Relacionamentos são baseados em trocas e compartilhamentos de afeto, experiências boas e ruins, cumplicidade, companheirismo. É preciso que o casal esteja bem alinhado e de acordo nas atitudes e opiniões para que o relacionamento dê certo, mas nem sempre isto é uma realidade. Nos deparamos, muitas vezes, com comportamentos no outro que nos desagradam, mas ao se irritar, reclamar e falar mal do (da) parceiro (a), não percebemos que estas reclamações podem impactar na formação psicológica do nosso filho.
Quem nunca disse frases como: “Ah, é desorganizado, se parece com o pai”, “Ansioso como a mãe”, “Ainda bem que puxou a minha família, na sua ninguém presta”.
O filho carrega, em si tudo o que recebe da mãe e do pai. Com essas duas partes em equilíbrio, ele compreende quem é e se sente inteiro. Tudo o que ele recebe desses dois será usado para que ele se reconheça como alguém que existe e pertence a um lugar. Esse lugar, de início, é sua família.
Muitos casais, divorciados ou não, iniciam discussões por conta dessa não aceitação do outro nos próprios filhos, e não percebem que ao fazer isto, estão negando o próprio filho. Se os pais se criticam e não se aceitam como deveriam, é muito difícil que o filho não despreze a si mesmo, pois as crianças são leais e nos imitam em vícios, atitudes, fracassos.
Entenda que ao falar mal do companheiro ou da companheira, você também está falando mal do do seu filho, fazendo com que a criança sinta raiva de si mesma, pois afinal de contas ela também não é boa o suficiente para você. Isso pode contribuir para que se torne um adulto com baixa autoestima, inseguro, frustrado e com dificuldades em suas relações. E quando digo relações, digo em todos os âmbitos.
Por isso, não fale mal do seu cônjuge, nem permita que ninguém o faça. Aceite a pessoa que você escolheu. Aceite que foi a pessoa certa para aquele momento e honre isto.
Se for necessário, recorde os momentos da sua relação, as suas escolhas e os motivos para você ter escolhido este relacionamento. Isto vai te fazer buscar os reais motivos da sua escolha e vai te ajudar a aceitá-la com mais facilidade.
Não há outra forma de olhar para o seu filho, se não for aceitando o pai e a mãe que há nele, sem criticá-lo, sem julgá-lo, assim permitiremos que seja feliz. É no reconhecimento da essência do filho, que os laços sistêmicos – que têm a ver com a aceitação que cada um tem de suas características – deixam de incomodar. Ambos, pai e mãe, devemos abraçar, num sentido amplo, o filho, para que ele se sinta inteiro.
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