Cinco mulheres morrem por dia no Brasil, em média, devido a problemas relacionados à gestação, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). E cerca de 92% das situações de morte materna têm causas evitáveis e ocorrem, principalmente, por hipertensão, hemorragia ou infecções. Por isso é tão importante que toda gestante faça o acompanhamento pré-natal – e as medidas de isolamento social da quarentena não podem ser motivo para interrompê-lo.
É considerada morte materna qualquer morte que ocorre durante a gestação, parto ou até 42 dias após o parto. Ela pode ser decorrente de qualquer causa relacionada ou agravada pela gravidez, porém não devida a causas acidentais ou incidentais.
Embora muitas grávidas tenham receio de sair de casa neste período de isolamento social, especialistas ressaltam que manter o acompanhamento médico durante a gestação é essencial. “As principais complicações gestacionais são silenciosas, fazendo com que as pacientes tenham a sensação de que as consultas e os exames são desnecessários”, explica a ginecologista Rebecca Sotelo. “Porém, quando os sintomas aparecem, muitas vezes é necessária a intervenção imediata, com risco de complicações graves e até de morte materna ou do bebê”, diz ela.
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Segundo a ginecologista, durante a gravidez há uma mudança enorme em todos os sistemas do corpo – respiratório, cardíaco, urinário, imune e outros – que podem ficar sobrecarregados. “Na atualidade, a nossa maior preocupação é com a hipertensão arterial, devido às altas taxas de complicações e risco de óbito tanto para mãe quanto para o bebê”, afirma Rebecca.
Doenças silenciosas
A médica destaca que uma das principais preocupações referem-se às doenças que podem não apresentar sintomas. As principais complicações gestacionais são silenciosas, fazendo com que as pacientes tenham a sensação de que as consultas e os exames são desnecessários. “Porém, quando os sintomas aparecem, muitas vezes é necessária a intervenção imediata, com risco de complicações graves e até de morte tanto para a mãe quanto para o bebê”, destaca Rebecca.
Ela também diz que alguns sinais e sintomas devem servir de alerta. “Dores de cabeça ou na nuca, visão turva, sangramento vaginal, febre, inchaço nas pernas e nos braços, corrimento ou secreção vaginal com odor desagradável e ardência ao urinar. Nesses casos o ideal é procurar assistência médica para ser avaliada adequadamente”, orienta a médica.
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Alimentação e hábitos saudáveis são fundamentais
A taxa de mortalidade é um alerta, mas Rebecca esclarece que ao tomar alguns cuidados, a mulher pode reduzir consideravelmente tal risco. “Os dados refletem muito a importância da informação de qualidade e dos cuidados que devem ser seguidos à risca durante a gestação. Para diminuir os riscos durante a gravidez é importante que a mãe mantenha uma rotina saudável. Alimentação balanceada, prática de atividade física e métodos de alívio de estresse são primordiais para a manutenção da saúde, ainda mais nesse momento em que o bem estar mental pode estar prejudicado pela pandemia de Covid-19”, orienta a ginecologista.
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