Artigos
História de Mãe: Milagres na vida de uma mãe com deficiência

Por Fabíola Fernanda do Patrocínio Alves
Quando eu tinha quase 4 anos, sofri uma doença e adquiri deficiência nos membros inferiores, deixando de andar. Considero que a maternidade é um milagre maravilhoso que Deus me concedeu, pois foram muitos os desafios superados até poder ter minha filha em meus braços.
O primeiro surgiu aos três meses de gestação, quando tive que substituir o aparelho ortopédico e as bengalas que eu usava para andar pela cadeira de rodas, por causa da cinta pélvica. Na infância, eu tinha muita dificuldade em aceitar a cadeira de rodas, porque sentia vergonha. Então, a gravidez provocou minha “amizade” com a cadeira, que hoje é minha principal forma de locomoção.
Quando eu estava entrando no sexto mês de gravidez, meu mundo desabou em uma consulta de pré-natal. A ultrassonografia apontou que minha placenta estava amadurecendo precocemente e que havia um grande risco de parto prematuro. Minha mãe perguntou ao meu médico sobre a possibilidade de a gravidez ir ao nono mês e ele respondeu que estava convicto de que não iria.
Tive que deixar meus três empregos e ficar de repouso, realizando exames quinzenais para acompanharmos a placenta. A cada exame, novas conquistas. Certo dia, meu médico reconheceu: “Isto é um mistério! Não consigo explicar como a bebê continua se desenvolvendo com uma placenta nessas condições”! E, desse modo assombrosamente maravilhoso, Esther foi formada. Contrariando as perspectivas médicas, entrei no nono mês de gestação e, no dia 5/12/2011, ela nasceu.
Hoje minha filha tem 5 anos e é uma bênção em minha vida! Deus me dá estratégias para cuidar dela e minhas limitações físicas não impedem o exercício da maternidade. Construo essas estratégias a cada dia. Por exemplo, se tenho que levá-la ao médico e o lugar é de fácil acesso, com estacionamento, levo sozinha. Para deixá-la na escola, conto com a ajuda de uma monitora, que busca minha filha no carro. Passeamos juntas, amamos ir ao Mercado Central, ao shopping… e a regra é simples: saio sozinha com ela dependendo das condições de acessibilidade. Caso contrário, saímos apenas com meu marido. Há muito tempo minha filha já entende minhas limitações e também me auxilia muito. Ela já me ajuda a retirar a cadeira de rodas do carro, e em casa me “socorre” quando preciso apanhar um objeto que não alcanço.
Sinto-me feliz em compartilhar minha história, porque acredito que pode servir de incentivo para muitas mulheres com dificuldades relacionadas à maternidade. Não quero ser tomada como exemplo, mas apenas deixar esta reflexão: podemos ir muito mais longe do que acreditamos.
Fabíola Fernanda do Patrocínio Alves é psicóloga, mestre em psicologia, doutoranda em educação e mãe de Esther.
Canguru News
Desenvolvendo os pais, fortalecemos os filhos.
VER PERFILAviso de conteúdo
É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita. O site não se responsabiliza pelas opiniões dos autores deste coletivo.
Veja Também
Se o seu filho engasgar, você saberia agir em segundos, de acordo com as novas orientações?
Protocolos internacionais foram atualizados pela primeira vez em décadas e já começaram a ser aplicados no Brasil. Especialistas explicam o...
5 passeios de Natal gratuitos para curtir com as crianças em São Paulo
Luzes, magia, Papai Noel, circo e até patinação no gelo, selecionamos programas deliciosos para entrar no clima natalino com a...
Gripe K e H3N2: o que os pais precisam saber sobre a “nova gripe” que acendeu alerta no mundo
Variante do Influenza já tem primeiro caso identificado no Brasil. Segundo especialistas, a vacinação continua sendo a principal proteção para...
Por que o refluxo atinge quase todas as gestantes (e o que realmente vale a pena fazer)?
Alterações hormonais e o crescimento do útero aumentam o risco de azia e regurgitação. Gastroenterologista ensina medidas simples — e...






