O vínculo entre pais e filhos é fundamental para o desenvolvimento emocional da criança. Os pais devem incentivar a autonomia do filho, (de forma proporcional à idade), mas também têm de oferecer carinho, proteção e segurança. Segundo a psicóloga Camila Cury, fundadora da Escola da Inteligência, um programa de educação socioemocional, as crianças precisam saber que contam com a confiança dos pais e que os erros e as imperfeições fazem parte do processo de aprendizado. “As maiores chances que tenho de me vincular com meus filhos são quando eles me decepcionam”, explica Camila, que diz ter aprendido isso na prática, com seu pai, o renomado psiquiatra e escritor Augusto Cury. Ele é especialista em educação socioemocional, autor de 55 livros, publicados em 70 países e que já venderam mais de 30 milhões de exemplares somente no Brasil.
Camila, que também é colunista da Canguru News, conta que ainda jovem começou a seguir a carreira do pai e foi muito cobrada a atingir o mesmo sucesso que ele. Segundo ela, porém, essa cobrança não vinha do pai que, pelo contrário, sempre procurou encorajá-la e dividiu com ela as suas imperfeições. “É preciso contar para os seus filhos os aplausos, mas também os medos e as angustias. Tenho a honra de ter tido um pai com uma educação excepcional, muito bem-sucedido, mas que sempre me falou de seus erros e fracassos”, revelou Camila durante palestra no Parenting Brasil: 1o Congresso Internacional de Educação Parental. Para a psicóloga, mães e pais devem tomar cuidado com o excesso de perfeccionismo que muitas vezes exigem dos filhos, pois isso tende a boicotar a capacidade de iniciativa deles.
LEIA TAMBÉM: Livro espanhol fala do ‘apego seguro’, do vínculo e da regulação das emoções
“É preciso contar para os seus filhos os aplausos, mas também os medos e as angustias. Tenho a honra de ter tido um pai com uma educação excepcional, muito bem-sucedido, mas que sempre me falou de seus erros e fracassos.”
“É muito importante ter uma educação que nos tire do perfeccionismo e possibilite perceber que há seres humanos educando seres humanos, que falam de suas dores, que transmitem as imperfeições e dores do percurso, fortalecendo assim o vínculo e encorajando o filho a seguir seu próprio caminho por mais desafiador que ele possa ser.”
Segundo Camila, negar as emoções não é o melhor caminho para educar os filhos. “Hoje os pais não suportam que os filhos sintam dores como medo ou frustração. Nós temos que estar lá sempre para apoiar e orientar, mas nunca para resolver por eles”, finalizou a psicóloga.
LEIA TAMBÉM: Parenting Brasil: como a educação parental pode transformar a realidade das famílias