Sob a ótica do Brasil oficial, o brasileiro nasce aos 18 anos, na classe média. Para ele são dirigidos programas e políticas. Nada de errado se crianças não ficassem de fora, talvez por serem consideradas seres incompletos, cuja potencialidade se confirmará somente em eleições seguintes. Os pais que se preocupam em desenvolver o potencial empreendedor dos filhos buscam duas respostas: em que idade começar e como fazer isso? A educação empreendedora tem a função de tornar utilizável um potencial presente em todos nós. Mais do que ensinar, significa libertar algo aprisionado pela escola e pela família. Entre abrir uma empresa e conseguir um emprego, vence a segunda opção.
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A principal tarefa da educação na escola e na família deveria ser ajudar a criança a descobrir e desenvolver os seus talentos. E prepará-la para formular os seus sonhos e correr atrás deles. É fundamental respeitar o seu mundo de inconformismo e criatividade, do não saber o que não pode, dos sonhos capazes de dar sentido à vida.Todas as opções de inserção no trabalho são decorrência dessa descoberta. Esse é o objetivo central da educação empreendedora. Não estou falando em ensinar a abrir empresas.
Empreendedorismo é mais do isso, é um estilo de vida, uma forma de ser, que trata da capacidade de oferecer valores novos e positivos, sejam materiais ou imateriais. Para a pergunta, onde preparar o seu filho para ser empreendedor, a resposta é simples: em casa. Mesmo porque não é fácil encontrar uma escola que ofereça o tema. Esse é o meu trabalho mais fascinante, disseminar a educação empreendedora desde a pré-escola, no ensino fundamental e médio. Já andamos muito. A minha metodologia, Pedagogia Empreendedora, já foi aplicada em 127 cidades de todo o país, nas escolas das redes publicas municipais. São cidades pequenas e também grandes, como Sorocaba, São José dos Campos e Londrina. Os números são expressivos: cerca de 2 mil escolas, 10 mil
professores, 200 mil alunos – mas é apenas um começo.
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