A Prefeitura de São Paulo anunciou nesta sexta-feira (12) que as aulas presenciais serão suspensas a partir da próxima quarta-feira (17), nas escolas municipais, estaduais e particulares da capital paulista. A recomendação é para que todas as atividades nas escolas sejam reduzidas ao mínimo necessário para diminuir a circulação de pessoas. As aulas presenciais devem ser retomadas no dia 5 de abril, após o feriado da Páscoa. “Essa medida se faz necessária para que a gente possa conter o avanço do coronavírus na cidade”, disse o prefeito Bruno Covas.
O governo explicou que na rede municipal será antecipado o período de recesso, que ocorreria no mês de julho, conforme o calendário escolar. Na próxima segunda-feira (15) e terça (16) as escolas ainda estarão abertas para comunicação com as famílias e orientação sobre a antecipação do recesso de julho e oferta de merenda. Durante o recesso, as unidades municipais funcionarão em horário reduzido, das 10 às 16h, para rotina de adequação das escolas aos protocolos sanitários e de segurança da covid-19, serviços de limpeza, pequenos reparos e poda de mato continuarão, informou a prefeituras.
Na quinta-feira (11), o governo estadual também anunciou a antecipação dos recessos de abril e outubro nas escolas estaduais para o período de 15 a 28 de março. As redes municipais e os estabelecimentos privados têm autonomia para decidir como vão manter as atividades.
A rede particular pode não adotar o recesso, mas deve cumprir a determinação de não receber alunos presencialmente. “Essa opção pela antecipação do recesso é uma opção da rede pública municipal. A rede privada pode adotar outra saída, mas a partir do dia 17 não pode aula presencial”, ressaltou o prefeito.
Surtos de gripe
Segundo Edson Aparecido, secretário municipal da Saúde, a decisão pela suspensão das aulas levou em conta o aumento de casos de síndrome gripal nas escolas municipais desde o retorno das atividades presenciais, em 15 de fevereiro. Na semana dos dias 14 e 20 de fevereiro, as unidades de saúde que acompanham as escolas detectaram a ocorrência de 173 surtos. Na semana seguinte, houve 181 surtos. O último boletim, referente à semana entre os dias 28 de fevereiro e 6 de março, indica a ocorrência de 500 surtos, informa reportagem do jornal Agora São Paulo.
Sobre proibição da Justiça
O prefeito Bruno Covas disse que a prefeitura irá recorrer da decisão da Justiça, que proibiu a convocação de professores às aulas presenciais durante as fases vermelha e laranja do plano de contenção da covid-19. Segundo o prefeito, as decisões do município são analisadas de acordo com orientações da Vigilância Sanitária, observando sempre os protocolos vigentes. A liminar da Justiça foi publicada na noite desta quinta (11) e só irá valer na rede após o fim de março, nas cidades que estiverem nas fases mais restritivas do plano. Atualmente, todo o estado está na fase vermelha.
Ontem também o governo de São Paulo anunciou que antecipará o recesso escolar de abril e outubro para 15 a 28 de março, durante a chamada fase emergencial do plano São Paulo de combate ao coronavírus. As aulas presenciais nas escolas estaduais serão suspensas e as unidades ficarão abertas apenas para merenda dos alunos e retirada de chips a partir do dia 15 de março.
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Covid-19 nas escolas
Boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria Estadual de Educação no início da semana informou que foram confirmados 4.084 casos de covid-19 entre estudantes, professores e funcionários nas escolas públicas e privadas do estado de São Paulo.
As ocorrências foram registradas em 2.048 escolas, de um total de 29,8 mil estabelecimentos de ensino no estado. As aulas presenciais foram retomadas no dia 8 de fevereiro.
Foram notificados 24,3 mil casos suspeitos da doença em 4,8 mil escolas, o que significa que apenas 17% foram efetivamente confirmados. A maior parte das notificações (16 mil) ocorreu na rede estadual. Na rede privada, foram 7,4 mil notificações, com 1.534 casos confirmados como covid-19.
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