5 ações para promover a saúde mental dos alunos

Neuropsicóloga orienta educadores quanto a como agir em relação a questões emocionais e psicológicas que surgem em sala de aula

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Alunos em círculo põem a mão umas sobre as outras
Rodas de conversa podem ser uma boa maneira de debater com a turma assuntos que se mostram desafiadores
Buscador de educadores parentais
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Diante de tantas demandas pedagógicas, os professores nem sempre conseguem dar a devida atenção a questões de saúde mental que podem surgir entre alunos em sala de aula. Alterações de humor e comportamento, rendimento escolar abaixo do esperado e dificuldades de interação social podem ser sinais de alerta. Para além do desempenho acadêmico, estar atento a esses aspectos permitirá identificar, apoiar e dar o devido encaminhamento, quando necessário.  

A neuropsicóloga e professora do Centro Universitário IBMR, Cláudia Capitão, aconselha educadores a apresentar a situação para a coordenação da escola para que sejam acionados os setores de orientação educacional e psicopedagógica. Ela lista abaixo cinco ações que os professores podem pôr em prática, de maneira profissional e respeitosa, para criar um clima escolar positivo e promover um ambiente saudável. Ainda, ela destaca intervenções para a hora da bagunça em sala de aula e dá sugestões quanto a como falar com a família.    

Para trabalhar a saúde mental com os alunos: 

1 – Não aja sozinho. Busque auxílio dos setores competentes da escola que possam lhe dar suporte. 

2 – Ofereça acolhimento e evite medidas punitivas, pois o aluno pode estar em sofrimento psíquico. 

3 – Evite julgamentos ou resoluções, sem estar ciente sobre o que está acontecendo com o estudante. Por isso, é importante estar alinhado com os profissionais da área psicopedagógica. 

4 – Fique atento às reações e atitudes dos demais colegas de classe. 

5 – Disponibilize-se para participar de reuniões com os responsáveis, junto com a equipe de apoio escolar, pois as medidas mais adequadas exigem uma ação em conjunto. Por mais que tenha a melhor intenção, não tente resolver ou auxiliar o estudante sem respaldo institucional. 

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Intervindo na “zueira” 

O comportamento dos colegas da turma também pede atenção e ação do professor neste processo de acolhimento da pessoa com sofrimento psíquico. Bullying e outras investidas negativas dos demais NÃO podem ser ignorados. 

“O professor deve intervir imediatamente para que sejam cessados os comentários inadequados. Como mediador da turma, o professor pode trazer temas sobre saúde mental, bullying, entre outros, relacionados ao contexto da classe, que possam ser discutidos em rodas de conversa, mas sempre se atentando para faixa etária dos alunos e as condições de compreensão dos mesmos”, sugere Cláudia Capitão. 

Independentemente da presença ou não de problemas em sala de aula, o professor deve estar atento ao desenvolvimento de habilidades afetivas e sociais da turma. Textos, vídeos e discussões sobre estes temas podem ser adotados em atividades acadêmicas. “A escola exerce uma contribuição muito importante para o desenvolvimento das relações afetivas e interação social. Não se trata apenas de conteúdo acadêmico, mas sim do desenvolvimento integral do aluno, e neste sentido, o professor é fundamental”, ressalta a neuropsicóloga. 

Família: outro passo 

Identificada a situação é hora de levar a questão aos pais ou responsáveis. E aqui, as reações destes podem ser as mais variadas: desde a gratidão pelo amparo ao adolescente ou jovem, até a negação do quadro pelo qual ele passa. Antes de tudo, o importante é esclarecer que a indiferença da família não vai resolver a questão e pode até aumentar o sofrimento dele. 

“Ofereça esclarecimentos e orientações aos familiares. Converse bastante, dê exemplos de outros casos que foram tratados e que tiveram bons resultados e enfatize que está percebendo a necessidade de um acompanhamento profissional”, sugere Cláudia. Outra possibilidade seria oferecer palestras às famílias com profissionais especializados, sobre os temas que têm demandado atenção à saúde mental de crianças e adolescentes, diz ela. 

Mais informação, mais auxílio 

A importância do professor é essencial para o acolhimento dos alunos, em diversos aspectos de urgência na saúde, especialmente, no que se refere a questões emocionais. 

“Atualmente os educadores têm contado com maiores estudos e recursos para se conscientizar e se instrumentalizar sobre a importância dos aspectos emocionais no contexto escolar, tanto no que diz respeito ao corpo discente quanto ao corpo docente”, observa a especialista. Para ela, esse cenário tem impactado positivamente na promoção de conhecimento e na implantação de dispositivos nas escolas para “identificação e encaminhamentos adequados às conduções dos casos que se apresentam no espaço escolar”. 

Assim, finaliza, “as iniciativas e os manejos se tornam mais eficazes quando há maior interesse e atenção sobre os aspectos psíquicos envolvidos no desenvolvimento das crianças e adolescentes inseridos nas instituições de ensino”.

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