Sofrer bullying torna o adolescente mais agressivo?

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Por Phitters

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Foto: PixaBay

 

A tragédia na escola de Goiás, que aconteceu no dia 20 de outubro de 2017, levanta uma questão importante. Qual a motivação que um adolescente tem para matar? Será que sofrer bullying pode influenciar tal ato?

Diversas matérias na imprensa vêm questionando as causas desse crime. Algumas afirmam que foi bullying, outras dizem que não. Entretanto, assim como em qualquer situação extrema, diversos fatores podem ter contribuído concomitantemente, sendo uma junção entre fatores biológico, psicológicos e ambientais. Por isso, afirmar uma motivação para os crimes, sem ter acesso a uma avaliação psicológica e social pode levar a conclusões equivocadas.

De qualquer forma, bullying não é frescura! Muitas pessoas dizem: “no meu tempo não existia isso”, “agora que inventou esse tal de bullying, todo mundo coloca a culpa nele”. O bullying não é um fenômeno recente como muitas pessoas imaginam; ele sempre existiu e vem sendo discutido desde a década de 70, onde se começou a estudar e correlacionar uma série de problemas psicológicos a agressões sofridas por crianças e adolescentes.

O bullying se caracteriza por comportamentos agressivos intencionais e repetitivos. Pode acontecer por meio de violência física (bater, machucar), verbal (expressões desrespeitosas que humilham e ofendem) e psicológica (intimidar, amedrontar, perseguir).

Estudos mostram que o bullying pode levar a condições severas de alterações emocionais (depressão, ansiedade) e contribuir para a apresentação de um padrão de comportamento prejudicial (agressividade, suicídio).

Um grande estudo realizado em 2015 envolvendo 79 países, revelou que casos de bullying alcançam, aproximadamente, 30% dos estudantes. No Brasil, de acordo com uma pesquisa feita pelo IBGE em conjunto com a USP, em 2015, os motivos mais comuns para o bullying são: aparência do corpo (18,6%); aparência do rosto (16,2%); raça ou cor (6,8%) e orientação sexual (2,8%). Outro dado importante é que esse fenômeno ultrapassa classes econômicas, pois os estudantes das escolas privadas praticam mais bullying em relação aos das públicas.

Além disso, a denúncia de casos de bullying em escolas públicas e privadas brasileiras aumentou de 5% para 7%, entre 2012 a 2015. Os pesquisadores consideram que esse aumento pode estar relacionado a mais informação sobre o assunto e ao reconhecimento do problema. No entanto, mesmo com esses avanços na identificação dos casos, uma pesquisa da Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e Adolescência (ABRAPIA) revela que 41,6% das crianças e adolescentes que sofrem bullyng ainda não procuram ajuda, sofrem sozinhos.

Esta pesquisa sugere algumas estratégias para um ambiente saudável na escola e na família, entre elas:

  • Diálogo sobre o bullying

  • Estimulo aos estudantes no combate ao problema;

  • Criação de regras e disciplinas escolares em coerência com o regimento escolar;

  • Estimular lideranças positivas entre os alunos, prevenindo futuros casos;

  • Interferir diretamente nos grupos, o quanto antes, para quebrar a dinâmica do bullying.

No ambiente familiar os pais devem estar atentos a:

  • Mudanças de comportamento dos filhos

  • Falta de interesse de ir para a escola

  • Isolamento

Bullying é coisa séria, ignorar pode agravar a situação.

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