UNICEF alerta para violência infantil durante isolamento social e divulga orientações

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Várias mãos seguram um recorte em papel de silhuetas de uma família (mãe, pai, filho e filha), ilustrando matéria sobre combate à violência contra crianças e adolescentes na quarentena.
UNICEF preparou orientações que valem para toda a população sobre como agir para proteger crianças e adolescentes. Foto: Freepik
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O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) está fazendo um alerta: é urgente proteger crianças e adolescentes contra a violência neste período de quarentena por conta da pandemia do novo coronavírus. Segundo a entidade, durante o isolamento social milhares de meninas e meninos correm o risco de ficarem mais expostos a situações de violência física, sexual e psicológica. 

Rosana Vega, chefe de Proteção à Criança do UNICEF no Brasil, explica: 

“Neste momento de pandemia, ficar em casa é importante para a proteção contra o coronavírus. Mas é preciso também que todos façamos um esforço extra e estejamos atentos para evitar que crianças e adolescentes sofram agressões e outros atos de violência.” 

A violência dentro de casa é a principal preocupação. Dados de 2017 da entidade mostram que cerca de 300 milhões de crianças na faixa entre 2 e 4 anos são submetidas a disciplina violenta com frequência. Para Rosana, é fundamental que pais e responsáveis tenham apoio para conseguirem criar um ambiente acolhedor e seguro em casa para os filhos e que toda a população esteja atenta, conheça os canais de denúncia e não se cale diante da violência. 

Pensando em tudo isso, o UNICEF preparou orientações que valem para toda a população sobre como agir para proteger esses jovens em tempos de pandemia. Veja abaixo: 

1. Cuide das crianças e dos adolescentes: a casa deve ser um lugar seguro. Por isso, quem vive com crianças e adolescentes deve sempre prezar por um ambiente de amor, carinho, paciência e segurança. 

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2. Cuide de você: em meio a uma pandemia, é fundamental não negligenciar a saúde mental. Siga dicas importantes para a saúde emocional, como manter uma rotina, praticar algum exercício, tentar relaxar ao praticar seus hobbies e se informar sem excessos. Ao se cuidar, você evita descontar sua frustração ou nervosismo em crianças e adolescentes. 

3. Procure ajuda: se precisar de apoio, procure o Centro de Valorização da Vida (CVV) pelo telefone 188 ou pelo site. Caso seja o único responsável pelas crianças e precisar ir ao hospital, procure pessoas de sua confiança ou contate o Conselho Tutelar da sua região para buscar apoio dos órgãos de proteção à criança. 

4. Denuncie: proteger crianças e adolescentes é responsabilidade de todos. Tenha em mãos os canais de denúncia para situações de violência contra eles. A pandemia não pode ser desculpa para relativização de castigos físicos, agressões psicológicas, exploração sexual e violência baseada em gênero, que não podem ser tolerados sob nenhuma circunstância. 

5. Conheça e divulgue os canais de proteção: o acesso à informação é fundamental no combate à violência, principalmente em relação a como agir e como denunciar. Se você for vítima ou testemunhar, souber ou suspeitar de alguma violência, pode acionar o Conselho Tutelar da sua região, ligar no Disque 100 ou, se necessário, procurar a polícia. Divulgue esses canais entre quem você conhece. 

Governos devem combater violência contra crianças e adolescentes também durante quarentena 

O UNICEF aponta que é essencial que governos garantam a continuidade dos serviços de proteção à criança e ao adolescente. Neste momento de pandemia, o Sistema de Garantia de Direitos (órgãos que trabalham diretamente na defesa e promoção dos direitos de crianças e adolescentes) precisa ser fortalecido e seguir atuante. 

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A entidade pede que governos estaduais e municipais garantam que, mesmo durante o período de isolamento: 

  • as denúncias de violações de direitos de crianças e adolescentes possam ser feitas sem demora;
  • os Conselhos Tutelares tenham capacidade de continuar atuando e seus oficiais possam atuar presencialmente em casos graves e emergências respeitando normas de saúde; 
  • processos judiciais relacionados a crianças e adolescentes não sejam interrompidos;
  • o funcionamento do Sistema de Justiça não seja interrompido.

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