Asas, pássaros, voos, rios, estradas, janelas. Quantos poetas e pintores já usaram essas imagens para falar, de forma simbólica, sobre a liberdade? Na coluna deste mês, sugiro dois livros infantis que falam de liberdade a partir da metáfora colorida e sinuosa das pipas — ou papagaios, como é mais comum chamarmos aqui nas Minas Gerais.
Tatu-BalãoEm Tatu-Balão, Sônia Barros conta a história de um tatu (é claro!) que, em vez de bola, queria ser balão. Balão, como sabemos, é coisa de voar, de enfeitar o céu, de sumir pelo espaço. Mas o tatu-bola dessa história se jogava lá do alto e só conseguia rolar morro abaixo. Até que um dia ele conhece um menino, que trazia nas mãos a liberdade, em forma de pipa. A partir daí, o bichinho descobre uma forma inesperada de voar, mas também — quem diria? — de se amarrar aqui embaixo. Escrito em quadrinhas rimadas e com ilustrações marcantes de Simone Matias, o livro foi selecionado para o projeto Livros Grátis do Itaú, em 2016. SOBRE OS AUTORES: Sônia Barros, paulista, é escritora e poeta com obras premiadas para o público adulto e infantojuvenil. Simone Matias, gaúcha, já ilustrou mais de quarenta livros e participou de diversas exposições. |
Fabíola foi ao VentoPublicado originalmente em 2000, Fabíola Foi ao Vento já brincava com ideias parecidas com aquelas do Tatu-Balão: a pipa como dispositivo de liberdade e alegria, mas também como um objeto que conecta uma criança a um amigo animal. Aqui, conhecemos Fabíola, que passeava pelos morros cariocas com seu cachorro Titã. De repente, o bicho (com a força dos titãs) dispara ladeira abaixo e, num momento de sorte (ou magia? Ou poesia?), é a própria menina quem vira pipa! O livro rendeu a Ricardo o prêmio de Autor Revelação da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil, em 2001. SOBRE OS AUTORES: Ricardo Benevides, carioca, é escritor, professor, editor e músico. Já publicou diversos livros para crianças e jovens. Loly e Bernardilla são ilustradoras chilenas e criam livros desde 2002, no Chile e em outros países. Seus nomes verdadeiros são María Amenábar e Bernardita Romero. |
Leo Cunha é escritor e publicou mais de 50 livros, como Vira-lata (Ed. FTD) e ABCenário (Ed.Autêntica). Recebeu os principais prêmios da literatura infantil brasileira, como Jabuti, Nestlé e João-de-Barro. Na Canguru, dá dicas de livros para crianças.