O contato com a água na infância favorece a saúde mental na idade adulta

Estudo associa a frequência das crianças a praias, rios e outros "espaços azuis" a benefícios à saúde mental e ao bem-estar na vida adulta

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Mãe e filha entram no mar de mãos dadas
Adultos que frequentaram praias ou rios na infância são mais propensos a valorizar os ambientes naturais | Crédito: depositphotos.com
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Crianças que têm contato com a água, seja em rios ou em praias, são mais propensas a favorecer a saúde mental e o bem-estar na idade adulta, segundo estudo da Universidade de Exeter, no Reino Unido, e publicado no Journal of Environmental Psychology.

A pesquisa observou que indivíduos que recordam experiências da infância em “espaços azuis”, valorizam mais os cenários naturais e os revisitam quando adultos.

“A familiaridade e a confiança dentro e ao redor de espaços azuis na infância podem estimular uma alegria e uma maior propensão a passar tempo recreativo na natureza na idade adulta, com consequências positivas para o bem-estar”, disse Valeria Vitale, principal pesquisadora do estudo, do Departamento de Psicologia dos Processos de Desenvolvimento e Socialização, da Universidade Sapienza, em Roma, na Itália.

As mais de 15.000 pessoas de 18 países que participaram do estudo foram convidadas a relembrar suas experiências com espaços azuis entre as idades de 0 e 16 anos. Elas tinham de observar aspectos como:

  • Quantas vezes visitaram esses espaços
  • Como eram os locais
  • Quão à vontade seus pais/responsáveis estavam em permitir que nadassem e brincassem nesses ambientes

Os entrevistados também tinham de falar sobre quantas vezes estiveram em espaços verdes e azuis nas quatro semanas anteriores à entrevista, bem como o estado de sua saúde mental durante as duas semanas anteriores.

Os autores ressaltaram que estudos anteriores sobre o assunto tendiam a se concentrar apenas no contato com a natureza, comumente associada a parques, espaços verdes e bosques.

A segurança nos ambientes aquáticos

Apesar das boas lembranças que os “espaços azuis” podem trazer, é preciso supervisão constante dos pais quando nesses locais para garantir a segurança das crianças. Segundo dados da ONG Aldeias Infantis SOS, o afogamento é uma das principais causas de morte de crianças com até 14 anos de idade, e provocou 197 internações em 2021 de crianças dessa faixa etária.

A coautora do estudo, Leanne Martin, disse que, embora os ambientes aquáticos possam ser perigosos para as crianças, sua pesquisa sugere que elas se beneficiariam mais se fossem apoiadas para se sentirem confortáveis nessas configurações. Para tanto, ela destaca a importância das aulas de natação.

“Desenvolver habilidades, como nadar, em uma idade precoce pode ter benefícios ao longo da vida não reconhecidos anteriormente”, disse ela.

Mathew White, coautor e cientista sênior da Universidade de Viena, disse que esses estudos destacam a necessidade de gestores urbanos e órgãos locais garantirem seguro e acessível a ambientes naturais para o desenvolvimento mental e físico das crianças.

“Mais trabalho, políticas e iniciativas que encorajem mais experiências no espaço azul durante a infância podem ser uma maneira viável de apoiar a saúde mental das gerações futuras”, disse ele.

Especialistas afirmam que crianças menores de 4 anos podem se afogar em recipientes com até 2,5 cm de água. Por isso, além dos cuidados com as piscinas, como a proteção com cercas e portão com cadeado ou trava de segurança, é preciso atenção com banheiras, bacias e baldes, que devem ser guardados vazios e virados para baixo. Além disso, as crianças nunca devem ficar sozinhas dentro ou perto da água.

Veja 15 dias para evitar afogamentos.

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