Por Priscila Carvalho, da Agência Einstein – No fundo da garganta há duas estruturas arredondadas. São as amígdalas, que ajudam o organismo a se proteger de vírus e bactérias que entram pela boca ou nariz. Quando inflamam, tem-se o quadro de amigdalite, que pode gerar bastante desconforto. Segundo Marcos Luiz Antunes, professor do Departamento de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), crianças tendem a desenvolver mais o problema até os 7 anos de idade. “O sistema imunológico ainda está se formando”, esclarece. Ainda de acordo com o especialista, pacientes imunodeprimidos também são mais suscetíveis.
Dor de garganta, febre, dificuldade para engolir e aumento dos gânglios são alguns dos sintomas. Como a doença é provocada por agentes infecciosos, a prevenção passa pela higienização constante das mãos, especialmente antes de tocar as vias áreas superiores. Gotículas de saliva, espirro, beijo e o compartilhamento de copos ou talheres também favorecem a amigdalite.
Diagnóstico e tratamento da amigdalite em crianças
Ao identificar a condição, o primeiro passo é investigar se o causador foi um vírus ou uma bactéria. O tratamento muda conforme o agente infeccioso.
Quando provocada por vírus, a infecção pode atingir as amígdalas e a faringe. Nesses casos, não raro são receitados analgésicos e anti-inflamatórios.
Nas amigdalites causadas por uma invasão bacteriana — as mais comuns são as do tipo estreptococos —, costuma haver dor mais intensa, febre alta e a presença de pus na garganta, embora as crianças não apresentem sintomas nasais. O tratamento inclui antibióticos e analgésicos. Em casos recorrentes, a imunoterapia também pode ser usada.
De acordo com Raul Zanini, otorrinolaringologista e professor da Universidade Santo Amaro (UNISA), o acúmulo de restos de alimentos no interior da cavidade bucal, além de gerar mau hálito, pode favorecer as infecções nas amígdalas. “Refluxo, inalantes químicos e o uso de drogas também”, completa.
Quando retirá-las?
Alguns critérios são avaliados para a indicação da cirurgia, como o sucesso ou falência das terapias anteriores. Quando tratamentos convencionais — antibióticos, anti-inflamatórios e outros remédios — não fazem mais o efeito desejado, é sugerido retirá-las.
A cirurgia também deve ser levada em consideração quando há infecções de repetição. Sofrer mais de sete ocorrências em um ano indica que a operação é um bom caminho.
Em procedimentos emergenciais, a retirada ocorre quando há um abscesso formando muito pus ao redor do órgão. É feita, então, uma drenagem da secreção.
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