Artigos
Retorno escolar: agora é tempo de escalonar
Em todo o mundo, 9 em cada 10 estudantes estão temporariamente fora da escola em resposta à pandemia do novo coronavírus, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU).
O principal objetivo da educação como um todo é garantir o atendimento e aprendizado dos estudantes. Entretanto, a vida deve ser preservada a todo custo. Para tal preservação foi essencial o isolamento social, o distanciamento, o fechamento das escolas e a quase total paralisação educacional mundial.
Foram 191 países com escolas fechadas. E no Brasil a situação não é diferente. Tendo em vista que a principal finalidade do processo educativo é o atendimento dos direitos e objetivos de aprendizagem previstos para cada etapa educacional, temos que nos atentar ao fato de que o processo educativo previsto para o ano de 2020 será um tanto divergente do que planejamos, e obviamente com ganhos e perdas singulares.
Leia também: Crianças voltam às aulas na China usando chapéus para manter distanciamento social
A educação não para e a escola também não, pois ensino e aprendizagem são processos contínuos.
E então, vivemos o tempo da educação remota. Diante dos fatos expostos, tivemos há alguns dias o pronunciamento do governo paulista quanto ao retorno às aulas de forma escalonada e iniciando pela Educação Infantil. Mas o aprendizado, o ato educativo nos ambientes escolares deve preservar a vida. Para tanto, o governo paulista comunicou diversas regras e condições para que a retomada fosse possível.
Os dados científicos apresentados pelo governo paulista retrataram ainda pouca aderência da população nos últimos dias à questão do isolamento. Por conta de questões econômicas, o povo está retornando ao trabalho. Há de se flexibilizar o retorno à escola para o público que mais precisa dela, ou seja, pelas crianças de mães trabalhadoras. Se os pais estão retornando ao trabalho e não têm com quem deixar as crianças, há de se começar por elas a
ambientação novamente ao espaço escolar.
Leia também: Crianças em ano de alfabetização: a quarentena pode prejudicá-las?
O retorno presencial será escalonado, e seguirá inúmeras regras e condições de segurança sanitária, para que o vírus não retorne numa segunda onda, como vários cientistas apontam. As escolas estão realizando atividades remotas durante o distanciamento social, mas já temos que iniciar o planejamento para o retorno à escola, haja visto que serão necessários diversos pontos a serem observados:
- O acolhimento – nova adaptação ao ambiente escolar e o amparo psicológico
Com o retorno presencial teremos novo processo de inserção ao ambiente escolar. O choro pode voltar e é preciso ter paciência. O acolhimento também se faz necessário no campo virtual, os laços afetivos bem cultivados, garante a melhor aprendizagem também. - O diagnóstico – conteúdos trabalhados e a serem revistos
Há de se fazer uma avaliação diagnóstica, pois os alunos voltarão em condições extremamente heterogêneas. Teremos os que conseguiram participar das aulas remotas e os que não o fizeram, independentemente do motivo. O replanejamento das ações é necessário e urgente. - A avaliação – as habilidades e competências conquistadas
Durante as atividades remotas também é necessário o processo avaliativo, principalmente, na modalidade formativa. No retorno, a avaliação contínua do processo inclusive nos dirá se será necessário reposição de algum componente curricular, de alguma unidade temática ou não. - O planejamento – o prosseguimento do ano letivo
Precisamos prosseguir. Teremos um longo 2º semestre, onde priorizar as habilidades e conteúdos necessários em consonância com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é nosso dever e alvo.
Muitos são os fatores a serem observados, certo é que estamos crescendo e desenvolvendo competências muito preciosas para a vida. Que após a pandemia não percamos tudo o que aprendemos de tecnologia, que continuemos a nos comunicar intensamente (escolas e famílias) e que a tolerância, resiliência e determinação nos acompanhem.
Quer receber mais conteúdos como esse? Clique aqui para assinar a nossa newsletter.
Iolene Lima
Iolene Lima tem 4 filhos adultos (Rafael, Pedro, Mateus e Rebeca). É pedagoga, pós-graduada em psicopedagogia clínica e institucional. Tem especializações em gestão de instituições escolares, qualidade educacional e alfabetização. Dá formação para professores, palestras para pais e consultoria a gestores escolares.
VER PERFILAviso de conteúdo
É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita. O site não se responsabiliza pelas opiniões dos autores deste coletivo.
Veja Também
A crise da masculinidade começa na infância: quem está ensinando nossos filhos a ser homens?
Pesquisa nacional mostra dado preocupante sobre ausência de modelos masculinos positivos e revela outra ferida silenciosa: metade dos meninos sequer...
As 3 situações de emergência mais comuns com crianças — e o que toda mãe precisa saber agora
Acidentes acontecem rápido e muitas vezes no meio da rotina. Saber o que fazer (e o que não fazer) pode...
Se você tem medo do primeiro encontro entre seus filhos, veja o que aconteceu com Theo e Cecília e viralizou nas redes sociais
O primeiro encontro entre irmãos é sempre uma caixinha de surpresas. No vídeo que emocionou a internet, o pequeno Theo...
Brainrot: “Sinais de que o cérebro do meu filho estava pedindo socorro (e eu nem tinha notado)”
Sabe quando você olha para o seu filho e percebe que ele está ali… mas não está? Pois é. Foi...






