Violência escolar: causas e formas de reduzir os comportamentos agressivos

Para psicólogo, a agressividade precisa ser combatida por uma tríade de atores: a família, a escola e os profissionais de saúde

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Menino em sala de aula tampa o rosto com as mãos
Casos de violência escolar têm aumentado nos últimos anos
Buscador de educadores parentais
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O número de casos de comportamentos violentos nas escolas tem crescido de forma significativa nos últimos anos. Segundo o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), do governo federal, houve um aumento de cerca de 50% desse tipo de caso, em 2023. Não por acaso, o MEC instituiu recentemente o Sistema Nacional de Acompanhamento e Combate à Violência nas Escolas (Snave), com objetivo de mapear e prevenir ocorrências de violência escolar. 

“Estamos falando de comportamentos agressivos, que podem ser verbais ou físicos, direcionados contra outras pessoas intencionalmente ou não, mas que causam prejuízos físicos, mentais, sociais ou materiais”, explica o psicólogo Felipe Lemos, diretor pedagógico da Luna Aba, empresa que atua na intervenção baseada na terapia ABA (análise de comportamento aplicada). 

Para ele, o desafio desse cenário está em entender o motivo de tais comportamentos. Muitas pessoas tendem a culpabilizar a família, por acreditar que cabe aos pais instruir os filhos para que não pratiquem comportamentos violentos. Há também que afirme que esse é um papel da escola, a qual deve educar os alunos com foco no ensino não só de conteúdos, mas morais, para formar cidadãos. Outros ainda podem pensar que esses problemas são fisiológicos, que algum tipo de transtorno pode estar influenciando esse comportamento.  

“O mais certo é dizer que tudo tem um pouco de verdade”, afirma Felipe. Ele diz que, “em alguma medida, os pais têm a responsabilidade de ensinar para os seus filhos quais são as formas corretas de se comportar em sociedade”. No entanto, alguns pais, por mais bem intencionados e focados na educação de seus filhos que sejam, nem sempre sabem o que fazer, já que algumas vezes essas crianças com comportamentos agressivos possuem algumas necessidades que somente profissionais de saúde mental conseguem ajudar a sanar.   

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Segundo o psicólogo, a escola tem responsabilidade com os alunos em sala de aula, visto que, em algumas situações, essas crises podem ser causadas por tentativas de fuga do ensino, o que leva à necessidade de elaborar um plano individualizado para o aprendizado. “Assim, o aluno tem a possibilidade de aprender dentro das suas capacidades, com o tipo de ensino que lhe é mais eficaz. Percebemos que isso diminui a probabilidade de algumas crises, embora não as impeça completamente”, ressalta o especialista. 

Ele aponta ainda a possibilidade de a criança apresentar algum transtorno, a exemplo dos transtornos de aprendizagem, déficit de atenção e hiperatividade, transtorno opositor desafiador, autismo, entre outras condições que podem causar maior incidência de comportamentos agressivos, por motivos diversos. E nesses casos, os alunos precisam de um suporte maior da família, assim como de apoio escolar para um trabalho mais próximo e personalizado, sendo necessário também a atuação de profissionais de saúde que possam intervir nas características principais de cada um dos transtornos.  

Para reduzir as crises de agressividade na escola, portanto, é preciso um esforço conjunto entre profissionais de educação, saúde e família. “Embora ninguém detenha toda a responsabilidade na causa, todos são um pouco responsáveis pela solução”, conclui o psicólogo. 

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