79% dos brasileiros acreditam que volta às aulas piorará situação da pandemia

Entrevistados dizem que para evitar piora da situação, os estabelecimentos de ensino devem continuar fechados nos próximos dois meses.
Pesquisa Datafolha mostra que 79% dos brasileiros acreditam que a volta às aulas piorará situação da pandemia; imagem mostra sala de aula fechada
Pesquisa trouxe números semelhantes a estudo feito em junho e mostra que há pouca confiança no controle da pandemia no Brasil

Segundo pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha, 79% dos brasileiros acreditam que a reabertura das escolas no país vai agravar a pandemia do novo coronavírus e, por isso, os estabelecimentos de ensino deveriam continuar fechados nos próximos dois meses. Somente 19% dos entrevistados disseram que as escolas devem ser reabertas.

O estudo revelou que 59% das pessoas veem a retomada das aulas presenciais como algo que piorará muito a situação da pandemia e outros 20%, que vai agravar um pouco. Já 18% disseram que as escolas não têm influência sobre a disseminação do vírus e 3% afirmaram não saber responder a pergunta feita. O levantamento foi realizado por telefone com 2.065 pessoas de todo o país, nos dias 11 e 12 de agosto.

Os dados mostram que a opinião da população brasileira se mantêm amesma ao longo dos últimos meses – pesquisa feita pelo Datafolha em junho indicou que 76% das pessoas eram a favor de manter as escolas fechadas, uma variação positiva e dentro do limite da margem de erro das pesquisas, que é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Leia também: Volta às aulas presenciais tem data definida em apenas 3 estados e no Distrito Federal

Pensando nos próximos dois meses, as escolas… Deveriam seguir fechadas Deveriam ser reabertas Não sabe
Resposta dos entrevistados, em % 79% 19% 1%
O retorno das aulas nas escolas vai agravar ou não a pandemia? Vai agravar muito Vai agravar pouco Não vai agravar Não sabe
Resposta dos entrevistados, em % 59% 20% 18% 3%

Leia também: O que a ciência diz sobre os riscos para as crianças na reabertura das escolas

Segundo especialistas em educação e saúde ouvidos pela Folha de São Paulo, a estabilidade da proporção de pessoas que defende a não retomada das aulas presenciais mostra que há pouca confiança no controle da pandemia no Brasil e na capacidade de organização dos protocolos de higiene para um retorno seguro dos estudantes.

Até agora já foram mais de 108 mil mortes confirmadas pelo novo coronavírus e quase 3,4 milhões de casos confirmados. A situação do Brasil na pandemia é classificada como estável, ou seja, com número constante de novos casos, mas ainda em volume significativo.

A defesa pela manutenção das escolas fechadas está presente até em regiões como o norte do país, que já apresentam queda no número de casos da Covid-19. A faixa etária e a renda dos entrevistados tampouco fizeram diferença nas respostas, que trouxeram sempre um número maior de pessoas contra a reabertura das escolas. Isso vale ainda para aqueles que consideram o governo Bolsonaro ótimo ou bom e entre os que estão saindo de casa normalmente na pandemia. A divergência de opiniões apareceu apenas entre homens – 22% disseram ser a favor da reabertura – e mulheres – 17% têm mesma opinião.

Incidência da Covid-19 em crianças

Estudos disponíveis mostram que as crianças mais novas, com menos de 10 anos, tendem a ter menor prevalência do coronavírus, enquanto aquelas acima dos 10 anos têm incidência similar à dos jovens adultos, de mais de 20 anos. Os estudos porém, não são conclusivos. A Prefeitura de São Paulo divulgou nesta terça-feira (18) os resultados da prevalência da doença em crianças e adolescentes entre 4 e 14 anos. Os resultados apontaram que 16% desse grupo teve contato com o coronavírus e 64,4% desses se mostraram assintomáticos.

Saiba mais sobre a pesquisa do Instituto DataFolha.

Leia também: ONU sugere reabertura das escolas para evitar ‘catástrofe geracional’

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Verônica Fraidenraich

Editora da Canguru News, cobre educação há mais de dez anos e tem interesse especial pelas áreas de educação infantil e desenvolvimento na primeira infância. Tem um filho, Martim, sua paixão e fonte diária de inspiração e aprendizados.

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