10 ações para ajudar na readaptação da rotina escolar do seu filho

Confira algumas dicas de como tornar a volta às aulas um momento mais tranquilo para as crianças

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Como ajudar seu filho a se readaptar à rotina escolar; duas meninas de máscaras se cumprimentam tocando os cotovelos
Neste início de ano letivo, é importante estar atento se a criança está ansiosa ou apresenta algum outro sentimento preocupante
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Após quase um ano de isolamento social, com atividades remotas e maior tempo dentro de casa, é normal que o relógio biológico das crianças tenha se acostumado a acordar e a ir dormir mais tarde, e que os horários de alimentação e das horas de lazer tenham sido modificados. Porém, com a retomada do ano letivo – seja ele online, presencial ou uma mistura de ambos – e mesmo de atividades extra-escolares como natação e futebol, é importante começar o processo de readaptação das crianças à nova rotina escolar. Isso ajudará a que não estranhem uma mudança brusca no dia a dia, evitando possíveis atrasos, transtornos e birras. A seguir, detalhamos – com a ajuda de gestores escolares, de um pediatra e uma neuropsicóloga – dez dicas de como auxiliar a criança a retomar o hábito de estudos e de como tornar a volta às aulas mais tranquila. Confira!


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1. Redefina horários

Com a volta das atividades escolares, procure fazer com que a criança tenha hora certa para dormir e acordar. Isso já vai ajudá-la a entrar na rotina escolar novamente. Manter um período de sono adequado ajuda no crescimento do pequeno e também no processo de aprendizagem.


2. Organize os materiais

Outra forma de animar a criança para esse retorno é convidá-la para participar da compra e escolha dos materiais escolares. Embora muito pais possam optar pelo reaproveitamento dos materiais do ano passado, incentive seu filho a separar quais os objetos serão necessários neste início de ano letivo. Envolvê-lo na identificação do material também é válido, seja ajudando a colar as etiquetas, seja para escrever o nome em cada caderno e lápis destinados à escola.

3. Tenha paciência com as aulas online

Nas cidades em que a situação da pandemia do coronavírus ainda exige cautela, as escolas têm de oferecer aulas presenciais a um número limitado de alunos – em São Paulo, somente 35% do total de matriculados na escola podem voltar. Há também pais que ainda não se sentem seguros em mandar os filhos à escola. Para as famílias que seguem com as aulas online é preciso um pouco de paciência para poder ajudar o seu filho nas atividades. Muitas crianças não se sentem confortáveis com esse novo formato de ensino, sendo uma árdua missão, muitas vezes, mantê-las concentradas nos estudos e na aula. “Converse sobre a necessidade de ter algum contato com o professor e com os amigos. Coloque a aula online para que a criança fique por perto e veja quem está na aula. Esse momento é muito importante, mesmo que ela não sente e assista ou faça todas as atividades”, indica a coordenadora pedagógica Liliane Gomes, da Escola Stance Dual, em São Paulo.


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4. Prepare o seu filho para o retorno presencial

Para as famílias que optaram pelo retorno à rotina escolar de forma presencial, ainda que com diminuição da carga horária e não todos os dias da semana, Liliane aconselha que os pais preparem os filhos para a convivência com outras crianças. “Usar a máscara em alguns momentos enquanto está brincando em casa, conversar a respeito disso e falar da questão de lavar as mãos com frequência”, destaca a coordenadora. Ela lembra também dos lanches que deverão ser enviados à escola e que não poderão mais ser trocados com os amigos, sendo importante, logo, pensar em alimentos que a criança goste muito. Outra dica é já acostumar a criança com o distanciamento, explicar que apesar da saudade dos amigos, é necessário que eles mantenham distância um do outro, até mesmo na hora da brincadeira.

5. Reforce sobre a prática de lavar as mãos na escola

Por mais que você já tenha falado sobre isso com seu filho, vale reforçar a necessidade de, na escola, lavar as mãos com água e sabão ou higienizá-las com álcool em gel 70% por várias vezes. Por exemplo, antes e após as refeições, após tossir, espirrar, usar o banheiro, e atividades com outras crianças. pós a colocação da máscara. 

6. Atente para o tamanho das máscaras (e a partir de que idade é indicada o seu uso)

É aconselhável não mandar os filhos à escola com máscaras muito grandes, pois isso pode comprometer a própria segurança deles. A coordenadora pedagógica explica que ao usarem máscaras largas, os pequenos se sentem desconfortáveis para brincar ou mesmo falar, já que a peça começa a escorregar do rosto, obrigando-os a levarem as mãos à máscara a todo momento para arrumá-las. O pediatra Paulo Telles acrescenta que o uso de máscaras para menores de 2 anos não é recomendado nem na escola nem em outros ambientes. Já crianças entre 2 e 5 anos podem usar, desde que tenham supervisão constante e se a criança está bem adaptada. Entre 6 e 10 anos as escolas costumam exigir o uso e para maiores de 10 anos e adultos o uso no ambiente escolar é obrigatório


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7. Incentive o vínculo com os amigos

A convivência com pessoas da mesma faixa etária permite que a criança e o adolescente tenham com quem compartilhar os interesses, vivências e conflitos próprios de sua idade. A psicóloga e neuropsicóloga Júlia Penna de Siqueira, do centro clínico do Órion Complex, em Goiânia, ressalta que essas amizades influenciam a formação da personalidade da pessoa. “O vínculo com os colegas amigos é que vai fazer a criança e o adolescente desenvolverem habilidades sócio-emocionais, como aprender a dividir e compartilhar, lidar com as diferenças, com as frustrações, ter empatia, se comunicar de forma mais assertiva e eficaz, ganhar e perder, ajudar o outro, lidar com conflitos, desenvolver a capacidade de enfrentar situações difíceis, respeitar os limites, entre outros”, explica a neuropsicóloga. 

8. Acompanhe o dia a dia escolar de seu filho

Neste retorno após um ano difícil como foi 2020, é essencial que haja integração entre escola e família e uma participação efetiva dos pais na rotina escolar dos filhos, orienta a psicopedagoga Sueli Conte, mantenedora do Colégio Renovação, em São Paulo. “O acompanhamento próximo traz melhores resultados de aprendizado e um aproveitamento mais adequado das atividades pedagógicas para os alunos”, diz. Sueli acrescenta que questões relacionadas ao comportamento das crianças devem estar no radar de todos e ser tratado como tema prioritário. Quando os pais são presentes e acompanham de perto o desenvolvimento educacional dos filhos, em todas as etapas, as habilidades sociais delas aumentam e com isso diminuem as chances de problemas comportamentais, muito comuns hoje em dia.  

A psicopedagoga indica colocar como rotina as discussões sobre assuntos escolares, sempre se envolver nas lições e trabalhos pedagógicos, ter sempre o conhecimento do rendimento da criança na escola, saber como ela está se desenvolvendo nas atividades extras, se interessar em saber quem são seus amigos neste ambiente e qual relação o filho tem com estas crianças, entender como ela se posiciona ou lida diante de conflitos e dificuldades e ensinar autonomia. Praticar todas essas atitudes são bons exemplos de participação dos pais no “mundo escolar” dos filhos. 


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9. Observe os sentimentos da criança neste período

Alguns alunos podem não estar tão desejosos com esse retorno por causa das mudanças de rotina que tiveram durante a pandemia, ao não ter que acordar cedo todos os dias, não precisar se deslocar para escola, ter mais tempo para atividades de lazer ou menos aulas semanais, por exemplo. “Outros, podem não estar querendo voltar às aulas presenciais por terem enfrentado dificuldades e distúrbios emocionais durante a pandemia, como transtornos relacionados à ansiedade, depressão, luto por uma pessoa querida, sobrecarga emocional, conflitos e problemas familiares e financeiros”, aponta Júlia Penna. Nesses caso, a neuropsicóloga sugere que os pais conversem com os filhos sobre o assunto. Perguntar como os filhos estão se sentindo, se estão ansiosos e, neste caso, o que podem fazer para ajudar, são maneiras dos pais oferecem apoio aos filhos neste período, destaca. E se a criança tem receio de voltar à escola, diz a psicóloga, é importante lembrá-la das coisas que ela mais gosta da escola.

10. Mantenha os momentos de lazer

Aos fins de semana e mesmo durante a semana, se possível, não se esqueça de reservar um período do dia das crianças para brincadeiras! Elas são muito importantes para o bom desenvolvimento dos pequenos, ajudando na construção da vivência de mundo, da criatividade e da coordenação motora, entre tantos outros benefícios. Caso seja possível, planeje visitas a parques ao ar livre, visto que essa experiência é muito enriquecedora para as crianças, ao permitir o contato com a natureza e a mudança de ares, ajudando-as a se distrair longe do ambiente de casa.


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