Artigos
Famílias com crianças ou adolescentes são as mais afetadas pela pandemia, diz Unicef
Famílias com crianças ou adolescentes foram as mais impactadas pela crise provocada pela Covid-19 no Brasil. É o que revela a pesquisa Impactos Primários e Secundários da Covid-19 em Crianças e Adolescentes, recém-lançada pelo Fundo das Nações Unidas pela Infância (Unicef). Realizado pelo Ibope em todo o País, o estudo mostra que os brasileiros que vivem com pessoas menores de 18 anos em casa foram a maioria entre aqueles que tiveram redução de rendimentos, ficaram sujeitos à insegurança alimentar e, inclusive, à fome, entre outros desafios.
“Embora crianças e adolescentes não sejam os mais afetados diretamente pela Covid-19, a pesquisa do Unicef deixa claro que eles são as grandes vítimas ocultas da pandemia. Suas famílias tiveram as maiores reduções de renda, a qualidade da alimentação que recebem piorou, e muitos de seus direitos estão em risco. É fundamental entender esses impactos e priorizar os direitos de crianças e adolescentes na resposta à pandemia”, afirma Paola Babos, representante adjunta do Unicef no Brasil.
A pesquisa revela, também, que grande parte das crianças e dos adolescentes – tanto de escolas particulares quanto públicas – continuou tendo acesso à aprendizagem na pandemia. No entanto, 9% não conseguiram continuar a aprendizagem em casa, ampliando a exclusão no País. Entre os 91% das crianças que seguiram com acesso à educação, uma percentagem significativa não consegue estudar de maneira regular. “Os resultados deixam claro que o acesso a direitos ocorre de forma desigual no Brasil. Com a pandemia, as disparidades podem se agravar, impactando fortemente quem já estava em situação de vulnerabilidade”, explica Paola.
Diante desse cenário, o Unicef reforça o apelo para que o país dê prioridade às crianças e aos adolescentes na resposta à Covid-19. Isso significa destacar e priorizar os direitos e necessidades de meninas e meninos nos orçamentos, programas e projetos, visando mitigar os impactos da crise – em curto, médio e longo prazos – na vida de crianças, adolescentes e suas famílias.
Leia também: Pediatras alertam para mudanças de comportamento nas crianças durante a pandemia
Resultados da pesquisa do Unicef sobre os impactos da covid-19 em crianças e adolescentes
Redução da renda familiar afetou:
55% dos entrevistados
x
63% das famílias com crianças e adolescentes
Hábitos alimentares mudaram em:
49% da população brasileira
x
58% das famílias com crianças e adolescentes
Destas:
31% passaram a consumir mais alimentos industrializados, tais como macarrão instantâneo, bolos, biscoitos recheados, achocolatados e alimentos enlatados…
Passaram fome
27% das famílias com crianças e adolescentes passaram por algum momento em que os alimentos acabaram e não havia dinheiro para comprar mais
Educação
44 milhões de meninas e meninos ficaram longe das salas de aula no país
91% dos brasileiros que moram com crianças ou adolescentes de 4 a 17 anos que estavam matriculados na escola antes da pandemia afirmaram que eles continuaram realizando atividades remotas de casa (sendo 89% dos matriculados em escolas públicas e 94% nas particulares)
9% de crianças e adolescentes que estavam na escola antes da pandemia, não conseguiram continuar as atividades em casa
Leia também: Que impacto a pandemia deixará nas crianças?
Quer receber mais conteúdos como esse? Clique aqui para assinar a nossa newsletter. É grátis!
Verônica Fraidenraich
Editora da Canguru News, cobre educação há mais de dez anos e tem interesse especial pelas áreas de educação infantil e desenvolvimento na primeira infância. Tem um filho, Martim, sua paixão e fonte diária de inspiração e aprendizados.
VER PERFILAviso de conteúdo
É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita. O site não se responsabiliza pelas opiniões dos autores deste coletivo.
Veja Também
Entrada, prato e sobremesa: 3 receitas práticas para facilitar o Natal
A palavra do fim de ano é “simplificar”. Que tal começar pela ceia?
Por que as festas de fim de ano são tão difíceis para crianças com seletividade alimentar (e como ajudar de verdade)
Pratos desconhecidos, aromas novos e comentários de familiares podem transformar a ceia em um enorme desafio emocional para crianças seletivas....
Menores fora das redes: a exclusão da Austrália é cuidado ou ilusão?
Primeiro país a adotar a medida, a Austrália reacende um debate global entre famílias, escolas e governos: como proteger crianças...
Seu filho não precisa sentar no colo do Papai Noel; 4 cuidados essenciais para crianças neurodivergentes
Com preparo, respeito ao ritmo da criança e uma boa dose de acolhimento, a magia do Natal pode ser especial...






