‘Você precisa entender que as dores do seu filho são diferentes das suas’

"O que para você pode ser uma coisa boba, para seu filho, pode ter outro significado. E é preciso respeitar isso nele, sendo empático, colocando-se no seu lugar", diz a psicóloga Andrea Romão

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Você precisa entender que as dores do seu filho são diferentes das suas; imagem mostra mãe e filha sentadas e apoiadas sobre mesa, garota está com mãos segurando bochechas e mãe abraça com mão em sua cabeça
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As pessoas têm problemas diferentes e o que pode ser um incômodo pequeno para um, pode representar algo gigante para outros – vai depender da realidade de cada um. Você deve passar por isso: na sua casa, certamente, há algo que você acha que é um problemão – lidar com as operadoras de telefonia, por exemplo –, e seu marido nem tanto. Da mesma forma, deve haver coisas que para você não são um grande problema, mas para ele, sim.

Essa análise vale para as crianças também. O que para você pode ser uma coisa boba, para seu filho, pode ter outro significado. E é preciso respeitar isso nele, sendo empático, colocando-se no seu lugar, para que ele entenda que tem espaço para seus sentimentos e para expressá-los. Você não irá ajudar seu filho a sair de qualquer situação se não se colocar no lugar dele e
sentir o que ele está sentindo.

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EU vou dar um exemplo que aconteceu na minha casa. Meu filho assistiu a uma série e quando chegou no último episódio ele começou a chorar copiosamente. A princípio, achei que havia acontecido alguma coisa, mas logo percebi que era porque havia acabado a série. Perguntei a ele qual era o seu sentimento e ele me disse que estava triste porque o último episódio era triste. Eu assisti ao último episódio para entender o que ele viu ali que o deixou tão triste. Na verdade, até eu fiquei triste, pois o herói da estória foi embora e deixou todos os amigos para poder se tornar um rei em outro lugar.

Eu disse a ele que entendia o que sentia, que realmente era triste o final da estória, assim como ficar longe dos amigos. Ele me contou sobre o medo que tinha de acontecer o mesmo com ele e os amigos. Se eu tivesse dito que esse sentimento era uma grande bobagem, e não tivesse me colocado no lugar dele, jamais teria tido esta conversa com meu filho. Jamais conheceria um de seus medos.

Você precisa entender que as dores do seu filho são diferentes das suas dores, colocando-se no lugar dele, sentindo o que ele está sentindo. Se você não consegue sentir na mesma intensidade, então pense em uma dor equivalente à sua. Imagine algo que tenha te deixado muito triste.

Eu aprendi que nada, nenhum sentimento, que venha deles é bobagem. Na maioria das vezes, podemos cumprir nosso papel de ajudá-los a serem pessoas melhores, basta estarmos atentos aos seus sinais.

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Andrea Romão
Andrea Romão é psicóloga há mais de 20 anos, pós-graduada em Gestão de Pessoas, com certificações internacionais em Coaching, Programação Neurolinguística, Neurociência e EFT (Emotion Freedon Tecniques). Há dez anos, trabalha com reeducação emocional, ajudando adultos e crianças a entender e lidar com as suas emoções.

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  1. EU vou dar um exemplo que aconteceu na minha casa. Meu filho assistiu a uma série e quando chegou no último episódio ele começou a chorar copiosamente. A princípio, achei que havia acontecido alguma coisa, mas logo percebi que era porque havia acabado a série. Perguntei a ele qual era o seu sentimento e ele me disse que estava triste porque o último episódio era triste. Eu assisti ao último episódio para entender o que ele viu ali que o deixou tão triste. Na verdade, até eu fiquei triste, pois o herói da estória foi embora e deixou todos os amigos para poder se tornar um rei em outro lugar.

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