Você já ouviu falar numa planta chamada “peixinho”? Também conhecida como “lambari-da-horta” ela é facilmente identificada pela folha cheia de pelos. Fonte de fibras e minerais, costuma ser usada para fazer chás, mas também pode ser empanada e servida como aperitivo.
O “peixinho” é apenas uma das quase 10 mil espécies de Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANCs) já identificadas no Brasil. São frutas, folhas e flores comestíveis com alto valor nutricional, porém, por serem pouco conhecidas, muitas vezes são vistas como “mato” e desprezadas. Ricas em vitaminas, sais minerais e fibras, elas também são importantes para a manutenção do solo, além de serem super-resistentes a pragas e doenças.
Para chamar a atenção para os benefícios do consumo dessas plantas, Chico Bento e sua família ilustram uma cartilha que traz seis receitas com PANCs e destacam a importância de uma alimentação saudável que valorize o sabor, a nutrição e a sustentabilidade. Entre as sugestões, estão um picolé de maracujá pérola-do-cerrado, purê de cará-do-ar e o peixinho da horta empanado.
Intitulado de “Deliciosas receitas com PANCs”, o material mostra de forma detalhada diferentes espécies destas plantas, destacando seus benefícios nutricionais, ambientais, regiões de onde são originárias e seus diferentes preparos na cozinha. A publicação também apresenta a descrição da maior parte das espécies já cadastradas no país pelo biólogo Valdely Ferreira Kinupp, criador do termo PANC e autor do livro “Plantas Alimentícias Não Convencionais (Panc) no Brasil” junto de Harri Lorenzi, engenheiro agrônomo.
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“É uma honra fazer parte de um projeto que estimula o conhecimento das crianças sobre o tema, comenta Mônica Sousa, diretora-executiva da Mauricio de Sousa Produções, coautora da iniciativa em parceria com a ONG WWF Brasil. Ela diz que a cartilha é uma oportunidade para os leitores se aventurarem na culinária sustentável, explorando novos ingredientes e sabores, ao mesmo tempo em que contribuem para o uso consciente dos recursos naturais.
Gabriela Yamaguchi, diretora de engajamento da WWF Brasil, lembra que a relação predatória estabelecida até agora com o meio ambiente precisa ser modificada. “Esperamos que ao compartilhar parte deste grande estudo de Valdely Ferreira e Harri Lorenzi, de forma lúdica com a Turma da Mônica, possamos criar uma forma divertida de conscientizar pessoas sobre outras possibilidades de agregar sustentabilidade ao nosso cotidiano”, declarou.