Por Gabriela Cupani, da Agência Einstein ‒ A posição em que o bebê dorme, o local e o tipo de superfície, além da roupa de cama usada, estão entre os principais motivos por trás da morte súbita durante o sono, incluindo os casos de sufocamento ou sem causa aparente. O alerta é de um estudo recém-publicado no periódico Pediatrics, que reforça a importância de medidas de conscientização e de prevenção.
Para chegar ao resultado, os autores avaliaram dados dos Centros para Controle e Prevenção de Doenças (CDC), órgão de saúde dos Estados Unidos, sobre as mortes súbitas de bebês de dois a nove meses, separando os tipos de óbito. Apesar de uma queda por conta das campanhas feitas a partir de 2000, foram registrados 3,4 mil casos nos Estados Unidos em 2019.
“O que o artigo traz de novo é que os fatores de risco para morte por sufocamento são praticamente os mesmos daqueles da morte súbita, incluindo a síndrome da morte súbita infantil”, esclarece Magda Lahorgue Nunes, presidente do Departamento Científico de Neurologia da Sociedade Brasileira de Pediatria e neurologista infantil com certificado de atuação em Medicina do Sono.
Embora os fatores de risco sejam similares, o impacto deles é diferente em cada caso. Por exemplo, o uso incorreto de travesseiros e edredons e o hábito de compartilhar a cama com o bebê trazem mais risco de sufocamento e também aumentam a probabilidade de ocorrer uma morte súbita.
Bebês que dormem de barriga para baixo ou de lado ou, ainda, longe dos pais, também têm alto risco de morte súbita por qualquer causa. Já o fato de a criança adormecer fora do berço aumenta 4 vezes a chance de sufocamento, mas não tem relação com morte sem motivo aparente.
Sono seguro
Segundo os pesquisadores, os resultados reforçam a importância da comunicação sobre práticas seguras do sono em bebês. Isso inclui colocar a criança para dormir sempre de barriga para cima e não manter soltos e próximos edredons, travesseiros, almofadas, brinquedos, pelúcias, mantas e lençóis.
Além disso, o bebê deve sempre dormir no berço, numa superfície lisa e reta – e não em colchões fofos ou sofás. Também é recomendado que os pais compartilhem o mesmo quarto que o filho pelo menos nos primeiros seis meses de vida, mas nunca a mesma cama.
Essas informações são da Sociedade Brasileira de Pediatria e estão alinhadas com as da Academia Americana de Pediatria. Além das orientações do estudo, o órgão dos Estados Unidos também indica oferecer a chupeta durante o sono, já que ela pode proteger contra apneias (mas somente após o aleitamento estar bem estabelecido).
Deve-se, ainda, alimentar a criança com leite materno, cuidar para não sobreaquecer o bebê ou cobrir sua cabeça ao dormir, e evitar a exposição a fumaça, nicotina, álcool e drogas durante a gravidez e pós-parto.
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