Material escolar 16% mais caro exige ‘caça’ aos preços

Depois de um 2021 com escolas fechadas na maior parte do ano, os itens da lista de material escolar retornam de vez ao orçamento das famílias. E chegam também embalados pela inflação. Pesquisa anual realizada pelo Procon-SP entre os itens mais pedidos pelas escolas indica alta média de 16%em relação ao passado.
Três crianças sentadas em carteiras com bastante distanciamento. Em cima das carteiras, há material escolar e álcool em gel
Na volta às aulas, preços de material escolar superam a inflação, o que exige dos pais pesquisa cautelosa

(Por Vanessa Selicani, Metro Jornal) – Depois de um 2021 com escolas fechadas na maior parte do ano, os itens da lista de material escolar retornam de vez ao orçamento das famílias. E chegam também embalados pela inflação. Pesquisa anual realizada pelo Procon-SP entre os itens mais pedidos pelas escolas indica alta média de 16% na lista deste ano em relação ao passado.

A variação é maior que o IPCA, inflação oficial do país, que em 2021 ficou 10,06%. Entre os itens escolares que compõem o índice do IBGE, os produtos que lideram as altas são uniforme escolar (9,57%), caderno (9,45%) e mochila (9,31%). Já os artigos de papelaria subiram cerca de 9%. Os reajustes tornam ainda mais necessário o bom hábito de pesquisar valores antes de comprar.

Variação de até 381%

O Procon-SP encontrou variação de preço de até 381% para o mesmo produto. O item, no caso, era a massa de modelar Abelhinhas Soft, da marca Acrilex, vendida em um local por R$ 12,99 e em outro, por R$ 2,70; o preço médio encontrada do foi de R$ 4,83. Colas também foram encontradas com grandes diferenças, de até 209% nos preços, assim como cadernos (168%) e canetas (180%). Veja a lista completa clicando aqui. A pesquisa foi realizada entre 7 e 10 de dezembro em lojas virtuais.

“A diferença de preço chega a ser escandalosa, o consumidor precisa pesquisar antes de fazer sua compra. Mais do que nunca, é preciso unir forças. E quando os pais se juntam, o poder de compra aumenta muito. Com isso, é possível negociar melhores valores e todo mundo sai ganhando”, alerta o diretor do Procon-SP, Fernando Capez.

Mas que lista é essa?

A postagem de uma lista de material escolar ganhou o engajamento de pais neste mês no Twitter. A imagem dos materiais exigidos para o estudante do berçário 2 mostrava a exigência de dezenas de itens de educação artística, como folhas de papel crepom e palitos de sorvete, e outros mais inusitados, como esponjas, colher de pau, par de meia e CD. “Com essa lista de material, o mínimo que eu espero é que o bebê já saia do berçário 2 com um bacharelado em artes plásticas”, dizia ironicamente a publicação, que ontem alcançava 77 mil curtidas.

Entidades de defesa do consumidor alertam que os pais podem questionar a escola em caso de exageros, além de pedir para ver a lista antes de matricular o aluno. “A escola não pode exigir a aquisição de produtos de uma determinada marca ou local específico, nem materiais de uso coletivo, como sabonetes, papel higiênico, grampos e clipes”, explica a advogada Tatiana Viola de Queiroz, especializada em direito do consumidor.


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Dicas antes de sair às compras

  1. Pesquisar, pesquisar e pesquisar! Confira as condições em diferentes pontos de venda, comparando marcas e estabelecimentos. Na impossibilidade de comprar cada item em locais diferentes, a saída é pesquisar a lista como um todo.
  2. Reunir outros pais e fazer a compra em conjunto também é outra forma de economizar.
  3. Usado novinho em folha: Antes de ir às compras, a família pode analisar itens do ano passado e selecionar tudo o que pode ser usado novamente este ano, como tesoura, régua e mochila, por exemplo. No caso dos livros, vale a pena procurar pais de alunos mais velhos para emprestar ou comprar por um preço mais acessível.
  4. Filhos em casa: Também é aconselhável não levar os filhos às compras, para evitar pressões por produtos da “moda”.
  5. Avalie a qualidade dos itens, o preço e as condições de pagamento.
  6. Atenção às exigências: As escolas não podem solicitar a compra de materiais de uso coletivo, como papel sulfite em grandes quantidades, materiais de escritório, papel higiênico, copos e talheres descartáveis, produtos de limpeza, entre outros. A lei federal 12.886, em vigor desde 2013, proíbe a inclusão destes itens e determina que os custos correspondentes a este tipo de material sejam incluídos no valor da anuidade escolar. Os pais têm o direito de conhecer a lista antes de assinar o contrato. Caso não esteja pronta, a família pode solicitar a relação do ano anterior para ter uma base e combinar com o colégio uma data para receber a atual.
  7. Escola não pode determinar o local da compra: A escola também não pode determinar a marca ou papelaria onde o material deve ser comprado, nem exigir a compra dentro da instituição. A única exceção é para as apostilas fabricadas pela própria escola. Se este material for obrigatório, o colégio deve informar aos pais na hora da matrícula.

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