O interesse dos pais pela educação bilíngue tem aumentado nos últimos anos e, com isso, surgem várias dúvidas e incertezas acerca do assunto. A maioria reconhece que dominar um segundo idioma está entre as competências essenciais para o cidadão do século XXI. O que poucos sabem é que o ensino bilíngue contribui para aumentar a capacidade de concentração do aluno e favorece o senso de organização e o desenvolvimento de habilidades cognitivas relacionadas à escrita, à fala e à leitura. Sim, aprender uma segunda língua contribui para a melhora do foco, da atenção e concentração!
É fundamental que pais ou responsáveis estejam envolvidos na vida escolar das crianças. Uma família interessada e participativa é sinônimo de motivação. Um artigo apresentado pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) por meio da Academia Internacional de Educação, desenvolvido por Sam Redding diz que “alunos que possuem pais
mais participativos têm melhores resultados do que os que têm famílias ausentes”.
Esse cenário se estende para o ensino do idioma estrangeiro, uma vez que a aquisição de uma nova língua é um processo contínuo e o apoio familiar pode fazer uma grande diferença. Os pais têm uma função de extrema importância, pois podem instigar maior participação dos seus filhos nas aulas, ajudar a dar continuidade ao que foi feito em sala, trabalhar suas dificuldades e habilidades e oportunizar maior e melhor desempenho. O melhor aprendizado é aquele construído em bases fortes de estimulação e, ainda que a criança esteja diariamente no ambiente escolar, ninguém mais indicado para conhecer, compreender suas dificuldade e conseguir ajudá-la que seus próprios pais.
É dessa maneira que os resultados na educação bilíngue se tornam melhores: quando os alunos são motivados em prol de um único objetivo! Qual? Inserir o idioma no cotidiano.
É preciso relacionar o que se ensina com algo que o indivíduo possa utilizar em sua vida e com o cotidiano que ele vivencia. É a partir dessa vivência que ele começará a sentir-se mais próximo e estimulado, pois se torna mais fácil assimilar e interpretar quando os conteúdos estão próximos à nossa realidade.
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Os pais podem complementar os conteúdos aprendidos na escola com atividades que sejam do gosto de seus filhos, de maneira eficiente e positiva. Por exemplo:
- Presenteá-los com livros no idioma, de preferência cujo tema seja de interesse da criança.
- Aproveitar os momentos de lazer e entretenimento para compartilhar e inserir o aprendizado do idioma.
- Estimular o uso espontâneo do idioma para que a criança possa interessar-se mais ainda.
- Respeitar se a criança decidir não usar a segunda língua com os pais, isso simplesmente pode ser insegurança inicial.
- Fazer uso de tecnologia para aprender a segunda língua também é válido, por meio de vídeos, músicas e até filmes sem legenda.
- Para aqueles que gostam e estão à vontade, estimulem a conversa na segunda língua em casa, mas não fique corrigindo seu filho em todo
momento. Não afugente!
É preciso que os pais controlem o excesso de expectativa e respeitem o ritmo de cada filho se realmente quiserem contribuir durante o processo de educação bilíngue.
Dica: Quando uma criança apresentar um “erro”, não corrija excessivamente, pois isso pode inibir o desenvolvimento natural da Língua. Uma das estratégias mais efetivas é retomar/repetir o que a criança disse, fornecendo o modelo correto, sempre de maneira positiva e encorajadora.
Por fim, valorizem cada conquista de seus filhos e lembrem-se que é preciso calma e cumplicidade entre família e escola para que a criança seja beneficiada.
O comportamento atuante dos pais talvez seja o melhor apoio que a criança possa receber no desenvolvimento das habilidades cognitivas e sociais necessárias para o sucesso escolar.
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