Por Rafaela Matias
Com o objetivo de chamar a atenção do poder público para a grave crise financeira que assola o hospital, funcionários e pacientes do Sofia Feldman farão uma manifestação nesta quarta-feira, 8, às 9h, em frente à unidade, na Rua Antônio Bandeira, 1.601, bairro Tupi. O protesto, batizado como #AbraceoSofia, é uma iniciativa do Conselho Municipal de Saúde de Belo Horizonte em parceria com organizações não governamentais, sindicatos, conselheiros e voluntários.
Segundo informações do Sofia Feldman, existe hoje um déficit operacional de 1 milhão de reais por mês, que deixou os funcionários sem reajuste desde 2013 e com salários e 13º atrasados. Diante da situação, a unidade afirma que há risco de redução nos atendimentos por falta de recursos. “Estamos asfixiados. Podemos morrer por inanição”, lamenta o diretor técnico-administrativo, Ivo de Oliveira Lopes.
Eles atribuem o déficit a uma falha da Prefeitura de Belo Horizonte. Segundo o hospital, que é uma instituição filantrópica e que realiza 100% de seus atendimentos pelo SUS, a composição de sua receita é proveniente exclusivamente de recursos públicos, mas somente a União e o Estado enviam fundos, enquanto a gestão municipal apenas faz o repasse, não adicionando qualquer aporte financeiro que beneficie o local. Em nota, a PBH afirmou que o SUS-BH repassa ao Hospital Sofia Feldman mensalmente todos os recursos financeiros que a instituição faz jus, estando em atraso somente o recurso referente ao incentivo de cirurgias eletivas, devido a problemas com os repasses estaduais para este fim – mas que já estão com as datas de pagamento acertadas.
A prefeitura disse ainda que nos últimos três anos, a Secretaria Municipal de Saúde transferiu ao hospital valores na ordem de R$176 milhões, uma média mensal de R$ 5 milhões. Como o valor gasto por mês na unidade, segundo representantes do Sofia Feldman, é de R$ 5,8 milhões, é inevitável que o déficit continue existindo com o repasse atual, a menos que as autoridades pensem alternativas para ampliar os fundos de incentivo.
O Sofia Feldman é hoje a maior maternidade do Brasil em número de partos, com cerca de 11 mil nascimentos por ano. É também a maior unidade de atenção neonatal de Minas Gerais, com média de 150 internações por mês, atendendo famílias de vários municípios mineiros e de outras partes do país.