Sempre defendi que a verdade é a melhor opção, independentemente da situação. Mesmo que em alguns momentos seja difícil ser sincero, penso que devemos dizer a verdade. Não se constrói relacionamentos sólidos, sejam eles de amizade, de amor, profissionais ou de qualquer outra natureza, sem transparência. Ser sincero nem sempre é fácil. A gente corre o risco de perder amigos, de criar desconforto na família ou até mesmo separação no casamento. Porque para ouvir a verdade é preciso maturidade. Estar convicto de quem você é, ter flexibilidade e principalmente, humildade.
Mas, uma situação que vivenciei recentemente me fez repensar esta posição. Dia desses, eu estava no salão fazendo unha e uma linda garotinha de 4 anos entrou de repente, acompanhada de sua mãe. Como toda criança, ela andava de um lado para o outro, se encantava com os esmaltes, as toalhas, brincava e mexia em tudo.
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Em um certo momento, começou a dizer que estava com fome e que queria comer algo. A mãe insistia para que ela esperasse um pouco mais, pois logo chegariam em casa e seria servido o jantar. Mas, segundo ela, a fome poderia matá-la, então a mãe cedeu e resolveu levá-la até a lanchonete, do outro lado da rua, para comprar alguma coisa e evitar a morte súbita da menininha.
Ela apareceu de volta, com um pastel de carne enorme, super cheiroso e eu logo a abordei:
– Nossa, que delícia! Acho que vou até a lanchonete comer algo também…
Eu perguntei o que eu poderia encontrar na lanchonete, e ela me disse que lá havia coxinha, empada e pastel de queijo e que havia sido difícil escolher, porque ela gostava de tudo que tinha lá!
Então eu disse que não saberia escolher entre tantas coisas gostosas e que achava melhor comprar um de cada.
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Foi aí que pensei melhor no que havia dito e falei que, o melhor mesmo era pegar um só, porque senão eu ia ficar muito gordinha, comendo todos aqueles salgadinhos. Ele me olhou de cima em baixo e disse, sem hesitar:
– Mas você já está gordinha!
Meu Deus, será mesmo necessário tanta sinceridade? Quase morri, mas não foi de raiva não. Foi de rir mesmo! Adoro a pureza das crianças!
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