Dor de cabeça ou mesmo desinteresse por atividades simples podem ser sinal de algum problema na visão da criança. Comuns na infância, os chamados erros de refração incluem condições como a miopia e o astigmatismo e podem comprometer atividades do dia a dia, assim como o aprendizado das crianças. “Diferentemente do estrabismo, os erros de refração nem sempre são evidentes. É por isso que exames de rotina devem ser feitos anualmente”, afirma Márcia Ferrari, oftalmologista pediátrica do Hospital de Olhos, referência em casos de alta complexidade de oftalmologia. Ela diz que em estágios mais avançados dessas condições, algumas crianças apresentam comportamentos como: se aproximar ou se afastar dos objetos, dificuldade em reconhecer algo comum, tropeçar ou cair com frequência e apertar os olhos para enxergar melhor.
Segundo dados do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), cerca de 20% das crianças em idade escolar apresentam algum tipo de doença visual. No Hospital de Olhos, a miopia lidera o ranking dos casos atendidos. Até os cinco anos, por exemplo, o número de crianças que sofrem de miopia é de cerca de 1%. Aos 10 anos, a porcentagem sobe para 8% e aos 15, já chega aos 15%.
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Principais erros de refração
Os erros de refração ocorrem quando a luz não chega com nitidez à retina, responsável pela formação de uma imagem. Entre eles estão condições como:
- Miopia: dificuldade para enxergar objetos que estão longe;
- Hipermetropia: incapacidade de visualizar claramente objetos próximos e longe;
- Astigmatismo: objetos desfocados tanto perto como longe.
De acordo com Márcia, o diagnóstico precoce é essencial para corrigir estes erros da maneira correta, a fim de evitar limitações da capacidade visual que acarretam o desenvolvimento incompleto da visão. “De maneira geral, as chances de um tratamento eficaz e mais assertivo aumentam quando o problema é detectado em estágio inicial. É fundamental que os exames oftalmológicos sejam feitos logo após o nascimento, como o Teste do Olhinho. Depois, o ideal é que os pais levem as crianças em consultas regulares a cada seis meses, até completar dois anos”, pontua a oftalmologista pediátrica. A seguir, ela destaca alguns dos sintomas mais comuns que podem indicar uma doença visual.
Indicadores de que a criança pode estar com algum problema de visão:
- Dificuldade em reconhecer objetos comuns e pessoas conhecidas;
- Tropeçar ou cair com frequência.
- Apertar os olhos para enxergar;
- Levantar de seu lugar e se aproximar da lousa para ler o que está escrito;
- Desistir de prestar atenção pela dificuldade de leitura da lousa e apostilas/cadernos;
- Dores de cabeça no fim do dia de estudos pelo esforço para tentar ver melhor.
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