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Quadros de alergia em crianças podem aumentar durante quarentena
O isolamento social obrigou as crianças – e os adultos – a ficarem muito mais tempo dentro de casa. E isso pode ocasionar mais quadros alérgicos. A alergista pediatra Pilar Blanco, membro da plataforma Doctoralia, alerta para os quadros de alergia que podem ocorrer nas crianças durante a quarentena. “Apesar do isolamento social, muitas crianças têm apresentado quadros de tosse persistente, espirros, coriza constante, coceira nos olhos e nariz e problemas de pele dentro de casa. Esses são os sintomas comuns de alérgenos internos e os pais devem ficar atentos quanto a sua persistência”, diz a médica.
Segundo Pilar, muitos fatores contribuem para o aumento da incidência de quadros de alergia em crianças durante a quarentena, como o fato de estarmos no inverno, por exemplo. “Naturalmente, durante esse período do ano, há aumento dos quadros alérgicos na população. Isso ocorre principalmente pelo clima seco, oscilações bruscas de temperatura e pelo aumento da concentração de alérgenos e poluentes no ar”, esclarece.
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O isolamento social reúne muitas pessoas ao mesmo tempo compartilhando o mesmo ambiente, o que também pode contribuir para que as crianças tenham mais alergia durante a quarentena. “Como estamos todos dentro de casa, devemos redobrar nossa atenção com o ar que respiramos, muitas vezes preso ou impuro devido ao filtro poluído do ar condicionado, favorecendo a proliferação de ácaros e de outros microrganismos”, ressalta a especialista. Ficando mais tempo em casa, consequentemente as pessoas também ficam mais tempo em contato com ácaros, fungos e poeira que acumulam nas casas, em especial nas superfícies de móveis, livros, brinquedos, mantas, tapetes, colchões e travesseiros.
Os animais de estimação também podem contribuir para que apareçam quadros de alergia nas crianças durante a quarentena. “Eles também estão ficando mais dentro de casa, por isso, mais estressados e soltando mais pelos, além de irem menos vezes aos petshops para tomarem banho e realizarem a tosa, aumentando a concentração dos alérgenos que esses animais eliminam no ambiente”, afirma Pilar.
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“Apesar da correria e do acúmulo de funções sobre os pais que a pandemia trouxe, nesse momento o mais importante é nos atentarmos aos cuidados necessários para realizar um controle ambiental da casa efetivo, prevenindo, assim, o aparecimento ou a exacerbação de doenças alérgicas”, declara Pilar. A alergista pediatra afirma que, para ajudar na prevenção de quadros alérgicos, é importante realizar uma higienização adequada, que inclui:
- Limpar a casa com pano úmido todos os dias, iniciando pelos móveis e posteriormente o chão – caso a pessoa queira usar aspirador de pó, o aparelho deve seguir algumas exigências, como possuir filtro de água ou filtro chamado HEPA (filtros capazes de reter os alérgenos, que são muito pequenos);
- Utilizar capas antialérgicas em colchões e travesseiros;
- Lavar cortinas, tapetes, almofadas e mantas a cada 15 dias;
- Guardar brinquedos e livros em caixas plásticas organizadoras vedadas;
- Trocar a roupa de cama toda semana;
- Manter portas e janelas abertas para a ventilação do ambiente e evitar o acúmulo de mofo nos cômodos.
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Heloisa Scognamiglio
Jornalista formada pela Unesp. Foi trainee do jornal O Estado de S. Paulo e colaboradora em jornalismo da TV Unesp. Na faculdade, atuou como repórter e editora de internacional no site Webjornal Unesp e como repórter do Jornal Comunitário Voz do Nicéia. Também fez parte da Jornal Jr., empresa júnior de comunicação, e teve experiências como redatora e como assessora de comunicação e imprensa.
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