Se você é pai de menina e tem amigos com filhos meninos, provavelmente já ouviu essa expressão do título de hoje. Se for o contrário (pai de menino), talvez até já tenha dito isso, mesmo que “por brincadeira”. Assim como essa frase, existem mais um tanto de outras que crescemos ouvindo e repetindo por aí. Fato é que expressões como essas incentivam e ensinam comportamentos machistas para nossos filhos e não contribuem em nada para uma construção de uma sociedade com maior equidade entre homens e mulheres.
Toda vez que uma notícia, como a do anestesista que estuprou uma mulher em pleno parto, vem à tona, fico pensando no nosso papel de pais e educadores, na responsabilidade que temos de ensinar o que é correto, o que é ético, o que deve e o que não deve ser feito pelos nossos filhos.
Segundo o Ministério da Saúde, três crianças ou adolescentes são abusadas sexualmente no Brasil a cada hora – e isso com base apenas nos dados que são devidamente registrados.
Por mais difícil que seja proteger nossos filhos de situações como essa, devemos manter sempre um canal de diálogo aberto e transparente com eles em relação a situações que podem ocorrer.
Devemos falar abertamente com eles sobre o que é abuso, como e quando ele pode acontecer. Devemos mostrar que ele pode ocorrer dentro de casa, com pessoas próximas etc. Devemos também ensiná-los a pedir socorro, a reagir em situações adversas.
Quando você consegue abrir esse canal de comunicação e confiança com seus filhos, meio caminho já está percorrido. Isso não impedirá que o abuso aconteça, mas irá diminuir em muito, as chances do mesmo.
Como pais e educadores, temos um papel fundamental no combate à prática do abuso. Seja não fomentando frases e comportamentos machistas, como o da frase do bode e da cabrita que citei no título, seja na construção de uma base sólida de diálogo e confiança.
É um trabalho árduo, complexo e difícil de lidar. Mas não é impossível. Cabe a cada um de nós plantarmos essa semente de esperança, junto aos nossos filhos, para que menos crianças e adolescentes passem por isso no futuro. E mais: para que nossos filhos cresçam com a conscientização do que é certo e errado na vida.
A bola está conosco. Sejamos firmes e fortes na missão que nos foi dada: educar nossos filhos para o futuro e para o mundo.
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