Cuidado com a maneira como você corrige seu filho!

Tudo o que falamos fica registrado no córtex cerebral e o que determina a qualidade do registro são as emoções que colocamos na memória

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O desafio de usarmos emoções saudáveis ao educar os filhos; mãe está sentada em banda de janela com filho no colo
"Cada palavra que nós falamos é uma semente", diz Camila Cury
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“A palavra não volta”, como diz o ditado popular. Cada vez que falamos algo, isso fica registrado na mente por meio de um fenômeno chamado RAM, Registro Automático da Memória, e jamais pode ser apagado.  

Neste artigo, trago um pouco do conhecimento do funcionamento psíquico para que suas intervenções com seu filho possam ser produtivas e inteligentes. A nossa educação ou promove mudança ou se perde no caminho da ansiedade e das palavras limitantes. Por isso, é essencial ter cuidado com a maneira como você corrige seu filho!

Nossa educação deve ser para expandir a capacidade dos nossos filhos e não limitar. Por vezes, quando não conhecemos a mente humana acabamos cometendo alguns equívocos no processo educacional. 

Como disse acima, tudo o que falamos fica registrado no córtex cerebral e o que determina a qualidade do registro são as emoções que colocamos na memória. Ou seja, quanto maior a emoção, maior é o registro e maior é a memorização daquela experiência, conteúdo, pessoa etc.  

Por isso, nós, mães e pais, temos o grande desafio de utilizarmos emoções saudáveis no processo educacional. Claro que, muitas vezes, o aprendizado vem com a dor. Afinal, ela nos faz ter consciência daquilo que não devemos fazer, por exemplo. Mas, também, podemos aprender por meio do afeto, do prazer e da inteligência. Por isso, eu lhe peço: cuidado com a maneira como você corrige seu filho.  

Muitas vezes, atrelamos os nossos ensinamentos a críticas: “você é muito bagunceiro”; “você sempre briga com seu irmão”; “você nunca me ouve”. Assim, ao rotularmos nossos filhos, fazemos com que essas imagens que temos deles fiquem registradas em seu córtex cerebral e eles se enxerguem dessas formas. 

Ou seja, se repetimos mil vez que um filho é desobediente, ele vai pensar inconscientemente: “sou desobediente mesmo”. É como se moldássemos a maneira como nossos filhos vão enxergar a si mesmos e as suas capacidades.  

Como você está ensinando seu filho a se enxergar? Você é aquele que molda o olhar dele para os aspectos não saudáveis, para aquilo que ele ainda não fez, não conquistou ou não atingiu?  

Cada palavra que nós falamos é uma semente. Que tipo de semeadura você faz no inconsciente do seu filho? Isso vai determinar os frutos que ele dará ao longo da vida.  

É muito importante impormos limites, mas igualmente essencial, é exaltar as qualidades dos nossos filhos, elogiá-los, evidenciar cada pequeno acerto, e não somente estampar suas falhas e rotular suas atitudes. 

Temos que ser mães e pais visionários para enxergar tudo aquilo que nossos filhos ainda podem vir a ser. Isso é educar por meio de uma emoção inteligente.  


Leia também: O silêncio, como resposta, pode ser útil para o filho


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Camila Cury
Camila Cury é psicóloga e autora do livro “A beleza está nos olhos de quem vê” (Ed. Sextante). É presidente e fundadora da Escola da Inteligência, maior programa de educação socioemocional do Brasil, aplicado em mais de 1,2 mil escolas. Tem dois filhos, Augusto e Alice.

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