Acolher não é concordar, mas sim ouvir e aceitar o que o outro diz

A educadora parental Renata Pereira Lima explica como acolher o filho quando ele nos conta um problema, fazendo assim com que aceite seus limites e consiga seguir em frente

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Pai e mãe falam com filho emburrado no sofá
Ao mostrar ao filho que o compreendem os pais o ajudam a se acalmar
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Qual é a primeira coisa que vem na sua cabeça quando você lê a palavra “acolher”? 

Tem muita gente que responde: dar um colo, acalmar, abraçar, passar a mão na cabeça. Parece mesmo, mas não é. 

Quando pesquisamos o significado e os sinônimos de “acolher’, olha quanta coisa aparece: 

Dar abrigo e proteção: amparar, refugiar, acomodar, hospedar.

Receber com cerimônia: recepcionar.

Receber com aceitação: aceitar, considerar. 

Dar ouvido a: atentar, escutar, ouvir.

Na Comunicação Empática, “acolher” está ligado a esses últimos significados: aceitação, consideração, escuta atenta e ativa do que está sendo dito. 

Quando alguém nos conta um problema, nós escutamos, levamos em conta o que está sendo dito, consideramos. Interagimos, claro, tentando nos conectar com o que a pessoa está sentindo naquele momento. Mas é uma interação que não julga, não avalia, não dá razão, conselho nem lição de moral.

Tem gente que pensa: hum, se escutamos o outro e aceitamos o que ele está dizendo, então isso significa que concordamos com ele? Não! Uma coisa é ouvir e aceitar o que o outro está sentindo. Outra coisa é concordar. Aceitar o sentimento não é concordar com ele!

Podemos aceitar que o filho sinta raiva da professora, por exemplo, mas não precisamos concordar com essa raiva. Ele pode até estar errado nas suas percepções e julgamentos em relação à situação, mas sentir raiva da professora, ele pode! “Entendi, você está bravo porque acha que ela deveria ter liberado vocês mais cedo para o recreio”. Acolhimento realizado com sucesso!

Podemos aceitar que a filha se sinta injustiçada por ter que faltar a uma festa porque tem prova no dia seguinte. Não necessariamente concordaremos com ela, mas podemos escutar e compreender seu ponto de vista: “Entendi, você está chateada porque não quer abrir mão de se divertir por causa da escola”. Acolhimento realizado com sucesso!

Ao serem compreendidos, os filhos e filhas se acalmam. Sabe aquela sensação de “finalmente, alguém me entendeu!”? É isso. E por causa disso, conseguem seguir em frente, aceitando melhor os limites que são colocados para eles e dissipando a raiva, a injustiça e o que mais tiver incomodando. Vale experimentar. Desejo boas conversas e bons acolhimentos para vocês!


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