“Quem acompanha a newsletter da Canguru News talvez tenha notado a minha ausência nas últimas semanas. É que a Covid-19 me pegou – e, o pior, não só a mim. Testei positivo numa sexta-feira. Meu marido e meus dois filhos, no domingo. Quando os resultados dos exames dos meninos saíram, eu só conseguia pensar: “contaminei os meus filhos”. De repente, várias pautas sobre as quais discutimos aqui, viraram a minha realidade.
O coração ficou apertado. Eu sei que casos agudos entre crianças são raros – já escrevi sobre isso. Mas que mãe consegue pensar racionalmente assim quando o perigo está rondando seu filho? E se eu ficar muito mal e não conseguir cuidar deles? E se o pai também ficar muito mal também? E se acontecer o pior mesmo?
Foram duas semanas de angústia. Felizmente, passamos relativamente bem pela doença – nenhum dos quatro foi parar numa UTI (o que já é uma super bênção, não?). Mas saímos todos com a convicção de que, sem vacina, ninguém está a salvo do vírus, por mais que respeitemos as medidas sanitárias recomendadas por cientistas para evitar o contágio.
E, mais do que tudo, saímos com os vínculos familiares ainda mais fortes. Um cuidou do outro. Pedro e Gabriel aprenderam a usar o oxímetro e passaram duas semanas medindo a saturação da família inteira – montaram uma escala. Pedro, o mais velho, assumiu a responsabilidade de vigiar os horários dos remédios dele e do pai. Deixou comigo os meus e os do caçula, Gabriel. Todas as noites, antes de dormir, checava como cada um estava se sentindo.
Não voltei a mesma depois da Covid-19. Talvez por isso, pela primeira vez, eu tenha me tocado que neste sábado (15) é Dia Internacional da Família. Mais do que nunca quero celebrar a minha. E quero que você celebre a sua, intensamente.
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