Câncer de mama não é um ponto final, é uma vírgula.
Um susto. Uma pausa.
Uma parte do caminho.
Uma chance para repensar a vida.
Recebi o diagnóstico de câncer de mama em março de 2019. Eu tinha 45 anos. Eu era mãe. Quando a gente tem filhos, e se eles ainda são crianças, o medo de morrer fica maior. Nenhuma mãe quer deixar seus filhos órfãos. Meu filho ia fazer dez anos. Que frio na barriga pensar nele sem mim.
Respirei fundo e tentei ser racional:
Ele já tem dez anos.
Eu já ensinei muito para ele.
Já fizemos muita coisa juntos.
O principal eu já fiz.
O pai dele é ótimo, super presente.
Eles vão saber se virar.
E não pensei mais nessa possibilidade.
Quando Felipe me perguntou se eu ia morrer, eu disse que tinha 80% de chance de viver e que ia focar nisso, ele concordou e fez o mesmo. Mães não são imortais, mas melhor não pensar nisso.
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Operei em junho de 2019. Eu estava livre do câncer. Me olhei no espelho e senti alívio. A cicatriz era maravilhosa! Libertadora. Era só o começo do tratamento. Mas que começo bem sucedido. Bordas livres, quem teve câncer sabe bem o significado dessa expressão.
Passei uma noite no hospital, voltei para casa cheia de pontos e faixar. Tinha cartinha do meu filho me esperando em cima da cama.
Entrei em outra fase da vida. É preciso aprender a ver a beleza em todos os momentos. Até nos mais sofridos. Passamos por isso juntos, confiamos. Ficou tudo bem.
Ninguém quer receber um diagnóstico de câncer de mama, mas se tiver que ser, que seja com coragem!
*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião da Canguru News.
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