‘Pantera Negra’ estreia e traz à tona a importância da representatividade

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    Por Catarina Ferreira

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    Foto: Divulgação

    O 18º longa dos Estúdios Marvel estreou esta semana. O filme conta a história da de T’Challa (Chadwick Boseman) príncipe de Wakanda, reino fictício localizado no centro do continente africano. Com um elenco principal composto apenas de atores negros, o filme traz a tona assuntos como representatividade e protagonismo feminino.

    A Canguru conversou com a psicóloga e ativista do movimento negro Cátia Cipriano sobre a importância do longa para os pequenos. O personagem é o primeiro super-herói negro a protagonizar um longa da Marvel, nós listamos abaixo alguns dos pontos levantados pela especialista:

    A criança também é um super-herói:

    Cipriano explica que há uma projeção da criança no personagem, e o mesmo acontece com os adultos. E, nesse aspecto, a presença de super-heróis negros e de elementos da cultura negra são essenciais. “A criança tende a buscar em figuras simbólicas na construção do ego, uma construção de si mesma. Ou seja, ela se enxerga em uma boneca negra, em um personagem negro, e se valoriza como ela é. Assim não procura um ideal de beleza, de força e de heroísmo em características que ela não carrega.”  

    Ainda segundo Cipriano, com referências como as vistas no filme a criança pode ter uma construção de ego mais positiva, buscar elementos que remetam a sua origem e sua identidade, tudo isso contribui para que ela cresça com a autoestima saudável.

    Cultura negra em evidência:

    A psicóloga nos conta que a popularidade do filme e o alcance da produção são muito importantes para a valorização da estética negra como um todo. “A arte, a beleza, a religião de origem negra tem estado cada vez mais evidentes e isso se dá por conta de uma transformação social” afirma a especialista.

    E este é um dos pontos em que Pantera Negra se destaca. No longa, Wakanda é a nação mais desenvolvida da Terra e busca unir o melhor dos dois mundos: ao mesmo tempo que possui tecnologia altamente avançada ela se mantém fiel às suas tradições milenares. O reino se esconde dos demais países, temendo que seus avanços não sejam bem recebidos pelas nações ocidentais.

    Cada uma das cinco tribos de Wakanda tem cultura e identidade própria, suas características remetem a elementos da cultura africana. O nome do país, por exemplo,  foi inspirado em uma tribo do Kênia chamada Wakamba, que também é conhecida como Kamba.

    Protagonismo feminino:

    Cipriano conta que a representatividade da mulher negra também tem crescido de forma positiva.  Nesse aspecto, o filme contribui com a presença de personagens femininas com papéis essenciais. Como a general Okoye (Danai Gurira), a guerreira Nakia (Lupita Nyong’o) e a cientista Shuri (Letitia Wright), irmã do rei. Juntas, o trio não mostra mulheres frágeis, ou simplesmente coadjuvantes, elas têm toda a estratégia nas batalhas e são o cérebro por trás das invenções de Wakanda.

    “Se ver numa figura com as características dela e que a personagem é uma heroína, uma mulher forte que luta pelo seus ideais, ajuda a ver a si mesma como protagonista da sua história” afirma a especialista.

    Classificação indicativa:

    Pantera Negra, assim como outros longa de super-heróis, tem classificação indicativa para adolescentes. Porém, a existência de brinquedos e peças publicitárias voltadas ao público infantil, faz com que o interesse dos pequenos nesses personagens cresça, ainda mais em filmes que inspiram representatividade como o caso de Pantera Negra e também do longa Mulher Maravilha (2017).

    A classificação etária acima de 12 ou 14 anos se dá principalmente pela presença de cenas de violência. Para os pais que querem apresentar estes super-heróis aos pequenos, a psicóloga reitera a importância do diálogo. “Orientação, conversar para estabelecer limites e mostrar para a criança o que naquele momento é ou não interessante para que ela veja é essencial” afirma a psicóloga. Apresentar um brinquedo, ler uma história ou brincar com a criança, podem ser alternativas para fugir das cenas de violência dos filmes.

    Repercussão:

    A ONG Ciranda Para o Amanhã criou uma campanha de crowdfunding para levar crianças e adolescentes de abrigos em São Paulo para assistir ao longa. A instituição  trabalha com crianças e jovens em situação de vulnerabilidade social em abrigos da capital. Você pode contribuir aqui.

    Confira aqui o trailer do longa:

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