Já é hora de contratar um professor particular?

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Menina sentada na mesa com cadernos e lápis tendo aula com professora particular
Apesar da preocupação dos pais com a defasagem no ensino durante o ano de 2020, contratar um professor particular depende muito das dificuldades apresentadas por cada criança. Às vezes, o problema vai muito além do simples conteúdo.
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Apesar do aumento do número de casos de coronavírus no país, 10 estados brasileiros preveem o retorno das aulas presenciais em fevereiro. Entre eles, estão Acre, Ceará, Maranhão, São Paulo e Paraná, que irão adotar o modelo de ensino misto, com aulas remotas e presenciais. Goiás, por sua vez, já iniciou o ano letivo no último dia 25. Nesse cenário de volta às aulas, sejam elas online, presenciais ou mistas, muitos pais estão preocupados quanto à revisão do conteúdo visto em 2020 e a dificuldade de aprendizagem de muitas crianças nesse período. Assim, muitos cogitam a contratação de um professor particular. Mas será que este é o momento certo para iniciar ou retomar aulas de reforço?

“Normalmente, recomendamos que isso não seja feito logo no começo do ano. Ao contratar o professor particular agora, a mensagem que fica é a de que o pai já acredita que esse filho não será capaz de superar os desafios de aprendizagem que ele terá durante o ano”, explica Taís Bento, uma das fundadoras do SOS Educação.

A recomendação da especialista é que, em um primeiro momento, os pais acreditem na escola e, caso surja alguma dificuldade pontual, contratem um professor da disciplina que a criança apresenta dificuldade. “No Fundamental I, é importante que a família confie no trabalho que a escola vai fazer, pensando que nós tivemos um ano atípico e que as escolas vão dar conta da dificuldade dos alunos e de lacunas que tenham ficado”, complementa. Mas Roberta Bento, outra fundadora do SOS Educação, lembra que talvez o professor seja necessário caso “a própria escola, diante do acompanhamento que fez com esse aluno no ano passado, indique isso”.


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O que fazer antes de contratar um professor particular

Taís ressalta que quando o aluno apresenta dificuldade em todas ou muitas matérias, o problema não é a disciplina em si ou o conteúdo. “O problema é a rotina de estudo desse aluno que precisa ser ajustada. E é esse o nosso trabalho, de ajudar as famílias a ajustar a rotina dos filhos para que eles consigam ter um desempenho melhor na escola”, destaca. Assim, antes de contratar um professor particular, as especialistas recomendam algumas práticas para os pais. São elas:

Crie uma rotina: é importante que a criança estude ou faça as tarefas e trabalhos escolares sempre no mesmo horário. Assim, os pais precisam separar um momento do dia exclusivamente para isso. Se a criança tem aulas regulares pela manhã, separe uma horinha à tarde para rever o conteúdo do dia ou fazer a lição de casa.

Evite distrações: tenha um ambiente apropriado de estudos. Segundo Taís, o ideal é que “seja um espaço que não tenha televisão ligada, celular por perto ou outras distrações porque isso atrapalha muito o desempenho deles”. Além disso, evite deixar a criança estudar deitada na cama ou ainda no sofá. O ideal é que ela tenha um cantinho confortável com boa iluminação e ventilação.

Não assista a aula junto com o filho: “É preciso dar esse momento para o filho interagir com o professor e com os amigos. O pai pode ficar por perto, mas não estar ali assistindo a aula junto com o filho”, destaca Taís. De acordo com Roberta, o papel dos pais é preparar. “Garantir que o filho esteja pronto, arrumado, alimentado e que esteja com o equipamento prontinho na hora em que começar a aula. E avisar: ‘Para o que precisar, estou ali, mas agora a aula é com você'”.

Desenvolva o foco: “Em outro momento da rotina da família, é necessário ter alguma oportunidade para essa criança desenvolver foco, concentração e responsabilidade. Se o único momento que a criança precisa parar, sair das telas, de jogos do celular, YouTube e realmente ter paciência for a hora da aula, ela não conseguirá focar. A hora da aula fica muito chata. Então, uma recomendação é combinar que a hora da refeição é a hora sem tela, inclusive para os pais”, sugere Taís. Essa é uma forma de iniciar o trabalho da concentração e da paciência nos pequenos.

Questionar-se: Será que a dificuldade que a criança apresenta é realmente um problema? “Cada criança é um caso diferente. O que acontece, muitas vezes, é que o pai ou a mãe, olhando de fora, pensa “meu filho não está sabendo fazer”. Mas a causa realmente vai ser identificada por um especialista”, explica Roberta. É comum as crianças apresentarem dúvidas no processo ou ainda terem dificuldade em um conteúdo fundamental que foi exposto anteriormente e, agora, faz-se necessário para o aprendizado de um novo tópico. Ainda sim, um professor particular especializado é importante para identificar esse obstáculo.


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Como escolher o professor ideal?

Apesar dessas dicas, algumas crianças podem precisar de uma ajuda extra. Se esse for o seu caso, as especialistas do SOS Educação dão outras sugestões. “É muito legal que o pai busque alguma recomendação. Existem empresas que são especializadas em reforço escolar”, cita Roberta. Nesse sentido, trabalham muito além do conteúdo defasado e analisam se não existem outras causas para o problema.

“É preciso uma abordagem que ajude essa criança a se relacionar bem com esse conteúdo apesar de ter tido dificuldade. Por isso, é importante ser um profissional, um professor realmente especializado, para que ele saiba lidar também com as questões que estão por trás da dificuldade que aquele aluno está tendo”, complementa a especialista na relação de família e escola.

Dessa maneira, caso vá buscar um professor particular, entre em contato com o colégio do seu filho e peça recomendações de profissionais ou procure as empresas especializadas. Além disso, lembre-se de combinar tanto com o tutor quanto com a criança de que se trata de algo pontual. “O filho precisa saber que ele ainda precisa prestar atenção na aula daquela matéria porque pode ter a ideia errada de que vai ter alguém sempre ali para ensinar o que deveria ter aprendido na aula”, alerta Roberta. Então, o ideal é que se trabalhe o conteúdo pontual que a criança precisa, por exemplo, revisando o conceito básico anterior para o aprendizado do novo conteúdo.


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