Garoto de 8 anos fatura R$ 105 milhões e é o youtuber mais bem pago do mundo

    1002
    Buscador de educadores parentais
    Buscador de educadores parentais
    Buscador de educadores parentais

    Da redação

    Ryan tem apenas oito anos e seu canal no Youtube, o Ryan’s World (Mundo de Ryan), em que analisa brinquedos, foi apontado como o que mais ganhou dinheiro no mundo com a plataforma, segundo ranking da revista Forbes. Em 2019, ele recebeu US$ 26 milhões (cerca de R$ 105 milhões), acima dos US$ 22 milhões (R$ 89 milhões) que havia ganho em 2018.É o segundo ano consecutivo que o youtuber mirim conquista esse título. A classificação da Forbes leva em conta a receita a partir de anúncios nos vídeos, conteúdo patrocinado, vendas de mercadorias e passeios, revela matéria publicada pela BBC News Brasil. 

    As páginas de Dude Perfect e Nastya no Youtube ficaram em segundo e terceiro lugares na lista da Forbes, respectivamente, com US$ 20 milhões (R$ 81 milhões) e US$ 18 milhões (R$ 73 milhões) arrecadados. Dude Perfect é feito por cinco amigos de faculdade, por volta de 30 anos, que brincam com brinquedos como armas Nerf. Já o perfil Nastya mostra vídeos de Anastasia Radzinskaya, que nasceu no sul da Rússia, e tem paralisia cerebral.

    Carreira de youtuber não dura muito tempo

    Ryan mora com a mãe, o pai e as irmãs gêmeas, no Texas (EUA) e costuma lançar um vídeo novo por dia no seu canal. A página tem 22,9 milhões de inscritos. Recentemente, o youtuber mirim disse à rede de TV americana NBC que as pessoas gostam de seu trabalho porque ele é “divertido e engraçado”. Seu clipe mais acessado tem 1,9 bilhão de visualizações, dura quase seis minutos e ele aparece correndo em um brinquedo inflável em seu jardim, “caçando” ovos de plástico com brinquedos dentro.

    Chris Stokel-Walker, escritor especializado na cultura da internet e autor de um livro sobre youtubers, disse à BBC que o caso de ryan é uma exceção, pois, em geral, as pessoas que têm canal no YouTube não conseguem dar certo.

    Excesso de anúncios em canais infantis preocupa

    Os vídeos apresentados por crianças recebem, em média, três vezes mais acesso do que outros tipos de canais populares, segundo estudo do instituto americano Pew Research Center. A quantidade de anúncios veiculados nessas plataformas com foco nas crianças tem chamado a atenção. Em janeiro de 2019, o Ministério Público de São Paulo deu entrada em uma ação civil pública contra o Google, empresa dona do YouTube, devido a ‘abuso de publicidade contra o público infantil’. O processo segue em andamento e corre em segredo de justiça, segundo informou o Instituto Alana, cujo programa Criança e Consumo também está envolvido na ação contra a multinacional de serviços e softwares.

    Em âmbito mundial, um acordo da Comissão Federal do Comércio (FTC) americana com o Google, feito em setembro deste ano, definiu que a empresa pagasse uma multa de U$$ 170 milhões e adotasse novas políticas de proteção às crianças no Youtube. Assim, os canais que disponibilizarem conteúdo infantil não poderão mais monetizar seus vídeos com base no perfil, registro de preferências e comportamento do usuário. Além disso, recursos como comentários e notificações para os inscritos serão desativados em conteúdos voltados às crianças, explica artigo dos advogados Livia Cattaruzzi e Pedro Hartung, do programa Criança e Consumo, do Instituto Alana, para o jornal Nexo.

    Em resumo, dizem os advogados, a principal mudança anunciada – fim da coleta e uso de dados de crianças para direcionamento publicitário – busca garantir que o YouTube esteja finalmente em conformidade com o que impõe a lei americana Coppa, de proteção à privacidade de dados de crianças na internet.

    Na prática, espera-se que as propostas sejam aplicadas pelo Google em nível global e que sejam divulgados dados sobre o monitoramento e cumprimento do acordo periodicamente, com o intuito de impedir futuras irregularidades.

    Crianças estão em massa no Youtube

    Embora destinado a maiores de 18 anos, estudos indicam que o público infantil frequenta essa plataforma . A pesquisa TIC Kids Online Brasil 2017, mostrou que 73% das crianças e adolescentes de 9 a 17 anos acessam a internet para comunicação e redes sociais e 77% assistem a vídeos, programas, filmes ou séries na internet, sendo que esse número sobe para 84% entre crianças de 9 a 10 anos.

    A presença nas redes também pode levar algumas crianças e adolescentes a se preocuparem demais com o que postam e se o conteúdo será aceito pelos amigos. “A busca pela aprovação faz parte do processo de desenvolvimento da criança e do adolescente, mas no mundo dos ‘likes’ pode ficar muito intensa. Devemos observar o impacto deste envolvimento e ver se as frustrações, críticas e rejeições estão sendo bem administradas”, orienta a psicóloga Juliana Aragão, especialista em crianças, adolescentes e famílias, em matéria para a Canguru News. De acordo com a especialista, é preciso explicar para os pequenos que a vida é maior que o mundo virtual e existem outros meios para se sentir querido e aceito, além do número de seguidores ou de visualizações que um youtuber mirim recebe.

    DEIXE UM COMENTÁRIO

    Por favor, deixe seu comentário
    Seu nome aqui