menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar<\/a>, mas isso n\u00e3o quer dizer que n\u00e3o devam estar inclu\u00eddos nos planos dos diferentes representantes pol\u00edticos. Muito pelo contr\u00e1rio.<\/p>\n\n\n\n
Diversos estudos j\u00e1 comprovaram que investir na primeira inf\u00e2ncia<\/a> \u00e9 a melhor maneira de reduzir desigualdades e construir uma sociedade com condi\u00e7\u00f5es sociais e ambientais sustent\u00e1veis.<\/p>\n\n\n\n
Cabe a n\u00f3s, adultos, escolher nas elei\u00e7\u00f5es candidatos que contemplem as crian\u00e7as em projetos e iniciativas diversas. Abaixo, veja 5 motivos que tornam urgente a valoriza\u00e7\u00e3o de projetos para a inf\u00e2ncia e juventude nas campanhas \u00e0s elei\u00e7\u00f5es de 2022. A lista \u00e9 do portal Lunetas, espa\u00e7o dedicado \u00e0 reflex\u00e3o sobre a inf\u00e2ncia, que recentemente lan\u00e7ou o especial \"Inf\u00e2ncias em foco: Quem vota pelas crian\u00e7as?\"<\/a>, um hub de informa\u00e7\u00e3o sobre pol\u00edtica e as inf\u00e2ncias. <\/p>\n\n\n\n
5 temas que envolvem as crian\u00e7as e que t\u00eam de estar previstos nas propostas dos candidatos \u00e0s elei\u00e7\u00f5es:<\/h2>\n\n\n\n
Fome<\/h3>\n\n\n\n
De acordo com um levantamento realizado pela Funda\u00e7\u00e3o Abrinq, cerca de 18,8 milh\u00f5es de meninos e meninas de at\u00e9 14 anos passam fome no Brasil. Essa inseguran\u00e7a alimentar traz preju\u00edzos grav\u00edssimos \u00e0s crian\u00e7as, afetando seu crescimento e o desenvolvimento f\u00edsico e cognitivo necess\u00e1rios para que consigam crescer de maneira saud\u00e1vel.<\/p>\n\n\n\n
Analfabetismo<\/h3>\n\n\n\n
H\u00e1 50 anos, a educa\u00e7\u00e3o infantil n\u00e3o era uma realidade no Brasil, no entanto, pol\u00edticas p\u00fablicas mudaram essa realidade. Ainda assim, nos \u00faltimos dois anos, o n\u00famero de crian\u00e7as de 6 e 7 anos que n\u00e3o sabem ler e escrever cresceu em 1 milh\u00e3o. Pensando no futuro e nos pr\u00f3ximos passos do Brasil relacionados \u00e0 educa\u00e7\u00e3o p\u00fablica, \u00e9 necess\u00e1rio eleger candidatos que queiram enfrentar as desigualdades sociais e lutar para que todas as crian\u00e7as e adolescentes tenham acesso \u00e0 educa\u00e7\u00e3o de qualidade.<\/p>\n\n\n\n
Trabalho Infantil<\/h3>\n\n\n\n
Atualmente, cerca de 2 milh\u00f5es de crian\u00e7as e adolescentes est\u00e3o em situa\u00e7\u00e3o de trabalho infantil no Brasil. Desse total, 66% s\u00e3o crian\u00e7as pretas ou pardas e 71% est\u00e3o na \u00e1rea urbana, de acordo com um levantamento divulgado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domic\u00edlios (PNAD Cont\u00ednua).<\/p>\n\n\n\n
Viol\u00eancia e explora\u00e7\u00e3o sexual<\/h3>\n\n\n\n
Entre 2016 e 2020, 35 mil crian\u00e7as e adolescentes, de 0 a 19 anos, foram mortos de forma violenta no Brasil e 180 mil sofreram viol\u00eancia sexual, segundo o Panorama da Viol\u00eancia Sexual contra crian\u00e7as e Adolescentes no Brasil, lan\u00e7ado pela Unicef e pelo F\u00f3rum Brasileiro de Seguran\u00e7a P\u00fablica (FBSP). Por isso, \u00e9 necess\u00e1rio eleger pessoas que tenham coragem para combater esse cen\u00e1rio e falar de assuntos como igualdade de g\u00eanero, empoderamento de meninas, viol\u00eancia sexual e femin\u00edcio.<\/p>\n\n\n\n
Moradia<\/h3>\n\n\n\n
Mais de 5 milh\u00f5es de pessoas ainda residem em domic\u00edlios sem banheiros ou sanit\u00e1rios de uso exclusivo e 9,7 milh\u00f5es vivem em condi\u00e7\u00f5es de adensamento excessivo, com mais de tr\u00eas moradores para cada dormit\u00f3rio. Este \u00e9 um assunto que n\u00e3o deve ser ignorado, j\u00e1 que todas as crian\u00e7as precisam de acesso \u00e0 moradia para viver com dignidade e poder se desenvolver em outras \u00e1reas, como lazer, educa\u00e7\u00e3o e sa\u00fade.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]  <\/p>\n","post_title":"5 motivos para priorizar as crian\u00e7as nas elei\u00e7\u00f5es de 2022","post_excerpt":"Crian\u00e7as e adolescentes menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar, mas s\u00e3o parcela importante da popula\u00e7\u00e3o e t\u00eam de estar contemplados nos projetos dos diferentes atores governamentais","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"5-motivos-para-priorizar-as-criancas-nas-eleicoes-de-2022","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-25 18:52:13","post_modified_gmt":"2022-08-25 21:52:13","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64369","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64334,"post_author":"4","post_date":"2022-08-22 15:14:51","post_date_gmt":"2022-08-22 18:14:51","post_content":"\n
O n\u00famero de crian\u00e7as e adolescente<\/a>s conectados \u00e0 internet cresceu nos \u00faltimos anos. Segundo o estudo TIC Kids Online Brasil 2021<\/a>, rec\u00e9m-divulgado, 93% ou 22,3 milh\u00f5es das crian\u00e7as e dos adolescentes<\/a> no pa\u00eds acessaram a web<\/a> em 2021, sendo que em 2019 esse percentual era de 89%. O crescimento foi impulsionado principalmente pela maior propor\u00e7\u00e3o de usu\u00e1rios na regi\u00e3o Nordeste e nas \u00e1reas rurais. <\/p>\n\n\n\n
O uso de redes sociais <\/a>pelas crian\u00e7as tamb\u00e9m tem se elevado, sendo a plataforma Tik Tok<\/a> a mais utilizada (34%), seguida pelo Instagram (33%). No Facebook, houve queda no uso de 66% para 51% no per\u00edodo citado. J\u00e1 o WhatsApp segue como a plataforma em que crian\u00e7as e adolescentes mais possuem perfil (foi de 70% em 2018 para 80% em 2021), e \u00e9 a mais difundida entre todos os estratos sociais.<\/p>\n\n\n\n
A pesquisa, conduzida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informa\u00e7\u00e3o (Cetic.br) do N\u00facleo de Informa\u00e7\u00e3o e Coordena\u00e7\u00e3o do Ponto BR (NIC.br), entrevistou 2.651 crian\u00e7as e adolescentes com idades entre 9 e 17 anos, bem como seus pais ou respons\u00e1veis, em todo o territ\u00f3rio nacional. As entrevistas aconteceram entre outubro de 2021 e mar\u00e7o de 2022, com a finalidade de investigar oportunidades e riscos relacionados \u00e0 participa\u00e7\u00e3o online desse p\u00fablico. <\/p>\n\n\n\n
Segundo o levantamento, as crian\u00e7as tamb\u00e9m est\u00e3o passando mais tempo em jogos online - seja conectadas com outros jogadores (de 57% para 66%, entre 2021 e 2019) ou n\u00e3o conectadas a eles (de 55% para 64%) -, e fazendo mais compras no ambiente digital - cresceu de 9% para 19% no mesmo per\u00edodo. <\/p>\n\n\n\n
\"Plataformas de cria\u00e7\u00e3o e compartilhamento de conte\u00fado audiovisual est\u00e3o entre as mais utilizadas por crian\u00e7as e adolescentes. Nesse contexto, a qualidade da conex\u00e3o \u00e0 Internet e dos dispositivos digitais utilizados para o acesso \u00e0 rede passam a ser determinantes para o melhor aproveitamento de oportunidades online. \u00c9 central, portanto, garantir condi\u00e7\u00f5es equitativas de conectividade para crian\u00e7as e adolescentes em diferentes contextos socioecon\u00f4micos\", aponta Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br. <\/p>\n\n\n\n
A pesquisa TIC Kids Online <\/a>detectou, ainda, que o telefone celular segue como o principal meio de conex\u00e3o \u00e0 rede nos diferentes extratos sociais. Para 53%, o celular foi o \u00fanico dispositivo usado, realidade que se verificou mais presente nas classes DE (78%) e C (52%) do que nas classes AB (18%). <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Acesso a propagandas<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
Entre as atividades multim\u00eddia, as mais acessadas pelas crian\u00e7as s\u00e3o ouvir m\u00fasica (80%), assistir a v\u00eddeos, programas, filmes ou s\u00e9ries (84%), S\u00edtios de v\u00eddeos (67%) e redes sociais (61%) est\u00e3o entre as principais plataformas em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios de internet declaram ter visto propaganda de produtos ou marcas. Pessoas ensinando como usar algum produto (62%) e abrindo embalagens -- o chamado unboxing<\/em><\/strong> - (61%) foram os principais conte\u00fados de imagem ou v\u00eddeo em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios da rede tiveram contato com divulga\u00e7\u00e3o de produtos ou marcas. Entre as principais categorias de produtos ou marcas vistas no ambiente online<\/em> est\u00e3o: <\/p>\n\n\n\n
Equipamentos eletr\u00f4nicos (60%); <\/li>
Roupas e sapatos (60%); <\/li>
Comidas, bebidas ou doces (57%); <\/li>
Videogames ou jogos (46%); <\/li>
Maquiagem e outros produtos de beleza (46%).\u00a0<\/li><\/ul>\n\n\n\nBusca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e bem-estar<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa tamb\u00e9m constatou que 32% dos jovens entre 11 e 17 anos procuram ajuda para lidar com algo ruim que vivenciaram<\/strong>, ou para falar sobre suas emo\u00e7\u00f5es<\/strong> quando se sentiram tristes. <\/p>\n\n\n\n
Entre os temas mais procurados relacionados \u00e0 sa\u00fade est\u00e3o:<\/p>\n\n\n\n
Informa\u00e7\u00f5es sobre alimenta\u00e7\u00e3o (55%);
Preven\u00e7\u00e3o e tratamento de doen\u00e7as (38%);
Exerc\u00edcios e meios para ficar em forma (36%);
Informa\u00e7\u00f5es sobre medicamentos (22%);<\/li>
Discuss\u00f5es sobre sa\u00fade sexual e educa\u00e7\u00e3o sexual (21%).<\/li><\/ul>\n\n\n\n
\"A pesquisa busca levantar evid\u00eancias que contribuam para a promo\u00e7\u00e3o de direitos e do bem-estar de crian\u00e7as e adolescentes. Desse modo, para al\u00e9m das atividades presentes na s\u00e9rie hist\u00f3rica da pesquisa, o uso da rede na busca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e apoio emocional passou a ser um tema relevante de investiga\u00e7\u00e3o\", sinaliza Barbosa.<\/p>\n\n\n\n
\"Pesquisas como a TIC Kids Online Brasil s\u00e3o de extrema relev\u00e2ncia para entendermos o cen\u00e1rio atual e fortalecermos o letramento e inclus\u00e3o digital dos mais jovens, com mais seguran\u00e7a e qualidade, quest\u00f5es intr\u00ednsecas ao trabalho realizado pelo Comit\u00ea Gestor da Internet no Brasil\", pondera Jos\u00e9 Gontijo, coordenador do CGI.br.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"] <\/p>\n","post_title":"93% dos jovens entre 9 e 17 anos usam a internet no pa\u00eds, revela pesquisa","post_excerpt":"Pesquisa TIC Kids Online Brasil 2021 tamb\u00e9m mostrou que a TikTok \u00e9 a principal rede social utilizada por crian\u00e7as e adolescentes","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"93-dos-jovens-entre-9-e-17-anos-usam-a-internet-revela-pesquisa-tic-kids-online-2021","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-23 11:24:47","post_modified_gmt":"2022-08-23 14:24:47","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64334","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"}],"next":false,"prev":true,"total_page":12},"paged":1,"column_class":"jeg_col_2o3","class":"epic_block_3"};

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Ao mesmo tempo, o v\u00eddeo tamb\u00e9m tem feito muito sucesso, como mostram grava\u00e7\u00f5es feitas por diversas m\u00e3es que registraram o momento em que as filhas descobrem a cor da pele da sereia do filme, previsto para estrear nos cinemas em maio de 2023. \u201cVoc\u00ea est\u00e1 brincando comigo\u201d?, pergunta uma garota ao ver o trailer do filme live action. \u201cEla \u00e9 negra\u201d, ela afirma, em v\u00eddeo publicado por sua m\u00e3e no Tik Tok.<\/a><\/p>\n\n\n\n
Em outra postagem<\/a> da plataforma, que j\u00e1 tem 1,6 milh\u00e3o de visualiza\u00e7\u00f5es, uma menina de 3 anos, que estava deitada no sof\u00e1, levanta para observar melhor, ao ver a personagem negra na TV. Ela diz: \u201cAriel \u00e9 negra! Ariel negra \u00e9 fofa\u201d.\u00a0<\/p>\n\n\n\n
\u201cObrigado Disney por fazer meus filhos se sentirem vistos\u201d, disse um pai que gravou as tr\u00eas filhas assistindo ao trailer<\/a>. Ao ver as imagens do trailer, uma delas questiona: \u201cela \u00e9 negra?\u201d E, em seguida, a menina levanta a m\u00e3o numa celebra\u00e7\u00e3o de vit\u00f3ria.\u00a0<\/p>\n\n\n\n
As postagens renderam milhares de coment\u00e1rios de pessoas que se disseram emocionadas com as imagens. \u201cChorei quando vi o trailer e j\u00e1 sou adulta\u201d, afirmou uma mulher. J\u00e1 outra, comentou: \u201cAriel \u00e9 negra e linda, a representa\u00e7\u00e3o \u00e9 muito importante\u201d. Uma outra usu\u00e1ria escreveu: \u201cEsses v\u00eddeos me fizeram perceber que tenho uma mente t\u00e3o fechada para a mudan\u00e7a. Ver essas lindas rea\u00e7\u00f5es \u00e9 absolutamente de abrir os olhos.\u201d <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"A Pequena Sereia: crian\u00e7as negras se emocionam ao verem trailer do filme","post_excerpt":"A escolha da atriz Halle Bailey para o papel principal tem gerado cr\u00edticas, mas tamb\u00e9m representatividade por parte de meninas que se identificam com a protagonista","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"filme-a-pequena-sereia-criancas-negras-se-emocionam-ao-verem-trailer-do-filme","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-09-19 17:29:21","post_modified_gmt":"2022-09-19 20:29:21","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=65062","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64913,"post_author":"4","post_date":"2022-09-09 06:40:00","post_date_gmt":"2022-09-09 09:40:00","post_content":"\n
Em m\u00e9dia, 3 em cada 10 crian\u00e7as gostariam de ser youtubers, segundo revelou um estudo da Lego<\/a>. Outra pesquisa global<\/a>, da empresa de prote\u00e7\u00e3o online McAfee, mostrou que 67% das crian\u00e7as em todo o mundo assistem a v\u00eddeos curtos no YouTube. No Brasil, esse n\u00famero \u00e9 ainda maior: 79% disseram que os v\u00eddeos s\u00e3o sua principal atividade online. Canais como Spider Slack<\/a>, Maria Clara & JP<\/a>, Natan por a\u00ed<\/a>, Felipe Neto<\/a>, Luccas Neto<\/a> e Enaldinho<\/a> aparecem nas listas de youtubers brasileiros mais vistos por crian\u00e7as e adolescentes.\u00a0<\/p>\n\n\n\n
Mas, afinal, o que esses perfis t\u00eam que fascinam tanto o p\u00fablico infantojuvenil<\/a>? Por que as crian\u00e7as criam la\u00e7os t\u00e3o fortes com as pessoas nas m\u00eddias sociais? Como n\u00f3s, pais, podemos entender esse fen\u00f4meno? Quais seus riscos? E o que fazer para manter um relacionamento seguro e saud\u00e1vel <\/a>das crian\u00e7as com o YouTube e os youtubers?<\/p>\n\n\n\n
Quem responde abaixo essas quest\u00f5es \u00e9 Bradley Bond <\/a>, pesquisador de comunica\u00e7\u00e3o da Universidade de San Diego, na Calif\u00f3rnia (EUA), que estuda os relacionamentos dos jovens com personalidades da m\u00eddia, inclusive no YouTube, que ele chama de relacionamentos \u201cparassociais\u201d. Ele tamb\u00e9m estuda as liga\u00e7\u00f5es entre exposi\u00e7\u00e3o na m\u00eddia<\/a> e auto-identidade. <\/p>\n\n\n\n
Bradley conversou com a jornalista Melinda Wenner Moyer<\/a>, especializada em paternidade e ci\u00eancia, colaboradora de ve\u00edculos como a revista Scientific American<\/em> e jornais como o The New York Times e Washington Post.<\/em> Abaixo, selecionamos alguns dos principais trechos da entrevista publicada por Melinda em sua newsletter<\/a>.<\/p>\n\n\n\n
A sensa\u00e7\u00e3o de proximidade das crian\u00e7as com os youtubers<\/h2>\n\n\n\n
Estudos sugerem que somos mais propensos a desenvolver um senso de conex\u00e3o pessoal, o sentimento de ter um amigo, com personagens e celebridades que consideramos que s\u00e3o como n\u00f3s em algum aspecto. Assim como nossos amigos da vida real, procuramos semelhan\u00e7as em outras pessoas com quem queremos desenvolver amizades, e fazemos o mesmo com os youtubers, com quem desenvolvemos relacionamentos parassociais.<\/p>\n\n\n\n
Os relacionamentos parassociais s\u00e3o os la\u00e7os socioemocionais unilaterais que criamos com pessoas que conhecemos apenas atrav\u00e9s das telas. \u00c9 uma via de m\u00e3o \u00fanica, onde nos sentimos muito pr\u00f3ximos dessas pessoas, embora n\u00e3o haja uma liga\u00e7\u00e3o s\u00f3cio-emocional m\u00fatua.<\/p>\n\n\n\n
Podemos ser iguais a eles <\/h2>\n\n\n\n
Mas h\u00e1 uma sensa\u00e7\u00e3o de que os youtubers poderiam ser como n\u00f3s \u2013 que se os conhec\u00eassemos, nos dar\u00edamos bem, poder\u00edamos convid\u00e1-los para a nossa festa de anivers\u00e1rio. E esse senso de realismo aumenta com as plataformas de m\u00eddias sociais, devido a seu formato: o vlogger preferido do seu filho no YouTube fala diretamente para a c\u00e2mera. E a maioria deles grava de sua pr\u00f3pria casa ou de um est\u00fadio personalizado. O gato pode aparecer em segundo plano ou at\u00e9 mesmo protagonizar alguns dos v\u00eddeos. Ao longo do tempo, os youtubers v\u00e3o divulgando informa\u00e7\u00f5es sobre si mesmos. E h\u00e1 essa sensa\u00e7\u00e3o de que qualquer um pode estar no YouTube. O que n\u00e3o ocorre com nossas estrelas de cinema favoritas, e nossos atores e atrizes de TV, que s\u00e3o vistos num relacionamento vertical. N\u00f3s os admiramos, mas eles est\u00e3o acima de n\u00f3s. J\u00e1 os youtubers s\u00e3o a pessoa ao lado. Quando voc\u00ea v\u00ea a sala de estar deles e v\u00ea falhas e erros no v\u00eddeo, isso os torna incrivelmente realistas \u2013 essas pessoas s\u00e3o como eu \u2013 e isso aumenta a sensa\u00e7\u00e3o de que voc\u00ea tem uma conex\u00e3o socioemocional com eles, eles s\u00e3o seus amigos. <\/p>\n\n\n\n
Eles se apresentam sem filtros<\/h2>\n\n\n\n
Temos algumas evid\u00eancias que sugerem que no YouTube em particular, mas tamb\u00e9m com influenciadores de m\u00eddia social no Instagram e no Tiktok, os jovens s\u00e3o realmente propensos a desenvolver essas conex\u00f5es parassociais, porque esses indiv\u00edduos parecem ser exatamente como s\u00e3o. <\/p>\n\n\n\n
Consequ\u00eancias negativas e positivas para as crian\u00e7as<\/h2>\n\n\n\n
Eu compararia as rela\u00e7\u00f5es parassociais com as rela\u00e7\u00f5es sociais. Ao saber que seu filho desenvolveu uma amizade com o novo garoto na escola, e voc\u00ea \u00e9 um pai consciente, voc\u00ea procurar\u00e1 saber mais sobre essa crian\u00e7a e sua fam\u00edlia, seus gostos e desgostos, que tipo de coisas seu filho faz com aquela outra crian\u00e7a. Portanto, se seu filho tem um youtuber espec\u00edfico ao qual ele est\u00e1 realmente atento, fique atento ao que esse youtuber est\u00e1 postando, para saber a que tipo de conte\u00fado seu filho est\u00e1 sendo exposto.<\/p>\n\n\n\n
Podemos aprender com as rela\u00e7\u00f5es parassociais assim como aprendemos com as rela\u00e7\u00f5es sociais, e isso tem demonstrado ter consequ\u00eancias positivas e negativas<\/a>. Quando celebridades divulgam desafios de sa\u00fade mental que vivenciaram, por exemplo, isso tem se mostrado realmente eficaz para desestigmatizar a doen\u00e7a mental, para aumentar as buscas por recursos relacionados \u00e0 sa\u00fade mental. Ent\u00e3o eles podem ter efeitos realmente positivos. Quando estamos envolvidos nesses relacionamentos, nos quais sentimos que eles s\u00e3o nossos amigos, \u00e9 mais prov\u00e1vel que imitemos seus comportamentos, imitamos suas atitudes, sejam elas boas ou ruins. Ent\u00e3o, eu argumentaria que os riscos dependem do conte\u00fado.<\/p>\n\n\n\n
Como acompanhar os conte\u00fados frente \u00e0 falta de tempo dos pais<\/h2>\n\n\n\n
A maneira mais f\u00e1cil de fazer isso, na minha opini\u00e3o, seria assistir aos v\u00eddeos \u201cmais populares\u201d. Esses s\u00e3o, provavelmente, os mais influentes e mostrar\u00e3o quantas pessoas os viram. Ou, se voc\u00ea tiver sua pr\u00f3pria conta no YouTube e for amigo de seu filho na plataforma, poder\u00e1 encontrar os v\u00eddeos que seus filhos comentaram. Isso pode lhe dar pelo menos uma no\u00e7\u00e3o de que tipos de coisas est\u00e3o chamando a aten\u00e7\u00e3o de seu filho.<\/p>\n\n\n\n
\u00c9 imposs\u00edvel apenas sentar e assistir a todo o conte\u00fado de um criador de conte\u00fado espec\u00edfico e ainda continuar o seu dia. Mas existem t\u00e1ticas que voc\u00ea pode usar para obter uma amostra e pelo menos ter uma no\u00e7\u00e3o do tipo de coisas a que seus filhos est\u00e3o expostos.<\/p>\n\n\n\n
Casos de morte de youtubers, como o Technoblade<\/a><\/h2>\n\n\n\n
A resposta apropriada \u00e9 validar as emo\u00e7\u00f5es das crian\u00e7as. Pense na conex\u00e3o que seu filho tem com algu\u00e9m que nunca conheceu na vida real como uma parte importante de sua rede social. Portanto, perder essa conex\u00e3o deve ser tratado da mesma forma que quando o melhor amigo de seu filho se muda para uma nova cidade ou o cachorro da fam\u00edlia morre. Abordamos isso atrav\u00e9s da valida\u00e7\u00e3o, da escuta, do envolvimento com seu filho.<\/p>\n\n\n\n
Uma resposta muito comum, entre os adultos, \u00e9 dizer: \u201cPor que voc\u00ea est\u00e1 incomodado? N\u00e3o h\u00e1 raz\u00e3o para voc\u00ea se incomodar com isso. Voc\u00ea nem conhece essa pessoa.\u201d Ou: \u201cExistem outros youtubers que postam a mesma coisa\u201d. Mas isso \u00e9 como dizer a algu\u00e9m que voc\u00ea pode facilmente substituir um amigo ou um cachorro da fam\u00edlia. As conex\u00f5es parassociais s\u00e3o genuinamente parte da rede social de algu\u00e9m. Eles s\u00e3o partes saud\u00e1veis \u200b\u200bda nossa rede social. N\u00f3s prosperamos em conex\u00f5es com outras pessoas, sejam elas cara a cara ou atrav\u00e9s de telas. E assim, quando perdemos essas conex\u00f5es, experimentamos uma dor real. H\u00e1 pesquisas com adultos que sugerem que esse \u00e9 o caso \u2013 que realmente passamos pelos est\u00e1gios do luto quando perdemos personagens ou celebridades favoritas.<\/p>\n\n\n\n
A influ\u00eancia da pandemia sobre esses relacionamentos<\/h2>\n\n\n\n
Uma pesquisa <\/a>que eu fiz na pandemia mostrou que as rela\u00e7\u00f5es parassociais dos adultos se tornaram mais fortes nesse per\u00edodo, particularmente para quem mantinha contato com os amigos (reais) por meio de telas. Aqueles que passaram a fazer uma noite de jogos de amigos no Zoom ou conversas di\u00e1rias via FaceTime \u2013 esses indiv\u00edduos tiveram um aumento nos seus relacionamentos parassociais. Isso pode acontecer com os jovens tamb\u00e9m \u2013 com crian\u00e7as cujo hor\u00e1rio escolar era online, que viam seus colegas e professores atrav\u00e9s de telas.<\/p>\n\n\n\n
As causas do aumento das rela\u00e7\u00f5es parassociais<\/h2>\n\n\n\n
O que eu argumentei que pode estar acontecendo \u00e9 que os limites que separam nossas rela\u00e7\u00f5es parassociais de nossas rela\u00e7\u00f5es sociais foram borrados durante a pandemia, porque perdemos essa conex\u00e3o cara a cara. Perdemos o que chamamos de \u201cpresen\u00e7a social\u201d. Ent\u00e3o o toque f\u00edsico, o cheiro, as coisas que tornam a intera\u00e7\u00e3o cara a cara \u00fanica nas telas, meio que se foram. Quando lidamos com todas as pessoas que s\u00e3o importantes em nossas vidas - nossa fam\u00edlia, nossos amigos, nossos professores - por meio de telas, isso confunde cognitivamente as linhas entre algu\u00e9m que s\u00f3 conhecemos atrav\u00e9s de telas e algu\u00e9m que conhecemos pessoalmente.<\/p>\n\n\n\n
As rela\u00e7\u00f5es parassociais entre pr\u00e9-adolescentes LGBTQ<\/h2>\n\n\n\n
Isso tamb\u00e9m ocorreu com crian\u00e7as que t\u00eam algum tipo de identidade marginalizada. Um estudo com pr\u00e9-adolescentes LGBTQ mostrou que as rela\u00e7\u00f5es parassociais se tornaram mais fortes durante a pandemia, dada a import\u00e2ncia das conex\u00f5es sociais nesse per\u00edodo de desenvolvimento da identidade para jovens desse perfil. Quando eles perderam essas conex\u00f5es cara a cara, eles confiaram muito em suas conex\u00f5es na tela para compensar essa perda.<\/p>\n\n\n\n
Como chegar a um equil\u00edbrio entre pr\u00f3s e contras dos youtubers<\/h2>\n\n\n\n
\u00c9 preciso distinguir entre o componente socioemocional do relacionamento de uma pessoa e o componente de marketing desses relacionamentos parassociais. As ind\u00fastrias de publicidade e marketing est\u00e3o percebendo que, se virmos esses indiv\u00edduos como nossos amigos, quem melhor para anunciar um produto para n\u00f3s? Ou quem melhor para promover uma determinada ideia ou atitude? Acho que pode haver um equil\u00edbrio entre validar o desenvolvimento da identidade de uma crian\u00e7a ou a conex\u00e3o emocional com um personagem em particular, enquanto ainda tentamos injetar alfabetiza\u00e7\u00e3o midi\u00e1tica no que diz respeito \u00e0 log\u00edstica e aos fundamentos de como essas plataformas funcionam. Portanto, isso significa abordar que talvez haja um motivo de marca ou um motivo de marketing para que uma celebridade precise se envolver nesses comportamentos, e voc\u00ea pode falar sobre eles sem insultar sua conex\u00e3o emocional com esse youtuber. Mas exige que o pai tenha essa informa\u00e7\u00e3o [sobre o vlogger]. E muitas vezes, as crian\u00e7as sabem mais sobre a plataforma do que os pais.<\/p>\n\n\n\n
Media\u00e7\u00e3o ativa x media\u00e7\u00e3o restritiva<\/h2>\n\n\n\n
H\u00e1 uma literatura bastante forte no campo infantil e midi\u00e1tico que examina o que chamamos de \u201cmedia\u00e7\u00e3o ativa\u201d versus \u201cmedia\u00e7\u00e3o restritiva\u201d. A media\u00e7\u00e3o restritiva seria criar regras, limites e par\u00e2metros e dizer ao seu filho que ele deve se encaixar neles. A media\u00e7\u00e3o ativa \u00e9 quando os pais est\u00e3o envolvidos, e isso pode at\u00e9 ser t\u00e3o simples quanto discutir por que um determinado programa de televis\u00e3o pode n\u00e3o ser o mais apropriado e por que esses outros programas podem ser igualmente divertidos e melhores de assistir. No dom\u00ednio da m\u00eddia social, o envolvimento ativo tamb\u00e9m pode ser definido como jogar junto e tentar entender fazendo e mostrando ao seu filho que essas plataformas podem ser usadas adequadamente e para o bem.<\/p>\n\n\n\n
Conscientiza\u00e7\u00e3o do tempo<\/h2>\n\n\n\n
Muitas vezes, o tempo \u00e9 uma das coisas que mais preocupam os pais \u2013 a quantidade de tempo que seus filhos passam em uma plataforma. Isso \u00e9 outra coisa que a pesquisa sugere que a media\u00e7\u00e3o ativa pode ajudar a navegar. Voc\u00ea pode dizer: \u201cO que voc\u00ea ganha com esta plataforma? Que outras coisas poderiam satisfazer essa necessidade que voc\u00ea tem?\u201d Fale atrav\u00e9s dessas coisas, em vez de criar regras. Muitas pesquisas dizem que a media\u00e7\u00e3o ativa \u00e9 muito mais eficaz do que a media\u00e7\u00e3o restritiva.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"O fasc\u00ednio das crian\u00e7as pelos youtubers","post_excerpt":"Estudo feito pela Lego j\u00e1 mostrou que 3 em cada 10 crian\u00e7as gostariam de ser youtubers. Afinal, o que leva as crian\u00e7as a curtirem tanto essas celebridades? E o que fazer para garantir a seguran\u00e7a dos pequenos nesses relacionamentos virtuais?","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"o-fascinio-das-criancas-pelos-youtubers","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-09-12 15:56:25","post_modified_gmt":"2022-09-12 18:56:25","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64913","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64765,"post_author":"4","post_date":"2022-09-02 00:06:45","post_date_gmt":"2022-09-02 03:06:45","post_content":"\n
Esse ano \u00e9 comemorado o Bicenten\u00e1rio da Independ\u00eancia do Brasil e o Caminhos do Mar \u00e9 parte da \u201crota da Independ\u00eancia\u201d, caminho percorrido por D. Pedro I, em 1822, na subida do litoral ao Ipiranga, em S\u00e3o Paulo. O passeio, localizado no Parque Estadual da Serra do Mar, tem entrada tanto em S\u00e3o Bernardo do Campo quanto em Cubat\u00e3o, \u00e9 uma boa op\u00e7\u00e3o de passeio para aproveitar o feriado de 7 de setembro. <\/p>\n\n\n\n
A caminhada permite conhecer monumentos que contam a hist\u00f3ria do pa\u00eds, erguidos em 1922, para celebrar o centen\u00e1rio do grito do Ipiranga. Planta\u00e7\u00e3o de mudas de \u00e1rvores, conta\u00e7\u00e3o de hist\u00f3rias, atra\u00e7\u00f5es musicais, caminhada simb\u00f3lica, encena\u00e7\u00e3o teatral, ca\u00e7a ao tesouro e oficinas de restauro s\u00e3o algumas das atividades previstas ao longo do passeio, que acontecer\u00e3o at\u00e9 25 de setembro. <\/p>\n\n\n\n
Al\u00e9m de divers\u00e3o para toda a fam\u00edlia, a programa\u00e7\u00e3o foi pensada de modo a incentivar a educa\u00e7\u00e3o ambiental e hist\u00f3rica e a integra\u00e7\u00e3o dos visitantes do parque com a natureza. As a\u00e7\u00f5es estar\u00e3o presentes ao longo do Roteiro Hist\u00f3rico (8 km), trilha asfaltada da Estrada Velha de Santos e tamb\u00e9m do Roteiro Ecotur\u00edstico (3,5 km), trilha pavimentada em pedras da Cal\u00e7ada do Lorena. Os mais aventureiros podem ainda agendar antecipadamente a visita para realizar o Roteiro Aventura (4.5 km) pela trilha da Cachoeira da Torre.<\/p>\n\n\n\n
PROGRAMA\u00c7\u00c3O*<\/strong>:<\/p>\n\n\n\n
Plantio de Mudas<\/strong><\/p>\n\n\n\n
Com apoio de esp\u00e1tulas, regador e mudas, as crian\u00e7as ter\u00e3o a oportunidade de plantar mudas nativas de esp\u00e9cies da Mata Atl\u00e2ntica, presentes no Caminhos do Mar, em um local preparado para isso e futuramente acompanhar a evolu\u00e7\u00e3o de sua planta\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n
Ca\u00e7a ao Tesouro<\/strong><\/p>\n\n\n\n
Atividade l\u00fadica, educacional-hist\u00f3rica-ambiental que envolver\u00e1 adultos e crian\u00e7as na Cal\u00e7ada do Lorena. D. Pedro I precisa subir a serra para dar o grito de independ\u00eancia do Brasil. Distra\u00eddo com a beleza da Baixada Santista, ele perde o mapa no meio do caminho. Nossos pequenos visitantes precisam ajud\u00e1-lo e quem achar e devolver o mapa \u00e0 D. Pedro I, ganhar\u00e1 uma recompensa!<\/p>\n\n\n\n
Espet\u00e1culos Musicais<\/strong><\/p>\n\n\n\n
Apresenta\u00e7\u00f5es musicais e art\u00edsticas voltadas para o p\u00fablico familiar e infantil.<\/p>\n\n\n\n
Oficinas Infantis<\/strong><\/p>\n\n\n\n
Ser\u00e3o realizadas oficinas de gravetos, estimulando a criatividade das crian\u00e7as criando bonecos com os materiais que s\u00e3o encontrados no pr\u00f3prio parque, pintura de imagens com elementos da natureza, fauna, flora e as lindas vistas da Mata Atl\u00e2ntica e oficinas de reciclagem, produzindo pe\u00e7as art\u00edsticas e utens\u00edlios a partir de materiais reutilizados.<\/p>\n\n\n\n
Conta\u00e7\u00e3o de Hist\u00f3rias<\/strong><\/p>\n\n\n\n
Artistas reproduzir\u00e3o hist\u00f3rias cl\u00e1ssicas, autorais e recontar\u00e3o a hist\u00f3ria do pa\u00eds de forma l\u00fadica.<\/p>\n\n\n\n
Caminhada Simb\u00f3lica com D. Pedro I<\/strong><\/p>\n\n\n\n
Encena\u00e7\u00e3o do 7 de setembro com a Caminhada Simb\u00f3lica, refazendo o percurso com D. Pedro I (presen\u00e7a de um ator caracterizado), percorrendo a Cal\u00e7ada do Lorena junto aos visitantes.<\/p>\n\n\n\n
Encena\u00e7\u00e3o Teatral<\/strong><\/p>\n\n\n\n
Apresenta\u00e7\u00e3o do espet\u00e1culo \u201c1822 \u2013 As trilhas do Imp\u00e9rio do Brasil\u201d<\/p>\n\n\n\n
A pe\u00e7a conta como se deu a Proclama\u00e7\u00e3o da Independ\u00eancia do Brasil de Portugal em 1822, a partir dos personagens centrais: Imperador Dom Pedro I, Imperatriz Leopoldina e do santista Jos\u00e9 Bonif\u00e1cio, al\u00e9m de outras figuras hist\u00f3ricas que contribu\u00edram para este evento.<\/p>\n\n\n\n
Apresenta\u00e7\u00e3o do espet\u00e1culo \u201cCrep\u00fasculo Cubatense\u201d<\/p>\n\n\n\n
O espet\u00e1culo, a partir da linguagem de teatro de rua, de forma itinerante e com interven\u00e7\u00f5es c\u00eanicas e musicais, r\u00e1pidas e din\u00e2micas, provoca uma reflex\u00e3o sobre a Independ\u00eancia do Brasil, seu legado e sua m\u00faltipla import\u00e2ncia cultural. O cortejo ser\u00e1 guiado por artistas em uma caminhada de observa\u00e7\u00e3o, aprecia\u00e7\u00e3o da natureza e dos monumentos do parque, trazendo \u00e0 tona a mem\u00f3ria sobre a Hist\u00f3ria do Brasil.<\/p>\n\n\n\n
Oficinas de Restauro<\/strong><\/p>\n\n\n\n
As oficinas oferecem informa\u00e7\u00f5es sobre o restauro, a contextualiza\u00e7\u00e3o hist\u00f3rico-cultural, envolvendo a atua\u00e7\u00e3o de Gerardo Saras\u00e1 nos anos 80 e a pr\u00e1tica de zeladoria no Caminhos do Mar, ensinando os m\u00e9todos e t\u00e9cnicas utilizadas.<\/p>\n\n\n\n
Pega Pega Ecol\u00f3gico<\/strong><\/p>\n\n\n\n
As crian\u00e7as ser\u00e3o divididas em dois grupos: um representar\u00e1 os animais e os outros os abrigos. Ao longo do jogo, cat\u00e1strofes ambientais e preda\u00e7\u00e3o ser\u00e3o os problemas que os participantes ter\u00e3o que enfrentar para ser o vencedor.<\/p>\n\n\n\n

<\/em>*As atividades poder\u00e3o sofrer altera\u00e7\u00f5es de dia e\/ou hor\u00e1rio e local a qualquer momento, devido \u00e0s condi\u00e7\u00f5es meteorol\u00f3gicas. A programa\u00e7\u00e3o completa e atualizada das a\u00e7\u00f5es pode ser conferida na p\u00e1gina Bicenten\u00e1rio do site: www.caminhosdomar.com.br\/bicentenario\/<\/a><\/p>\n\n\n\n
SERVI\u00c7O:<\/u><\/strong><\/p>\n\n\n\n
Caminhos do Mar<\/strong>
Para compra de ingressos, acesse: www.caminhosdomar.com.br<\/a><\/p>\n\n\n\n
Programa\u00e7\u00e3o Bicenten\u00e1rio da Independ\u00eancia:<\/strong>
At\u00e9 25 de setembro, sempre aos s\u00e1bados e domingos, exceto na semana entre 3 e 11 de setembro, quando as atividades ser\u00e3o di\u00e1rias.<\/p>\n\n\n\n
Hor\u00e1rio:<\/strong> 8h \u00e0s 17h \u2013 funcionamento do parque
Para hor\u00e1rios das atividades, acesse agenda no site www.caminhosdomar.com.br\/bicentenario\/<\/a>
Valor do Ingresso: <\/strong>R$ 40,00 (inteira)\/R$ 20,00 (meia)
Valor Avulso do Transporte Interno \u2013 R$ 35,00 (vendido exclusivamente nas bilheterias locais e mediante disponibilidade.)
Combos Promocionais (vendidos exclusivamente atrav\u00e9s do site)     <\/strong>
R$ 50,00 (Inteira e transporte interno)
R$ 42,50 (Meia e transporte interno)     <\/p>\n\n\n\n
Endere\u00e7o:<\/strong><\/p>\n\n\n\n
Portaria de entrada por S\u00e3o Bernardo do Campo:
<\/strong>\u2022 SP-148 Estrada Caminho do Mar, Km 42 - Alto da Serra - S\u00e3o Bernardo do Campo\/ SP<\/p>\n\n\n\n
Portaria de entrada por Cubat\u00e3o:
<\/strong>\u2022 SP-148 Estrada Caminho do Mar, Km 50 - Cruzeiro Quinhentista - Cubat\u00e3o\/SP<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n","post_title":"Caminhos do Mar \u00e9 op\u00e7\u00e3o de passeio no feriado de 7 de setembro","post_excerpt":"Parte da Rota da Independ\u00eancia, a atra\u00e7\u00e3o fica no Parque Estadual Serra do Mar e tem entradas em S\u00e3o Bernardo do Campo e em Cubat\u00e3o; veja programa\u00e7\u00e3o para o m\u00eas de setembro","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"caminhos-do-mar-e-opcao-de-passeio-no-feriado-da-independencia","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-09-05 10:28:19","post_modified_gmt":"2022-09-05 13:28:19","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64765","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64760,"post_author":"4","post_date":"2022-09-02 00:05:00","post_date_gmt":"2022-09-02 03:05:00","post_content":"\n
Chegaram \u00e0s bancas os \u00e1lbuns da Copa do Mundo 2022 e com eles voltou o h\u00e1bito de colecionar e trocar figurinhas. Al\u00e9m de poder aprender mais sobre as 32 sele\u00e7\u00f5es mundiais, est\u00e1dios e cidades-sede do evento em Qatar, a cole\u00e7\u00e3o tamb\u00e9m traz outros benef\u00edcios para a crian\u00e7ada. \u201cA partir dessa onda, \u00e9 poss\u00edvel focar no desenvolvimento de habilidades sociais\u201d, afirma Filipe Colombini, psic\u00f3logo e fundador da Equipe AT, empresa com foco em Acompanhamento Terap\u00eautico . \u201cA troca de figurinhas pode ser um momento importante de intera\u00e7\u00e3o social e comunica\u00e7\u00e3o, ajudando as pessoas a formarem grupos de amizade\u201d, completa o especialista. A seguir, o psic\u00f3logo lista alguns dos benef\u00edcios que as cole\u00e7\u00f5es de figurinhas podem trazer. <\/p>\n\n\n\n
4 motivos para incentivar as crian\u00e7as a colecionar \u00e1lbuns de figurinhas<\/h2>\n\n\n\n
1. Participar do assunto do momento:<\/strong> \u201cTodo ano de Copa, sabemos que o \u00e1lbum de figurinhas \u00e9 um dos assuntos mais comentados. Por isso, incentivar que seu filho participe desse movimento faz com que ele amplie suas oportunidades de contato social\u201d, diz o psic\u00f3logo. \u201cMuitas vezes, s\u00f3 um assunto ou interesse em comum com outra pessoa pode diminuir muitas \u2018travas\u2019 para algu\u00e9m que tem alguma dificuldade para interagir em grupos, socialmente\u201d, conclui.<\/p>\n\n\n\n
2. Desenvolver a organiza\u00e7\u00e3o:<\/strong> \u201cFazer cole\u00e7\u00f5es tamb\u00e9m ajuda a desenvolver as fun\u00e7\u00f5es executivas, respons\u00e1veis pela capacidade de planejar e se organizar. O interesse em completar o \u00e1lbum pode fazer com que a crian\u00e7a passe por situa\u00e7\u00f5es de resolu\u00e7\u00e3o de problemas e crie estrat\u00e9gias, aprimorando muitas fun\u00e7\u00f5es cognitivas\u201d, explica Filipe Colombini.<\/p>\n\n\n\n
3. Conhecer novas pessoas:<\/strong> \u201cEssas trocas tamb\u00e9m juntam grupos de pessoas que talvez nem se conhecessem em outras ocasi\u00f5es. Isso \u00e9 importante para ampliar as turmas de conv\u00edvio social, o que ajuda a desenvolver habilidades sociais e garante mais oportunidades de lazer e divers\u00e3o para seu filho\u201d, diz o especialista.<\/p>\n\n\n\n
4. Ensinar a paci\u00eancia: <\/strong>\u201cO objetivo final \u00e9 completar o \u00e1lbum, por\u00e9m, para isso \u00e9 necess\u00e1rio todo um processo. Isso \u00e9 importante para inserir no\u00e7\u00f5es importantes para seu filho, como a paci\u00eancia e a autorregula\u00e7\u00e3o. Al\u00e9m disso, fazer essa cole\u00e7\u00e3o tamb\u00e9m ajuda a crian\u00e7a a lidar com algumas frustra\u00e7\u00f5es, potencializando a intelig\u00eancia emocional e outras capacidades importantes no desenvolvimento\u201d, afirma Colombini.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"\u00c1lbum da Copa: como a cole\u00e7\u00e3o pode ajudar a desenvolver habilidades sociais","post_excerpt":"\u00c0 venda nas bancas, o \u00e1lbum da Copa do Mundo de Qatar j\u00e1 virou febre entre as crian\u00e7as; para o psic\u00f3logo Filipe Colombini, a troca de figurinhas favorece a intera\u00e7\u00e3o social e a comunica\u00e7\u00e3o","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"album-da-copa-como-a-colecao-pode-ajudar-a-desenvolver-habilidades-sociais","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-09-08 09:08:16","post_modified_gmt":"2022-09-08 12:08:16","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64760","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64745,"post_author":"4","post_date":"2022-09-01 22:59:29","post_date_gmt":"2022-09-02 01:59:29","post_content":"\n
A compreens\u00e3o de que a inf\u00e2ncia \u00e9 uma fase determinante para o desenvolvimento saud\u00e1vel das crian\u00e7as tem feito com que os pais busquem cada vez mais informa\u00e7\u00f5es e ferramentas que os ajudem na cria\u00e7\u00e3o dos filhos<\/a>. Nesse contexto, tem crescido tamb\u00e9m a demanda por profissionais de educa\u00e7\u00e3o parental<\/a> que atuam na orienta\u00e7\u00e3o das fam\u00edlias. Muitos deles estar\u00e3o reunidos no 3\u00b0 Congresso Internacional de Educa\u00e7\u00e3o Parental<\/a>, que ser\u00e1 realizado em S\u00e3o Paulo, nos dias 24, 25 e 26 de novembro, com alguns dos principais experts do Brasil e do mundo no tema. <\/p>\n\n\n\n
\u201cCriado em 2020, o Congresso Internacional de Educa\u00e7\u00e3o Parental \u00e9 mais do que um evento. Ele \u00e9 um movimento de profissionai<\/a>s que querem ver a educa\u00e7\u00e3o parental levada a s\u00e9rio no Brasil. S\u00e3o profissionais que acreditam que a transforma\u00e7\u00e3o da sociedade come\u00e7a em casa, pela transforma\u00e7\u00e3o das fam\u00edlias\u201d, afirma Ivana Moreira, fundadora da Canguru News , <\/strong>co-organizadora do evento junto com a Parent Coaching<\/a>, que oferece forma\u00e7\u00e3o a profissionais que atuam com pais e filhos.<\/p>\n\n\n\n
Ela destaca que, em apenas dois anos, o evento ganhou o respeito das maiores autoridades em estudos da parentalidade. \u201cProva disso \u00e9 a presen\u00e7a neste ano de um dos nomes mais respeitados mundialmente, o do psiquiatra e escritor americano Daniel Siegel<\/strong>\u201d, ressalta Ivana.<\/p>\n\n\n\n
Professor e pesquisador da Escola de Medicina da Universidade das Calif\u00f3rnia (UCLA), Siegel \u00e9 autor de in\u00fameras obras, que s\u00e3o refer\u00eancia nas quest\u00f5es da parentalidade, como o best-seller O c\u00e9rebro da crian\u00e7a. \u201cA parentalidade imperfeita\u201d, \u00e9 o foco da palestra que ele dar\u00e1 no congresso, na sexta-feira (25), \u00e0 tarde.<\/p>\n\n\n\n
Para a abertura do evento, na quinta-feira (24), est\u00e1 confirmada a apresenta\u00e7\u00e3o do psic\u00f3logo e escritor paraibano Rossandro Klinjey<\/strong>, que ir\u00e1 falar sobre o poder da parentalidade. Refer\u00eancia na \u00e1rea educacional e especialista em desenvolvimento humano, Rossandro costuma dizer que n\u00e3o h\u00e1 receita de bolo para educar os filhos e \u00e9 preciso construir compet\u00eancias para se tornar um pai educador.<\/p>\n\n\n\n
Na palestra seguinte, a atriz e educadora parental Magda Figueiredo<\/strong>, que ministra cursos sobre letramento racial, debater\u00e1 sobre o papel dos educadores no combate ao racismo e ao preconceito.<\/p>\n\n\n\n
J\u00e1 o pesquisador social ingl\u00eas Dominic Barter,<\/strong> que vive h\u00e1 quase 30 anos no Brasil, falar\u00e1 sobre seu trabalho de media\u00e7\u00e3o de conflitos por meio da comunica\u00e7\u00e3o n\u00e3o violenta, na sexta-feira (25). <\/p>\n\n\n\n
No \u00faltimo dia do evento, s\u00e1bado (26), ser\u00e3o tratados temas como transtornos, depress\u00e3o e suic\u00eddio na inf\u00e2ncia e na adolesc\u00eancia, com o pediatra e neurobiologista infantil Clay Brites <\/strong>e o hebiatra Felipe Fortes<\/strong>. Crian\u00e7as desafiadoras s\u00e3o o foco das apresenta\u00e7\u00f5es da psicopedagoga Isa Minatel <\/strong>e da coach e formadora sueca Mikaela Oven<\/strong>.<\/p>\n\n\n\n
Ainda, os estudos da neuroci\u00eancia e sua rela\u00e7\u00e3o com a cria\u00e7\u00e3o dos filhos ser\u00e3o explorados pela neurologista pediatra Liubiana Arantes <\/strong>e a psicopedagoga e psicomotricista Luciana Brites<\/strong>. Para a confer\u00eancia de encerramento, a comunicadora e escritora Cris P\u00e0z<\/strong> debater\u00e1 a import\u00e2ncia do autoconhecimento.<\/p>\n\n\n\n
Para a programa\u00e7\u00e3o completa do evento, ingressos e outras informa\u00e7\u00f5es acesse o site oficial do congresso<\/a>. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"Daniel Siegel e Rossandro Klinjey s\u00e3o destaque em congresso educa\u00e7\u00e3o parental","post_excerpt":"Evento ocorre em S\u00e3o Paulo, no m\u00eas de novembro, e j\u00e1 est\u00e1 com as inscri\u00e7\u00f5es abertas; conhe\u00e7a alguns dos principais palestrantes confirmados ","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"daniel-siegel-e-rossandro-klinjey-sao-destaque-em-congresso-de-educacao-parental","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-09-08 09:04:57","post_modified_gmt":"2022-09-08 12:04:57","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64745","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64723,"post_author":"4","post_date":"2022-09-01 21:45:07","post_date_gmt":"2022-09-02 00:45:07","post_content":"\n
Dados rec\u00e9m divulgados<\/a> pela ONG Aldeias Infantis mostram que o n\u00famero de crian\u00e7as e adolescentes internados<\/a>, em 2021, devido a acidentes, aumentou 5,3% em compara\u00e7\u00e3o com 2020. Foram 110.341 casos de interna\u00e7\u00f5es no ano passado, na faixa et\u00e1ria de 0 a 14 anos, por motivos como queda, queimadura, acidente de tr\u00e2nsito, intoxica\u00e7\u00e3o e sufoca\u00e7\u00e3o<\/a>.\u00a0<\/p>\n\n\n\n
\u201cQuando falamos de interna\u00e7\u00f5es, n\u00e3o \u00e9 algo simples como ralar o joelho ou cair da bicicleta, s\u00e3o causas graves <\/a>e isso gera um custo tanto para o sistema de sa\u00fade quanto para a fam\u00edlia, al\u00e9m, claro, do impacto psicol\u00f3gico e emocional na crian\u00e7a\u201d, afirma Erika Tonelli, especialista em Entornos Seguros e Protetores da Aldeias Infantis SOS.<\/p>\n\n\n\n
O mais triste \u00e9 saber que a maioria dos acidentes n\u00e3o s\u00e3o uma fatalidade, pelo contr\u00e1rio: estudos americanos afirmam que medidas simples de preven\u00e7\u00e3o podem evitar at\u00e9 90% dos acidentes. A seguir, veja as principais recomenda\u00e7\u00f5es para prevenir os cinco acidentes mais comuns ocorridos no ano passado.   <\/p>\n\n\n\n
Principais acidentes com crian\u00e7as em 2021<\/h2>\n\n\n\n
Queda<\/strong> \u2013 respons\u00e1vel por 44% dos acidentes<\/strong> - 48.387 interna\u00e7\u00f5es <\/mark><\/li>
Queimadura<\/strong> - respons\u00e1vel por 19% dos acidentes<\/strong> - 21.100 interna\u00e7\u00f5es<\/mark><\/li>
Tr\u00e2nsito<\/strong> \u2013 respons\u00e1vel por 10% dos acidentes<\/strong> - 11.172 crian\u00e7as interna\u00e7\u00f5es<\/mark><\/li>
Intoxica\u00e7\u00f5es<\/strong> \u2013 respons\u00e1vel por 5%\u00a0dos acidentes<\/strong> - 4.151 crian\u00e7as interna\u00e7\u00f5es<\/mark><\/li>
Sufoca\u00e7\u00e3o<\/strong> - respons\u00e1vel por 0,43% dos acidentes<\/strong> - 479 crian\u00e7as interna\u00e7\u00f5es<\/mark><\/li><\/ol>\n\n\n\n
Fonte: ONG Aldeias Infantis SOS<\/span><\/p>\n\n\n\n
1. Queda<\/h2>\n\n\n\n
Para prevenir quedas, seja de grandes alturas ou dentro de casa, nunca \u00e9 demais refor\u00e7ar: instale grades ou redes de prote\u00e7\u00e3o<\/strong> nas janelas, sacadas, varandas, mezaninos e quaisquer outros v\u00e3os que apresentem risco. Todas as janelas da resid\u00eancia devem ser teladas, at\u00e9 mesmo as dos banheiros, que costumam ficar de fora pelo tamanho reduzido. Isso vale tamb\u00e9m para as janelas de modelo basculante. A recomenda\u00e7\u00e3o \u00e9 que <\/strong>as telas sejam instaladas antes mesmo da crian\u00e7a nascer, para prevenir acidentes com beb\u00eas que se mexem e se impulsionam do colo. Se houver preocupa\u00e7\u00e3o com a limpeza das esquadrias, empresas especializadas oferecem telas remov\u00edveis como alternativa. Nas escadas internas da casa deve-se usar port\u00f5es de seguran\u00e7a no topo e base.<\/p>\n\n\n\n
Al\u00e9m da queda de altura, ambientes lisos e molhados, como o box do banheiro<\/strong>, pedem aten\u00e7\u00e3o, principalmente, de crian\u00e7as menores, que, durante o banho, devem ser supervisionadas por um adulto. Cama, sof\u00e1 e ber\u00e7o <\/strong>tamb\u00e9m s\u00e3o locais de quedas recorrentes. Os beb\u00eas, ainda que n\u00e3o tenham muita mobilidade, exigem cuidado especial, j\u00e1 que podem se machucar com gravidade ao cair desses lugares. Pais e respons\u00e1veis t\u00eam de se assegurar de que o beb\u00ea estar\u00e1 em seguran\u00e7a quando acordar, se n\u00e3o houver supervis\u00e3o no momento.<\/p>\n\n\n\n
2. Queimadura<\/h2>\n\n\n\n
Um dos ambientes da casa que oferece maior risco \u00e9 a cozinha, por isso mantenha a garotada longe do fog\u00e3o e procure cozinhar usando as bocas de tr\u00e1s, deixando os cabos das panelas virados sempre para dentro. O acesso ao g\u00e1s, \u00e0 porta do forno, \u00e0 \u00e1gua e \u00f3leo ferventes tamb\u00e9m pedem aten\u00e7\u00e3o. Outro cuidado importante: guarde f\u00f3sforos, \u00e1lcool e outros produtos inflam\u00e1veis em arm\u00e1rios trancados e longe do alcance das crian\u00e7as. O atendimento a queimaduras nunca deve ser feito em casa ou com receitas caseiras. <\/p>\n\n\n\n
O \u00e1lcool em gel<\/strong>, que se popularizou na pandemia, pode causar queimaduras em contato com o olho ou a boca, ou ainda, no caso de ingest\u00e3o, dependendo da quantidade, pode causar intoxica\u00e7\u00e3o. As embalagens desse produto devem ser deixadas longe do alcance das crian\u00e7as, para evitar o uso n\u00e3o supervisionado. A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) afirma que, para as crian\u00e7as, deve-se sempre que poss\u00edvel optar por usar \u00e1gua e sab\u00e3o na higieniza\u00e7\u00e3o das m\u00e3os, como prote\u00e7\u00e3o contra o coronav\u00edrus, deixando o uso do \u00e1lcool em gel para o uso fora de casa.<\/p>\n\n\n\n
3. Tr\u00e2nsito<\/h2>\n\n\n\n
Para prevenir acidentes, a orienta\u00e7\u00e3o \u00e9 que as crian\u00e7as andem nas ruas com supervis\u00e3o de um adulto at\u00e9 que demonstrem habilidade e capacidade de julgamento do tr\u00e2nsito, o que pode ocorrer a partir dos 10 anos de idade. Enquanto estiver caminhando na rua, segure sempre a m\u00e3o da crian\u00e7a, de forma firme e pelo pulso. N\u00e3o permita brincadeiras em locais que n\u00e3o s\u00e3o adequados, como entradas ou sa\u00eddas de garagens, quintais sem cerca, ruas ou estacionamentos.<\/p>\n\n\n\n
4. Intoxica\u00e7\u00e3o<\/h2>\n\n\n\n
Acidentes com medicamentos ou produtos t\u00f3xicos infelizmente s\u00e3o comuns. A intoxica\u00e7\u00e3o pela ingest\u00e3o, manipula\u00e7\u00e3o ou inala\u00e7\u00e3o pode ser perigosa e fatal, dependendo da \u00e1rea afetada e da toxicidade. \u00c9 importante explicar \u00e0s crian\u00e7as que os rem\u00e9dios devem ser tomados somente quando necess\u00e1rio, e evitar cham\u00e1-los por nomes de doces ou balas - alguns pais recorrem a essa t\u00e1tica para facilitar a administra\u00e7\u00e3o. Al\u00e9m disso, nunca medique sem orienta\u00e7\u00e3o m\u00e9dica ou por sugest\u00e3o de terceiros. <\/p>\n\n\n\n
Guarde as embalagens de produtos potencialmente t\u00f3xicos, como medicamentos, bebidas alco\u00f3licas, produtos de limpeza e pesticidas, logo ap\u00f3s a utiliza\u00e7\u00e3o, fora do alcance das crian\u00e7as. N\u00e3o use embalagens vazias para guardar produtos que podem ser t\u00f3xicos, mantenha-os sempre nas embalagens originais. N\u00e3o d\u00ea embalagens vazias desses produtos para as crian\u00e7as brincarem. Tampouco coloque produtos de uso dom\u00e9stico junto de alimentos e evite plantas t\u00f3xicas em casa ou no jardim, em locais de f\u00e1cil acesso para as crian\u00e7as.<\/p>\n\n\n\n
5. Sufoca\u00e7\u00e3o<\/h2>\n\n\n\n
Crian\u00e7as de at\u00e9 3 anos, que est\u00e3o na fase de experimentar o mundo e costumam levar tudo \u00e0 boca, s\u00e3o mais propensas a sofrerem acidentes relacionados \u00e0 sufoca\u00e7\u00e3o. A sufoca\u00e7\u00e3o ocorre quando h\u00e1 a cobertura total ou parcial do nariz e\/ou da boca, resultando na dificuldade ou impossibilidade de respirar. Entre beb\u00eas menores de um ano de idade, o risco de sufoca\u00e7\u00e3o \u00e9 muito alto devido a sua falta de capacidade de escaparem por si mesmos de uma situa\u00e7\u00e3o de perigo. A introdu\u00e7\u00e3o alimentar merece precau\u00e7\u00e3o e uma das orienta\u00e7\u00f5es \u00e9 n\u00e3o oferecer alimentos redondos e duros, como uva, amendoim ou outras castanhas e cenoura crua, al\u00e9m de cortar os alimentos em peda\u00e7os bem pequenos. Tamb\u00e9m \u00e9 importante aprender as manobras de desengasgo<\/a> para saber como agir nesse momento.<\/p>\n\n\n\n
Outros acidentes<\/h2>\n\n\n\n
Apesar do aumento geral dos acidentes, os casos envolvendo afogamento diminu\u00edram<\/a> em 2021. Ainda assim, \u00e9 v\u00e1lido lembrar que os pequenos menores de 4 anos podem se afogar em recipientes com at\u00e9 2,5 cm de \u00e1gua. Por isso, al\u00e9m dos cuidados com as piscinas, como a prote\u00e7\u00e3o com cercas e port\u00e3o com cadeado ou trava de seguran\u00e7a, \u00e9 preciso aten\u00e7\u00e3o com banheiras, bacias e baldes, que devem ser guardados vazios e virados para baixo. E, claro, nunca deixe crian\u00e7as sozinhas dentro ou perto da \u00e1gua, nem por um segundo!<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
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O n\u00famero de crian\u00e7as e adolescentes que se internaram<\/a>, em 2021, devido a acidentes, aumentou em compara\u00e7\u00e3o com 2020. Foram 110.341 casos de interna\u00e7\u00f5es no ano passado, na faixa et\u00e1ria de 0 a 14 anos, segundo pesquisa da ONG Aldeias Infantis SOS e do Instituto Bem Cuidar. O n\u00famero revela um crescimento de 5,3% em rela\u00e7\u00e3o ao ano anterior. <\/p>\n\n\n\n
As quedas foram a principal causa das interna\u00e7\u00f5es<\/a>, sendo respons\u00e1veis por 44% das ocorr\u00eancias, seguidas pelas queimaduras, 19%, acidentes de tr\u00e2nsito, 10%, e intoxica\u00e7\u00f5es, 5%. Em m\u00e9dia, 302 crian\u00e7as foram hospitalizadas<\/a>, por dia, por conta de algum acidente em 2021, segundo o estudo feito com informa\u00e7\u00f5es do Datasus, do Minist\u00e9rio da Sa\u00fade.<\/p>\n\n\n\n
\u201cChama muito a aten\u00e7\u00e3o, por exemplo, que a maior causa de interna\u00e7\u00e3o seja a queda<\/a>, pois a gente sabe que h\u00e1 medidas para evitar isso. \u00c9 preciso colocar tela em janelas e sacadas<\/a>, evitar deixar m\u00f3veis pr\u00f3ximo a janelas, enfim, uma s\u00e9rie de dicas que s\u00e3o importantes para que pais e adultos estejam munidos dessas informa\u00e7\u00f5es para evitar os acidentes\u201d, afirmou Erika Tonelli, especialista em Entornos Seguros e Protetores da Aldeias Infantis SOS.\u00a0<\/p>\n\n\n\n
Erika lembra que, embora os acidentes fa\u00e7am parte da vida das crian\u00e7as enquanto est\u00e3o se desenvolvendo e experienciando o mundo, a maioria deles poderiam ser evitados. \u201cAt\u00e9 90% dos acidentes poderiam ser prevenidos com medidas simples. Os pais e familiares devem estar sempre atentos aos ambientes - n\u00e3o s\u00f3 aos dom\u00e9sticos, mas tamb\u00e9m espa\u00e7os comunit\u00e1rios, parques, escolas e todos os lugares que as crian\u00e7as frequentam -, para perceber quais riscos existem e se \u00e9 preciso tomar alguma medida ou ter um olhar mais cuidadoso para elas\u201d, ressalta a especialista.<\/p>\n\n\n\n
Apesar do aumento geral dos acidentes, constatou-se que em 2021 os casos envolvendo afogamento diminu\u00edram<\/a> em 2% e sufoca\u00e7\u00e3o em 6%, quando comparado ao ano anterior.  <\/p>\n\n\n\n
O estudo tamb\u00e9m ressalta que, apesar do aumento no volume de interna\u00e7\u00f5es, os n\u00fameros de 2021 s\u00e3o menores que no per\u00edodo anterior \u00e0 pandemia. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong> <\/p>\n\n\n\n\n\n
Tipos de acidentes por idade <\/h2>\n\n\n\n
Segundo o levantamento, a faixa et\u00e1ria de 5 a 9 anos de idade \u00e9 a mais atingida pelas quedas e a que mais sofreu hospitaliza\u00e7\u00f5es em 2021 - representando 35,1% dos internados por acidentes. As crian\u00e7as com idade de 10 a 14 anos tamb\u00e9m tiveram um n\u00famero alto de interna\u00e7\u00f5es (34,2%), sendo igualmente as quedas a causa mais comum. <\/p>\n\n\n\n
J\u00e1 na faixa et\u00e1ria de 1 a 4 anos, que representa 25,6% das intera\u00e7\u00f5es, intoxica\u00e7\u00e3o e queimaduras est\u00e3o entre os principais acidentes. Menores de 1 ano representaram 5,2% das interna\u00e7\u00f5es, motivadas por acidentes como sufoca\u00e7\u00e3o, mas tamb\u00e9m queimaduras, afogamento, intoxica\u00e7\u00e3o e quedas. <\/p>\n\n\n\n
Erika relata que dependendo da faixa et\u00e1ria, a preval\u00eancia dos acidentes vai sendo alterada. Os beb\u00eas de at\u00e9 1 ano t\u00eam um n\u00famero maior de casos de sufoca\u00e7\u00e3o, porque s\u00e3o crian\u00e7as que levam coisas \u00e0 boca. J\u00e1 a intoxica\u00e7\u00e3o tem um n\u00famero bastante alto entre 1 e 4 anos, depois vem a queda, com crian\u00e7as acima de 5 anos, que exploram mais o ambiente e est\u00e3o mais expostas ao mundo externo. \"Mas isso n\u00e3o quer dizer que a gente n\u00e3o deva estar atento \u00e0s demais causas de acidentes. Mesmo a queimadura pode ser comum nos beb\u00eas durante o banho, por exemplo\u201d, explica a porta-voz da Aldeias Infantis SOS. <\/p>\n\n\n\n
Principais causas de acidentes com crian\u00e7as (0 a 14 anos)*<\/h2>\n\n\n\n
Quedas - 44%<\/li>
Queimaduras 19%<\/li>
Tr\u00e2nsito - 10%<\/li>
Intoxica\u00e7\u00f5es - 5% <\/li><\/ul>\n\n\n\n
Acidentes mais comuns por faixa et\u00e1ria<\/h2>\n\n\n\n
0 a 1 ano - Sufoca\u00e7\u00e3o<\/li>
1 a 4 anos - Intoxica\u00e7\u00e3o<\/li>
5 a 9 anos - Quedas<\/li>
10 a 14 anos - Quedas<\/li><\/ul>\n\n\n\n
*N\u00fameros consolidados pela ONG Aldeias Infantis SOS, a partir da base de dados Datasus, do Minist\u00e9rio da Sa\u00fade.<\/em><\/p>\n\n\n\n
Quedas e queimaduras<\/h2>\n\n\n\n
Os registros de quedas no Datasus incluem tanto acidentes ocorridos em casa, quanto em ambientes externos, como playgrounds e parques. Segundo Erika, n\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel afirmar qual tipo de queda \u00e9 a mais comum, mas ela avalia que tanto o maior tempo dentro de casa, durante a pandemia, quanto o incentivo \u00e0s atividades ao ar livre, ap\u00f3s o per\u00edodo de isolamento social, podem ter contribu\u00eddo para esse tipo de acidente.<\/p>\n\n\n\n
J\u00e1 em rela\u00e7\u00e3o \u00e0s queimaduras, ela diz que percebeu um leve aumento de casos, principalmente, devido ao uso recorrente de \u00e1lcool e \u00e1lcool em gel, como forma de prote\u00e7\u00e3o contra a Covid, e possivelmente tamb\u00e9m pelo uso maior de formas alternativas de combust\u00edvel na cozinha, como carv\u00e3o, \u00f3leo e querosene, devido \u00e0 piora da condi\u00e7\u00e3o econ\u00f4mica de grande parte das fam\u00edlias brasileiras. <\/p>\n\n\n\n
\u201cMesmo alimentos quentes em cima da mesa, a crian\u00e7a pode puxar e eles virarem em cima dela. \u00c9 importante tamb\u00e9m evitar tomar bebidas quentes com o filho no colo e estar atento ao risco de choque el\u00e9trico com ferro de passar roupa, com o uso do celular enquanto carrega e com instala\u00e7\u00f5es el\u00e9tricas da casa\u201d, destaca Erika.  <\/p>\n\n\n\n
Para a especialista, a precariza\u00e7\u00e3o das condi\u00e7\u00f5es de trabalhos e a exaust\u00e3o de alguns cuidadores tamb\u00e9m podem ser fatores que interferiram nos cuidados com as crian\u00e7as. Al\u00e9m disso, existe o fato de muitas delas ficarem sozinhas em casa, sem a supervis\u00e3o de um adulto, o que contribui ainda mais para o aumento de acidentes. <\/p>\n\n\n\n
Dados mostram que 1 a cada 4 crian\u00e7as acidentadas fica com sequelas permanentes durante toda a vida.<\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
\u201cQuando falamos de interna\u00e7\u00f5es, n\u00e3o \u00e9 algo simples como ralar o joelho ou cair da bicicleta, s\u00e3o causas graves e isso gera um custo tanto para o sistema de sa\u00fade quanto para a fam\u00edlia, al\u00e9m, claro, do impacto psicol\u00f3gico e emocional na crian\u00e7a\u201d, pontua Erika.<\/p>\n\n\n\n
Principais causas de mortes de crian\u00e7as por acidentes em 2020<\/h2>\n\n\n\n
Em rela\u00e7\u00e3o ao n\u00famero de mortes de crian\u00e7as por acidentes, Erika explicou que os dados mais recentes fornecidos pelo Datasus s\u00e3o de 2020, quando 3.117 crian\u00e7as de at\u00e9 14 anos de idade perderam a vida. Apesar de o tr\u00e2nsito continuar sendo a principal causa das fatalidades com 30% do total, os afogamentos e casos de sufoca\u00e7\u00e3o tamb\u00e9m registraram marcas preocupantes, com 27% e 22%, respectivamente. <\/p>\n\n\n\n
Mortes de crian\u00e7as por acidentes - 2020 <\/h3>\n\n\n\n
Tr\u00e2nsito - 30%<\/li>
Afogamentos - 27%<\/li>
Sufoca\u00e7\u00e3o - 22%<\/li><\/ul>\n\n\n\n
Apesar disso, se comparado com 2019, o n\u00famero de \u00f3bitos recuou 2%, sendo a maior redu\u00e7\u00e3o em sufoca\u00e7\u00e3o, com queda de 14%. Por outro lado, fatalidades envolvendo intoxica\u00e7\u00f5es e quedas seguiram o caminho inverso e aumentaram respectivamente 23% e 12% cada uma. Sob a \u00f3tica da faixa et\u00e1ria, crian\u00e7as de 1 a 4 anos concentram a maior taxa de mortalidade por acidentes no Brasil (32%).<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"Aumentam as interna\u00e7\u00f5es de crian\u00e7as por acidentes","post_excerpt":"Mais de 110 mil crian\u00e7as foram internadas em 2021, segundo pesquisa da ONG Aldeias Infantis SOS, devido a quedas, queimaduras e acidentes de tr\u00e2nsito, entre outras causas","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"aumentam-as-internacoes-de-criancas-por-acidentes","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-09-05 10:23:46","post_modified_gmt":"2022-09-05 13:23:46","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64666","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64515,"post_author":"4","post_date":"2022-08-25 23:30:00","post_date_gmt":"2022-08-26 02:30:00","post_content":"\n
\u201cDe boa, passo muito tempo da minha vida no quarto. T\u00e1 ligado? \u00c9 um canto s\u00f3 meu. No quarto, j\u00e1 fiz tudo. Tamb\u00e9m j\u00e1 pensei em fazer besteira.\u201d  <\/em><\/p>\n\n\n\n
\"Fico mais tempo do que no resto da casa. S\u00f3 saio pra comer, saca? Tem dia que nem pra comer. Ningu\u00e9m me pergunta nada. S\u00f3 ficaram mais preocupados, minha m\u00e3e e meu pai, quando a professora falou que me cortei.\"<\/em><\/p>\n\n\n\n
Relatos como esses fazem parte dos depoimentos que o pesquisador Hugo Monteiro Ferreira colheu para um estudo sobre o cotidiano de crian\u00e7as e adolescentes brasileiros<\/a> marcados pelo adoecimento emocional e mental<\/a>. <\/p>\n\n\n\n
S\u00e3o jovens na faixa et\u00e1ria de 11 a 18 anos de idade, que passam cerca de seis horas por dia dentro de seus quartos, geralmente conectados \u00e0s redes sociais<\/a>, e com s\u00e9rios problemas de conviv\u00eancia entre os seus pares<\/a> e tamb\u00e9m com os adultos com os quais convivem.\u00a0De modo geral, s\u00e3o pessoas que pertencem a uma classe social mais favorecida.<\/p>\n\n\n\n
Hugo os definiu como \u201ca gera\u00e7\u00e3o do quarto\u201d. V\u00edtimas de bullying, cyberbullying e outras viol\u00eancias<\/a>, geralmente na escola, eles vivenciam nesse c\u00f4modo da casa diversas formas de sofrimento - de transtornos alimentares a ansiedade, depress\u00e3o e at\u00e9 mesmo suic\u00eddio<\/a>. <\/p>\n\n\n\n
\u201cA gera\u00e7\u00e3o do quarto adverte-nos que as fam\u00edlias e as escolas precisam \"escutar\" meninos e meninas e rever posturas e procedimentos, bem como formas de educar e jeitos de orientar\u201d, afirma Hugo, no livro \u201cA gera\u00e7\u00e3o do quarto - quando as crian\u00e7as nos ensinam a amar\u201d. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
A obra \u00e9 fruto de uma pesquisa que ouviu 3.115 crian\u00e7as e adolescentes, de escolas p\u00fablicas e, principalmente, privadas, de cinco capitais do pa\u00eds. \u00c9 um grupo que retrata nitidamente os jovens da sociedade contempor\u00e2nea. \"Tenho retornos de professores e professoras que me diziam: \"olha isso que voc\u00ea disse acontece exatamente assim na minha escola\", afirmou Hugo. <\/p>\n\n\n\n
Segundo ele, a fragilidade dessa gera\u00e7\u00e3o revela a fragilidade dos pais e das m\u00e3es. \u201cN\u00e3o s\u00e3o s\u00f3 as crian\u00e7as e os adolescentes que est\u00e3o no quarto \u2014 os adultos tamb\u00e9m est\u00e3o. O quarto \u00e9 a met\u00e1fora da fam\u00edlia que n\u00e3o dialoga, mas grita; da escola que n\u00e3o acolhe, mas exige o desempenho das notas\u201d, afirma Humberto da Silva Miranda, doutor em Hist\u00f3ria das Inf\u00e2ncias, no pref\u00e1cio do livro. <\/p>\n\n\n\n
$\"\"$
Hugo Monteiro Ferreira<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n
A seguir, leia a entrevista que o autor concedeu \u00e0 Canguru News<\/strong>. Hugo \u00e9 professor do departamento de Educa\u00e7\u00e3o e do Programa de P\u00f3s-Gradua\u00e7\u00e3o em Educa\u00e7\u00e3o, Culturas e Identidades, ambos da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Na mesma institui\u00e7\u00e3o, ele coordena o N\u00facleo do Cuidado Humano e o Grupo de Estudos da Transdisciplinaridade, da Inf\u00e2ncia e da Juventude (GETIJ).<\/p>\n\n\n\n
Qual o perfil da gera\u00e7\u00e3o do quarto?<\/h2>\n\n\n\n
S\u00e3o crian\u00e7as e adolescentes, entre 11 e 16 anos, que passam mais de 6 horas por dia dentro do quarto, usando excessivamente as redes sociais digitais, e j\u00e1 sofreram algum tipo de viol\u00eancia, como bullying e cyberbullying, geralmente ocorrida na escola. Eles t\u00eam sintomatologias de psicopatologias as mais diversas, com predomin\u00e2ncia para depress\u00e3o, transtornos obsessivos compulsivos, transtornos alimentares, com predomin\u00e2ncia de anorexia e bulimia, transtorno de ansiedade, uso abusivo de \u00e1lcool, de maconha ou drogas qu\u00edmicas e dist\u00farbios de sono. E no campo da autodestrui\u00e7\u00e3o, praticam a autoles\u00e3o, sem inten\u00e7\u00e3o suicida, e alguns t\u00eam idea\u00e7\u00e3o suicida e tentaram suic\u00eddio mais de uma vez, esse \u00e9 o perfil da gera\u00e7\u00e3o do quarto.<\/p>\n\n\n\n
Como foi feita a pesquisa?<\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa foi feita entre 2017 e 2019, com alunos de escolas p\u00fablicas e privadas de cinco capitais brasileiras \u2014 Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Macei\u00f3 e Natal. Inicialmente, foi aplicado um question\u00e1rio online para 3.115 crian\u00e7as e adolescentes, e a partir das respostas foi feito um recorte com 238 jovens, dos quais a grande maioria, 70%, s\u00e3o de escolas privadas, e fazem parte da classe m\u00e9dia e classe m\u00e9dia alta. Os resultados mostraram que 75% dos 3.115 alunos est\u00e3o com a sa\u00fade mental abalada, embora nem todos apresentem sintomatologia psicopatol\u00f3gica. N\u00e3o publiquei nenhum artigo sobre o estudo porque desde o in\u00edcio tive a inten\u00e7\u00e3o de fazer um livro, que ficou pronto em 2020. De l\u00e1 para c\u00e1, a obra passou por revis\u00f5es, sendo publicada agora, em 2022. Ressalto que a gera\u00e7\u00e3o do quarto n\u00e3o foi criada na pandemia, mas sofreu na pandemia duas vezes mais pela situa\u00e7\u00e3o de vulnerabilidade em que se encontrava. <\/p>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 um retrato da juventude brasileira? <\/h2>\n\n\n\n
Eu fiz um recorte, mas todas as pessoas que mantiveram contato comigo e n\u00e3o estiveram no recorte da pesquisa se identificaram com ela. Tenho retornos de professores e professoras que me diziam: \"olha isso que voc\u00ea disse acontece exatamente assim na minha escola\". As pessoas se identificam porque tem uma verossimilhan\u00e7a. Muitas dizem: \"ah, tenho um filho, uma filha, que tamb\u00e9m est\u00e1 no quarto\". Se voc\u00ea for em qualquer escola, infelizmente ir\u00e1 encontrar algo semelhante.<\/p>\n\n\n\n
Como entender os problemas que essa gera\u00e7\u00e3o enfrenta, quais s\u00e3o suas origens?<\/h2>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 forjada, criada dentro de casa, \u00e9 a fam\u00edlia quem cria essa gera\u00e7\u00e3o, n\u00e3o \u00e9 a escola, a escola ajuda a manter, a fazer a manuten\u00e7\u00e3o do sofrimento, mas a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 produto de uma fam\u00edlia no quarto tamb\u00e9m, uma fam\u00edlia isolada, adoecida, de pouco di\u00e1logo, violenta. A viol\u00eancia num sentido amplo, n\u00e3o s\u00f3 f\u00edsica, psicol\u00f3gica, mas uma viol\u00eancia simb\u00f3lica, h\u00e1 muito movimento de viol\u00eancia dentro dessas casas. A viol\u00eancia simb\u00f3lica se expressa nas nuances, na organiza\u00e7\u00e3o, no establishment<\/em>, c\u00f3digos de comportamentos. Por exemplo, entrevistei meninos de 15, 16 anos, que eram gays, e na casa havia uma esp\u00e9cie de heteronormatividade, n\u00e3o era dito isso, mas havia a heteronormatividade como conduta, regra. \u00c9 isso que temos visto dentro dessas fam\u00edlias, s\u00e3o fam\u00edlias um tanto quanto provocativas e provocadoras dessa viol\u00eancia simb\u00f3lica. <\/p>\n\n\n\n
\u00c9 uma situa\u00e7\u00e3o muito preocupante, n\u00e3o? <\/h2>\n\n\n\n
A experi\u00eancia do quarto \u00e9 terr\u00edvel, porque n\u00e3o \u00e9 uma esp\u00e9cie de ref\u00fagio para aquietar mente, \u00e9 uma experi\u00eancia de ansiedade da mente, uma mente com probabilidades das mais diversas. <\/p>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 violentada, ela tamb\u00e9m vai violentar. \u00c9 importante observar isso. <\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Eu me preocupo muito porque parece que a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 meio que uma matriz de pequenos e pequenas curingas, do personagem do Batman. N\u00f3s estamos formando gera\u00e7\u00f5es violentas, e essa viol\u00eancia pode ser contra si, os \u00edndices de suic\u00eddio na adolesc\u00eancia n\u00e3o s\u00e3o m\u00ednimos. No Brasil, infelizmente, desde 2016, que eles aumentam, mas n\u00f3s tamb\u00e9m temos criado pessoas, em pa\u00edses como os Estados Unidos, que quando t\u00eam acesso a armas, criam e organizam massacres como esses que vimos nas escolas americanas. O perfil e a biografia desses adolescentes se assemelha \u00e0 gera\u00e7\u00e3o do quarto. \u00c9 preocupante, porque n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 o adoecimento ps\u00edquico, mas \u00e9 a produ\u00e7\u00e3o de uma comunidade psiquicamente adoecida, que tem na viol\u00eancia a gram\u00e1tica da sua sintaxe comunicacional, ou seja, a socializa\u00e7\u00e3o \u00e9 violenta.<\/p>\n\n\n\n
Muitas vezes, \u00e9 poss\u00edvel que voc\u00ea tenha pessoas que acham que s\u00e3o excelentes m\u00e3es e pais, mas que imprimem uma norma, uma conduta, um modelo que impede que o outro seja o que pode ser. Vi muito isso, adolescentes dizendo \u201ceu n\u00e3o consigo, para minha m\u00e3e nem para o meu pai, ser o que realmente sou, o que realmente gosto, tenho que mentir, me fazer ser o que n\u00e3o sou, criar um perfil falso\u201d. A viol\u00eancia simb\u00f3lica est\u00e1 muito nesse campo, no religioso, al\u00e9m da viol\u00eancia f\u00edsica e psicol\u00f3gica.<\/p>\n\n\n\n
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H\u00e1 caracter\u00edsticas em comum entre os pais dessa gera\u00e7\u00e3o?<\/h2>\n\n\n\n
S\u00e3o pessoas que aprenderam com os modelos anteriores como devem proceder, como educar e como deve ser a rela\u00e7\u00e3o entre pais e filhos, e eles terminam agindo em nome desse bem-estar. Eles querem o bem dos filhos, n\u00e3o desejam o mal, mas \u00e9 um bem meio que projetado, n\u00e3o \u00e9 um bem presente, \u00e9 o bem do amanh\u00e3. Eu quero que meu filho esteja bem, mas para isso ele precisa seguir uma regra, uma norma, uma conduta, um padr\u00e3o, uma organiza\u00e7\u00e3o. Se ele n\u00e3o segue, eu n\u00e3o consigo ser m\u00e3e, pai dele, n\u00e3o consigo estabelecer uma rela\u00e7\u00e3o afetiva, de di\u00e1logo, e come\u00e7o a entrar em conflito.<\/p>\n\n\n\n
S\u00e3o pais que rejeitam os filhos? <\/h2>\n\n\n\n
Essa gera\u00e7\u00e3o mostra que os pais, se n\u00e3o h\u00e1 um modelo estabelecido, eles n\u00e3o se disp\u00f5em a aprender com o que eles veem na realidade, \u00e9 quase que um filho abstrato. Quando o filho real come\u00e7a a emergir e mostrar suas caracter\u00edsticas, os pais come\u00e7am a estranhar aquilo e n\u00e3o entram em processo de di\u00e1logo, se afastam. \u00c9 esse afastamento, esse vazio, que cria a gera\u00e7\u00e3o do quarto. Por isso afirmo que \u00e9 na matriz familiar que a gera\u00e7\u00e3o \u00e9 gerada, quer dizer, os pais n\u00e3o conseguem observar, de modo geral, a emerg\u00eancia dos humanos que eles mesmos criaram. Eles t\u00eam o humano projetado, \u00e9 quase um molde de um humano. Quando vem uma orienta\u00e7\u00e3o sexual ou um g\u00eanero que n\u00e3o \u00e9 norma, causa um impacto. <\/p>\n\n\n\n
Claro que \u00e9 menos impactante quando o filho diz que n\u00e3o quer ser m\u00e9dico, mas sim ator, pode haver resist\u00eancia mas n\u00e3o t\u00e3o intensa como quando voc\u00ea diz que \u00e9 gay, isso causa um embara\u00e7o. Mas n\u00e3o gosto de condenar os pais e as m\u00e3es, porque acho que eles est\u00e3o envolvidos nesse processo, eles querem acertar, ao menos, os que t\u00eam paternagem e maternagem, que chamo de esp\u00edrito de pai e m\u00e3e. Os que n\u00e3o t\u00eam, esses simplesmente geram os filhos, est\u00e3o ali numa esp\u00e9cie de playground de criar filhos. Mas os que t\u00eam paternagem, eles v\u00e3o tentando encontrar e conseguem, ent\u00e3o nesse caso, essa fissura, esse vazio que se abriu \u00e9 reduzido e a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 compreendida. <\/p>\n\n\n\n
Os pais sabem que t\u00eam um problema em casa?<\/h2>\n\n\n\n
Eles n\u00e3o t\u00eam conhecimento, porque a gera\u00e7\u00e3o do quarto cognitivamente n\u00e3o tem problema com boletim escolar. Essa gera\u00e7\u00e3o chega na universidade. Essa causa-consequ\u00eancia que a gente confabulou e afirmou tantas vezes que, por exemplo, vai ter problemas na escola, no rendimento escolar, n\u00e3o \u00e9 um sinal, a gera\u00e7\u00e3o do quarto tem um boletim escolar azul,<\/strong> e os pais n\u00e3o percebem. Eles acham que faz parte da vida estar no quarto.<\/strong> Muitos me dizem isso, \u201cah mas meu filho est\u00e1 no quarto j\u00e1 h\u00e1 tanto tempo que nem me dava conta\u201d. Eles come\u00e7am a se dar conta quando a crian\u00e7a ou o adolescente come\u00e7a a se cortar, quando come\u00e7am a gritar em sil\u00eancio, a\u00ed os pais alertam, mas at\u00e9 ent\u00e3o, n\u00e3o. Chamam para jantar, quando conseguem, lembrando que pais contempor\u00e2neos vivem muito fora de casa, trabalham muito, com finalidade de dar um futuro para os filhos.  <\/p>\n\n\n\n
Ou seja, o esfor\u00e7o dos pais para garantir uma boa estrutura familiar acaba por distanci\u00e1-los dos filhos?<\/h2>\n\n\n\n
\u00c9 a alternativa que se deu para a fam\u00edlia. Num pa\u00eds de mais de 210 milh\u00f5es de pessoas, n\u00e3o \u00e9 todo mundo que para e reflete sobre o que \u00e9 ser uma fam\u00edlia. Para os que est\u00e3o abaixo da linha da mis\u00e9ria tem que pensar muito como se recupera. H\u00e1 uma quest\u00e3o importante: o fen\u00f4meno da gera\u00e7\u00e3o do quarto se d\u00e1 em todas as classes sociais, mas as estrat\u00e9gias trabalhadas mudam. Tem muitas pessoas que usam a gravidez, por exemplo, como forma de sair de uma situa\u00e7\u00e3o socioecon\u00f4mica. Engravidar pode ser uma esp\u00e9cie de promo\u00e7\u00e3o social, ou seja, o problema \u00e9 o mesmo, a dor ps\u00edquica \u00e9 a mesma, mas a maneira de lidar com ela \u00e9 diferente. <\/p>\n\n\n\n
Os jovens n\u00e3o se abrem com os pais, mas n\u00e3o se opuseram a falar com voc\u00ea?<\/h2>\n\n\n\n
Talvez o que favorece para um pesquisador como eu \u00e9 me dispor a escutar sem condenar, sem julgamento. Eu escuto para acolher e esse talvez seja um potencial que a gente possa ensinar aos pais e \u00e0s m\u00e3es, para que o filho diga o que pensa, o que acha, o que gosta e n\u00e3o gosta, se sinta confort\u00e1vel em ser diferente dos pais. Acho que as fam\u00edlias escutam julgando, comparando e sentenciando demais. As crian\u00e7as, ao contr\u00e1rio do que as pessoas pensam, s\u00e3o muito sens\u00edveis, muito cr\u00edticas, elas conseguem responder perguntas, falar sobre sentimentos com quem elas se sentem confort\u00e1veis. Al\u00e9m disso, uma das t\u00e9cnicas que utilizei, o question\u00e1rio online, me trouxe muitas respostas, porque tinha perguntas abertas. Alguns dos depoimentos que apresento no livro eu n\u00e3o ouvi, eu li. Quando n\u00e3o tenho que dizer meu nome, quem eu sou, de onde sou, qual minha idade, me sinto mais livre para falar, pedir ajuda. Foram esses depoimentos que me causaram impacto e me fizeram depois entrevistar o grupo menor por meio de rodas de conversa. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Qual o papel da escola nesse contexto?<\/h2>\n\n\n\n
Eu sou um profissional e defensor da escola, a escola para mim \u00e9 uma grande inven\u00e7\u00e3o social, cumpre papel de forma\u00e7\u00e3o, de complementaridade, sobretudo no campo do que chamamos de conhecimento cient\u00edfico. Ela tamb\u00e9m tem um papel social, porque trabalha com pessoas, organiza\u00e7\u00f5es, institui\u00e7\u00f5es, mas ela precisa ser revisitada e reformulada nos seus objetivos matriciais. A escola n\u00e3o pode querer exclusivamente formar do ponto vista cognitivo. Isso \u00e9 um equ\u00edvoco que se manifesta sobretudo nessas escolas, que insistem num modelo de concorr\u00eancia, competi\u00e7\u00e3o, ranqueamento, na nota como resposta \u00e0 aprendizagem. S\u00e3o escolas desconectadas com grandes problemas contempor\u00e2neos, como a sobreviv\u00eancia do Planeta Terra. Temos um planeta amea\u00e7ado de desertifica\u00e7\u00e3o, de aus\u00eancia de comida, amea\u00e7ado no campo dos povos origin\u00e1rios, ent\u00e3o essas s\u00e3o preocupa\u00e7\u00f5es que a escola deve ter. <\/p>\n\n\n\n
Outra preocupa\u00e7\u00e3o \u00e9 a diversidade, temos uma sociedade que se mostra violenta com as minorias, racista e mis\u00f3gina. As mulheres sofrem muito nessa sociedade. A escola n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 para discutir f\u00f3rmulas qu\u00edmicas, biol\u00f3gicas, equa\u00e7\u00f5es matem\u00e1ticas, sintaxe da l\u00edngua. <\/p>\n\n\n\n
A escola \u00e9 para ajudar a usar o conhecimento cient\u00edfico na melhoria da qualidade de vida das pessoas, da minha e dos outros. <\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Ent\u00e3o se ela n\u00e3o faz isso, se insiste na concorr\u00eancia, em colocar aqueles que s\u00e3o bons e n\u00e3o s\u00e3o bons, os que s\u00e3o inteligentes e os que n\u00e3o s\u00e3o inteligentes, e ela tem insistido, ela ajuda a adoecer. \u00c9 o que digo no livro. <\/p>\n\n\n\n
O que dizer aos pais e m\u00e3es da gera\u00e7\u00e3o do quarto?<\/h2>\n\n\n\n
Os filhos e as filhas v\u00e3o precisar muito mesmo dos pais. Tem dois cen\u00e1rios, um \u00e9 ajudar meu filho a n\u00e3o entrar no quarto e o outro \u00e9 ajudar o filho que j\u00e1 est\u00e1 no quarto. No livro eu falo de cinco pilares: cuidado, autoconhecimento, conviv\u00eancia, dialogicidade e amorosidade. Trabalhar a fam\u00edlia e a escola a partir dessas sustenta\u00e7\u00f5es \u00e9 preventivo, mas pode servir tamb\u00e9m para situa\u00e7\u00f5es de pessoas que j\u00e1 est\u00e3o adoecidas, neste caso, associado ao acompanhamento de um profissional da sa\u00fade mental - psic\u00f3logo, psiquiatra, psicanalista, a depender do caso.<\/p>\n\n\n\n
O pilar do cuidado<\/strong> trata sobre a import\u00e2ncia do cuidado consigo e do cuidado com o outro, o que implica tratar das quest\u00f5es relacionadas a respeito, compreens\u00e3o, conviv\u00eancia, uso abusivo de \u00e1lcool, relacionamentos abusivos, bullying, ciberbullying, uso excessivo de redes sociais digitais, entre outros aspectos.

O pilar do autoconhecimento<\/strong> trata sobre a biografia, a hist\u00f3ria de cada pessoa, a fam\u00edlia. Proponho um trabalho sobre ancestralidade, que a pessoa conhe\u00e7a sua hist\u00f3ria de vida, conhe\u00e7a seu pai, sua m\u00e3e, sua opini\u00e3o, seus gostos. Isso tem a ver com quem eu sou, do ponto de vista \u00e9tico, e vai me dar uma seguran\u00e7a para enfrentar aquilo que querem que eu seja. Eu sou isso, mas querem que eu seja aquilo. N\u00e3o escondo minhas fragilidades, sou amado, o que d\u00e1 seguran\u00e7a. N\u00e3o vou dizer para minha crian\u00e7a que a vida \u00e9 f\u00e1cil, um mar de rosas, que ela nunca vai encontrar desafios, mas vou ajud\u00e1-la e fortalec\u00ea-la para que ela possa enfrent\u00e1-los.<\/p>\n\n\n\n
No pilar da conviv\u00eancia<\/strong>, h\u00e1 uma rela\u00e7\u00e3o entre aprender a ser e aprender a conviver. Trato de situa\u00e7\u00f5es cotidianas que evocam reflex\u00f5es \u00e9ticas, morais e espirituais, para as quais a compaix\u00e3o, a empatia e a resili\u00eancia s\u00e3o habilidades necess\u00e1rias e essenciais. O exerc\u00edcio da dialogicidade<\/strong> \u00e9 realizado quando as pessoas aprendem a falar o que pensam e sentem, mas entendem que o que pensam e sentem n\u00e3o \u00e9 a \u00faltima palavra sobre a verdade. O pilar da amorosidade<\/strong> \u00e9 tratado com reflex\u00f5es e a\u00e7\u00f5es. As reflex\u00f5es geram as a\u00e7\u00f5es, e as a\u00e7\u00f5es n\u00e3o s\u00e3o realizadas de modo mec\u00e2nico. <\/p>\n\n\n\n
Os pais podem aprender com os filhos?<\/h2>\n\n\n\n
O livro n\u00e3o tem que ser uma pedra para atirar nos pais e na escola, tem que ser um acalanto. Eu acho que a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 t\u00e3o potente que nos possibilita reaprender a viver, tenho grande esperan\u00e7a na gera\u00e7\u00e3o do quarto, a mesma gera\u00e7\u00e3o que \u00e9 violenta me ensina novos modos de amor, n\u00e3o vejo a gera\u00e7\u00e3o como fracassada, que n\u00e3o deu certo, acho um absurdo dizer que \u00e9 uma gera\u00e7\u00e3o parasita, \"nem-nem\". Obviamente ela traz todas as mazelas, n\u00e3o foi a gera\u00e7\u00e3o do quarto que inventou o abuso do \u00e1lcool, a viol\u00eancia, esses foram c\u00f3digos sempre usados, mas a gera\u00e7\u00e3o do quarto est\u00e1 nos dando outras alternativas, como maior preocupa\u00e7\u00e3o sobre consumo, meio ambiente, empoderamento das meninas, orienta\u00e7\u00e3o \u00e0 quest\u00e3o de g\u00eanero. Essa gera\u00e7\u00e3o tem muita coisa a nos mostrar, n\u00e3o precisamos ter medo, podemos aprender com elas. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
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De acordo com o Artigo 227<\/a> da Constitui\u00e7\u00e3o de 1988, as crian\u00e7as<\/a> devem ser prioridade absoluta em todas as decis\u00f5es, programas e pol\u00edticas p\u00fablicas<\/a>. Isso se torna mais relevante em ano de elei\u00e7\u00f5es, em que poderemos escolher, de forma democr\u00e1tica<\/a>, representantes<\/a> aos cargos de presidente da Rep\u00fablica, senadores, governadores, deputados federais e estaduais. <\/p>\n\n\n\n
O voto no Brasil \u00e9 obrigat\u00f3rio para todos aqueles acima de 18 anos, sendo facultativo para jovens com 16 e 17 anos, pessoas com mais de 70 anos e analfabetos. Crian\u00e7as e adolescentes<\/a> menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar<\/a>, mas isso n\u00e3o quer dizer que n\u00e3o devam estar inclu\u00eddos nos planos dos diferentes representantes pol\u00edticos. Muito pelo contr\u00e1rio.<\/p>\n\n\n\n
Diversos estudos j\u00e1 comprovaram que investir na primeira inf\u00e2ncia<\/a> \u00e9 a melhor maneira de reduzir desigualdades e construir uma sociedade com condi\u00e7\u00f5es sociais e ambientais sustent\u00e1veis.<\/p>\n\n\n\n
Cabe a n\u00f3s, adultos, escolher nas elei\u00e7\u00f5es candidatos que contemplem as crian\u00e7as em projetos e iniciativas diversas. Abaixo, veja 5 motivos que tornam urgente a valoriza\u00e7\u00e3o de projetos para a inf\u00e2ncia e juventude nas campanhas \u00e0s elei\u00e7\u00f5es de 2022. A lista \u00e9 do portal Lunetas, espa\u00e7o dedicado \u00e0 reflex\u00e3o sobre a inf\u00e2ncia, que recentemente lan\u00e7ou o especial \"Inf\u00e2ncias em foco: Quem vota pelas crian\u00e7as?\"<\/a>, um hub de informa\u00e7\u00e3o sobre pol\u00edtica e as inf\u00e2ncias. <\/p>\n\n\n\n
5 temas que envolvem as crian\u00e7as e que t\u00eam de estar previstos nas propostas dos candidatos \u00e0s elei\u00e7\u00f5es:<\/h2>\n\n\n\n
Fome<\/h3>\n\n\n\n
De acordo com um levantamento realizado pela Funda\u00e7\u00e3o Abrinq, cerca de 18,8 milh\u00f5es de meninos e meninas de at\u00e9 14 anos passam fome no Brasil. Essa inseguran\u00e7a alimentar traz preju\u00edzos grav\u00edssimos \u00e0s crian\u00e7as, afetando seu crescimento e o desenvolvimento f\u00edsico e cognitivo necess\u00e1rios para que consigam crescer de maneira saud\u00e1vel.<\/p>\n\n\n\n
Analfabetismo<\/h3>\n\n\n\n
H\u00e1 50 anos, a educa\u00e7\u00e3o infantil n\u00e3o era uma realidade no Brasil, no entanto, pol\u00edticas p\u00fablicas mudaram essa realidade. Ainda assim, nos \u00faltimos dois anos, o n\u00famero de crian\u00e7as de 6 e 7 anos que n\u00e3o sabem ler e escrever cresceu em 1 milh\u00e3o. Pensando no futuro e nos pr\u00f3ximos passos do Brasil relacionados \u00e0 educa\u00e7\u00e3o p\u00fablica, \u00e9 necess\u00e1rio eleger candidatos que queiram enfrentar as desigualdades sociais e lutar para que todas as crian\u00e7as e adolescentes tenham acesso \u00e0 educa\u00e7\u00e3o de qualidade.<\/p>\n\n\n\n
Trabalho Infantil<\/h3>\n\n\n\n
Atualmente, cerca de 2 milh\u00f5es de crian\u00e7as e adolescentes est\u00e3o em situa\u00e7\u00e3o de trabalho infantil no Brasil. Desse total, 66% s\u00e3o crian\u00e7as pretas ou pardas e 71% est\u00e3o na \u00e1rea urbana, de acordo com um levantamento divulgado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domic\u00edlios (PNAD Cont\u00ednua).<\/p>\n\n\n\n
Viol\u00eancia e explora\u00e7\u00e3o sexual<\/h3>\n\n\n\n
Entre 2016 e 2020, 35 mil crian\u00e7as e adolescentes, de 0 a 19 anos, foram mortos de forma violenta no Brasil e 180 mil sofreram viol\u00eancia sexual, segundo o Panorama da Viol\u00eancia Sexual contra crian\u00e7as e Adolescentes no Brasil, lan\u00e7ado pela Unicef e pelo F\u00f3rum Brasileiro de Seguran\u00e7a P\u00fablica (FBSP). Por isso, \u00e9 necess\u00e1rio eleger pessoas que tenham coragem para combater esse cen\u00e1rio e falar de assuntos como igualdade de g\u00eanero, empoderamento de meninas, viol\u00eancia sexual e femin\u00edcio.<\/p>\n\n\n\n
Moradia<\/h3>\n\n\n\n
Mais de 5 milh\u00f5es de pessoas ainda residem em domic\u00edlios sem banheiros ou sanit\u00e1rios de uso exclusivo e 9,7 milh\u00f5es vivem em condi\u00e7\u00f5es de adensamento excessivo, com mais de tr\u00eas moradores para cada dormit\u00f3rio. Este \u00e9 um assunto que n\u00e3o deve ser ignorado, j\u00e1 que todas as crian\u00e7as precisam de acesso \u00e0 moradia para viver com dignidade e poder se desenvolver em outras \u00e1reas, como lazer, educa\u00e7\u00e3o e sa\u00fade.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]  <\/p>\n","post_title":"5 motivos para priorizar as crian\u00e7as nas elei\u00e7\u00f5es de 2022","post_excerpt":"Crian\u00e7as e adolescentes menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar, mas s\u00e3o parcela importante da popula\u00e7\u00e3o e t\u00eam de estar contemplados nos projetos dos diferentes atores governamentais","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"5-motivos-para-priorizar-as-criancas-nas-eleicoes-de-2022","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-25 18:52:13","post_modified_gmt":"2022-08-25 21:52:13","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64369","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64334,"post_author":"4","post_date":"2022-08-22 15:14:51","post_date_gmt":"2022-08-22 18:14:51","post_content":"\n
O n\u00famero de crian\u00e7as e adolescente<\/a>s conectados \u00e0 internet cresceu nos \u00faltimos anos. Segundo o estudo TIC Kids Online Brasil 2021<\/a>, rec\u00e9m-divulgado, 93% ou 22,3 milh\u00f5es das crian\u00e7as e dos adolescentes<\/a> no pa\u00eds acessaram a web<\/a> em 2021, sendo que em 2019 esse percentual era de 89%. O crescimento foi impulsionado principalmente pela maior propor\u00e7\u00e3o de usu\u00e1rios na regi\u00e3o Nordeste e nas \u00e1reas rurais. <\/p>\n\n\n\n
O uso de redes sociais <\/a>pelas crian\u00e7as tamb\u00e9m tem se elevado, sendo a plataforma Tik Tok<\/a> a mais utilizada (34%), seguida pelo Instagram (33%). No Facebook, houve queda no uso de 66% para 51% no per\u00edodo citado. J\u00e1 o WhatsApp segue como a plataforma em que crian\u00e7as e adolescentes mais possuem perfil (foi de 70% em 2018 para 80% em 2021), e \u00e9 a mais difundida entre todos os estratos sociais.<\/p>\n\n\n\n
A pesquisa, conduzida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informa\u00e7\u00e3o (Cetic.br) do N\u00facleo de Informa\u00e7\u00e3o e Coordena\u00e7\u00e3o do Ponto BR (NIC.br), entrevistou 2.651 crian\u00e7as e adolescentes com idades entre 9 e 17 anos, bem como seus pais ou respons\u00e1veis, em todo o territ\u00f3rio nacional. As entrevistas aconteceram entre outubro de 2021 e mar\u00e7o de 2022, com a finalidade de investigar oportunidades e riscos relacionados \u00e0 participa\u00e7\u00e3o online desse p\u00fablico. <\/p>\n\n\n\n
Segundo o levantamento, as crian\u00e7as tamb\u00e9m est\u00e3o passando mais tempo em jogos online - seja conectadas com outros jogadores (de 57% para 66%, entre 2021 e 2019) ou n\u00e3o conectadas a eles (de 55% para 64%) -, e fazendo mais compras no ambiente digital - cresceu de 9% para 19% no mesmo per\u00edodo. <\/p>\n\n\n\n
\"Plataformas de cria\u00e7\u00e3o e compartilhamento de conte\u00fado audiovisual est\u00e3o entre as mais utilizadas por crian\u00e7as e adolescentes. Nesse contexto, a qualidade da conex\u00e3o \u00e0 Internet e dos dispositivos digitais utilizados para o acesso \u00e0 rede passam a ser determinantes para o melhor aproveitamento de oportunidades online. \u00c9 central, portanto, garantir condi\u00e7\u00f5es equitativas de conectividade para crian\u00e7as e adolescentes em diferentes contextos socioecon\u00f4micos\", aponta Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br. <\/p>\n\n\n\n
A pesquisa TIC Kids Online <\/a>detectou, ainda, que o telefone celular segue como o principal meio de conex\u00e3o \u00e0 rede nos diferentes extratos sociais. Para 53%, o celular foi o \u00fanico dispositivo usado, realidade que se verificou mais presente nas classes DE (78%) e C (52%) do que nas classes AB (18%). <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Acesso a propagandas<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
Entre as atividades multim\u00eddia, as mais acessadas pelas crian\u00e7as s\u00e3o ouvir m\u00fasica (80%), assistir a v\u00eddeos, programas, filmes ou s\u00e9ries (84%), S\u00edtios de v\u00eddeos (67%) e redes sociais (61%) est\u00e3o entre as principais plataformas em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios de internet declaram ter visto propaganda de produtos ou marcas. Pessoas ensinando como usar algum produto (62%) e abrindo embalagens -- o chamado unboxing<\/em><\/strong> - (61%) foram os principais conte\u00fados de imagem ou v\u00eddeo em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios da rede tiveram contato com divulga\u00e7\u00e3o de produtos ou marcas. Entre as principais categorias de produtos ou marcas vistas no ambiente online<\/em> est\u00e3o: <\/p>\n\n\n\n
Equipamentos eletr\u00f4nicos (60%); <\/li>
Roupas e sapatos (60%); <\/li>
Comidas, bebidas ou doces (57%); <\/li>
Videogames ou jogos (46%); <\/li>
Maquiagem e outros produtos de beleza (46%).\u00a0<\/li><\/ul>\n\n\n\nBusca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e bem-estar<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa tamb\u00e9m constatou que 32% dos jovens entre 11 e 17 anos procuram ajuda para lidar com algo ruim que vivenciaram<\/strong>, ou para falar sobre suas emo\u00e7\u00f5es<\/strong> quando se sentiram tristes. <\/p>\n\n\n\n
Entre os temas mais procurados relacionados \u00e0 sa\u00fade est\u00e3o:<\/p>\n\n\n\n
Informa\u00e7\u00f5es sobre alimenta\u00e7\u00e3o (55%);
Preven\u00e7\u00e3o e tratamento de doen\u00e7as (38%);
Exerc\u00edcios e meios para ficar em forma (36%);
Informa\u00e7\u00f5es sobre medicamentos (22%);<\/li>
Discuss\u00f5es sobre sa\u00fade sexual e educa\u00e7\u00e3o sexual (21%).<\/li><\/ul>\n\n\n\n
\"A pesquisa busca levantar evid\u00eancias que contribuam para a promo\u00e7\u00e3o de direitos e do bem-estar de crian\u00e7as e adolescentes. Desse modo, para al\u00e9m das atividades presentes na s\u00e9rie hist\u00f3rica da pesquisa, o uso da rede na busca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e apoio emocional passou a ser um tema relevante de investiga\u00e7\u00e3o\", sinaliza Barbosa.<\/p>\n\n\n\n
\"Pesquisas como a TIC Kids Online Brasil s\u00e3o de extrema relev\u00e2ncia para entendermos o cen\u00e1rio atual e fortalecermos o letramento e inclus\u00e3o digital dos mais jovens, com mais seguran\u00e7a e qualidade, quest\u00f5es intr\u00ednsecas ao trabalho realizado pelo Comit\u00ea Gestor da Internet no Brasil\", pondera Jos\u00e9 Gontijo, coordenador do CGI.br.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
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A divulga\u00e7\u00e3o do trailer do filme A Pequena Sereia,<\/a> na \u00faltima sexta-feira (9), tem feito surgir um debate na internet sobre racismo<\/a> e celebra\u00e7\u00e3o da representatividade<\/a>. A escolha da atriz e cantora norte-americana Halle Bailey para o papel da sereia Ariel tem levado muitas pessoas a criticarem o fato de ela ser negra<\/a>. Em dois dias, o trailer oficial divulgado no Youtube recebeu mais de 1,5 milh\u00e3o de dislikes (n\u00e3o gostei). Segundo artigo do jornal\u00a0 Daily Mail<\/a>, a plataforma chegou a desativar o contador de dislikes depois da rea\u00e7\u00e3o inesperada.\u00a0A hashtag #notmyariel (n\u00e3o \u00e9 a minha Ariel) circula no Twitter com in\u00fameras publica\u00e7\u00f5es. Nas redes sociais, a atriz tamb\u00e9m tem lidado com cr\u00edticas de pessoas que alegam que ela n\u00e3o se parece com a protagonista da anima\u00e7\u00e3o de 1989.\u00a0<\/p>\n\n\n\n
Ao mesmo tempo, o v\u00eddeo tamb\u00e9m tem feito muito sucesso, como mostram grava\u00e7\u00f5es feitas por diversas m\u00e3es que registraram o momento em que as filhas descobrem a cor da pele da sereia do filme, previsto para estrear nos cinemas em maio de 2023. \u201cVoc\u00ea est\u00e1 brincando comigo\u201d?, pergunta uma garota ao ver o trailer do filme live action. \u201cEla \u00e9 negra\u201d, ela afirma, em v\u00eddeo publicado por sua m\u00e3e no Tik Tok.<\/a><\/p>\n\n\n\n
Em outra postagem<\/a> da plataforma, que j\u00e1 tem 1,6 milh\u00e3o de visualiza\u00e7\u00f5es, uma menina de 3 anos, que estava deitada no sof\u00e1, levanta para observar melhor, ao ver a personagem negra na TV. Ela diz: \u201cAriel \u00e9 negra! Ariel negra \u00e9 fofa\u201d.\u00a0<\/p>\n\n\n\n
\u201cObrigado Disney por fazer meus filhos se sentirem vistos\u201d, disse um pai que gravou as tr\u00eas filhas assistindo ao trailer<\/a>. Ao ver as imagens do trailer, uma delas questiona: \u201cela \u00e9 negra?\u201d E, em seguida, a menina levanta a m\u00e3o numa celebra\u00e7\u00e3o de vit\u00f3ria.\u00a0<\/p>\n\n\n\n
As postagens renderam milhares de coment\u00e1rios de pessoas que se disseram emocionadas com as imagens. \u201cChorei quando vi o trailer e j\u00e1 sou adulta\u201d, afirmou uma mulher. J\u00e1 outra, comentou: \u201cAriel \u00e9 negra e linda, a representa\u00e7\u00e3o \u00e9 muito importante\u201d. Uma outra usu\u00e1ria escreveu: \u201cEsses v\u00eddeos me fizeram perceber que tenho uma mente t\u00e3o fechada para a mudan\u00e7a. Ver essas lindas rea\u00e7\u00f5es \u00e9 absolutamente de abrir os olhos.\u201d <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"A Pequena Sereia: crian\u00e7as negras se emocionam ao verem trailer do filme","post_excerpt":"A escolha da atriz Halle Bailey para o papel principal tem gerado cr\u00edticas, mas tamb\u00e9m representatividade por parte de meninas que se identificam com a protagonista","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"filme-a-pequena-sereia-criancas-negras-se-emocionam-ao-verem-trailer-do-filme","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-09-19 17:29:21","post_modified_gmt":"2022-09-19 20:29:21","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=65062","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64913,"post_author":"4","post_date":"2022-09-09 06:40:00","post_date_gmt":"2022-09-09 09:40:00","post_content":"\n
Em m\u00e9dia, 3 em cada 10 crian\u00e7as gostariam de ser youtubers, segundo revelou um estudo da Lego<\/a>. Outra pesquisa global<\/a>, da empresa de prote\u00e7\u00e3o online McAfee, mostrou que 67% das crian\u00e7as em todo o mundo assistem a v\u00eddeos curtos no YouTube. No Brasil, esse n\u00famero \u00e9 ainda maior: 79% disseram que os v\u00eddeos s\u00e3o sua principal atividade online. Canais como Spider Slack<\/a>, Maria Clara & JP<\/a>, Natan por a\u00ed<\/a>, Felipe Neto<\/a>, Luccas Neto<\/a> e Enaldinho<\/a> aparecem nas listas de youtubers brasileiros mais vistos por crian\u00e7as e adolescentes.\u00a0<\/p>\n\n\n\n
Mas, afinal, o que esses perfis t\u00eam que fascinam tanto o p\u00fablico infantojuvenil<\/a>? Por que as crian\u00e7as criam la\u00e7os t\u00e3o fortes com as pessoas nas m\u00eddias sociais? Como n\u00f3s, pais, podemos entender esse fen\u00f4meno? Quais seus riscos? E o que fazer para manter um relacionamento seguro e saud\u00e1vel <\/a>das crian\u00e7as com o YouTube e os youtubers?<\/p>\n\n\n\n
Quem responde abaixo essas quest\u00f5es \u00e9 Bradley Bond <\/a>, pesquisador de comunica\u00e7\u00e3o da Universidade de San Diego, na Calif\u00f3rnia (EUA), que estuda os relacionamentos dos jovens com personalidades da m\u00eddia, inclusive no YouTube, que ele chama de relacionamentos \u201cparassociais\u201d. Ele tamb\u00e9m estuda as liga\u00e7\u00f5es entre exposi\u00e7\u00e3o na m\u00eddia<\/a> e auto-identidade. <\/p>\n\n\n\n
Bradley conversou com a jornalista Melinda Wenner Moyer<\/a>, especializada em paternidade e ci\u00eancia, colaboradora de ve\u00edculos como a revista Scientific American<\/em> e jornais como o The New York Times e Washington Post.<\/em> Abaixo, selecionamos alguns dos principais trechos da entrevista publicada por Melinda em sua newsletter<\/a>.<\/p>\n\n\n\n
A sensa\u00e7\u00e3o de proximidade das crian\u00e7as com os youtubers<\/h2>\n\n\n\n
Estudos sugerem que somos mais propensos a desenvolver um senso de conex\u00e3o pessoal, o sentimento de ter um amigo, com personagens e celebridades que consideramos que s\u00e3o como n\u00f3s em algum aspecto. Assim como nossos amigos da vida real, procuramos semelhan\u00e7as em outras pessoas com quem queremos desenvolver amizades, e fazemos o mesmo com os youtubers, com quem desenvolvemos relacionamentos parassociais.<\/p>\n\n\n\n
Os relacionamentos parassociais s\u00e3o os la\u00e7os socioemocionais unilaterais que criamos com pessoas que conhecemos apenas atrav\u00e9s das telas. \u00c9 uma via de m\u00e3o \u00fanica, onde nos sentimos muito pr\u00f3ximos dessas pessoas, embora n\u00e3o haja uma liga\u00e7\u00e3o s\u00f3cio-emocional m\u00fatua.<\/p>\n\n\n\n
Podemos ser iguais a eles <\/h2>\n\n\n\n
Mas h\u00e1 uma sensa\u00e7\u00e3o de que os youtubers poderiam ser como n\u00f3s \u2013 que se os conhec\u00eassemos, nos dar\u00edamos bem, poder\u00edamos convid\u00e1-los para a nossa festa de anivers\u00e1rio. E esse senso de realismo aumenta com as plataformas de m\u00eddias sociais, devido a seu formato: o vlogger preferido do seu filho no YouTube fala diretamente para a c\u00e2mera. E a maioria deles grava de sua pr\u00f3pria casa ou de um est\u00fadio personalizado. O gato pode aparecer em segundo plano ou at\u00e9 mesmo protagonizar alguns dos v\u00eddeos. Ao longo do tempo, os youtubers v\u00e3o divulgando informa\u00e7\u00f5es sobre si mesmos. E h\u00e1 essa sensa\u00e7\u00e3o de que qualquer um pode estar no YouTube. O que n\u00e3o ocorre com nossas estrelas de cinema favoritas, e nossos atores e atrizes de TV, que s\u00e3o vistos num relacionamento vertical. N\u00f3s os admiramos, mas eles est\u00e3o acima de n\u00f3s. J\u00e1 os youtubers s\u00e3o a pessoa ao lado. Quando voc\u00ea v\u00ea a sala de estar deles e v\u00ea falhas e erros no v\u00eddeo, isso os torna incrivelmente realistas \u2013 essas pessoas s\u00e3o como eu \u2013 e isso aumenta a sensa\u00e7\u00e3o de que voc\u00ea tem uma conex\u00e3o socioemocional com eles, eles s\u00e3o seus amigos. <\/p>\n\n\n\n
Eles se apresentam sem filtros<\/h2>\n\n\n\n
Temos algumas evid\u00eancias que sugerem que no YouTube em particular, mas tamb\u00e9m com influenciadores de m\u00eddia social no Instagram e no Tiktok, os jovens s\u00e3o realmente propensos a desenvolver essas conex\u00f5es parassociais, porque esses indiv\u00edduos parecem ser exatamente como s\u00e3o. <\/p>\n\n\n\n
Consequ\u00eancias negativas e positivas para as crian\u00e7as<\/h2>\n\n\n\n
Eu compararia as rela\u00e7\u00f5es parassociais com as rela\u00e7\u00f5es sociais. Ao saber que seu filho desenvolveu uma amizade com o novo garoto na escola, e voc\u00ea \u00e9 um pai consciente, voc\u00ea procurar\u00e1 saber mais sobre essa crian\u00e7a e sua fam\u00edlia, seus gostos e desgostos, que tipo de coisas seu filho faz com aquela outra crian\u00e7a. Portanto, se seu filho tem um youtuber espec\u00edfico ao qual ele est\u00e1 realmente atento, fique atento ao que esse youtuber est\u00e1 postando, para saber a que tipo de conte\u00fado seu filho est\u00e1 sendo exposto.<\/p>\n\n\n\n
Podemos aprender com as rela\u00e7\u00f5es parassociais assim como aprendemos com as rela\u00e7\u00f5es sociais, e isso tem demonstrado ter consequ\u00eancias positivas e negativas<\/a>. Quando celebridades divulgam desafios de sa\u00fade mental que vivenciaram, por exemplo, isso tem se mostrado realmente eficaz para desestigmatizar a doen\u00e7a mental, para aumentar as buscas por recursos relacionados \u00e0 sa\u00fade mental. Ent\u00e3o eles podem ter efeitos realmente positivos. Quando estamos envolvidos nesses relacionamentos, nos quais sentimos que eles s\u00e3o nossos amigos, \u00e9 mais prov\u00e1vel que imitemos seus comportamentos, imitamos suas atitudes, sejam elas boas ou ruins. Ent\u00e3o, eu argumentaria que os riscos dependem do conte\u00fado.<\/p>\n\n\n\n
Como acompanhar os conte\u00fados frente \u00e0 falta de tempo dos pais<\/h2>\n\n\n\n
A maneira mais f\u00e1cil de fazer isso, na minha opini\u00e3o, seria assistir aos v\u00eddeos \u201cmais populares\u201d. Esses s\u00e3o, provavelmente, os mais influentes e mostrar\u00e3o quantas pessoas os viram. Ou, se voc\u00ea tiver sua pr\u00f3pria conta no YouTube e for amigo de seu filho na plataforma, poder\u00e1 encontrar os v\u00eddeos que seus filhos comentaram. Isso pode lhe dar pelo menos uma no\u00e7\u00e3o de que tipos de coisas est\u00e3o chamando a aten\u00e7\u00e3o de seu filho.<\/p>\n\n\n\n
\u00c9 imposs\u00edvel apenas sentar e assistir a todo o conte\u00fado de um criador de conte\u00fado espec\u00edfico e ainda continuar o seu dia. Mas existem t\u00e1ticas que voc\u00ea pode usar para obter uma amostra e pelo menos ter uma no\u00e7\u00e3o do tipo de coisas a que seus filhos est\u00e3o expostos.<\/p>\n\n\n\n
Casos de morte de youtubers, como o Technoblade<\/a><\/h2>\n\n\n\n
A resposta apropriada \u00e9 validar as emo\u00e7\u00f5es das crian\u00e7as. Pense na conex\u00e3o que seu filho tem com algu\u00e9m que nunca conheceu na vida real como uma parte importante de sua rede social. Portanto, perder essa conex\u00e3o deve ser tratado da mesma forma que quando o melhor amigo de seu filho se muda para uma nova cidade ou o cachorro da fam\u00edlia morre. Abordamos isso atrav\u00e9s da valida\u00e7\u00e3o, da escuta, do envolvimento com seu filho.<\/p>\n\n\n\n
Uma resposta muito comum, entre os adultos, \u00e9 dizer: \u201cPor que voc\u00ea est\u00e1 incomodado? N\u00e3o h\u00e1 raz\u00e3o para voc\u00ea se incomodar com isso. Voc\u00ea nem conhece essa pessoa.\u201d Ou: \u201cExistem outros youtubers que postam a mesma coisa\u201d. Mas isso \u00e9 como dizer a algu\u00e9m que voc\u00ea pode facilmente substituir um amigo ou um cachorro da fam\u00edlia. As conex\u00f5es parassociais s\u00e3o genuinamente parte da rede social de algu\u00e9m. Eles s\u00e3o partes saud\u00e1veis \u200b\u200bda nossa rede social. N\u00f3s prosperamos em conex\u00f5es com outras pessoas, sejam elas cara a cara ou atrav\u00e9s de telas. E assim, quando perdemos essas conex\u00f5es, experimentamos uma dor real. H\u00e1 pesquisas com adultos que sugerem que esse \u00e9 o caso \u2013 que realmente passamos pelos est\u00e1gios do luto quando perdemos personagens ou celebridades favoritas.<\/p>\n\n\n\n
A influ\u00eancia da pandemia sobre esses relacionamentos<\/h2>\n\n\n\n
Uma pesquisa <\/a>que eu fiz na pandemia mostrou que as rela\u00e7\u00f5es parassociais dos adultos se tornaram mais fortes nesse per\u00edodo, particularmente para quem mantinha contato com os amigos (reais) por meio de telas. Aqueles que passaram a fazer uma noite de jogos de amigos no Zoom ou conversas di\u00e1rias via FaceTime \u2013 esses indiv\u00edduos tiveram um aumento nos seus relacionamentos parassociais. Isso pode acontecer com os jovens tamb\u00e9m \u2013 com crian\u00e7as cujo hor\u00e1rio escolar era online, que viam seus colegas e professores atrav\u00e9s de telas.<\/p>\n\n\n\n
As causas do aumento das rela\u00e7\u00f5es parassociais<\/h2>\n\n\n\n
O que eu argumentei que pode estar acontecendo \u00e9 que os limites que separam nossas rela\u00e7\u00f5es parassociais de nossas rela\u00e7\u00f5es sociais foram borrados durante a pandemia, porque perdemos essa conex\u00e3o cara a cara. Perdemos o que chamamos de \u201cpresen\u00e7a social\u201d. Ent\u00e3o o toque f\u00edsico, o cheiro, as coisas que tornam a intera\u00e7\u00e3o cara a cara \u00fanica nas telas, meio que se foram. Quando lidamos com todas as pessoas que s\u00e3o importantes em nossas vidas - nossa fam\u00edlia, nossos amigos, nossos professores - por meio de telas, isso confunde cognitivamente as linhas entre algu\u00e9m que s\u00f3 conhecemos atrav\u00e9s de telas e algu\u00e9m que conhecemos pessoalmente.<\/p>\n\n\n\n
As rela\u00e7\u00f5es parassociais entre pr\u00e9-adolescentes LGBTQ<\/h2>\n\n\n\n
Isso tamb\u00e9m ocorreu com crian\u00e7as que t\u00eam algum tipo de identidade marginalizada. Um estudo com pr\u00e9-adolescentes LGBTQ mostrou que as rela\u00e7\u00f5es parassociais se tornaram mais fortes durante a pandemia, dada a import\u00e2ncia das conex\u00f5es sociais nesse per\u00edodo de desenvolvimento da identidade para jovens desse perfil. Quando eles perderam essas conex\u00f5es cara a cara, eles confiaram muito em suas conex\u00f5es na tela para compensar essa perda.<\/p>\n\n\n\n
Como chegar a um equil\u00edbrio entre pr\u00f3s e contras dos youtubers<\/h2>\n\n\n\n
\u00c9 preciso distinguir entre o componente socioemocional do relacionamento de uma pessoa e o componente de marketing desses relacionamentos parassociais. As ind\u00fastrias de publicidade e marketing est\u00e3o percebendo que, se virmos esses indiv\u00edduos como nossos amigos, quem melhor para anunciar um produto para n\u00f3s? Ou quem melhor para promover uma determinada ideia ou atitude? Acho que pode haver um equil\u00edbrio entre validar o desenvolvimento da identidade de uma crian\u00e7a ou a conex\u00e3o emocional com um personagem em particular, enquanto ainda tentamos injetar alfabetiza\u00e7\u00e3o midi\u00e1tica no que diz respeito \u00e0 log\u00edstica e aos fundamentos de como essas plataformas funcionam. Portanto, isso significa abordar que talvez haja um motivo de marca ou um motivo de marketing para que uma celebridade precise se envolver nesses comportamentos, e voc\u00ea pode falar sobre eles sem insultar sua conex\u00e3o emocional com esse youtuber. Mas exige que o pai tenha essa informa\u00e7\u00e3o [sobre o vlogger]. E muitas vezes, as crian\u00e7as sabem mais sobre a plataforma do que os pais.<\/p>\n\n\n\n
Media\u00e7\u00e3o ativa x media\u00e7\u00e3o restritiva<\/h2>\n\n\n\n
H\u00e1 uma literatura bastante forte no campo infantil e midi\u00e1tico que examina o que chamamos de \u201cmedia\u00e7\u00e3o ativa\u201d versus \u201cmedia\u00e7\u00e3o restritiva\u201d. A media\u00e7\u00e3o restritiva seria criar regras, limites e par\u00e2metros e dizer ao seu filho que ele deve se encaixar neles. A media\u00e7\u00e3o ativa \u00e9 quando os pais est\u00e3o envolvidos, e isso pode at\u00e9 ser t\u00e3o simples quanto discutir por que um determinado programa de televis\u00e3o pode n\u00e3o ser o mais apropriado e por que esses outros programas podem ser igualmente divertidos e melhores de assistir. No dom\u00ednio da m\u00eddia social, o envolvimento ativo tamb\u00e9m pode ser definido como jogar junto e tentar entender fazendo e mostrando ao seu filho que essas plataformas podem ser usadas adequadamente e para o bem.<\/p>\n\n\n\n
Conscientiza\u00e7\u00e3o do tempo<\/h2>\n\n\n\n
Muitas vezes, o tempo \u00e9 uma das coisas que mais preocupam os pais \u2013 a quantidade de tempo que seus filhos passam em uma plataforma. Isso \u00e9 outra coisa que a pesquisa sugere que a media\u00e7\u00e3o ativa pode ajudar a navegar. Voc\u00ea pode dizer: \u201cO que voc\u00ea ganha com esta plataforma? Que outras coisas poderiam satisfazer essa necessidade que voc\u00ea tem?\u201d Fale atrav\u00e9s dessas coisas, em vez de criar regras. Muitas pesquisas dizem que a media\u00e7\u00e3o ativa \u00e9 muito mais eficaz do que a media\u00e7\u00e3o restritiva.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"O fasc\u00ednio das crian\u00e7as pelos youtubers","post_excerpt":"Estudo feito pela Lego j\u00e1 mostrou que 3 em cada 10 crian\u00e7as gostariam de ser youtubers. Afinal, o que leva as crian\u00e7as a curtirem tanto essas celebridades? E o que fazer para garantir a seguran\u00e7a dos pequenos nesses relacionamentos virtuais?","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"o-fascinio-das-criancas-pelos-youtubers","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-09-12 15:56:25","post_modified_gmt":"2022-09-12 18:56:25","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64913","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64765,"post_author":"4","post_date":"2022-09-02 00:06:45","post_date_gmt":"2022-09-02 03:06:45","post_content":"\n
Esse ano \u00e9 comemorado o Bicenten\u00e1rio da Independ\u00eancia do Brasil e o Caminhos do Mar \u00e9 parte da \u201crota da Independ\u00eancia\u201d, caminho percorrido por D. Pedro I, em 1822, na subida do litoral ao Ipiranga, em S\u00e3o Paulo. O passeio, localizado no Parque Estadual da Serra do Mar, tem entrada tanto em S\u00e3o Bernardo do Campo quanto em Cubat\u00e3o, \u00e9 uma boa op\u00e7\u00e3o de passeio para aproveitar o feriado de 7 de setembro. <\/p>\n\n\n\n
A caminhada permite conhecer monumentos que contam a hist\u00f3ria do pa\u00eds, erguidos em 1922, para celebrar o centen\u00e1rio do grito do Ipiranga. Planta\u00e7\u00e3o de mudas de \u00e1rvores, conta\u00e7\u00e3o de hist\u00f3rias, atra\u00e7\u00f5es musicais, caminhada simb\u00f3lica, encena\u00e7\u00e3o teatral, ca\u00e7a ao tesouro e oficinas de restauro s\u00e3o algumas das atividades previstas ao longo do passeio, que acontecer\u00e3o at\u00e9 25 de setembro. <\/p>\n\n\n\n
Al\u00e9m de divers\u00e3o para toda a fam\u00edlia, a programa\u00e7\u00e3o foi pensada de modo a incentivar a educa\u00e7\u00e3o ambiental e hist\u00f3rica e a integra\u00e7\u00e3o dos visitantes do parque com a natureza. As a\u00e7\u00f5es estar\u00e3o presentes ao longo do Roteiro Hist\u00f3rico (8 km), trilha asfaltada da Estrada Velha de Santos e tamb\u00e9m do Roteiro Ecotur\u00edstico (3,5 km), trilha pavimentada em pedras da Cal\u00e7ada do Lorena. Os mais aventureiros podem ainda agendar antecipadamente a visita para realizar o Roteiro Aventura (4.5 km) pela trilha da Cachoeira da Torre.<\/p>\n\n\n\n
PROGRAMA\u00c7\u00c3O*<\/strong>:<\/p>\n\n\n\n
Plantio de Mudas<\/strong><\/p>\n\n\n\n
Com apoio de esp\u00e1tulas, regador e mudas, as crian\u00e7as ter\u00e3o a oportunidade de plantar mudas nativas de esp\u00e9cies da Mata Atl\u00e2ntica, presentes no Caminhos do Mar, em um local preparado para isso e futuramente acompanhar a evolu\u00e7\u00e3o de sua planta\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n
Ca\u00e7a ao Tesouro<\/strong><\/p>\n\n\n\n
Atividade l\u00fadica, educacional-hist\u00f3rica-ambiental que envolver\u00e1 adultos e crian\u00e7as na Cal\u00e7ada do Lorena. D. Pedro I precisa subir a serra para dar o grito de independ\u00eancia do Brasil. Distra\u00eddo com a beleza da Baixada Santista, ele perde o mapa no meio do caminho. Nossos pequenos visitantes precisam ajud\u00e1-lo e quem achar e devolver o mapa \u00e0 D. Pedro I, ganhar\u00e1 uma recompensa!<\/p>\n\n\n\n
Espet\u00e1culos Musicais<\/strong><\/p>\n\n\n\n
Apresenta\u00e7\u00f5es musicais e art\u00edsticas voltadas para o p\u00fablico familiar e infantil.<\/p>\n\n\n\n
Oficinas Infantis<\/strong><\/p>\n\n\n\n
Ser\u00e3o realizadas oficinas de gravetos, estimulando a criatividade das crian\u00e7as criando bonecos com os materiais que s\u00e3o encontrados no pr\u00f3prio parque, pintura de imagens com elementos da natureza, fauna, flora e as lindas vistas da Mata Atl\u00e2ntica e oficinas de reciclagem, produzindo pe\u00e7as art\u00edsticas e utens\u00edlios a partir de materiais reutilizados.<\/p>\n\n\n\n
Conta\u00e7\u00e3o de Hist\u00f3rias<\/strong><\/p>\n\n\n\n
Artistas reproduzir\u00e3o hist\u00f3rias cl\u00e1ssicas, autorais e recontar\u00e3o a hist\u00f3ria do pa\u00eds de forma l\u00fadica.<\/p>\n\n\n\n
Caminhada Simb\u00f3lica com D. Pedro I<\/strong><\/p>\n\n\n\n
Encena\u00e7\u00e3o do 7 de setembro com a Caminhada Simb\u00f3lica, refazendo o percurso com D. Pedro I (presen\u00e7a de um ator caracterizado), percorrendo a Cal\u00e7ada do Lorena junto aos visitantes.<\/p>\n\n\n\n
Encena\u00e7\u00e3o Teatral<\/strong><\/p>\n\n\n\n
Apresenta\u00e7\u00e3o do espet\u00e1culo \u201c1822 \u2013 As trilhas do Imp\u00e9rio do Brasil\u201d<\/p>\n\n\n\n
A pe\u00e7a conta como se deu a Proclama\u00e7\u00e3o da Independ\u00eancia do Brasil de Portugal em 1822, a partir dos personagens centrais: Imperador Dom Pedro I, Imperatriz Leopoldina e do santista Jos\u00e9 Bonif\u00e1cio, al\u00e9m de outras figuras hist\u00f3ricas que contribu\u00edram para este evento.<\/p>\n\n\n\n
Apresenta\u00e7\u00e3o do espet\u00e1culo \u201cCrep\u00fasculo Cubatense\u201d<\/p>\n\n\n\n
O espet\u00e1culo, a partir da linguagem de teatro de rua, de forma itinerante e com interven\u00e7\u00f5es c\u00eanicas e musicais, r\u00e1pidas e din\u00e2micas, provoca uma reflex\u00e3o sobre a Independ\u00eancia do Brasil, seu legado e sua m\u00faltipla import\u00e2ncia cultural. O cortejo ser\u00e1 guiado por artistas em uma caminhada de observa\u00e7\u00e3o, aprecia\u00e7\u00e3o da natureza e dos monumentos do parque, trazendo \u00e0 tona a mem\u00f3ria sobre a Hist\u00f3ria do Brasil.<\/p>\n\n\n\n
Oficinas de Restauro<\/strong><\/p>\n\n\n\n
As oficinas oferecem informa\u00e7\u00f5es sobre o restauro, a contextualiza\u00e7\u00e3o hist\u00f3rico-cultural, envolvendo a atua\u00e7\u00e3o de Gerardo Saras\u00e1 nos anos 80 e a pr\u00e1tica de zeladoria no Caminhos do Mar, ensinando os m\u00e9todos e t\u00e9cnicas utilizadas.<\/p>\n\n\n\n
Pega Pega Ecol\u00f3gico<\/strong><\/p>\n\n\n\n
As crian\u00e7as ser\u00e3o divididas em dois grupos: um representar\u00e1 os animais e os outros os abrigos. Ao longo do jogo, cat\u00e1strofes ambientais e preda\u00e7\u00e3o ser\u00e3o os problemas que os participantes ter\u00e3o que enfrentar para ser o vencedor.<\/p>\n\n\n\n

<\/em>*As atividades poder\u00e3o sofrer altera\u00e7\u00f5es de dia e\/ou hor\u00e1rio e local a qualquer momento, devido \u00e0s condi\u00e7\u00f5es meteorol\u00f3gicas. A programa\u00e7\u00e3o completa e atualizada das a\u00e7\u00f5es pode ser conferida na p\u00e1gina Bicenten\u00e1rio do site: www.caminhosdomar.com.br\/bicentenario\/<\/a><\/p>\n\n\n\n
SERVI\u00c7O:<\/u><\/strong><\/p>\n\n\n\n
Caminhos do Mar<\/strong>
Para compra de ingressos, acesse: www.caminhosdomar.com.br<\/a><\/p>\n\n\n\n
Programa\u00e7\u00e3o Bicenten\u00e1rio da Independ\u00eancia:<\/strong>
At\u00e9 25 de setembro, sempre aos s\u00e1bados e domingos, exceto na semana entre 3 e 11 de setembro, quando as atividades ser\u00e3o di\u00e1rias.<\/p>\n\n\n\n
Hor\u00e1rio:<\/strong> 8h \u00e0s 17h \u2013 funcionamento do parque
Para hor\u00e1rios das atividades, acesse agenda no site www.caminhosdomar.com.br\/bicentenario\/<\/a>
Valor do Ingresso: <\/strong>R$ 40,00 (inteira)\/R$ 20,00 (meia)
Valor Avulso do Transporte Interno \u2013 R$ 35,00 (vendido exclusivamente nas bilheterias locais e mediante disponibilidade.)
Combos Promocionais (vendidos exclusivamente atrav\u00e9s do site)     <\/strong>
R$ 50,00 (Inteira e transporte interno)
R$ 42,50 (Meia e transporte interno)     <\/p>\n\n\n\n
Endere\u00e7o:<\/strong><\/p>\n\n\n\n
Portaria de entrada por S\u00e3o Bernardo do Campo:
<\/strong>\u2022 SP-148 Estrada Caminho do Mar, Km 42 - Alto da Serra - S\u00e3o Bernardo do Campo\/ SP<\/p>\n\n\n\n
Portaria de entrada por Cubat\u00e3o:
<\/strong>\u2022 SP-148 Estrada Caminho do Mar, Km 50 - Cruzeiro Quinhentista - Cubat\u00e3o\/SP<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n","post_title":"Caminhos do Mar \u00e9 op\u00e7\u00e3o de passeio no feriado de 7 de setembro","post_excerpt":"Parte da Rota da Independ\u00eancia, a atra\u00e7\u00e3o fica no Parque Estadual Serra do Mar e tem entradas em S\u00e3o Bernardo do Campo e em Cubat\u00e3o; veja programa\u00e7\u00e3o para o m\u00eas de setembro","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"caminhos-do-mar-e-opcao-de-passeio-no-feriado-da-independencia","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-09-05 10:28:19","post_modified_gmt":"2022-09-05 13:28:19","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64765","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64760,"post_author":"4","post_date":"2022-09-02 00:05:00","post_date_gmt":"2022-09-02 03:05:00","post_content":"\n
Chegaram \u00e0s bancas os \u00e1lbuns da Copa do Mundo 2022 e com eles voltou o h\u00e1bito de colecionar e trocar figurinhas. Al\u00e9m de poder aprender mais sobre as 32 sele\u00e7\u00f5es mundiais, est\u00e1dios e cidades-sede do evento em Qatar, a cole\u00e7\u00e3o tamb\u00e9m traz outros benef\u00edcios para a crian\u00e7ada. \u201cA partir dessa onda, \u00e9 poss\u00edvel focar no desenvolvimento de habilidades sociais\u201d, afirma Filipe Colombini, psic\u00f3logo e fundador da Equipe AT, empresa com foco em Acompanhamento Terap\u00eautico . \u201cA troca de figurinhas pode ser um momento importante de intera\u00e7\u00e3o social e comunica\u00e7\u00e3o, ajudando as pessoas a formarem grupos de amizade\u201d, completa o especialista. A seguir, o psic\u00f3logo lista alguns dos benef\u00edcios que as cole\u00e7\u00f5es de figurinhas podem trazer. <\/p>\n\n\n\n
4 motivos para incentivar as crian\u00e7as a colecionar \u00e1lbuns de figurinhas<\/h2>\n\n\n\n
1. Participar do assunto do momento:<\/strong> \u201cTodo ano de Copa, sabemos que o \u00e1lbum de figurinhas \u00e9 um dos assuntos mais comentados. Por isso, incentivar que seu filho participe desse movimento faz com que ele amplie suas oportunidades de contato social\u201d, diz o psic\u00f3logo. \u201cMuitas vezes, s\u00f3 um assunto ou interesse em comum com outra pessoa pode diminuir muitas \u2018travas\u2019 para algu\u00e9m que tem alguma dificuldade para interagir em grupos, socialmente\u201d, conclui.<\/p>\n\n\n\n
2. Desenvolver a organiza\u00e7\u00e3o:<\/strong> \u201cFazer cole\u00e7\u00f5es tamb\u00e9m ajuda a desenvolver as fun\u00e7\u00f5es executivas, respons\u00e1veis pela capacidade de planejar e se organizar. O interesse em completar o \u00e1lbum pode fazer com que a crian\u00e7a passe por situa\u00e7\u00f5es de resolu\u00e7\u00e3o de problemas e crie estrat\u00e9gias, aprimorando muitas fun\u00e7\u00f5es cognitivas\u201d, explica Filipe Colombini.<\/p>\n\n\n\n
3. Conhecer novas pessoas:<\/strong> \u201cEssas trocas tamb\u00e9m juntam grupos de pessoas que talvez nem se conhecessem em outras ocasi\u00f5es. Isso \u00e9 importante para ampliar as turmas de conv\u00edvio social, o que ajuda a desenvolver habilidades sociais e garante mais oportunidades de lazer e divers\u00e3o para seu filho\u201d, diz o especialista.<\/p>\n\n\n\n
4. Ensinar a paci\u00eancia: <\/strong>\u201cO objetivo final \u00e9 completar o \u00e1lbum, por\u00e9m, para isso \u00e9 necess\u00e1rio todo um processo. Isso \u00e9 importante para inserir no\u00e7\u00f5es importantes para seu filho, como a paci\u00eancia e a autorregula\u00e7\u00e3o. Al\u00e9m disso, fazer essa cole\u00e7\u00e3o tamb\u00e9m ajuda a crian\u00e7a a lidar com algumas frustra\u00e7\u00f5es, potencializando a intelig\u00eancia emocional e outras capacidades importantes no desenvolvimento\u201d, afirma Colombini.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"\u00c1lbum da Copa: como a cole\u00e7\u00e3o pode ajudar a desenvolver habilidades sociais","post_excerpt":"\u00c0 venda nas bancas, o \u00e1lbum da Copa do Mundo de Qatar j\u00e1 virou febre entre as crian\u00e7as; para o psic\u00f3logo Filipe Colombini, a troca de figurinhas favorece a intera\u00e7\u00e3o social e a comunica\u00e7\u00e3o","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"album-da-copa-como-a-colecao-pode-ajudar-a-desenvolver-habilidades-sociais","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-09-08 09:08:16","post_modified_gmt":"2022-09-08 12:08:16","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64760","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64745,"post_author":"4","post_date":"2022-09-01 22:59:29","post_date_gmt":"2022-09-02 01:59:29","post_content":"\n
A compreens\u00e3o de que a inf\u00e2ncia \u00e9 uma fase determinante para o desenvolvimento saud\u00e1vel das crian\u00e7as tem feito com que os pais busquem cada vez mais informa\u00e7\u00f5es e ferramentas que os ajudem na cria\u00e7\u00e3o dos filhos<\/a>. Nesse contexto, tem crescido tamb\u00e9m a demanda por profissionais de educa\u00e7\u00e3o parental<\/a> que atuam na orienta\u00e7\u00e3o das fam\u00edlias. Muitos deles estar\u00e3o reunidos no 3\u00b0 Congresso Internacional de Educa\u00e7\u00e3o Parental<\/a>, que ser\u00e1 realizado em S\u00e3o Paulo, nos dias 24, 25 e 26 de novembro, com alguns dos principais experts do Brasil e do mundo no tema. <\/p>\n\n\n\n
\u201cCriado em 2020, o Congresso Internacional de Educa\u00e7\u00e3o Parental \u00e9 mais do que um evento. Ele \u00e9 um movimento de profissionai<\/a>s que querem ver a educa\u00e7\u00e3o parental levada a s\u00e9rio no Brasil. S\u00e3o profissionais que acreditam que a transforma\u00e7\u00e3o da sociedade come\u00e7a em casa, pela transforma\u00e7\u00e3o das fam\u00edlias\u201d, afirma Ivana Moreira, fundadora da Canguru News , <\/strong>co-organizadora do evento junto com a Parent Coaching<\/a>, que oferece forma\u00e7\u00e3o a profissionais que atuam com pais e filhos.<\/p>\n\n\n\n
Ela destaca que, em apenas dois anos, o evento ganhou o respeito das maiores autoridades em estudos da parentalidade. \u201cProva disso \u00e9 a presen\u00e7a neste ano de um dos nomes mais respeitados mundialmente, o do psiquiatra e escritor americano Daniel Siegel<\/strong>\u201d, ressalta Ivana.<\/p>\n\n\n\n
Professor e pesquisador da Escola de Medicina da Universidade das Calif\u00f3rnia (UCLA), Siegel \u00e9 autor de in\u00fameras obras, que s\u00e3o refer\u00eancia nas quest\u00f5es da parentalidade, como o best-seller O c\u00e9rebro da crian\u00e7a. \u201cA parentalidade imperfeita\u201d, \u00e9 o foco da palestra que ele dar\u00e1 no congresso, na sexta-feira (25), \u00e0 tarde.<\/p>\n\n\n\n
Para a abertura do evento, na quinta-feira (24), est\u00e1 confirmada a apresenta\u00e7\u00e3o do psic\u00f3logo e escritor paraibano Rossandro Klinjey<\/strong>, que ir\u00e1 falar sobre o poder da parentalidade. Refer\u00eancia na \u00e1rea educacional e especialista em desenvolvimento humano, Rossandro costuma dizer que n\u00e3o h\u00e1 receita de bolo para educar os filhos e \u00e9 preciso construir compet\u00eancias para se tornar um pai educador.<\/p>\n\n\n\n
Na palestra seguinte, a atriz e educadora parental Magda Figueiredo<\/strong>, que ministra cursos sobre letramento racial, debater\u00e1 sobre o papel dos educadores no combate ao racismo e ao preconceito.<\/p>\n\n\n\n
J\u00e1 o pesquisador social ingl\u00eas Dominic Barter,<\/strong> que vive h\u00e1 quase 30 anos no Brasil, falar\u00e1 sobre seu trabalho de media\u00e7\u00e3o de conflitos por meio da comunica\u00e7\u00e3o n\u00e3o violenta, na sexta-feira (25). <\/p>\n\n\n\n
No \u00faltimo dia do evento, s\u00e1bado (26), ser\u00e3o tratados temas como transtornos, depress\u00e3o e suic\u00eddio na inf\u00e2ncia e na adolesc\u00eancia, com o pediatra e neurobiologista infantil Clay Brites <\/strong>e o hebiatra Felipe Fortes<\/strong>. Crian\u00e7as desafiadoras s\u00e3o o foco das apresenta\u00e7\u00f5es da psicopedagoga Isa Minatel <\/strong>e da coach e formadora sueca Mikaela Oven<\/strong>.<\/p>\n\n\n\n
Ainda, os estudos da neuroci\u00eancia e sua rela\u00e7\u00e3o com a cria\u00e7\u00e3o dos filhos ser\u00e3o explorados pela neurologista pediatra Liubiana Arantes <\/strong>e a psicopedagoga e psicomotricista Luciana Brites<\/strong>. Para a confer\u00eancia de encerramento, a comunicadora e escritora Cris P\u00e0z<\/strong> debater\u00e1 a import\u00e2ncia do autoconhecimento.<\/p>\n\n\n\n
Para a programa\u00e7\u00e3o completa do evento, ingressos e outras informa\u00e7\u00f5es acesse o site oficial do congresso<\/a>. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"Daniel Siegel e Rossandro Klinjey s\u00e3o destaque em congresso educa\u00e7\u00e3o parental","post_excerpt":"Evento ocorre em S\u00e3o Paulo, no m\u00eas de novembro, e j\u00e1 est\u00e1 com as inscri\u00e7\u00f5es abertas; conhe\u00e7a alguns dos principais palestrantes confirmados ","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"daniel-siegel-e-rossandro-klinjey-sao-destaque-em-congresso-de-educacao-parental","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-09-08 09:04:57","post_modified_gmt":"2022-09-08 12:04:57","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64745","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64723,"post_author":"4","post_date":"2022-09-01 21:45:07","post_date_gmt":"2022-09-02 00:45:07","post_content":"\n
Dados rec\u00e9m divulgados<\/a> pela ONG Aldeias Infantis mostram que o n\u00famero de crian\u00e7as e adolescentes internados<\/a>, em 2021, devido a acidentes, aumentou 5,3% em compara\u00e7\u00e3o com 2020. Foram 110.341 casos de interna\u00e7\u00f5es no ano passado, na faixa et\u00e1ria de 0 a 14 anos, por motivos como queda, queimadura, acidente de tr\u00e2nsito, intoxica\u00e7\u00e3o e sufoca\u00e7\u00e3o<\/a>.\u00a0<\/p>\n\n\n\n
\u201cQuando falamos de interna\u00e7\u00f5es, n\u00e3o \u00e9 algo simples como ralar o joelho ou cair da bicicleta, s\u00e3o causas graves <\/a>e isso gera um custo tanto para o sistema de sa\u00fade quanto para a fam\u00edlia, al\u00e9m, claro, do impacto psicol\u00f3gico e emocional na crian\u00e7a\u201d, afirma Erika Tonelli, especialista em Entornos Seguros e Protetores da Aldeias Infantis SOS.<\/p>\n\n\n\n
O mais triste \u00e9 saber que a maioria dos acidentes n\u00e3o s\u00e3o uma fatalidade, pelo contr\u00e1rio: estudos americanos afirmam que medidas simples de preven\u00e7\u00e3o podem evitar at\u00e9 90% dos acidentes. A seguir, veja as principais recomenda\u00e7\u00f5es para prevenir os cinco acidentes mais comuns ocorridos no ano passado.   <\/p>\n\n\n\n
Principais acidentes com crian\u00e7as em 2021<\/h2>\n\n\n\n
Queda<\/strong> \u2013 respons\u00e1vel por 44% dos acidentes<\/strong> - 48.387 interna\u00e7\u00f5es <\/mark><\/li>
Queimadura<\/strong> - respons\u00e1vel por 19% dos acidentes<\/strong> - 21.100 interna\u00e7\u00f5es<\/mark><\/li>
Tr\u00e2nsito<\/strong> \u2013 respons\u00e1vel por 10% dos acidentes<\/strong> - 11.172 crian\u00e7as interna\u00e7\u00f5es<\/mark><\/li>
Intoxica\u00e7\u00f5es<\/strong> \u2013 respons\u00e1vel por 5%\u00a0dos acidentes<\/strong> - 4.151 crian\u00e7as interna\u00e7\u00f5es<\/mark><\/li>
Sufoca\u00e7\u00e3o<\/strong> - respons\u00e1vel por 0,43% dos acidentes<\/strong> - 479 crian\u00e7as interna\u00e7\u00f5es<\/mark><\/li><\/ol>\n\n\n\n
Fonte: ONG Aldeias Infantis SOS<\/span><\/p>\n\n\n\n
1. Queda<\/h2>\n\n\n\n
Para prevenir quedas, seja de grandes alturas ou dentro de casa, nunca \u00e9 demais refor\u00e7ar: instale grades ou redes de prote\u00e7\u00e3o<\/strong> nas janelas, sacadas, varandas, mezaninos e quaisquer outros v\u00e3os que apresentem risco. Todas as janelas da resid\u00eancia devem ser teladas, at\u00e9 mesmo as dos banheiros, que costumam ficar de fora pelo tamanho reduzido. Isso vale tamb\u00e9m para as janelas de modelo basculante. A recomenda\u00e7\u00e3o \u00e9 que <\/strong>as telas sejam instaladas antes mesmo da crian\u00e7a nascer, para prevenir acidentes com beb\u00eas que se mexem e se impulsionam do colo. Se houver preocupa\u00e7\u00e3o com a limpeza das esquadrias, empresas especializadas oferecem telas remov\u00edveis como alternativa. Nas escadas internas da casa deve-se usar port\u00f5es de seguran\u00e7a no topo e base.<\/p>\n\n\n\n
Al\u00e9m da queda de altura, ambientes lisos e molhados, como o box do banheiro<\/strong>, pedem aten\u00e7\u00e3o, principalmente, de crian\u00e7as menores, que, durante o banho, devem ser supervisionadas por um adulto. Cama, sof\u00e1 e ber\u00e7o <\/strong>tamb\u00e9m s\u00e3o locais de quedas recorrentes. Os beb\u00eas, ainda que n\u00e3o tenham muita mobilidade, exigem cuidado especial, j\u00e1 que podem se machucar com gravidade ao cair desses lugares. Pais e respons\u00e1veis t\u00eam de se assegurar de que o beb\u00ea estar\u00e1 em seguran\u00e7a quando acordar, se n\u00e3o houver supervis\u00e3o no momento.<\/p>\n\n\n\n
2. Queimadura<\/h2>\n\n\n\n
Um dos ambientes da casa que oferece maior risco \u00e9 a cozinha, por isso mantenha a garotada longe do fog\u00e3o e procure cozinhar usando as bocas de tr\u00e1s, deixando os cabos das panelas virados sempre para dentro. O acesso ao g\u00e1s, \u00e0 porta do forno, \u00e0 \u00e1gua e \u00f3leo ferventes tamb\u00e9m pedem aten\u00e7\u00e3o. Outro cuidado importante: guarde f\u00f3sforos, \u00e1lcool e outros produtos inflam\u00e1veis em arm\u00e1rios trancados e longe do alcance das crian\u00e7as. O atendimento a queimaduras nunca deve ser feito em casa ou com receitas caseiras. <\/p>\n\n\n\n
O \u00e1lcool em gel<\/strong>, que se popularizou na pandemia, pode causar queimaduras em contato com o olho ou a boca, ou ainda, no caso de ingest\u00e3o, dependendo da quantidade, pode causar intoxica\u00e7\u00e3o. As embalagens desse produto devem ser deixadas longe do alcance das crian\u00e7as, para evitar o uso n\u00e3o supervisionado. A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) afirma que, para as crian\u00e7as, deve-se sempre que poss\u00edvel optar por usar \u00e1gua e sab\u00e3o na higieniza\u00e7\u00e3o das m\u00e3os, como prote\u00e7\u00e3o contra o coronav\u00edrus, deixando o uso do \u00e1lcool em gel para o uso fora de casa.<\/p>\n\n\n\n
3. Tr\u00e2nsito<\/h2>\n\n\n\n
Para prevenir acidentes, a orienta\u00e7\u00e3o \u00e9 que as crian\u00e7as andem nas ruas com supervis\u00e3o de um adulto at\u00e9 que demonstrem habilidade e capacidade de julgamento do tr\u00e2nsito, o que pode ocorrer a partir dos 10 anos de idade. Enquanto estiver caminhando na rua, segure sempre a m\u00e3o da crian\u00e7a, de forma firme e pelo pulso. N\u00e3o permita brincadeiras em locais que n\u00e3o s\u00e3o adequados, como entradas ou sa\u00eddas de garagens, quintais sem cerca, ruas ou estacionamentos.<\/p>\n\n\n\n
4. Intoxica\u00e7\u00e3o<\/h2>\n\n\n\n
Acidentes com medicamentos ou produtos t\u00f3xicos infelizmente s\u00e3o comuns. A intoxica\u00e7\u00e3o pela ingest\u00e3o, manipula\u00e7\u00e3o ou inala\u00e7\u00e3o pode ser perigosa e fatal, dependendo da \u00e1rea afetada e da toxicidade. \u00c9 importante explicar \u00e0s crian\u00e7as que os rem\u00e9dios devem ser tomados somente quando necess\u00e1rio, e evitar cham\u00e1-los por nomes de doces ou balas - alguns pais recorrem a essa t\u00e1tica para facilitar a administra\u00e7\u00e3o. Al\u00e9m disso, nunca medique sem orienta\u00e7\u00e3o m\u00e9dica ou por sugest\u00e3o de terceiros. <\/p>\n\n\n\n
Guarde as embalagens de produtos potencialmente t\u00f3xicos, como medicamentos, bebidas alco\u00f3licas, produtos de limpeza e pesticidas, logo ap\u00f3s a utiliza\u00e7\u00e3o, fora do alcance das crian\u00e7as. N\u00e3o use embalagens vazias para guardar produtos que podem ser t\u00f3xicos, mantenha-os sempre nas embalagens originais. N\u00e3o d\u00ea embalagens vazias desses produtos para as crian\u00e7as brincarem. Tampouco coloque produtos de uso dom\u00e9stico junto de alimentos e evite plantas t\u00f3xicas em casa ou no jardim, em locais de f\u00e1cil acesso para as crian\u00e7as.<\/p>\n\n\n\n
5. Sufoca\u00e7\u00e3o<\/h2>\n\n\n\n
Crian\u00e7as de at\u00e9 3 anos, que est\u00e3o na fase de experimentar o mundo e costumam levar tudo \u00e0 boca, s\u00e3o mais propensas a sofrerem acidentes relacionados \u00e0 sufoca\u00e7\u00e3o. A sufoca\u00e7\u00e3o ocorre quando h\u00e1 a cobertura total ou parcial do nariz e\/ou da boca, resultando na dificuldade ou impossibilidade de respirar. Entre beb\u00eas menores de um ano de idade, o risco de sufoca\u00e7\u00e3o \u00e9 muito alto devido a sua falta de capacidade de escaparem por si mesmos de uma situa\u00e7\u00e3o de perigo. A introdu\u00e7\u00e3o alimentar merece precau\u00e7\u00e3o e uma das orienta\u00e7\u00f5es \u00e9 n\u00e3o oferecer alimentos redondos e duros, como uva, amendoim ou outras castanhas e cenoura crua, al\u00e9m de cortar os alimentos em peda\u00e7os bem pequenos. Tamb\u00e9m \u00e9 importante aprender as manobras de desengasgo<\/a> para saber como agir nesse momento.<\/p>\n\n\n\n
Outros acidentes<\/h2>\n\n\n\n
Apesar do aumento geral dos acidentes, os casos envolvendo afogamento diminu\u00edram<\/a> em 2021. Ainda assim, \u00e9 v\u00e1lido lembrar que os pequenos menores de 4 anos podem se afogar em recipientes com at\u00e9 2,5 cm de \u00e1gua. Por isso, al\u00e9m dos cuidados com as piscinas, como a prote\u00e7\u00e3o com cercas e port\u00e3o com cadeado ou trava de seguran\u00e7a, \u00e9 preciso aten\u00e7\u00e3o com banheiras, bacias e baldes, que devem ser guardados vazios e virados para baixo. E, claro, nunca deixe crian\u00e7as sozinhas dentro ou perto da \u00e1gua, nem por um segundo!<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"Como prevenir os\u00a05 acidentes\u00a0mais perigosos\u00a0com crian\u00e7as","post_excerpt":"Pesquisa da ONG Aldeias Infantis SOS mostrou que cresceu o n\u00famero de crian\u00e7as internadas por acidentes em 2021; veja as principais medidas para evit\u00e1-los","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"como-prevenir-os-5-acidentes-mais-perigosos-com-criancas","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-09-09 08:55:11","post_modified_gmt":"2022-09-09 11:55:11","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64723","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64666,"post_author":"4","post_date":"2022-08-30 17:24:27","post_date_gmt":"2022-08-30 20:24:27","post_content":"\n
O n\u00famero de crian\u00e7as e adolescentes que se internaram<\/a>, em 2021, devido a acidentes, aumentou em compara\u00e7\u00e3o com 2020. Foram 110.341 casos de interna\u00e7\u00f5es no ano passado, na faixa et\u00e1ria de 0 a 14 anos, segundo pesquisa da ONG Aldeias Infantis SOS e do Instituto Bem Cuidar. O n\u00famero revela um crescimento de 5,3% em rela\u00e7\u00e3o ao ano anterior. <\/p>\n\n\n\n
As quedas foram a principal causa das interna\u00e7\u00f5es<\/a>, sendo respons\u00e1veis por 44% das ocorr\u00eancias, seguidas pelas queimaduras, 19%, acidentes de tr\u00e2nsito, 10%, e intoxica\u00e7\u00f5es, 5%. Em m\u00e9dia, 302 crian\u00e7as foram hospitalizadas<\/a>, por dia, por conta de algum acidente em 2021, segundo o estudo feito com informa\u00e7\u00f5es do Datasus, do Minist\u00e9rio da Sa\u00fade.<\/p>\n\n\n\n
\u201cChama muito a aten\u00e7\u00e3o, por exemplo, que a maior causa de interna\u00e7\u00e3o seja a queda<\/a>, pois a gente sabe que h\u00e1 medidas para evitar isso. \u00c9 preciso colocar tela em janelas e sacadas<\/a>, evitar deixar m\u00f3veis pr\u00f3ximo a janelas, enfim, uma s\u00e9rie de dicas que s\u00e3o importantes para que pais e adultos estejam munidos dessas informa\u00e7\u00f5es para evitar os acidentes\u201d, afirmou Erika Tonelli, especialista em Entornos Seguros e Protetores da Aldeias Infantis SOS.\u00a0<\/p>\n\n\n\n
Erika lembra que, embora os acidentes fa\u00e7am parte da vida das crian\u00e7as enquanto est\u00e3o se desenvolvendo e experienciando o mundo, a maioria deles poderiam ser evitados. \u201cAt\u00e9 90% dos acidentes poderiam ser prevenidos com medidas simples. Os pais e familiares devem estar sempre atentos aos ambientes - n\u00e3o s\u00f3 aos dom\u00e9sticos, mas tamb\u00e9m espa\u00e7os comunit\u00e1rios, parques, escolas e todos os lugares que as crian\u00e7as frequentam -, para perceber quais riscos existem e se \u00e9 preciso tomar alguma medida ou ter um olhar mais cuidadoso para elas\u201d, ressalta a especialista.<\/p>\n\n\n\n
Apesar do aumento geral dos acidentes, constatou-se que em 2021 os casos envolvendo afogamento diminu\u00edram<\/a> em 2% e sufoca\u00e7\u00e3o em 6%, quando comparado ao ano anterior.  <\/p>\n\n\n\n
O estudo tamb\u00e9m ressalta que, apesar do aumento no volume de interna\u00e7\u00f5es, os n\u00fameros de 2021 s\u00e3o menores que no per\u00edodo anterior \u00e0 pandemia. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong> <\/p>\n\n\n\n\n\n
Tipos de acidentes por idade <\/h2>\n\n\n\n
Segundo o levantamento, a faixa et\u00e1ria de 5 a 9 anos de idade \u00e9 a mais atingida pelas quedas e a que mais sofreu hospitaliza\u00e7\u00f5es em 2021 - representando 35,1% dos internados por acidentes. As crian\u00e7as com idade de 10 a 14 anos tamb\u00e9m tiveram um n\u00famero alto de interna\u00e7\u00f5es (34,2%), sendo igualmente as quedas a causa mais comum. <\/p>\n\n\n\n
J\u00e1 na faixa et\u00e1ria de 1 a 4 anos, que representa 25,6% das intera\u00e7\u00f5es, intoxica\u00e7\u00e3o e queimaduras est\u00e3o entre os principais acidentes. Menores de 1 ano representaram 5,2% das interna\u00e7\u00f5es, motivadas por acidentes como sufoca\u00e7\u00e3o, mas tamb\u00e9m queimaduras, afogamento, intoxica\u00e7\u00e3o e quedas. <\/p>\n\n\n\n
Erika relata que dependendo da faixa et\u00e1ria, a preval\u00eancia dos acidentes vai sendo alterada. Os beb\u00eas de at\u00e9 1 ano t\u00eam um n\u00famero maior de casos de sufoca\u00e7\u00e3o, porque s\u00e3o crian\u00e7as que levam coisas \u00e0 boca. J\u00e1 a intoxica\u00e7\u00e3o tem um n\u00famero bastante alto entre 1 e 4 anos, depois vem a queda, com crian\u00e7as acima de 5 anos, que exploram mais o ambiente e est\u00e3o mais expostas ao mundo externo. \"Mas isso n\u00e3o quer dizer que a gente n\u00e3o deva estar atento \u00e0s demais causas de acidentes. Mesmo a queimadura pode ser comum nos beb\u00eas durante o banho, por exemplo\u201d, explica a porta-voz da Aldeias Infantis SOS. <\/p>\n\n\n\n
Principais causas de acidentes com crian\u00e7as (0 a 14 anos)*<\/h2>\n\n\n\n
Quedas - 44%<\/li>
Queimaduras 19%<\/li>
Tr\u00e2nsito - 10%<\/li>
Intoxica\u00e7\u00f5es - 5% <\/li><\/ul>\n\n\n\n
Acidentes mais comuns por faixa et\u00e1ria<\/h2>\n\n\n\n
0 a 1 ano - Sufoca\u00e7\u00e3o<\/li>
1 a 4 anos - Intoxica\u00e7\u00e3o<\/li>
5 a 9 anos - Quedas<\/li>
10 a 14 anos - Quedas<\/li><\/ul>\n\n\n\n
*N\u00fameros consolidados pela ONG Aldeias Infantis SOS, a partir da base de dados Datasus, do Minist\u00e9rio da Sa\u00fade.<\/em><\/p>\n\n\n\n
Quedas e queimaduras<\/h2>\n\n\n\n
Os registros de quedas no Datasus incluem tanto acidentes ocorridos em casa, quanto em ambientes externos, como playgrounds e parques. Segundo Erika, n\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel afirmar qual tipo de queda \u00e9 a mais comum, mas ela avalia que tanto o maior tempo dentro de casa, durante a pandemia, quanto o incentivo \u00e0s atividades ao ar livre, ap\u00f3s o per\u00edodo de isolamento social, podem ter contribu\u00eddo para esse tipo de acidente.<\/p>\n\n\n\n
J\u00e1 em rela\u00e7\u00e3o \u00e0s queimaduras, ela diz que percebeu um leve aumento de casos, principalmente, devido ao uso recorrente de \u00e1lcool e \u00e1lcool em gel, como forma de prote\u00e7\u00e3o contra a Covid, e possivelmente tamb\u00e9m pelo uso maior de formas alternativas de combust\u00edvel na cozinha, como carv\u00e3o, \u00f3leo e querosene, devido \u00e0 piora da condi\u00e7\u00e3o econ\u00f4mica de grande parte das fam\u00edlias brasileiras. <\/p>\n\n\n\n
\u201cMesmo alimentos quentes em cima da mesa, a crian\u00e7a pode puxar e eles virarem em cima dela. \u00c9 importante tamb\u00e9m evitar tomar bebidas quentes com o filho no colo e estar atento ao risco de choque el\u00e9trico com ferro de passar roupa, com o uso do celular enquanto carrega e com instala\u00e7\u00f5es el\u00e9tricas da casa\u201d, destaca Erika.  <\/p>\n\n\n\n
Para a especialista, a precariza\u00e7\u00e3o das condi\u00e7\u00f5es de trabalhos e a exaust\u00e3o de alguns cuidadores tamb\u00e9m podem ser fatores que interferiram nos cuidados com as crian\u00e7as. Al\u00e9m disso, existe o fato de muitas delas ficarem sozinhas em casa, sem a supervis\u00e3o de um adulto, o que contribui ainda mais para o aumento de acidentes. <\/p>\n\n\n\n
Dados mostram que 1 a cada 4 crian\u00e7as acidentadas fica com sequelas permanentes durante toda a vida.<\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
\u201cQuando falamos de interna\u00e7\u00f5es, n\u00e3o \u00e9 algo simples como ralar o joelho ou cair da bicicleta, s\u00e3o causas graves e isso gera um custo tanto para o sistema de sa\u00fade quanto para a fam\u00edlia, al\u00e9m, claro, do impacto psicol\u00f3gico e emocional na crian\u00e7a\u201d, pontua Erika.<\/p>\n\n\n\n
Principais causas de mortes de crian\u00e7as por acidentes em 2020<\/h2>\n\n\n\n
Em rela\u00e7\u00e3o ao n\u00famero de mortes de crian\u00e7as por acidentes, Erika explicou que os dados mais recentes fornecidos pelo Datasus s\u00e3o de 2020, quando 3.117 crian\u00e7as de at\u00e9 14 anos de idade perderam a vida. Apesar de o tr\u00e2nsito continuar sendo a principal causa das fatalidades com 30% do total, os afogamentos e casos de sufoca\u00e7\u00e3o tamb\u00e9m registraram marcas preocupantes, com 27% e 22%, respectivamente. <\/p>\n\n\n\n
Mortes de crian\u00e7as por acidentes - 2020 <\/h3>\n\n\n\n
Tr\u00e2nsito - 30%<\/li>
Afogamentos - 27%<\/li>
Sufoca\u00e7\u00e3o - 22%<\/li><\/ul>\n\n\n\n
Apesar disso, se comparado com 2019, o n\u00famero de \u00f3bitos recuou 2%, sendo a maior redu\u00e7\u00e3o em sufoca\u00e7\u00e3o, com queda de 14%. Por outro lado, fatalidades envolvendo intoxica\u00e7\u00f5es e quedas seguiram o caminho inverso e aumentaram respectivamente 23% e 12% cada uma. Sob a \u00f3tica da faixa et\u00e1ria, crian\u00e7as de 1 a 4 anos concentram a maior taxa de mortalidade por acidentes no Brasil (32%).<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"Aumentam as interna\u00e7\u00f5es de crian\u00e7as por acidentes","post_excerpt":"Mais de 110 mil crian\u00e7as foram internadas em 2021, segundo pesquisa da ONG Aldeias Infantis SOS, devido a quedas, queimaduras e acidentes de tr\u00e2nsito, entre outras causas","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"aumentam-as-internacoes-de-criancas-por-acidentes","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-09-05 10:23:46","post_modified_gmt":"2022-09-05 13:23:46","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64666","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64515,"post_author":"4","post_date":"2022-08-25 23:30:00","post_date_gmt":"2022-08-26 02:30:00","post_content":"\n
\u201cDe boa, passo muito tempo da minha vida no quarto. T\u00e1 ligado? \u00c9 um canto s\u00f3 meu. No quarto, j\u00e1 fiz tudo. Tamb\u00e9m j\u00e1 pensei em fazer besteira.\u201d  <\/em><\/p>\n\n\n\n
\"Fico mais tempo do que no resto da casa. S\u00f3 saio pra comer, saca? Tem dia que nem pra comer. Ningu\u00e9m me pergunta nada. S\u00f3 ficaram mais preocupados, minha m\u00e3e e meu pai, quando a professora falou que me cortei.\"<\/em><\/p>\n\n\n\n
Relatos como esses fazem parte dos depoimentos que o pesquisador Hugo Monteiro Ferreira colheu para um estudo sobre o cotidiano de crian\u00e7as e adolescentes brasileiros<\/a> marcados pelo adoecimento emocional e mental<\/a>. <\/p>\n\n\n\n
S\u00e3o jovens na faixa et\u00e1ria de 11 a 18 anos de idade, que passam cerca de seis horas por dia dentro de seus quartos, geralmente conectados \u00e0s redes sociais<\/a>, e com s\u00e9rios problemas de conviv\u00eancia entre os seus pares<\/a> e tamb\u00e9m com os adultos com os quais convivem.\u00a0De modo geral, s\u00e3o pessoas que pertencem a uma classe social mais favorecida.<\/p>\n\n\n\n
Hugo os definiu como \u201ca gera\u00e7\u00e3o do quarto\u201d. V\u00edtimas de bullying, cyberbullying e outras viol\u00eancias<\/a>, geralmente na escola, eles vivenciam nesse c\u00f4modo da casa diversas formas de sofrimento - de transtornos alimentares a ansiedade, depress\u00e3o e at\u00e9 mesmo suic\u00eddio<\/a>. <\/p>\n\n\n\n
\u201cA gera\u00e7\u00e3o do quarto adverte-nos que as fam\u00edlias e as escolas precisam \"escutar\" meninos e meninas e rever posturas e procedimentos, bem como formas de educar e jeitos de orientar\u201d, afirma Hugo, no livro \u201cA gera\u00e7\u00e3o do quarto - quando as crian\u00e7as nos ensinam a amar\u201d. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
A obra \u00e9 fruto de uma pesquisa que ouviu 3.115 crian\u00e7as e adolescentes, de escolas p\u00fablicas e, principalmente, privadas, de cinco capitais do pa\u00eds. \u00c9 um grupo que retrata nitidamente os jovens da sociedade contempor\u00e2nea. \"Tenho retornos de professores e professoras que me diziam: \"olha isso que voc\u00ea disse acontece exatamente assim na minha escola\", afirmou Hugo. <\/p>\n\n\n\n
Segundo ele, a fragilidade dessa gera\u00e7\u00e3o revela a fragilidade dos pais e das m\u00e3es. \u201cN\u00e3o s\u00e3o s\u00f3 as crian\u00e7as e os adolescentes que est\u00e3o no quarto \u2014 os adultos tamb\u00e9m est\u00e3o. O quarto \u00e9 a met\u00e1fora da fam\u00edlia que n\u00e3o dialoga, mas grita; da escola que n\u00e3o acolhe, mas exige o desempenho das notas\u201d, afirma Humberto da Silva Miranda, doutor em Hist\u00f3ria das Inf\u00e2ncias, no pref\u00e1cio do livro. <\/p>\n\n\n\n
$\"\"$
Hugo Monteiro Ferreira<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n
A seguir, leia a entrevista que o autor concedeu \u00e0 Canguru News<\/strong>. Hugo \u00e9 professor do departamento de Educa\u00e7\u00e3o e do Programa de P\u00f3s-Gradua\u00e7\u00e3o em Educa\u00e7\u00e3o, Culturas e Identidades, ambos da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Na mesma institui\u00e7\u00e3o, ele coordena o N\u00facleo do Cuidado Humano e o Grupo de Estudos da Transdisciplinaridade, da Inf\u00e2ncia e da Juventude (GETIJ).<\/p>\n\n\n\n
Qual o perfil da gera\u00e7\u00e3o do quarto?<\/h2>\n\n\n\n
S\u00e3o crian\u00e7as e adolescentes, entre 11 e 16 anos, que passam mais de 6 horas por dia dentro do quarto, usando excessivamente as redes sociais digitais, e j\u00e1 sofreram algum tipo de viol\u00eancia, como bullying e cyberbullying, geralmente ocorrida na escola. Eles t\u00eam sintomatologias de psicopatologias as mais diversas, com predomin\u00e2ncia para depress\u00e3o, transtornos obsessivos compulsivos, transtornos alimentares, com predomin\u00e2ncia de anorexia e bulimia, transtorno de ansiedade, uso abusivo de \u00e1lcool, de maconha ou drogas qu\u00edmicas e dist\u00farbios de sono. E no campo da autodestrui\u00e7\u00e3o, praticam a autoles\u00e3o, sem inten\u00e7\u00e3o suicida, e alguns t\u00eam idea\u00e7\u00e3o suicida e tentaram suic\u00eddio mais de uma vez, esse \u00e9 o perfil da gera\u00e7\u00e3o do quarto.<\/p>\n\n\n\n
Como foi feita a pesquisa?<\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa foi feita entre 2017 e 2019, com alunos de escolas p\u00fablicas e privadas de cinco capitais brasileiras \u2014 Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Macei\u00f3 e Natal. Inicialmente, foi aplicado um question\u00e1rio online para 3.115 crian\u00e7as e adolescentes, e a partir das respostas foi feito um recorte com 238 jovens, dos quais a grande maioria, 70%, s\u00e3o de escolas privadas, e fazem parte da classe m\u00e9dia e classe m\u00e9dia alta. Os resultados mostraram que 75% dos 3.115 alunos est\u00e3o com a sa\u00fade mental abalada, embora nem todos apresentem sintomatologia psicopatol\u00f3gica. N\u00e3o publiquei nenhum artigo sobre o estudo porque desde o in\u00edcio tive a inten\u00e7\u00e3o de fazer um livro, que ficou pronto em 2020. De l\u00e1 para c\u00e1, a obra passou por revis\u00f5es, sendo publicada agora, em 2022. Ressalto que a gera\u00e7\u00e3o do quarto n\u00e3o foi criada na pandemia, mas sofreu na pandemia duas vezes mais pela situa\u00e7\u00e3o de vulnerabilidade em que se encontrava. <\/p>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 um retrato da juventude brasileira? <\/h2>\n\n\n\n
Eu fiz um recorte, mas todas as pessoas que mantiveram contato comigo e n\u00e3o estiveram no recorte da pesquisa se identificaram com ela. Tenho retornos de professores e professoras que me diziam: \"olha isso que voc\u00ea disse acontece exatamente assim na minha escola\". As pessoas se identificam porque tem uma verossimilhan\u00e7a. Muitas dizem: \"ah, tenho um filho, uma filha, que tamb\u00e9m est\u00e1 no quarto\". Se voc\u00ea for em qualquer escola, infelizmente ir\u00e1 encontrar algo semelhante.<\/p>\n\n\n\n
Como entender os problemas que essa gera\u00e7\u00e3o enfrenta, quais s\u00e3o suas origens?<\/h2>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 forjada, criada dentro de casa, \u00e9 a fam\u00edlia quem cria essa gera\u00e7\u00e3o, n\u00e3o \u00e9 a escola, a escola ajuda a manter, a fazer a manuten\u00e7\u00e3o do sofrimento, mas a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 produto de uma fam\u00edlia no quarto tamb\u00e9m, uma fam\u00edlia isolada, adoecida, de pouco di\u00e1logo, violenta. A viol\u00eancia num sentido amplo, n\u00e3o s\u00f3 f\u00edsica, psicol\u00f3gica, mas uma viol\u00eancia simb\u00f3lica, h\u00e1 muito movimento de viol\u00eancia dentro dessas casas. A viol\u00eancia simb\u00f3lica se expressa nas nuances, na organiza\u00e7\u00e3o, no establishment<\/em>, c\u00f3digos de comportamentos. Por exemplo, entrevistei meninos de 15, 16 anos, que eram gays, e na casa havia uma esp\u00e9cie de heteronormatividade, n\u00e3o era dito isso, mas havia a heteronormatividade como conduta, regra. \u00c9 isso que temos visto dentro dessas fam\u00edlias, s\u00e3o fam\u00edlias um tanto quanto provocativas e provocadoras dessa viol\u00eancia simb\u00f3lica. <\/p>\n\n\n\n
\u00c9 uma situa\u00e7\u00e3o muito preocupante, n\u00e3o? <\/h2>\n\n\n\n
A experi\u00eancia do quarto \u00e9 terr\u00edvel, porque n\u00e3o \u00e9 uma esp\u00e9cie de ref\u00fagio para aquietar mente, \u00e9 uma experi\u00eancia de ansiedade da mente, uma mente com probabilidades das mais diversas. <\/p>\n\n\n\n
A gera\u00e7\u00e3o do quarto n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 violentada, ela tamb\u00e9m vai violentar. \u00c9 importante observar isso. <\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Eu me preocupo muito porque parece que a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 meio que uma matriz de pequenos e pequenas curingas, do personagem do Batman. N\u00f3s estamos formando gera\u00e7\u00f5es violentas, e essa viol\u00eancia pode ser contra si, os \u00edndices de suic\u00eddio na adolesc\u00eancia n\u00e3o s\u00e3o m\u00ednimos. No Brasil, infelizmente, desde 2016, que eles aumentam, mas n\u00f3s tamb\u00e9m temos criado pessoas, em pa\u00edses como os Estados Unidos, que quando t\u00eam acesso a armas, criam e organizam massacres como esses que vimos nas escolas americanas. O perfil e a biografia desses adolescentes se assemelha \u00e0 gera\u00e7\u00e3o do quarto. \u00c9 preocupante, porque n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 o adoecimento ps\u00edquico, mas \u00e9 a produ\u00e7\u00e3o de uma comunidade psiquicamente adoecida, que tem na viol\u00eancia a gram\u00e1tica da sua sintaxe comunicacional, ou seja, a socializa\u00e7\u00e3o \u00e9 violenta.<\/p>\n\n\n\n
Muitas vezes, \u00e9 poss\u00edvel que voc\u00ea tenha pessoas que acham que s\u00e3o excelentes m\u00e3es e pais, mas que imprimem uma norma, uma conduta, um modelo que impede que o outro seja o que pode ser. Vi muito isso, adolescentes dizendo \u201ceu n\u00e3o consigo, para minha m\u00e3e nem para o meu pai, ser o que realmente sou, o que realmente gosto, tenho que mentir, me fazer ser o que n\u00e3o sou, criar um perfil falso\u201d. A viol\u00eancia simb\u00f3lica est\u00e1 muito nesse campo, no religioso, al\u00e9m da viol\u00eancia f\u00edsica e psicol\u00f3gica.<\/p>\n\n\n\n
<\/p>\n\n\n\n
H\u00e1 caracter\u00edsticas em comum entre os pais dessa gera\u00e7\u00e3o?<\/h2>\n\n\n\n
S\u00e3o pessoas que aprenderam com os modelos anteriores como devem proceder, como educar e como deve ser a rela\u00e7\u00e3o entre pais e filhos, e eles terminam agindo em nome desse bem-estar. Eles querem o bem dos filhos, n\u00e3o desejam o mal, mas \u00e9 um bem meio que projetado, n\u00e3o \u00e9 um bem presente, \u00e9 o bem do amanh\u00e3. Eu quero que meu filho esteja bem, mas para isso ele precisa seguir uma regra, uma norma, uma conduta, um padr\u00e3o, uma organiza\u00e7\u00e3o. Se ele n\u00e3o segue, eu n\u00e3o consigo ser m\u00e3e, pai dele, n\u00e3o consigo estabelecer uma rela\u00e7\u00e3o afetiva, de di\u00e1logo, e come\u00e7o a entrar em conflito.<\/p>\n\n\n\n
S\u00e3o pais que rejeitam os filhos? <\/h2>\n\n\n\n
Essa gera\u00e7\u00e3o mostra que os pais, se n\u00e3o h\u00e1 um modelo estabelecido, eles n\u00e3o se disp\u00f5em a aprender com o que eles veem na realidade, \u00e9 quase que um filho abstrato. Quando o filho real come\u00e7a a emergir e mostrar suas caracter\u00edsticas, os pais come\u00e7am a estranhar aquilo e n\u00e3o entram em processo de di\u00e1logo, se afastam. \u00c9 esse afastamento, esse vazio, que cria a gera\u00e7\u00e3o do quarto. Por isso afirmo que \u00e9 na matriz familiar que a gera\u00e7\u00e3o \u00e9 gerada, quer dizer, os pais n\u00e3o conseguem observar, de modo geral, a emerg\u00eancia dos humanos que eles mesmos criaram. Eles t\u00eam o humano projetado, \u00e9 quase um molde de um humano. Quando vem uma orienta\u00e7\u00e3o sexual ou um g\u00eanero que n\u00e3o \u00e9 norma, causa um impacto. <\/p>\n\n\n\n
Claro que \u00e9 menos impactante quando o filho diz que n\u00e3o quer ser m\u00e9dico, mas sim ator, pode haver resist\u00eancia mas n\u00e3o t\u00e3o intensa como quando voc\u00ea diz que \u00e9 gay, isso causa um embara\u00e7o. Mas n\u00e3o gosto de condenar os pais e as m\u00e3es, porque acho que eles est\u00e3o envolvidos nesse processo, eles querem acertar, ao menos, os que t\u00eam paternagem e maternagem, que chamo de esp\u00edrito de pai e m\u00e3e. Os que n\u00e3o t\u00eam, esses simplesmente geram os filhos, est\u00e3o ali numa esp\u00e9cie de playground de criar filhos. Mas os que t\u00eam paternagem, eles v\u00e3o tentando encontrar e conseguem, ent\u00e3o nesse caso, essa fissura, esse vazio que se abriu \u00e9 reduzido e a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 compreendida. <\/p>\n\n\n\n
Os pais sabem que t\u00eam um problema em casa?<\/h2>\n\n\n\n
Eles n\u00e3o t\u00eam conhecimento, porque a gera\u00e7\u00e3o do quarto cognitivamente n\u00e3o tem problema com boletim escolar. Essa gera\u00e7\u00e3o chega na universidade. Essa causa-consequ\u00eancia que a gente confabulou e afirmou tantas vezes que, por exemplo, vai ter problemas na escola, no rendimento escolar, n\u00e3o \u00e9 um sinal, a gera\u00e7\u00e3o do quarto tem um boletim escolar azul,<\/strong> e os pais n\u00e3o percebem. Eles acham que faz parte da vida estar no quarto.<\/strong> Muitos me dizem isso, \u201cah mas meu filho est\u00e1 no quarto j\u00e1 h\u00e1 tanto tempo que nem me dava conta\u201d. Eles come\u00e7am a se dar conta quando a crian\u00e7a ou o adolescente come\u00e7a a se cortar, quando come\u00e7am a gritar em sil\u00eancio, a\u00ed os pais alertam, mas at\u00e9 ent\u00e3o, n\u00e3o. Chamam para jantar, quando conseguem, lembrando que pais contempor\u00e2neos vivem muito fora de casa, trabalham muito, com finalidade de dar um futuro para os filhos.  <\/p>\n\n\n\n
Ou seja, o esfor\u00e7o dos pais para garantir uma boa estrutura familiar acaba por distanci\u00e1-los dos filhos?<\/h2>\n\n\n\n
\u00c9 a alternativa que se deu para a fam\u00edlia. Num pa\u00eds de mais de 210 milh\u00f5es de pessoas, n\u00e3o \u00e9 todo mundo que para e reflete sobre o que \u00e9 ser uma fam\u00edlia. Para os que est\u00e3o abaixo da linha da mis\u00e9ria tem que pensar muito como se recupera. H\u00e1 uma quest\u00e3o importante: o fen\u00f4meno da gera\u00e7\u00e3o do quarto se d\u00e1 em todas as classes sociais, mas as estrat\u00e9gias trabalhadas mudam. Tem muitas pessoas que usam a gravidez, por exemplo, como forma de sair de uma situa\u00e7\u00e3o socioecon\u00f4mica. Engravidar pode ser uma esp\u00e9cie de promo\u00e7\u00e3o social, ou seja, o problema \u00e9 o mesmo, a dor ps\u00edquica \u00e9 a mesma, mas a maneira de lidar com ela \u00e9 diferente. <\/p>\n\n\n\n
Os jovens n\u00e3o se abrem com os pais, mas n\u00e3o se opuseram a falar com voc\u00ea?<\/h2>\n\n\n\n
Talvez o que favorece para um pesquisador como eu \u00e9 me dispor a escutar sem condenar, sem julgamento. Eu escuto para acolher e esse talvez seja um potencial que a gente possa ensinar aos pais e \u00e0s m\u00e3es, para que o filho diga o que pensa, o que acha, o que gosta e n\u00e3o gosta, se sinta confort\u00e1vel em ser diferente dos pais. Acho que as fam\u00edlias escutam julgando, comparando e sentenciando demais. As crian\u00e7as, ao contr\u00e1rio do que as pessoas pensam, s\u00e3o muito sens\u00edveis, muito cr\u00edticas, elas conseguem responder perguntas, falar sobre sentimentos com quem elas se sentem confort\u00e1veis. Al\u00e9m disso, uma das t\u00e9cnicas que utilizei, o question\u00e1rio online, me trouxe muitas respostas, porque tinha perguntas abertas. Alguns dos depoimentos que apresento no livro eu n\u00e3o ouvi, eu li. Quando n\u00e3o tenho que dizer meu nome, quem eu sou, de onde sou, qual minha idade, me sinto mais livre para falar, pedir ajuda. Foram esses depoimentos que me causaram impacto e me fizeram depois entrevistar o grupo menor por meio de rodas de conversa. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Qual o papel da escola nesse contexto?<\/h2>\n\n\n\n
Eu sou um profissional e defensor da escola, a escola para mim \u00e9 uma grande inven\u00e7\u00e3o social, cumpre papel de forma\u00e7\u00e3o, de complementaridade, sobretudo no campo do que chamamos de conhecimento cient\u00edfico. Ela tamb\u00e9m tem um papel social, porque trabalha com pessoas, organiza\u00e7\u00f5es, institui\u00e7\u00f5es, mas ela precisa ser revisitada e reformulada nos seus objetivos matriciais. A escola n\u00e3o pode querer exclusivamente formar do ponto vista cognitivo. Isso \u00e9 um equ\u00edvoco que se manifesta sobretudo nessas escolas, que insistem num modelo de concorr\u00eancia, competi\u00e7\u00e3o, ranqueamento, na nota como resposta \u00e0 aprendizagem. S\u00e3o escolas desconectadas com grandes problemas contempor\u00e2neos, como a sobreviv\u00eancia do Planeta Terra. Temos um planeta amea\u00e7ado de desertifica\u00e7\u00e3o, de aus\u00eancia de comida, amea\u00e7ado no campo dos povos origin\u00e1rios, ent\u00e3o essas s\u00e3o preocupa\u00e7\u00f5es que a escola deve ter. <\/p>\n\n\n\n
Outra preocupa\u00e7\u00e3o \u00e9 a diversidade, temos uma sociedade que se mostra violenta com as minorias, racista e mis\u00f3gina. As mulheres sofrem muito nessa sociedade. A escola n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 para discutir f\u00f3rmulas qu\u00edmicas, biol\u00f3gicas, equa\u00e7\u00f5es matem\u00e1ticas, sintaxe da l\u00edngua. <\/p>\n\n\n\n
A escola \u00e9 para ajudar a usar o conhecimento cient\u00edfico na melhoria da qualidade de vida das pessoas, da minha e dos outros. <\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Ent\u00e3o se ela n\u00e3o faz isso, se insiste na concorr\u00eancia, em colocar aqueles que s\u00e3o bons e n\u00e3o s\u00e3o bons, os que s\u00e3o inteligentes e os que n\u00e3o s\u00e3o inteligentes, e ela tem insistido, ela ajuda a adoecer. \u00c9 o que digo no livro. <\/p>\n\n\n\n
O que dizer aos pais e m\u00e3es da gera\u00e7\u00e3o do quarto?<\/h2>\n\n\n\n
Os filhos e as filhas v\u00e3o precisar muito mesmo dos pais. Tem dois cen\u00e1rios, um \u00e9 ajudar meu filho a n\u00e3o entrar no quarto e o outro \u00e9 ajudar o filho que j\u00e1 est\u00e1 no quarto. No livro eu falo de cinco pilares: cuidado, autoconhecimento, conviv\u00eancia, dialogicidade e amorosidade. Trabalhar a fam\u00edlia e a escola a partir dessas sustenta\u00e7\u00f5es \u00e9 preventivo, mas pode servir tamb\u00e9m para situa\u00e7\u00f5es de pessoas que j\u00e1 est\u00e3o adoecidas, neste caso, associado ao acompanhamento de um profissional da sa\u00fade mental - psic\u00f3logo, psiquiatra, psicanalista, a depender do caso.<\/p>\n\n\n\n
O pilar do cuidado<\/strong> trata sobre a import\u00e2ncia do cuidado consigo e do cuidado com o outro, o que implica tratar das quest\u00f5es relacionadas a respeito, compreens\u00e3o, conviv\u00eancia, uso abusivo de \u00e1lcool, relacionamentos abusivos, bullying, ciberbullying, uso excessivo de redes sociais digitais, entre outros aspectos.

O pilar do autoconhecimento<\/strong> trata sobre a biografia, a hist\u00f3ria de cada pessoa, a fam\u00edlia. Proponho um trabalho sobre ancestralidade, que a pessoa conhe\u00e7a sua hist\u00f3ria de vida, conhe\u00e7a seu pai, sua m\u00e3e, sua opini\u00e3o, seus gostos. Isso tem a ver com quem eu sou, do ponto de vista \u00e9tico, e vai me dar uma seguran\u00e7a para enfrentar aquilo que querem que eu seja. Eu sou isso, mas querem que eu seja aquilo. N\u00e3o escondo minhas fragilidades, sou amado, o que d\u00e1 seguran\u00e7a. N\u00e3o vou dizer para minha crian\u00e7a que a vida \u00e9 f\u00e1cil, um mar de rosas, que ela nunca vai encontrar desafios, mas vou ajud\u00e1-la e fortalec\u00ea-la para que ela possa enfrent\u00e1-los.<\/p>\n\n\n\n
No pilar da conviv\u00eancia<\/strong>, h\u00e1 uma rela\u00e7\u00e3o entre aprender a ser e aprender a conviver. Trato de situa\u00e7\u00f5es cotidianas que evocam reflex\u00f5es \u00e9ticas, morais e espirituais, para as quais a compaix\u00e3o, a empatia e a resili\u00eancia s\u00e3o habilidades necess\u00e1rias e essenciais. O exerc\u00edcio da dialogicidade<\/strong> \u00e9 realizado quando as pessoas aprendem a falar o que pensam e sentem, mas entendem que o que pensam e sentem n\u00e3o \u00e9 a \u00faltima palavra sobre a verdade. O pilar da amorosidade<\/strong> \u00e9 tratado com reflex\u00f5es e a\u00e7\u00f5es. As reflex\u00f5es geram as a\u00e7\u00f5es, e as a\u00e7\u00f5es n\u00e3o s\u00e3o realizadas de modo mec\u00e2nico. <\/p>\n\n\n\n
Os pais podem aprender com os filhos?<\/h2>\n\n\n\n
O livro n\u00e3o tem que ser uma pedra para atirar nos pais e na escola, tem que ser um acalanto. Eu acho que a gera\u00e7\u00e3o do quarto \u00e9 t\u00e3o potente que nos possibilita reaprender a viver, tenho grande esperan\u00e7a na gera\u00e7\u00e3o do quarto, a mesma gera\u00e7\u00e3o que \u00e9 violenta me ensina novos modos de amor, n\u00e3o vejo a gera\u00e7\u00e3o como fracassada, que n\u00e3o deu certo, acho um absurdo dizer que \u00e9 uma gera\u00e7\u00e3o parasita, \"nem-nem\". Obviamente ela traz todas as mazelas, n\u00e3o foi a gera\u00e7\u00e3o do quarto que inventou o abuso do \u00e1lcool, a viol\u00eancia, esses foram c\u00f3digos sempre usados, mas a gera\u00e7\u00e3o do quarto est\u00e1 nos dando outras alternativas, como maior preocupa\u00e7\u00e3o sobre consumo, meio ambiente, empoderamento das meninas, orienta\u00e7\u00e3o \u00e0 quest\u00e3o de g\u00eanero. Essa gera\u00e7\u00e3o tem muita coisa a nos mostrar, n\u00e3o precisamos ter medo, podemos aprender com elas. <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]<\/p>\n","post_title":"A gera\u00e7\u00e3o do quarto: um retrato chocante da juventude brasileira","post_excerpt":"Ap\u00f3s ouvir mais de 3 mil crian\u00e7as e adolescentes que vivem experi\u00eancias traum\u00e1ticas em seus quartos, o pesquisador Hugo Monteiro Ferreira faz um alerta aos pais e \u00e0s escolas sobre a necessidade de mudar a forma de se relacionar com os jovens","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"a-geracao-do-quarto-o-retrato-chocante-da-juventude-brasileira","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-30 11:00:28","post_modified_gmt":"2022-08-30 14:00:28","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64515","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64369,"post_author":"4","post_date":"2022-08-23 10:54:43","post_date_gmt":"2022-08-23 13:54:43","post_content":"\n
De acordo com o Artigo 227<\/a> da Constitui\u00e7\u00e3o de 1988, as crian\u00e7as<\/a> devem ser prioridade absoluta em todas as decis\u00f5es, programas e pol\u00edticas p\u00fablicas<\/a>. Isso se torna mais relevante em ano de elei\u00e7\u00f5es, em que poderemos escolher, de forma democr\u00e1tica<\/a>, representantes<\/a> aos cargos de presidente da Rep\u00fablica, senadores, governadores, deputados federais e estaduais. <\/p>\n\n\n\n
O voto no Brasil \u00e9 obrigat\u00f3rio para todos aqueles acima de 18 anos, sendo facultativo para jovens com 16 e 17 anos, pessoas com mais de 70 anos e analfabetos. Crian\u00e7as e adolescentes<\/a> menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar<\/a>, mas isso n\u00e3o quer dizer que n\u00e3o devam estar inclu\u00eddos nos planos dos diferentes representantes pol\u00edticos. Muito pelo contr\u00e1rio.<\/p>\n\n\n\n
Diversos estudos j\u00e1 comprovaram que investir na primeira inf\u00e2ncia<\/a> \u00e9 a melhor maneira de reduzir desigualdades e construir uma sociedade com condi\u00e7\u00f5es sociais e ambientais sustent\u00e1veis.<\/p>\n\n\n\n
Cabe a n\u00f3s, adultos, escolher nas elei\u00e7\u00f5es candidatos que contemplem as crian\u00e7as em projetos e iniciativas diversas. Abaixo, veja 5 motivos que tornam urgente a valoriza\u00e7\u00e3o de projetos para a inf\u00e2ncia e juventude nas campanhas \u00e0s elei\u00e7\u00f5es de 2022. A lista \u00e9 do portal Lunetas, espa\u00e7o dedicado \u00e0 reflex\u00e3o sobre a inf\u00e2ncia, que recentemente lan\u00e7ou o especial \"Inf\u00e2ncias em foco: Quem vota pelas crian\u00e7as?\"<\/a>, um hub de informa\u00e7\u00e3o sobre pol\u00edtica e as inf\u00e2ncias. <\/p>\n\n\n\n
5 temas que envolvem as crian\u00e7as e que t\u00eam de estar previstos nas propostas dos candidatos \u00e0s elei\u00e7\u00f5es:<\/h2>\n\n\n\n
Fome<\/h3>\n\n\n\n
De acordo com um levantamento realizado pela Funda\u00e7\u00e3o Abrinq, cerca de 18,8 milh\u00f5es de meninos e meninas de at\u00e9 14 anos passam fome no Brasil. Essa inseguran\u00e7a alimentar traz preju\u00edzos grav\u00edssimos \u00e0s crian\u00e7as, afetando seu crescimento e o desenvolvimento f\u00edsico e cognitivo necess\u00e1rios para que consigam crescer de maneira saud\u00e1vel.<\/p>\n\n\n\n
Analfabetismo<\/h3>\n\n\n\n
H\u00e1 50 anos, a educa\u00e7\u00e3o infantil n\u00e3o era uma realidade no Brasil, no entanto, pol\u00edticas p\u00fablicas mudaram essa realidade. Ainda assim, nos \u00faltimos dois anos, o n\u00famero de crian\u00e7as de 6 e 7 anos que n\u00e3o sabem ler e escrever cresceu em 1 milh\u00e3o. Pensando no futuro e nos pr\u00f3ximos passos do Brasil relacionados \u00e0 educa\u00e7\u00e3o p\u00fablica, \u00e9 necess\u00e1rio eleger candidatos que queiram enfrentar as desigualdades sociais e lutar para que todas as crian\u00e7as e adolescentes tenham acesso \u00e0 educa\u00e7\u00e3o de qualidade.<\/p>\n\n\n\n
Trabalho Infantil<\/h3>\n\n\n\n
Atualmente, cerca de 2 milh\u00f5es de crian\u00e7as e adolescentes est\u00e3o em situa\u00e7\u00e3o de trabalho infantil no Brasil. Desse total, 66% s\u00e3o crian\u00e7as pretas ou pardas e 71% est\u00e3o na \u00e1rea urbana, de acordo com um levantamento divulgado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domic\u00edlios (PNAD Cont\u00ednua).<\/p>\n\n\n\n
Viol\u00eancia e explora\u00e7\u00e3o sexual<\/h3>\n\n\n\n
Entre 2016 e 2020, 35 mil crian\u00e7as e adolescentes, de 0 a 19 anos, foram mortos de forma violenta no Brasil e 180 mil sofreram viol\u00eancia sexual, segundo o Panorama da Viol\u00eancia Sexual contra crian\u00e7as e Adolescentes no Brasil, lan\u00e7ado pela Unicef e pelo F\u00f3rum Brasileiro de Seguran\u00e7a P\u00fablica (FBSP). Por isso, \u00e9 necess\u00e1rio eleger pessoas que tenham coragem para combater esse cen\u00e1rio e falar de assuntos como igualdade de g\u00eanero, empoderamento de meninas, viol\u00eancia sexual e femin\u00edcio.<\/p>\n\n\n\n
Moradia<\/h3>\n\n\n\n
Mais de 5 milh\u00f5es de pessoas ainda residem em domic\u00edlios sem banheiros ou sanit\u00e1rios de uso exclusivo e 9,7 milh\u00f5es vivem em condi\u00e7\u00f5es de adensamento excessivo, com mais de tr\u00eas moradores para cada dormit\u00f3rio. Este \u00e9 um assunto que n\u00e3o deve ser ignorado, j\u00e1 que todas as crian\u00e7as precisam de acesso \u00e0 moradia para viver com dignidade e poder se desenvolver em outras \u00e1reas, como lazer, educa\u00e7\u00e3o e sa\u00fade.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"]  <\/p>\n","post_title":"5 motivos para priorizar as crian\u00e7as nas elei\u00e7\u00f5es de 2022","post_excerpt":"Crian\u00e7as e adolescentes menores de 16 anos ainda n\u00e3o podem votar, mas s\u00e3o parcela importante da popula\u00e7\u00e3o e t\u00eam de estar contemplados nos projetos dos diferentes atores governamentais","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"5-motivos-para-priorizar-as-criancas-nas-eleicoes-de-2022","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-25 18:52:13","post_modified_gmt":"2022-08-25 21:52:13","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64369","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":64334,"post_author":"4","post_date":"2022-08-22 15:14:51","post_date_gmt":"2022-08-22 18:14:51","post_content":"\n
O n\u00famero de crian\u00e7as e adolescente<\/a>s conectados \u00e0 internet cresceu nos \u00faltimos anos. Segundo o estudo TIC Kids Online Brasil 2021<\/a>, rec\u00e9m-divulgado, 93% ou 22,3 milh\u00f5es das crian\u00e7as e dos adolescentes<\/a> no pa\u00eds acessaram a web<\/a> em 2021, sendo que em 2019 esse percentual era de 89%. O crescimento foi impulsionado principalmente pela maior propor\u00e7\u00e3o de usu\u00e1rios na regi\u00e3o Nordeste e nas \u00e1reas rurais. <\/p>\n\n\n\n
O uso de redes sociais <\/a>pelas crian\u00e7as tamb\u00e9m tem se elevado, sendo a plataforma Tik Tok<\/a> a mais utilizada (34%), seguida pelo Instagram (33%). No Facebook, houve queda no uso de 66% para 51% no per\u00edodo citado. J\u00e1 o WhatsApp segue como a plataforma em que crian\u00e7as e adolescentes mais possuem perfil (foi de 70% em 2018 para 80% em 2021), e \u00e9 a mais difundida entre todos os estratos sociais.<\/p>\n\n\n\n
A pesquisa, conduzida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informa\u00e7\u00e3o (Cetic.br) do N\u00facleo de Informa\u00e7\u00e3o e Coordena\u00e7\u00e3o do Ponto BR (NIC.br), entrevistou 2.651 crian\u00e7as e adolescentes com idades entre 9 e 17 anos, bem como seus pais ou respons\u00e1veis, em todo o territ\u00f3rio nacional. As entrevistas aconteceram entre outubro de 2021 e mar\u00e7o de 2022, com a finalidade de investigar oportunidades e riscos relacionados \u00e0 participa\u00e7\u00e3o online desse p\u00fablico. <\/p>\n\n\n\n
Segundo o levantamento, as crian\u00e7as tamb\u00e9m est\u00e3o passando mais tempo em jogos online - seja conectadas com outros jogadores (de 57% para 66%, entre 2021 e 2019) ou n\u00e3o conectadas a eles (de 55% para 64%) -, e fazendo mais compras no ambiente digital - cresceu de 9% para 19% no mesmo per\u00edodo. <\/p>\n\n\n\n
\"Plataformas de cria\u00e7\u00e3o e compartilhamento de conte\u00fado audiovisual est\u00e3o entre as mais utilizadas por crian\u00e7as e adolescentes. Nesse contexto, a qualidade da conex\u00e3o \u00e0 Internet e dos dispositivos digitais utilizados para o acesso \u00e0 rede passam a ser determinantes para o melhor aproveitamento de oportunidades online. \u00c9 central, portanto, garantir condi\u00e7\u00f5es equitativas de conectividade para crian\u00e7as e adolescentes em diferentes contextos socioecon\u00f4micos\", aponta Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br. <\/p>\n\n\n\n
A pesquisa TIC Kids Online <\/a>detectou, ainda, que o telefone celular segue como o principal meio de conex\u00e3o \u00e0 rede nos diferentes extratos sociais. Para 53%, o celular foi o \u00fanico dispositivo usado, realidade que se verificou mais presente nas classes DE (78%) e C (52%) do que nas classes AB (18%). <\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
Acesso a propagandas<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
Entre as atividades multim\u00eddia, as mais acessadas pelas crian\u00e7as s\u00e3o ouvir m\u00fasica (80%), assistir a v\u00eddeos, programas, filmes ou s\u00e9ries (84%), S\u00edtios de v\u00eddeos (67%) e redes sociais (61%) est\u00e3o entre as principais plataformas em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios de internet declaram ter visto propaganda de produtos ou marcas. Pessoas ensinando como usar algum produto (62%) e abrindo embalagens -- o chamado unboxing<\/em><\/strong> - (61%) foram os principais conte\u00fados de imagem ou v\u00eddeo em que crian\u00e7as e adolescentes usu\u00e1rios da rede tiveram contato com divulga\u00e7\u00e3o de produtos ou marcas. Entre as principais categorias de produtos ou marcas vistas no ambiente online<\/em> est\u00e3o: <\/p>\n\n\n\n
Equipamentos eletr\u00f4nicos (60%); <\/li>
Roupas e sapatos (60%); <\/li>
Comidas, bebidas ou doces (57%); <\/li>
Videogames ou jogos (46%); <\/li>
Maquiagem e outros produtos de beleza (46%).\u00a0<\/li><\/ul>\n\n\n\nBusca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e bem-estar<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
A pesquisa tamb\u00e9m constatou que 32% dos jovens entre 11 e 17 anos procuram ajuda para lidar com algo ruim que vivenciaram<\/strong>, ou para falar sobre suas emo\u00e7\u00f5es<\/strong> quando se sentiram tristes. <\/p>\n\n\n\n
Entre os temas mais procurados relacionados \u00e0 sa\u00fade est\u00e3o:<\/p>\n\n\n\n
Informa\u00e7\u00f5es sobre alimenta\u00e7\u00e3o (55%);
Preven\u00e7\u00e3o e tratamento de doen\u00e7as (38%);
Exerc\u00edcios e meios para ficar em forma (36%);
Informa\u00e7\u00f5es sobre medicamentos (22%);<\/li>
Discuss\u00f5es sobre sa\u00fade sexual e educa\u00e7\u00e3o sexual (21%).<\/li><\/ul>\n\n\n\n
\"A pesquisa busca levantar evid\u00eancias que contribuam para a promo\u00e7\u00e3o de direitos e do bem-estar de crian\u00e7as e adolescentes. Desse modo, para al\u00e9m das atividades presentes na s\u00e9rie hist\u00f3rica da pesquisa, o uso da rede na busca de informa\u00e7\u00f5es sobre sa\u00fade e apoio emocional passou a ser um tema relevante de investiga\u00e7\u00e3o\", sinaliza Barbosa.<\/p>\n\n\n\n
\"Pesquisas como a TIC Kids Online Brasil s\u00e3o de extrema relev\u00e2ncia para entendermos o cen\u00e1rio atual e fortalecermos o letramento e inclus\u00e3o digital dos mais jovens, com mais seguran\u00e7a e qualidade, quest\u00f5es intr\u00ednsecas ao trabalho realizado pelo Comit\u00ea Gestor da Internet no Brasil\", pondera Jos\u00e9 Gontijo, coordenador do CGI.br.<\/p>\n\n\n\n
LEIA TAMB\u00c9M:<\/mark><\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n
[mc4wp_form id=\"26137\"] <\/p>\n","post_title":"93% dos jovens entre 9 e 17 anos usam a internet no pa\u00eds, revela pesquisa","post_excerpt":"Pesquisa TIC Kids Online Brasil 2021 tamb\u00e9m mostrou que a TikTok \u00e9 a principal rede social utilizada por crian\u00e7as e adolescentes","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"closed","post_password":"","post_name":"93-dos-jovens-entre-9-e-17-anos-usam-a-internet-revela-pesquisa-tic-kids-online-2021","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2022-08-23 11:24:47","post_modified_gmt":"2022-08-23 14:24:47","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/cangurunews.com.br\/?p=64334","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"}],"next":false,"prev":true,"total_page":12},"paged":1,"column_class":"jeg_col_2o3","class":"epic_block_3"};

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Editora da Canguru News, cobre educação há mais de dez anos e tem interesse especial pelas áreas de educação infantil e desenvolvimento na primeira infância. Tem um filho, Martim, sua paixão e fonte diária de inspiração e aprendizados.

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