Uma pesquisa da Rede Brasileira de Pesquisa em Mastologia em parceria com a Sociedade Brasileira de Mastologia mostrou que a proporção de mulheres que fazem a mamografia pelo SUS (Sistema Único de Saúde) vem diminuindo. Em 2017, o percentual era de 24%, enquanto que em 2018, 22%, e em 2019, 21% – bem abaixo dos 70% recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O estudo mostra também que o número de mamografias feitas em 2018 foi o pior dos últimos 6 anos, apenas 2.648.227 exames realizados. Para 2020, a estimativa é que a pandemia agrave ainda mais esse cenário.
Um dos objetivos da campanha “Outubro Rosa” é reverter essa tendência e destacar a importância de fazer o exame e de seguir um estilo de vida mais saudável, que inclua a prática de atividades físicas e a ingestão de alimentos naturais, para reduzir os riscos de câncer.
“Houve uma grande redução no número de exames tanto para rastreamento quanto para diagnostico. A maior redução aconteceu entre março e abril, com recuperação tímida depois. As pacientes, principalmente as acima dos 60 anos, também deixaram de comparecer às consultas, evitando que o câncer fosse diagnosticado logo no início e, pior, permitindo que houvesse um crescimento desses tumores”, explica o coordenador da pesquisa e membro da Sociedade Brasileira de Mastologia, Ruffo de Freitas Junior.
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Interrupção do rastreamento, exames e tratamento na pandemia
A SBM recomenda que nas regiões onde o pico da doença tenha diminuído, os casos estejam estabilizados e com certa flexibilização, as mulheres retomem seus exames e tratamentos, desde que seguindo as medidas de segurança. O mastologista destaca que ao deixar de fazer o rastreamento, perde-se a oportunidade de identificar um tumor inicial com alta chance de cura, o que pode resultar em um diagnóstico tardio e em estágio mais avançado.
Já nas regiões com alta incidência da pandemia, o mais correto é que as mulheres não consideradas urgentes, assintomáticas ou que fazem controle por alterações benignas aguardem o momento de pico passar. No entanto, nos casos com suspeita de um nódulo palpável não se deve postergar e buscar atendimento imediatamente para fazer o diagnóstico. “A pandemia gera uma sensação de insegurança e muitas mulheres deixaram de ir ao consultório. Isso é natural, mas é preciso retomar o rastreamento o quanto antes para evitar casos avançados no futuro”, conclui o presidente da SBM, Dr. Vilmar Marques.
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8 dicas para uma rotina saudável
O surgimento do câncer de mama depende de inúmeros fatores, muitos dos quais não podem ser alterados, como a genética. Algumas recomendações, contudo, são básicas para prevenir a doença, já que atuam no estímulo das condições sabidamente protetoras e no controle dos aspectos de risco e podem reduzir a chance de uma mulher desenvolver a doença em até 28%. São elas:
• Alimente-se bem e não fique muito tempo sem comer, ou seja, prefira comer de 3 em 3 horas, em pequenas quantidades, sempre priorizando os alimentos naturais e evitando os alimentos industrializados.
• Evite o excesso de gorduras e carboidratos simples, como açúcar adicionado aos alimentos, doces, sucos de caixinha ou saquinho, refrigerantes, pão branco, macarrão, sempre preferindo as opções integrais.
• Procure ingerir proteínas de boa qualidade, principalmente frutas, legumes e verduras, por serem fontes de vitaminas e minerais essenciais e ricas em fibras que ajudam na saciedade e no funcionamento adequado do intestino.
• Faça exercícios físicos durante a semana. O ideal são 150 minutos de exercícios físicos moderados divididos entre os cinco dias ou 75 minutos de exercícios vigorosos divididos pela semana.
• Planeje o seu dia alimentar e tente segui-lo.
• Limite a ingestão de bebidas alcoólicas.
• Evite realizar Terapia de Reposição Hormonal (TRH), fazendo-a se estritamente indicada na pós-menopausa e sob rigoroso controle médico, pelo mínimo de tempo necessário.
• Realize o autoexame e os exames de rastreio, conforme orientação médica, a fim de uma possível detecção precoce das alterações mamárias de maior risco.
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