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A educação de qualidade está chegando a todos?
Há seis meses as escolas fecharam suas portas e os alunos passaram a ser atendidos de forma remota. Pais preocupados em conciliar trabalho e educação, gestores escolares buscando soluções tecnológicas para que as aulas não parassem e professores aprendendo a utilizar ferramentas digitais.
Enfim, foi um tempo de muito desgaste, cansaço, ansiedade, mas também de várias competências desenvolvidas.
O Brasil é tido como um país continental, isso quer dizer, com dimensões semelhantes a de um continente. Um gigante para ser administrado e com realidades muito específicas, muito singulares. Temos da metrópole aos ribeirinhos, do sertão ao pampas para que a educação circule remotamente. E, nesse contexto temos conhecimento das restrições de alcance da nossa tão precária rede de internet.
Vimos pelas redes sociais professores indo a pé até fazendas, levando material impresso para seus alunos. Assistimos também aulas criativas pelas mídias sociais, por canais de comunicação como rádio e tv, como formas de alcançar o estudante, onde ele estivesse. Mas fica a pergunta: educação de qualidade está chegando a todos?
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Somente agora em agosto, via decreto federal, veio uma bússola referente à validação dessa modalidade de ensino (remota) para a educação infantil. Vários estados já haviam direcionado seus sistemas de que para essa faixa etária não teria validade o trabalho remoto. Em diversos municípios brasileiros, as atividades síncronas, em tempo real, não aconteceram. Falta infraestrutura.
Equidade na educação gera economia forte, renda e progresso para uma nação.
De fato, qualidade de ensino deveria ser para todos. Em tempos de pandemia ou fora dela. Equidade na educação gera economia forte, renda e progresso para uma nação. Um país que não valoriza a educação infantil, que demora a se posicionar sobre ela, que somente vislumbra “cuidado” e não “aprendizado” mostra que ainda caminha a passos lentos para melhorar seus resultados de avaliação externa.
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Educação de qualidade pressupõe aprendizagem, ou seja, que nenhum estudante deve ficar para traz. Obviamente respeitando o tempo de cada processo, mas garantindo o acesso. Se a escola não chega onde tem que chegar, precisamos então, orientar as famílias. Para se transformarem em professores? De certo que não. Precisamos que as famílias se envolvam no processo de aprendizagem, que sigam as orientações dos professores, que busquem auxílio em suas escolas, que cobrem seus governantes e gestores.
Com famílias comprometidas e aliadas de seus professores, subimos um degrau rumo à educação de qualidade para todos. Outros degraus? Com certeza, outros são necessários. Mas isso é assunto para outro artigo.
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*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião da Canguru News.
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Iolene Lima
Iolene Lima tem 4 filhos adultos (Rafael, Pedro, Mateus e Rebeca). É pedagoga, pós-graduada em psicopedagogia clínica e institucional. Tem especializações em gestão de instituições escolares, qualidade educacional e alfabetização. Dá formação para professores, palestras para pais e consultoria a gestores escolares.
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