Por Agência Einstein – Neste mais de um ano de pandemia, as crianças passaram a maior parte do tempo em casa. Escola, área de lazer do prédio, parque, entre outros tantos espaços ficaram fechados total ou parcialmente. O impacto deste isolamento vai além dos cuidados com a saúde mental delas.
Irritadas e impacientes, as crianças começam a buscar algo para fazer. Elas mexem aqui, fuçam ali, enquanto você está trabalhando no escritório ou na sala da casa. Mas seu filho pode estar na cozinha ou no banheiro brincando com medicamentos ou produtos tóxicos. A intoxicação pela ingestão, manipulação ou inalação pode ser perigosa e fatal, dependendo da área afetada e da toxicidade.
Renata Waksman, pediatra do Hospital Israelita Albert Einstein, aconselha a não nomear medicamentos como se fossem doces ou balas, para facilitar a administração do produto: “Deve-se explicar para a criança que é um remédio e que deve ser tomado somente quando precisar. Além disso, nunca medique sem orientação médica ou por sugestão de terceiros”.
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A pediatra lista as principais medidas de prevenção que os pais devem adotar:
- Tenha em casa somente os medicamentos e produtos químicos que são utilizados rotineiramente e em pequenas quantidades;
- Procure comprar remédios e produtos de uso domiciliar que tenham tampa de segurança em suas embalagens;
- Guarde em armários altos e trancados, sem possibilidade de serem vistos ou alcançados;
- Mantenha nas embalagens originais e nunca coloque em vasilhames que podem causar confusão sobre o conteúdo;
- Após o término do uso, descarte a embalagem vazia de forma adequada.
O comportamento dos pais também reflete na segurança dos filhos. Waksman orienta a não tomar medicamentos na frente de crianças pequenas, uma vez que elas costumam imitar os mais velhos. Outra dica é ensinar a não ingerir substâncias, além das oferecidas por adultos do ambiente da casa. A medida evita que elas se intoxiquem quando estão com parentes ou amigos.
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Caso aconteça, como realizar os primeiros socorros em caso de intoxicação?
A pediatra sugere que, em primeiro lugar, os pais mantenham a calma. Se ocorreu por ingestão, a orientação é procurar a bula do produto, verificar se contém informações sobre o que fazer quando ocorre uma intoxicação acidental e proceder como recomendado.
“Nunca provoque vômitos na criança na eventualidade de ingestão de qualquer produto, pelo risco de engasgo e aspiração e por não promover a eliminação dele em quantidade significativa”, ressalta Waksman. “Nem ofereça leite para a criança tomar, pois não tem efeito protetor do estômago e não minimiza o risco de intoxicação”.
Ela indica entrar em contato com o pediatra, serviço médico, centro de informações toxicológicas da região de moradia ou ainda com o próprio produtor, relatando o tipo do agente responsável e solicitar orientação.
Verifique se a criança está apresentando algum distúrbio sério ou que represente risco iminente de vida (parada cardíaca e/ou respiratória, convulsões, febre elevada, inconsciência, alucinações). Se for o caso, iniciar imediatamente as manobras de ressuscitação até que a equipe de resgate chegue.
Se as condições da criança permitirem (estiver respirando, batimentos cardíacos presentes, consciente, respondendo a estímulos), os pais podem levá-la ao Pronto Socorro, juntamente com o produto causador.
Já no caso de intoxicação decorrente do contato com a pele, o indicado é tirar toda a roupa da criança e lavar o corpo inteiro em água corrente, com atenção para os locais onde o tóxico pode ter se depositado. Os olhos devem ser lavados abertos e por, no mínimo, 10 minutos.
Se a intoxicação aconteceu por inalação, o conselho é retirar a criança do ambiente contaminado pela liberação de fumaça ou gás tóxico. A seguir, verificar se está respirando. Se não estiver, iniciar as manobras de ressuscitação, pedir para alguém chamar o socorro e retirar as roupas, que podem estar contaminadas.
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