Alimentação: como lidar com o colesterol alto na infância

Uma em cada quatro crianças brasileiras sofrem com a doença

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Menina come hambúrguer e batata frita
Alimentos ricos em gordura favorecem o colesterol alto
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Níveis de colesterol elevados estão entre as principais causas de doenças cardiovasculares como infarto e AVC (acidente vascular cerebral), que hoje já representam 30% das mortes no país. E esses dados podem piorar devido ao aumento significativo de crianças e adolescentes que também já apresentam colesterol alto.

Segundo uma pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), uma em cada quatro crianças brasileiras tem alteração nos níveis de colesterol. Já um estudo realizado pela West Virginia University, nos Estados Unidos, mostrou que mais de 1% de todas as crianças da quinta série, com idade entre 10 e 11 anos, tinham colesterol alto, e um terço delas não possuíam parentes com o problema.

O aumento da doença na infância se dá por fatores como uma alimentação rica em gorduras, excesso de peso e sedentarismo, afirma a pediatra Fernanda Perez, diretora médica do Grupo Prontobaby.

“No entanto, algumas crianças e adolescentes terão alterações, mesmo seguindo uma dieta saudável, devido à predisposição genética. Vale ressaltar que o LDL é a fração ruim e pode se depositar na parede dos vasos sanguíneos, formando placas e iniciando a inflamação dos mesmos, podendo causar infarto ou AVC. Já o HDL, que consideramos bom, remove o colesterol da parede dos vasos, limpando-os, e os levando de volta para o fígado, onde será eliminado”, explica a médica.

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Para manter uma boa alimentação, ela recomenda evitar o consumo de alimentos ricos em gordura, entre os quais, biscoitos recheados, bolos, chocolate, sorvete, hambúrguer, batata frita, refrigerante, frituras e alimentos ultraprocessados.

“Devemos nos preocupar com os rótulos dos alimentos, pois eles sinalizam quando há gordura saturada. Desde a infância, é importante variar o cardápio com verduras, legumes, frutas, peixe, frango, leite e queijo branco sem gordura”, orienta Fernanda.

Ela aponta que o colesterol em crianças deve ser inferior a 170 mg/dl, com o LDL abaixo de 100 e o HDL acima de 35. Se a criança apresenta alterações nos níveis, é importante estimular a atividade física, como a prática de esportes em geral, para evitar o sedentarismo, diz a médica.

“A criança sedentária e com péssima alimentação, que apresenta altos índices de colesterol, pode se tornar um adulto obeso, com risco de doença cardiovascular e infarto. Isso também vale para aqueles que têm dislipidemia genética (doença causada pela absorção anormal do colesterol e acúmulo de esteróis)”, sinaliza Fernanda.

Ela chama a atenção de pais e responsáveis para que se conscientizem sobre a importância de manter uma alimentação balanceada. “Vale lembrar que crianças de dois a oito anos, com diagnóstico de diabetes, obesidade ou que tenham pais com histórico de doença cardíaca ou colesterol alto precisam acompanhar as taxas. O exame também deve ser solicitado pelo pediatra a todas as crianças entre nove e 12 anos de idade, antes da puberdade”, ressalta.

Como não apresenta sintomas nem nos adultos nem nas crianças, é importante ficar atento a sinais como nódulos (xantomas) em volta dos olhos e nas pálpebras (xantelasmas). “Por isso, reforçamos a importância do acompanhamento pediátrico”, finaliza a pediatra.

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