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Que tal construir cofrinhos junto com seus filhos?
Nesse tempo de isolamento social, pais e mães estão buscando formas de entreter seus filhos. E uma brincadeira pode se transformar em uma forma de se educar financeiramente os filhos. Que tal construir cofrinhos junto com seus filhos? Utilizando os mais diversos materiais que acabariam virando lixo. Uma caixa antiga, uma garrafa pet e uma lata vazia. Tudo isso pode virar um criativo cofrinho.
E a ideia é que a diversão auxilie os pais na educação financeira dos seus filhos. Um cofrinho ajuda uma criança a experimentar alguns comportamentos fundamentais para um bom processo de alfabetização financeira. Ele pode transformar o hábito de poupar em uma grande brincadeira. A criança aprenderá a trocar um consumo presente por um consumo futuro.
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Alguns cuidados são importantes para aproveitar ainda mais o potencial educativo dos cofrinhos. O primeiro é estipular o prazo de abertura do mesmo levando em conta a idade da criança. Quanto mais nova, menos preparada para esperar longos períodos ela está. Neste caso é importante abrir o cofrinho algumas vezes ao longo do ano. Crianças mais velhas são capazes de esperar mais tempo. Além disso, guardar moedas por muito tempo pode atrapalhar a economia do país, pois acaba faltando troco e o governo é obrigado a cunhar mais moedas. E isso custa caro!
A abertura do cofrinho também pode se transformar em uma atividade muito divertida. As crianças podem ajudar na separação das moedas. E as maiores podem ajudar ainda mais. Aqui em casa, a Maria Eduarda já é a responsável por fazer os montinhos e depois me dizer qual o montante de cada tipo de moeda. E ainda anota no papel os valores.
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A troca das moedas também pode ajudar a ensiná-los a diferença entre quantidade e valor. A primeira vez que a Maria Eduarda foi comigo trocar as moedas, ela deve ter achado que eu não batia bem da cabeça. Afinal eu entreguei uma sacola com muitas moedas e fiquei satisfeito quando a moça da loteria me entregou três notas. Quem trocaria uma sacola de moedas por três notas? A criança primeiro aprende sobre quantidade, para depois entender sobre valor.
Outra questão fundamental é dar uma finalidade para aquela poupança. A criança precisa compreender que todo o esforço que ela fez teve um propósito. O objeto a ser adquirido não tem tanta importância. Deve se evitar objetos de valor muito alto, longe do valor possível de ser guardado. Neste caso, o risco que se corre é frustrar a criança que passa a acreditar que a poupança não tem sentido algum.
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Deve-se evitar criar o hábito de se poupar indefinidamente, pois pode estar sendo criado um hábito que não é saudável. Uma pessoa que só guarda o dinheiro que ganha sem ter um objetivo definido não apresenta um comportamento financeiro equilibrado. E cofrinho não é coisa só para crianças. Muitas pessoas conservam o hábito do cofrinho mesmo depois de adultos. É comum observamos cofrinhos em residências sem nenhuma criança. Com ele conseguimos guardar pequenas quantias que seriam gastas muitas vezes sem nenhum controle do destino. E ao longo do tempo, um troco aqui, outro ali pode se transformar em uma boa quantia. Esse valor pode ajudar na realização de algo não planejado: uma viagem comemorativa no final de semana ou a ida a um novo restaurante. Nesse caso quanto mais gordo o porquinho maior pode ser o nosso sonho!
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Carlos Eduardo Costa
Carlos Eduardo Freitas Costa é pai de Maria Eduarda e do João Pedro. Tem formação em ciências econômicas pela UFMG, especialização em marketing e em finanças empresariais e mestrado em administração. É autor de diversos livros sobre educação financeira para adultos e crianças, entre os quais: 'No trabalho do papai' e 'No supermercado', além da coleção 'Meu Dinheirinho'. Saiba mais em @meu.dinheiro
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