Por Metro Jornal – Quem diria que, um dia, ele iria virar um homem. Há 40 anos, celebrados neste sábado (24), “O Menino Maluquinho” chegava às livrarias, dando vida a um personagem único na literatura infantil, que conquistou as crianças do país com seu jeito travesso, alegre, sapeca e sorridente.
Ele foi concebido no dia em que Ziraldo, seu criador, comemorava o 48º aniversário. No livro, o personagem de camiseta amarela, bermuda preta e panela na cabeça aparece entre versos e ilustrações de uma turma que também inclui o filho do autor Antônio Pinto, na época com 12 anos. É quase uma poesia desenhada, personificando o que há de mais livre e inocente na infância.
Fenômeno, a obra teve centenas de edições desde o lançamento, vendeu 4 milhões de cópias em mais de dez países e garantiu um Prêmio Jabuti a Ziraldo. Quando se tornou história em quadrinhos, o universo de aventuras sapecas ganhou mais personagens. Foram criados também filmes, óperas, peças, séries e tudo mais, expandindo os limites desse seu pequeno mundo.
O Menino Maluquinho não tem nome, porque possui nele um pouco de todos nós. Suas peripécias cheias de imaginação e ingenuidade nos lembram desse momento da vida quando a espontaneidade do espírito é força motora de novas descobertas.
Edição comemorativa
Do jeito que o menino gosta de uma baguncinha, a data não podia passar sem uma comemoração à altura! A edição de 40 anos do clássico livro vem com conteúdo extra, como textos sobre o livro e a trajetória de Ziraldo, fotos curiosas do criador em seu escritório e dia a dia, e uma linha do tempo do livro, destacando traduções curiosas e os títulos mais engraçados. E, para os pequenos, há ainda um marca página e um toy art para montar. Custa R$ 59.
Nas telonas
Não tardou até que o Menino Maluquinho saltasse dos papéis para as telas. Em 1995, foi lançado “Menino Maluquinho – O Filme”, que se tornou um clássico. Aos 9 anos, Samuel Costa foi selecionado como protagonista entre os mais de 3 mil testes Brasil afora. “Menino Maluquinho 2 – A Aventura”, dirigido por Fernando Meirelles, deu sequência à filmografia, em 1997, com Patrícia Pillar, Roberto Bomtempo e Othon Bastos.
Nas telinhas
“Um Menino Muito Maluquinho” foi a série televisionada pela TV Brasil, em 2006. Com roteiro de Cao Hamburguer e Anna Muylaert (“Que Horas Ela Volta?”), a única temporada de 26 episódios garantiu indicação ao Emmy Award International como melhor programa infanto-juvenil e vitória de outros prêmios. Nela, uma versão de 30 anos do protagonista narra as aventuras do menino aos 5 e 10.
E continua…
O maluquinho ainda consegue cativar simpatia, mesmo se tornando quarentão. A gigante do streaming Netflix está preparando uma nova série animada do Menino Maluquinho, que deve ser lançada no ano que vem. Com isso, o personagem brasileiro vai chegar a mais de 190 países, onde está presente a plataforma
O criador
Se você acha que só o personagem é maluquinho, está enganado. Ziraldo Alves Pinto, nascido em 1932, no mesmo dia que seu personagem, 24 de outubro, teve o primeiro desenho publicado aos 6 anos, na Folha de Minas. Apesar de formado em direito, ganhou notoriedade desenhando na revista O Cruzeiro e no Jornal do Brasil, a partir de 1957. Desenvolvendo linguagem única, também dirigiu peças, fez exposição, ilustrou cartazes, livros, foi um dos fundadores d’O Pasquim e fez uma porção de outros trabalhos, além de ter militado contra a Ditadura Militar