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História de Mãe: ‘Oito dias no Chile sem meu filho’

Por Mariana Isabel
Por que nós mães nos obrigamos a ficar longe dos filhos devido ao trabalho ou outras obrigações e não nos permitimos o mesmo distanciamento se o motivo for lazer? Nunca tinha parado para pensar sobre isso, até marcar minha viagem.
Conhecer o Chile era um desejo antigo, mas levar o Felipe não estava nos planos, então essa seria uma viagem só para adultos.
Serão oito dias longe dele. Nunca fiquei tanto tempo nem tão distante assim — ele só tem 2 aninhos. Pensar nisso me traz muita ansiedade e conflitos pessoais e, para ajudar a resolver esses anseios, conversei com várias amigas, pesquisei o assunto em alguns blogs de que gosto, e me surpreendi muito com o resultado.
Descobri que a grande maioria das mães diz que nunca faria uma viagem a lazer sem os filhos. A trabalho, com certeza, mas a lazer, não. Algumas dizem não ter essa vontade, outras dizem faltar coragem. Poucas concordam que, apesar de difícil, viajar sem os filhos é muito importante, é necessário para a saúde do casamento. Que o casal precisa de um momento só deles, afinal, além de mães, somos também esposas, ou namoradas, ou estamos tentando fazer algum relacionamento funcionar.
Eu teria me juntado a esse coro, encontraria ali a compreensão de que precisava, não fosse por um detalhe: meu marido também não vai comigo. Iremos apenas eu e minhas duas melhores amigas. Passaremos oito dias no Chile passeando e conhecendo paisagens incríveis.
Quase todas as mães com quem compartilho esse plano se surpreendem. “Nossa, mas você terá coragem de deixá-lo para trás?”, dizem em tom de surpresa, e até mesmo de repreensão, e eu não entendo o motivo. Por que conseguimos passar um período longe dos filhos e do marido, mas não podemos aproveitar esse mesmo tempo sem estar atreladas a obrigações com o trabalho ou com o casamento? Por que será que assumimos com certa facilidade compromissos por obrigação, mas não nos permitimos o mesmo distanciamento por prazer? Será que é tão difícil e assustador assim, seria preciso tanta coragem?
Ainda não sei essas respostas. Enquanto escrevo este texto, estou a apenas 48 horas de embarcar e com o coração apertado, com um medo danado de querer voltar no meio do caminho.
Felipe ficará aos cuidados do pai dele, que apoiou minha ideia desde o início e está me passando muita segurança. Nesses oito dias, ele fará sozinho tudo que nós dois fazemos juntos desde que Felipe nasceu. Não vai ser fácil, ele sabe disso, mas será que ele imagina quão difícil será?
Ainda não posso prever o que me espera no final dessa jornada. A única garantia que tenho é que aprenderei muito, e dividirei essa experiência com todas as mães que agora me leem. Quando retornar, contarei como foi a temporada longe do meu marido e filho no site da Canguru, ainda no mês de setembro.
E então, quer embarcar comigo nessa viagem?
Canguru News
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