Filho de peixe, peixinho é

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Compartilhar um hobby com os pequenos é uma forma de passar mais tempo juntos, em atividades que agradam a adultos e crianças

Por Larissa Coelho

O fotógrafo Kayo Moraes e Arthur, de 4 anos: domingo na pista de skate no Barreiro
O fotógrafo Kayo Moraes e Arthur, de 4 anos: domingo na pista de skate no Barreiro

Skatista desde os 8 anos de idade, o fotógrafo Kayo Moraes, de 28, precisou deixar o esporte de lado após a chegada de seu filho, Arthur, atualmente com 5 anos. Mas a privação não durou muito tempo. Foi só o garoto assoprar as velinhas de seu segundo aniversário que Kayo passou a levá-lo em “rolês” com sua antiga turma. Aos 4, Arthur já fazia algumas manobras e até descia rampas não muito íngremes. “O primeiro skate do Arthur, que ele tem até hoje, foi montado com muito carinho por vários amigos meus”, lembra. “Cada um deu uma peça de presente, mostrando quanto eles gostam da sua presença em nosso meio.” Todos os domingos pela manhã, pai e filho vão juntos à pista de street do Barreiro. Também brincam no pátio do prédio em que moram, na casa da avó e usam o skate como meio de transporte para irem até a padaria. Além de passar um tempo junto e se divertir com Arthur, Moraes conta que dá boas risadas com o menino, que se sente “muito radical” sobre as quatro rodas.

A gerente financeira Cátia Vieira com Gabriela, de 2 anos, e Giulia, de 5: meia-calça, collant e tutu
A gerente financeira Cátia Vieira com Gabriela, de 2 anos, e Giulia, de 5: meia-calça, collant e tutu

Compartilhar um hobby com o filho, como faz o fotógrafo Moraes, pode ser uma ótima forma de estender o convívio entre adultos e crianças. A psicóloga clínica Débora Izidorio explica que, se a atividade é realizada em comum acordo, favorece a integração e o estreitamento do laço familiar. Mas é preciso cautela. “Deve-se ter cuidado para não querer se realizar por meio dos filhos, pois isso pode causar frustração em ambos”, diz. É importante ter bom senso para escolher algo que não seja apenas do gosto pessoal dos pais e levar em conta a individualidade e habilidades dos próprios filhos. Foi o que quase aconteceu com a gerente financeira Cátia Carvalho Vieira, de 29 anos. “Confesso que quando coloquei a Giulia no balé era para realizar um sonho meu mesmo”, admite. “Por sorte, ela ama e não faz por obrigação.” Cátia conta que praticou a dança na infância e adolescência, mas teve de abandonar a sapatilha. Além de Giulia, de 5 anos, que se esmera no plié, no frappé e no fondu, a pequena Gabriela, de 2, arrisca alguns passinhos. Apesar de ainda não ter idade para frequentar a mesma escola da irmã, faz aula em seu colégio. Em casa, mãe e filhas treinam algumas coreografias juntas. E as três adoram quando combinam de se vestir a caráter, com tutu, meia-calça e colant. Tudo, claro, cor-de-rosa.

Paulo Henrique, com a mãe, a personal trainer Patrícia: a missão do garoto é levar o pai ao tatame
Paulo Henrique, com a mãe, a personal trainer Patrícia:a missão do garoto é levar o pai ao tatame

Fazer uma atividade física junto aos pequenos é uma forma de animá-los. A personal trainer Patrícia Nogueira, 37 anos, tinha praticado tae kwon do na adolescência e quis levar seu filho, Paulo Henrique, hoje com 7 anos. Em 2013, encontrou a academia Kuirogui, no bairro Santa Tereza, com aulas em que adultos e crianças treinam juntos. Patrícia está na faixa vermelha, a penúltima de sua categoria. Paulo Henrique está na roxa, a sexta das dez cores infantis. “Por se tratar de uma arte marcial, o tae kwon do auxilia não apenas a coordenação motora, mas ensina a importância da disciplina e do respeito”, afirma Patrícia. “É inenarrável o prazer de estar junto com o meu filho em algo que nós dois gostamos, ver a sua alegria quando aprende algum movimento novo e sentir a sua empolgação a cada faixa conquistada.” Quando começaram a treinar, a personal tinha acabado de ganhar sua filha Carolina, atualmente com 3 anos. Nos intervalos das aulas, a pequena aproveita para dar alguns golpes. No próximo ano, participará como aluna. A missão de Paulo Henrique é levar o pai, o policial militar Cleber Nogueira, de 37 anos, ao tatame. Até agora, o PM conseguiu se esquivar. “Sempre que eu cobro, ele diz que vai combinar”, conta o garoto.

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