Crianças resilientes são aquelas capazes de se adaptar e reagir a traumas ou perdas sem maiores danos ao equilíbrio emocional. Situações como esta da pandemia, que tem gerado uma série de problemas para as famílias – como o desemprego, o estresse econômico, transtornos mentais nos adultos, o aumento do consumo de álcool e drogas pelos pais, e, ainda maior exposição das crianças a genitores violentos – são consideradas experiências negativas, capazes de gerar traumas e consequências os pequenos. Entre elas, prejuízos na aprendizagem, no comportamento e no bem-estar físico e mental, não só na infância como também na vida adulta. Aprender a lidar com esses eventos adversos com resiliência, no entanto, pode ajudar muito as crianças neste momento.
É o que afirma a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), que divulgou nesta quinta-feira (10) o documento “Funções executivas e resiliência na primeira infância”, em que pediatras avaliam o impacto da resiliência sobre o comportamento infantil.
Elaborado pelo Departamento Científico de Pediatria do Desenvolvimento e Comportamento da SBP, o relatório afirma que ensinar as crianças a enfrentar e resolver problemas faz com que respondam positivamente a adversidades, adoeçam menos e até tenham melhor desempenho escolar.
“Se ela (a criança) consegue desenvolver e regular suas habilidades de concentração, impulsividade, organização, pensamento e criatividade – poderá se recuperar melhor de experiências estressantes, sem apresentar sintomas significativos em sua saúde mental”, afirma o relatório. As funções executivas nas crianças – um “conjunto amplo de processos ou habilidades cognitivas que gerenciam e controlam nossos pensamentos, emoções e ações” – também são destaque na análise dos pediatras como mais um aspecto fundamental para que a criança desenvolva suas funcionalidades de forma adequada.
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Para tanto, o apoio dos pais e cuidadores, por meio de atitudes positivas e acolhedoras são fundamentais. Proteger as crianças e adolescentes de experiências adversas, bem como, oferecer apoio adequado, ajudando-as a gerenciar o estresse, com redes de apoio pautadas no afeto e proteção, pode favorecer a criar crianças resilientes e que tenham o bom funcionamento da funções executivas, esclarece a entidade.
Para a SBP, o pleno desenvolvimento dessas habilidades na infância colabora para a formação de um indivíduo mais preparado para conquistar sucesso, independência econômica, autonomia e prosperidade. “Para a sociedade, o reflexo é uma população mais educada, capacitada e saudável”, conclui o documento.
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