Padecendo: ‘Não queremos abrir mão de regalias, mas o preço disso é alto’

Leia a coluna de Bebel Soares na #Canguru de setembro.

Por Bebel Soares

Prisao_Depositphotos_125532304_l-2015.jpg (150 KB)

 

Violência urbana, medo, assalto, corrupção, sequestro. Esse é o cenário do país que temos hoje.

Andamos com medo, mas não fazemos nada. Nossa indignação termina quando pensamos que a mudança que poderia vir nos tiraria da nossa zona de conforto.

Nossas soluções são individualistas, assim como nós e nossa mania de querer pensar apenas no nosso problema e viver no nosso universo-umbigo.

Se tudo der errado, o que eu vou fazer? O que eu tenho feito?

– Sair do país?

– Me trancar em condomínios?

– Usar carro blindado?

– Não frequentar espaços públicos?

A questão não é concordar ou discordar, a questão é refletir e pensar na sociedade que queremos. Queremos mudanças? Queremos deixar tudo como está?

Já diz a música Minha Alma (A Paz que Eu Não Quero), do Rappa:

“… paz sem voz Não é paz, é medo! (…) As grades do condomínio São pra trazer proteção Mas também trazem a dúvida Se é você que tá nessa prisão.”

Não queremos abrir mão de regalias, mas o preço disso é alto.

Quem te assalta?

Quem não tem acesso a uma boa educação?

Para quem a pobreza é conveniente?

Temos que parar de pensar em questões pontuais e pessoais e pensar na influência das nossas escolhas no global. Enquanto não conseguirmos nos abrir para um pensamento coletivo, vamos continuar tendo o país que temos hoje. E que nossos filhos terão amanhã.

 

 

Bolinha-bebelsoares.png (669 KB)Bebel Soares é fundadora da plataforma de apoio a mães Padecendo no Paraíso. Na Canguruela fala sobre educação, saúde, alimentação, sexo, inclusão e viagens.

Aviso de conteúdo

É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita. O site não se responsabiliza pelas opiniões dos autores deste coletivo.

Deixe um comentário

Veja Também